CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

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1 Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Cidadão solicita informações sobre juros apropriados, disponíveis no Relatório Mensal da Dívida. Banco de dados Negativa sem fundamentação legal Necessidade de trabalhos adicionais Acata-se a argumentação do recorrente Recurso conhecido e desprovido Recomendação. Secretaria do Tesouro Nacional Ministério da Fazenda MF. R.P.M. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº 12.27/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO ATO DATA TEOR Pedido Resposta Inicial 28/08/201 17/09/201 No item 2.2 "Fatores de Variação" do Relatório MEnsal da Dívida de Julho de 201 (assim como nos anteriores), consta o campo "Juros Apropriados". Qual o significado? Como esse valor é calculado? Gostaria de que vocês me enviassem, para o ano de 2014 e para o ano de 201, até julho, a memória de Cálculo dos "juros apropriados", com as parcelas discriminadas que formam esse total. Prezado Senhor, Encaminhamos em anexo resposta ao pedido de informação. Considerando o disposto no art. 19, inc. II, c/c o art. 21, caput, do Decreto n.º 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso, no prazo de 10

2 Recurso à Autoridad e Superior 17/09/201 dias, contado da ciência da decisão. Autoridade responsável pela apreciação do recurso: Secretário- Adjunto da Receita Federal do Brasil. Atenciosamente, Serviço de Informação ao Cidadão Ministério da Fazenda Conteúdo do anexo: Prezado R., Os juros apropriados representam o montante de juros incorporados à Dívida Pública Mobiliária Federal (DPMFi) e à Dívida Pública Federal Externa (DPFe) bem como consideram a atualização monetária do principal da DPMFi e o efeito da variação cambial sobre os títulos atrelados a outras moedas. A memória de cálculo leva em consideração a característica de cada título, as taxas com as quais os títulos foram emitidos, para o cálculo do pagamento de juros, os efeitos da inflação sobre o principal da DPMFi, para a atualização monetária do principal, e a desvalorização/valorização do câmbio em relação à moeda nacional. Abaixo seguem os links com as características dos principais títulos da DPMFi e as emissões ocorridas nos leilões. a/decretos/bonds_versao_portugues_atualizado_revis ado. pdf /banco_de_dados.xls/ f-42d- 8b696f40b441cb Por fim, tendo em vista o seu interesse e no desejo de aprofundar seu conhecimento sobre o tema, sugerimos a leitura de capítulo de nosso livro da dívida pública sobre os Títulos públicos federais e suas formas de precificação, no link a seguir, o que poderá lhe trazer alguma contribuição. Parte%203_2.pdf Atenciosamente, Paulo Moreira Marques Analista de Finanças e Controle Gerência de Relacionamento Institucional GERIN/COGEP Prezados, Acho que fui claro, portanto, citar novamente parte do meu pedido: Gostaria de que vocês me enviassem, para o ano de 2014 e para o ano de 201, até julho, a MEMÓRIA DE 2

3 Resposta do Recurso à Autoridad e Superior 2/09/201 CÁLCULO dos "juros apropriados", com as parcelas discriminadas que formam esse total. Prezado Senhor, Encaminhamos em anexo resposta ao recurso interposto à Secretaria do Tesouro Nacional. Diante dos seus três questionamentos a respeito dos juros apropriados, disponíveis no Relatório Mensal da Dívida, só não foi possível responder o seu último questionamento com relação à disponibilização da memória de cálculo. Não disponibilizamos porque o cálculo dos juros apropriados envolve a utilização de informações de diversos sistemas computacionais da dívida. A complexidade da construção desse dado e a impossibilidade de agregar todas as informações necessárias inviabilizaram o envio. É importante ressaltar que a Secretaria do Tesouro Nacional utiliza um conjunto de sistemas computacionais para a consolidação e determinação dessa estatística, dado que uma grande diversidade de títulos e informações estão envolvidos. Portanto, não existe uma única memória de cálculo, mas sim uma quantidade que inviabiliza uma demonstração compreensível. As estatísticas da Dívida Pública Federal, incluindo o cálculo de juros apropriados, são apuradas por meio dos sistemas computacionais da dívida. O estoque atual da dívida conta com mais de registros no sistema que calcula o estoque da dívida e seus fluxos. Esses registros abrangem 36 títulos da dívida interna mobiliária (Notas e Letras, com diferentes prazos) no SELIC, 217 (Certificados e securitizados) e 3.00 (TDA) títulos custodiados na CETIP, além de 2 títulos e 60 contratos no âmbito da dívida externa. O número desses registros fica expressivamente maior se recuarmos no tempo a janeiro de 2014, pois teríamos que agregar os vários registros de instrumentos que já venceram. E mais, cada um desses instrumentos tem características específicas como indexador e data de vencimento, o que multiplica a complexidade de tratamento desses dados, tornando impraticável realizar tal tarefa por meio de planilhas, em vez de sistemas específicos que foram customizados para lidar com essa informação. Desde já pedimos desculpas por essa impossibilidade. Contudo, continuamos à disposição para mais esclarecimentos. Considerando o disposto no art. 19, inc. II, c/c o art. 21, caput, do Decreto n.º 7.724, de 2012, informa-se que poderá ser apresentado recurso, no prazo de 10 3

4 Recurso à Autoridad e Máxima 27/09/201 dias, contado da ciência da decisão. Autoridade responsável pela apreciação do recurso: Subsecretário da Dívida Pública Atenciosamente, Serviço de Informação ao Cidadão Ministério da Fazenda Prezados, Vejo que a minha solicitação é bastante simples. Quero apenas a memória de cálculo dos títulos. Para facilitar o trabalho, solicito a memória de cálculo dos títulos emitidos a partir de Não estamos falando de cálculos de física quântica avançada. São apenas instrumentos financeiros com um valor de face determinada e taxa de juros determinada. Não há nenhuma complexidade nisso. Quanto aos títulos vencidos, é simples: certamente vocês detém um banco de dados com essas informações, devidamente organizadas em planilhas. Creio que contem com mão-de-obra altamente qualificada. Diante disto, extrair informações de um banco de dados robusto é tarefa simples, até para um estagiário do primeiro ano de um curso de Sistemas de Informação. Espero conseguir as informações por aqui. Caso contrário, serei obrigado a acionar outros meios legais. Resposta do Recurso à Autoridad e Máxima 02/10/201 Todos os dados da dívida pública federal são registrados em sistema computacional parametrizado que, com base nos registros de cada um dos títulos emitido ou de cada contrato assinado, efetua o cálculo de juros apropriados diariamente em cada um dos títulos, desde o dia de sua emissão até a data do respectivo vencimento. Como todos os títulos públicos válidos são títulos escriturais, isto é, com registro eletrônico concomitante no Sistema de Liquidação e Custódia (SELIC), administrado pelo Banco Central do Brasil, todos os valores são calculados de forma automática pelos respectivos sistemas (sistema de custódia e sistema da dívida), havendo checagem de valores previamente a cada pagamento ou ao final de cada mês. Desta forma, não existe uma memória de cálculo que possa ser disponibilizada na forma como entendida por V.Sa., posto que o próprio sistema da dívida, com base no banco de dados de todos os títulos emitidos, contendo todas as suas características financeiras e 4

5 Recurso à 03/10/201 utilizando as fórmulas de cálculo aplicáveis aos títulos da dívida pública, gera o resultado final. Considerando que o conceito de juros apropriados já foi objeto de explicações nas respostas anteriores, caso V.Sa. queira conhecer ou se aprofundar nas metodologias de cálculo utilizadas, indicamos a seguir os seguintes links: a/decretos/bonds_versao_portugues_atualizado_revis ado.pdf /Apresentacao_Precificacao.pdf df (CONSELHO DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DE MERCADO ABERTO) Por sua vez, os dados referentes a todos os leilões de títulos públicos realizados pelo Tesouro Nacional desde 2003 encontram-se disponibilizados no link a seguir: /banco_de_dados.xls/ f-42d- 8b69-6f40b441cb Antônio de Pádua Ferreira Passos Subsecretário da Dívida Pública Substituto Secretaria do Tesouro Nacional STN. Conforme o art. 23, do Decreto nº 7724/2012, o requerente poderá interpor recurso no prazo de 10 dias a contar da ciência da resposta, à Controladoria- Geral da União por meio do e-sic ou endereço físico: SAS, Quadra 01, Bloco A, Edifício Darcy, Térreo, Brasília/DF - CEP: Serviço de Informação ao Cidadão Ministério da Fazenda O cidadão reitera seu recurso. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.27/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, nestes termos: Lei nº 12.27/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à

6 Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de (cinco) dias se: (...) 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Verifica-se a legitimidade e o interesse de agir do recorrente, que decorrem da sucumbência nas instâncias inferiores, assim como a adequação do recurso dirigido à com a hipótese prevista no inciso I do art. 16, da Lei nº 12.27/2011, razão pela qual opina-se pelo seu conhecimento. 4. Observa-se que a identificação da autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, não consta da resposta, o que inviabiliza a análise a respeito do cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012. Observa-se, também, que o recurso de segunda instância foi apreciado pelo Subsecretário da Dívida Pública Substituto, que não é a Autoridade Máxima da Secretaria do Tesouro Nacional ou do Ministério da Fazenda. Nesse ponto, tendo em vista que a STN é um órgão do Ministério da Fazenda, vale observar que o PARECER PGFN/CJU/COJPN/Nº 29/2012, no qual a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional defende entendimento sobre a conceituação de autoridade máxima constante da Lei nº 12.27/2011, aguarda manifestação conclusiva da Comissão Mista de Reavaliação de Informações CMRI. Ainda no que se refere aos procedimentos estabelecidos pela LAI, registre-se que o recorrido informou em suas respostas ao cidadão a possibilidade de recurso e seu o prazo.. De início, é importante esclarecer que a, como instância recursal de pedidos de acesso à informação, tem a atribuição de verificar, nos casos em que há negativa de acesso por parte de outros órgãos/entidades da 6

7 Administração Pública Federal, se a justificativa apresentada para tal encontra amparo na Lei de Acesso à Informação. As possibilidades legais que tem a Administração Pública para negar acesso à informação não classificada como sigilosa, ou sobre a qual não incide outras hipóteses de sigilo ou segredo de justiça, estão previstas no art. 13 do Dec. nº 7.724/2012, nestes termos: Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: I - genéricos; II - desproporcionais ou desarrazoados; ou III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou entidade. Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados. 6. Posto isso, a questão que se impõe, nesta análise, é verificar se a STN apresentou argumentos que caracterizam as exceções previstas no art. 13 do Dec. nº 7.724/ O recurso do cidadão se restringe à memória de cálculo dos juros apropriados, já que o significado do termo e a forma de cálculo lhe foram esclarecidos na resposta inicial. Segundo explicado pela STN, o cálculo dos juros apropriados é realizado a partir de dados de diversos sistemas computacionais da dívida. Não existe, conforme alegado, uma memória de cálculo que possa ser disponibilizada na forma solicitada pelo cidadão, pois o próprio sistema da dívida, com base em banco de dados de todos os títulos emitidos, contendo suas características financeiras e utilizando as fórmulas de cálculo aplicáveis aos títulos da dívida pública, gera o resultado final. A fim de ilustrar a forma como os juros são calculados, vale citar parte da resposta ao recurso de segunda instância: Todos os dados da dívida pública federal são registrados em sistema computacional parametrizado que, com base nos registros 7

8 de cada um dos títulos emitido ou de cada contrato assinado, efetua o cálculo de juros apropriados diariamente em cada um dos títulos, desde o dia de sua emissão até a data do respectivo vencimento. Como todos os títulos públicos válidos são títulos escriturais, isto é, com registro eletrônico concomitante no Sistema de Liquidação e Custódia (SELIC), administrado pelo Banco Central do Brasil, todos os valores são calculados de forma automática pelos respectivos sistemas (sistema de custódia e sistema da dívida), havendo checagem de valores previamente a cada pagamento ou ao final de cada mês. 8. Como as estatísticas da Dívida Pública, incluindo o cálculo de juros, são apuradas por sistemas computacionais, e diante da quantidade de dados trabalhados pelos sistemas, argumenta o recorrido que é inviável a elaboração de memória de cálculo em planilhas. A fim de demonstrar a complexidade da tarefa, caso tivesse que reconstituir os cálculos realizados pelos sistemas computacionais, a STN esclarece que: O estoque atual da dívida conta com mais de registros no sistema que calcula o estoque da dívida e seus fluxos. Esses registros abrangem 36 títulos da dívida interna mobiliária (Notas e Letras, com diferentes prazos) no SELIC, 217 (Certificados e securitizados) e 3.00 (TDA) títulos custodiados na CETIP, além de 2 títulos e 60 contratos no âmbito da dívida externa. O número desses registros fica expressivamente maior se recuarmos no tempo a janeiro de 2014, pois teríamos que agregar os vários registros de instrumentos que já venceram. E mais, cada um desses instrumentos tem características específicas como indexador e data de vencimento, o que multiplica a complexidade de tratamento desses dados, tornando impraticável realizar tal tarefa por meio de planilhas, em vez de sistemas específicos que foram customizados para lidar com essa informação. 9. Diante disso, verifica-se que os dados não estão estruturados na forma solicitada pelo cidadão, ou seja, a STN não possui memória de cálculo dos juros apropriados e sua reconstituição mostra-se inviável diante do volume de dados trabalhados pelos seus sistemas computacionais. 10. Desse modo, entende-se que a RFB justificou a negativa de acesso, uma vez que o pleno atendimento ao requerido demandaria trabalhos adicionais de 8

9 análise e consolidação de dados, que não estão estruturados na forma solicitada pelo cidadão. Conclusão 11. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento do recurso e, no mérito, por seu desprovimento, com fundamento no inciso III do art. 13 do Dec. nº 7.724/ Por fim, observa-se que o órgão recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Dessa forma, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei de Acesso à Informação, em especial recomenda-se: que a identidade do responsável por decidir o recurso de primeira instância seja registrada no e-sic, e que seja agente público diferente e hierarquicamente superior àquele que adotou a decisão inicial. MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo desprovimento do 9

10 recurso interposto, nos termos do art. 23 do Dec. nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº /201-10, direcionado à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda - MF. LUÍS HENRIQUE FANAN Ouvidor-Geral da União 1 0

11 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 343 de 08/10/201 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 08/10/201 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 08/10/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 427cb9a_8d2d00e9b697218