UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

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1 UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANÁLISE DA APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS E FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA PARA MELHORIA DA GESTÃO DE PROCESSOS OPERACIONAIS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ROGÉRIO CARDOSO ORIENTADOR: PROF. DR. FERNANDO CELSO DE CAMPOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Produção, da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Engenharia de Produção. SANTA BÁRBARA D OESTE 2010

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4 À Minha família, Especialmente aos meus filhos, Leandro e Luiz Marcos, à minha esposa Mara e aos meus pais, Rachel e Fausto (in memoriam).

5 AGRADECIMENTOS O maior agradecimento faço a Deus, nosso Pai maior, que me deu forças para realizar mais este feito. Obrigado! Ao prof. Fernando Celso de Campos, pela orientação, amizade, incentivo, indicações de eventos e visitas técnicas, revisões do trabalho e colaboração em nossas reuniões. Aos professores Edson Walmir Cazarini e Alexandre Tadeu Simon, pelas valorosas críticas e contribuições. À secretaria de Pós-Graduação da FEAU/UNIMEP, pelo apoio recebido durante todo o curso. Ao Prof. José Carlos Azevedo, por sua gentileza na cessão de uma cópia de seu discurso da palestra Magna no XV CIADE/2009, que relatou o histórico da EAD no Brasil. À minha família, pela compreensão que tiveram nos momentos em que me ausentei do convívio familiar para me dedicar a este trabalho. À CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio financeiro.

6 "Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas, nos auxiliam muito. Francisco Candido Xavier

7 VII CARDOSO, Rogério. Análise da Aplicabilidade dos Princípios e Ferramentas da Produção Enxuta para Melhoria da Gestão de Processos Operacionais de Educação a Distância em Instituições de Ensino Superior. Santa Bárbara d Oeste: Universidade Metodista de Piracicaba, p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista de Piracicaba, Santa Bárbara d Oeste, RESUMO O século XX foi marcado pelos seus muitos avanços, especialmente na área tecnológica. Grandes mudanças ocorreram também nos processos das organizações, sendo um século de movimentos como fordismo, taylorismo, sistema de produção enxuta, dentre outros. As organizações, por sua vez, demandam mão-de-obra, fazendo com que a Educação tenha como uma de suas metas a formação de indivíduos para o mercado de trabalho. Face à globalização, que teve o avanço marcado pelas tecnologias da informação e comunicação, tanto a gestão das empresas como a Educação, se adaptam criando novas práticas e ferramentas. Com o objetivo de democratizar a Educação, e no caso corporativo, aumentar a eficiência e reduzir custos, a Educação a Distância ganha foco nos últimos anos, principalmente em decorrência da Internet. Dessa forma, este trabalho investiga quais são os conceitos, as técnicas, ferramentas e melhores práticas da produção enxuta que são aplicáveis para a melhoria da gestão de processos de educação a distância em Instituições de Ensino Superior, com foco nos processos de produção de Material Didático Impresso (mídia impressa), Tutoria e Avaliação. PALAVRAS-CHAVE: Produção Enxuta, Sistema Toyota de Produção, Mentalidade Enxuta, Educação a Distância, Gestão de Sistemas de EAD, Educação Superior.

8 CARDOSO, Rogério. Analysis of the Applicability of the Principles and Tools of Lean Production for the Improvement of Distance Education Operating Process Management in Higher Education. Santa Bárbara d Oeste: Universidade Metodista de Piracicaba, p. Dissertação (Master Degree in Production Engeneering) Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista de Piracicaba, Santa Bárbara d Oeste, ABSTRACT The twentieth century was marked by its many advances, especially in technology area. Major changes also occurred in the processes of organizations, with a century of movements such Fordism, Taylorism, lean production system, among others. The organizations, in turn, require manpower, causing education has as one of its goals the training of individuals to the work force s. The globalization phenomena's has advanced based on advances in information technology and communication. Therefore, both the education such the company management, have adapted and created new practices and tools. The focus in distance education have increased in recent years, mainly due to the Internet, aiming to democratize education, and too, improve efficiency and reduce costs, in corporate case. Thus, this paper investigates wich are the concepts, techniques, tools and Best practices of lean production that are applicable to improving case operational management of distance education in institutions of higher education, focusing on production processes of teaching materials printed (print), tutoring and evaluation. KEYWORKS: Lean Production, Toyota Production System, Lean Thinking, Distance Education, Management System in Distance Education, Higher Education.

9 IX LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 A CASA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO FIGURA 2 OS PRINCÍPIOS DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO FIGURA 3 EXEMPLOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS COM EAD FIGURA 4 DESENHO INSTRUCIONAL FIGURA 5 OUTLINE DA PESQUISA... 58

10 X LISTA DE QUADROS QUADRO 1 CARACTERÍSTICAS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO ARTESANAL QUADRO 2 FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA QUADRO 3 APRESENTAÇÃO DAS FERRAMENTAS ASSOCIADAS À PE QUADRO 4 USO DE PRINCÍPIOS E FERRAMENTAS DA PE NA ÁREA DE SERVIÇOS QUADRO 5 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA EAD QUADRO 6 GERAÇÕES DA EAD QUADRO 7 RESUMO DE PAPEIS E DESCRIÇÃO DE ALGUMAS ATIVIDADES NA EAD QUADRO 8 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL IMPRESSO QUADRO 9 CONSIDERAÇÕES SOBRE A TUTORIA QUADRO 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM QUADRO 11 ADERÊNCIA ENTRE PRINCÍPIOS ENXUTOS E PROCESSOS DA EAD QUADRO 12 ADERÊNCIA ENTRE FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA E OS PROCESSOS DA EAD QUADRO 13 RELAÇÃO ENTRE TIPOS DE PERDA E OS PROCESSOS DA EAD

11 XI LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT AVA CPA DI EAD IES LDB MDI ME MEC OCDE OER PDI PE STP TI TPS Associação Brasileira de Normas Técnicas Ambiente Virtual de Aprendizagem Comissão Própria de Avaliação Design Instrucional Educação a Distância Instituição de Ensino Superior Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Material Didático Impresso Manufatura Enxuta Ministério da Educação Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico Open Education Resources Plano de Desenvolvimento Institucional Produção Enxuta Sistema Toyota de Produção Tecnologia da Informação Toyota Production System

12 SUMÁRIO RESUMO... VII ABSTRACT... VIII LISTA DE FIGURAS... IX LISTA DE QUADROS... X LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... XI 1. INTRODUÇÃO RELEVÂNCIA DO TEMA E JUSTIFICATIVA OBJETIVO GERAL Objetivos específicos ESTRUTURA DO TRABALHO PRODUÇÃO ENXUTA EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO Produção Artesanal Produção em Massa ORIGEM DA PRODUÇÃO ENXUTA (PE) OU MANUFATURA ENXUTA (ME) O SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO E A ELIMINAÇÃO DAS PERDAS A SÍNTESE DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (STP) Princípios do STP, segundo Liker Passos para a Produção Enxuta Princípios Enxutos Ferramentas da Produção Enxuta RELATOS E EXPERIÊNCIAS DE USO DE PE EM SERVIÇOS CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EAD MODELOS DE PROJETOS EM EAD Classificação de Modelos segundo a Estrutura Organizacional Classificação segundo o formato de interação (Aluno-Professor-Conteúdo) Um pouco do Contexto Internacional ATORES E PAPÉIS NA EAD DESIGN INSTRUCIONAL (DI) PROCESSOS DE EAD E SUA GESTÃO EXEMPLOS Processo de Desenvolvimento de Material Didático Impresso Processo de Tutoria Processo de Avaliação da Aprendizagem CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO MÉTODO DA PESQUISA CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ETAPAS DA METODOLOGIA DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Produção Enxuta: perdas, princípios enxutos e ferramentas Educação a Distância Análise da Aplicabilidade... 62

13 5. ANÁLISE DA APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS E FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA ANÁLISE BASEADA NOS PRINCÍPIOS ENXUTOS ANÁLISE BASEADA NAS FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA ANÁLISE BASEADA NA ELIMINAÇÃO DAS PERDAS CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO CONCLUSÃO SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 81

14 1. INTRODUÇÃO O século XX foi marcado pelos seus grandes avanços, especialmente na área tecnológica, o que provocou alterações profundas no modo de ser das organizações e das pessoas. Estas alterações ocorreram principalmente em função da evolução dos meios de produção, da informação e da comunicação. No que se refere aos meios de produção, no modelo denominado fordismo, iniciado e difundido nos Estados Unidos por Henry Ford em sua fábrica de automóveis, as máquinas de tarefa única eram operadas por mão de obra pouco especializada. Seu princípio está fundamentado no ato de empurrar a produção, ou seja, empurra-se o planejamento da produção para os operários, que empurram os subconjuntos na linha de montagem, e o produto é empurrado para o cliente, que por sua vez deve ser convencido a consumi-lo. O fordismo conseguiu atingir seus objetivos no tocante à democratização do acesso aos bens produzidos, no entanto, é um modelo que gera grande desperdício de recursos como mão de obra e matéria-prima, o que provocou no decorrer do tempo perdas no acúmulo de riquezas que é a mola propulsora do capitalismo. Em razão disso, a produção em massa, que foi oriunda deste modelo, aos poucos foi sendo substituída pelo modelo de Produção ou Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing ou Lean Production), que, além de ser capaz de diversificar os produtos e produzir quantidades menores, defende prioritariamente dois princípios: a eliminação de desperdícios e a fabricação com qualidade (WOMACK et al., 1992). Dessa forma, o modelo de Produção Enxuta tem despertado grande interesse de empresas do setor industrial, que, em função da forte concorrência, buscam de toda forma obter ganhos de competitividade. No Brasil, as iniciativas pioneiras de implantação de algumas técnicas deste modelo de produção datam da década de Nesta época, restringia-se à

15 INTRODUÇÃO 2 implementação de elementos específicos, como o sistema kanban para controle de estoques ou a formação de células de manufatura. Entretanto, os resultados alcançados foram modestos ou pontuais, uma vez que boa parte das empresas procedeu a uma implantação parcial do sistema, já que este se mostrou bem mais complexo do que parecia a priori (CARDOZO, 2006; MIYAKE; FRANCISCHINI, 2009). No modelo de Produção Enxuta, também conhecido por Sistema Toyota de Produção ou sistema de produção japonês, a cadeia de produção é iniciada pelo cliente, levando ao termo produção puxada, ou seja, ele "puxa" a produção quando demanda um determinado produto. Desta forma, a produção passa a ser feita somente na hora em que é exigida - just-in-time, o que significa fornecer a peça correta, na hora correta, na quantidade correta e no local necessário. A mão de obra, na perspectiva da Produção Enxuta, deve ser mais bem qualificada, com habilidades e responsabilidades para poder tomar decisões, resolver dificuldades e realizar tarefas que podem não ter sido pensadas anteriormente (COMM; MATHAISEL, 2003). Flexibilidade passa a ser a palavra de ordem. Ao contrário desta perspectiva, no modelo fordista as pessoas estudavam até obter uma profissionalização, inseriam-se no mercado de trabalho e permaneciam até a sua aposentadoria desempenhando, normalmente, as habilidades que adquiriram durante a fase de estudos. Deste modo, sua educação, que se resumia à transferência de como realizar certas atividades, bastava. Com a utilização do modelo de Produção Enxuta, por exemplo, e face ao alto grau de concorrência no mercado de todos os ramos de atividades, e também decorrente das novas posturas administrativas, o profissional exigido pelas organizações passou a ter outras características. Ele deve ser capaz de readaptar-se, de forma constante, às mudanças que são determinadas pelas

16 INTRODUÇÃO 3 exigências do próprio mercado. Portanto, não basta mais aprender a fazer, é fundamental entender e compreender. O profissional formado pela educação do paradigma fordista mostra-se ineficiente em relação às exigências atuais do mercado, pois é incapaz de agir e sobreviver na sociedade do conhecimento. Belloni (2001) salienta que as características fundamentais da sociedade do conhecimento que mais têm impacto sobre a educação são: maior complexidade, mais tecnologia, compreensão das relações de espaço e tempo, trabalho mais responsabilizado, mais precário, com maior mobilidade, exigindo um trabalhador multicompetente, multiqualificado, capaz de gerir situações de grupo, de se adaptar a situações novas, sempre pronto a aprender. Em suma, um trabalhador mais informado e mais autônomo. Então, qual a função da Educação em meio a este novo contexto, onde há excesso de dados e tanta informação? Em uma sociedade que aprende, não é possível dominar todas as informações, por isso a sua transmissão pela Educação não corresponde mais ao que se espera dela no sentido social. A este respeito, Assmann (2007, p.33) destaca que no mundo de hoje, o aspecto instrucional da educação já não consegue dar conta da profusão de conhecimentos disponíveis e emergentes mesmo em áreas específicas. No que se refere ao Ensino a Distância, o passar do tempo e, consequentemente, o amadurecimento desta modalidade têm provocado, inclusive, uma revisão em sua terminologia e conceituação, alterando, por exemplo, de Ensino para Educação a Distância. O Ministério da Educação (BRASIL, 2005) define Educação a Distância (EAD) como uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

17 INTRODUÇÃO 4 Dessa forma, ante aos pressupostos legais apresentados e frente ao contexto da política de expansão da Educação Superior no Brasil, a EAD possui papel de grande destaque. Pode-se afirmar que esta modalidade de educação já se encontra inserida na sociedade atual e vislumbra um processo de convergência de modalidades por meio da unificação do ensino presencial e a distância, em que as tecnologias da informação e comunicação serão utilizadas de modo muito mais intenso e a EAD não será apresentada mais como uma modalidade diferente de educação. No que se refere às empresas prestadoras de serviço, Kotler (2004) referencia que elas podem sair ganhando ao executar um serviço com qualidade consideravelmente superior ao da concorrência e superar as expectativas dos clientes. Diz também que depois de receber o serviço, os clientes confrontam o serviço percebido com o serviço esperado. Para Grönroos (1993), o nível da qualidade total percebida não é determinado pelo nível das dimensões da qualidade técnica e funcional apenas, mas sim pela diferença (gap) entre a qualidade esperada e a qualidade experimentada. Diante disso, o surgimento da Produção Enxuta, a expansão da EAD e a questão da qualidade em prestação de serviços, nota-se que o tema é de interesse e possui aspecto multidisciplinar RELEVÂNCIA DO TEMA E JUSTIFICATIVA O presente trabalho conjuga dois temas de áreas de conhecimentos distintos: Educação a Distância e Produção Enxuta, ambos de extrema relevância na atualidade. Desde a década de 1990, com a edição do livro A máquina que mudou o mundo, de Womack e Jones (1992), o sistema de Produção Enxuta (PE) vem crescendo e sendo disseminado nas indústrias de toda sorte, especialmente em razão dos ganhos que proporciona. Mais recentemente, os conceitos que envolvem esse sistema vêm sendo adaptados e adotados em empresas de

18 INTRODUÇÃO 5 outros ramos de atividade, como prestação de serviços em áreas hospitalar, gráfica, de alimentação, de administração pública, dentre outras. A EAD, por sua vez, é uma modalidade de ensino que cresce em altos índices nos últimos anos (ABED, 2010; PARSAD; LEWIS, 2008) graças, principalmente, ao avanço das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Tais tecnologias são constantemente estudas como meio ou apoio facilitador da aprendizagem, sempre em busca de processos mais eficientes na relação entre o ensinar e o aprender. No entanto, o sucesso da EAD não se limita ao uso das novas tecnologias. É necessário gerir os processos de apoio a esta modalidade com competência para conferir características de competitividade às Instituições que a utilizam. Atualmente as organizações podem empregar uma grande variedade de práticas, filosofias, ferramentas e tecnologias de gestão a fim incrementar sua competitividade e que podem ser aplicadas, também, em EAD. Diante disso, o presente trabalho investiga a essência da Produção Enxuta e suas ferramentas, e busca sua aplicação na gestão de processos de projetos voltados à EAD. Por este prisma é que se justifica a presente pesquisa, e questões importantes se apresentam como problemáticas a serem investigadas: É possível visualizar o processo de desenvolvimento de cursos na modalidade a distância à luz da administração da produção? Como adequar as teorias da administração da produção (particularmente da Produção Enxuta), predominantemente voltadas aos processos industriais, ao processo de desenvolvimento de programas de Educação a Distância? Quais conceitos e práticas da Produção Enxuta podem ser aplicados no desenvolvimento de cursos na modalidade a distância?

19 INTRODUÇÃO OBJETIVO GERAL Investigar quais conceitos, técnicas, ferramentas e melhores práticas da Produção Enxuta são aplicáveis para a melhoria da gestão de processos de Educação a Distância em Instituições de Ensino Superior, com foco nos processos de produção de Material Didático Impresso (mídia impressa), Tutoria e Avaliação OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar ferramentas e práticas da Produção Enxuta e verificar sua correlação com a área de prestação de serviços; Identificar fatores críticos para o desenvolvimento de programas de Educação a Distância; Relacionar os conceitos de Produção Enxuta com os processos da EAD ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho foi estruturado em 6 capítulos, a saber: Capítulo 1 Introdução: apresenta a introdução, a relevância do tema e justificativa, os objetivos e a estrutura do trabalho; Capítulo 2 Produção Enxuta (PE): apresenta uma revisão bibliográfica dos temas relacionados à PE. Primeiramente, é apresentada uma evolução dos sistemas de produção até o Sistema de Produção Enxuta. Na sequência, os princípios, as ferramentas e as experiências do uso de PE em serviços. Capítulo 3 Educação a Distância: neste capítulo são apresentadas as definições para EAD, uma retrospectiva sobre EAD, incluindo os cenários internacional e brasileiro, os modelos de projetos de EAD, os

20 INTRODUÇÃO 7 atores e seus respectivos papeis na EAD, o processo de Desenho Instrucional e os exemplos de processos de EAD e sua gestão. Capítulo 4 Metodologia da Pesquisa: neste capítulo são apresentadas as classificações do trabalho sob a óptica da Metodologia Científica e os passos seguidos por este trabalho. Capítulo 5 Análise da Aplicabilidade dos Princípios e Ferramentas da Produção Enxuta: este capítulo apresenta a análise e discussão, na visão do autor, a respeito de quais os conceitos, as técnicas, ferramentas e melhores práticas da Produção Enxuta são aplicáveis para a melhoria da gestão de processos de Educação a Distância em Instituições de Ensino Superior, além de fazer considerações práticas. Capítulo 6 Considerações finais e sugestões para trabalhos futuros.

21 PRODUÇÃO ENXUTA 8 2. PRODUÇÃO ENXUTA Este capítulo faz uma breve apresentação da evolução dos sistemas de produção, particularmente aqueles ligados à indústria automobilística, desde o sistema artesanal até a produção enxuta, e introduz os conceitos e princípios deste modelo de produção EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO Ao se referir aos Sistemas de Produção deve-se destacar o papel preponderante da indústria automobilística neste processo evolutivo. Partindo da produção artesanal, passando pela produção em massa e chegando à produção enxuta, várias características ou princípios merecem destaque PRODUÇÃO ARTESANAL O sistema de produção que hoje é conhecido como artesanal estava ligado ao modo como as habilidades eram desenvolvidas, ou seja, a progressão do aprendiz-artífice-mestre. Ainda hoje pode-se citar exemplos de atividades deste tipo, como: a construção de casas, as atividades de marcenaria, a fabricação de relógios de parede, dentre outros que são realizados por habilidosos artesãos que trabalham em uma única peça ou algumas delas com pequena produção (BROWN, 2005). O Quadro 1 a seguir apresenta um resumo das características e desvantagens deste método de produção.

22 PRODUÇÃO ENXUTA 9 Características Força de trabalho altamente qualificada, composta de negociantes semi-independentes com habilidade em desenho, operação de máquinas, ajustes e acabamento; Organizações descentralizadas, de modo que pequenas oficinas de máquinas forneciam a maioria das peças; O dono/empresário coordenava o processo e contatava diretamente os fornecedores, trabalhadores e clientes. As máquinas eram de uso geral (cortar, perfurar e polir) para as operações em metal e madeiras. Baixo volume de produção e preços altos. Desvantagens Somente os ricos podiam comprar os produtos A qualidade era imprevisível, pois cada produto era, essencialmente, um protótipo As ações de melhoria não eram amplamente compartilhadas, uma vez que certas organizações as viam como uma ameaça. QUADRO 1 CARACTERÍSTICAS E DESVANTAGENS DA PRODUÇÃO ARTESANAL. FONTES: ADAPTADO DE DENNIS, 2008, P. 20; WOMACK ET AL., 1992, P. 12. Os trabalhadores eram excessivamente especializados, conheciam quase todas as etapas de produção e montavam um item de cada vez, de maneira cuidadosa e singular. Isto agradava a maioria dos clientes da ocasião, que adquiriam produtos personalizados, feitos sob encomenda, com a perfeição característica do trabalho manual, segundo relatado por alguns autores (WOMACK et al.,1992). Em decorrência da baixa eficiência do sistema de produção artesanal e concomitante com o movimento da administração científica, denominado taylorismo em razão de seu idealizador Frederick Winslow Taylor, surge o sistema de produção em massa PRODUÇÃO EM MASSA Os créditos deste sistema são atribuídos, em boa parte, a Henry Ford que possuía o sonho de fabricar carros em condições de que cada cidadão norteamericano pudesse ter um. Para tal, ele revolucionou a estratégica comercial de então, por meio da fabricação de um carro, sem opções de cores ou modelos, a preços acessíveis com um plano de vendas e de assistência

23 PRODUÇÃO ENXUTA 10 técnica de grande alcance. (BROWN, 2005; CORREA; CORREA, 2009; FLEURY, 2008; LEVITT, 1975) De acordo com Fleury (2008), existem dois importantes princípios da produção em massa: intercambialidade e a linha de montagem. Isto significa, respectivamente, produzir automóveis com partes padronizadas e intercambiáveis; e que o produto desloca-se por um caminho e a cada parada o trabalhador exerce certa atividade. Para criar este último princípio, Ford inspirou-se em uma visita que fez a abatedouros de bois, onde eles eram abatidos e pendurados em ganchos que circulavam em determinado recinto, e a cada parada uma parte do boi era cortada, ocasionando uma operação de desmontagem. Neste sistema de produção, as qualificações do trabalhador resumem-se ao conhecimento necessário para a execução de uma tarefa específica. Outros autores (CHIAVENATO, 2003; MORAES NETO, 1998; TAYLOR, 1980) relatam que o sistema de produção em massa adotado por Ford possui os seguintes princípios básicos: Princípio de intensificação: consiste em diminuir o tempo de produção com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado; Princípio de economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação. Por meio deste princípio era possível fazer com que o trator ou o automóvel fossem pagos antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida, e antes do pagamento de salários; Princípio da produtividade: consiste em aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem.

24 PRODUÇÃO ENXUTA 11 Este modo de produção, que foi popularizado por Henry Ford, particularmente em razão do carro Ford Modelo T, tornou-se muito difundido, pois permite altas taxas de produção por trabalhador e ao mesmo tempo disponibiliza produtos a preços baixos. Dentre as muitas inovações estabelecidas por Ford está a possibilidade da total intercambialidade de peças e a facilidade de montagem. Essas inovações, segundo Dennis (2008), é que permitiram a linha de montagem móvel, na qual o produto em elaboração é que se deslocava ao longo da linha de montagem e os operadores permaneciam parados, o que propiciava uma economia substancial. Desde antes da primeira guerra mundial, ocorrida entre 1914 e 1918, muitos industriais visitavam a fábrica da Ford, em Detroit, para aprenderem sobre as teorias de Henry Ford, que não as escondia. Womack et al. (1992) apresentam dados que comprovam a grande revolução causada pela mudança do processo artesanal para a produção em massa. Um motor, que antes demandava 594 minutos para sua montagem, passou a ser montado em 226 minutos, e o veículo, que possuía 750 componentes, passou a ter 93. Isso representou, respectivamente, uma redução de 62% e 88%. A grande meta de Ford era reduzir ao máximo os custos com a produção, repassar isso aos preços finais dos veículos montados e criar um mercado consumidor sempre crescente. Womack et al. (1992) citam que em 1923 o carro Ford Modelo T atingiu o pico de produção, com 2,1 milhões de carros vendidos ORIGEM DA PRODUÇÃO ENXUTA (PE) OU MANUFATURA ENXUTA (ME) O Japão ainda tentava se reerguer após a tragédia da segunda Guerra Mundial quando em 1950 o engenheiro da Toyota, Eiji Toyoda, viaja para Detroit a fim de visitar a fábrica da Ford. Ainda que os números resultantes da fabricação de veículos da Toyota comparados com a Ford fossem demasiados distantes, a

25 PRODUÇÃO ENXUTA 12 expedição visava compreender o sistema de grande sucesso da Ford, e buscar alternativas para a Toyota. Ao retornar à matriz, após conversas com Taiichi Ohno, eles concluem que não seria possível, nem viável, a simples cópia do modelo da Ford para aquele país. Eles observaram que havia um grande desperdício de recursos esforço humano, materiais, espaço e tempo. Foi então que surgiu o Sistema Toyota de Produção (STP, ou em inglês TPS Toyota Production System) como uma alternativa às fortes pressões do mercado da época. E o maior foco deste sistema está na eliminação dos desperdícios e na fabricação com qualidade (MAXIMIANO, 2006; OHNO, 1997; WOMACK et al., 1992). James-Moore e Gibbons 1 (1997) destacam que não obstante o STP é entendido como algo novo; mas, na verdade, muitos de seus princípios podem ser rastreados em trabalhos de pioneiros como Deming, Taylor e Skinner e pesquisadores ingleses como Hill, Voss e Lamming. Ohno (1997) julga que o STP teve sua origem na necessidade da organização, uma vez que certas restrições de mercado exigiam a produção de pequenas quantidades de muitas variedades de itens com demanda reduzida. Esta restrição, associada à crise do petróleo ocorrida nos anos 1970, fez com que os gerentes japoneses despertassem e criassem um novo método de gestão da produção. O sistema de gestão da produção, altamente focado na eficiência, veio a ser caracterizado, na década de 1980, como Manufatura ou Produção Enxuta, termo traduzido da expressão inglesa lean manufacturing ou 1 Os trabalhos citados por James-Moore e Gibbons são: DEMING, W.E. Many of his works, the principles perhaps being best captured in Out of the Crisis. Quality, Productivity and the Competitive Position, Cambridge University Press, Cambridge, TAYLOR, F. The Principles of Scientific Management, Harper Bros, New York, NY. SKINNER, W., Manufacturing missing link in corporate strategy. Harvard Business Review. May-June, HILL, T., Manufacturing Strategy The Strategic Management of the Manufacturing Function. Macmillan, VOSS,C.A.; CHIESA, V.; CAUGHLAN, P. Developing and testing benchmarking in selfassessment frameworks for manufacturing. International Journal of Operations & Production Management, vol. 14 n. 3, 1994, p LAMMING, R. Beyond Partnership Strategies for Innovation and Lean Supply. Prentice-Hall, London, 1993

26 PRODUÇÃO ENXUTA 13 lean production. De uma forma ampla, a Manufatura Enxuta consiste na aplicação de práticas que visam identificar e eliminar perdas ou desperdícios no sistema produtivo, além de busca incessantemente o bom atendimento ao cliente por meio de melhor qualidade nos produtos e serviços, custos mais baixos e maior flexibilidade. Assim, diante da eficiência com que a Toyota apresentava o combate e/ou eliminação dos desperdícios, o STP começou a se divulgar pelas indústrias. Tal propagação de pensamento resultou na criação de novos métodos de produção e administração, o que foi possível, simultaneamente, produzir modelos em pequena escala e a baixo custo. Esta definição, que equivale a produzir com o máximo de economia de recursos e o mínimo de perdas, é atribuída a John Krafcik, pesquisador do IMVP (International Motor Vehicle Program) (WOMACK et al., 1992). Pettersen (2009) afirma que localizar definições de Manufatura Enxuta é uma tarefa difícil. Segundo ele, alguns autores têm feito tentativas para definir o conceito, enquanto outros buscam saber se o conceito é claramente definido. Saurin e Ferreira (2008) também corroboram com a idéia e afirmam que a terminologia a respeito do tema não é consensual. NIST (2000) 2 define Produção Enxuta como uma abordagem sistemática para identificar e eliminar os desperdícios por meio de um processo de melhoria contínua em busca da perfeição a partir das necessidades dos clientes. Segundo Villiers (2006), a filosofia da Produção Enxuta é reduzir continuamente as perdas em todas as áreas e de todas as formas. Produção Enxuta bem-sucedida, segundo este autor, é evidente quando os processos são capazes de, consistentemente, entregar produtos e serviços de alta qualidade, no local certo, na hora certa, em resposta à demanda do cliente e com a melhor relação custo-benefício possível. 2 NIST - National Institute of Standards and Technology. Principles of Lean Manufacturing with Live Simulation, Manufacturing Extension Partnership, Gaithersburg, MD, 2000 apud ANDERSSON et al., (2006).

27 PRODUÇÃO ENXUTA O SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO E A ELIMINAÇÃO DAS PERDAS As empresas possuíam liberdade de estabelecer os preços para seus produtos e serviços por meio da fórmula: Custo + Margem = Preço. Uma vez calculados os custos e determinada a margem que a empresa gostaria de praticar, o preço resultante era repassado ao consumidor. Entretanto, diante das mudanças ocorridas no mercado, frente à forte concorrência atual, esta equação mudou para: Preço Custo = Lucro (ANTUNES Jr; KLIPPEL, 2002; MONTENEGRO, 2006; PRAHALAD, 1999). Considerando-se que o preço é determinado pelo mercado, e por que não dizer fixo, o lucro passa a ser o resultado da equação. Isso posto, a redução de custo passa a ser determinante em qualquer segmento empresarial. Segundo Shingo (2002), se for feita a pergunta O que é o Sistema Toyota de Produção (STP)?, 80% das pessoas irão responder que é um sistema Kanban ; outras, 15% talvez, podem responder que é um sistema de produção. O fato é que o STP é 80% de eliminação de perdas, 15% um sistema de produção e apenas 5% o kanban, conceito que será retomado mais adiante como uma das técnicas de eliminação de perdas. Portanto, o ponto-chave do STP é a eliminação de perdas ou desperdícios, cujo termo em japonês é referido pela palavra MUDA. Ohno (1997) afirma que para reconhecer os tipos de perdas (desperdícios) é necessário, antes de tudo, entender a sua natureza, investindo tempo no local de trabalho e aprendendo a mapear as atividades que agregam valor e as que não agregam, com o intuito de melhorar a qualidade de seus processos e produtos, além de obter custos mais baixos. Para Womack e Jones (2004), desperdício refere-se a qualquer atividade que absorve recursos mas que não cria valor, de modo que valor significa a capacidade de oferecer um produto/serviço no momento certo e a um preço adequado, conforme definido pelo cliente. Alguns autores (BITTAR et al., 2005; BROWN et al., 2005; DENNIS, 2008; OHNO, 1997; SHINGO, 2002) classificam as perdas como: superprodução,

28 PRODUÇÃO ENXUTA 15 esperas, transporte excessivo, processos inadequados, estoque, movimentação desnecessária e defeitos. Cada uma será detalhada a seguir: 1. Superprodução: produção em excesso ou antes do momento necessário resulta em fluxo ineficiente de peças e alto inventário em processo. 2. Esperas: períodos longos de inatividade das pessoas, informações e componentes provocam fluxo inadequado e tempos de processamento longos. 3. Transporte Excessivo: movimentação excessiva de pessoas ou componentes, resultando em tempos, esforços e custos improdutivos. 4. Processos Inadequados: uso incorreto de ferramentas, procedimentos, parâmetros ou sistemas, praticados freqüentemente, comprometem a eficácia e não agregam valor ao que o cliente espera. 5. Estoque: a manutenção de estoques de matéria-prima e material em processo (WIP work in process - estoque intermediário ou em processo) gera desperdícios. Este tipo de perda oculta a existência de outras perdas, além de investimento e exigência de espaço. 6. Movimentação desnecessária: falta de organização nos locais de trabalho. 7. Defeitos: erros frequentes de documentação, problemas na qualidade dos produtos ou baixo desempenho de entrega A SÍNTESE DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO (STP) O STP rompe a área de produção e penetra por toda a organização. Womack e Jones (2004) descrevem este movimento como Pensamento Enxuto. É uma filosofia operacional ou um sistema de negócios. Uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz, ou seja, fazer cada vez mais com cada vez menos. Menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo e espaço, e,

29 PRODUÇÃO ENXUTA 16 concomitantemente, buscando cada vez mais oferecer aos clientes exatamente o que eles desejam no tempo certo. De acordo com o Lean Institute Brasil (LIB, 2009), esta é uma forma de criar novos trabalhos ao invés de simplesmente destruir empregos em nome da eficiência. Mas trabalhos que efetivamente agregam valor, que eliminam desperdícios e não empregos. A Figura 1 apresenta um diagrama que se tornou um dos símbolos do STP e, mais recentemente, da indústria moderna. FIGURA 1 A CASA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO Fonte: LIKER, 2008, p. 51. Pode-se questionar: mas por que uma casa? Porque uma casa é um sistema complexo e estrutural, ou seja, ela só é forte se o telhado, as colunas e as fundações são fortes (LIKER, 2008). A Casa da Toyota, por sua vez, foi desenvolvida por Taiichi Ohno e Eiji Toyoda para que eles pudessem explicar a evolução do sistema da Toyota aos seus funcionários e aos seus fornecedores.

30 PRODUÇÃO ENXUTA 17 Embora existam diversas versões da casa, os princípios fundamentais permanecem. Seu telhado, por exemplo, destaca o foco no cliente através da maior qualidade possível, do menor custo possível e do menor lead time 3 por meio de eliminação de perdas. As colunas de sustentação referem-se ao processo de entrega de peças e produtos just-in-time, ou seja, no momento da necessidade do cliente, e jidoka 4, que essencialmente significa conceder inteligência humana a uma máquina para que possa, automaticamente, parar quando surgir um problema, nunca deixar que um defeito passe adiante e liberar as pessoas das máquinas, o que, segundo Ohno (1997), é a automação com um toque humano ou inteligência das máquinas. No centro da casa estão as pessoas: equipes compostas por membros flexíveis e motivados, constantemente a procura de uma maneira melhor de se fazer as coisas. E, por fim, na base do sistema estão principalmente a estabilidade e padronização. Para que toda esta casa esteja sólida é necessário um conjunto de ferramentas e técnicas que serão apresentadas a seguir. Entretanto, como já citado anteriormente, cabe ressaltar que o STP não é apenas um conjunto de ferramentas, ou seja, é um sistema de produção sofisticado que as partes interligadas contribuem para o todo. Womack e Jones (2004) definem a Produção Enxuta como um processo de cinco passos: definição dos valores do cliente, definição do fluxo de valor, ATP de fazê-lo "Fluir", ato de "Puxar" a partir do cliente e a lutar pela excelência. 3 Lead time pode ser definido como o tempo de atendimento de um pedido, desde o momento em que chega à empresa (ou ao setor de produção) até o momento em que ele é atendido (entregue ao cliente interno ou externo). As empresas buscam constantemente reduzir o lead time e o grande desafio é torná-lo zero, ou seja, fazer com que o atendimento seja imediato. 4 Jidoka é um termo em japonês para autonomação.

31 PRODUÇÃO ENXUTA PRINCÍPIOS DO STP, SEGUNDO LIKER A Figura 2 apresenta um resumo dos quatorze princípios do STP segundo Liker (2008). Ele dividiu os princípios em quatro categorias, comumente chamadas de Os 4Ps do modelo Toyota, pois representam Philosophy, Process, People/Partners e Problem Solving, termos que respectivamente traduzidos são: filosofia, processos, pessoas/parceiros e solução de problemas. Embora a figura não apresente a numeração dos princípios, o autor os agrupou. A categoria filosofia engloba o princípio 1; a categoria processo, os princípios de 2 a 8, respectivamente; a categoria funcionários e parceiros, de 9 a 11; e solução de problemas engloba os princípios de 12 a 14. FIGURA 2 OS PRINCÍPIOS DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO Fonte: LIKER, 2008, p. 28. Os sete tipos de perdas do STP, citados na sessão 2.3, permeiam estes quatorze princípios apresentados por Liker (2008). Além de consolidar a filosofia do STP, eles embutem um conjunto de ferramentas que permitem a implementação deste sistema por parte da Toyota e qualquer outra organização. Pela relevância com os propósitos deste trabalho, foram escolhidos seis princípios para serem destacados:

32 PRODUÇÃO ENXUTA 19 Filosofia de longo prazo princípio 1. Este princípio possui relação direta com a qualidade e eliminação das perdas, que formam a base do STP. No atual cenário de competitividade, embora as organizações necessitem do lucro para sua sobrevivência, a filosofia de longo prazo é fundamental. Fluxo contínuo de produção princípio 2. Este princípio consiste em tornar o fluxo aparente em toda a organização e manter a cultura de trazer o problema à tona assim que ele ocorre. Uso de sistemas puxados para evitar a superprodução princípio 3. Este princípio visa oferecer aos clientes o que eles desejam, quando desejam e na quantidade que necessitam. Dessa forma, o processo de reabastecimento de material acionado pelo consumo é o princípio básico do just-in-time, termo definido por Slack et al. (2008, p. 482) como o ato de produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários não antes para que não formem estoque, e não depois para que seus clientes não tenham que esperar. Nivelamento da carga de trabalho (heijunka) princípio 4. O objetivo deste procedimento é eliminar a sobrecarga das pessoas, dos equipamentos e da instabilidade no programa de produção. Dessa forma, combater o processo para/começa do trabalho em lotes é fundamental para o sucesso da produção enxuta. O termo japonês mura refere-se à falta de regularidade no trabalho. Uso do controle visual para que nenhum problema fique oculto princípio 7. Ao considerar este princípio, é possível destacar três ferramentas que buscam enfocar o controle visual: os relatórios simples, o andon e o kanban. O primeiro refere-se à elaboração de relatórios que tenham no máximo uma página e que utilizem indicadores visuais simples para ajudar as pessoas a perceberem de forma rápida e fácil se estão diante de uma situação normal ou de um problema. Já o andon, sinal de luz para indicar o pedido de ajuda, sinaliza nas fábricas de

33 PRODUÇÃO ENXUTA 20 motores e montadoras da Toyota um desvio das condições operacionais padrão, que, segundo Liker (2008), é chamado de sistema de parada de linha em posição fixa. O cartão kanban 5, por sua vez, também sinaliza a necessidade de ações ou a existência de problemas. Uma caixa cheia sem um cartão kanban, por exemplo, indica superprodução. De maneira geral, o sistema de cartões kanban significa ter um sistema de controle de fluxo de materiais por meio de cartões, que tem como meta produtividade e qualidade, interligando em um fluxo uniforme e ininterrupto todas as operações. Segundo os autores Liker (2008) e Moura (1989), o kanban tem como característica puxar a produção, funcionando como um medidor de combustível que exige o reabastecimento quando preciso. Tem as seguintes funções: acionar o processo de fabricação apenas quando necessário; minimizar a formação de estoques; parar a linha para solucionar problemas; permitir controle visual do processo; entregar peças de acordo com o consumo e descobrir as fraquezas do processo. Outra ferramenta é o sistema 5S (seiri - descarte; seiton - ordem; seiso - limpeza; seiketsu - asseio; shitsuke - disciplina), uma metodologia utilizada para melhorar a organização dos ambientes de trabalho por meio da mudança de atitude das pessoas ao seguirem os cinco passos recomendados pelo programa: classificar, organizar, limpar, padronizar e disciplinar. Entre outras coisas, este sistema visa oferecer um local de trabalho agradável e visual, ou seja, um local autoexplicativo, auto-organizado e automelhorável (DENNIS, 2008; LIKER, 2008). Kaizen palavra japonesa para designar melhoria contínua princípio 14. Este princípio está diretamente relacionado à reflexão (hansei) incansável, pois assim que uma perda (muda em japonês) é identificada, os funcionários devem utilizar um processo kaizen para eliminá-la. É um processo de aprender que padroniza as melhores práticas, ao invés de 5 Kanban é uma palavra japonesa que significa sinal, registro ou placa visível.

34 PRODUÇÃO ENXUTA 21 voltar a um início impróprio que não aproveita o conhecimento já acumulado pela equipe ou setor a cada novo projeto ou administrador PASSOS PARA A PRODUÇÃO ENXUTA Ballé e Ballé (2007) afirmam que a maioria dos programas lean fracassa nas empresas porque não adianta somente adquirir o vocabulário, as ferramentas, os princípios ou especialistas. É preciso, sobretudo, incorporar uma atitude gemba (termo japonês que significa o local onde ocorre o trabalho no chão de fábrica ) para o sistema enxuto prosperar. De acordo com Bicheno (2004), mesmo que a filosofia lean seja um sistema mais complexo do que a simples soma de suas ferramentas, não há dúvidas de que a utilização individual de algumas dessas ferramentas, pode trazer bons resultados. DeGarmo et al. (1997) e Elanchezhian et al. (2008) resumem em 10 passos a implementação da lean production. 1. Projetar ou reconfigurar o sistema de produção com base em células de produção 6 sempre tendo em mente os clientes, sejam internos ou externos. Isso prepara sistematicamente o caminho para que se mantenha o fluxo unitário de peças e para que haja um baixo movimento de lotes entre células. 2. Reduzir o tempo de preparação por meio da troca rápida de ferramentas (TRF). Todos do chão de fábrica devem ser capazes de reduzir o tempo de setup usando o SMED (single-minute exchange of die). Para Black (1998), a adoção de programas de TRF é uma idéia revolucionária por não necessitar de altos investimentos em equipamentos sofisticados, resumindo-se a uma análise de tempos e 6 Uma célula consiste em uma minuciosa organização de pessoas, máquinas ou estações de trabalho em uma sequência de processamento. Elas são criadas a fim de facilitar o fluxo unitário de peças de um produto ou serviço por meio de várias operações a uma razão determinada pelas necessidades do cliente e com o mínimo de atraso e espera (Liker, 2008).

35 PRODUÇÃO ENXUTA 22 movimentos aplicada aos setups. A redução do tempo de setup é uma operação crítica para a redução do tamanho do lote de fabricação. 3. Integrar o controle da qualidade ao sistema de manufatura. É preciso inspecionar e capacitar os clientes internos para que se evitem os defeitos. Cada trabalhador é um inspetor, eles podem fazer uso de inspeção sucessiva, autoinspeção e inspeção na fonte por meio de métodos poka-yoke Integrar a manutenção preventiva, fazendo com que pessoas e máquinas sejam confiáveis e de confiança. Para isso é preciso dar treinamento e ferramentas aos trabalhadores, além de implantar as regras do housekeeping 8 (base do programa 5S). 5. Nivelar e balancear o sistema de produção a fim de produzir produtos variados, mas em pequenos lotes. Isto é chamado de nivelamento da produção. 6. Integrar o controle da produção. Essa integração é realizada pelo vínculo entre as células, os subconjuntos e os elementos de montagem final por meio de kanban. Dessa forma, a estrutura do sistema de produção define os caminhos que as partes podem percorrer pela planta da organização. 7. Integrar o controle de estoque. As pessoas da produção controlam o nível de estoque de suas áreas por meio do controle do kanban. Este procedimento reduz sistematicamente o estoque em processo estoque 7 Poka-yoke é um termo japonês referente a um dispositivo a prova de erros, destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos (SHINGO, 1986). No inicio do século XX, no Japão, Sakichi Toyoda inventou o que pode ser considerado o primeiro dispositivo poka-yoke: um mecanismo que, acoplado ao tear, era capaz de identificar o rompimento de um fio ou o atingimento da quantidade de tecido a ser produzida, paralisando a operação imediatamente. Isto permitiu que vários teares fossem operados por um único trabalhador, o que representou uma grande vantagem competitiva para a época. Este conceito de dispositivos capazes de detectar uma anormalidade no processamento foi, anos mais tarde, aplicado e difundido na Toyota por Taiichi Ohno. 8 Termo designado para o ato de arrumar ou limpar a casa

36 PRODUÇÃO ENXUTA 23 de material e mão de obra resultantes de um trabalho iniciado, porém não concluído, ou estoque entre as operações. 8. Integrar os fornecedores. Educar e incentivar os fornecedores a desenvolver o seu próprio sistema de Produção Enxuta de qualidade superior. 9. Instituir a autonomação (automação com toque humano). Converter células manuais em células automáticas é um processo evolutivo, iniciado pela necessidade de resolver os problemas da qualidade, confiabilidade ou capacidades, eliminando, assim, um gargalo na produção. 10. Reestruturar o resto da companhia. Uma vez reestruturada a fábrica, o resto da companhia irá se reestruturar. Segundo DeGarmo et al. (1997) e Elanchezhian et al. (2008), após serem completados os oito primeiros passos, o sistema de produção fica redesenhado e integrado com as funções críticas da produção da qualidade, controle de estoque, controle de produção e manutenção de máquinas e ferramentas PRINCÍPIOS ENXUTOS De acordo com Womack e Jones (2004), a aplicação dos princípios enxutos aos processos e em toda a empresa conduzirá ao que os autores denominam estado "enxuto". Este estado enxuto é resultante da eliminação de desperdícios nas operações, de tal forma que os produtos possam ser desenvolvidos com uma mínima parcela dos custos totais de material, tempo e esforço humano. Assim sendo, os autores enumeram os seguintes princípios: Princípio do Valor: especificar o valor de forma precisa. No entanto, esta tarefa só pode ser realizada pelo cliente final.

37 PRODUÇÃO ENXUTA 24 Princípio do Fluxo do Valor: identificar o fluxo do valor, que consiste nas três tarefas gerenciais críticas: solucionar problemas; gerenciar informação e a gerar a transformação física. Princípio do Fluxo: fazer com que o valor identificado flua. Princípio do Sistema Puxado: deixar que o consumidor puxe o valor. Após introduzir o fluxo, os produtos que consumiam anos de projeto passam a levar meses, os pedidos que levavam dias para serem processados levam quase horas e os gargalos de tempo para produção física convencional passa de semanas e meses para minutos. Princípio da Perfeição: esforço incessante em busca da perfeição. À medida que a organização especifica o valor com precisão, identifica o fluxo do valor, faça com que este valor flua continuamente e deixe que os clientes puxem o valor, a perfeição ocorrerá quase automaticamente, deixando de ser algo inatingível FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA Diversas ferramentas já foram citadas nas seções anteriores como parte do STP, dos passos para a implantação da Produção Enxuta e dos princípios enxutos. O Quadro 2, apresentado na próxima página, resumirá algumas destas ferramentas. Durante a revisão de literatura, o trabalho de Pettersen (2009) chamou a atenção, pois ele investigou as definições de Produção Enxuta, os métodos e objetivos associados ao conceito. Do total de 37 artigos utilizados na pesquisa, este autor criou um ranking dos livros mais referenciados e confrontou o principal objetivo de cada autor com as características relacionadas à Produção Enxuta.

38 PRODUÇÃO ENXUTA 25 Ferramentas Manufatura Celular (MC) Kanban Gestão ou Controle Visual 5S Poka-yoke Just in time Redução de Tempo de setup (SMED) TPM (Total preventive maintenance) TQM Kaizen Descrição MC é um grupo de máquinas, as quais são projetadas e organizadas para produzir uma família específica de peças, componentes e/ou produtos. Seu objetivo é aumentar a eficiência na produção por meio do agrupamento de produtos com similaridade de projeto e/ou processo de produção (BLACK, 1998; OLIVEIRA; MONTEVECHI, 2001; VOSS, 1987) O sistema kankan foi projetado para ser usado dentro do contexto da filosofia JIT, e busca movimentar e fornecer os itens apenas nas quantidades necessárias e no momento necessário (TUBINO, 2004). É um sinal visual para suportar o fluxo de puxar o produto através do processo de fabricação, tal como exigido pelo o cliente (MELTON, 2005). Método cujo objetivo é promover e manter a limpeza e a organização das áreas de trabalho, tanto administrativas quanto de manufatura, funcionando como um pilar básico da PE. Ferramenta fundamentada em cinco palavras japonesas iniciadas com a letra S (Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke) (WERKEMA, 2006). Dispositivo a prova de erros, destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos (SHINGO, 1986; WERKEMA, 2006) Processo de entrega de produtos na quantidade e no momento em que o cliente necessita. Processo contínuo de tentativa de redução do tempo de setup das máquinas Trabalhadores realizam manutenções regulares de equipamentos para detectar eventuais anomalias. Como os operadores estão próximos das máquinas, eles são incluídos em atividades de monitoramento e de manutenção a fim de prevenir e fornecer o aviso de mau funcionamento. Centrado nas necessidades dos clientes, o TQM é um sistema de melhoria contínua que emprega gestão participativa. Os principais componentes são: envolvimento e formação dos trabalhadores, equipes de resolução de problemas, uso de métodos estatísticos, metas de longo prazo e reconhecimento de que as ineficiências são produzidas pelo sistema, não pelas pessoas. Ciclos de melhoria contínua. Takt Time Refere-se ao tempo de produção que é obtido pelo número de unidades a serem produzidas em função da demanda (OHNO, 1997). Ritmo de produção necessário para atender a um determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade da linha ou célula (ALVAREZ; ANTUNES Jr, 2001). QUADRO 2 FERRAMENTAS DA PRODUÇÃO ENXUTA.

39 PRODUÇÃO ENXUTA 26 O Quadro 3 a seguir apresenta as características mais citadas pelos autores pesquisados por Pettersen (2009) 9, ordenadas pela frequência de discussão na literatura consultada em seu trabalho. Os objetivos, representados pelas letras (A), (B), (C), (D), até (I), são: (A) fazer os produtos com menos defeitos para atender os desejos do cliente; (B) produzir em fluxo unitário em linha; (C) reduzir as perdas e aumentar o valor; (D) ter foco no cliente (alta qualidade, baixo custo, entrega rápida); (E) manter operação de produção robusta; (F) reduzir custos; (G) eliminar as perdas e reduzir os custos; (H) melhorar a qualidade e produtividade; e (I) reduzir custos por meio da eliminação das perdas. 9 Os autores e referências destacadas por Pettersen (2009) são: - WOMACK, J. P.; JONES, D.T. Lean Thinking: Banish Waste and Create Wealth in Your Corporation. Free Press, New York, NY WOMACK, J. P.; JONES, D.T.; ROOS, D. The Machine that Changed the World: The Story of Lean Production. Rawson Associates, New York, NY LIKER, J. K. The Toyota Way: 14 Management Principles from the World s Greatest Manufacturer. McGraw-Hill, New York, NY BICHENO, J. The New Lean Toolbox: Towards Fast, Flexible Flow, 3rd ed., PICSIE Books, Buckingham DENNIS, P. Lean Production Simplified: A Plain Language Guide to the World s Most Powerful Production System, Productivity Press, New York, NY FELD, W.M. Lean Manufacturing: Tools, Techniques, and How to Use Them, St Lucie Press, Boca Raton, FL OHNO, T., Toyota Production System: Beyond Large-scale Production, Productivity Press, Portland, OR MONDEN, Y. Toyota Production System: An Integrated Approach to just-in-time, 2nd ed., Chapman & Hall, London SCHONBERGER, R.J. Japanese Manufacturing Techniques: Nine Hidden Lessons in Simplicity, Free Press, New York, NY SHINGO, S. A Study of the Toyota Production System from an Industrial Engineering Viewpoint, Japan Management Association, Tokyo

40 PRODUÇÃO ENXUTA 27 Ferramentas Objetivo / Autores A B C D E F G H I Womack e Jones; Liker Bicheno Dennis Feld Ohno Monden Schonberger Shingo Womack et al Freqüência Kaizen (melhoria contínua) X X X X X X X X X 100% Redução do tempo de Setup X X X X X X X X X 100% Just-in-time X X X X X X X X 88,9% Kanban / Sistema puxado X X X X X X X X 88,9% Poka yoke X X X X X X X X 88,9% Produção nivelada (Heijunka) X X X X X X X X 88,9% Trabalho padronizado X X X X X X X X 88,9% Gestão e controle visual X X X X X X X X 88,9% 5S / housekeeping X X X X X X X X 88,9% Andon X X X X X X X 77,8% Produção de lotes pequenos X X X X X X X 77,8% Estudo do Tempo de trabalho X X X X X X X 77,8% Eliminação de Perdas X X X X X X X 77,8% Redução de Estoque X X X X X X X 77,8% Envolvimento do Fornecedor X X X X X X 66,7% Tempo Takt X X X X X X 66,7% TPM X X X X X X 66,7% Jidoka (autonomação) X X X X X 55,6% Controle Estatístico de Qualidade (SQC) X X X X X 55,6% Trabalho em Equipe X X X X X 55,6% Redução da Força de Trabalho X X X X X 55,6% Inspeção 100% X X X X 44,4% Ajustes de layout X X X X 44,4% Implantação de Política (Hoshin kanri) X X X X 44,4% Círculos de Melhorias X X X X 44,4% Análise de causa raiz (5 porquês) X X X X 44,4% Mapeamento de Fluxo de Valor X X X X 44,4% Treinamento em Cruz (OJT) X X X 33,3% Envolvimento dos trabalhadores X X X 33,3% Redução do Lead Time X X X 33,3% Multi-manning X X X 33,3% Sincronização de Processos X X X 33,3% Manufatura Celular X X 22,2% QUADRO 3 APRESENTAÇÃO DAS FERRAMENTAS ASSOCIADAS À PE. FONTE: ADAPTADO DE PETTERSEN (2009).

41 PRODUÇÃO ENXUTA 28 O Quadro 3 demonstra que as duas únicas características que todos os autores discutem (100% de freqüência) são "melhoria contínua" e "redução do tempo de setup", indicando que estas são fundamentais para a produção enxuta. Considerando que a produção puxada pode ser vista como um caso especial de just-in-time, todos os autores discutem essa característica. Prevenção de falhas (poka yoke), produção nivelada (heijunka), trabalho padronizado, gestão e controle visual e 5S também podem ser consideradas características centrais de produção enxuta, pois também possuem os maiores índices de frequência RELATOS E EXPERIÊNCIAS DE USO DE PE EM SERVIÇOS Ao pesquisar a literatura sobre a aplicação dos princípios lean em serviços depara-se, especialmente, com relatos de uso na área hospitalar, area esta, que junto ao segmento da educação universitária, são considerados os segmentos de maior complexidade de gestão. O Quadro 4 apresenta algumas aplicações de ferramentas 10 e princípios lean na área de serviços, envolvendo trabalhos nas seguintes áreas: hospitalar (7), alimentação (1), call center (1), gráfica (1), administração pública (2) e escritório de projetos (1). 10 As ferramentas e princípios citados estão identificados como: (a)-5s; (b)-jit; (c)-ciclo kaizen; (d)-mapear o valor; (e)-fluxo de valor; (f)-perfeição; (g)-fluxo; (h)-gestão visual; (i)-redução do lead-time; (j)-redução do WIP; (x)-princípios gerais Lean.

42 PRODUÇÃO ENXUTA 29 Autor(es), Ano, Local Publicado SELAU et al. (2009) Revista Gestão Industrial LeanBlog (2009) BERCZUK (2008) The Hospitalist KOLLBERG et al. (2007) Journal of Productivity and Performance Management BUGGY (2006), Implications IHI (2005) Institute for Healthcare Improvement YOUNG et al (2004) BMJ - British Medical Journal RAHIMNIA et al. (2009) Benchmarking: International Jornal PIERCY e RICH (2009) International Journal of Operations & Production Managmnt ENGUM (2009) Dissertação BHATIA e DREW (2006) McKinsey on Operation SANTOS (2009) Site artigonal.com CHANESKI (2005) Modern Machine Shop Descrição/Objetivos Descreve o diagnóstico da aplicabilidade de ferramentas Lean em prestadora de serviços hospitalares. Relata as intenções do presidente Obama em economizar 1 trilhão de dólares com a adoção de Lean nos hospitais americanos. Refere-se à aplicação de Lean em serviços hospitalares, especialmente para agilizar processos, aumentar a satisfação dos funcionários, melhorar as finanças e, o mais importante, melhorar a assistência ao paciente. Fala sobre a aplicação de princípios Lean no setor de cuidados de saúde da Suíça com o objetivo de equilibrar a demanda com a capacidade e eliminar as perdas com excessos ou tempos de espera. Relata a tentativa de melhorar a qualidade dos serviços prestados, incluindo a redução do andar excessivo com o paciente. Descreve as ações em busca da melhoria nos serviços de saúde do Virginia Mason Medical Center, incluindo redução de diversos itens: custos, lead-time, distância percorrida, estoque. Usar os processos de simulação, de modo que médicos, enfermeiras, gerentes, pacientes, etc. podem testar os benefícios dos princípios Lean no tratamento de pacientes. Eles poderiam, por exemplo, tomar decisões sobre as diferentes localizações, calendário e prestadores de serviços e ver o efeito das decisões sobre o seu grupo de colegas e de outras comunidades e responder em conformidade. Relata a tentativa de reduzir custo de armazenamento e o Lead Time em uma rede de restaurantes de Fast Food do Irã. Trata da aplicação dos princípios Lean em centros de serviços do tipo call-center, objetivando reduzir custos e melhorar a qualidade do atendimento ao cliente. Busca eliminar perdas com a impressão, a espera, o tempo perdido devido a trocas nas máquinas (setup time), a armazenagem, o tempo de inatividade e recursos não utilizados, o deslocamento das pessoas e, principalmente, com o trabalho que não agrega valor. Usa as teorias enxutas no setor público para resolver o problema de perdas, especialmente a inflexibilidade, a variabilidade e o desperdício. Objetiva orientar o gestor público a conduzir as licitações de forma adequada, bem como gerir os recursos públicos com eficiência, eficácia e economicidade a partir dos princípios da PE. Relata o caso da Bent River Machine, uma empresa que projeta, constrói, instala e mantém a área de automação de fábricas. Seu objetivo era eliminar todas as perdas nos processos de escritório. QUADRO 4 USO DE PRINCÍPIOS E FERRAMENTAS DA PE NA ÁREA DE SERVIÇOS. ORDEM: POR ÁREA E CRONOLOGIA INVERSA Ferramentas (c), (d), (e), (g) (x) (f), (i), (x) (b), (c), (d), (e), (f), (g) (a), (b), (c) (c), (d), (f), (g), (x) (x) (b) (d), (i), (j) (a), (d), (h) (x) (x) (a), (d), (i)

43 PRODUÇÃO ENXUTA CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO Liker (2008) ressalta a possibilidade de utilizar uma variedade dessas ferramentas do STP e ainda assim estar seguindo apenas alguns princípios do Modelo Toyota, tendo como resultado saltos de curto prazo nas medidas de desempenho, que não serão sustentáveis. Por outro lado, pode-se afirmar que uma organização, seja da área industrial ou de serviços, que praticar todos estes princípios estará a caminho de uma vantagem competitiva sustentável.

44 3. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Este capítulo apresenta uma revisão sobre os conceitos básicos da Educação a Distância (EAD). Para tal, são investigados os referenciais teóricos e as práticas de mercado, em busca de um conjunto de processos normalmente utilizados nesta modalidade de ensino. Na sequência, como parte da investigação, são apresentadas algumas situações práticas DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EAD Para efeito deste trabalho serão adotadas as bases legais da EAD que incluem, dentre outras: o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases LDB (BRASIL, 1996) 11 e o decreto (BRASIL, 2005), que o regulamenta. Este decreto define educação a distância como: uma modalidade educacional na qual a mediação didáticopedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005, p.1) Barreto (2009) descreve que, numa perspectiva geral, entende-se que a Educação a Distância é uma estratégia desenvolvida por sistemas educativos para oferecer educação a setores ou grupos da população que, por razões diversas, têm dificuldade de acesso a serviços educativos regulares. Nunes (1994) argumenta que a Educação a Distância é um recurso de incalculável importância como um modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação do público atendido. Este autor relata também que sua origem está nas experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século 11 Artigo 80 da LDB O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

45 E A D 32 XVIII e que teve amplo desenvolvimento a partir de meados do século XIX, e ultimamente com a utilização dos multimeios. Inúmeras instituições de ensino em todo o mundo estão aderindo, de forma crescente, à EAD, já que, com esse recurso e o grande avanço da tecnologia, os alunos podem vencer a barreira de espaço e tempo para estudar e aprender. Segundo o ABRAEAD (2008), o número de alunos matriculados no ensino credenciado aumentou 25% em 2007, chegando a quase 1 milhão, e os cursos de graduação deram um salto de 112%. Nesta data, eram 257 instituições autorizadas a ministrar cursos em EAD. O anuário cita ainda que o número de alunos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação que utilizam o sistema federal de credenciamento (MEC) cresceu 356% entre 2004 e O CensoEAD.Br (ABED, 2010) destaca que se incluírem as instituições que ofertam somente cursos livres, supera-se 2 milhões de alunos. Segundo o relato de Allen e Seaman (2008), 3,9 milhões de estudantes realizaram pelo menos um curso on-line nos Estados Unidos em Este dado representa um crescimento de 12,9% em relação ao ano anterior, e também, 21,9% do total de alunos matriculados no Ensino Superior. Este número é excessivamente maior que a taxa de 1,2%, referente ao crescimento da população estudantil de nível superior no mesmo período. Esses autores citam também que o número de matrículas em cursos on-line tem apresentado um crescimento constante, da mesma ordem que o número de instituições com ofertas de cursos on-line. Este crescimento não está concentrado em determinada área ou disciplina; é notado em quase todas as disciplinas. Dos 3,9 milhões de alunos citados, 80% correspondem a alunos de graduação, ou seja, 3,12 milhões. Embora possa parecer para alguns, a EAD não é algo novo. O Quadro 5, elaborado a partir de Barreto (2009), Nunes(2009), Vasconcelos(2009) e Vianney et al. (2009), apresenta, de forma resumida, os principais eventos da história desta modalidade de ensino, tanto no Brasil como no Mundo.

46 E A D 33 Época Evento Histórico EUA Caleb Philips ensinava suas lições pela Gazette de Boston 1829 Suécia Instituto Líber Hermondes ( usuários) 1840 Reino Unido Faculdade Sir Isaac Pitman Primeira escola por correspondência na Europa 1892 EUA Universidade de Chicago Divisão de Ensino por Correspondência para preparação de docentes no Departamento de Extensão 1922 União Soviética ensino por correspondência ( usuários) 1924 Alemanha Fritz Reinhardt cria a Escola Alemã por Correspondência de Negócios 1948 Noruega primeira legislação para escolas por correspondência 1969 Reino Unido fundação da Universidade Aberta ( alunos) 1974 Paquistão - Universidade Aberta Allma Iqbal - objetivo de formar docentes para universalizar o ensino primário Venezuela fundação da Universidade Nacional Aberta 1978 Costa Rica Universidade Estadual à Distância 1980 Universidade Aberta de Sri Lanka atender preferencialmente os setores de profissões tecnológicas e formação docente Holanda implantação da Universidade Aberta 1985 Fundação da Associação Européia das Escolas por Correspondência (AEEC) 1985 Índia implantação da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi ( alunos) 1987 Resolução do Parlamento Europeu sobre Universidades Abertas na Comunidade Européia 1987 Fundação da Associação Européia de Universidades de Ensino à Distância 1988 Portugal fundação da Universidade Aberta 1990 Implantação da rede Européia de Educação à Distância, fundamentada na declaração de Budapeste 1991 Relatório da Comissão sobre Educação Aberta e à Distância na Comunidade Européia 1923/1925 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro 1923 Fundação Roquete Pinto Radiodifusão 1939 Marinha e Exército (Instituto Rádio Monitor) cursos por correspondência 1941 Instituto Universal Brasileiro cursos por correspondência, formação profissional básica 1970 Projeto Minerva cursos transmitidos por rádio em cadeia nacional 1974 TVE do Ceará cursos de quinta a oitava série, com material televisivo, impresso e monitores 1976 SENAC Sistema Nacional de Teleducação, cursos através de material instrucional (em 1995, já havia atendido 2 milhões de alunos) 1979 Colégio Anglo-Americano (RJ) atua em 28 países, com cursos de correspondência para brasileiros residentes no exterior em nível de 1º e 2º graus 1979 UnB cursos veiculados por jornais e revistas; em 1989 transforma no Cead e lança o BrasilEAD 1991 Fundação Roquete Pinto programa Um salto para o Futuro, para a formação continuada de professores do ensino fundamental 1995 Secretaria Municipal de Educação MultiRio (RJ) cursos de quinta a oitava série, por meio de programas televisivos e material impresso 1995 Programa TV Escola SEED/MEC 2000 UNIREDE Rede de Educação Superior à Distância consórcio que reúne 68 instituições públicas do Brasil QUADRO 5 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA EAD. 12 Recomenda-se a consulta às referências citadas, incluindo ALVES (2009) para maiores detalhes históricos e outros eventos não apresentados neste quadro.

47 E A D 34 A partir da segunda metade dos anos 90 emerge no Brasil uma nova geração de EAD, que faz uso intensivo de tecnologias da comunicação e da informação. Ela transforma os conceitos clássicos da EAD, referentes até então a uma separação física entre o aluno e o professor ou a instituição de ensino, em um conceito atual de aproximação ou mesmo integração virtual entre os agentes dos processos de ensino-aprendizagem que se estabelecem. Com base no trabalho de Rodrigues (2004), o quadro 6 apresenta as gerações da EAD. Geração Início Características 1ª Até 1970 Estudo por correspondência, no qual a comunicação se dava pelo uso exclusivo de material impresso, geralmente um guia de estudo com exercícios enviados pelo correio 2ª 1970 Surgem as primeiras Universidades Abertas, com design e implementação sistematizados de cursos a distância, utilizando, além do material impresso, transmissões por televisão aberta e rádio; fitas de áudio e vídeo, com interação aluno-tutor por telefone ou nos centros de atendimento. 3ª 1990 O uso de computadores, com estações de trabalho multimídia e redes de conferência. 4ª 2000 O aumento da capacidade de processamento dos computadores e da velocidade das linhas de transmissão passou a interferir na apresentação do conteúdo e nas interações. Acesso a bancos de dados e bibliotecas eletrônicas. 5ª 200? Uso de agentes inteligentes, equipamentos wireless e linhas de transmissão eficientes. Organização e reutilização dos conteúdos. QUADRO 6 GERAÇÕES DA EAD. FONTE: RODRIGUES, Azevedo (2009) fez um histórico sobre a origem da educação universitária a distância no Brasil, e, referindo-se ao estudo feito em 1979, citou as seguintes vantagens do sistema EAD, e que ainda são válidas, 30 anos depois: oferece ensino de qualidade a grandes contingentes humanos; é mais eficaz que os métodos tradicionais;

48 E A D 35 é menos custoso que o método tradicional. Ele relata que em 1979 o custo de um aluno da OU (Open University Universidade Aberta da Inglaterra) era 60% menor que outras universidades; evita as macroconcentrações de alunos, servidores e professores, que exigem grandes edifícios, laboratórios e infraestrutura; viabiliza o desenvolvimento rural com a qualificação dos que habitam essa região; reduz o fluxo migratório para os centros urbanos; assegura o Ensino Superior de alto nível onde não há instituições para oferecê-lo. A EAD é uma modalidade de ensino que causa normalmente uma ruptura geográfica entre educador e educando. Em função disso, é possível atender um número quase ilimitado de alunos que buscam uma primeira formação superior ou atualização profissional em nível de pós-graduação, aperfeiçoamento ou extensão. Em decorrência deste ato separativo, corroborado pelo decreto 2.494/98 (BRASIL, 1998), instaura-se um processo de autoaprendizado no qual os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são valorizados fortemente a fim de apoiar e subsidiar os processos didáticos e de aprendizagem. As autoras Nova e Alves (2003) citam que são inúmeros os cursos a distância criados e difundidos diariamente, no mundo inteiro, utilizando a internet ou sistemas de rede similares, por exemplo, como suporte da comunicação pedagógica. Como consequência deste novo método de ensino, surge um conjunto de atividades que demandam planejamento, supervisão e controle, muitas vezes de forma diferenciada e individualizada. Esse conjunto de atividades, que os autores denominam Modelo do Projeto da Instituição, é capaz de estabelecer a diferença entre o sucesso e o insucesso de um projeto de Educação a Distância e diferenciar uma instituição ou um curso de outro, pois tem impacto direto na qualidade do serviço educacional ofertado (BEHAR, 2009).

49 E A D MODELOS DE PROJETOS EM EAD Considerando-se as especificidades da modalidade de Educação a Distância, esta possui processos que são executados de forma diferente do ensino presencial. Assim, as instituições de ensino procuram a cada dia aplicar sua criatividade em busca de modelos que obtenham melhores índices de eficácia no resultado do processo de ensino e aprendizagem. A partir de 1.996, por meio da LBD 13, o MEC (Ministério da Educação) regulamentou a possibilidade de as Instituições de Ensino Superior ofertarem cursos na modalidade a distância. Desde então, as Instituições começaram a se estruturar para desempenhar esta atividade, iniciando costumeiramente com a criação de um núcleo ou centro encarregado da EAD CLASSIFICAÇÃO DE MODELOS SEGUNDO A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL A diversidade de padrões administrativos, o grau de autonomia (faculdade, centro universitário ou, universidade) e a esfera de administração (pública ou privada) são motivadores para que cada IES formate sua estrutura organizacional ao seu modo. Portanto, é possível encontrar a estrutura de EAD em diferentes configurações nos organogramas das instituições acadêmicas, por exemplo: centro, núcleo, coordenadoria, departamento, unidade, próreitoria, secretaria e até mesmo laboratório. Habitualmente tais estruturas se enquadram em um dos modelos apresentados pela Figura 3, a qual destaca quatro principais cenários da EAD: (a) ligada à pró-reitoria de Extensão; (b) ligada à pró-reitoria de Graduação; (c) ligada diretamente à Reitoria e (d) assumindo o nível de uma pró-reitoria. 13 LDB Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional - Lei de 1996.

50 E A D 37 FIGURA 3 EXEMPLOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS COM EAD FONTE: ADAPTADO DE ROPOLI (2006). De acordo com Ropoli (2006), o processo de escolha da configuração da EAD dentro da estrutura organizacional de uma instituição está diretamente relacionado com as políticas da instituição e seus objetivos a curto, médio e longo prazo. Em se tratando de uma instituição acadêmica, é importante que os objetivos da EAD estejam de acordo com os objetivos das áreas de graduação, pós-graduação e extensão, e, certamente, referenciados no Plano de Desenvolvimento Institucional 14 da Instituição. O contexto da educação superior, segundo o art. 44 da LBD (1996), permite classificar o nível de seus cursos em Graduação, Pós-Graduação e Extensão. Cada qual apresenta suas particularidades e processos distintos, o que justifica, ainda mais, a existência de modelos específicos de estrutura e gestão. Sob este prisma e considerando-se o papel estratégico que a EAD desempenha nas instituições, pode-se considerar que as melhores opções de 14 PDI Plano de Desenvolvimento Institucional elaborado para um período de 5 (cinco) anos, é o documento que identifica a IES, no que diz respeito à sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, às diretrizes pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura organizacional e às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou que pretende desenvolver. Fonte: MEC

51 E A D 38 estruturas organizacionais são: (c) EAD vinculada à reitoria e (d) EAD em nível de pró-reitoria. Ropoli (2006) exemplifica algumas IES dentro dos modelos citados, tais como: a UnB(Universidade de Brasília) no modelo (c) e a UFRGS(Universidade Federal do Rio Grande do Sul) no modelo (d), e ainda ressalta que a ligação direta à Reitoria se justifica porque a EAD demanda outro ritmo no funcionamento da estrutura acadêmica, diferente do ritmo da gestão do ensino presencial. Ela necessita de um tratamento diferenciado em termos de autonomia e de um processo decisório ágil CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O FORMATO DE INTERAÇÃO (ALUNO-PROFESSOR- CONTEÚDO) Além de considerar os aspectos da estrutura organizacional, ou seja, a quem o setor de EAD responderá institucionalmente, faz-se necessário um estudo e planejamento acerca do formato de interação, também denominado modelo instrucional, para se implementar um sistema de EAD que será utilizado pela instituição. Moran (2009b) classifica como sendo modelos predominantes os de teleaula, vídeoaula e WEB, possuindo um maior ou menor grau de apoio presencial local. Segundo este autor, e também corroborando as idéias de Vianney (2008), a legislação atual no Brasil privilegia o modelo semipresencial, com acompanhamento dos alunos perto de onde moram (nos chamados polos) e mostra desconfiança em relação ao modelo de acompanhamento online, principalmente em cursos de graduação. Tomando por base os trabalhos e os pontos de vista de vários autores (BAKER, 1999; LITTO, 2008; MOORE, 2008; MORAN, 2009b; VIANNEY, 2008; WILLIS, 1995) sobre os principais modelos de EAD e suas características, pode-se estabelecer as seguintes considerações: Modelo Teleaula (ou teleeducação): o professor, em seu papel tradicional, ministra sua aula por meio de uma transmissão de vídeo, ou seja, distante dos alunos que o vêem ao vivo. Habitualmente, este modelo utiliza

52 E A D 39 encontros semanais (uma ou duas vezes por semana), em que o aluno se dirige à instituição ou ao polo para assistir à aula. Este modelo tem recebido também o nome de presencial conectado ou presencial em rede. - na óptica do professor, ele terá que desenvolver (caso não tenha) novas habilidades de comunicação, especialmente ao dirigir-se apenas para uma câmera, mas com centenas ou até milhares de alunos/teleespectadores do outro lado; - na óptica da IES, há um alto investimento para a montagem da infraestrutura, que compreende a captação (estúdio de gravação), a transmissão via satélite (ou web) e a estrutura de recepção nos polos; - na óptica do aluno, é interessante, pois tem contato com o professor responsável pela disciplina, que muitas vezes pode ser um renomado docente; - a interação aluno-professor será por meio de perguntas transmitidas a um tutor/mediador da sala, que retransmite ao estúdio onde o professor se encontra. Considerando-se que podem chegar simultaneamente muitas perguntas e de diversos locais, faz-se no estúdio um tipo de filtragem e agrupamento para que o professor possa respondê-las em outro momento; - em geral, após a teleaula os alunos se reúnem em grupos, sob a supervisão de um mediador local, para realizar atividades de discussão e aprofundamento dos assuntos tratados durante a aula; - para completar os estudos, os alunos recebem materiais impressos e orientações para realizar atividades durante a semana. Modelo Vídeoaula (ou vídeoeducação): aparecendo por meio de vídeo gravado, o professor pode apresentar uma aula tradicional, uma síntese de um assunto ou um tutorial. Há instituições que utilizam esta nomenclatura para situações em que não há a figura do professor, e sim a captação de

53 E A D 40 situações do dia-a-dia, animações e/ou encenações artísticas para a transmissão dos conteúdos pedagógicos. - na óptica do professor, ele deve se preparar para a gravação, com as devidas habilidades de comunicação; no entanto, diferente do formato ao vivo, este permite a regravação em caso de erro e posterior edição, incluindo trechos de outros vídeos, gráficos, animações, etc.; - na óptica IES, se comparado com o sistema via satélite, este modelo requer um investimento menor. Por outro lado, criou-se a figura do Coordenador Pedagógico do pólo, que é o responsável institucional pelo bom andamento dos cursos no local. Para tanto, coordena as atividades dos tutores, supervisiona o funcionamento acadêmico e de infraestrutura; - na óptica do aluno, é interessante a possibilidade de assistir o vídeo quantas vezes desejar, já que algumas instituições disponibilizam cópia deste vídeo na web, às vezes por tempo determinado, na biblioteca do pólo e até mesmo em forma de DVD ou MP4 15 para ser visto em dispositivos móveis digitais. - como no modelo anterior, este também é complementado com material impresso, atividades pós-aula, apoio complementar por meio de AVA, dentre outros. Modelo Web (ou virtual): este modelo faz uso intensivo de tecnologias da informação e comunicação para disponibilizar conteúdo e promover interação entre aluno-professor/tutor. Ele pode ser usado de forma autônoma ou integrado a outros modelos e possui a vantagem de que o conteúdo é disponibilizado imediatamente após sua produção. Basta atualizar o site que o conteúdo já estará disponível para alunos de qualquer parte do planeta que tenha acesso à rede. 15 MP4 é um padrão de codificação e armazenamento de informações de áudio e vídeo que é parte da especificação MPEG-4. Outros formatos digitais de alta definição incluem MKV e AVI. Para mais informações consulte os seguintes sites: < e <

54 E A D 41 - um entrave deste modelo está na infraestrutura exigida, ou seja, no limite de velocidade (banda) que o aluno necessita ter; - este modelo é o predominante em cursos de extensão e pós-graduação em EAD. Em função das medidas de regulação que o governo deliberou 16 para a área de EAD, que propõem maior uso pedagógico dos polos, dando ênfase para um modelo semipresencial, e não somente o polo para avaliações presenciais, os projetos de graduação que adotam este modelo devem ser readequados. - na óptica do aluno, a principal vantagem deste modelo refere-se à liberdade de local e tempo para estudo, principais motivadores da Educação a Distância. O modelo WEB ou virtual é amplamente utilizado e a orientação dos alunos é feita a distância, pela Internet ou telefone. Segundo Moran (2009a), os alunos reportam-se ao professor e ao tutor durante o semestre e geralmente se encontram presencialmente só para fazer as avaliações. É um modelo em que, predominantemente, tudo acontece via Internet e os encontros presenciais são mais espaçados, pois não fazem uso dos polos para o apoio semanal. A crescente disseminação das tecnologias da informação tem proporcionado ampla adesão destes recursos como apoio aos cursos presenciais tradicionais. Cabe ressaltar também que, em razão da forte concorrência que o setor da Educação Superior passa, as instituições mesclam os modelos em busca de melhores índices de eficiência e eficácia. 16 Principais instrumentos da legislação atual de EAD: Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005; Decreto nº 5.773, de 09 de maio de 2006; Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007; Portaria nº 1, de 10 de janeiro de 2007; Portaria nº 2 (revogada), de 10 de janeiro de 2007; Portaria nº 40, de 13 de dezembro de 2007; Portaria nº 10, de 02 julho de 2009.

55 E A D UM POUCO DO CONTEXTO INTERNACIONAL Em decorrência dos avanços das TICs e do movimento da globalização, há uma tendência mundial de que as informações se tornem, cada vez mais, algo de domínio público, utilizando licenças do tipo Creative Common 17 ou GNU 18 para a distribuição e o compartilhamento dos materiais. Algumas instituições renomadas formaram grupos com o objetivo de produzir e compartilhar seus conteúdos, sejam de mídia impressa, documentos, recursos audiovisuais ou outros. Um exemplo desse tipo de grupo é o OER Commons (Open Education Resources 19 ), formado pelas seguintes instituições: Massachusetts Institute of Technology (MIT), Carnegie Mellon, Harvard University, Stanford University, University of California Berkeley, Utah State University, Open University, University of Hong Kong, University of Southern Queensland Australia, dentre outras. Os recursos do OER estão organizados em seis áreas: artes, negócios, humanidades, matemática e estatística, ciência e tecnologia, ciências sociais. Os materiais estão classificados segundo seus níveis de escolaridade: primário (primary), secundário (secundary) e pós-secundário (post-secundary) que compreende o ensino técnico profissionalizante e superior. Litto (2009) apresenta o conceito de metauniversidade(ou megauniversidade) como instituições a distância com mais de cem mil alunos, e como exemplo cita a Allama Igbel Open University, no Paquistão, a Indira Gandhi National Open University, na Índia (com 1,8 milhão) e a Islamic Azad University, no Irã (com 1,3 milhão). A seguir são apresentas as características da EAD de alguns países ou de suas universidades de destaque: 17 Creative Common um tipo de licença para atribuição ou uso não-comercial de materiais que permite copiar, distribuir, exibir e executar obras, e também criar obras derivadas, desde que obedeça esta mesma licença. Fonte: 18 GNU É a designação de licença, oriunda na área de computação, para software-livre. Foi idealizada por Richard Stallman no final da década de Fonte: 19 OER refere-se a Recursos Educacionais Abertos. Informações disponíveis em: <

56 E A D 43 a) Estados Unidos Em função dos investimentos e da alta disponibilidade do uso de internet banda larga, cujos 75% da população têm acesso à web, EAD nos Estados Unidos pode ser considerada sinônimo de educação on-line. Segundo Parsad e Lewis (2008) 66% das IES dos Estados Unidos dispõem de algum curso de Educação a Distância. Aproximadamente 4 milhões de alunos cursaram pelo menos uma disciplina em EAD, representando 20% do alunado de Ensino Superior. Esses autores também se referem às mídias adotadas, de modo que: 92% dos cursos utilizam a internet de forma assíncrona como meio; 31% utilizam a internet síncrona; 23% utilizam vídeo interativo com comunicação bilateral (os dois lados podem ver, falar e ouvir); 19% usam o vídeo em um só sentido (one way); 6%, vídeo em um só sentido, mas com áudio em ambos; 12%, áudio em um só sentido; 16%, só correspondência; 14%, correspondência complementada pelo uso de outra tecnologia, como p.e. CD-ROM; e 4% utilizam outras tecnologias. b) Quênia (África) O modelo da Universidade Virtual Africana (AVU - African Virtual University) não enfatiza o uso somente de tecnologia de ponta, pois seria ineficaz para seu contexto; ao invés disso, faz uso de diversas tecnologias. A arquitetura de seu modelo foi baseada no fato de a AVU operar em todo o continente africano e mesmo em nível mundial de uma maneira econômica, flexível e escalável, com a necessidade de alcançar os estudantes em qualquer lugar, a qualquer hora e usando qualquer dispositivo. O modelo da AVU usa modos mistos de entrega de conteúdo, tais como a videoconferência, a utilização da Internet, CD-ROM, fitas de áudio e vídeo, material impresso e materiais para aprendizagem móvel. Uma classe típica, que se reúne em um centro de aprendizagem (LC), tem entre 25 e 50 alunos, os quais interagem com os tutores e outros alunos via e- mail, por meio do ambiente WebCT 20 e do telefone. (AVU, 2010). 20 WebCT é um ambiente virtual de aprendizagem (AVA).

57 E A D 44 c) Paquistão É um país com quase 180 milhões de habitantes, onde 40% da população possue menos de 14 anos e somente 4% possui acesso à universidade dentro de sua faixa etária. Em 1974 foi criada a People s Open University, uma Universidade Aberta que em 1977 recebeu o nome de Allama Iqbal Open University (AIOU). O sistema educacional deste país, segundo Iqbal e Ahmad(2010) é dividido em três níveis: Elementary Education (contendo 8 anos), Secondary Education (4 anos) e Higher Education (nível universitário). Segundo Butt (2009), a AIOU é organizada em Estrutura Administrativa, Estrutura Acadêmica e Rede Regional. São utilizados vários modelos: desde a correspondência associada ao rádio e à televisão; o modelo misto, utilizando correspondência, audiovisual, on-line (internet) e tutorias convencionais; até o modelo on-line com internet e tutoria a distância. O material de apoio (mídia impressa) foi especialmente desenhado e é enviado para cada aluno à distância. Butt relata que o número de programas de televisão produzidos subiu 50%, variando de 300 para 450 entre abril/2003 e agosto/2007; e o número de livros impressos subiu de 1,77 milhões para 3,75 milhões no mesmo período. O número de alunos matriculados aumentou 82,5%, subindo de 1,52 milhões em 2004 para 2,78 milhões em O sistema de apoio pedagógico inclui tutores de tempo parcial, centros de estudos e 97 centros para encontros presenciais. O destaque do modelo da AIOU, segundo Butt, está no currículo dos cursos, na tutoria e nos serviços de suporte pelo website. d) Indonésia A Universidade Terbuka foi fundada em 1984 e é a única Universidade Aberta daquele país, oferecendo um sistema de aprendizagem flexível para as pessoas que não tem como freqüentar o ensino presencial. Com mais de estudantes, encontra-se entre as dez maiores universidades do mundo (top ten), sendo membro fundadora da Global Mega-University Network (GMUNET), uma rede das mega-universidades (acima de alunos).

58 E A D ATORES E PAPÉIS NA EAD Participar de um curso na modalidade EAD, em especial cursos on-line - pela Internet - apresenta desafios tanto para o aluno como para o professor. Inicialmente, o aluno que nunca participou dessa modalidade de ensino pode experimentar sentimentos de isolamento e confusão, como relatam diversos autores (KASCHNY BORGES; NUNES FAGUNDES, 2009; PALLOF; PRATT, 2002, 2004). Isso é motivado pela mudança de paradigma educacional, pois o discente está acostumado com o ambiente de sala de aula, onde tem contato com seus colegas e professores quase que diariamente, permitindo interagir e tirar dúvidas a qualquer momento. Por conseguinte, planejar um curso nesta modalidade é uma tarefa com grau de complexidade muito maior se comparada com o mesmo processo para a educação presencial. Ropoli (2006) destaca que para subsidiar suas ações, a EAD necessita elaborar políticas institucionais que concretizem um Sistema de Gestão em EAD envolvendo planejamento, coordenação (preferencialmente composta por pessoas que se identificam com esta modalidade de ensino), equipe técnica multidisciplinar, equipe de tutoria, logística, avaliação e infraestrutura. Em razão disso, as instituições elaboram suas estratégias e modelos em busca de inovações no processo educativo, sem esquecer-se da gestão econômica. É relevante observar que a educação é uma atividade multidisciplinar, caracterizada pela mescla de visões, funções, competências e habilidades, ademais, as nomenclaturas podem variar de instituição para instituição. Em relação aos professores, particularmente, Authier (1998 apud Carvalho, 2007) destaca que eles são produtores quando elaboram suas propostas de cursos; conselheiros quando acompanham os alunos; parceiros quando constroem com os especialistas em tecnologia, abordagens inovadoras de aprendizagem. O Quadro 7 apresenta um resumo dos papéis mais comuns no cenário da EAD, e uma breve descrição de suas atividades (BRASIL, 2009; CARDOSO; CARDOSO, 2006; CARDOSO; SILVA, 2008; MAIA; MATTAR, 2007)

59 E A D 46 Papéis Coordenação Geral Coordenação Pedagógica e de Tutoria Coordenação de Avaliação e Acompanhamento Coordenação de Tecnologia da Informação (TI) Coordenação de Pólos de apoio presencial Coordenação Acadêmica Coordenação de Curso Designer Instrucional Professor Conteudista Professor Autor Tutor presencial Tutor Virtual (ou a distância) Revisor de Textos Roteirista Web designer e correlatos (analistas, programadores, artistas gráficos, etc) Descrição de Atividades Responsável pela gestão do processo político-pedagógico e, por vezes, administrativo-financeiro da implantação de programas de EAD. Responsável pela parte pedagógica dos cursos e pelas atividades de tutoria. Quando for conveniente, esta coordenação pode ser desmembrada em duas. Responsável pelo sistema de avaliação e acompanhamento das atividades dos cursos, incluindo o processo de recuperação dos alunos. Responsável pela manutenção da infraestrutura tecnológica, pelo suporte técnico-informacional, pela gestão dos dados e fornecimento de informações de apoio aos outros membros da equipe de EAD. É o representante da IES naquele polo. Controla a oferta de cursos, as instalações físicas para atender os alunos, recebe e devolve informações da IES. Faz a gestão de parcerias, processos operacionais e de apoio, incluindo as atividades realizadas e os tutores vinculados ao polo. Responsável pela gestão dos dados oficiais ou a interface com a secretaria geral da IES, inclusive pela expedição de certificados e históricos. Responsável pela concepção, planejamento, gestão e coordenação de um curso na modalidade a distância. Responsável pelo pensar, didaticamente, como o conteúdo deverá ser planejado, desenvolvido, trabalhado e percorrido pelo aluno, além de ser responsável por refletir sobre o controle e a autonomia do aluno ao interagir com o curso, os conteúdos e os materiais didáticos. Responsável por criar ou indicar conteúdos didáticos. Responsável pelo desenvolvimento de conteúdos para os cursos, tanto em mídia texto como audiovisual. Realiza contato com os alunos para condução e apoio aos estudos nos momentos presenciais. Responsável pelas atividades exercidas em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Deve desenvolver os conteúdos estabelecidos pelo professor, incentivar e monitorar a participação dos alunos. ** Seja presencial ou a distância, o tutor é o responsável por acompanhar os alunos. O número de alunos não deve ser muito grande, principalmente nos momentos a distância, pois implica em perda de qualidade no processo. Ele oscila em razão de diversas variáveis. Responsável pela revisão gramatical dos textos. Responsável pela criação e revisão de roteiros técnicos e pedagógicos de gravação de material audiovisual. Profissionais da área de tecnologia da informação, responsáveis por criar sites, animações, programas e qualquer tipo de utensílio tecnológico em prol da qualidade da aprendizagem. QUADRO 7 RESUMO DE PAPEIS E DESCRIÇÃO DE ALGUMAS ATIVIDADES NA EAD.

60 E A D 47 A educação deve ser encarada como um processo vivo e em constante aprimoramento. Em razão da grande variedade e diversidade de modelos e papéis que existem na EAD, é fundamental a necessidade de se avaliar os processos envolvidos por ela, em busca de indícios e indicadores de qualidade DESIGN INSTRUCIONAL (DI) Como já destacado, a EAD envolve muitos processos com alto grau de complexidade. O principal processo que existe na EAD, e na educação de um modo geral, é o desenho instrucional, que, segundo Filatro, é a ação intencional e sistemática de ensino que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a aplicação de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim de promover, a partir dos princípios de aprendizagem e instrução conhecidos, a aprendizagem humana. (FILATRO, 2008, p.3). Leigh (1999) relata que, em 1962, Robert Glaser sintetizou o trabalho de pesquisadores anteriores e introduziu o conceito de "design instrucional (DI)", dizendo ser um modelo que une a análise e estudo do aprendiz para a concepção e desenvolvimento do processo de ensino. O termo DI relaciona-se com diversos outros, como ISD (Instructional Systems Design), ISDD (Instructional Systems Design and Development), e SAT (Systems Approach to Training). Qualquer destes termos propicia designar uma metodologia que propõe um processo para identificar as necessidades do público-alvo, desenhar a solução e avaliar os resultados, normalmente em uma sequência de passos. Existem muitos modelos de Design Instrucional utilizados na elaboração de projetos de EAD. O ADDIE (Analysis, Design, Development, Implementation, Evaluation), um dos mais difundidos, é formado por cinco fases: análise, desenho (ou projeto), desenvolvimento, implementação e avaliação. No ADDIE as fases ou etapas são dependentes entre si, pois o resultado de cada uma alimenta a seguinte. Se a etapa anterior não for definitivamente concluída, as

61 E A D 48 demais ficam comprometidas. A seguir essas etapas são detalhadas na perspectiva de diversos autores (BARBOSA et al., 2003; GUSTAFSON, 2002; LOHR, 1998; HUTCHINS; HUTCHISON, 2008; VISSCHER-VOERMAN, 2006). - A fase de análise consiste em identificar as necessidades do aluno (público alvo) e definir claramente o problema que deverá ser resolvido com o curso ou treinamento que está sendo desenhado; - A fase de desenho (ou projeto) define quais as etapas, formas e estratégias de se atingir os objetivos elencados na etapa anterior. O resultado desta fase é um conjunto de materiais; - A fase de desenvolvimento é a etapa que os materiais elencados são desenvolvidos; - A fase de implementação garante a execução dos materiais de instrução do programa, segundo as estratégias definidas na fase de análise; - A fase de avaliação não avalia o aluno, mas a eficiência do programa como um todo. Para se criar um programa de qualidade na modalidade EAD é necessário desenvolver um projeto focado em quatro elementos de destaque: (i) público alvo, (ii) relevância, (iii) estratégias pedagógicas e instrucionais, e (iv) conteúdo. A Figura 4 apresenta o processo de desenho instrucional, segundo a perspectiva de Willis (1995).

62 E A D 49 Design (Projeto) determina as necessidades; analisa o público alvo; estabelece metas. Revisão desenvolve e implementa um plano de revisão. Desenvolvimento cria um sumário do conteúdo; revisa materiais existentes; organiza/desenvolve conteúdos; seleciona/desenvolve materiais e a forma de entrega. Avaliação revisa as metas e objetivos; desenvolve estratégias de avaliação; coleta e analisa dados. FIGURA 4 DESENHO INSTRUCIONAL. FONTE: ADAPTADO DE WILLIS (1995) PROCESSOS DE EAD E SUA GESTÃO EXEMPLOS Como já destacado, a complexidade e o conjunto de processos da área de EAD é demasiadamente grande. Isto justifica a escolha de apenas um recorte dentro desse universo PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO Segundo Cardoso e Silva (2008), há um enigma no planejamento da elaboração de um material didático impresso (ou material impresso), pois as aulas na EAD estão organizadas dentro de um espaço pedagógico chamado material didático. Ele pode ser um simples tutorial, sugestões de leitura, listas de exercícios, dentre outros. Além disso, muitas vezes ele deve ser capaz de provocar e garantir a interatividade necessária para o processo de ensinoaprendizagem.

63 E A D 50 Em razão de o material impresso ser a mídia mais utilizada nos cursos de EAD, segundo o CensoEAD.Br (ABED, 2010), retém a maior atenção das Instituições. A experiência profissional e a literatura indicam diversos formatos para o desenvolvimento deste tipo de mídia. Algumas Instituições optam por selecionar e contratar docentes para esta difícil tarefa de produzir o conteúdo que posteriormente se tornará um fascículo ou livro; outras optam por capacitar um grupo de pessoas da própria área de EAD para, sob orientação de um professor especialista no assunto, elaborar o conteúdo; outras optam ainda pela adoção de livros, ou, mediante acordo com editoras, utilizam excerto de uma ou várias obras para a montagem de seu material didático impresso. Segundo Jacó (2008), a elaboração de um Material Didático Impresso é, antes de tudo, um ato de criação. O material tem que ser atraente, o que também exige do criador um bom conhecimento do público alvo: quem é este público, seus hábitos, suas necessidades. Este item torna-se um entrave ao pensar na diversidade de público que a EAD pode atingir em um país de dimensões continentais como o Brasil. A autora cita também que se trata de uma relação de análise deste público, para que seja atingido o objetivo pretendido no projeto pedagógico como um todo. O Quadro 8, apresentado na próxima página, representa um resumo, ordenado alfabeticamente pelo sobrenome do autor, contendo considerações acerca do processo de desenvolvimento de Material Didático Impresso.

64 E A D 51 Autor(es) Burlamarqui (2008) Cardoso e Silva (2008) Grivot (2009) Jacó (2008) Lemos (2005) Resumo e/ou Considerações É difícil escrever o texto de forma que estimule os educandos a manterem-se envolvidos, sendo que a mídia impressa é um material passivo. As autoras apresentam uma proposta de estruturar uma equipe multidisciplinar que será responsável pelo desenvolvimento do conteúdo propriamente dito, orientado pelo professor responsável da disciplina. Neste modelo, após a finalização dos conteúdos, estes são encaminhados a uma equipe de revisão pedagógica, gramatical e de normas técnicas. Para o autor, esta modalidade de ensino depende de comunicações adequadas às necessidades do curso a que se propõe, e, no estágio de desenvolvimento da EAD em nosso país, é fundamental aprofundar os estudos a respeito dos aspectos relativos à produção do material escrito para este fim. O Material Impresso para EAD tem realidade diferente do presencial, como se pode identificar pela quantidade de material já produzido que não atende às necessidades do aluno, e também pela dificuldade apresentada pelo professor/autor em elaborar este tipo de material. O planejamento é fundamental na elaboração do Material Didático Impresso, que tem seu início no atendimento dos requisitos base da sustentação de todo o trabalho. Sua produção deve levar em consideração: a promoção dos objetivos do curso; as metas de aprendizagem a serem atingidas; a coerência pedagógica; a apresentação dos conteúdos de maneira clara e bem definida; as atividades de autoavaliação; as sugestões de leituras complementares, dentre outras. Portanto, o planejamento é a primeira e indispensável etapa do processo de criação e produção de material instrucional para EAD. Esta autora destaca alguns pontos positivos e negativos, no uso de Material Impresso: Pontos Positivos Pontos Negativos Permite economia na produção Alta perecibilidade, já que os em escala. conteúdos podem perder a validade facilmente (história x Pode ser navegado com facilidade. O acesso aleatório a partes específicas é rápido e conveniente. Não requer equipamento específico para ser utilizado. Oferece portabilidade e é facilmente transportável. É a tecnologia que os alunos estão mais familiarizados com a linguagem, o formato e o manuseio. É uma alternativa de baixo custo e de alta durabilidade; dentre outras. informática). Logística complexa, tanto para armazenar quanto para estabelecer a quantidade de reproduções, com menor perda. O material impresso é pouco interativo. A interação aluno/professor via Material Impresso não permite respostas imediatas. Não oferece possibilidade de manutenção de seu conteúdo, uma vez impresso, não há como refazer. Somente com este meio é mais difícil alcançar a motivação para o estudo. O Material Impresso tem como funções: repassar informações, ajudar a desenvolver habilidades, exemplificar a aplicação do conhecimento, dentre outras. Todo material instrucional para EAD deve levar a uma autoaprendizagem dirigida, ou seja, que se realiza na ausência do professor, mas com o apoio de um material-guia organizador e sistematizador da aprendizagem. Este material mediatiza a relação aluno-tutor ou orientador da aprendizagem. QUADRO 8 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL IMPRESSO.

65 E A D PROCESSO DE TUTORIA A tutoria, seja ela presencial ou on-line, caracteriza-se como o principal processo de apoio à aprendizagem. Portanto, sua qualidade tem reflexo direto na qualidade da formação do educando. O modelo de tutoria presencial possui como vantagem a possibilidade de interação real e constante entre o aluno e professor/tutor. Por outro lado, tem o ônus de exigir do aluno o comprometimento em relação ao horário e sincronismo de atividade. Já a tutoria on-line, em especial aquelas classificadas como assíncronas, permite que o aluno tenha total flexibilidade, mas exige da instituição um investimento maior no planejamento e preparação de materiais de apoio e contratação e capacitação dos tutores. O Quadro 9 apresenta considerações de alguns autores sobre o processo de tutoria (BELLONI, 2001; BRASIL, 2007; GONZALEZ, 2005; GUTIERREZ; PRIETO [1994 apud OLIVEIRA et al., 2004]; MILL; FIDALGO, 2007).

66 E A D 53 Autor(es) BRASIL(2007) Mill e Fidalgo (2007) Gonzalez (2005) Belloni (2001) Gutierrez e Prieto (1994 apud Oliveira et al., 2004) Resumo e/ou Considerações Os referenciais de qualidade destacam que o corpo de tutores desempenha papel de fundamental importância no processo educacional de cursos a distância e compõem quadro diferenciado no interior das instituições. O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. Tendo o estudante como centro do processo educacional, um dos pilares para se garantir a qualidade de um curso a distância é a interatividade entre professores, tutores e estudantes, o que é assegurado por meio da tutoria. Este documento também cita que o corpo de tutores deve possuir qualificação adequada, compatível com as exigências do curso, e que os alunos devem ser claramente informados sobre o tipo, os horários e os demais detalhes sobre a tutoria. A relação ensino-aprendizagem agora conta, por exemplo, com o docentetutor, que não é exatamente um professor. Entre as denominações atribuídas a este docente estão: tutor virtual, tutor eletrônico, tutor presencial, tutor de sala de aula, tutor local, orientador acadêmico, animador e diversas outras. O que caracteriza este trabalhador é sua função de acompanhar os alunos no processo de aprendizagem, que se dá, na verdade, pela intensa mediação tecnológica. Estes autores definem que tutores virtuais são os trabalhadores da educação a distância que realizam suas atividades por meio de tecnologias de comunicação a distância: telefonia, videoconferência, Ambientes Virtuais de Aprendizagem, material escrito (livros-texto), entre outros. Cabe ao professor-tutor mediar todo o desenvolvimento do curso. Ele deve responder as dúvidas apresentadas pelos estudantes, referentes ao conteúdo da disciplina, mediar a participação dos estudantes nos chats, estimulando-os a participar e a cumprir suas tarefas, e avaliar a participação de cada um. O papel do tutor pode vir a ter grande consequência no índice de evasão em cursos de EAD, visto que ele é o ponto central de contato entre as partes. O professor será parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, isto é, em atividades de pesquisa e na busca da inovação pedagógica. A autora cita que não pretende esgotar a discussão sobre as funções do professor em EAD, as quais, algumas delas, estão listadas aqui: a) professor formador: orienta o estudo e a aprendizagem, dá apoio psicossocial ao estudante, ensina a pesquisar, a processar a informação e a aprender; corresponde à função pedagógica do professor na modalidade presencial; b) professor tutor: orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina pela qual é responsável, esclarece dúvidas e explica questões relativas da mesma, e em geral, participa das atividades de avaliação; c) monitor: função muito importante em certos tipos específicos de EAD, especialmente em algumas atividades presenciais; d) professor recurso : assegura uma espécie de balcão de respostas às dúvidas pontuais dos estudantes. Esses autores elencam seis qualidades para o professor/tutor: a) possuir clara concepção de aprendizagem; b) estabelecer relações empáticas com os seus interlocutores; c) sentir o alternativo; d) partilhar sentidos; e) construir uma forte instância de personalização, embora à distância; f) facilitar a construção do conhecimento. QUADRO 9 CONSIDERAÇÕES SOBRE A TUTORIA.

67 E A D PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM O assunto avaliação da aprendizagem é objeto de estudo de muitos pesquisadores da educação, da psicologia e outras áreas de conhecimento. Esta discussão, que é ampla e antiga no ensino presencial, ganha uma nova força na EAD. Entretanto, para efeito deste estudo, será feito um recorte especialmente na gestão do processo de avaliação. O Quadro 10 apresenta considerações de dois autores sobre este assunto (CME, 2007; COSTA, 2004). Autor(es) CME (2007) Costa (2004) Resumo e/ou Considerações O documento relata problemas e idéias sobre a questão da avaliação da aprendizagem, e destaca que nas escolas do Rio de Janeiro é necessário que o processo de avaliação de aprendizagem deixe de ser punitivo ou classificatório. A partir do elenco dos erros mais comuns citados no trabalho, entende-se que podem ser utilizados para nortear ações do processo de gestão da avaliação: avaliação incoerente com o processo ensino-aprendizagem desenvolvido; uso da avaliação para controlar o comportamento dos alunos ou para punir; autoavaliação do aluno e do professor ignoradas; falta de prática da avaliação continuada; critérios e padrões de avaliação não esclarecidos previamente; avaliação dos conteúdos e dos resultados, desconhecendo o processo de aprendizagem; destaque dos aspectos negativos, sem dar relevo aos aspectos positivos; avaliação apenas quantitativa ou apenas qualitativa; uso repetitivo de instrumentos de avaliação inadequados; e desconsideração pelo contexto que envolve o processo ensinoaprendizagem. O terreno da avaliação é conceitualmente profuso e difuso onde se acomoda facilmente a desorientação. De fato, quer a bibliografia acadêmica quer a legislação sobre a avaliação confronta termos como conhecimentos, conteúdos, competências, capacidades, aquisições, destrezas, habilidades, atitudes, comportamentos, etc., sem que sejam imediatamente claras as fronteiras e as correlações existentes entre eles. Ele relata a situação de que a ética de Kant é apresentada como conteúdo de um teste, e questiona: o que é que vai ser avaliado? Certo que serão as competências que o aluno adquiriu acerca da ética de Kant. Mas o exame avaliará, por exemplo, se o aluno: (i) identifica a teoria ética de Kant num texto; (ii) explica os aspectos fundamentais da teoria em questão; (iii) identifica qual é o problema filosófico a que a teoria responde; (iv) conhece as críticas tradicionais que são apontadas à ética kantiana; ou, ainda, (v) discute a solução proposta por Kant. QUADRO 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM.

68 E A D CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO Como foi possível perceber, a EAD é formada por um conjunto de processos complexos, e gerenciá-los é uma tarefa fundamental para se alcançar o sucesso nos cursos deste tipo de modalidade. Cabe destacar, a obrigatoriedade de um planejamento muito mais minucioso na EAD, se comparado com a modalidade presencial, pois, em EAD a flexibilidade na tomada de certas ações é menor, decorrente da distância entre professor/tutor e alunos.

69 4. MÉTODO DA PESQUISA Este capítulo apresenta a estrutura e os procedimentos metodológicos utilizados na realização deste trabalho para se alcançar seu objetivo CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa, segundo Diehl e Tatim (2004), constitui-se em um procedimento racional e sistemático, cujo objetivo é proporcionar respostas aos problemas propostos. E para se atingir o objetivo delineado é necessário usar cuidadosamente métodos, processos e técnicas. A metodologia pode ser caracterizada, então, como o estudo e a avaliação dos métodos para identificar possibilidades e limitações no processo da pesquisa. Dessa forma, pode-se dizer que é a maneira lógica de se organizar a sequência das atividades para se alcançar o objetivo, semelhante a uma estratégia, o que possibilita a escolha do melhor modo de acometer o problema. É válido ressaltar que existem diversos métodos e técnicas de pesquisa, que podem ser classificados quanto às bases lógicas de investigação, à abordagem do problema, ao objetivo, ao propósito, ao procedimento da pesquisa, dentre outros. Os autores da área de Metodologia classificam as pesquisas segundo diversos critérios; este trabalho, por sua vez, com base nos métodos e técnicas utilizadas, pode ser classificado da seguinte maneira: segundo os objetivos do projeto, esta é uma pesquisa exploratória, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito (DIEHL; TATIM, 2004; GIL, 2009; LAKATOS; MARCONI, 2005). Isso foi feito por meio do levantamento bibliográfico, tanto sobre Produção Enxuta quanto sobre EAD, pela participação em eventos e contato com pessoas das áreas de foco do trabalho que

70 METODOLOGIA 57 possuem experiência prática e que estimularam a compreensão do objeto de estudo; segundo a abordagem do problema pode ser classificada como qualitativa, pois além do levantamento bibliográfico, os dados são coletados nos contextos em que os fenômenos ocorrem (DIEHL; TATIM, 2004; GIL, 2009; SILVA; MENEZES, 2001), ou seja, em indústrias que utilizam o sistema de Produção Enxuta e em instituições que estão planejando ou já utilizam a Educação a Distância. A análise dos dados é feita no decorrer do processo de levantamento. segundo o procedimento técnico adotado, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, uma vez que os materiais já produzidos livros, artigos, manuais, normas e legislação são utilizados para subsidiar o arcabouço de informações preliminares necessárias (DIEHL; TATIM, 2004; GIL, 2009; SEVERINO, 2007; SILVA; MENEZES, 2001). Este tipo de pesquisa é importante, pois permite identificar as teorias produzidas, as quais subsidiam a análise e avaliação de sua contribuição para compreender e explicar o problema objeto da investigação (KÖCHE,1997).

71 METODOLOGIA ETAPAS DA METODOLOGIA Descrição dos Objetivos Revisão Bibliográfica Produção Enxuta Revisão Bibliográfica EAD Participação em Eventos, Visitas Seleção dos Princípios Seleção das Ferramentas Seleção das Perdas Material Didático Tutoria Avaliação Definição da Estrutura de Análise Baseada nos princípios Baseada nas ferramentas Baseada nos tipos de perdas Conclusão FIGURA 5 OUTLINE DA PESQUISA

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