PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º./XII/1.ª REJEITA O DOCUMENTO DE ESTRATÉGIA ORÇAMENTAL E PROPÕE PRIORIDADES PARA O CRESCIMENTO E O EMPREGO

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1 Grup Parlamentar PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º./XII/1.ª REJEITA O DOCUMENTO DE ESTRATÉGIA ORÇAMENTAL E PROPÕE PRIORIDADES PARA O CRESCIMENTO E O EMPREGO O GOVERNO INSISTE NA AUSTERIDADE O Gvern enviu à Assembleia da República Dcument de Estratégia Orçamental (DEO), na mesma data em que submeteu à Uniã Eurpeia. O DEO estabelece quadr de médi praz para as finanças públicas em Prtugal, e cmprmete país cm uma plítica de frte austeridade durante s próxims ans. Essa esclha, cm, aliás, se cmprva, tem efeits devastadres para a ecnmia e empreg. O país está mergulhad numa recessã prfunda. Esta realidade dá cnta da urgência de rmper cm as plíticas de austeridade e de cnstruir um caminh de cresciment em Prtugal, e nã de empbreciment. A austeridade levu país à mair recessã das últimas três décadas e s seus efeits têm-se agudizad. O númer de falências disparu, desempreg também e as cntas públicas ressentiram-se, cm as receitas fiscais a ficar abaix d esperad. Segund s dads da execuçã rçamental d primeir trimestre de 2012, a quebra nas receitas fiscais cmparativamente a períd hmólg de 2011 é de 5,8%, mesm depis da carga fiscal ter aumentad brutalmente. A Unidade Técnica de Api Orçamental já alertu para esta derrapagem real que pderá clcar em causa a execuçã rçamental, dand particular ênfase à quebra de receita d IVA. O caminh da austeridade clca mais dificuldade na cnslidaçã das cntas públicas. blc.esquerda@be.parlament.pt - 1

2 O DEO falha n essencial. Perante aument galpante da taxa de desempreg nã apresenta sequer uma previsã para a evluçã desta realidade, dand cnta da incapacidade d Gvern em medir real impact das suas plíticas na vida ds cidadãs. Cntud, é a insistência na austeridade que tem criad tant desempreg. Para além da implementaçã de mais austeridade, dcument que determina as pções de plítica rçamental durante s próxims ans nã inclui qualquer prpsta, prgrama u estratégia para prmver cresciment e cmbater desempreg. Este é reflex da ausência de plítica ecnómica d atual Gvern, cuj únic desígni se centra na reduçã d défice rçamental, sem qualquer precupaçã cm desenvlviment da ecnmia prdutiva u bem-estar da ppulaçã. Pr utr lad, a degradaçã da ecnmia prvcada pelas plíticas de austeridade nã tem sid acmpanhada pr um aument da slidariedade scial, bem pel cntrári. Num mment em que a crise mais atinge as pessas, Gvern tem prcedid a crtes dracnians ns apis sciais, cm reduçã ds valres e da duraçã d subsídi de desempreg, crtes ns apis na dença e diminuiçã das prestações sciais de cmbate à pbreza. Quand a crise se trna mais brutal, Gvern crta ns apis as cidadãs. A austeridade nã é inevitável, e Blc de Esquerda tem insistid em respstas alternativas à crise. Cm cntrapnt as crtes ns serviçs públics, à desregulamentaçã d mercad de trabalh, às reduções salariais, e às práticas cegas de cnslidaçã rçamental, Blc de Esquerda refrça a necessidade de implementaçã de um cnjunt de medidas que, pr um lad, cmbatam empbreciment generalizad da ppulaçã, e, pr utr, respndam a desempreg cm desenvlviment ecnómic e criaçã de trabalh, nmeadamente: Medidas para Financiar Investiment Públic: A renegciaçã imediata ds atuais cntrats resultantes de parcerias públic-privadas cujs encargs e riscs se revelem desprprcinads em detriment da psiçã d Estad; Reduçã das cnsultadrias na Administraçã Pública; Criaçã de um Impst sbre Patrimóni de Lux; blc.esquerda@be.parlament.pt - 2

3 Criaçã de um Impst sbre as Mais-valias Urbanísticas; Aplicaçã de uma taxa sbre as transações financeiras. Medidas de Justiça na Ecnmia: A repsiçã ds 13º e 14º meses de salári e pensões, bem cm ds restantes crtes aplicads as saláris e pensões, e das 8 hras de trabalh diárias; A extensã e abrangência d subsídi de desempreg e de utrs apis sciais; O cmbate a sbre-endividament das famílias, que impeça a perda das suas casas em situaçã de desempreg u quebra acentuada de rendiments, através da pssibilidade de renegciaçã d crédit à habitaçã, uma mratória ttal u parcial ds pagaments mensais u a anulaçã da dívida quand a casa é entregue a banc; O cmbate às desigualdades d sistema fiscal da tributaçã efetiva das atividades e instituições bancárias e financeiras através da implementaçã de um impst sbre as grandes frtunas e, em cntrapartida, da reduçã da carga fiscal (impsts direts e indirets) sbre s trabalhadres e pensinistas; O cmbate à fraude e evasã fiscais através d levantament d sigil bancári e d estabeleciment d territóri de tributaçã efetiva, que impeça a deslcalizaçã de empresas cm bjetiv de fugir a pagament de impsts. Medidas para Cresciment da Ecnmia Uma plítica de financiament estratégic da ecnmia, através da capitalizaçã d banc públic, e d estabeleciment de diretrizes mínimas em terms de crédit bancári, a cumprir pels bancs privads que beneficiam de dinheirs públics; Uma plítica de investiment públic para a criaçã de empreg em áreas estratégicas; blc.esquerda@be.parlament.pt - 3

4 O abandn ds prjets de privatizaçã de empresas estratégicas, u daquelas que cnstituem mnpólis naturais, cm a TAP, a ANA, partes da CP, da CGD e utras; O estabeleciment de um prgrama de desenvlviment d tecid prdutiv prtuguês que inclua, nmeadamente, a recuperaçã d setr agrícla, piscatóri e industrial; A rejeiçã das alterações a códig de trabalh que facilitam s despediments e prmvem desempreg e criam uma ecnmia mais instável; O cmbate à precariedade, cm fim ds falss recibs verdes u d fals trabalh temprári e cntrats a praz, pr via da integraçã em cntrat efetiv de quem exerce trabalh efetiv permanente n Estad u em empresas. A EUROPA NÃO APRENDEU COM OS SEUS ERROS A austeridade vem de dentr e de fra e mstra a incapacidade da Eurpa em respnder à crise d Eur. Mas a austeridade nã é sluçã e está a trnar-se num grande prblema, lançand cada vez mais países na recessã. A Eurpa tem respndid mal à crise que enfrenta e DEO segue esse caminh errad. Os resultads das eleições recentes em França e na Grécia, embra diferentes nas suas especificidades, demnstram claramente descntentament ds cidadãs eurpeus em relaçã à esclha eurpeia pela austeridade e pel autritarism. Na Eurpa e pr td mund, mais vzes se levantam em defesa da necessidade urgente de implementaçã de plíticas de caráter cntra cíclic, cm aquelas acima mencinadas, para quebrar cicl da crise e prmver cresciment ecnómic, sem qual nã é pssível, sequer, cnslidar as cntas públicas de frma sustentável. Para tal, é imprescindível renunciar à austeridade que, de frma dgmática e puramente idelógica, é impsta pela trika e pr este Gvern, e cnstruir a nível eurpeu uma respsta eficaz e slidária à crise. blc.esquerda@be.parlament.pt - 4

5 O Tratad Orçamental Eurpeu é exempl de uma Eurpa fcada apenas na austeridade. A insistência eurpeia na implementaçã de mecanisms refrçads de cntrl rçamental trna impssível uma plítica para cresciment e cndena a Eurpa à recessã. O Dcument de Estratégia Orçamental é submiss a esta visã destruidra. É precis rmper cm fanatism da austeridade e encarar a crise cm ela é: uma crise d Eur. Váris ecnmistas já identificaram que a raiz da crise que assla a Eurpa se encntra nas fragilidades da cnstruçã da própria zna mnetária. O Blc de Esquerda tem apresentad diversas respstas para este prblema. Medidas que permitam dtar a Zna Eur de mecanisms capazes a defender de ataques especulativs e de cmbater as assimetrias internas. As prpstas que pdem cumprir cm este bjetiv sã as seguintes: Mutualizaçã das dívidas ds Estads Membrs através da criaçã de um mecanism de emissã de dívida pública eurpeia cnjunta, s chamads eurbnds; Garantia de empréstim diret d Banc Central Eurpeu (BCE) as Estads. Prmçã de uma plítica mnetária pel BCE que ptencie a cmpetitividade das ecnmias eurpeias periféricas e uma mair hmgeneidade n cresciment ecnómic da Zna Eur; Rmper cm Tratad Orçamental Eurpeu, substituind- pr um Tratad para Cresciment e Empreg. A AUSTERIDADE RECOMPENSA A ESPECULAÇÃO O Dcument de Estratégia Orçamental insiste na austeridade e na desigualdade, incapaz de levar a cab uma plítica de cresciment e de slidariedade. É, pr iss mesm, um dcument que nã respnde às necessidades d país e que advém de um caminh errad da Eurpa. Centra-se unicamente n pagament de uma dívida que, além de impagável é, em parte, ilegítima. blc.esquerda@be.parlament.pt - 5

6 Impagável prque, num país incapaz de gerar riqueza e em que a recessã se agrava a cada mês, s pagaments da dívida assumirã um pes incmprtável n rçament. Esta realidade fi cmprvada pel própri primeir-ministr, a afirmar que as despesas cm jurs da dívida cnstituirã a mair despesa d Estad já em Ilegítima prque, para além da sua cmpnente abusiva, resultante da especulaçã financeira e de cntrats criminss, seu pagament custe que custar implica empbreciment de um pv e a destruiçã d futur de um país. Sem a cragem para rejeitar Prgrama de Ajustament, que destrói a ecnmia, e pôr em prática um prgrama de reestruturaçã da dívida pública, que inclua cancelament de tda a dívida abusiva e a renegciaçã da dívida detida pel BCE e pel FMI, país nã cnseguirá rmper cm cicl de recessã e endividament em que se encntra, nem implementar as medidas que alterem rum da ecnmia e d empreg. O Blc de Esquerda prpõe pr iss a Parlament a rejeiçã da rientaçã d Dcument de Estratégia Orçamental apresentad pel Gvern e a aprvaçã de recmendações n sentid de um prgrama alternativ, cncentrad nas priridades d cresciment, d empreg e da reduçã da precariedade. Assim, a abrig das dispsições cnstitucinais e regimentais aplicáveis, Grup Parlamentar d Blc de Esquerda prpõe que a Assembleia da República recmende a Gvern: 1. Rejeitar Dcument de Estratégia Orçamental prque este cntribui para empbreciment ds trabalhadres, ds desempregads e refrmads, impede a implementaçã de estímuls antirecessivs e a clcaçã d empreg cm priridade plítica nacinal. 2. Cancelar tda a dívida ilegítima e abusiva e renegciar imediatamente a dívida detida pel Banc Central Eurpeu e pel FMI, prcedend a uma renegciaçã da taxa de jur e ds prazs d empréstim internacinal cntraíd, estabelecend cm as instâncias credras uma cndiçã de tet para s pagaments d serviç da dívida de md a permitir um investiment públic que, direcinad para a prmçã da criaçã de empreg, qualificaçã ds serviçs públics e api a blc.esquerda@be.parlament.pt - 6

7 exprtações u substituiçã de imprtações, cnstitua estímul necessári para a recuperaçã da ecnmia de md a evitar a bancarrta. Assembleia da República, 8 de mai de As Deputadas e s Deputads d Blc de Esquerda, blc.esquerda@be.parlament.pt - 7