Apresentação da professora Professora da Educação Básica, Educação de Surdos e Ensino Superior (UFPR)
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- Madalena Carrilho de Carvalho
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1 Fundamentos para as Necessidades Educativas Especiais Teleaula 1 Profa. Dra. Sueli Fernandes tutoriapedagogia@grupouninter.com.br Pedagogia Apresentação da professora Professora da Educação Básica, Educação de Surdos e Ensino Superior (UFPR) Coordenadora da Graduação em Letras Libras Polo UFPR Doutora em Letras e Mestre em Linguística Fundamentos para as Necessidades Educativas Especiais Contribuições da disciplina: a partir da apropriação dos eixos temáticos da disciplina, impulsionar o acadêmico ao estudo, à análise crítica e à reflexão sobre as práticas inclusivas no processo de ensino e aprendizagem dos educadores Ementa Educação Especial no contexto da sociedade brasileira: aspectos filosóficos, históricos e legais Concepções de educação especial e de educação inclusiva para todos Caracterização dos alunos face aos determinantes biopsicossocial e pedagógicos Políticas e programas de atendimento educacional nos âmbitos Nacional e Estadual A organização escolar e as implicações didático-pedagógicas quanto ao planejamento, conteúdos, objetivos, materiais didáticos, procedimentos metodológicos e avaliativos, bem como a relação pedagógica 1
2 Adaptação/flexibilização curricular e as tecnologias assistivas A escola e o professor no processo de inclusão de alunos que apresentam necessidades especiais Organização da Disciplina 1.Apresentação dos eixos temáticos: marcos históricos, fundamentos legais, escola inclusiva, formação do professor 2. Dialogia e reflexão sobre a prática 3. Síntese Contextualização Aspectos Históricos Quais são as origens históricas do movimento pela inclusão? Qual o papel da Educação Especial nesse contexto? Concepções e práticas históricas relacionadas à deficiência Critério de julgamento para classificar o sujeito em normal ou deficiente Para compreendermos as práticas humanas vigentes no contexto em que vivemos Valores Crenças Deficiência 2
3 Fases Históricas de Atenção Social à Deficiência Extermínio Segregação (Institucionalização) Integração Inclusão social Últimos 50 anos Período pré-científico de relação da sociedade com a deficiência Período do extermínio Período da segregação/institucionalização Ações assistencialistas e filantrópicas, vinculadas à Igreja Católica Extermínio Segregação Período científico de relação da sociedade com a deficiência Desvios da normalidade Atribuída uma dimensão espiritual, que escapava à compreensão humana Período do extermínio Antiguidade: menção das primeiras formas de tratamento em face das deficiências Início com as antigas civilizações, estendendo-se até a queda do Império Romano do Ocidente (Século V) 3
4 Grécia e Roma Poder político detido pela Nobreza (laços hereditários e força armada dos exércitos militares) que garantiriam: Manutenção da riqueza com base na conquista de novos dominíos territoriais, submetendo ao escravagismo os povos derrotados Dádiva do corpo perfeito e forte para guerrear Em Atenas, Esparta e Roma, relatos dos filosófos: disseminavam os valores necessários à manutenção da nobreza incentivando o extermínio de crianças Nós matamos os cães danados e touros ferozes, degolamos ovelhas doentes, asfixiamos os recém- -nascidos mal constituídos; mesmo as crianças se forem débeis ou anormais, nós as afogamos, não se trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar das partes sãs aquelas que podem corrompê-las. (Governante Espartano) Aplicação Prática Filme: ALEXANDRE. Direção de Oliver Stone (2004) Observe a lógica de organização da vida e da educação na Antiguidade clássica para compreender a prática do extermínio de crianças com deficiência nesse contexto histórico Síntese Vídeo: Alexandre < h?v=gmf2aqlvmei> A situação de deficiência, bem como as ideias e representações do grupo sobre sua origem, será determinada pela concepção dominante No período do extermínio, pessoas com deficiência não tinham direito à vida 4
5 Idade Média Período de Segregação Extermínio Condenação da morte Homens são criaturas de Deus Representações sociais da deficiência Nascimento de uma criança com deficiência é considerado castigo divino, punição de pecados Sinal de possessão demoníaca Anão ou pessoas com deformidades físicas Mas ao mesmo tempo, a deficiência era vista como Estigma de pessoas escolhidas por Cristo Cego: abençoado com o poder da vidência Mas sua situação era de abandono à própria sorte. Dependendia de atos individuais de caridade Contextualização De onde vem a tendência de interpretar o nascimento de uma criança com deficiência como um castigo divino? Fonte: < 5
6 Período da segregação Filantropia e assistencialismo baseadas na crença de que um ato de caridade conduziria à salvação da alma Fonte: < Surgem as primeiras iniciativas de proteção (asilos e abrigos de assistência) Jean Itard Precursor da Educação Especial Avanço da medicina: concepções clínicas articuladas à busca da cura e do tratamento Origem da deficiência: decorrente de causas naturais e não mais de fatores espirituais O Garoto Selvagem ( ) Aplicação Prática Vídeo: O garoto selvagem (L Enfant Sauvage, 1970), produção francesa que reproduz a história de Victor de Aveyron 6
7 Separar para Cuidar No período da segregação/ institucionalização, separou-se toda a parte doente da sociedade para que fosse tratada em instituições sob os ditames da medicina No Brasil são criadas as primeiras instituições especializadas no atendimento de pessoas com deficiência visual e com surdez: Instituto Benjamin Constant (1854) e o Instituto Nacional de Educação de Surdos Ines (1857) Instituto Benjamin Constant IBC 1854 Instituto Nacional de Educação de Surdos INES 1857 A Revolução Burguesa e o cenário político-econômico característico geram grandes transformações Processo de industrialização: mão de obra barata (pessoas com deficiência, mulheres e crianças) 7
8 Com a Revolução Burguesa Síntese Na nova sociedade industrial, em que a exploração do trabalhador é condição para geração de lucro e acúmulo de riquezas, todas as ferramentas necessárias à proliferação do capital são exploradas: a mão de obra de mulheres, crianças e, pela primeira vez, de pessoas com deficiência passam a ser possibilidades de obtenção de riqueza. (FERNANDES, 2011) Modelo que segregava pessoas com deficiência para o modelo que explora sua força de trabalho, subsidiando as primeiras tentativas de convívio entre pessoas com e sem deficiência Contextualização Modelo Clínico Como foi a transição entre o modelo que segregava pessoas com deficiência e o modelo que passou a investir em intervenções pedagógicas? De onde vem a crença de que as deficiências são contagiosas, como doenças e que, consequentemente, precisam ser tratadas em hospitais? A institucionalização e o modelo clínico-terapêutico Vamos voltar ao início do Século XX: experiência pioneira em Educação Especial 8
9 Sob a influência dessa perspectiva, inicia-se um processo de transição entre abordagens clínicas e pedagógicas Base para a denominação: Escolas Especiais Características do Modelo Clínico-terapêutico Hegemonia da área médica sobre a pedagógica no tratamento da deficiência A deficiência era vista como desvio da normalidade. Consequentemente seu estudo demandava estudo de fatores etiológicos A explicação da origem da deficiência está no indivíduo, sendo identificável por meio da investigação dos fatores genéticos-hereditários, circunstâncias pessoais ou familiares, entre outros Imutabilidade na condição da deficiência Adoção de um padrão de normalidade físico e mental que balizava a avaliação dos desvios apresentados Identidade entre a deficiência e a doença mental, ocasionando uma fusão entre psiquiatria e pedagogia, e determinando o tratamento clínico A Hegemonia do Modelo Médico Institucionalização 9
10 Essa tradição contribuiu para a consolidação de um modelo de atendimento especial caracterizado como pedagogia terapêutica Ação combinada e subordinada de professores especializados e profissionais da saúde Origem do Fracasso Escolar Atribuída a fatores orgânicos (deficiências, doenças, distúrbios etc.) Caberia à Educação Especial desenvolver ações de normalização (baseadas na reabilitação de funções comprometidas) para uma possível reintegração do aluno Aplicação Prática A ideia de que as deficiências são contagiosas e precisam ser tratadas em hospitais, ainda persiste no imaginário popular? Debata sobre essa visão com seus colegas buscando superar a perspectiva deste mito Síntese O atendimento educacional especializado, realizado nas escolas de seu município ainda é dominado pelo modelo clínico-terapêutico? Modelo clínico-terapêutico: subordinação da pedagogia aos ditames da medicina (e de seus profissionais) no tratamento da deficiência Origem da deficiência no sujeito, identificada por meio da investigação de fatores genético-hereditários 10
11 Tarefa da Educação Especial: desenvolver uma pedagogia terapêutica, com base em instrumentos e técnicas para descrever a deficiência e suas causas 11
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