Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Recursos humanos - Interesse Pessoal - Informação inexistente. Pedido fora do escopo - Não conhecimento - Recomendações. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco IFPE. R.A.R.C. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Prezados, gostaria de tirar a seguinte dúvida: sou funcionário Pedido do Banco do Brasil. No caso de eu ser transferido 21/11/201 promovido para outro estado, ou seja, no interesse do governo federal, maior acionista do BB, minha esposa (servi- dora do IFPE) tem direito também a remoção para o mesmo estado? Resposta Inicial 26/11/201 Informamos que de acordo com a alínea "a", do inciso III do artigo 6 da Lei nº 8.112/90, se o cônjuge da servidora é servidor público e se a transferência do mesmo for de interesse da administração, a servidora poderá acompanhá-lo. Descrevemos a legislação abaixo: Art. 6. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede [v. rt.242]. Parágrafo único: Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela 21

2 Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior 26/11/201 02/12/201 Lei nº 9.527, de ) I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de ) II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de ) III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de ) a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de ) Não houve resposta para o pedido efetuado, uma vez que o empregado do BB é regido pelo CLT, portanto não é servidor público e sim empregado público, e a resposta mencionou apenas servidores públicos, a menos que para esses casos o funcionário do BB seja equiparado a servidor público. Peço resposta para o caso relatado no pedido inicial: a cônjuge servidora do IFPE, regida pela lei 8.112/90 e casada com um funcionário do Banco do Brasil, regido pela CLT, tem direito a remoção no caso de promoção de seu marido? Peço a gentileza de contar na resposta uma das seguintes expressões: "sim, tem direito" ou "Não, não tem direito". Obrigado pela atenção e desculpem pelo inconveniente. Conforme solicitado, segue abaixo a resposta de nossa Direção de Pessoal. A teor da Nota Técnica nº 62/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP, em anexo, é possível a concessão de licença, com fundamento no caput e 1º do art. 84 da Lei nº 8.112/90. Por sua vez, para a concessão de exercício provisório, com fundamento no 2º do citado dispositivo, é necessário saber a extensão do termo servidor público e, mais especificamente, se os funcionários de sociedade de economia mista (no caso, Banco do Brasil) estão incluídos nesse conceito. Encontrei uma decisão, proferida pelo TRE/MS (colada abaixo), que entende que sim, mas entendo que a dúvida deverá ser sanada pela Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, conforme disposto no art. 9º da Orientação Normativa SEGEP/MP nº 5/2012, também anexa. TRE-MS - MANDADO DE SEGURANCA MS 19 MS (TRE-MS) Data de publicação: 01/08/2008 Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CONHECI- MENTO. PEDIDO DE REMOÇÃO DE SERVIDOR 22

3 Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade 05/12/201 1/12/201 PARA LOTAÇÃO PROVISÓRIA EM OUTRO TRIBU- NAL REGIONAL ELEITORAL. ACOMPANHAMENTO DE CÔNJUGE. FUNCIONÁRIA DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIDORA PÚBLICA. ART. 84, 2.º, DA LEI N.º 8112 /90. ENTIDADE FAMILIAR. ARTS. 226 E 227 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PROTEÇÃO. SEGURANÇA CONCEDIDA. Quanto ao cabimento do presente instrumento constitucional, observase que o art. 107 da Lei n.º 8112 /90 prevê recurso do indeferimento de pedido de reconsideração, ao qual pode ser conferido efeito suspensivo (art. 109 subseqüente), devendo a insurgência ser interposta à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão. Entrementes, considerando que o impetrado é a autoridade máxima desta Corte, e que o TSE se declara incompetente para interferir na autonomia administrativa dos TREs (Acórdãos 22577/07, 1171/96 e 1269/96), é cabível o presente mandamus, não incidindo o obstáculo previsto no art. 5.º da Lei n.º 15. O termo servidor público, para efeito do art. 84 da Lei n.º 8112 /90 e em consonância com os arts. 226 e 227 da Constituição Federal, compreende todos aqueles que mantém com o Poder Público relação de trabalho e natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. Ou seja, são servidores públicos todos os que prestam serviços, nas condições assinaladas, às entidades públicas, sejam elas da administração direta ou indireta, enquadrando-se nesta situação a funcionária de empresa de economia mista, no caso o Banco do Brasil. Tendo ocorrida a promoção do cônjuge, empregada de empresa de economia mista, como instrumento de crescimento profissional que beneficia o interesse público e o Poder público, para lugar diverso da lotação do servidor deste Tribunal, deve ser concedida a licença para acompanhamento de cônjuge e a lotação provisória em outro tribunal regional eleitoral, ante o princípio constitucional de preservação de entidade familiar (arts. 226 e 227), devendo persistir a licença enquanto a atividade do cônjuge estiver sendo exercida, retornando ao seu órgão de origem quando ela cessar. Conforme resposta recebida, recorro para a instância superior a fim de obter um posicionamento definitivo, registrando, porém, um elogio ao entendimento recebido no recurso de 1ª instância e à jurisprudência do TRE/MS, em observar a proteção conferida pela Constituição Federal à família. Espero que o entendimento seja o mesmo na instância Definitiva. Conforme inciso III do artigo 6 da Lei 8.112/90 que já foi encaminhada, o direito é pertinente para servidores públicos. 2

4 Máxima Recurso à CGU Informações Adicionais e Negociações 16/12/201 28/0/201 4 Prezados, lamento ter que recorrer outra vez, porém denota-se que na última resposta recebida, a pessoa não leu a solicitação inicial e nem os recursos já efetuados. Nem eu nem ninguém tem dúvidas que o inciso III do artigo 6 da lei 8.112/90 refere-se a servidores públicos, a dúvida em questão é: o funcionário do Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia mista, cujo governo federal possui mais do que 50% das ações ordinárias, cujo ingresso de seus funcionários é através de concurso público, é equiparado a servidor público nesses casos, conforme entendimento jurisprudencial já descrito na resposta da 1ª instância? Ou seja, se eu, funcionário do BB, tiver que mudar de cidade ou estado, no interesse do Banco do Brasil, para uma promoção, minha esposa, servidora pública do IFPE, tem direito a remoção para a mesma localidade, independente da vontade da administração? A CGU solicitou informações adicionais ao IFPE, que foram prestadas em 0/04/ A CGU solicitou ao IFPE cópia da Nota Técnica nº 62/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP, mencionada na resposta do recurso à Autoridade Superior, e questionou se não seria possível a produção de uma resposta, por parte do setor competente daquela instituição de ensino, capaz de sanar com segurança a dúvida do cidadão.. Em sua resposta, a recorrida nos encaminhou a troca de s realizada pela Diretora de Gestão de Pessoas e pela Procuradora Jurídica do IFPE em que se discute o caso. Contudo, não houve menção acerca da possibilidade de ser produzido um documento de resposta específica ao cidadão. É o relatório. Análise I Preliminares de admissibilidade 4. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 2 do Decreto nº 7724/2012, nestes termos: Lei nº /

5 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 2. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria- Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 5. Não obstante sua tempestividade, cabe verificar a existência dos demais requisitos de admissibilidade para o conhecimento do recurso, quais sejam: a legitimidade do recorrente, o interesse de agir e a conformidade entre seu objeto e as hipóteses recursais previstas no art. 16 da Lei de Acesso à Informação (LAI). 6. De plano, verifica-se que o objeto do pedido foge ao escopo da LAI e, portanto, o recurso não se encaixa nas hipóteses do art. 16 da LAI. Os recursos sobre os quais a CGU tem a competência para se pronunciar referem-se aos pedidos de acesso à informação que são negados por órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. Para que haja uma negativa de acesso é preciso analisar, inicialmente, se o pedido do cidadão está de acordo com os propósitos da LAI, ou seja, se aquele tipo de informação desejada pode ser solicitada via LAI, por meio do e-sic. 7. No caso em tela, a demanda do cidadão refere-se a uma consulta jurídica. Ele deseja receber da instituição recorrida um pronunciamento acerca de uma situação hipotética, de seu interesse particular, o que demandaria um trabalho de análise e elaboração de um parecer jurídico específico. 8. Sobre consultas jurídicas formuladas em pedidos de acesso à informação, a Assessoria Jurídica da CGU pronunciou-se por meio do Parecer nº 5/201-ASJUR/CGU-PR (Processo nº /201-84) no seguinte sentido: No que tange à aplicação da Lei de Acesso à Informação, não há qualquer preceito que prescreva o dever de qualquer órgão e/ou autoridade pública prestar assessoramento jurídico formulado em tese por cidadão no seu interesse estritamente particular, sobretudo sem a demonstração de qualquer interesse público o requerimento formulado. 9. No atual contexto, consultas jurídicas não são aceitas como pedidos de acesso à informação quando a informação solicitada é inexistente, ou seja, quando o órgão não tenha realizado a análise 25

6 de um caso semelhante e sobre ele emitido parecer. O que pode ser solicitado por meio da LAI são pareceres jurídicos já prontos e avalizados por autoridade administrativa competente. Nesse sentido, caso o interessado solicitasse ao recorrido um parecer jurídico determinado ou questionasse sobre a existência de parecer no qual fosse analisada uma situação de remoção, redistribuição de servidor ou concessão de licença por motivo de afastamento de cônjuge, parece-nos claro que tal solicitação estaria caracterizada como pedido de acesso à informação, eis que se referiria a um documento existente. 10. Contudo, o cidadão apresentou ao órgão uma consulta em tese. Sua pergunta apresenta características que demandam estudo e análise quanto aos entendimentos acerca do tema: ele, empregado público, concorrerá a uma promoção e, como consequência dela, poderá ser removido. A remoção em decorrência de uma promoção a qual o interessado se inscreveu voluntariamente é considerada remoção de ofício? Sua esposa poderia ser removida ou seria redistribuída? Qual o entendimento atual da Administração Pública Federal sobre o assunto? Enfim, a resposta a essas questões pressupõe a elaboração de um documento específico, com os elementos próprios ao caso apresentado pelo cidadão, até então inexistente no órgão recorrido. 11. Não obstante a tentativa do IFPE em responder ao cidadão pelo e-sic, é preciso comunicar-lhe sobre a inexistência da informação e sobre o fato do e-sic não ser o canal adequado para dirimir sua dúvida nos termos apresentados. A título de esclarecimento, a servidora pública interessada, esposa do recorrente, pode submeter uma consulta formal ao órgão responsável pela gestão de recursos humanos do IFPE, que deve contar com um setor de legislação de pessoal capacitado a sanar dúvidas com relação à interpretação e aplicação do Estatuto Jurídico do Servidor Público Federal. Esse é o caminho adequado para a produção da resposta demandada. Conclusão 12. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso por estar o pedido inicial fora do escopo da Lei de Acesso à Informação. 1. Por fim, observamos que a instituição recorrida descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se: 26

7 a) Informar em suas respostas ao cidadão a autoridade que tomou a decisão, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciar o recurso; b) Que a Autoridade responsável por decidir o recurso de primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior àquele que adotou a decisão inicial. MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 201, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 2 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº / direcionado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco IFPE. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 27

8 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 1689 de 15/05/2014 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 15/05/2014 Relação de Despachos: De acordo. RAFAEL ANTONIO DAL ROSSO ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinado Digitalmente em 05/05/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 95c466ce_8d1ee