Brasil 2013/14: Retomada dos investimentos em cenário global ainda incerto



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Transcrição:

Brasil 203/4: Retomada dos investimentos em cenário global ainda incerto Nilson Teixeira (55 ) 370 6288 nilson.teixeira@credit-suisse.com Iana Ferrão (55 ) 370 6345 iana.ferrao@credit-suisse.com Leonardo Fonseca (55 ) 370 6348 leonardo.fonseca@credit-suisse.com Daniel Lavarda (55 ) 370 6352 daniel.lavarda@credit-suisse.com Tales Rabelo (55 ) 370 6353 tales.rabelo@credit-suisse.com

Índice Sumário 5 Cenário Global Cenário Brasil 27 Setor Externo 29 Atividade Econômica 57 Inflação 99 Política Monetária 29 Política Fiscal 67 Política 99 Balanço de riscos 25 Economia brasileira em números 29 3

Sumário

Incerteza sobre cenário global diminuiu, mas permanece alta O crescimento da economia global será ligeiramente maior em 203. Embora a incerteza sobre essa expansão permaneça elevada, o risco de cenários extremos diminuiu. O crescimento da economia dos EUA no próximo ano será um pouco inferior ao de 202, com redução muito gradual da taxa de desemprego. O maior risco para a atividade é de que o fim dos estímulos fiscais no início de 203 tenha um impacto muito significativo na economia. A Área do Euro crescerá no próximo ano, frente à contração da atividade em 202. O risco de crise financeira diminuiu substancialmente com os programas deste ano. Dada a provável recessão em alguns países periféricos em 203 e a consequente manutenção de altas taxas de desemprego, é baixa a probabilidade de aprovação de reformas que contribuam para a retomada mais expressiva da atividade. O crescimento na maioria dos emergentes aumentará em 203, em função de políticas expansionistas em vários mercados. A expansão do PIB da China também aumentará em 203 e 204, influenciada pela alta dos investimentos públicos. O crescimento dos emergentes permanecerá bem acima da média dos países desenvolvidos. A inflação global continuará baixa, apesar das medidas expansionistas em vários países. A relativa estabilidade dos preços de commodities será determinante para que as pressões inflacionárias sejam reduzidas. Os juros permanecerão estáveis na maioria dos países. Uma eventual forte retomada da atividade nos países desenvolvidos, com alta da inflação, elevaria a probabilidade de aumento dos juros nesses mercados em 204. CENÁRIO GLOBAL 6

Investimentos diretos cobrirão o déficit em transações correntes O déficit em transações correntes aumentará em 203 e 204, por conta da redução do saldo comercial e da elevação das despesas nas principais contas de serviços e rendas. A expectativa de baixo crescimento das exportações é função, em parte, do esperado recuo do preço médio das commodities exportadas. Dadas as restrições impostas nos últimos anos, a expansão das importações não será expressiva. Os investimentos estrangeiros diretos (IED) aumentarão em 203, em linha com a elevação da participação do Brasil no fluxo desses investimentos. Mantendo a dinâmica desde 2008, quando o País passou a apresentar déficit em transações correntes, os influxos de IED continuarão mais do que suficientes para financiar esse déficit em 203 e 204. O cenário global, a trajetória da inflação doméstica e o comportamento da produção industrial influenciarão a política cambial nos próximos trimestres. O nosso cenário de estabilidade da taxa de câmbio em 203 é compatível com o objetivo do governo de manter essa taxa em um patamar mais depreciado. Um forte influxo de divisas para o País elevaria a probabilidade de adoção de novas restrições para conter uma eventual apreciação do real. SETOR EXTERNO 7

Aceleração do crescimento exige retomada dos investimentos A expansão do PIB em 203 e 204 será superior à dos dois últimos anos. Os estímulos à economia doméstica em 202 contribuirão para elevar o crescimento nos próximos anos. A expansão mais significativa da atividade requer uma expressiva recuperação dos investimentos, que diminuíram em 202. Essa retomada exige que a incerteza sobre o cenário global não aumente e que não haja deterioração dos fundamentos das economias centrais e da China. O consumo das famílias em 203 e 204 crescerá mais do que em 202, em resposta às condições favoráveis do mercado de trabalho e à maior expansão do crédito, estimulada pela redução significativa dos juros bancários. O governo adotou várias medidas desde 20, entre as quais a redução de impostos, para estimular a competitividade da indústria doméstica. Essas medidas aumentarão a produção industrial, ao menos provisoriamente, e diminuirão o crescimento da importação de manufaturados. A massa salarial real continuará crescendo em 203 e 204, com redução adicional da taxa de desemprego e elevação significativa dos rendimentos reais. Os menores reajustes do salário mínimo nos próximos anos diminuirão a alta dos salários reais em relação a anos anteriores. ATIVIDADE ECONÔMICA 8

Inflação acima da meta e Selic estável por um período prolongado A inflação IPCA permanecerá acima do centro da meta em 203 e 204. A menos que haja um choque de commodities desfavorável, o risco de a inflação acelerar de forma significativa em 203 não é alto. A inflação de serviços continuará diminuindo nos próximos anos, devido ao efeito favorável do menor reajuste do salário mínimo sobre a inflação de empregados domésticos. A inflação de preços monitorados será menor em 203, em função do forte declínio das tarifas de energia elétrica. A inflação de bens industriais aumentará como consequência da depreciação cambial, do aumento dos impostos de importação e da possível reversão da desoneração tributária sobre automóveis. A inflação de alimentos recuará em 203, assumindo ausência de choques de oferta no mercado de commodities e menor inflação de alimentos in natura. A Selic permanecerá estável em 203 e 204, em um cenário de: inflação relativamente contida; expansão gradual da atividade; e manutenção de uma política monetária expansionista na maioria dos mercados. Em um cenário alternativo de forte aceleração da atividade e desvio muito expressivo da inflação frente à sua meta por um período prolongado, a política monetária será apertada, com adoção de medidas macroprudenciais e aumento da Selic. A discricionariedade na gestão da política econômica aumentou nos últimos anos. Apesar de não ter impacto expressivo no curto prazo, essa flexibilidade impõe riscos de médio prazo relevantes, como a maior dificuldade de o País reduzir a inflação no futuro para patamares próximos daqueles observados em economias mais estáveis. INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA 9

Meta integral de superávit primário não será cumprida em 203 A meta integral de superávit primário não será alcançada em 202, 203 e 204. O governo fará uso das cláusulas de escape, que permitem descontar os investimentos do PAC para efeito de cumprimento da meta fiscal. As principais razões para o não cumprimento da meta integral em 203 serão a ampliação e a extensão das desonerações tributárias e o aumento das despesas, inclusive as de investimentos. A dívida líquida do setor público como proporção do PIB diminuirá nos próximos anos. O superávit primário necessário para manter estável a dívida líquida do setor público é muito inferior à meta. A vulnerabilidade fiscal do Brasil é muito baixa, quando comparada com a de outros países, notadamente os desenvolvidos. A avaliação do governo continuará alta em 203. Em um cenário de aumento da base de apoio do governo, a atividade parlamentar será maior no próximo ano, com a discussão de importantes projetos no Congresso. POLÍTICA FISCAL E POLÍTICA 0

Cenário global

Crescimento global de 3,4% em 203 A expansão do PIB global aumentará de 3,% em 202 para 3,4% em 203. O crescimento será próximo ao da média dos últimos 40 anos e inferior ao do período entre 2000 e 2007. A maior expansão será resultado do fim do período recessivo na Europa, com repercussões favoráveis sobre as demais economias, sobretudo os emergentes. A retirada de estímulos fiscais explicará a manutenção do baixo crescimento na economia dos EUA. Crescimento do PIB global (%) Crescimento das principais economias (%) 5,0 Peso PPP 20 2,4,8 2,2 2,0 4, 3, 2,9 4, Média dos últimos 40 anos 2,7 3,3 3,8 3, 3,4 EUA Euro Japão 20 4 6-3,5-4,4-6,3 9, 2,0,4 0,5-0,4 4,5,4 0,3-0,7 0,3 9,2 7,7 8,0 4 China 70-79 80-89 90-99 00-07 2008 8,4 8,4 6,5 5,9 6,9 5 2009 Índia 200 20 202e 203e 5,3 4,0 3,0 3,7 Outros 4 2009-0,8 -,0 200 20 202e 203e Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, FMI, Credit Suisse 2

Expansão global de 203 será muito explicada por emergentes O crescimento mundial permanecerá muito concentrado nos emergentes. Cerca de 60% dessa expansão será explicada pelos emergentes da Ásia, 4% pela Europa emergente e 9% pela América Latina. Apenas 7% do crescimento global de 203 será explicado pelos países desenvolvidos. 5,3 5,0 Composição do crescimento do PIB global ponto percentual (pp) 2007 4,0,3 5,3 Crescimento 2,7 global (%) 3,8 2,6 3,4 3, 2,7 2,2 2, 0,9,9 0,7,8 0,4 0,5 0,7 0,4 0,4 0,5 0,4,6 0,3 0,2 0,3 0,6 0,6 0,4 0,4 0,5 0,4 0,2 0,3 0,3 0,3 0, 0, -0,4 2007 2008 200 20 202e 203e -0,8-0,8-0,7-0, -0,4 2009 Ásia ex-japão Europa emergente, África e Oriente América Latina EUA e Canadá Europa Japão e Oceania 2009-0,8 2008 -,9-0, 200 20 202e 203e Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, FMI, Credit Suisse, 2,7 2,6 2,8 3,2 3,8 0,5 2,7 0,6 0,6 3, 3,4 3,8,2 Emergentes Desenvolvidos Global (%) 5,0 3

Retomada global será gradual em função dos riscos Conforme sugerido pelos recentes indicadores da indústria e pela corrente de comércio, a retomada do crescimento global será gradual em 203, por conta das incertezas sobre eventos extremos na Área do Euro, do impacto da questão fiscal no início de 203 nos EUA e da gradual aceleração da atividade na China. A aceleração da expansão global em 203 está condicionada à redução desses riscos. Índices de Compras dos Gerentes (PMI) do setor manufatureiro (pontos, com ajuste sazonal) Comércio mundial e produção industrial mundial (%, ante o trimestre anterior, com ajuste sazonal) 60 58 56 54 EUA Recuperação lenta da atividade global, após forte desaceleração. 4,0 3,5 3,0 2,5 Comércio Retração do comércio no 3T2 reforça baixo crescimento global. 52 50 Expansão Contração China Global 2,0,5,0 48 0,5 Produção industrial 46 0,0 Área do Euro 44-0,5 Jan-0 Jul-0 Jan- Jul- Jan-2 Jul-2 Out-2 T0 2T0 3T0 4T0 T 2T 3T 4T T2 2T2 3T2 Fonte: Markit economics, CPB, Credit Suisse 4

Área do Euro sairá da recessão em 203 Após a contração de -0,4% em 202, o crescimento do PIB na Área do Euro será de 0,5% em 203, com retomada mais forte no 2S3. Essa expansão será explicada por: Menor contração em Portugal, Itália, Espanha e Grécia. Aceleração gradual nos países do núcleo da região (e.g., Alemanha e França). Maior expansão do PIB fora da Área do Euro (e.g., Suíça, Suécia e Reino Unido). Crescimento do PIB da Área do Euro (%, ante o trimestre anterior, anualizado) T2 2T2 3T2 4T2e 0,0-0,2-0,7 -,3 0,8,3,9,8 T3e 2T3e 3T3e 4T3e Crescimento do PIB na Europa em 202 e 203 (%) Área do Euro -0,4 203 202 0,5 Área do Euro Periférica 3-2,0 0,0 -,3 -,2-2,8 -,5-6,0-4,0 0,5,5 Países fora da Área do Euro -0,3 3,7 2,8,,8,5 0,5,5 Noruega, Suécia, Reino Unido e Suíça 2 Alemanha, Áustria, Finlândia, Bélgica, Holanda e França 3 Irlanda, Itália, Espanha, Portugal e Grécia Área do Euro Núcleo 2-0,8 202e -0,2,0,3 0,8, 0,4,0 0,8 0,5 0, 0,5 203e Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, Credit Suisse 5

Ação do BCE reduziu a aversão ao risco nos mercados O programa de compra de títulos soberanos (OMT) do Banco Central Europeu (BCE), anunciado em setembro, reduziu os riscos associados à maior volatilidade nos mercados financeiros e à fuga de capitais dos países periféricos. O programa reduziu os spreads dos títulos soberanos e conteve a fuga de capitais dos países periféricos, sobretudo da Espanha. A redução adicional dos prêmios de risco dependerá da execução dos ajustes fiscais e da atuação do BCE nos mercados secundários de títulos soberanos. Fluxo de divisas no sistema TARGET2 ( bilhões, média móvel de três meses) Spread dos títulos soberanos em relação aos papéis alemães (número índice, ago-2 = 00) 50 80 Programa de compra 40 de títulos soberanos pelo BCE 60 30 Grécia 20 Itália 40 Portugal Irlanda 0 Saída de 20 recursos 0 Entrada de 00 recursos -0 Espanha Itália Espanha 80-20 Programa de compra de títulos do BCE -30 60 Jan-0 Jul-0 Jan- Jul- Jan-2 8-Set-2 Nov- Jan-2 Mar-2 Mai-2 Jul-2 8-Set-2 Nov-2 Sistema de pagamentos integrado entre os países da Área do Euro. Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, Credit Suisse 6

Melhoria gradual dos fundamentos dos países periféricos A contração do produto nas economias periféricas será menos expressiva em 203. Os resultados das contas externas têm sido mais favoráveis, devido à forte retração da demanda, que diminui as importações, e aos ganhos de competitividade com a redução de salários, que estimula as exportações. Esses fatores contribuirão para a retomada da atividade nesses países, mesmo que de forma muito gradual e contida pelos ajustes fiscais. O principal risco advém do não cumprimento dos ajustes programados em função, por exemplo, da reação desfavorável da sociedade. Eventos dessa natureza elevarão a incerteza sobre a permanência dos países no Euro, estimularão a fuga de capitais e dificultarão a retomada da atividade na região. Média de 2004 a 2008 203e -0,4 Déficit em transações correntes (% do PIB) 0,0 0, -8,2-0,8 -,0-3,7 3, Salário médio em relação à média da Área do Euro (%) 23-9 2-3 -7 2-5 0 3 - - Média de 2000 a 2009 Média de 2009 a 202 0 2-8 Portugal Espanha Grécia Irlanda Grécia Irlanda Portugal Espanha Holanda Italia França Alemanha Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, Eurostat, Credit Suisse 7

Crescimento do PIB dos EUA permanecerá baixo em 203 O PIB dos EUA crescerá 2,0% em 203, ligeiramente inferior aos 2,2% de 202. A baixa expansão do consumo (cerca de 70% do PIB), a retração dos gastos do setor público e a lenta retomada do setor residencial explicarão esse baixo crescimento. A retomada da atividade nos EUA após a recessão de 2008/09 tem sido mais gradual quando comparada às últimas recessões no país. Variações de estoques Consumo do governo Investimento não residencial Consumo das familias Crescimento do PIB americano (%, ante o ano anterior) 2,4,5 0, 0,,3 0, 0,8,8,8 0, 0,3 2,2 2,0 0, 0,8 0,3 0,5,3, 5,7 Crescimento médio do PIB americano 3 trimestres após a recessão (%, ante o trimestre anterior, anualizado) 4,6 5,5 5,7 3,4 3,0 4,6 2,2 Investimento residencial Exportações líquidas -0, -0, -0,3-0,5-0,7-0, 200 20 202e 203e 960 970 973-75 98-82 990-9 200 Média Atual Fonte: NBER, Credit Suisse 8

Abismo fiscal atenuará a retomada da economia nos EUA Abismo fiscal seria a consequência para a atividade da redução de gastos públicos e do aumento de impostos programados para ocorrer a partir do início de 203. A estimativa é de que esse abismo fiscal reduziria o PIB dos EUA em,4 ponto percentual em 203. Essa contribuição negativa dificultaria a retomada da atividade no país. A incerteza sobre a capacidade de o Congresso alcançar um acordo para evitar o abismo fiscal explica a projeção de que o crescimento do PIB nos EUA, ante o trimestre anterior, será mais baixo no T3 (,8%, anualizado) em relação ao 2T3 (2,0%) e ao 4T3 (2,5%). Cenários para o abismo fiscal retirada de programas de estímulos (Impacto em % do PIB) Cenário favorável 0,8 Tributos na Lei de Saúde Acessível 0, Outras variações das receitas e despesas 0,7 Cenário mais provável,4 Término da redução dos encargos trabalhistas 0,6 Cenário alternativo 2,7 Término das desonerações tributárias para pessoas de alta renda 0,4 Cortes automáticos, Lei de Controle Orçamentário 0,4 Término do seguro-desemprego de emergência 0,2 Fim de outros benefícios 0,4 Cenário desfavorável 3,8 Fim das isenções para contribuintes com renda abaixo de US$ 200 mil (US$ 250 mil para declarações em conjunto),0 Redução das taxas de reembolso no regime público (Medicare) 0, Fonte: Congressional Budget Office (CBO), Credit Suisse 9

Política monetária expansionista nos EUA até meados de 204 Em um cenário de baixo crescimento nos EUA, a convergência da taxa de desemprego para os níveis desejados pelo Fed será lenta. A taxa de desemprego média do último trimestre recuará de 7,9% em 202 para 7,4% em 203, assumindo aumentos mensais de postos de trabalho de cerca de 50 mil. Os núcleos de inflação permanecerão abaixo da zona de conforto do Fed de 2%. Mesmo assumindo melhoria no mercado imobiliário e aceleração nos preços dos aluguéis, a deflação de bens manterá a inflação baixa em 203. A política monetária nos EUA continuará expansionista, sem alta da taxa fed funds e com compras de ativos (QE3) em 203 e, possivelmente, em 204. A magnitude e a duração das compras de ativos serão influenciadas pela dinâmica do mercado de trabalho. 4,6 2,3 3,8,7 Taxa de desemprego (%, média do último trimestre) Efetivo e projeção Credit Suisse 5,8 9,3 9,6 Inflação ao consumidor (% ao ano),0 8,7,6 8,2 8,0 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e 205e 7,9,7 7,9 7,6 7,4 Núcleo de inflação 3, 7,3 6,7 2, Projeções do Fed: Limite superior 6,8 6,0 Limite inferior 2, Índice cheio,8 6,0 5,2 Longo prazo,2 2008-0,3 2009 200 20 202e 203e Fonte: BLS, Fed, Credit Suisse 20

Crescimento da China aumentará ligeiramente em 203 O crescimento do PIB da China será de 8,0% em 203, superior aos 7,7% de 202 mas inferior à média de 0,5% de 2007 a 20. A maior expansão deve-se à expectativa de aceleração dos gastos públicos em infraestrutura do novo governo. A desaceleração das exportações e dos investimentos privados sugerem uma menor expansão do que em anos anteriores. Composição do crescimento do PIB da China (%, pp) Produção de aço bruto da China (milhões de toneladas, com ajuste sazonal) 4,2 6,0 5,6 2,6 9,6 4,2 0,9 9, 4,6-3,5 0,3 4,6 8, 5,5 4,5 4,7 4, 0,4-0,4 Exportações líquidas Investimentos Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas China, Credit Suisse 3,7 Consumo 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 9,2 4,9 Maior contribuição dos investimentos para o crescimento do PIB em 203 ante 202 7,7 3,5 0, 8,0 4, 0,2 PIB 60 Produção 55 50 45 40 35 % da produção mundial 30 25 Jan-05 Jan-06 Jan-07 Jan-08 Jan-09 Jan-0 Jan- Jan-2 Fonte: World Steel Association, Credit Suisse Out-2 2

Estímulos fiscais não serão expressivos em 203 O governo da China não implementará estímulos fiscais significativos nos próximos trimestres, pois a política expansionista de 2009 teve efeitos negativos expressivos (e.g., elevação do endividamento público). Os juros básicos na China diminuirão de 6,00% em 202 para 5,38% em 203, com a inflação média anual diminuindo de 2,6% em 202 para 2,3% em 203. A probabilidade de a China crescer 0% ao ano nos próximos anos é muito baixa. Isso exigiria a implementação de reformas com custo político muito elevado. 6 Crescimento do PIB da China (%, ante o ano anterior) 4 2 0 Média 978-200: 0% 8 6 4 Reforma rural e criação das empresas rurais locais Abertura à economia de mercado e aos investimentos diretos 2 978 98 984 987 990 993 996 999 2002 2005 2008 20 Fonte: Instituto Nacional de Estatísticas China, Credit Suisse Crise asiática Adesão à OMC e expansão imobiliária Crise global 22

Depreciação do Euro frente a outras moedas em 203 O euro continuará se depreciando frente ao dólar nos próximos trimestres, apesar do significativo afrouxamento quantitativo nos EUA. A apreciação do dólar decorre da perspectiva de maior expansão da economia dos EUA frente à Europa. O iene apreciará ante as moedas da maioria dos países desenvolvidos, em especial daqueles com políticas monetárias muito expansionistas. O dólar australiano reverterá parte da apreciação dos últimos anos, devido à perspectiva de afrouxamento monetário no país. O renmimbi continuará se apreciando gradualmente nos próximos anos. O peso mexicano e o won da Coreia do Sul tendem a apreciar, refletindo a maior expansão da economia desses países. Cotação do dólar dos EUA (moeda local/us$) Dez-06 Dez-07 Dez-08 Dez-09 Dez-0 Dez- Nov-2 3 meses Projeções 2 meses Euro 2,32,46,40,43,34,30,29,23,9 Iene 9,0,7 90,7 93,0 8,2 76,9 82,5 77,0 80,0 Dólar australiano 2 0,79 0,88 0,70 0,90,02,02,04,04,04 Dólar canadense,7,00 0,82 0,95,00 0,98,00 0,99 0,09 Franco suíço 2,22 0,88 0,94 0,97,07,07,07 0,98,03 Libra esterlina 2,96,99,46,62,56,55,59,58,55 Renmimbi 7,8 7,30 6,82 6,83 6,60 6,30 6,23 6,20 5,98 Won sul-coreano 930 936.259.64.23.60.086.090.070 Peso mexicano 0,8 0,9 3,7 3, 2,3 4,0 3,0 2,75 2,25 Lira turca,4,7,53,50,54,89,80,79,83 Valores de 22//202. 2 US$/moeda local. Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, Credit Suisse 23

Preços de commodities relativamente estáveis em 203 Os preços de commodities permanecerão relativamente estáveis em 203, a menos que ocorra forte desaceleração da economia global, em especial da China. Os preços das commodities metálicas aumentarão gradualmente nos próximos trimestres, à medida que se consolide o cenário de aceleração da economia global. O maior crescimento da China em 203 será determinante para impedir uma redução mais significativa do preço do minério de ferro. A cotação do petróleo aumentará em 203, em função do ajuste da oferta pela OPEP e da elevação do crescimento global. A maior oferta do produto por países fora da OPEP reduzirá o preço do produto no longo prazo. O preço médio das commodities agropecuárias e minerais exportadas pelo Brasil diminuirá ligeiramente em 203, principalmente por conta dos menores preços do minério de ferro e da soja. Organização dos países exportadores de petróleo Projeções do Credit Suisse para preços de commodities (preço médio anual) Petróleo WTI (US$/barril) Minério de Ferro - China CFR (US$/ton) Cobre (US$/ton) Alumínio (US$/ton) Níquel (US$/ton) Ouro (US$/onça) Trigo (centavos de US$/bushel) Milho (centavos de US$/bushel) Soja (centavos de US$/bushel) 2 Em termos reais, em dólares de 20 Soja Cobre 20 202e 203e 204e 9 68 8.887 2.424 23.05.57 70 680.320 94 26 7.927 2.03 7.79.680 750 690.470 06 8.000 2.75 8.875.840 770 60.380 02 95 7.500 2.350 20.000.750 670 520.230 Consumo de commodities da China (% do consumo global) 2,8 2,5 7,4 4,8 2,4 6,2 22,6 2,8 27,3 Longo prazo 2 84 90 5.500 2.250 20.000.300 600 500.00 Petróleo 995 2000 2005 20 Fonte: Datastream International Limited Todos os direitos reservados, USDA, Credit Suisse 8,3 40,3, 24

Preços dos grãos são um risco para a inflação nos próximos anos Após a quebra de safra agrícola nos EUA e na América do Sul em 202, é provável que a produção global de grãos aumente bastante em 203 frente a 202. Mesmo com a maior produção, os baixos estoques sugerem que os preços de grãos podem não diminuir muito em 203. A demanda global por milho e soja tem aumentado significativamente desde 2006, devido, por exemplo, à utilização do milho na produção de combustíveis e à maior demanda de soja pela China. Os preços dos grãos permanecerão um importante risco para a inflação global nos próximos anos. Estoques de grãos nos EUA (% do consumo) Expansão da produção e da demanda global por grãos (%, acumulado de 2006 a 202) 25 20 5 Milho Soja Milho 6,9 9,6, Exportações Soja 25,9 28,5 2,4 Exportações 0 4,9 Outros usos domésticos 5 6,8 Outros usos domésticos 0 993 995 997 999 200 2003 2005 2007 2009 20 203e Produção 3,6 Demanda Animal Produção -0,7 Demanda Animal Fonte: Departamento de agricultura dos EUA, Credit Suisse 25

Cenário Brasil

Setor Externo

Ligeira alta do superávit do balanço de pagamentos em 203 O influxo líquido de divisas aumentará em 203 e 204. A alta dos desembolsos líquidos de médio e longo prazos e o aumento dos investimentos estrangeiros diretos mais do que compensarão a elevação do déficit em transações correntes. 4,4 -,5 Balanço de pagamentos (% do PIB) 4,7 4,5 2,9 2,3 2,4 3,4, -2,2-2, -2,3 4,2 4,3,5,6-2,7-2,6 Balanço de pagamentos (US$ bilhões) Transações correntes Balança comercial Exportações Importações Serviços e rendas Lucros e dividendos Juros líquidos Aluguel de equipamentos Viagens internacionais Transportes Outros Transferências unilaterais Conta capital e financeira Conta capital Conta financeira 2009 200 20 202e 203e 204e Investimentos estrangeiros diretos Conta capital e financeira Transações correntes Saldo Investimentos estrangeiros em carteira Ações Conta capital e financeira (US$ bilhões) Renda fixa negociada no País 00 Investimentos brasileiros no exterior 29 2 97 07 Investimentos brasileiros diretos 0 3 6 7 77 5 52 20 23 Empréstimos e títulos de MLP no exterior 7 7 47 9 29 4 24 28 8 Desembolsos 33 47 Amortizações -26 7 26 49 67 64 70 75 Empréstimos e títulos de CP² no exterior -3-6 -2-22 Outros investimentos 9-32 -35-59 Erros e omissões 0 Balanço de pagamentos (BP) 47 2009 200 20 202e 203e 204e Variação das reservas ex saldo do BP 3-2 Investimentos brasileiros no exterior IED Empréstimos e títulos de MLP no exterior Reservas internacionais 239 289 352 380 45 455 Investimentos estrangeiros em carteira Demais Médio e longo prazos 2 Curto prazo 3 Variações relativas a valorizações/desvalorizações das moedas estrangeiras e do ouro em relação ao dólar norte-americano e aos ganhos/perdas relativos Fonte: Banco Central, Credit Suisse a flutuações nos preços dos títulos e da cotação do ouro 2009-24 25 53-28 -53-25 -9-9 -6-4 0 3 7 70 26 47 37 0-6 200-47 20 202-82 -70-30 -0-4 - -6 3 00 99 49 5 38 5-59 -2 29 6-3 28 0-4 49 20-52 30 256-226 -85-38 -0-7 -5-8 2 3 2 2 67 7 7 0-2 47 82-35 -4 5-59 5 202e -5 2 246-225 -75-25 - -9-5 -9 3 3 77-2 79 64 5 6-22 - 4 53-39 - 2 0 26 203e -62 8 255-237 -83-30 -2-20 -6-0 5 3 97 2 95 70 20 3 7-32 -6 24 68-44 0 3-34 204e -66 20 260-240 -89-33 -3-2 -7-6 3 07 2 05 75 23 5 8-35 -0 28 75-47 0 4-2 39 30

Déficit em transações correntes de 2,7% do PIB em 203 O déficit em transações correntes aumentará de US$ 5 bilhões (2,3% do PIB) em 202 para US$ 62 bilhões (2,7% do PIB) em 203 e US$ 66 bilhões (2,6% do PIB) em 204. O maior déficit em transações correntes em 203 será explicado pelo aumento das remessas de lucros e dividendos, pela elevação das despesas líquidas com serviços e pelo recuo do saldo comercial. Resultado em transações correntes (% do PIB, US$ bilhões) Transações correntes % do PIB 2 4 4 Variação do saldo em transações correntes em 203 frente a 202 (US$ bilhões) 996 998 2000 2002-8 4 0,8,8 2004,6,3 2006 2 0, 2008 200 202e 204e -2,8-3,0 Balança comercial Viagens e transportes -24-2,8-30 -3,5-33 -4,0-25 -24-23 -3,8-4,3-4,2 -,5-28 -,7-24 -,5-2,2-47 -2, -52-2,3-5 -2,7 - -62-2,6-66 -5,0-0,7-0,9 +,2 $ $ Aluguel de equipamentos Lucros e dividendos Outros serviços e rendas Saldo Fonte: Banco Central, Credit Suisse 3

Superávit comercial diminuirá para US$ 8 bilhões em 203 O saldo comercial recuará ligeiramente de US$ 2 bilhões em 202 para US$ 8 bilhões em 203 e aumentará para US$ 20 bilhões em 204. O crescimento das importações em 203 será superior ao das exportações, devido, principalmente, ao recuo dos termos de troca. Saldo da balança comercial (US$ bilhões) Crescimento das exportações (%) Exportações Importações 46 45 34 38 8 96 9 74 63 Saldo 40 6 2 98 73 53 25 25 28 202 82 20 256 30 246 226 225 255 260 237 240 2 20 8 Preço Quantum 9 26 2 23 2 3 3 3 9 5 0 0 4 7-2 - - -4-3 -2 Crescimento do valor (%) 32 23 6 7 23-23 32 27-4 3 6 2004 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Crescimento das importações (%) Preço Quantum 37 8 22 22 6 0 8 7 8 4 5 4 9 0 0 5 6 - - -7 Crescimento do valor (%) 30 7 24 32 43-26 42 24-5 7 2004 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e 2004 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Fonte: MDIC, FUNCEX, Credit Suisse 32

Maior demanda global elevará o quantum exportado em 203 A quantidade exportada aumentará em 203 e em 204, em decorrência, principalmente, da maior expansão da atividade nos principais parceiros comerciais do País e da taxa de câmbio mais depreciada. Nossos modelos confirmam essa avaliação. As projeções de quantum exportado e importado representam a média das previsões de seis modelos, com até seis variáveis explicativas, dentre 22 modelos VARs e VECs. Os modelos selecionados foram aqueles com melhor desempenho fora da amostra, em um horizonte de dois anos, após excluídos aqueles com erros quadráticos médios muito altos. Crescimento do quantum exportado (%, acumulado em 4 trimestres) 3 8 Um modelo VAR e cinco modelos VEC, com frequência trimestral, e com até seis variáveis explicativas 6,8 0,8 7, 3 4,5,9 3,9-2 -7-2 Conjunto de variáveis explicativas Quantum exportado Demanda global China EUA Argentina União Europeia Economia global Taxa de câmbio real Dummies para greves da Receita Federal Projeção média dos seis modelos 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Em todos os seis modelos considerados, o impacto do câmbio sobre as exportações é defasado, com o efeito máximo em quatro trimestres, e a elasticidade do quantum exportado ao câmbio é menor do que a dos indicadores de atividade global. Fonte: FUNCEX, Credit Suisse 33

Recuo dos preços de exportação em 203 As cotações no fim de novembro das principais commodities exportadas pelo País (e.g., minério de ferro, soja e açúcar) são inferiores à média de 202. O nosso cenário assume redução dos preços de algumas das principais commodities agropecuárias e do minério de ferro em 203 e 204. Nosso índice aponta recuo dos preços de exportação do País de,0% em 203 e de,5% em 204. 80 Preços de exportação (número índice, base = 2006) Composição do índice de commodities exportadas (% do total exportado 3 ) Total 65,3 40 00 Índice de preços de exportação Índice CS de preços de commodities Minério de ferro Petróleo e derivados Complexo soja, 2,9 3,4 60 998 2000 2002 2004 2006 2008 200 202e 204e Metalúrgicos Açúcar 5,2 5,2 Preços dos principais produtos exportados 2 (%, ante o mesmo período do ano anterior) Café em grão Frangos 3,0 2,8 Minério de ferro Petróleo Soja Milho Açúcar Papel e celulose 2,7 20 4 20 26 59 2 Carne bovina Complexo milho,8,7 202-25 6 2 2-29 Suco de laranja,0 203e 204e -2-4 -4 5-6 - -2-5 3 Madeira e móveis Algodão Outros 0,9 0,9 2,7 Acumulado no ano até outubro 2 Projeções do Credit Suisse Fonte: MDIC, FUNCEX, Credit Suisse 3 Acumulado em 2 meses até outubro 34

Câmbio mais depreciado atenuará alta do quantum importado A quantidade importada aumentará em 203 e 204 por conta, principalmente, da aceleração da demanda doméstica. A depreciação cambial, o aumento das tarifas de importação e eventuais barreiras quantitativas evitarão uma alta mais expressiva das importações. Nossos modelos estimam que uma depreciação cambial de 0%, tudo o mais constante, reduz as importações de 2,% a 4,7% após três trimestres. 40 30 20 Dois modelos VAR e quatro modelos VEC, com frequência trimestral, e com até cinco variáveis explicativas Crescimento do quantum importado (%, acumulado em 4 trimestres) Demanda doméstica Consumo das famílias Investimentos Consumo do governo Conjunto de variáveis explicativas Quantum importado Taxa de câmbio real Tarifas de importação Utilização da capacidade instalada Dummies para greves da Receita Federal 0 7,8 4,7 0 2,0 Projeção média dos seis modelos -0 9,9 6, 3,2-20 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Os nossos modelos de projeção de quantum importado incluem variáveis qualitativas para captar, por exemplo, o aumento de tarifas de importação e o efeito de greves na Receita Federal (nos 2T02, 3T06, 2T08 e 3T2). Fonte: MDIC, FUNCEX, Credit Suisse 35

Alta do imposto sobre importados afetou 3,8% da pauta A alta da alíquota do imposto de importação de 00 produtos em outubro de 202 e de outros 00 itens, provavelmente até o T3, contribuirá para conter o aumento mais significativo das importações em 203 e 204. Os 00 produtos já afetados pela medida representam 3,8% da pauta de importações. O superávit comercial nesses produtos recuou muito nos últimos anos. Setores que tiveram produtos afetados pela alta da alíquota do imposto de importações (%) Borracha e material plástico Máquinas, aparelhos e equipamentos Metalurgia Produtos químicos Produtos têxteis Celulose, papel e produtos de papel Produtos minerais não metálicos Couros e suas obras Coque de produtos derivados do petróleo Outros equipamentos de transporte Demais produtos Total No grupo dos 00 produtos afetados pela medida. 2 Após a alta das alíquotas. Peso 40,4 23,3 7, 4,0 4,0 4,0 2,6,0 0,7 0, 2,8 00,0 Alíquota média 2 8,4 20,4 22,3 7,3 25,0 23,6 20,7 25,0 25,0 4,0 24,6 20,3 Importação dos 00 produtos afetados pela medida (%, ante o mesmo período do ano anterior) 2 0 - -2-3 6 2008 Fonte: MDIC, Credit Suisse 2009-23 57 20 200 20 Contribuição para o crescimento das importações (pp) 202 3,9-0,8 2, 0,8-0, Saldo comercial dos 00 produtos afetados pela medida (US$ bilhões, acumulado em 2 meses) -4 2007 2008 2009 200 20 202 4-4 3 Acumulado no ano até outubro 4 Até outubro 36

Peso de veículos importados nas vendas diminuirá em 203 O recuo das importações em 202 deveu-se, em parte, à redução das importações de veículos por conta da alta das alíquotas de IPI para veículos importados de 30 pp em dezembro de 20. Os veículos explicaram 0,5 pp do recuo de 0,9% das importações no acumulado do ano até outubro. Dado o peso de 5,9% do setor nas importações, o novo regime automotivo, que vigorará de 203 a 207, contribuirá para conter a expansão mais significativa das importações nos próximos anos. As importações de veículos permanecerão relativamente estáveis, enquanto a participação de importados nas vendas continuará recuando em 203. 56 Crescimento das importações de veículos 2 (%, ante o mesmo período do ano anterior) 60 56 30 25 Vendas de veículos importados (% no total) Aumento do IPI em 30 pp 37 20 Mensal 5 4 2007 2008 2009 200 20 Contribuição para o crescimento das importações (pp) 202 3-9 0 5 Média dos últimos 2 meses,5 2,4 0, 2,9 2, -0,5 0 Imposto sobre produtos industrializados. 2 Veículos afetados pelo aumento do IPI, de acordo Jan-00 Jan-02 Jan-04 Jan-06 Jan-08 Jan-0 Jan-2 com os códigos NCM divulgados no decreto presidencial 7567. Fonte: MDIC, Anfavea, Credit Suisse 3 Acumulado no ano até outubro. 37

Exportações para a Argentina diminuíram 20% em 202 A redução das exportações de 4,6% em 202 até outubro foi disseminada, com o declínio de 20% para a Argentina (terceiro maior destino das exportações) sendo o mais marcante. A participação da Argentina nas exportações recuou de % em 2000 para 9% em 20 e 8% em 202. O aumento das barreiras às importações pela Argentina e a desaceleração do seu PIB explicaram parte expressiva desse recuo. A possível adoção de novas barreiras de importação mantém o risco de a Argentina contribuir negativamente para as exportações do Brasil também em 203. 42 5 24 2 2000 4 5 9 24 3 Exportações principais países (% do total) 39 40 39 42 42 38 38 37 37 36 38 5 6 5 6 6 4 4 5 6 5 5 4 8 9 8 6 8 9 9 9 9 8 0 0 25 20 2 0 9 8 6 4 5 7 7 4 4 6 6 6 6 7 8 2002 2004 2006 2008 200 202 China EUA Argentina Holanda Acumulado em 2 meses até outubro. País China EUA Argentina Holanda Fonte: MDIC, Credit Suisse Exportações para os principais destinos (% da pauta exportada para cada país) Produtos Minério de ferro Complexo soja 25 34 37 33 Petróleo Papel e celulose 3 6 3 Produtos siderúrgicos e metalúrgicos Demais 4 28 2 5 Petróleo e derivados Produtos siderúrgicos e metalúrgicos Produtos químicos 4 0 4 24 4 5 Papel e celulose Aeronaves 4 5 4 3 Demais 63 5 Veículos e partes 20 39 Siderúrgicos e metalúrgicos 5 6 Petróleo e derivados Terminais telefônicos e partes Demais 2000 0 72 Complexo soja Petróleo e derivados 38 0 6 6 Minério de ferro 0 Papel e celulose Siderúrgicos e metalúrgicos Demais 0 4 57 6 6 46 202 Minério de ferro 2 5 50 Crescimento em 202 2 (%) -5,2 0,6-20,0 8,2 2 Acumulado no ano até outubro. 38

Menor expansão da China reduziria o superávit comercial do Brasil Um eventual menor crescimento do PIB da China diminuiria o superávit comercial do Brasil, devido à menor demanda pelas exportações do País e à diminuição dos preços de commodities exportadas. Nossas simulações para 203, que incluem efeitos de segunda ordem dos impactos sobre a taxa de câmbio e as demais despesas de transações correntes, sugerem que: Um crescimento da China de 6,0% reduziria o CRB em 9,7% e aumentaria o déficit em transações correntes para US$ 66 bilhões, ante nosso cenário de déficit de US$ 62 bilhões. Um crescimento da China de 9,0% aumentaria o CRB em 8,6% e reduziria o déficit em transações correntes para US$ 57 bilhões. Cenários para o crescimento da China e impacto sobre o déficit em transações correntes de 203 Canais de transmissão do crescimento da China para o déficit em transações correntes do Brasil PIB da China CRB Taxa de câmbio Balança comercial Serviços e rendas Transações correntes Cenário adverso Cenáriobase (%, ante o ano anterior) (R$/US$) (US$ bilhões) 6,0-9,7 7,5 -, 2,25 2-80 -66 2,0 8-83 -62 Crescimento da China Índice CRB Exportações Taxa de câmbio Importações Serviços e rendas Cenário positivo 9,0 8,6,97 26-86 -57 Para a elaboração das nossas estimativas, usamos modelos VARs estruturais com dados trimestrais. O número de defasagens foi selecionado pelo critério de Schwarz e pelo teste de autocorrelação dos resíduos. Balança comercial Déficit em transações correntes Fonte: Banco Central, The BLOOMBERG PROFESSIONAL Service, Credit Suisse 39

China superou os EUA como o maior exportador para o Brasil A China respondeu por 5,2% das importações do Brasil em 202, frente aos 2,2% em 2000. As importações vindas dos EUA diminuíram de 23,3% para 4,7% no período. A pauta de importações tornou-se menos concentrada em relação às origens, apesar do forte crescimento desde 2000 das importações vindas dos países da Ásia. Índice de concentração 2 por origem das importações 2 O índice de Herfindahl-Hirschman (HH) é determinado pela soma dos quadrados da participação de cada país na pauta de exportações. 50 40 30 9 8 7 6 3 8 Importações principais países (% do total) 2 9 3 7 5 20 6 23 0 5 2 9 0 2000 2002 2004 2006 2008 200 202 4 7 7 Aumenta a concentração 2000 2002 2004 2006 2008 200 202 Coreia do Sul Alemanha Argentina Estados Unidos China Fonte: MDIC, Credit Suisse Principais produtos importados da China e dos EUA (% do total) China Estados Unidos Ω Ω 2000 2005 202 Microprocessadores e aparelhos e partes de rádio e TV 22,4 37,2 7,3 Produtos químicos 4,0 9,4 6,6 Terminais telefônicos e partes,6 5, 5,9 Siderúrgicos e metalúrgicos 2, 2,5 5,3 Máquinas e aparelhos de processamento de dados 4, 4,2 4,7 Circuitos integrados eletrônicos 3,6 8,0 4,6 Motores, geradores e transformadores elétricos 4,4 5,3 4,2 Combustíveis 6, 3,5 0,4 Demais 4,6 25,0 50,8 Combustíveis 2,8 7,7 8,5 Produtos químicos 2,0 5,0,7 Siderúrgicos e metalúrgicos,5 2,2 2,3 Motores, geradores e transformadores elétricos 2,7,6,9 Microprocessadores e aparelhos e partes de rádio e TV 3,7 4,5,8 Circuitos integrados eletrônicos 3, 4,5,5 Máquinas e aparelhos de processamento de dados 5,0 2,7,5 Terminais telefônicos e partes 5,,9,2 Demais 44,0 60,0 59,6 Acumulado em 2 meses até outubro 40

Vários países adotaram mais medidas protecionistas do que o Brasil O Brasil não está entre os países que mais impuseram medidas protecionistas desde o fim de 2008, quando se adota o ranking baseado no número de medidas protecionistas menos o de medidas liberalizantes ao comércio exterior. Os setores de máquinas e equipamentos, alimentos e produtos químicos foram os que tiveram o maior número de medidas protecionistas no Brasil. Medidas protecionistas por setor (% do total, de novembro de 2008 a junho de 202) Brasil Mundo Máquinas e equipamentos 5 Alimentos 8 Alimentos 2 Máquinas e equipamentos 8 Químicos Têxteis e vestuário 2 Têxteis e vestuário 9 Produtos agrícolas 8 Equipamentos de transportes 5 Produtos químicos 7 Couro e seus derivados 5 Equipamentos de transportes 7 Metais e seus produtos 5 Serviços financeiros 7 Vidro e derivados 5 Metais 7 Demais 35 Demais 7 Fonte: Global Trade Alert (OMC), Credit Suisse Número de medidas protecionistas (novembro de 2008 a novembro de 202) - = Protecionistas liberalizantes saldo líquido Argentina 84 5 69 2 Rússia 24 73 4 3 EUA 32 25 07 4 Reino Unido 0 29 8 5 China 4 39 75 6 Alemanha 05 3 74 7 França 0 27 74 8 Itália 93 27 66 9 Indonésia 77 3 64 0 Espanha 88 27 6 Índia 25 69 56 2 Holanda 82 27 55 3 Irlanda 8 27 54 4 Hungria 8 27 54 5 Polônia 83 30 53 6 Áustria 82 29 53 7 Bélgica 80 27 53 8 Letônia 79 27 52 9 Grécia 79 27 52 20 Dinamarca 76 27 49 2 Portugal 76 27 49 22 Suécia 76 28 48 23 Brasil 66 45 24 Turquia 47 4 43 25 Canadá 58 7 4 26 Cazaquistão 79 45 34 27 Japão 3 5 26 28 Bielorrússia 76 53 23 29 Coreia do Sul 36 6 20 30 África do Sul 43 24 9 4

Despesas com serviços aumentarão para US$ 4 bilhões em 203 As despesas líquidas com serviços aumentarão de US$ 39 bilhões em 202 para US$ 4 bilhões em 203 e US$ 43 bilhões em 204. Apesar do maior crescimento do PIB, as despesas de serviços aumentarão pouco em 203, por conta da menor alta das despesas com viagens internacionais, dada a depreciação cambial, e da reduzida elevação das despesas com aluguel de equipamentos. O setor de petróleo alugará um menor número adicional de sondas de perfuração, que respondem por 40% das despesas de aluguel de equipamentos. 0,4-2,2-2,0-0,7-4,5 0,6-0,9 -,4-3,3-4, -4,9-2,0-5,8-3, -,2-8, -9,5-4,4-2,8 Conta de serviços (US$ bilhões),8-5,2-5,6-7,8-9,4-5,0-3,9-6, -8,6 0,3 0,5-0,7-4,7-4,5-6,3-7,0-3,8-6,4 2,3 3,2 4,9 5,8-6,7-8,8-9,7-2,4 Principais determinantes da balança de serviços Viagens internacionais Crescimento da renda real Taxa de câmbio Aluguel de equipamentos Nº de sondas alugadas Crescimento do PIB Valor do aluguel das sondas Atividade doméstica Transportes Corrente de comércio Número de sondas de perfuração alugadas (exploração de petróleo no pré-sal) Outros -30,3 Viagens internacionais -8,3-8,7 40 4 42 Aluguel de equipamentos -37,4-0,0 26 Transportes -38,8 -,0 6-4, 5 7 8-43, 2004 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Fonte: Banco Central, Petrobras, Credit Suisse Pela Petrobras. Taxa de câmbio Taxa de câmbio 42

Remessas de lucros e dividendos de US$ 30 bilhões em 203 A menor lucratividade das empresas e a depreciação cambial reduzirão as remessas de lucros e dividendos de US$ 38 bilhões em 20 para US$ 25 bilhões em 202. Essas remessas aumentarão em 203 devido, principalmente, à maior expansão da atividade. A taxa de câmbio mais depreciada evitará que as remessas em 203 e 204 sejam ainda maiores. IED Ações Remessas líquidas de lucros e dividendos (US$ bilhões) 2,7 6,4 22,4 6,7 33,9 25,3 25,2 7,8 30,4 23,6,4 7,3 9, 0,8,0 4,9 8,5 2,4 3,5 4,9 5,7 7,5 6,8 8,5 0,0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Fonte: Banco Central, Credit Suisse 38,2 27,4 25,0 6,5 30,0 20,0 33,0 22,0 Recuo das remessas de lucros e dividendos¹ por setor (US$ bilhões, acumulado no ano até outubro) 22 6 20 202 6,0 Remessas de lucros e dividendos de investimentos diretos Principais determinantes das remessas de lucros e dividendos Estoque de IED (participação no capital) e de investimentos estrangeiros em ações (+) Principais setores Veículos Serviços financeiros Produtos químicos Telecomunicações Eletricidade Crescimento doméstico (+),7,8,0,5 2,9 20 Taxa de câmbio (-) 4,6 O sinal positivo indica que um aumento no valor da variável contribui para uma elevação das remessas de lucros e dividendos. % total em 202 0,3 0,8 6,4 0,5,5 3,3,0,3 6,4 202 43

Captações externas líquidas aumentarão em 203 e 204 O recuo das captações externas em 202 deveu-se, sobretudo, à menor expansão da atividade, à extensão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% às operações com prazo inferior a cinco anos (voltou para inferior a dois anos em junho de 202) e ao aumento da aversão ao risco nos mercados financeiros. As captações aumentarão nos próximos anos, por conta dos baixos juros no mercado internacional e da elevação do crescimento no País. Porém, o cenário global ainda adverso e a possibilidade de retorno da cobrança de IOF para as operações com prazos de até cinco anos conterão a alta das captações líquidas em 203 e 204. Prazo médio das captações externas (%) Desembolsos líquidos de médio e longo prazos (US$ bilhões) Demais empréstimos 2 47 Empréstimos diretos 2 Títulos privados no exterior Títulos públicos no exterior 29 27 28 3 24 4 4 6 3-2 9 7 23 0 0 6 4 4 6 8 6 3 3-3 - -4-2 -8 - -5-3 -2-6 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e Desembolsos de empréstimos e títulos no exterior (US$ bilhões, acumulado em 2 meses) IOF ano (26 de março) IOF 2 anos (6 de abril) IOF 3 anos (º de março) IOF 5 anos (2 de março) 70 63 68 Acima de 5 anos Até ano IOF 2 anos 28 50 32 47 32 25 4 a 2 anos (4 de junho) 6 30 47 3 36 44 6 29 0 20 29 3 a 5 anos 39 2 a 3 anos -0-9 -3-3 Médio e longo prazos Curto prazo -30 No acumulado de abril de 20 (após a imposição de IOF de 6% para as operações com prazo Fev- Jun- Out- Fev-2 Jun-2 Out-2 inferior a ano em março) a fevereiro de 202 (último dado divulgado). Fonte: Banco Central, Credit Suisse 2 Inclui créditos de agências, organismos e compradores. 90 44

Investimentos estrangeiros diretos de US$ 70 bilhões em 203 Os investimentos estrangeiros diretos (IED) aumentarão de US$ 64 bilhões em 202 para US$ 70 bilhões em 203 e US$ 75 bilhões em 204, em função, principalmente, da perspectiva de maior crescimento e redução do risco global. Os investimentos estrangeiros diretos em 202 foram mais concentrados em operações inferiores a US$ bilhão, ante 200 e 20. A participação do País no IED mundial aumentou de,3% em 2006 (2 a posição na classificação de destinos) para 4,4% em 20 (5ª posição). Participação do País no IED mundial (%) 2 5 2 4 8 5 Ranking do País no IED mundial 3,7 4,4 5, 8,8 3,4 5,0 5,4 Investimento estrangeiro direto (US$ bilhões) Empréstimos intercompanhias (líquido) Participação no capital (líquido) 34,6 8,5 45, 5,0 26, 30, 25,9 6,0 9,9 48,5 8,4 40, 66,7,9 64,0,5 54,8 52,5 55,0 58,2 Distribuição do IED por faixa de valor (% do total) 70,0 5,0 75,0 6,8 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202e 203e 204e 5 20 0 32 28 7 8 8 2 27 2 6 7 23 32 27 9 2 22 6 8 28 2,6 57 48 48 48 54 49 2, 37 40,8,3 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202 Operações inferiores a US$ 00 mi Operações entre US$00 mi e US$500 mi 2006 2007 2008 2009 200 20 Operações entre US$500 mi e US$ bi Operações superiores a US$ bi Fonte: Banco Central, Credit Suisse ¹ Acumulado em 2 meses até outubro 45

Setores voltados para o mercado doméstico concentraram o IED Os setores com maior investimento estrangeiro direto (IED) têm sido aqueles associados ao mercado doméstico (e.g., produtos alimentícios e bebidas, comércio, seguros, previdência e planos de saúde e serviços financeiros) e às commodities (e.g., metalurgia e extração de petróleo e gás natural). 0 Investimento estrangeiro direto por setor (%) 3 2 50 48 36 42 39 46 4 30 28 35 33 2005 2006 2007 2008 2009 200 20 202¹ ¹ Acumulado em 2 meses até outubro 43 28 9 42 38 42 46 47 4 9 3 Agricultura e pecuária Serviços Indústria de transformação Extrativa mineral Produtos alimentícios e bebidas Comércio, exceto veículos Extração de minerais metálicos Fonte: Banco Central, Credit Suisse Metalurgia Seguros, previdência complementar e planos de saúde Extração de petróleo e gás natural Serviços financeiros Telecomunicações Produtos químicos Veículos automotores e partes IED por principais segmentos (US$ bilhões, 202¹) 2,2 2, 2,8 4,4 4,4 4,3 4,2 5,9 6,7 6,5 Peso (%) 9,9 9,6 8,6 6,5 6,5 6,4 6, 4, 3,2 3, 46

China e EUA lideram as operações de fusões e aquisições no País China, EUA e Espanha foram os que mais realizaram operações de fusões e aquisições no Brasil entre 2009 e 202. As operações provenientes desses países totalizaram US$ 48 bilhões, 42% do total. A participação da China nas operações era muito baixa até 2009. As fusões e aquisições responderam por 56% do influxo de IED como participação do capital, de US$ 202 bilhões, de 2009 a 202. Luxemburgo Reino Unido EUA Japão Espanha Alemanha França Canadá Noruega Suíça México Bélgica Índia Chile África do Sul Israel Itália Austrália Fusões e aquisições por país de origem (US$ bilhões) 2006 a 2008 2009 a 202 Peso (%) 6,5 3,8 8,2 6,9 6,4 5, 4,8 4,3 3,9 3,6 3, 2,3,9,7,4,4,3,0 4, 3,4 3,2 2,5 2,4 2,,9,8,6,2,0 0,8 0,7 0,7 0,6 0,5 8, China 6,8 EUA Espanha Japão Reino Unido Noruega França Chile Portugal Luxemburgo Suíça Emirados Árabes Índia Alemanha Hong Kong Canadá Austrália Coreia do Sul Peso (%) 7,0 4,6 0,9 7,8 5,7 5,2 5,0 4,8 4,3 3, 2,7,8,4,3,2,, 0,6 8,8 6,5 5,9 5,7 5,4 4,9 3,5 3, 2,0,6,5,3,2,2 0,7 2,3 6,5 9,3 Espanha EUA China Operações por setor (%, 2009 a 202 ) Energia Demais 0 Metalurgia 0 Farmoquímicos Comércio Financeiros Demais 20 6 4 6 7 Diversos 8 Alimentícios Demais 5 Financeiros Energia 2 79 Petrolífero Seguros, 22 previdência e planos de saúde 6 Energia 3 Petrolífero Telecomunicações 93 No ano até outubro. Fonte: Banco Central, The BLOOMBERG PROFESSIONAL Service, Credit Suisse 47

Aumento dos investimentos estrangeiros em carteira em 203 O maior crescimento doméstico e a redução dos riscos no cenário internacional contribuirão para elevar os investimentos estrangeiros em ações de US$ 5 bilhões em 202 para US$ 3 bilhões em 203 e US$ 5 bilhões em 204. A isenção de IOF e de Imposto de Renda das aplicações de estrangeiros em debêntures de infraestrutura aumentará os investimentos estrangeiros em renda fixa de US$ 6 bilhões em 202 para US$ 7 bilhões em 203 e US$ 8 bilhões em 204. O IOF de 6% sobre os investimentos estrangeiros em renda fixa e a manutenção dos juros baixos impedirão maior alta desses investimentos. Investimentos estrangeiros em carteira (US$ bilhões) 47 20 47 0 52 5 Renda fixa no País Ações Investimentos estrangeiros em renda fixa no País (US$ bilhões, acumulado em 2 meses) 9 7 7 6 5 Out-0: Aumento do IOF de 2% para 6% sobre investimentos estrangeiros em renda fixa 3 2 9 26 8 2006 2007 8 5-8 2008 23 0 37 38 20 8 8 7 6 5 5 7 6 3 5 7 5 2009 200 20 202e 203e 204e Out-0 Fev- Jun- Fonte: Banco Central, Credit Suisse 3 Dez-: Isenção de IOF e IR para investimentos estrangeiros em debêntures de infraestrutura - - Out- 0 2 2 2 3 3 5 Fev-2 Jun-2 Out-2 5 48