Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012
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- Adriano Bennert Sacramento
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1 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 As exportações em novembro apresentaram diminuição de 27,64% em relação a outubro. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela vigésima-segunda vez consecutiva, atingindo a US$ 1,306 bilhão; ficaram, também, situadas -4,90% abaixo das de novembro de Por outro lado, as importações somaram US$ 1,879 bilhão, superiores em 12,65% às de outubro e em 2,98% às de novembro de Com estes resultados, as exportações acumuladas em 2012 (janeiro a novembro) atingiram a US$ 16,461 bilhões e foram 3,17% superiores às do mesmo período de Saldo acumulado US$ De sua vez, as importações acumuladas somaram US$ 17,949 bilhões, 4,57% superiores às de O saldo líquido mensal (exportações menos importações) foi negativo pelo oitavo mês em Nos onze primeiros meses, o déficit atingiu US$ 1,487 bilhão, o maior saldo negativo de toda a série para o acumulado de janeiro a novembro. Exportações jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/ jan a nov/11 ( ) jan a nov/12 ( ) As exportações atingiram nos primeiros onze meses de 2012 a US$ 16,461 bilhões, equivalentes a R$ 32,141 bilhões considerando o câmbio mensal médio divulgado pelo Bacen; desta forma, o aumento de 3,17% em Dólar se reproduziu em aumento de 21,71% em Reais, na comparação de 2012 contra 2011, recuperando em algum grau a rentabilidade das empresas produtoras-exportadoras. Quando feita a conversão das exportações na proporção que é destinada para a Comunidade Européia (1/5 do valor total exportado) - neste caso utilizando-se o Euro e nos demais o Dólar - a receita em Reais aumentou 14,74%. Esta diferença se deve à depreciação do Real no último trimestre de 2011 e dos primeiros onze meses de 2012 frente às moedas de circulação internacional. Em termos de média dos últimos doze meses, novembro apresenta redução em relação ao mês anterior, atingindo a US$ 1,491 bilhão (média de dezembro/2011 a novembro/2012). Por outro lado, em Reais, atingiu a 2,898 bilhões, segundo aumento consecutivo.
2 O gráfico abaixo mostra a evolução e a posição das cotações médias do Dólar (R$ 2,068) e do Euro (R$ 2,654), referência novembro Em termos de grupo de produtos, o Complexo soja continua a ocupar a primeira posição no valor exportado em 2012, com uma participação relativa de 34,42% (aumento de 9,27% em relação a 2011); Material de Transportes continua a ocupar a segunda colocação com participação de 12,00% (aumento de 0,81%); Carnes continua na terceira posição com uma participação de 11,88% (queda de 4,33%). Dentre os quinze principais grupos de produtos, cinco apresentaram redução em relação a 2011: Carnes (- 4,33%), Açúcares e produtos de confeitaria (-4,99%), Mecânica (-1,84%), Bebidas (- 25,11%) e Móveis (-5,18%).
3 Grupo de produtos Exportações 2011 Part. Exportações 2012 Part. Variação Jan a Nov % Jan a Nov % Complexo Soja ,49% ,42% 9,27% Material de Transportes ,28% ,00% 0,81% Carnes (bovinas, aves e suínas) ,81% ,88% -4,33% Açucares e produtos de confeitaria ,55% ,87% -4,99% Cereais ,68% ,79% 90,15% Madeira ,67% ,01% 12,83% Mecânica ,66% ,48% -1,84% Produtos Químicos ,46% ,44% 2,62% Preparações alimentícias diversas ,77% ,04% 13,17% Papel e Celulose ,66% ,59% 0,51% Petróleo e derivados ,49% ,96% 35,21% Bebidas ,05% ,48% -25,11% Materiais Elétricos e Eletrônicos ,06% ,28% 24,80% Têxtil e Vestuário ,93% ,91% 1,75% Móveis ,72% ,66% -5,18% Sub-total ,26% ,79% 7,13% Total ,00% ,00% 3,17% Considerando os quatro principais e tradicionais grupos de produtos exportados pelo Paraná (Soja, Material de Transportes, Carnes e Madeira), que somam uma participação de mais de 62% das exportações totais, verifica-se que todos demonstram início de tendência de queda. Dois novos grupos de produtos vêm ganhando espaço: Açúcares e Preparações Alimentícias Diversas, que juntos representam atualmente mais de 10% das exportações. Em se observando as exportações por Grau de Elaboração (novembro contra outubro), todos os grupos de produtos que apresentaram queda: os Básicos (-36,41%), os Semimanufaturados (-27,27%) e os Manufaturados (-17,66%).
4 Quando comparado janeiro a novembro/2012 com janeiro a novembro/2011, os Básicos (+5,80%) apresentaram o maior acréscimo, seguido dos Manufaturados (+4,42%). Os Semimanufaturados (-6,21%) apresentaram queda. Quando comparados os últimos doze meses (dezembro de 2011 a novembro de 2012) com os doze meses imediatamente anteriores (dezembro de 2010 a novembro de 2011), o maior acréscimo se registra também nos Básicos (+8,29%), seguido dos Manufaturados (+6,09%). Os Semimanufaturados (-7,14%) apresentaram redução. Variação das Exportações por Grau de Elaboração No mês Acumulado no ano Acumulado em 12 meses nov/12 jan/11 a nov/12 dez/11 a nov/12 out/12 jan/10 a nov/11 dez/10 a nov/11 US$ R$ US$ R$ US$ R$ Participação relativa 2011 Básicos -36,41% -35,22% 5,80% 25,17% 8,29% 27,49% 45,72% Semimanufaturados -27,27% -25,91% -6,21% 11,64% -7,14% 9,69% 13,86% Manufaturados -17,66% -16,12% 4,42% 22,45% 6,09% 23,52% 38,21% Total das exportações -27,64% -26,29% 3,17% 21,71% 4,79% 22,86% A participação relativa por Grau de Elaboração vem se alterando sensivelmente. Os produtos Manufaturados, que chegaram a representar 57,41% das exportações em 2006, atingiram 38,21% em 2011; em contraposição, os produtos Básicos passaram de 29,30% em 2006 para 45,72% em Vale dizer, o Paraná voltou a ser grande exportador de matérias-primas. Novamente, como resultado da valorização do Real que - somado a outros fatores, como logística, infraestrutura precária, carga tributária, ainda remanescida na formação de preços dos produtos exportados, e elevados custos financeiros de investimento e operacionais -, solapa progressivamente a competitividade dos produtos industrializados paranaenses. Há de se verificar, nos próximos períodos, qual o grau de influência dos movimentos mais recentes de desvalorização da nossa moeda. Participação das Exportações por Grau de Elaboração Básicos 41,60% 32,90% 29,30% 34,27% 37,96% 44,42% 42,21% 45,72% Semimanufaturados 10,31% 9,91% 11,47% 10,68% 10,57% 11,62% 12,70% 13,86% Manufaturados 41,60% 55,85% 57,41% 53,68% 49,45% 42,06% 43,18% 38,21% Demais operações 6,49% 1,34% 1,82% 1,37% 1,37% 1,90% 1,91% 2,21% Total das ex portações 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% Importações As importações apresentaram aumento de 12,65% em novembro, atingindo o valor de US$ 1,879 bilhão, 2,98% superior ao registrado em novembro de Vale a pena considerar que, em termos de média dos últimos doze meses (dezembro/11 a novembro/12), novembro apresentou aumento em relação a outubro: US$ 1,629 bilhão. Grupo de produtos Em termos de participação relativa por Grupo de Produtos, Material de Transportes continua a ocupar o primeiro lugar (com participação de 22,82%) e acréscimo de 7,89%; seguido de Produtos Químicos ( Produtos Químicos são, na sua maior parte, adubos, fertilizantes e outros produtos destinados à agricultura dada sua característica sazonal) que ficou com a segunda posição (20,49%), com aumento de 12,68%; o terceiro lugar ficou com Petróleo e derivados (13,93%), com crescimento de 5,36%; segue em quarto lugar Mecânica (12,89%), que apresentou, porém, retração de 6,11%. Os outros grupos de produtos que apresentaram redução foram Materiais Elétricos e Eletrônicos (-4,52%),
5 Têxtil e Vestuário (-15,14%), Preparações alimentícias diversas (-6,14%) e Madeira (- 42,86%). Grupo de produtos Importações 2011 Part. Importações 2012 Part. Variação Jan a Nov % Jan a Nov % Material de Transportes ,11% ,82% 7,89% Produtos Químicos ,02% ,49% 12,68% Petróleo e derivados ,83% ,93% 5,36% Mecânica ,35% ,89% -6,11% Materiais Elétricos e Eletrônicos ,21% ,41% -4,52% Cereais ,01% ,58% 63,08% Papel e Celulose ,20% ,32% 14,61% Têxtil e Vestuário ,49% ,21% -15,14% Bebidas ,36% ,53% 53,67% Móveis ,38% ,44% 19,57% Carnes (bovinas, aves e suínas) ,16% ,25% 59,57% Complexo Soja ,09% ,24% 184,57% Preparações alimentícias diversas ,17% ,16% -6,14% Madeira ,26% ,14% -42,86% Açucares e produtos de confeitaria ,01% ,01% 43,55% Sub-total ,66% ,41% 5,51% Total ,00% ,00% 4,57% O resultado da posição dos países dos quais o Paraná importa apresenta mudanças. A China (15,40% de participação e aumento de +0,14%) continua na primeira posição; em segundo lugar vem a Nigéria (11,97% e redução de -4,16%). A Argentina continua na terceira colocação (10,59% e aumento de 17,59%) e os Estados Unidos na quarta posição com 6,60% de participação e aumento de 5,90%. O Paraguai (10ª) aparece deslocando a Itália das primeiras dez posições. ORDEM JANEIRO a OUTUBRO PRINCIPAIS PAÍSES Variação US$/F.O.B. (A) % s/total US$/F.O.B. (B) % s/total % (A/B) 01º. 01º. CHINA ,40% ,08% 0,14% 02º. 02º. NIGERIA ,97% ,06% -4,16% 03º. 03º. ARGENTINA ,91% ,59% 17,59% 04º. 04º. ESTADOS UNIDOS ,60% ,52% 5,90% 05º. 05º. ALEMANHA ,70% ,39% -6,65% 06º. 06º. FRANCA ,06% ,77% 10,98% 07º. 07º. MEXICO ,71% ,81% 2,49% 08º. 10º. ESPANHA ,35% ,85% 89,23% 09º. 08º. SUECIA ,25% ,91% -19,04% 10º. 18º. PARAGUAI ,22% ,30% 78,43% Subtotal ,18% ,28% 5,95% Total Paraná % % 4,57% Fo n t e: MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Elab oração : FIEP-DEC Em termos de fluxo de comércio (exportações mais importações), a China continua superando a Argentina, desta vez pelo quarto ano consecutivo como principal parceiro comercial do Paraná, com US$ 6,120 bilhões (janeiro a novembro de 2012) de intercâmbio (exportações de US$ 3,355 bilhões mais importações de US$ 2,764 bilhões). Em segundo lugar vem a Argentina que possui intercâmbio de comércio com o Paraná na ordem de US$ 3,848 bilhões e em terceiro lugar a Nigéria (US$ 2,177 bilhões).
6 ORDEM JANEIRO a OUTUBRO PRINCIPAIS PAÍSES Exportações Importações Fluxo de comércio 2012 US$ US$ US$ % s/total 01º. CHINA ,79% 02º. ARGENTINA ,18% 03º. NIGERIA ,33% 04º. ESTADOS UNIDOS ,15% 05º. ALEMANHA ,86% 06º. FRANÇA ,48% Subtotal ,79% Total Paraná % Fo n t e: MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Elab oração : FIEP-DEC Em se observando as importações por Categoria de Uso (novembro contra outubro) os Bens de capital (+11,18%), os Bens Intermediários (+4,87%), os Bens de Consumo (+6,30%) e os Combustíveis e Lubrificantes (+95,10%) apresentaram aumento. Quando comparados janeiro a novembro de 2012 com janeiro a novembro de 2011, o maior aumento foi dos Bens de Capital (+9,43%), seguido dos Bens Intermediários (+9,10%) e de Combustíveis e Lubrificantes (+5,72%) ; os Bens de Consumo (-13,01%) apresentaram queda. Variação das Importações por Categoria de Uso No mês Acumulado no ano Acumulado em 12 meses nov/12 jan/11 a nov/12 dez/11 a nov/12 out/12 jan/10 a nov/11 dez/10 a nov/11 US$ R$ US$ R$ US$ R$ 2011 Bens de Capital 11,18% 13,26% 9,43% 28,72% 11,19% 29,92% 23,50% Bens intermediários 4,87% 6,83% 9,10% 28,18% 14,00% 33,21% 44,32% Bens de Consumo 6,30% 8,29% -13,01% 1,29% -12,19% 1,57% 18,64% Combustíveis e Lubrificantes 95,10% 98,75% 5,72% 23,27% -1,01% 14,86% 13,54% Total das importações 12,65% 14,76% 4,57% 22,57% 6,20% 23,75% 100% Participação relativa Importações por Categoria 2011 so so de Uso bre 2005 bre 2003 Bens de Capital ,47% 454,16% Bens intermediários ,42% 299,25% Bens de Consumo ,35% 1410,14% Combustíveis e Lubrificantes ,35% 572,94% Demais operações Total das importações ,74% 462,92% Em termos de valor das importações por Categoria de uso entre 2005 e 2011, percebe-se que o maior acréscimo se deu em Bens de Consumo (698,35%), seguido por Bens de Capital (390,47%), Combustíveis e Lubrificantes (337,35%) e Bens intermediários (226,42%). Em se fazendo a comparação da evolução no período de 2003 a 2011, a importação de Bens de Consumo aumentou consideráveis! 1.410,14%!, exatamente para complementar a oferta doméstica, que não recebeu condições de expandir no ritmo atribuído à ampliação da demanda interna, insuflada pela fartura de crédito para consumo. Caso contrário, as pressões inflacionárias seriam insustentáveis.
7 Saldo Comercial O saldo comercial de apenas um Estado pode ensejar algum desvio de análise; porém, tem sua utilidade para identificar tendências e mudanças no perfil de intercâmbio com outros países. Grupo de produtos Exportações Part. Importações Part. Balança Comercial Jan a Nov % Jan a Nov % Jan a Nov Complexo Soja ,42% ,24% Carnes (bovinas, aves e suínas) ,88% ,25% Açucares e produtos de confeitaria ,87% ,01% Cereais ,79% ,58% Madeira ,01% ,14% Preparações alimentícias diversas ,04% ,16% Papel e Celulose ,59% ,32% Bebidas ,48% ,53% Móveis ,66% ,44% Têxtil e Vestuário ,91% ,21% ( ) Materiais Elétricos e Eletrônicos ,28% ,41% ( ) Mecânica ,48% ,89% ( ) Material de Transportes ,00% ,82% ( ) Petróleo e derivados ,96% ,93% ( ) Produtos Químicos ,44% ,49% ( ) Sub-total ,79% ,41% Total ,00% ,00% ( ) Em se observando o saldo comercial por grupo de produtos, observa-se que os grupos com maiores resultados positivos são os que têm sua origem no agronegócio: Complexo Soja, Carnes, Açúcares, Madeira, Preparações alimentícias diversas e Cereais. O maior déficit está em Produtos Químicos e Petróleo, por conta da necessidade de se importar este produto para refino em unidade paranaense. Os demais grupos de produtos que tem balança comercial negativa são todos de produtos industrializados. Frise-se, adicionalmente, que o saldo comercial pode também se deteriorar, principalmente para os três primeiros grupos de produtos (vinculados ao agronegócio), cujas alterações são sensíveis a preços formados no mercado internacional e, por isso, não determinados pelos exportadores. (Fiep-Dec, 8, jan, 2013).
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