Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2012

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1 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2012 As exportações em julho apresentaram redução de 2,93% em relação a junho. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela décima-oitava vez consecutiva, atingindo a US$ 1,492 bilhão; porém ficaram situadas 0,20% abaixo das de julho de Por outro lado, as importações somaram US$ 1,5327 bilhão, superiores em 0,32% às de junho e 5,50% às de julho de Com estes resultados, as exportações acumuladas em 2012 (janeiro a julho) atingiram a US$ 10,336 bilhões e foram 6,29% superiores às do mesmo período de De sua vez, as importações acumuladas somaram US$ 11,050 bilhões, 9,98% superiores às de O saldo líquido mensal (exportações menos importações) foi negativo após dois meses consecutivos de saldo positivo. Nos sete primeiros meses, o déficit atingiu US$ 714 milhões, o maior saldo negativo de toda a série para o acumulado de janeiro e julho. Exportações Saldo acumulado US$ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/ jan a jul/11 ( ) jan a jul/12 ( ) As exportações atingiram nos primeiros sete meses de 2012 a US$ 10,336 bilhões, equivalentes a R$ 19,663 bilhões considerando o câmbio mensal médio divulgado pelo Bacen; desta forma, o aumento de 6,29% em Dólar se reproduziu em aumento de 25,28% em Reais, na comparação de 2012 contra 2011, recuperando em algum grau a rentabilidade das empresas produtoras-exportadoras. Quando feita a conversão das exportações na proporção que é destinada para a Comunidade Européia (1/5 do valor total exportado) - neste caso utilizando-se o Euro e nos demais o Dólar - a receita em Reais aumentou 17,27%. Esta diferença se deve à depreciação do Real no último trimestre de 2011 e dos primeiros seis meses de 2012 frente às moedas de circulação internacional. Em termos de média dos últimos doze meses, julho apresenta queda em relação a junho, atingindo a US$ 1,500 bilhão (média de agosto/2011 a julho/2012). Por outro lado, em Reais, atingiu a 2,751 bilhões, décimo terceiro aumento consecutivo.

2 O gráfico abaixo mostra a evolução e a posição das cotações médias do Dólar (R$ 2,029) e do Euro (R$ 2,545), referência julho Em termos de grupo de produtos, o Complexo soja retornou a ocupar a primeira posição no valor exportado em 2012, com uma participação relativa de 12,41% (embora, em valor absoluto, tenha ocorrido queda de 61,99% em relação a 2011); Material de Transportes passou a ocupar a segunda colocação com participação de 12,20% (aumento de 15,84%); deslocando Carnes com uma participação de 12,04% (redução de -0,46%). Dentre os quinze principais grupos de produtos, cinco apresentaram redução em relação a 2011: Complexo soja (-61,99%), Carnes (-0,46%), Açúcares e produtos de confeitaria (-25,53%), Mecânica (-2,72%), Papel e Celulose (-1,14%), Bebidas (- 16,04%) e Móveis (-9,37%). Grupo de produtos Exportações 2011 Part. Exportações 2012 Part. Variação Jan a Jul % Jan a Jul % Complexo Soja ,70% ,41% -61,99% Material de Transportes ,19% ,20% 15,84% Carnes (bovinas, aves e suínas) ,85% ,04% -0,46% Açucares e produtos de confeitaria ,62% ,34% -25,53% Madeira ,90% ,98% 8,38% Mecânica ,76% ,44% -2,72% Cereais ,29% ,34% 8,01% Produtos Químicos ,37% ,31% 4,52% Preparações alimentícias diversas ,75% ,81% 8,69% Papel e Celulose ,78% ,59% -1,14% Petróleo e derivados ,96% ,45% 33,10% Materiais Elétricos e Eletrônicos ,13% ,30% 22,58% Bebidas ,61% ,27% -16,04% Têxtil e Vestuário ,94% ,93% 4,66% Móveis ,73% ,62% -9,37% Sub-total ,58% ,03% -21,90% Total ,00% ,00% 6,29%

3 Considerando os quatro principais e tradicionais grupos de produtos exportados pelo Paraná (Soja, Material de Transportes, Carnes e Madeira), que somam uma participação de mais de 61% das exportações totais, verifica-se que todos demonstram início de tendência de queda. Dois novos grupos de produtos vêm ganhando espaço: Açúcares e Preparações Alimentícias Diversas, que juntos representam atualmente mais de 8% das exportações. Em se observando as exportações por Grau de Elaboração (julho contra junho), os grupos de produtos que apresentaram aumento foram os Básicos (+7,25%) e os Semimanufaturados (+10,17%). Os Manufaturados (-19,22%) apresentaram queda. Quando comparado janeiro a julho/2012 com janeiro a julho/2011, os Básicos (+10,77%) apresentaram o maior acréscimo, seguido dos Manufaturados (+8,54%). Os Semimanufaturados (-14,54%) apresentaram queda. Quando comparados os últimos doze meses (agosto de 2011 a julho de 2012) com os doze meses imediatamente anteriores (agosto de 2010 a julho de 2011), o maior acréscimo se registra nos Básicos (+18,03%), seguido dos Manufaturados (+10,26%). Os Semimanufaturados (-2,25%) apresentaram redução. Variação das Exportações por Grau de Elaboração No mês Acumulado no ano Acumulado em 12 meses jul/12 jan/11 a jul/12 ago/11 a jul/12 jun/12 jan/10 a jul/11 ago/10 a jul/11 US$ R$ US$ R$ US$ R$ Participação relativa 2011 Básicos 7,25% 6,20% 10,77% 31,28% 18,03% 31,88% 45,72% Semimanufaturados 10,17% 9,10% -14,54% 1,22% -2,25% 7,53% 13,86% Manufaturados -19,22% -20,01% 8,54% 26,85% 10,26% 21,45% 38,21% Total das exportações -2,93% -21,45% 7,47% 24,54% 13,05% 21,33% A participação relativa por Grau de Elaboração vem se alterando sensivelmente. Os produtos Manufaturados, que chegaram a representar 57,41% das exportações em 2006, atingiram 38,21% em 2011; em contraposição, os produtos Básicos passaram de 29,30% em 2006 para 45,72% em Vale dizer, o Paraná voltou a ser grande exportador de matérias-primas. Novamente, como resultado da valorização do Real que -

4 somado a outros fatores, como logística, infraestrutura precária, carga tributária, ainda remanescida na formação de preços dos produtos exportados, e elevados custos financeiros de investimento e operacionais -, solapa progressivamente a competitividade dos produtos industrializados paranaenses. Há de se verificar, nos próximos períodos, qual o grau de influência dos movimentos mais recentes de desvalorização da nossa moeda. Participação das Exportações por Grau de Elaboração Básicos 41,60% 32,90% 29,30% 34,27% 37,96% 44,42% 42,21% 45,72% Semimanufaturados 10,31% 9,91% 11,47% 10,68% 10,57% 11,62% 12,70% 13,86% Manufaturados 41,60% 55,85% 57,41% 53,68% 49,45% 42,06% 43,18% 38,21% Demais operações 6,49% 1,34% 1,82% 1,37% 1,37% 1,90% 1,91% 2,21% Total das ex portações 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% Importações As importações apresentaram acréscimo de 0,32% em julho, atingindo o valor de US$ 1,532 bilhão, 5,50% superior ao registrado em julho de Vale a pena considerar que, em termos de média dos últimos doze meses (agosto/11 a julho/12), julho apresentou aumento, sucedendo a primeira queda havida em junho após vinte e nove meses de expansão sistemática e consecutiva: US$ 1,647 bilhão. Grupo de produtos Em termos de participação relativa por Grupo de Produtos, Material de Transportes continua a ocupar o primeiro lugar (com participação de 23,82%) e acréscimo de 28,31%; seguido de Produtos Químicos ( Produtos Químicos são, na sua maior parte, adubos, fertilizantes e outros produtos destinados à agricultura dada sua característica sazonal) que ficou com a segunda posição (17,61%), com aumento de 4,42%; o terceiro lugar ficou com Petróleo e derivados (16,21%), com crescimento de 27,96%; segue em quarto lugar Mecânica (12,90%), que apresentou, porém, retração de 7,64%. Os outros grupos de produtos que apresentaram redução foram Materiais Elétricos e Eletrônicos (-3,87%), Têxtil e Vestuário (-18,37%), Preparações alimentícias diversas (-1,09%), Madeira (- 47,20%) e Complexo Soja (-80,75%).

5 Grupo de produtos Importações 2011 Part. Importações 2012 Part. Variação Jan a Jul % Jan a Jul % Material de Transportes ,42% ,82% 28,31% Produtos Químicos ,55% ,61% 4,42% Petróleo e derivados ,93% ,21% 27,96% Mecânica ,36% ,90% -7,64% Materiais Elétricos e Eletrônicos ,54% ,34% -3,87% Papel e Celulose ,13% ,38% 34,14% Cereais ,93% ,29% 52,79% Têxtil e Vestuário ,72% ,28% -18,37% Bebidas ,29% ,67% 152,75% Móveis ,38% ,41% 19,86% Carnes (bovinas, aves e suínas) ,21% ,21% 13,13% Preparações alimentícias diversas ,16% ,14% -1,09% Madeira ,29% ,14% -47,20% Complexo Soja ,12% ,02% -80,75% Açucares e produtos de confeitaria ,01% ,01% 18,76% Sub-total ,04% ,44% 11,83% Total ,00% ,00% 9,98% O resultado da posição dos países dos quais o Paraná importa apresenta mudanças. A China (14,83% de participação e aumento de +1,81%) recuperou a primeira posição que tinha perdido circunstancialmente no mês passado, colocando em segundo lugar a Nigéria (13,22% e aumento de +7,79%). A Argentina continua na terceira colocação (11,05% e aumento de 17,13%) e os Estados Unidos na quarta posição com 6,96% de participação e aumento de +9,89%. A Espanha (8ª) aparece deslocando o Chile das primeiras dez posições. ORDEM JANEIRO a JULHO PRINCIPAIS PAÍSES Variação US$/F.O.B. (A) % s/total US$/F.O.B. (B) % s/total % (A/B) 01º. 01º. CHINA ,83% ,03% 1,81% 02º. 02º. NIGERIA ,22% ,49% 7,79% 03º. 03º. ARGENTINA ,05% ,37% 17,13% 04º. 04º. ESTADOS UNIDOS ,96% ,97% 9,89% 05º. 07º. MEXICO ,76% ,21% 50,29% 06º. 05º. ALEMANHA ,74% ,41% -1,45% 07º. 06º. FRANCA ,00% ,53% 21,27% 08º. 12º. ESPANHA ,92% ,81% 77,11% 09º. 08º. SUECIA ,55% ,10% -9,63% 10º. 09º. ITALIA ,24% ,06% 19,70% Subtotal ,27% ,98% 12,03% Total Paraná % % 9,98% Fo n t e: MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Em termos de fluxo de comércio (exportações mais importações), a China continua superando a Argentina, desta vez pelo quarto ano consecutivo como principal parceiro comercial do Paraná, com US$ 4,193 bilhões (janeiro a julho de 2012) de intercâmbio (exportações de US$ 2,554 bilhões mais importações de US$ 1,639 bilhão). Em segundo lugar vem a Argentina que possui intercâmbio de comércio com o Paraná na ordem de US$ 2,229 bilhão e em terceiro lugar a Nigéria (US$ 1,479 bilhão).

6 ORDEM JANEIRO a JULHO PRINCIPAIS PAÍSES Exportações Importações Fluxo de comércio 2012 US$ US$ US$ % s/total 01º. CHINA ,61% 02º. ARGENTINA ,75% 03º. NIGERIA ,92% 04º. ESTADOS UNIDOS ,08% 05º. ALEMANHA ,94% 06º. FRANÇA ,69% Subtotal ,98% Total Paraná % Fon t e: MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Elab oração: FIEP-DEC Em se observando as importações por Categoria de Uso (julho contra junho) os Bens de capital (+50,21%) e os Bens de Consumo (+9,65%) apresentaram aumento. Os Bens Intermediários (-6,34%) e os Combustíveis e Lubrificantes (-44,43%) apresentaram queda. Quando comparados janeiro a julho de 2012 com janeiro a julho de 2011, o maior aumento foi de Combustíveis e Lubrificantes (+27,95%), seguido dos Bens de Capital (+8,95%), dos Bens Intermediários (+8,30%) e dos Bens de Consumo (+1,29%). Variação das Importações por Categoria de Uso No mês Acumulado no ano Acumulado em 12 meses jul/12 jan/11 a jul/12 ago/11 a jul/12 jun/12 jan/10 a jul/11 ago/10 a jul/11 US$ R$ US$ R$ US$ R$ 2011 Bens de Capital 50,21% 48,75% 8,95% 27,65% 8,29% 19,58% 23,50% Bens intermediários -6,34% -7,26% 8,30% 26,38% 23,28% 35,93% 44,32% Bens de Consumo 9,65% 8,58% 1,29% 18,20% 10,58% 21,20% 18,64% Combustíveis e Lubrificantes -44,43% -44,97% 27,95% 50,17% 23,56% 37,33% 13,54% Total das importações 0,32% -0,65% 9,98% 28,59% 17,23% 29,31% 100% Participação relativa Importações por Categoria 2011 so so de Uso bre 2005 bre 2003 Bens de Capital ,47% 454,16% Bens intermediários ,42% 299,25% Bens de Consumo ,35% 1410,14% Combustíveis e Lubrificantes ,35% 572,94% Demais operações Total das importações ,74% 462,92% Em termos de valor das importações por Categoria de uso entre 2005 e 2011, percebe-se que o maior acréscimo se deu em Bens de Consumo (698,35%), seguido por Bens de Capital (390,47%), Combustíveis e Lubrificantes (337,35%) e Bens intermediários (226,42%). Em se fazendo a comparação da evolução no período de 2003 a 2011, a importação de Bens de Consumo aumentou consideráveis! 1.410,14%!, exatamente para complementar a oferta doméstica, que não recebeu condições de expandir no ritmo atribuído à ampliação da demanda interna, insuflada pela fartura de crédito para consumo. Caso contrário, as pressões inflacionárias seriam insustentáveis.

7 Saldo Comercial O saldo comercial de apenas um Estado pode ensejar algum desvio de análise; porém, tem sua utilidade para identificar tendências e mudanças no perfil de intercâmbio com outros países. Grupo de produtos Exportações Part. Importações Part. Balança Comercial Jan a Jul % Jan a Jul % Jan a Jul Complexo Soja ,41% ,02% Carnes (bovinas, aves e suínas) ,04% ,21% Açucares e produtos de confeitaria ,34% ,01% Madeira ,98% ,14% Preparações alimentícias diversas ,81% ,14% Cereais ,34% ,29% Papel e Celulose ,59% ,38% Bebidas ,27% ,67% Móveis ,62% ,41% Têxtil e Vestuário ,93% ,28% ( ) Materiais Elétricos e Eletrônicos ,30% ,34% ( ) Mecânica ,44% ,90% ( ) Material de Transportes ,20% ,82% ( ) Petróleo e derivados ,45% ,21% ( ) Produtos Químicos ,31% ,61% ( ) Sub-total ,03% ,44% ( ) Total ,00% ,00% ( ) Em se observando o saldo comercial por grupo de produtos, observa-se que os grupos com maiores resultados positivos são os que têm sua origem no agronegócio: Complexo Soja, Carnes, Açúcares, Madeira, Preparações alimentícias diversas e Cereais. O maior déficit está em Produtos Químicos e Petróleo, por conta da necessidade de se importar este produto para refino em unidade paranaense. Os demais grupos de produtos que tem balança comercial negativa são todos de produtos industrializados. Frise-se, adicionalmente, que o saldo comercial pode também se deteriorar, principalmente para os três primeiros grupos de produtos (vinculados ao agronegócio), cujas alterações são sensíveis a preços formados no mercado internacional e, por isso, não determinados pelos exportadores. (Fiep-Dec, 17, ago, 2012).