Cálculo de condutos. PMC 3230 Prof. Marcos Tadeu Pereira 2016 (Diversas figuras retiradas da internet sem identificação de origem)

Documentos relacionados
ENGENHARIA FÍSICA. Fenômenos de Transporte A (Mecânica dos Fluidos)

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro

AULA 6 ESCOAMENTO PERMANENTE DE FLUIDO INCOMPRESSÍVEL EM CONDUTOS FORÇADOS. Prof. Geronimo Virginio Tagliaferro

Mecânica dos Fluidos

Mecânica dos Fluidos. Perda de Carga

PERDA DE CARGA CONTÍNUA

Hidráulica Geral (ESA024A) Prof. Homero Soares

Experiência 6 - Perda de Carga Distribuída ao Longo de

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA QUÍMICA LOQ4085 OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

Escoamentos Internos

Escoamento Interno Viscoso

Avaliação Energética do Escoamento em Tubos. Supondo um escoamento permanente num tubo de seção variável, a equação da energia seria: =0

FACULDADE DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO - FESP LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA CH2 CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA - CTH

A variação de pressão num duto resulta da variação da elevação, da velocidade e do atrito e pode ser determinada aplicando a Eq.

Lista de Exercícios Perda de Carga Localizada e Perda de Carga Singular

Numa instalação quanto maior forem as perdas, maior será o consumo de energia da bomba. Para estimar os gastos com energia é necessário que o cálculo

PME Escoamento Viscoso em Condutos Parte 2. Alberto Hernandez Neto

Capítulo 1 Escoamento permanente de fluido incompressível em condutos forçados. Capítulo 2 Instalações básicas de bombeamento. Capítulo 3 Turbobombas

capítulo 1 NOTAS INTRODUTÓRIAS ESTADOS DE AGREGAÇÃO DA MATÉRIA LÍQUIDOS E GASES FORÇAS EXTERNAS 19

Escoamento interno viscoso e incompressível

Escoamentos Internos: Parte II

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 7 ROTEIRO

EXPERIMENTO 02. Estudo da influência da perda de carga e da rugosidade de tubos no escoamento forçado de líquidos. Prof.

LOQ Fenômenos de Transporte I

Escoamento em Condutos Forçados. Prof. Dr. Hugo Alexandre Soares Guedes Website: wp.ufpel.edu.

LOQ Fenômenos de Transporte I

Fenômenos de Transferência FEN/MECAN/UERJ Prof Gustavo Rabello 2 período 2014 lista de exercícios 06/11/2014. Conservação de Quantidade de Movimento

Transferência de Calor

Perda de Carga. Representa a Energia Mecânica convertida em Energia Térmica; Expressa como a perda de pressão

Hidráulica. Escoamento Uniforme em Tubulações. Hidráulica. Aula 3 Professor Alberto Dresch Webler 2015

FENTRAN. Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia. Aula 9 Escoamento em tubulações

Fluidodinâmica. Carlos Marlon Santos

Objetivos da terceira aula da unidade 6

RESUMO MECFLU P3. REVER A MATÉRIA DA P2!!!!! Equação da continuidade Equação da energia 1. TEOREMA DO TRANSPORTE DE REYNOLDS

FENÔMENOS DE TRANSPORTES

Exercício 136 Dado: Exercício 137

A viscosidade 35 Grandeza física transporta e sentido da transferência 35 Experiência 03: o modelo do baralho 35 Modelo de escoamento em regime

HIDRODINÂMICA CONDUTOS SOB PRESSÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL ENGENHARIA CIVIL APOSTILA

Disciplina: Camada Limite Fluidodinâmica

PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA NO ESCOAMENTO LAMINAR

PME Escoamento Viscoso em Condutos. Características Gerais Escoamento laminar Noções de camada limite. Alberto Hernandez Neto

Disciplina: Camada Limite Fluidodinâmica

Escoamento Laminar Viscoso em Dutos

3 CONDUÇÃO DE ÁGUA (Cont.)

Fenômenos do Transporte - 1 Semestre de Escoamento permanente de fluido incompressível em condutos forçados

Escoamentos não isotérmicos

Fenômenos de Transporte

Fenômeno de Transportes A PROFª. PRISCILA ALVES

3. CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA

Aula 20. Capítulo 7 Escoamentos Internos

Fundamentos da Mecânica dos Fluidos

PERDA DE CARGA EM CONDUTOS FORÇADOS

TRANSMISSÃO DE CALOR resumo

4.2.3 Estimação da perda de energia mecânica no escoamento de fluidos incompressíveis no interior de tubos

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS

Escoamento Turbulento Viscoso em Dutos

Escoamentos Internos: Parte I

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS AULA 6 ROTEIRO

Máquinas de Fluxo I (ENG03332) Material de apoio à disciplina

Hidráulica e Hidrologia

ESTE Aula 2- Introdução à convecção. As equações de camada limite

2 Fundamentos Teóricos

Escoamentos Internos: Parte III

FUNDAMENTAÇÃO HIDROMECÂNICA Princípios Básicos

Transferência de Calor

Observações: 2 R diâmetros (D) das equações pelos diâmetros hidráulicos (D H) e nada se altera.

DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO NOS TUBOS DE SAÍDA LISO E DE CONCRETO DE UM RESERVATÓRIO PARA VÁRIAS TEMPERATURAS UTILIZANDO-SE O SCILAB

Escoamento completamente desenvolvido

PROJETO DE UMA INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO BÁSICA RAIMUNDO FERREIRA IGNÁCIO

CONTEÚDOS PROGRAMADOS (Aerodinâmica de Turbomáquinas - EEK 511) Pás e escoamentos, trabalho, escalas. 2

AULA DO CAP. 15-2ª Parte Fluidos Ideais em Movimento DANIEL BERNOULLI ( )

RESUMO MECFLU P2. 1. EQUAÇÃO DE BERNOULLI Estudo das propriedades de um escoamento ao longo de uma linha de corrente.

CAPÍTULO VI: HIDRODINÂMICA

Hidrodinâmica. Profª. Priscila Alves

FICHA DA DISCIPLINA DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

Departamento de Engenharia Mecânica. ENG 1011: Fenômenos de Transporte I

Fundamentos de Fenômenos de Transporte. Prof. Dr. Geronimo Virginio Tagliaferro

HIDRÁULICA. REVISÃO 1º Bimestre

Tubo de Pitot. Usado para medir a vazão; Vantagem: Menor interferência no fluxo; Empregados sem a necessidade de parada;

Aluno: Matrícula: Data: CC76D HIDRÁULICA TRABALHO DE CASA #1

Escoamentos Externos


NÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS POR TURMA

Mecânica dos Fluidos

4.6. Experiência do tubo de Pitot

2a LISTA DE EXERCÍCIOS

Escoamento em uma curva:

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS FENÔMENOS DE TRANSPORTE ATIVIDADE SEGUNDA AVALIAÇÃO

EM34B Transferência de Calor 2

Décima aula de FT. Segundo semestre de 2013

ANÁLISE DE PERDAS EM ESCOAMENTOS DENTRO DE

SELEÇÃO DE BOMBAS HIDRÁULICAS

Convecção Forçada Externa

FENÔMENOS DE TRANSPORTES AULA 7 E 8 EQUAÇÕES DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE

ESTUDO DA TRANSIÇÃO ENTRE ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO EM TUBO CAPILAR

Exercício 42: (prova de FT-I das turmas 3E, 3F e 3D do 2 o semestre de 2002) seguintes propriedades: µ

Transcrição:

Cálculo de condutos PMC 3230 Prof. Marcos Tadeu Pereira 2016 (Diversas figuras retiradas da internet sem identificação de origem)

Bibliografia adicional Mémènto des Pertes de Charge (Handbook of Pressure Loss) I.E. Idelchick Applied Fluid Dynamics Handbook Robert Blevins Atlas de Mecânica dos Fluidos Rui C.C. Vieira Fundamentals of Hydro and Aeromechanics Prandtl/Tietjens Applyed Hydro and Aeromechanics Prandtl/Tietjens

Cálculo de condutos - Objetivos Determinação de vazão, perda de carga, pressão e potência requerida para escoamento em dutos e suas singularidades (cotovelos, curvas, válvulas, T s, etc.); Projeto de instalações hidráulicas (água, ar, óleo, esgoto e efluentes, sucos, derivados de petróleo, gás natural, gases industriais); Projeto de instalações (salas limpas, sistemas de despoeiramento, chaminés, circuitos de fluidos); Seleção de máquinas de fluidos (bombas, turbinas, ventiladores, compressores, etc.). A questão da eficiência energética

Sistema Cantareira e o volume morto sendo bombeado

Sistema Cantareira e o volume morto sendo bombeado

PNEf : setor de saneamento brasileiro pode economizar 45%, (~1,2% do consumo total de energia elétrica). 90% disso é consumido por sistemas de bombeamento de água, esgoto e ar.

Medidor tipo tubo Dall, diâmetro 3.7 metros, vazão 33 m³/s. Trechos retos menores que 10 D a montante e 5D a jusante

Medição com Pitot, vazão de 10 m³/s

19

20

21

22

23

24

25

26

Análise dimensional; Cálculo de condutos - Método Equação da Continuidade (Conservação da Massa na forma integral (volume de controle)); Equação da Energia Cinética (na forma integral (volume de controle)); Equação da Quantidade de Movimento (conservação de QDM na forma integral (volume de controle)).

Conduto, duto, tubulação, cano Definições Conduto forçado: fluido inteiramente em contato com superfície interna do duto; Conduto livre: líquido se acha parcial (em canais e dutos semi preenchidos) ou totalmente (jato livre) em contato com gás; Raio Hidráulico R H = S σ = área da seção transversal perímetro molado Diâmetro Hidráulico D H = 4 S σ = 4R H

Alguns raios e diâmetros hidráulicos Círculo (duto) com diâmetro geométrico D: R H = S ς = πd2 4 πd = D 4 D = D Duto com seção transversal retangular (axb): R H = ab 2(a + b) D H = 2ab a + b Se for quadrado, D H = a

Observações: Canais abertos: não conte a superfície livre, pois ela não contribui para atrito com as paredes. Se for canal retangular com largura a e nível do líquido b : Se a=0, 15m e b=0,5m, então: D H = 4 ab a + 2b D H = 4 0,15 0,5 0,5 + 2 0,15 = 0,375m duto circular d = 0,375 Ex: Prova e túnel eletropaulo.

Ludwig Prandtl Idealizador da Teoria da Camada Limite e mentor de von Kármán, Blasius, Nikuradse, Schlichting, von Braun e outros

Formação da Camada Limite Camada limite Laminar Região de transição Camada limite turbulenta Camada turbulenta Espessura δ da camada limite Para duto 75mm, vel. 3m/s δ= 0,05mm Camada de transição Subcamada limite viscosa δ é definida onde U = 0, 99U 0 Subcamada limite viscosa- escoamento dominado por força de atrito viscosa. Camada de transição(overlaping) tensões viscosas laminares e turbulentas. O perfil de velocidades é dado pela lei logarítmica Camada turbulenta: nesta camada u é independente da viscosidade.

Escoamento laminar, regime estacionário, incompressível, propr. constantes, dissipação viscosa desprezível δ 5 μl ρu ( Blasius )

Crescimento da Camada limite: comprimento de transição Entrada do duto v v v

Experiência de Reynolds Forma do filete de tinta R VD inertia damping

laminar Oscilatório transicional Experimento de Reynolds escoamentos laminar, na transição e turbulento transicional transicional turbulento

u t = u t u u No ponto A: u t = u + u t v = 0 v t = v + v t = média + flutuação turbulenta

Osborne Reynolds, 1883 Re VD Laminar < 2,000 2,000 > Transição > 4,000 Turbulento > 4,000 f 64 Re Escoamento laminar

Escoamento Laminar, Re<2300 Escoamento irrotacional Velocidade na camada limite Perfil de velocidades em desenvolvimento Perfil de velocidades plenamente desenvolvido Região de entrada hidrodinâmica Escoamento plenamente desenvolvido O perfil forma uma parábola V = V max 1 r R V max = 2V α = 2 β = 4/3 Q = πd4 P 128μL Equação de Poiseuille, escoamento laminar 2

Escoamento turbulento em dutos Observar o comprimento de entrada L e e o fluxo reverso na parede V = V max R r R 1 n n aumenta com Re e para Re < 10 5, n = 7 α = 1 β = 1

ε rugosidade equivalente δ espessura da camada limite ε δ δ ε Escoamento hidraulicamente rugoso Rugosidade, duto em cinza Escoamento hidraulicamente liso

Significado físico da viscosidade Viscosidade é uma manifestação macroscópica de interações intermoleculares e sempre leva à dissipação viscosa. Todos os fenômenos envolvendo viscosidade são irreversíveis. 48

Escoamento de 1 para 2 Escoamento em conduto circular Regime permanente Fluido incompressível Escoamento isotérmico Escoamento dinamicamente estabelecido Propriedades uniformes em 1e 2 w m = 0 w cisalamento = 0, pois embora τ p exista, a velocidade é nula na parede

1) Equação da Continuidade A vazão mássica é dada por m = ρ 1 V 1 s 1 = ρ 2 V 2 s 2 E, como o duto tem seção transversal constante e o fluido é incompressível em regime permanente: V 1 = V 2

2) Equação da Energia Cinética para regime permanente Define-se carga em uma seção i como H i = α iv i 2 2g + P i γ + z i H 1 H 2 = α 2 1V 1 2g + P 1 γ + z 1 α 2 2V 2 2g + P 2 γ + z 2 = w a γq w m γq E, como w m = 0, α 1V 1 2 = α 2 2V 2 2g 2g, e chamando w a γq = f de perda de carga distribuída no trecho de tubo, teremos: f = P 1 γ + z 1 P 2 γ + z 2 f = perda de carga entre seções 1 e 2 do trecho considerado.

3) Equação da Quantidade de Movimento (regime permanente) F ext = t ρvdv + m e V e m s V s Do diagrama de corpo livre das forças externas no trecho: P 1 P 2 πr 2 + ρg sen θ. πr 2 x 2 x 1 τ par. 2πR x 2 x 1 = m V 1 V 2 = 0 Com z 1 z 2 = x 2 x 1 sen θ e tudo por γπr 2 resulta: P 1 P 2 γ + z 1 z 2 = τ par. x γr f = P 1 γ + z 1 P 2 γ + z 2 = τ par. x γr

Por outro lado, sabe-se que τ par = f ρ, V, μ, d, ε e, com a A.D.: τ par ρv 2 = f = f Re, ε d Onde f é o fator de atrito ou coeficiente de perda de carga distribuída. Combinando as duas equações anteriores, resulta a equação de Darcy-Weisbach (1857±): h f = f l D V 2 2g O problema á a determinação do valor de f.

Johann Nikuradse, 1933 Rugosidade artificial com areia colada aos dutos

C. F. Colebrook, 1939 Colebrook e White publicaram diversos artigos sobre atrito em dutos. O último continha, para tubos comerciais, na zona de transição: 1 1.14 2 log f D 9.35 Re f

Hunter Rouse, 1942 R = VD ν Integrou tudo R f = D3 2 ν 2g f L

Lewis Moody, 1944 forma conveniente

Resumo 1) Equação da Continuidade fluido incompressível, regime permanente, em um duto: A vazão mássica é dada por m = ρ 1 V 1 s 1 = ρ 2 V 2 s 2 2) Equação da Energia Cinética, mesmas condições: H 1 H 2 = α 2 1V 1 2g + P 1 γ + z 1 α 2 2V 2 2g + P 2 γ + z 2 = w a γq w m γq 3) Equação da Quantidade de Movimento mesmas condições: F ext = m e V e m s V s

Resumo cont. 4) Equação de Darcy-Weisbach f = f l D V 2 2g 5) Equação de Colebrook 1 1.14 2 log f D 9.35 Re f 6) Diagramas de Moody e de Rouse