III Números reais - módulo e raízes Módulo ou valor absoluto Definição e exemplos... 17

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Transcrição:

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III Notas de aula - Marlene - 010-16 Sumário III Números reais - módulo e raízes 17 3.1 Módulo valor absoluto...................................... 17 3.1.1 Definição e eemplos....................................... 17 3.1. Eemplos de resolução de equações e inequações com módulo, usando a definição de módulo 17 3.1.3 Módulo: interpretação geométrica na reta numérica..................... 18 3.1.4 Propriedades de módulo..................................... 19 3.1.5 Eemplos de resolução de equações e inequações com módulo, usando propriedades.... 3.1.6 Eemplos de gráficos de funções com módulo......................... 4 3. Raiz quadrada e raiz cúbica.................................... 5 3..1 Raiz quadrada e raiz cúbica: definições............................. 5 3.. Raiz quadrada e raiz cúbica: propriedades........................... 6 3.3 Completando o quadrado...................................... 8 3.4 Raiz índice n.............................................. 9

17 Parte III Números reais - módulo e raízes 3.1 Módulo valor absoluto 3.1.1 Definição e eemplos Definição (módulo valor absoluto) Dado um número a R, o módulo de a é indicado por a e definido por: { a se a 0 a := a se a < 0 Observe que: a = 0 = a = a = 0 = 0. a se a > 0 Logo, a definição de módulo poderia ser assim: a = 0 se a = 0 a se a < 0 Observe também que: a = 0 = a = 0 = 0 = 0 = 0. Logo a definição de módulo também poderia ser assim: a = { a se a > 0 a se a 0 Lembre que dado um número a, pela tricotomia da ordem, apenas uma das três possibilidades da definição de módulo é verdadeira, isto é, apesar de que na definição não aparece o conectivo, subentende-se que entre as três linhas há o conectivo (eclusivo). Eemplos: a = 8 > 0 = 8 = 8 a = 3 < 0 = 3 = ( 3) = 3 a = π > 0 = π = π a = π < 0 = π = ( π) = π a = π 3 > 0 = π 3 = π 3 a = 3 π < 0 = 3 π = (3 π) = 3+π = π 3 3.1. Eemplos de resolução de equações e inequações com módulo, usando a definição de módulo. 1. 3 = 15 Resolução: { { 3 se 3 0 3 se 0 3 := 3 se 3 < 0 3 := 3 se < 0 Logo temos que encontrar: ( 0 e 3 = 15) ( < 0 e 3 = 15) - para 0, vamos ter que resolver 3 = 15 = 5. Como 5 > 0, concluímos que = 5 de fato é uma solução. - para < 0, temos ter que resolver 3 = 15 = 5. Como 5 < 0, concluímos que = 5 de fato é uma solução. Logo a solução S = { 5} {5} = { 5, 5}. 3 > 15 Resolução: 3 := { 3 se 3 0 3 se 3 < 0 3 := { 3 se 0 3 se < 0 Logo temos que encontrar: ( 0 e 3 > 15) ( < 0 e 3 > 15) - para 0 temos que resolver 3 > 15 > 5. Mas > 5 e 0 = > 5. logo, uma parte da solução é S 1 = (5, )

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-18 - para < 0 temos que resolver 3 > 15 > 5 < 5. Mas < 5 e < 0 = < 5. logo, uma parte da solução é Logo a solução 3. 3 = 15 Resolução: 3 := S = (, 5). S = S 1 S = (, 5) (5, ). { 3 se 3 0 ( 3) se 3 < 0 3 := { 3 se 3 + 3 se < 3 Logo temos que encontrar: ( 3 e 3 = 15) ( < 3 e + 3 = 15) - para 3 temos que resolver 3 = 15 = 18. Como 18 > 3, concluímos que = 18 de fato é uma solução. - para < 3 temos que resolver + 3 = 15 = 1 = 1. Como 1 < 3, concluímos que = 1 de fato é uma solução. Logo a solução S = { 1} {18} = { 1, 18} 4. 3 > 15 Resolução: 3 := { 3 se 3 0 ( 3) se 3 < 0 3 := { 3 se 3 + 3 se < 3 Logo temos que encontrar: ( 3 e 3 > 15) ( < 3 e + 3 > 15) - para 3 temos que resolver 3 > 15 > 18. Sabemos que 3 e > 18 = > 18, assim uma parte da solução é - para < 3 temos que resolver + 3 > 15 > 1 < 1. S 1 = (18, ). Sabemos que < 3 e < 1 = < 1, assim uma parte da solução é S = ( 1). Conclusão: a solução é S = S 1 S = (. 1) (18, ). 3.1.3 Módulo: interpretação geométrica na reta numérica A interpretação geométrica de a : Na descrição da reta numérica, observamos que: - o ponto O que representa o número 0 é denominado origem da reta numérica, além disso, identificamos origem O com o número 0, assim como identificamos o ponto a com o número a; - se o número a > 0 então o ponto a se situa à direita da origem O e dista a 0 = a unidades de O. - se o número a < 0 então o ponto a se situa à esquerda da origem O e dista 0 a = a unidades de O. - se o número a = 0 então o ponto a coincide com a origem O e dista 0 0 = 0 unidades de O. Comparando a distância do ponto número a até a origem O com a definição de módulo de a, - se a > 0 então a distância de a até a origem O é igual a a 0 = a e também a = a; - se a < 0 então a distância de a até a origem O é igual a 0 a = a e também a = a; - se a = 0 então a distância de a até a origem O é igual a a 0 = 0 0 = 0 e também a = 0 = 0. Assim, verificamos que em qualquer um dos casos, a representa a distância do número ponto a até a origem O. A interpretação geométrica de b a : Observe que: (i) Se b > a então o ponto b está à direita de a e o ponto b dista b a unidades de a. Além disso, b > a = b a > 0 = b a = b a. a b

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-19 (ii) Se b < a então o ponto b está à esquerda de a e o ponto b dista a b unidades de a. a. Além disso, b < a = b a < 0 = b a = (b a) = a b. (iii) Se b = a então o ponto b coincide com o ponto a e o ponto b dista b a = a a b = 0 unidades a de Além disso, b = a = b a = 0 = b a = 0 = 0. b a Acabamos de verificar que em qualquer caso, b a representa a distância do ponto b ao ponto a. seja, a dintância entre a e b. Eemplos: 1. Resolver a equação 3 = 15 significa encontrar todos os pontos cuja distância ao ponto a = 3 é eatamente igual a 15 unidades. 1 = 3 15 3 18 = 3 + 15 É fácil concluir que o ponto que está à direita de 3 e dista 15 unidades de 3 é o ponto = 18, pois 3+15=18. É fácil concluir que o ponto que está à esquerda de 3 e dista 15 unidades de 3 é o ponto = 1, pois 3-15=-1. Logo a solução dessa equação é S = { 1, 15}. Resolver a inequação 3 > 15 significa encontrar todos os pontos cuja distância ao ponto a = 3 é maior do que 15 unidades. 1 = 3 15 3 18 = 3 + 15 É preciso encontrar os pontos que estão à direita de 3 e distam mais do que 15 unidades de 3. São os pontos tais que > 3 + 15 = > 18. É preciso encontrar os pontos que estão à esquerda de 3 e distam mais do que 15 unidades de 3. São os pontos tais que < 3 15 = < 1. Logo a solução dessa equação é 3.1.4 Propriedades de módulo S = {; < 1 > 18} = (, 1) (18, ), Resolver uma equação uma inequação onde não aparece o módulo em nenhuma das epressões da equação, em geral, é mais fácil do que resolver uma equação uma inequação onde aparece o módulo. Por esse motivo, para resolver equações e inequações que envolvem módulos, muitas vezes primeiro aplica-se a definição as propriedades de módulo com objetivo de simplificá-las até encontrar tras equações inequações onde não aparecem o módulo. Abaio estão listadas algumas das principais propriedades de módulo. Dados a, b R, valem as seguintes propriedades: (i) a 0, a R e ainda a = 0 a = 0. (ii) a = a, a R. (iii) a = b a = b a = b a = ±b (iv) Quando b 0, vale a equivalência: a = b, a = b a = b a = ±b. Quando b < 0 a; a = b. (v) ab = a b (vi) (vii) a = a b b, b 0 a < b b < a < b (viii) a > b a > b a < b (i) a + b a + b () a n = a n, n N Além disso, a n = a n, n N, n par. Demonstrações de algumas das propriedades: (i) Temos que verificar que é verdadeira: a 0, a R e ainda a = 0 a = 0. Dado o ponto a R, pelo aioma da ordem, temos dois casos (ecludentes):

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-0 a = 0 a coincide com a origem a distância de a até a origem é nula a = 0. a 0 a está à direita à esquerda da origem O a distância de a à O é positiva a > 0. (ii) Queremos provar: a = a, a R. { a se a > 0 a se a 0 a := a = 0 se a = 0 ( a) se a < 0 ( a) se a < 0 a se a < 0 { a se a < 0 a = 0 se a = 0 a = a se a 0 a se a > 0 Mas a afirmação entre chaves do lado direito da última igualdade acima é a própria definição de a. Logo a = a. (iii) Vamos verificar se é verdadeira: a = b a = b a = b a = ±b. Primeiro vamos verificar se a implicação é verdadeira nos casos possíveis e ecludentes: a = b = 0 a = 0 e b = 0 = a = b. a = b > 0. Nesse caso sabemos que a 0 e b 0 e podemos dividir em 4 casos: a > 0 e b > 0 e a = b = a = a e b = b e a = b = a = b. a < 0 e b < 0 e a = b = a = a e b = b e a = b = a = b = a = b. a > 0 e b < 0 e a = b = a = a e b = b e a = b = a = b. a < 0 e b > 0 e a = b = a = a e b = b e a = b = a = b = a = b. Conclusão: a = b = a = b a = b. Para provar a recíproca, primeiro supomos a = b, nesse caso é claro que a = b. Logo no tro caso da hipótese, temos que b = a. Nesse caso, é claro que b = a, como já provamos que a = a, concluímos que b = a. iv) Quando b 0: a = b b 0 a = b e b = b b 0 a = b (iii) a = b a = b a = ±b Quando b < 0: Por (i) sabemos que a, a 0 = b<0 a, b < 0 a = a, b < a = a; b = a. v) Queremos provar: ab = a b Separando em todos os casos possíveis: a 0 e b 0 = ab 0 = ab = ab (*) a 0 e b 0 = a = a, b = b = a b = ab (**) Por (*) e (**) verificamos nesse caso que ab = a b. a < 0 e b < 0 = ab 0 = ab = ab (*) a < 0 e b < 0 = a = a, b = b = a b = ( a)( b) = ab (**) Por (*) e (**) verificamos nesse caso que ab = a b. a 0 e b < 0 = ab 0 = ab = (ab) (*) a 0 e b < 0 = a = a, b = b = a b = a( b) = ab (**) Por (*) e (**) verificamos nesse caso que ab = a b.

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-1 a < 0 e b 0 = ab 0 = ab = (ab) (*) a < 0 e b 0 = a = a, b = b = a b = a( b) = ab (**) Por (*) e (**) verificamos nesse caso que ab = a b. Conclusão: ab = a b, a, b R. vi) Eercício (vii) Temos casos: b > 0 b 0. caso 1: Se b > 0 queremos provar que a < b b < a < b. a < b significa geometricamente: são os números reais a, cuja distância até a origem é menor do que b. Verifica-se essa propriedade na reta numérica: caso : Se b 0, temos que: b 0 = b 0 a. Logo a < b é falsa para a. b 0 b b 0 = b 0 = 0 b < a < b 0 = 0 < a < 0. Logo b < a < b é falsa para a. Usando a lógica, considere as afirmações: p : a < b e q : b < a < b. Em nosso caso, como a afirmação p é falsa para a, Em nosso caso, como a afirmação q é falsa para a, sabemos que a afirmação p é verdadeira para a. sabemos que a afirmação q é verdadeira para a. Logo para a, temos que ( p = q) e ( q = p), seja, a, temos que ( p q) Da lógica, sabemos que quando ( p q) é verdadeira temos que (p q) também é verdadeira. (viii) Temos 3 casos: b > 0 b = 0 b < 0. caso 1: Se b > 0 queremos provar a > b a > b a < b. a > b significa geometricamente: são os números reais a, cuja distância até a origem é maior do que b. Verifica-se essa propriedade na reta numérica: caso : Se b = 0 então b = b = 0. b Queremos provar que a = 0 a = 0 a = 0, que é verdadeiro pela propriedade (i). caso 3: Se b < 0. A recíproca será verdadeira pois sabemos que 0 a 0 a = a 0 > b a. Isso significa que sendo a > b sendo a < b, é verdadeiro que a > b. Para provar a implicação vamos analisar para a 0 e para a < 0. a 0, a > b = a = a > b = a > b a < b. a < 0, a > b = a = a > b = a < b = a > b a < b. i) Queremos provar que a + b a + b, a, b R. b - Primeiro vamos verificar que a + b = a + b ab 0 (a 0 e b 0) (a 0 e b 0). Verificando, a + b = a + b (ambos positivos, elevando ao quadrado, vale a equivalência) ( a + b ) = ( a + b ) ( provando e usando, = = = = ) (a + b) = a + a b + b a + ab + b = a + ab + b ab = ab ab 0. - Supondo que dois números possuem sinais contrários, seja, um é positivo e tro negativo, vamos chamar o negativo de a e o positivo de b. Vamos verificar que a < 0 < b = a + b < a + b. Calculando o lado direito da desigualdade: a < 0 < b = a = a e b = b = a + b = a + b. Agora, vamos supor os dois casos possiveis e ecludentes: I) II) b a 0 a b a b 0 b a I) b a < 0 < a b = a b = 0 a + b = a + b = a + b (*)

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010- Mas, também temos que b a < 0 < a b = a < a = a + b < a + b = a + b (**) Por (*) e (**), a + b = a + b < a + b = a + b = a + b < a + b II) a < b < 0 < b < a = a < b = a + b < 0 = a + b = (a + b) = a b (*) Mas, também temos que a < b < 0 < b < a = b < b = a b < a + b = a + b (**) Por (*) e (**), a + b = a b < a + b = a + b = a + b < a + b ) Eercício: prove a propriedade a n = a n, n N. Além disso, a n = a n, n N, n par. 3.1.5 Eemplos de resolução de equações e inequações com módulo, usando propriedades. Resolva as equações inequações: 1. 6 9 = 1. 6 9 = 1 1 3. 6 9 = 1 ( 1) Resoluções: 4. 6 9 1 5. 6 9 > 1 6. 6 9 < 1 ( 1) 7. 6 9 1 ( 1) 8. 6 9 < 1 1 1. 6 9 = 1 3( 3) = 1 (v) 3 3 = 1 3 3 = 1 3 = 4 = 4 (iii) I) 3 = 4 II) 3 = 4. Resolvendo cada equação, I) 3 = 4 = 7 = 7/. II) 3 = 4 = 1 = 1/ solução S = { 1/, 7/}. 6 9 = 1 1 (v) 3 3 = 1 1 3 = 4 1 (iii) I) 3 = 4( 1) II) 3 = 4( 1). Resolvendo cada equação, I) 3 = 4( 1) 3 = 4 4 = 1 = 1/. II) 3 = 4( 1) 3 = 4 + 4 6 = 7 = 7/6 Solução S = {1/, 7/6} 3. 6 9 = 1 ( 1) A equação tem solução se e só se 1 0 1, seja, a equação não tem solução < 1, pois ; 6 9 < 0. Assim vamos supor 1 0 e resolver a equação. 6 9 = 1 ( 1), 1 0 3 3 = 1 ( 1), 1 0 3 = 4 ( 1), 1 0 (iv) = I) 3 = 4 ( 1) II) 3 = 4 ( 1) Resolvendo cada equação, I) 3 = 4 ( 1) 3 = 4 4 = 1 = 1/ II) 3 = 4 ( 1) 3 = 4 + 4 6 = 7 = 7/6 Agora precisamos testar se cada solução satisfaz a restrição, seja testar se 1. Como = 1/ < 1, = 1/ não é solução. Como = 7/6 > 1, = 7/6 é solução. Logo, a solução S = {7/6}

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-3 4. Na desigualdade podemos usar as propriedades vii) e como 1 > 0 na igualdade podemos usar a equivalência da propriedade (iv): 6 9 1 1 6 9 1 1 + 9 6 1 + 9 3 6 1 1/ 7/ Logo a solução é o intervalo I = [ 1, ] 7 5. Podemos usar a propriedade viii): 6 9 > 1 I) 6 9 < 1 II) 6 9 > 1 Resolvendo cada inequação, I) 6 9 < 1 6 < 1 + 9 6 < 3 < 1/ II) 6 9 > 1 6 > 1 + 9 6 > 1 > 7 > 7/. Logo a solução S é a união de intervalos, S = ( ) (, 1 7, ) 6. Para resolver vamos aplicar a propriedade vii). 6 9 < 1 ( 1) 1( 1) < 6 9 < 1( 1) Nesse caso é preciso separar as duas inequações para ser possível resolvê-las, I) 1( 1) < 6 9 e II) 6 9 < 1( 1) Resolvendo cada equação, I) 1( 1) < 6 9 1 + 1 < 6 9 18 < 1 6 > 7 > 7/6 e II) 6 9 < 1( 1) 6 9 < 1 1 6 < 3 > 1/ A solução é a interseção das inequações > 7/6 e > 1/ com > 1. Logo a solução da inequação é o intervalo I = (7/6, ) 7. Podemos aplicar a propriedade viii) para resolver a inequação e a equivalência da propriedade (iv), supondo 1 0. No final é preciso testar se a solução da equação encontrada no final também é solução da equação original. 6 9 1 ( 1) I) 6 9 1( 1) II) 6 9 1( 1) Resolvendo cada inequação, I) 6 9 1( 1) 6 9 1 + 1 18 1 7/6 II) 6 9 1( 1) 6 9 1 1 6 3 1/ Logo a união de I) e II) é a intervalo 7/6. Testando as soluções da equação, = 7/6, 6 9 = 7 9 = e 1( 1) = 1(1/6) =. Logo = 7/6 é solução. = 1/, 6 9 = 3 9 = 6 e 1( 1) = 1( 1/) = 6. Logo = 1/ é solução. Concluímos que a solução da inequação é o intervalo I = (, 7/6). 8. 6 9 < 1 1 Usando a propriedade vii), teríamos que resolver: 1 1 < 6 9 < 1 1. Para cada inequação, se aplicar novamente as propriedades vii) e viii) obteríamos duas inequações, totalizando quatro inequações a serem resolvidas. Nesse caso, é mais simples resolver usando a definição de módulo, isto é, abrindo as duas epressões de modo a obter três inequações para resolver. Além disso, fica mais simples ainda se usarmos uma tabela para abrir os módulos. 6 9 < 1 1 3 3 < 1 1 3 < 4 1 3 4 1 < 0. Vamos usar uma tabela para escrever sem módulo a epressão: E() = 3 4 1 < 1 = 1 1 < < 3 = 3 > 3 A() = 3 + 3 1 + 3 0 3 B() = 4 1 4 + 4 0 4 4 4 4 E() = A() B() 1 1 6 + 7 + 1

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-4 Analisando o sinal de cada epressão, Para < 1 1 < 0 < 1/. Logo < 1/ satisfaz a inequação. para = 1 E() = 1 > 0. Logo = 1 não satisfaz a inequação. para 1 < < 3 6 + 7 < 0 6 < 7 > 7 6. Logo 7 6 < < 3 satisfaz a inequação. para = 3 E() = < 0. Logo = 3 satisfaz a inequação. para > 3 + 1 < 0 < 1 > 1. Logo > 3 satisfaz a inequação. A solução é S = (, 1 ) [ 7 6, ] 3.1.6 Eemplos de gráficos de funções com módulo Esboçar os gráficos das funções. Para isso, vamos usar a definição para abrir o módulo e/ usar as propriedades para simplificar e/ usar as transformações em gráficos. 1. y = f() =. Para 0, temos que y =, reta bissetriz do 1o. e 3o. quadrante, mas como 0, é a bissetriz situada no 1o. quadrante (fig. 1). Fig. 1 Fig. Fig. 3. f() = 3 O gráfico de f é uma translação horizontal do gráfico de y =, de 3 unidades para a direita. 3. f() = + O gráfico de f é uma translação vertical do gráfico de y =, de unidades para cima. 4. f() = 4 1 Simplificando, f() = 4 ( 1)( ) (para simplificar foi usada a propriedade a b = ab, a, b R) y = ( 1)( ) y = ( 1)( ) é uma parábola voltada para cima, corta o eio em = 1 e =. Fig. 1 Abrindo o módulo, - mantemos a parábola sobre e acima do eio quando ( 1)( ) 0 1 ; - tomamos o simétrico da parábola em relação ao eio quando ( 1)( ) < 0 1 < <. Fig.

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-5 Usando transformações sobre y = ( 1)( ), y = ( 1)( ) Ao mutiplicar por (-1), tomamos o simétrico do gráfico da fig. em relação ao eio ; y = 4 ( 1)( ) Ao somar 4, fazemos uma translação vertical de 4 unidades para cima, do gráfico da fig.3. 5. f() = 8 1 + ( 1) + 16 Fig. 3 Fig. 4 Para obter o gráfico de f, primeiro observe que ( 1) = 1, assim podemos construir a seguinte sequência de gráficos: y = 8 + + 16 = ( + 4), o gráfico é uma parábola voltada para cima, com vértice no ponto ( 4, 0); y = 8 + + 16, para 0, o gráfico coincide com o gráfico anterior e para < 0, o gráfico é simétrico em relação ao eio y; y = 8 1 + 1 + 16, o gráfico é uma translação horizontal do gráfico anterior, de 1 unidade para a direita. y = 8 + + 16 = ( + 4) y = 8 + + 16 y = 8 1 + 1 + 16 Outra opção de construção do gráfico seria usando diretamente a definição de módulo, abrindo 1. 6. f() = 3 4 1 Como não há nenhuma propriedade de igualdade relativa a soma subtração de módulos, nesse caso a única opção é usar a definição de módulo para abrir 3 e 1. Usaremos tabela para facilitar as contas nos intervalos onde abrimos os módulos. < 1 = 1 1 < < 3/ = 3/ > 3/ 3 + 3 1 + 3 0 3 4 1 4 + 4 0 4 4 4 4 3 4 1 1 1-6+7 - + 1 3. Raiz quadrada e raiz cúbica 3..1 Raiz quadrada e raiz cúbica: definições Definição - Raiz quadrada raiz Dado a R; a 0, a raiz quadrada de a é o único b R, indica-se a = b, tal que b = a e b 0.

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-6 Definição - Raiz cúbica Dado a R, a raiz cúbica de a é o único b R, indica-se 3 a = b, tal que b 3 = a. Observações: A equação = 9 tem duas soluções, = ±3, pois = 3 = = 3 = 9 e = 3 = = ( 3) = 9. 9 = 3 e 9 3 pois 3 = 9 e 3 > 0, ( 3) = 9, mas 3 < 0. O número a é chamado de radicando tanto na raiz quadrada quanto na raiz cúbica. Na raiz quadrada o radicando é necessariamente positivo nulo, na raiz cúbica não há restrição. O processo de encontrar a raiz quadrada raiz cúbica se chama de radiciação. Considere a =. Sabemos que 0, R, logo sempre será possível determinar, R. = b b = e b 0 Sabemos que b = b = b =, isto é, essas são as duas únicas candidatas a raízes de. Suponha que 0. Nesse caso, b = 0 e b = = =. Suponha que < 0. Nesse caso, b = > 0 e b = ( ) = = = b =. Acabamos de provar que = 3.. Raiz quadrada e raiz cúbica: propriedades Dados a, b R, valem as propriedades: A1) a = a, a R B1) 3 a 3 = a, a R A) ab = a b a 0 e b 0 B) 3 ab = 3 a 3 b A3) ( a) = a a 0 B3) ( 3 a) 3 = a A4) ab = a b a 0 e b 0 B4) 3 ab = 3 a 3 b a a a 3 A5) b = a 0 e b > 0 B5) 3 b b = a 3, b 0 b a a a 3 A6) b = a 0 e b < 0 B6) 3 b b = a 3, b 0 b A7) 0 < a < b = a < b B7) a < b 3 a < 3 b OBS. a < b a < b pois, caso a < 0 e a < b = a A8) a + b < a + b, a, b > 0 B8) 3 a + b < 3 a + 3 b, a, b > 0 Eemplos: 1. Vamos encontrar o domínio da epressão E() = 4 e encontrar todos os valores de em que a identidade 4 = + é verdadeira. D = Domínio de E(): ; 4 0 e > 0. 4 0. > 0 >. Logo D = (, ). Usando propriedades de raiz, 4 ( )( + ) + = = = +. Mas para que a identidade seja verdadeira é preciso que todas as epressões da identidade sejam definidas. Para isso, é preciso que 4 0, > 0, + 0. Fazendo as interseções das soluções das três inequações, concluímos que >.

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-7. Observe que a simplificação do item (a) está correta e a do item (b) está errada. (a) (b) 4 ( = ) = =. Logo, 4 Quando > 0, = = 4 Quando < 0, = = 18 + 4 6 46 (3 3 = + 1) 4 6 3 3 = + 1 3 = 3 + 1 O erro nessa simplificação ocorreu quando 6 dentro da raiz do numerador foi cancelado com 3 do denominador. Não é possível fazer isso porque 6 = 3 apenas no caso em que 0, mas no caso em que < 0, temos que 6 = ( 3 ) = 3 = 3. 3. Vamos resolver a equação ( 3) = 5 sem elevar ao quadrado, usando propriedades de raiz. Como ( 3) > 0 e 5 > 0, pela propriedade A7), temos ( 3) = 5 ( 3) = 5 3 = 5 3 = 5 3 = 5 = 3 + 5 = 3 5 Resolvendo a mesma equação de tra forma, elevando ao quadrado o termo ( 3), encontraremos 6 + 4 = 0, resolvendo, = 6 ± 36 16 = 6 ± 5 = 3 ± 5. Naturalmente as soluções são as mesmas, não importa como a equação foi resolvida. 4. A partir do produto notável a n b n = (a b)(a n 1 + a n b + + ab n + b n 1 ) podemos obter novas identidades, por eemplo: (a) (a b)(a + b) = a b, a =, b = y = ( y ) ( + y ) = ( ) ( ). y Logo, como ( ) = e ( ) ( ) ( ) y = y, concluímos que y + y = y (b) (a b)(a + ab + b ) = a 3 b 3, a = 3, b = 3 y = ( 3 3 y ) ( ( 3 ) + 3 3 y + ( 3 y ) ) = ( 3 ) 3 ( 3 y ) 3. Concluímos que ( 3 3 y ) ( ( 3 ) + 3 3 y + ( 3 y ) ) = y. (c) (a b)(a + ab + b ) = a 3 b 3, a = 3 1, b = 3 = ( 3 ) ( ( 3 1 3 ) 1 + 3 1 3 ( ) ) 3 + = 1 5. Vamos resolver a inequação: + 3 + 3. O domínio da inequação é a interseção das soluções de: I) 0; II) 0; III) + 3 0. I) 0 0 II) 0 III) + 3 0 3 ( 3 ) 3 ( ) 3 8. Assim, o domínio D = (, 8) ( 8, ]. Resolvendo a inequação, + 3 + 3 + 3 0. Vamos usar tabela de sinais, para isso precisamos encontrar primeiro os valores de D onde a epresssão do numerador e a epressão do denominador se anulam e onde são positivas. = 0, =, =, + = 0, ( = = 1), =. > 0, >, >, + < 0, < < 1, = <. + 3 > 0 3 > ( 3 ) 3 > ( ) 3 > 8.

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-8 Construindo a tabela de sinais (respeitado o domínio), < 8 = 8 8 < < = < < = 0 + + + 3 0 + + + + + 3 + nd 0 + + Solução da inequação: (, 8) [, ]. 3.3 Completando o quadrado Uma técnica de simplificação de epressões bastante útil é baseada nos produtos notáveis: (a + b) = a + ab + b e (a b) = a ab + b. Observe que: E() = 9 (3) 7 + 49 é eatamente o quadrado de (3 7) e também E() = 1 9 + ( 1 3 ) + 4 é o quadrado perfeito de ( 1 3 + ). E() = 9 + 1 não é o quadrado perfeito de uma epressão do tipo a + b. Qual é o número k que devemos somar a essa epressão de forma que a nova epressão seja o quadrado perfeito de de uma epressão do tipo a + b? Vamos reescrever a epressão E() = 9 + 1 = (3) + (3). O número que devemos somar é k = = 4 e a nova epressão é F () = (3) + (3) + 4 = (3 + ). Observe que E() = 9 + 1 = ( (3) + (3) + 4 ) 4 = (3 + ) 4 Considere a epressão E() = + 7 + 5. Qual é o número k que devemos somar a + 7 tal que + 7 + k seja o quadrado perfeito de uma epressão do tipo a + b? + 7 = + () ( 7 ), assim, k = ( 7 ) = 49 4. Logo + 7 = + () ( ) 7 + 49 4 49 4 = ( ) + 7 49 4. Observe que podemos escrever E() = + 7 + 5 = ( + () ( 7 ) + 49 4 49 4 ) ( ) + 5 = + 7 49 4 + 5 = ( ) + 7 9 4 Generalizando, encontramos o método conhecido por completar o quadrado. Dada uma epressão do tipo E() = a + b + c (trinômio de grau, a 0) sempre podemos reescrever na forma E() = a( + m) + n realizando os seguintes procedimentos: (i) Reescrever E() = a + b + c = a ( + b a ) + c (ii) Reescrever somar e subtrair b 4a + b a = + () b a para obter um quadrado perfeito menos uma constante, ) b 4a. + b a = b + () a + b 4a b 4a = ( + b a (iii) Substituir a epressão encontrada em (ii) na epressão de E(), mais à direita em (i) ( ( ) E() = a + b ) a b 4a + c = a ( ) + b ) a + a ( b 4a + c = a ( ) + b ( a ( ) Logo encontramos m = b b a e n = 4ac 4a b 4ac 4a Atenção: o objetivo foi provar que é possível encontrar m e n em termos de a, b, c. Não é uma boa idéia memorizar essas fórmulas para completar o quadrado, é mais simples aplicar nos eemplos o mesmo procedimento descrito acima. Eemplos 1. 4 + 40 5 100 = 4 ( + 10 5 ) 100 = 4 ( + 5 5 ) 100 = 4 ( + 5 5 + 15 15 ) 100 = 4 ( + 5 5 ) ( ) 500 100 = 4 + 5 5 600 7. 4 3 = 7 4 ( 3 + ) = 7 4 ( ) + 3 = 7 4 ( + 3 + 9 4 4) 9 = 7 4 ( + 3 + ) 9 4 + 9 4 = 7 4 ( ) + 3 + 9 4 = 9 ( ) + 3 )

UFF/GMA - Matemática Básica I - Parte III - Notas de aula - Marlene - 010-9 3.4 Raiz índice n Como um número n é par se e só se pode ser escrito como n = k, k N e um número n 3 é ímpar se e só se pode ser escrito como n = k + 1, k N, vamos definir e listar as propriedades substituindo o índice por k e o índice 3 por k + 1, supondo k N. Definição de raiz de índice par. Dado a R, a 0 e k N, k a = b se b k = a e b 0. Definição de raiz de índice ímpar. Dado a R, e k N, k+1 a = b se b k+1 = a. Propriedades. Dados a, b R, k N, valem as propriedades a seguir. (as propiedades de raiz quadrada são válidas para todas as raízes com índice par) (as propiedades de raiz cúbica são válidas para todas as raízes com índice ímpar). A1) k a k = a, a R B1) k+1 a k+1 = a, a R A) k ab = k a k b a 0 e b 0 B) k+1 ab = k+1 a k+1 b A3) ( k a) k = a a 0 B3) ( k+1 a) k+1 = a A4) k ab = k a k b a 0 e b 0 B4) k+1 ab = k+1 a k+1 b a k A5) k b = a a k+1 a 0 e b > 0 B5) k+1 k b b = a k+1 b, b 0 a k A6) k b = a k b A7) 0 < a < b = k a < k b B7) a < b k+1 a < k+1 b a 0 e b < 0 B6) k+1 a b = k+1 a k+1 b, b 0 OBS. a < b k a < k b pois, caso a < 0 e a < b = k a A8) k a + b < k a + k b, a, b > 0 B8) k+1 a + b < k+1 a + k+1 b, a, b > 0 Eemplos 4 ( 1)8 + 4( 1) 1. Simplificar a epressão 4. 1 4 ( 1)8 + 4( 1) 4 4 ( 1)4 (( 1) = 4 + 4) = 1 4 ( 1) 4 + 4 1 1 1 1 Se 1 > 0 então 1 = 1, isto é, se > 1 então 1 = 1 1 = 1. Se 1 < 0 então 1 = ( 1), isto é, se < 1 então Assim a simplificação da epressão é: 4 ( 1)8 + 4( 1) 4 = 4 ( 1) 1 4 + 4, se > 1. 4 ( 1)8 + 4( 1) 4 = 4 ( 1) 1 4 + 4, se < 1.. Resolver a equação: 16 10 50 + 9 7 5 = 0. 1 1 = ( 1) 1 = 1. 16 10 Primeiro vamos simplificar a epressão, 50 + 9 7 5 = 16 10 ( 5 ) 10 + 9 ( 3 ) 9 Sabemos que 5 > 0 > 0 = 5 = 5 e 5 < 0 = < 0 = 5 = 5. ( 16 + 1 ) Caso > 0 16 5 + 3 5 = 165 + 3 5 = 3 5 = 16 5 + 3 5 5 = 16 + 1. Resolvendo a equação, 16 + 1 = 0 16 + 1 = 0 16 = 1. Essa equação não tem solução em R. ( 16 5 + 3 Caso < 0 5 = 165 + 3 5 = 3 16 + 1 ) 5 = 16 + 1. Resolvendo a equação, 16 + 1 = 0 16 + 1 = 0 16 = 1 = ± 1 4. 1 4 < 0 = = 1 4 é solução da equação. 1 4 > 0 = = 1 4 não é solução da equação.