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Transcrição:

PN 4946.07-5p; Ag.: TCVinhais (139/04.3TBVNH-A) Ag.e: Jaime Jesus Morais Rodrigues, Vila Boa de Ouzilhão, Vinhais 1 Ag.o: BPI Rent, Comércio e Aluguer de Bens L.da, Av. da Liverdade, 12, 2.º, 1250-144 Lisboa 2 Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (a) O ag.e não se conforma com o despacho que recusou o adiamento da Audiência, por ter sido marcada para data não sugerida pelos mandatários das partes (unânimes quanto a três dias diferentes e sucessivas), impossibilitado depois de ter o mandatário presente, por noticiado impedimento judicial deste; por fim, com a perda de causa nesta oposição à execução que deduziu contra o ag.o, exequente. (b) Do despacho agravado: (1) O novo adiamento é inadmissível, não só porque foi dada a oportunidade ao requerente para indicar data em que se lhe afigura-se maior conveniência, mas porque nem sequer se opôs às datas propostas pela contraparte. (2) Não há portanto lugar a novo agendamento com base no art.º 155 CPC sendo que já foram as testemunhas convocadas e agendada a vídeoconferência requerida. (c) Da sentença recorrida: 1 Adv.: Dr. Luís Madureira, Rua Alexandre Herculano, 106, 1.º, sala H, 5300 Bragança 2 Adv.: Dr.ª Elsa Gonçalves, Rua Tomás da Fonseca, Torre E 15º, Sala A, Torres de Lisboa, 1600-209 Lisboa 1

(1) Se bem entendemos os argumentos do oponente, entende existir abuso de direito por ter a exequente, em período anterior e próximo, accionado o executado, no Tribunal da Comarca de Lisboa, causa em que pediu a resolução do contrato de compra e venda em prestações do veículo automóvel Citroën cuja falta de pagamento do preço está representada no título executivo. (2) Contudo, como resulta da matéria provada, a exequente desistiu dessa acção, depois do trânsito em julgado da sentença que ordenou, no Tribunal da Comarca de Bragança, a entrega do veículo a terceiro. (3) Assim, a conclusão do executado quando diz correr o risco de ter de entregar a viatura e, ao mesmo tempo, estar sujeito ao pagamento das prestações em falta, pelo menos desde a data da desistência judicial, não faz sentido, pelo menos desde o momento em que o Tribunal de Bragança reconheceu que a viatura pertencia a terceiro por lhe ter sido vendida, também já não o fazia: a venda do veículo automóvel por intermédio do stand Brunocar é da inteira e exclusiva responsabilidade desta entidade uma vez que foi levada a efeito sem autorização do exequente. (4) Mas o executado invoca também em sua defesa que a livrança dada a execução foi de preenchimento abusivo, subscrita apenas para garantir o bom cumprimento do contrato. (5) Contudo, a admissibilidade da livrança em branco resulta claramente das disposições conjugadas dos art.º 10º e 73º da LULL, devendo fazer-se o preenchimento respeitando o pacto de emissão. (6) Ora, no caso presente ficou demonstrada esta conformidade, correspondendo o montante inscrito na livrança às 56 prestações devidas pelo executado desde 00.04.05. (7) Por fim, os argumentos deste ultimo, ao afirmar que os documentos da viatura foram entregues à exequente acerca de 4 anos, além de irrelevantes, não ficaram provados e, sendo certo depois, que até ficou provado que se decidiu a colocar à venda a viatura, obstando desta forma a que o exequente tivesse a possibilidade de resolver o contrato porque o veiculo já se encontrava em poder de terceiro. 2

(8) Em abono da verdade, se existe actuação manifestamente em abuso do direito, porquanto violadora dos ditames objectivos da boa-fé, deve ser imputada ao executado. II. MATÉRIA ASSENTE: (1) No processo principal foi dada a execução uma livrança no montante de 18 189,92, em que consta como subscritor o oponente Jaime Jesus Morais Rodrigues. (2) No verso da livrança sob a menção dou o meu aval ao subscritor segue a assinatura manuscrita de David Rodrigues. (3) Em 99.10.26, o oponente concordou com BPI Rent obter através desta um financiamento de banco BPI SA na venda a prestações com reserva de propriedade do automóvel de marca Citroën Xantia BK 9TD, 15-69-IC: assinou o escrito correspondente designado contrato de venda a prestações com financiamento n.º 199175660101. (4) O veículo em causa foi entregue ao oponente, que procedeu a um primeiro pagamento em 99.10.26 de 4 239,78, vencendo-se depois 60 prestações mensais sucessivas de 324,82, com inicio nos dias 05 dos meses seguintes. (5) A livrança dada a execução foi entregue como garantia do pagamento diferido. (6) O automóvel, transmitido ao oponente, foi inscrito com reserva de propriedade a favor de BPI Rent, registos averbados na Conservatória do Registo Automóvel de Lisboa, em 99.11.25. (7) Mas o oponente deixou de pagar as prestações pelo menos a partir de 00.09. (8) Em 04.11.24 BPI Rent e BPI SA intentaram a acção declarativa de condenação com processo ordinário contra o oponente na 16ª Vara Cível de Lisboa 3, em que pediram: (i) resolução do contrato de compra e venda a prestações com reserva de propriedade n.º199175660101; (ii) condenação do R. a reconhecer que o veiculo 15-59-IC lhes pertencia, com cancelamento do registo de aquisição e da reserva; (iii) consequente reposição do registo originário a favor 3 PN 6818/04.8TVLSB 3

de BPI Rent; (iv) condenação do R. a pagar-lhes a quantia de 5 719,97, como saldo apurado nos termos contratuais e uma indemnização de prejuízo pela usura e fruição da viatura desde a data da resolução do contrato até à data da efectiva devolução, estimada a 159,69/mês ou 50,00/diários; (v) reconhecimento, depois, da compensação de créditos entre as partes. (9) BPI Rent, em 04.10.15, instaurou providência cautelar para entrega judicial do automóvel na 13ª Vara Cível de Lisboa 4, e requereu que fosse apensada à acção ordinária da 16ª Vara. (10) Consta no verso do contrato accionado segundo ambos os procedimentos: Cláusula 10 O incumprimento das obrigações assumidas pelo comprador no âmbito deste contrato, constitui BPI SFAC, através do seu mandatário, o vendedor, no direito e, alternativamente, mas por sua exclusiva opção, de resolver o contrato, fazendo funcionar a reserva de propriedade e repondo ao comprador ou dele recebendo o montante que, adicionado ao valor venal do bem, apurado na data da resolução, ao da entrada inicial e das prestações entretanto pagas, perfaça o montante das prestações convencionadas e não pagas, acrescido dos respectivos juros de mora; ou de executar o dito comprador, servindo o contrato como titulo bastante para pagamento do montante das prestações em falta e respectivos juros de mora. (11) Na Cláusula 17: quaisquer letras ou livranças entregues pelo comprador ao vendedor ou ao BPI SFAC não integralmente preenchidas poderão ser livremente completadas por estes, nomeadamente a respectiva data de vencimento, o local de pagamento e valor, o qual não pode ser superior em cada momento ao disposto na cláusula 10. (12) O oponente entregou à exequente a livrança dada à execução, que apenas assinou, ao mesmo tempo que estava aposta a assinatura do aval, sem preencher qualquer outro campo do impresso. (13) Entretanto, colocou o veículo à venda, sem a autorização de BPI, através de BrunoCar L.da. (14) O veículo 15-69-IC foi vendido, tendo o Tribunal da Comarca de Bragança 5, com trânsito em 04.04.20, declarado proprietária a Rogério & Fernandes, Serviços de Contabilidade e Informática L.da e condenado os RR, 4 PN 5922-04.7TVLSB, 3.ª Secção 5 PN 597/02, 1.º J. 4

BrunoCar e Jaime Rodrigues a entregarem-lhe o livrete e o título de registo de propriedade com o cancelamento cartular da reserva. (15) BPI SA preencheu a livrança acima referida pelo montante de 18 189,92, com a data de vencimento em 04.10.26, de emissão de 99.10.26 e indicando como local de cobrança a residência do oponente e do avalista David Rodrigues: Vinhais. (16) BPI SA enviou ao oponente carta registada com aviso de recepção, 00.06.21, em que lhe transmitiu a notícia da resolução do contrato n.º 199175660101 e notificou de ir proceder ao preenchimento da livrança em causa, acaso não fosse liquidado o montante em divida, segundo o contrato, de PTE 3 060 151$00. (17) BPI SA apresentou desistência da acção que com BPI Rent moveu ao oponente em Lisboa, tendo o despacho que homologou a desistência transitado em julgado, 05.09.20. (18) Desde 2003 que o oponente deixou de ter o veiculo à sua disposição. (19) Autorizou livremente a exequente a preencher a livrança dada a execução, nomeadamente a respectiva data de vencimento, o local de pagamento e o montante de referência. (20) Deixou de pagar as prestações a partir da prestação vencida em 00.04.05. II.A- CONTINUAÇÃO: (21) O Julgamento da presente oposição foi de início designado para o dia 06.10.26. (22) Por requerimento entrado dois dias antes da data veio o patrono do executado manifestar nessa altura indisponibilidade, por estar impedido noutra diligência judicial. (23) Os mandatários de ambas as partes foram notificados, então, para indicarem as datas que tivessem disponíveis. (24) Respondeu o advogado do exequente sem oposição da parte contrária: 06/11/07; 06.11.10; 06/11/13; 06/11/15. (25) Foi contudo designado o julgamento para 06/11/27, porque as datas referidas não permitiam a notificação atempada quer dos intervenientes, quer a realização de uma vídeo-conferência requerida, de acordo com a tabela de 5

indisponibilidade de agenda comunicada pelo gabinete de vídeo-conferência cível de Lisboa. (26) O despacho foi de 06/11/06, notificado a 06/11/09. (27) Entretanto, em 06/11/07, a vídeo-conferência foi agendada para a nova data do julgamento. (28) No dia 06/11/14, o mandatário do executado pediu adiamento por na data de 06/11/27 ter agendado um julgamento com a intervenção de Tribunal Colectivo no 2.º Juízo da Comarca de Bragança: indicou as datas alternativas de 06/12/07; 06/12/12 e 06/12/13. (29) Despacho de 06/11/17: indeferido. (30) O julgamento ocorreu na data, sem a presença do mandatário do oponente, ouvidas as testemunhas de parte pelo Juiz. III. CLS/ALEGAÇÕES (agravo intercalar): (1) O recorrente, ao abrigo do art.º 651/1 d. CPC requereu o adiamento da Audiência marcada para 06/10/27: deferido. (2) A contraparte depois indicou, para novo agendamento, as datas alternativas de 06.11.07/10/13/15. (3) E porque o recorrente concordou com essas datas alternativas, não apresentou sugestões. (4) Mas a Audiência foi agendada para 06/11/27, sem correspondência às datas convenientes às partes, concordes. (5) Veio então o recorrente a informar o Tribunal de que tinha diligências agendadas e inadiáveis nesse dia. (6) Mas, a Audiência não foi desmarcada e realizou-se sem a presença do mandatário do oponente. (7) Ora, o Tribunal recorrido nem deveria ter persistido na data do Julgamento nem na realização deste na ausência do mandatário que não pode estar presente. (8) Foram infringidos, pois, os arts. 155/1.5 e 651/1d. CPC e deve ser revogado o despacho que indeferiu o adiamento, anulado tudo o demais subsequente. 6

III.A CLS/ALEGAÇÕES (agravo da sentença): (1) O executado não deve à exequente o montante exequendo. (2) Na verdade, a exequente não especifica no pedido executivo que quantia corresponde ao capital em divida e que quantia corresponde a juros. (3) Por isso, há necessidade de proceder à respectiva liquidação. (4) Mas a sentença recorrida é nula, por omissão de pronúncia, por não ter sido recebido, entretanto, o recurso intercalar interposto do despacho que indeferiu o adiamento da Audiência. (5) Deve ser revogada ou declarada nula, nestes termos, a sentença recorrida. IV. CONTRA-ALEGAÇÕES: não houve em nenhum dos casos. V. SUSTENTAÇÃO: (1) O silêncio do recorrente, quanto às datas de alternativa para a marcação do julgamento não tem valor declarativo, art.º 218 CC: não pode escudar-se agora nas datas propostas pela parte contrária. (2) Aliás, face ao silêncio do recorrente e porque as datas indicadas pela parte contrária já se encontravam ocupadas para outras vídeo-conferências, foi designada a nova data. (3) E no pedido de adiamento seguinte nem sequer foi indicada a razão pela qual teria de ser o julgado adiado e não as diligências em que o mandatário do oponente estava impedido. (4) Assim, a seguir-se a tese do recorrente e atendendo à necessidade de coordenação as vídeo-conferências de outros tribunais a marcação de julgamentos viria a ser verdadeiramente impraticável. (5) Tem também de considerar-se o art.º 791/1 CPC que prescreve a marcação de Audiência e Discussão em Julgamento dentro de 30 dias e nunca em prazo superior a três meses, art.º 1º DL 184/00, 10.08. (6) O recorrente ao insistir no adiamento, põe em causa o dever de cooperação, art.º 266º CPC. 7

VI. RECURSO: pronto para julgamento nos termos do art.º 705º CPC. VII. SEQUÊNCIA: (a) A Audiência de Discussão e Julgamento foi marcada para data não consensual, divergindo dos dias sugeridos por uma das partes. (b) Na verdade, o que a lei manda é que haja diligências concretas de acerto, que a secretaria levará a cabo: não foi solicitada e a simples troca de papéis, só cumpre o programa legislativo, se dermos valor ao assentimento tácito do recorrente, muito pelo contrário. (c) De qualquer forma, é uma evidência que o acordo das partes está fora do tema e teremos de decidir com base no art.º 155/2.5 CPC, isto é, figurando o caso marcação que não pode ser feita por consenso e já não haver lugar a resposta, mas abrindo-se aos mandatários o dever de comunicar a tempo qualquer impedimento. (d) Já não haver lugar a resposta: se assim não fosse, neste caso, abrir-se-ia o ciclo infinito das novas designações de data - preenchida negativamente uma oportunidade de acordo prévio quanto à data da Audiência, deve pois entender-se que o mecanismo ficou precludido. (e) Contudo, a circunstância de o mandatário ter comunicado atempadamente que não podia estar presente na Audiência e, com efeito, ter vindo a faltar, abre nova hipótese: agora de adiamento necessário do Julgamento, justamente pela razão da falta do advogado, art.º 651/1 d. CPC. (f) Em suma: o problema deslocou-se da perspectiva de uma nova marcação do Julgamento, para a perspectiva do adiamento, por motivo válido e imperativo. (g) Por conseguinte, tem razão o ag.e: o julgamento deveria ter sido adiado e não o foi, com a consequência da quebra das faculdades da defesa inteira do ponto de vista do oponente, perante o Tribunal, não tendo podido instar as testemunhas indicadas. (h) Trata-se de nulidade, pois a contrariedade à lei deste procedimento influi ou pode influir na justa decisão da causa, e foi, segundo os prazos, reclamada por via de recurso atempado. (i) Logo, vicio dos trâmites subsequentes, neles incluídos a sentença, como também sustenta o recorrente nas alegações do agravo final. 8

(j) Há assim que dar-lhe razão, para ser declarada nula a Audiência e trâmites dependentes desta: a causa regressará, pois, à marcação do julgamento para data da agenda do Tribunal (elidida, como acima se disse, a fase do consenso). VIII. CUSTAS: sem custas por não ter havido oposição. 9