PN ; Ag.: Tc. Ovar; I. Introdução:
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- Isadora Varejão
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1 PN ; Ag.: Tc. Ovar; Ag.e: Ag.os:. I. Introdução: (a) O Ag.e não concorda com o despacho que indeferiu a anulação da venda executiva por ele solicitad a: acaso soubesse verdadeiramente quais eram os prédios em jogo, nunca teria oferecido o preço proposto. (b) Do despacho: (1) Para que a situação possa motivar a anulação da venda é indispensável que o erro do comprador qua nto ao objecto haja resultado de desconformidade entre aquilo que foi anunciado nos editais e anúncios e aquilo que se verifica efectivamente quanto ao bem3; (2) Aquilo que é invocado pelo comprador, para pedir a anulação da venda, nada tem a ver com a desconformidade entre os bens vendidos e o que foi anunciado: os editais e anúncios não continham quaisquer informações erradas ou incorrectas. II. Matéria assente: (1) Nesta acção executiva para pagamento de quantia certa foram penhorados, , os bens imóveis discriminados sob as verbas 1/18 de que ficou fiel depositário; 1 Adv.: 2 Adv.: Dr. 3 Citou Lebre de Freitas, A Acção executiva à Luz do Código Revisto, 2ª ed., p. 280; Ac. RP, , Ag. 262/01, 3ª. 1
2 (2) A verba nº 3: prédio rústico denominado sorte de Pojalho, por baix o do caminho, Pojalho, Caçarilhe, Celorico de Basto, com área de 1562 m2, cfr. N. Ribeiro de Nespereira e Martins; S. ; Nasc. parede e Po. caminho da Lameira, insc. mat. 1101, desc. C. Reg. P. nº 00376/061294; verba nº 4: prédio urbano, casa de R/C e 1º andar com 4 dependências para uso agrícola, hoje destinada a habitação, Pojalho, Caçarilhe, Celorico de Basto, área de 47,75 m2, cfr. N. S. Nasc. e Po. de, insc. mat. urb. art. 97, desc. C. Reg. P. nº 00245/151093; (3) Em foi ordenado arresto, concretizado em dos prédios referidos nestas estas duas verbas, sendo requerente de, e arresto registado definitivamente em favor dele, ; (4) Em foi ordenada com notificação, no meadamente ao Ag.e, a venda por proposta em carta fechada dos 18 imóveis penhorados, para , 14h00; (5) A qual foi publicitada através de editais, e de anúncios publicados p elo próprio de no Jornal Terras de Basto, que continham a identificação dos prédios, verba 3 e 4, tal como consta de (2); (6) Constava nestes meios de publicidade que os bens penhorados podiam ser examinados por quem o pretendesse fazer; (7) Entretanto, o Ag.e apresentou propostas de compra de todos os bens imóveis penhorados, ao mesmo tempo que requereu a venda em conjunto pela proposta válida que melhor preço apresentasse, sob pena de se ioperar fraccionamento de propriedade, com a consequente violação da lei do emparcelamento, visto constituírem uma exploração agrícola familiar, sendo contíguos e formando uma unidade de cultura; (8) A posição do executado foi contrária: as verbas em licitação possuem autonomia necessária para que tivessem sido separadamente inscritas na matriz predial e descritas nas Conservatória; (9) O requerimento do Ag.e foi indeferido: pretensão extemporânea, com a consequência de poderem ficar frustradas as expectativas dos proponentes a quem foi dado conhecimento da existência de várias verbas e de preços diferentes relativamente a cada um dos bens considerados; 2
3 (10) Só não foram aceites as propostas de relativamente aos bens imóveis designados sob as verbas 5/10, adjudican do todos os outros, que lhe foram entregues; (11) Depois, o Ag.e pediu a anulação da venda nos termos do disposto no art. 908/1 CPC, , indeferida. III. Cls./Alegações: (a) Ao invocar a nulidade da venda, o Ag.e caracterizou devidamente o erro em que incorreu e que o levou a adquirir os bens, designadamente os indicados sob as verbas 3 e 4, não podendo ser aceite que as características supostas dos mesmos bens só na sua cabeça pudessem existir; (b) É contraditória a afirmação contida no despacho agravado de o erro sobre as qualidades dos bens p enhorados não relevar como fundamento da anulação da venda, e em confronto com aqueloutra: este fundamento de anulação da venda visa a tutela do comprador e integra uma situação de erro acerca do objecto material da venda (identidade ou qualidade da coisa transmitida); (c) Aliás, o erro sobre as qualidades da coisa transmitida está previsto expressamente no art. 908/1 CPC, na versão anterior à reforma de 1967, e embora não tenha passado para esta, não significa isso que tal erro tivesse deixado de continuar a ser relevante para efeitos da anulação da venda; (d) Por outro lado, é consabida a desactualização das inscrições matriciais, sobretudo relativas aos prédios rústicos, pois raramente são participadas as benfeitorias e melhoramentos nele introduzidos... tanto nas Repartições de Finanças como nas Conservatórias de Registo Predial; (e) O que significa que a ser considerado irrelevante o erro sobre as qualidades da coisa vendida, prevalece o aspecto formal de o adquirente ter de se conformar com aquilo que foi anunciado e publicitado, furtando-se o executado à possibilidade de ficar sem esses melhoramentos e benfeitorias, que assim ficarão isentos da venda; (f) Ora, com o requerimento de anulação da venda o Ag.e pr etendia precisamente demonstrar que os prédios anunciados em venda, e que havia registado na sequência do arresto, não correspondiam aos prédios tais como os concebia por efeito das informações que lhe foram prestadas, tendo-lhe sido dito 3
4 nomeadamente que integrava um parque de campismo e construções afectas à exploração turística e agrícola do executado, tal como se não confirmou depois; (g) Aliás o Ag.e mora longe do local da situação dos bens, e só por informações de pessoas dali, que conhecem os prédios, se convenceu da existência daquelas características, pois de outra forma não teria oferecido por eles o valor que apresentou, e as testemunhas apresentadas abonariam; (h) O despacho agravado acaba contudo po r dar imerecida cob ertura aos propósitos do executado: sob alegação meramente formal, ver no fim de contas excluídos bens da execução, em detrimento do Ag.e, a quem não pode ser imputado só de si dever queixar-se; (i) O despacho violou por conseguinte o art. 908/1 CPC, e deve ser revogado em favor da anulação da venda. IV. Contra-alegações: Não houve. V. Recurso: pronto para julgamento, art. 705 CPC. VI. Sequência: (a) O despacho recorrido respondeu às questões postas pelo Ag.e, no domínio do erro sobre o objecto do negócio, com clareza e proficiência. Na verdade, localizada a relevância do mesmo no domínio mais geral da essencialidade para o declarante do elemento sob re que incidiu o erro, teria, então, o declaratário de conhecê-lo, assim mesmo, ou não dever ignorá-lo. Ora, a lei processual civil delimita certeiramente o campo onde pode emergir uma destas circunstâncias, e no que diz respeito à v enda executiva, na qual o declaratário é, por assim dizer, a entidade pública, o tribunal: só releva se houver desconformidade publicitária. Mas, aprisionada deste jeito uma possível divergência entre a vontade real e a vontade declarada, como a lei manda anunciar os prédios rústicos e urbanos pelos elementos oficiais, cumprida esta condição, não existe base para reclamar por um erro de que a essencialidade para o comprador não pode afinal ser reconhecida objectivamente, i.é, o domínio formal, mas securitário, da relação de hasta pública, impõe-se de si e por si, constrangendo a subjectividade no jogo transparente do acto judicial, interesse e valor afinal de contas preeminente. 4
5 Por conseguinte, não tem razão o recorrente. (b) Tudo visto, e os arts. 247 e 251 CC, 908/1 CPC, vai mantido inteiramente o despacho de 1ª instância. VII. Custas: pelo Ag.e, sucumbente. 5
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