Ntas de Aula Ecnmia Industrial Nta_aula_4_Preç-Oligpli TEORIA DO OLIGOPÓLIO, MODELOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS. Bibligrafia: KON, Anita. Ecnmia Industrial. Sã Paul: Nbel, 2001. (CAPÍTULO 2) PINDYCK, RS e RUBINFELD, DL Micrecnmia. Sã Paul: Pearsn, 1995. (CAPÍTULO 11) OBJETIVOS Os bjetivs deste tópic incluem: fazer uma revisã sbre s mdels tradicinais de ligpóli discutir a frmaçã de preçs n ligpóli, incluind tips de acrds entre firmas e frmaçã de preçs determinaçã de preçs pela empresa líder questã da rigidez de preçs em ligpóli Estudar a questã da discriminaçã de preçs meis que a firma usa para se aprpriar d excedente d cnsumidr OLIGOPÓLIO - Características básicas d ligpóli Pucas firmas na indústria Interdependência de ações entre elas A sbrevivência da firma depende de suas reações as mviments das demais e da capacidade de prever ações das rivais. I. MODELOS INICIAIS DE OLIGOPÓLIO Pressupst inicial básic é que, se há um pequen númer de prdutres, nenhuma firma pderá agir supnd que nã haverá reaçã de seus cmpetidres. Prtant, há interdependência entre as firmas. As ações e reações entre s cmpetidres pdem ser parcialmente antecipadas, cm base n cnheciment, na história passada d mercad, ns custs relativs de prduçã e a pssibilidade de dividir mercad em ctas. Mdel de Curnt Pressupsts: Prduts hmgênes Dupóli (para simplificaçã d mdel) Cust de prduçã é idêntic para as duas firmas e nul (para simplificaçã d mdel) A demanda é linear e visualizada pels dis cncrrentes Objetiv das firmas é maximizar lucr Nã existe acrd entre s prdutres Cada duplista ajusta seu equilíbri (sua quantidade ótima) bservand a quantidade vendida pel rival (a qual permanece fixa enquant ele reage) Supnd que a demanda ttal de mercad = Q, quand preç d prdut =zer. Partind na frente, prdutr A bserva a demanda de mercad cm um mnplista e ajusta a quantidade n pnt em que = CMg = 0 (pr causa d pressupst sbre cust de prduçã nul). O equilíbri acntece quand quantidade ferecida QA = Q/2 PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 1
O segund prdutr B bserva um mercad ptencial igual à demanda nã atendida pel prdutr A (igual a Q/2). Pel mesm princípi, ajusta sua prduçã a pnt ótim, prduzind QB = Q/4. O prdutr A agra bserva um mercad menr (Q-Q/4) u (3/4 Q) e, pel critéri de maximizaçã d lucr decide fertar a metade dessa quantidade. Esse prcess de reaçã entre s prdutres A e B cntinua até que se alcance um equilíbri, que é feit cm a ajuda de curvas de reaçã ds ligplistas. As curvas de reaçã representam s deslcaments das quantidades prduzidas pels prdutres A e B quand cada um bserva a quantidade prduzida d utr. O equilíbri é atingid n pnt em que as duas curvas se cruzam, nde QA = QB = Q/3. O pnt de equilíbri é chamad de pnt de Curnt. Mdel de Bertrand Nesse mdel, a firma duplista estabelece seu preç, e nã a quantidade vendida (cm em Curnt) Cm base nas demais pressupsições de Curnt, excet a relativa a reações às quantidades, Bertrand desenvlve mdel semelhante, em que cada cmpetidr vai baixand seu preç cmpetind cm preç de seu cncrrente. Essa guerra de preçs termina quand se atinge uma situaçã em que: preç d prdut = cust médi de prduçã = 0 (mdel pressupõe custs nuls) Abaix desse pnt, um prdutr abandnará mercad. Mdel de Edgewrth Mesmas premissas de Curnt, incluind além de disputa de quantidade, uma disputa de preç. Pressupsições: Prdut hmgêne Custs de prduçã idêntics para as duas firmas Capacidades de prduçã iguais para as duas firmas, e insuficientes, individualmente, de atender mercad Mesmas cndições de ferta e de demanda Visand clcar tda a prduçã n mercad, cada ligplista fixa suas ações admitind preç d cncrrente cnstante. O prdutr A sai na frente, prduzind cnfrme critéri de maximizaçã d lucr em mnpóli, fixand preç de lucr máxim em P1. O prdutr B entra n mercad e prduz a um preç P2 (menr que P1), vendend uma quantidade mair que prdutr A. O prdutr A baixa seu preç e expande sua prduçã; O prdutr B baixa mais seu preç, e também expande sua prduçã. Essa guerra pára quand um prdutr fixa um preç tal que atingirá sua capacidade prdutiva. O mesm crre cm utr prdutr, já que ambs têm estruturas de prduçã e cust iguais. Neste pnt QA = QB ; s dis prdutres prduzem máxim de sua capacidade prdutiva, a um mesm preç de mercad. Edgewrth precniza que equilíbri nunca é atingid Mdel de Stackelberg Mais realista: cexistem um líder e um seguidr (que se cmprta cm n mdel de Curnt). O líder tira vantagens cm cmprtament d seguidr. As firmas percebem a interdependência entre elas e ambas desejam a liderança, surgind uma situaçã agressiva e sem resultads determinads. Tend cm base as curvas de reaçã de Curnt em dupóli, a firma líder fixa sua quantidade em primeir lugar, que será disputada pela segunda firma a entrar n mercad. PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 2
II. FORMAÇÃO DE PREÇOS EM OLIGOPÓLIO Lembrar que : Pel princípi marginalista: P = = CMg N ligpóli, um númer reduzid de vendedres se clca cm rivais. Neste cas, a frmaçã de preçs depende da capacidade das firmas em dirigir cmprtament da demanda e de antever as ações e as reações de suas cncrrentes n mercad. (a sbrevivência da firma depende diss) Pels mdels tradicinais de ligpóli a rivalidade entre as firmas levaria a uma guerra entre elas pr maires parcelas de quantidades vendidas (cm em Curnt) e pr menres preçs (cm em Bertrand), send que cada rival manteria suas estratégias anterires. N entant, quand as firmas vêem que crtes de preçs levam à queda d lucr de tdas as empresas, pdem ntar a incnsistência d prcess cncrrencial em que estã envlvidas (um jg cuj resultad nã é melhr para nenhum ds participantes). Uma estratégia seria buscar uma plítica de preçs cnjunta buscand maximizar lucr cnjunt de tdas as firmas, em substituiçã a lucr individual. Iss é pssível pela existência de acrds entre as firmas. 1. ACORDOS 1.1. Frmal u Organizad ( ligpóli cnivente e rganizad) Empresas se rganizam em assciaçã central para determinar preç e/distribuiçã d mercad entre si (ctas), visand aumentar lucr de tds. Exempl: cartéis cm a OPEP. (ilegais em muits países cm Brasil) Cartel centralizad ( preç e quantidade) Cartel descentralizad (fixa algumas funções, cm ctas de prduçã, pr exempl, deixand negciações de preçs cm cada firma). 1.2. Acrds tácits Oligpóli cnivente, nã rganizad nã rganizad frmalmente (acrds de cavalheirs). Acrds infrmais para estabelecer preçs e ctas e fugir às leis antitrustes Ex: Preç da gaslina na bmba, em uma cidade u bairr Oligpóli nã cnivente, nã rganizad Ações independentes; há mens exatidã sbre a reaçã ds rivais, guerras de preçs u de marketing pde levar a queda de lucr de tdas 2. FORMAÇÃO DE PREÇOS EM ACORDOS TÁCITOS Uma empresa líder determina preç de mercad e é seguida pelas demais. 2.1. Cndições de liderança Cndições para ser empresa líder: Custs menres; mair prte; capacidade de cnduzir a indústria cm um td a estabelecer preçs que maximizam lucr cm um td; Liderança se dá através de: Liderança da firma dminante - cntrla mais que 50% da indústria, seguida de firmas pequenas ( periferia cmpetitiva). Nesse cas, preç da firma líder é base para as demais. A firma dminante, quand estabelece seu preç, leva em cnsideraçã a ferta da periferia cmpetitiva. Liderança clusiva ( cnivente) de preçs Os membrs recnhecem interesse cmum pela cperaçã na fixaçã d preç é mais imprtante que cmprtament independente; PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 3
As principais firmas têm margem ampla de liberdade na determinaçã d preç Uma firma líder cnduz as demais Táticas da líder para cnduzir as demais: Nã muda de preç cm freqüência; Só anuncia mudanças quand há alterações cnsideráveis ns custs; Prepara espírit das demais através da mídia (ntas e cmentáris na imprensa u através de prpaganda) Pune as firmas que nã querem seguí-la (em utra prtunidade se recusa a seguir auments sugerids pr essas firmas) Avalia se auments de preçs é de seu interesse u das demais empresas da indústria cm um td. Liderança barmétrica É líder a que reflete as cndições de mercad; seu preç reflete as cndições de mercad (mede as pressões de mercad, baixand u subind preçs, cnfrme as cndições prevalecentes) 2.2. Quebra de acrds Se a ameaça de retaliaçã fr branda, a prbabilidade de rmper acrd é mair, prtant, a cperaçã depende ds mecanisms de retaliaçã dispníveis Para a empresa que fi traída, é preferível vltar a acrd. Se adtar estratégia impiedsa, caem seu lucrs, prtant a retaliaçã nã é a melhr sluçã; Dificuldades para crdenaçã empresarial: Dificuldade de detecçã da vilaçã de um acrd. Em geral, as reações das empresas, após rmpiment d acrd pr uma delas, sã defasadas, já que rmpiment d acrd nã é feit às claras pela empresa que descumpre acrd Diferenças de custs e hetergeneidade de prdut sã utras dificuldades para acrdar preç. Esses aspects facilitam acrds secrets entre clientes e prdutres. Ex: tarifas trens EUA n passad 2.3. Cm preç é estabelecid Preçs em ligpóli e em mnpóli sã mais elevads que em cmpetiçã perfeita, e mais estáveis. Pesquisas junt a empresáris demnstraram que empresári nã se baseia em custs marginais, mas em custs médis para determinar seu preç. Em geral preç é estabelecid segund regras práticas: Princípi d cust ttal ( mark-up) Preç padrã u preç standard Princípi d Cust ttal ( Hall e Hitch) Analisand a estrutura ligplizada d setr industrial da Grã Bretanha, Hall e Hitch ( 1937) prcuravam descbrir cm eram fixads s preçs: empresáris agiam de frma a maximizar lucr? As firmas tinham plen cnheciment? havia racinalidade nas decisões? Dessa pesquisa cncluíram que a fixaçã de preç se dava através de regra prática que denminaram princípi d cust ttal. Pr esse princípi, as empresas têm cm bjetiv a determinaçã d preç, e nã da quantidade. O preç é determinad pr mei de uma margem sbre CVMe ( cust variável médi de prduçã) P = CVMe (1 + mark-up) Essa regra teria cm vantagens: cntrnar incerteza sbre a funçã de demanda d mercad; preç inclui uma margem justa de lucr que beneficia tdas as firmas; cnstitui um mei simplificad de cálcul. PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 4
Preç Padrã u Preç Standard Outra regra prática baseada ns custs. Cm base em hipóteses sbre vlume de mercadrias vendidas n futur (ptencial), preç padrã é calculad incluind uma margem de retrn ptencial desejad sbre capital, send crrigid de acrd cm a cmpetiçã real atual, cndições cnjunturais, plans de metas de lng praz, etc. III. QUESTÃO DA RIGIDEZ DOS PREÇOS EM OLIGOPÓLIO Segund Hall e Hitch, s preçs em ligpóli sã relativamente estáveis, alterand-se smente em decrrência de mdificações substanciais n mercad. Os autres prpõem, entã, para mercads ligplizads, uma funçã de demanda quebrada. Cm base n mdel de demanda quebrada, Paul Sweezy apnta para rigidez de preçs ns ligpólis e analisa equilíbri de mercad. a demanda é elástica para auments de preç (acima d preç P*), e inelástica para preçs menres que P*. Assim, se preç subir n segment elástic da demanda, a receita ttal diminui. Se preç cair n segment inelástic, a receita ttal também cair se uma empresa aumenta preç, as cncrrentes nã acmpanharã, e ampliam sua participaçã n mercad. A firma perde fregueses e cai sua receita ttal. Se uma empresa baixa preçs, as cncrrentes a acmpanham a fim de nã perder participaçã n mercad (cai a receita ttal da firma) Prtant, s preçs em ligpóli sã relativamente estáveis. P P* CMg2 b CMg1 a Demanda Para curvas de cust cm na figura acima, que interceptam a funçã de receita marginal quand esta é descntínua ( entre s pnts a e b), justamente n pnt em que a demanda é quebrada, lucr é maximizad nesse pnt e permite que, mesm que s custs mudem, preç nã deve se alterar. Q IV. DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS Uma firma pde estabelecer diferentes preçs para um mesm prdut em diferentes mercads, uma vez que a demanda de mercad mstra que diferentes cnsumidres estariam dispsts a pagar diferentes preçs pel prdut. Desta frma prdutr pde se aprpriar d excedente d cnsumidr 4.1. Pré cndições para a discriminaçã Elasticidade de demanda diferentes PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 5
Pssibilidade de separar s cnsumidres Impssível revenda d prdut entre s cnsumidres Quant à elasticidade da demanda, as diferenças se devem a: Preferências, renda, cnheciment limites técnics (impssibilidade de lcmçã para cmpra em utr lcal cmpetiçã n mercad ( mair cmpetiçã, demanda mais elástica) Excedente d cnsumidr: área cm estrela Preç / Cust 16 14 12 10 CMg 8 6 4 2 Demanda 0 0 2 4 6 8 10 12 Quantidade Lucr sem discriminaçã de preçs Preç / Cust 16 14 12 10 8 6 4 $ $ $ $ $ $ CMg 2 Demand 0 0 2 4 6 8 10 Quantidade Lucr cm discriminaçã de preçs: O lucr d prdutr aumenta se puder discriminar preçs: $13 n Mercad A, e $10 n Mercad B Preç / Cust 16 14 12 10 8 6 4 2 0 $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ CMg Demand 0 2 4 6 8 10 Quantidade 4.2. Tips de discriminaçã de preçs PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 6
Discriminaçã de preç de primeir grau (u pessal) => a cada cnsumidr é cbrad seu preç de reserva. ( máxim que ele paga pel prdut). Ex: pechinchar, médics, advgads; preçs mais alts para quem cmpra mais. Discriminaçã de preç de segund grau (u de grup) => cbrança pr faixas de cnsum (blcs de cnsum) Para angariar nvs clientes. Iss é cnveniente quand aumentand a ferta a firma pde ganhar ecnmias de escala; Frma de dumping prdut vendid n exterir a preç menr que intern Favreciment para grandes cmpradres; Divisã de preçs cnfrme faixas de elasticidade de demanda Ex: TARIFAS AÉREAS Discriminaçã de preç de terceir grau ( u de prdut) => mesm prdut cm preçs diferentes Ex: mesma vdka embalada cm 2 marcas; descnts pra idss e estudantes n cinema, tarifas telefônicas diurna e nturna. Discriminaçã tempral: empresa capta excedente de cnsumidres cm demanda inelástica, que nã pdem esperar para cmprar x cnsumidres cm demanda mais elástica, e que pdem esperar para cnsumir. EX: preç de lançament de um nv mdel de carr, preç d DVD, preç de nvs mdels de micrcmputadres 4.3. Tarifa em duas partes (demandas hmgêneas) preç de entrada + preç de us (Exempl: parques de diversã, feiras, máquina POLAROID; JOGOS DE VIDEOGAME 4.4. Venda em pactes (demandas hetergêneas) Ex: pactes de TV a cab Venda mista: pactes de mercadria e mercadria isladamente Ex: carr e seus acessóris; restaurante rdízi e a la carte; Pacte é um tip especial de venda casada Outrs exempls de venda casada sja transgênica + pesticidas especialmente frmulads para esse tip de sja; máquina Plarid + filme Plarid Questã : Estudand tópic II, verificams váris aspects da frmaçã de preçs em ligpóli. Apresente e explique exempls ilustrativs sbre a frmaçã de preçs em cada situaçã estudada. PUC CAMPINAS / ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA INDUSTRIAL Prfa. Nelly 7