A carteira direcional recomendada pela equipe de analistas da Socopa Corretora é mensalmente avaliada buscando relacionar as cinco melhores opções de investimento para o mês subseqüente dentro dos ativos negociados na Bolsa de Valores de São Paulo, com potencial de valorização para 12 meses. Comentário Carteira Alterada: O mês de julho foi complicado para os mercados de risco. No cenário externo, os indicadores de atividade econômica continuaram desenhando um quadro de desaceleração da economia da China e recuperação da Europa e EUA, com riscos dos juros norte-americanos subirem em setembro. Já no segmento doméstico, os destaques ficaram por conta da revisão da meta do superávit primário, aumento da Selic para 14,25% e revisão da perspectiva da classificação de risco do Brasil pela S&P, de estável para negativa. Começando nosso panorama mensal pela China, por lá tivemos a queda do PMI para mínimas históricas. O índice calculado pelo HSBC cedeu à mínima em cinco anos, a 47,8 pontos em julho, ao passo que, no dado oficial, o índice voltou ao nível mais baixo em dois anos, para 50 pontos. Na Europa, a taxa de desemprego da Alemanha em julho ficou estável em 6,4%, enquanto o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu para 104 pontos, patamar mais elevado desde julho de 2011. Já nos EUA, o PIB do 2T15, em sua primeira leitura, cresceu 2,3% em base anual, as encomendas de bens duráveis avançaram 3,4% em junho e o PMI composto de atividade industrial e serviços subiu para 55,2 pontos. Falando de Brasil, por aqui tivemos a revisão das metas de superávit primário, piora das relações entre Planalto e Congresso, aumento dos juros de 0,5p.p., para 14,25% a.a., e mudança da perspectiva em relação à classificação de risco do país pela S&P, de estável para negativa. Diante de todo este quadro, o dólar saiu de R$ 3,1026 no final de junho para R$ 3,394 (+9,4% M/M), enquanto na renda variável o Ibovespa cedeu 4,2%, para 50.864 pontos. Olhando para frente, continuamos mantendo postura cautelosa. Em nosso entendimento, ainda que a bolsa tenha caído forte no último mês (-4,2% em R$ e -12,4% em US$), as expectativas de retorno futuro para grande número dos ativos listados em bolsa ainda não são suficientemente elevadas para compensar os riscos associados a estes cases. Com isso, seguimos mantendo preferência por empresas com baixa alavancagem, management com bom track record e capazes de continuar entregando bons números, caso de BRF, Cielo e Suzano, principalmente. Para o mês de agosto, decidimos trocar nossa posição em Even por Equatorial. Em nossa visão, ainda que os múltiplos de Even estejam em níveis muito baixos (P/Book de 0,3x), o cenário macroeconômico atual, onde pesam juros e inflação elevados, além de atividade e confiança fracas, dificulta um rebound do papel no curto prazo. Equatorial, por outro lado, além de múltiplos atrativos em bolsa, deve continuar entregando bons números e surfando com expectativa de revisão tarifária para Celpa no curto prazo. No longo prazo, o case poderá somar valor com a aquisição de ativos da Eletrobrás. Carteira Sugerida para Agosto Empresa Código Compra Peso Preço Upside BRF BRFS3 71,87 17% ER - Cielo CIEL3 43,73 17% ER - Equatorial EQTL3 35,00 17% ER - Cosan CSAN3 20,80 17% ER - Suzano SUZB5 16,79 17% ER - Ecorodovias ECOR3 6,94 17% ER - Carteira Top Pick TOP PICK - - Ibovespa IBOV 50.864 ER Atualizado até 31.07.15 ER - Em Revisão Pesos Iguais Carteira Sugerida de Julho Empresa Código Peso Compra Último Variação BRF BRFS3 17% 65,18 71,87 10,27% Cielo CIEL3 17% 43,82 43,73-0,21% Even EVEN3 17% 3,30 2,92-11,52% Cosan CSAN3 17% 25,15 20,80-17,30% Suzano SUZB5 17% 16,54 16,79 1,51% Ecorodovias ECOR3 17% 7,75 6,94-10,45% Carteira Top Pick TOP PICK -4,61% Ibovespa IBOV 53.080 50.864-4,17% Atualizado até 31.07.15 ER - Em Revisão
Recomendações BRFoods (BRFS3): Os números do 2T15 foram fortes mais uma vez e acima do consenso do mercado. No período, a receita líquida atingiu R$ 7,9B (+12,8% A/A), Ebitda de R$ 1,3B (+43,6%) e lucro líquido de R$ 364MM (+46% A/A). A margem Ebitda foi recorde para um 2T, ficando em 17,4% contra 13,7% no 2T14. Olhando para frente, acreditamos que a empresa deve seguir focada em seguir expandindo ROIC através de preço, controle de custos e disciplina na alocação de capital. No nosso entendimento, o mercado tem subestimado as iniciativas da empresa no mercado doméstico com vistas a expandir margens operacionais, como (I) racionalização de SKU; e (II) revisão do footprint industrial e maior mecanização das fábricas; Cielo (CIEL3): Os números do 2T15 foram bastante fortes, com receita e lucro líquido crescendo xx% e xx%, respectivamente. Resultados ficaram mais uma vez para o bom controle de custos, forte resultado do business de antecipação de recebível e boa receita de aluguel de POS. Seguimos enxergando a empresa como um case bem gerido e com forte potencial de crescimento de EPS. Equatorial (EQTL3): Embora o papel tenha sofrido um pouco em função de uma RAB menor que o esperado, empresa segue como um case bastante interessante, combinando multiplos atrativos, bom management e sólida entrega de resultados. Olhando para frente, enxergamos potencial de upside quanto a possibilidade da empresa passar a compor a carteira teórica do Ibovespa e quanto a revisão tarifária de Celpa. Olhando para longo prazo, vemos possibilidade da empresa somar valor a partir da aquisição de ativos da Eletrobrás. Cosan (CSAN3): O aumento dos preços dos combustíveis, concomitantemente a elevação da tributação sobre a gasolina e diesel melhorou sensivelmente o cenário para as ações da companhia, devendo traduzir-se em resultados positivos mais à frente. Suzano (SUZB5): Empresa deve continuar entregando bons números, refletindo a escalada do dólar e beneficiada pela inauguração da planta de Maranhão. A unidade de produção possui um custo operacional bastante inferior a média do portfólio da empresa. Somados, ambos os fatores devem contribuir para o processo de desalavancagem da empresa, para algo próximo de 3x Ebitda. Cabe lembrar que para cada 10% de depreciação do real ante o dólar Ebitda da empresa sobe cerca de 15%. Ecorodovias (ECOR3): Em nossa visão, os próximos resultados da companhia devem continuar performando bem, puxado pelo crescimento do tráfico de veículos nas rodovias operadas pela empresa e pelo crescimento real das tarifas cobradas na Ecocataratas e Ecovia Caminho do Mar. Além disso, também observamos melhor geração de fluxo de caixa livre a medida que a necessidade de capex da empresa deve convergir de R$ 1 bilhão em 2014 para algo próximo de R$ 600 MM.
Stockguide Empresa Código Última Preço Up-Side Recom. Market Cap P/L LPA EV/EBITDA Div. Yield Oscilações Grau Cotação Teórico (R$ MM) 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 Dia Mês Ano de Risco BRF BRFS3 71,87 ER - - 60.916 20,48 17,90 3,12 3,57 11,57 10,21 1,95 2,35 4,02 10,27 15,13 Elevado Cielo CIEL3 43,73 ER - - 81.963 19,84 17,93 2,38 2,63 15,88 14,36 2,82 3,40 0,30 (0,21) 27,35 Elevado Equatorial EQTL3 35,00 ER - - - - - - - - - - - (2,72) (0,48) 28,28 Elevado Cosan CSAN3 20,80 ER - - 8.442 14,78 11,55 1,89 2,42 6,01 5,57 2,29 3,71 1,41 (17,30) (27,14) Elevado Suzano SUZB5 16,79 ER - - 18.274 30,40 13,78 0,45 0,99 6,95 6,32 0,77 2,27 2,94 1,51 50,66 Elevado Ecorodovias ECOR3 6,94 ER - - 3.862 13,44 11,08 0,68 0,83 5,87 5,27 6,93 7,65 0,29 (10,45) (31,69) Elevado
Desempenho Histórico Rendimento da Carteira no Ano Rendimentos Julho Ano Rendimento Top Pick -4,61% -2,01% Rendimento do Ibovespa -4,17% 1,71% Carteira/Ibovespa - - Índices Mês Ano Ibovespa -4,17% 1,71% IBRX -3,44% 2,74% Dólar - PTAX Venda 9,39% 27,77% Dow Jones Index 0,40% -0,74% Nasdaq Composite 2,84% 8,28% Atualizado até 31.07.15 Rendimento Histórico da Carteira Ano Carteira Top Pick Ibovespa IBRX CDI Dólar 2004 63,32% 17,81% 33,11% 16,17% -8,36% 2005 24,65% 27,72% 37,45% 19,00% -11,81% 2006 51,35% 32,93% 37,58% 15,03% -8,65% 2007 34,12% 43,65% 47,83% 11,77% -17,14% 2008-49,40% -41,22% -41,77% 12,32% 31,94% 2009 95,17% 82,65% 72,84% 9,84% -25,49% 2010 10,63% 1,04% 2,63% 9,75% -4,31% 2011-17,53% -18,11% -11,39% 11,60% 12,58% 2012 28,01% 7,39% 11,54% 8,40% 8,95% 2013 3,47% -15,50% -3,14% 8,06% 14,62% 2014-17,64% -2,91% -2,78% 10,81% 13,39% 2015-2,01% 1,71% 2,74% 7,12% 27,77% Acumulado 298,01% 128,74% 267,52% 273,46% 17,20% 2015 Carteira Top Pick Ibovespa CDI Dólar Janeiro -7,97% -6,20% 0,93% 0,23% Fevereiro 8,97% 9,97% 0,82% 8,11% Março 2,59% -0,84% 1,04% 11,46% Abril 4,60% 9,93% 0,95% -6,68% Maio -5,33% -6,17% 0,98% 6,19% Junho 0,83% 0,61% 1,07% -2,40% Julho -4,61% -4,17% 1,12% 9,39% Acumulado -2,01% 1,71% 7,12% 27,77%
Parâmetro de Recomendação Abaixo de Mercado Neutro Acima de Mercado Ibovespa Projetado: Em Revisão (ER) Ibovespa* - Apreciação do Ibovespa Projetado: ER Atualizado no fechamento: 31.07.2015 Acima de Mercado: Neutro: Abaixo de Mercado: (*) Além do parâmetro descrito acima, baseamos nossas recomendações na comparação de múltiplos das empresas com seus peers setoriais e em uma análise da atratividade e das perspectivas para os respectivos setores. Departamento de Análise de Empresas Marcelo Alves Varejão, CNPI marcelo.varejao@socopa.com.br Disclaimer Este relatório foi elaborado por analistas de investimentos vinculados à SOCOPA - Sociedade Corretora Paulista S.A. ( SOCOPA ) e é de uso exclusivo de seu destinatário, não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa da SOCOPA. Este relatório é baseado em informações disponíveis ao público. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data em que este relatório foi publicado. No entanto nem a SOCOPA nem os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório respondem pela veracidade ou qualidade das informações aqui contidas. As opiniões contidas neste relatório são baseadas em julgamentos e estimativas, estando, portanto, sujeitas a mudanças. Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. As estratégias de investimentos, informações e análises constantes neste relatório têm como único propósito fomentar o debate de idéias entre os analistas de investimentos da SOCOPA e os clientes a quem este documento se destina. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias de investimentos. Os investimentos em ações ou em estratégias de derivativos de ações guardam volatilidade intrinsecamente alta, podendo acarretar fortes prejuízos, e devem ser utilizados apenas por investidores experientes e cientes de seus riscos. A SOCOPA, seu controlador e outros associadas podem deter posições em qualquer dos instrumentos referidos neste documento, bem como representar e prestar serviços às sociedades aqui mencionadas. Informações adicionais sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros objeto desta análise podem ser obtidas mediante solicitação. Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17º da Instrução CVM 483 que: (i) Suas recomendações refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à SOCOPA.