Mercado Financeiro e de Capitais. Taxas de juros reais e expectativas de mercado. Gráfico 3.1 Taxa over/selic
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- Felipe Caiado Botelho
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1 III Mercado Financeiro e de Capitais Taxas de juros reais e expectativas de mercado O ciclo de flexibilização monetária iniciado em janeiro, quando a meta para a taxa básica de juros foi reduzida em p.b., manteve-se durante todo o ano de 29, quando a meta mencionada acumulou redução de 5 p.b., situando-se em 8,75% a.a. em dezembro. A taxa de juros real ex-ante, calculada pelo Banco Central para o prazo de um ano, com base em pesquisa junto a analistas do setor privado, apresentou redução ao longo dos sete primeiros meses de 29. Esse movimento, evidenciando o ambiente de expectativas mais elevadas em relação à trajetória da meta para a taxa Selic, registrou reversão a 15 Gráfico 3.1 Taxa over/selic % a.a Gráfico 3.2 Taxa over/selic x dólar x swap 36 dias Taxa over/selic/swap 36 dias (% a.a.) ,7 2,5 2,3 2, 1,9 1,7 1, Selic Swap 36 dias Dólar Dólar (R$/US$) III Mercado Financeiro e de Capitais 61
2 partir de agosto. Ao final do ano, a taxa situava-se em 5,1% a.a., reduzindo-se 2,1 p.p. em relação a dezembro de 28. No mercado de derivativos, os contratos de swap de depósitos interfinanceiros (DI) x pré de 36 dias apresentaram taxas decrescentes no mercado futuro de juros ao longo do primeiro semestre do ano, atingindo a cotação mínima de 8,97% a.a. em julho. Embora a trajetória declinante mencionada, evidenciando as expectativas em relação à condução da política monetária em 2, registrasse reversão no decorrer do segundo semestre do ano, a taxa dos contratos negociados ao final de dezembro situou-se em,46% a.a., patamar 171 p.b. inferior ao registrado no final de ,5 Gráfico 3.3 Curva de juros Swap DI x pré 11,,5 % a.a., 9,5 9, 8,5 8, Prazo em dias 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre 3 Gráfico 3.4 Taxa over/selic acumulada em 12 meses 25 2 % a.a Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Nominal Real (IPCA) Mercado de capitais Os desdobramentos da crise mundial sobre os preços dos ativos e a liquidez dos mercados financeiros restringiram as novas emissões no mercado de capitais, em especial durante o primeiro semestre do ano. É importante enfatizar que, embora o volume de ofertas primárias de ações, debêntures e notas promissórias registradas 62 Boletim do Banco Central do Brasil Relatório Anual 28
3 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentasse recuo anual de 62,2% em 29, totalizando R$36,5 bilhões, esse mercado retomou ritmo expressivo de emissões no segundo semestre, sinalizando perspectivas favoráveis em relação à sua trajetória em 2. As emissões primárias de ações somaram R$15,9 bilhões e as de debêntures, R$11,1 bilhões, ante R$32,1 bilhões e R$37,5 bilhões, respectivamente, em 28; enquanto as relativas a notas promissórias, instrumento de prazo mais curto, recuaram 63,3%, para R$9,5 bilhões. 7 Gráfico 3.5 Mercado primário Ofertas registradas na CVM Fonte: CVM Ações Debêntures Notas promissórias O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) atingiu pontos no último fechamento do ano, acumulando valorização de 82,7% em 29. A oscilação verificada no indicador nos dois primeiros meses do ano foi sucedida por um período de valorização que perdurou até o início de junho, quando o índice alcançou pontos. Após recuar para pontos em 14 de julho, o índice manteve trajetória positiva até o final do ano, interrompida brevemente em outubro, atingindo patamares próximos à máxima histórica alcançada em meados de 28. Avaliado em dólares, o Ibovespa avançou 145,2% em 29, refletindo tanto a valorização do índice quanto a apreciação do real. Os índices Dow Jones e Nasdaq registraram ganhos anuais respectivos de 18,8% e 43,9%. O valor de mercado das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aumentou 69,8% em 29, situando-se em R$2,3 trilhões em dezembro de 29, ante R$1,4 trilhão no ano anterior. O volume médio diário negociado na Bovespa atingiu R$5,2 bilhões, com redução anual de 4,1%. III Mercado Financeiro e de Capitais 63
4 7 Gráfico 3.6 Ibovespa 6 Pontos Fonte: Broadcast Índice dez/28 = R$ milhões Fonte: Broadcast Gráfico 3.7 Ibovespa x Dow Jones x Nasdaq 29 Ibovespa (US$) Dow Jones Nasdaq Gráfico 3.8 Volume médio diário negociado na Bovespa 29 Fonte: Bovespa 2 4 Gráfico 3.9 Valor de mercado 29 Companhias abertas listadas na Bovespa Fonte: Bovespa 64 Boletim do Banco Central do Brasil Relatório Anual 28
5 Aplicações financeiras O saldo consolidado dos fundos de investimento, dos depósitos a prazo e das cadernetas de poupança atingiu R$2 trilhões em dezembro de 29, apresentando elevação de 14,5% no ano. Gráfico 3. Aplicações financeiras Saldos 29 1 FIF 6 Depósitos a prazo JanFevMar Abr Mai Jun Jul Ago Set OutNovDez 35 JanFevMarAbr Mai Jun Jul AgoSet OutNovDez Poupança JanFevMar Abr Mai Jun Jul Ago Set OutNovDez O saldo dos fundos de investimento, consideradas as modalidades renda fixa, multimercados, referenciados, curto prazo, cambiais, renda variável e extramercado cresceu 23,6% no ano, atingindo R$1,3 trilhão e assinalando captação líquida de R$9,9 bilhões. Ressalte-se que o patrimônio dos fundos de renda fixa totalizou R$513,5 bilhões, registrando expansão anual de 15,1% e captações líquidas de R$36,8 bilhões. A participação dos títulos públicos na carteira consolidada dos fundos de renda fixa, multimercado, referenciado, curto prazo e cambial, mantendo-se em trajetória decrescente, atingiu 49,4% em dezembro de 29, ante 6,9% no período correspondente de 26. Em sentido oposto, as participações dos títulos privados e das operações compromissadas elevaram-se, na ordem, de 16,5% e 17,3% para 18,4% e 26%, respectivamente, na mesma base de comparação. Os fundos de ações, traduzindo o desempenho favorável da Bovespa, registraram rentabilidade anual de 46,8% e expansão de 49,3% do patrimônio líquido consolidado, III Mercado Financeiro e de Capitais 65
6 que somou R$158,9 bilhões ao final de 29. O saldo dos fundos de investimento extramercado, que são responsáveis pela administração de recursos de propriedade da administração federal indireta, totalizou R$38,2 bilhões, elevando-se 13,4% no ano e assinalando captação líquida de R$1,1 bilhão em 29. % Gráfico 3.11 Rendimento dos principais ativos financeiros em 29-3 FIF Fundo de ações Poupança CDB Ouro Dólar comercial Ibovespa Fontes: Banco Central do Brasil e Broadcast O saldo total das cadernetas de poupança, evidenciando a ocorrência de captação líquida de R$3,4 bilhões, cresceu 18% no ano, atingindo R$319,1 bilhões ao final de 29, enquanto o estoque de CDB somou R$563,3 bilhões, registrando crescimento anual de 2,4% e resgates líquidos de R$38,2 bilhões. Quadro 3.1 Rendimentos nominais das aplicações financeiras 29 Discriminação 29 FIF 1,14,97,96,83,71 -,38,15,65,78,43,2,67 7,35 Fundo de ações 3,34 -,18 4,14 8,29 5,9-2,8 3,56 1,34 5,15 1,27 5,8 3,67 46,79 Poupança,68,55,64,55,55,57,61,52,5,5,5,55 6,92 CDB 1,2,84,88,75,72,72,76,67,67,67,64,7 9,43 Ouro 5,55 3,7-4,29-6,94 1,4-4,76-4,83 -,35,97 3,22 15,3-9, -3,5 Dólar comercial -,89 2,69-2,66-5,91-9,42-1,8-4,5,74-5,74-1,92,37 -,53-25,49 Ibovespa 4,66-2,84 7,18 15,55 12,49-3,25 6,41 3,15 8,9,4 8,93 2,3 82,66 Fontes: Banco Central do Brasil, CVM, Bovespa e BM&F 66 Boletim do Banco Central do Brasil Relatório Anual 28
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