Papel e Celulose. Conjuntura externa favorece exportações de celulose. Análise de Investimentos Relatório Setorial. 02 de junho de 2015
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- Maria Júlia Vieira Cesário
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1 Conjuntura externa favorece exportações de celulose No 1T15 a produção brasileira de celulose atingiu mil toneladas, 4,3% superior ao apresentado no mesmo período do ano anterior. Já as exportações da matéria prima somaram mil toneladas, representando uma alta de 12,7%, enquanto que as importações se elevaram 11,1%, totalizando 140 mil toneladas, ambas em relação ao 1T14. Na indústria papeleira a situação apresentada é oposta. No 1T15, a produção nacional de papel apresentou baixa de 2,0%, somando um volume de mil toneladas. A queda registrada nas vendas domésticas foi de 5,6%, somando mil toneladas, já as exportações apresentaram déficit de 0,5% com um volume total de 639 mil toneladas e as importações com queda de 17,7% somou 340 mil toneladas, todas em relação ao 1T14. Mário Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. Mercado Externo: As intervenções monetárias por parte do Banco Central Europeu (BCE), somados ao fortalecimento do dólar frente os seus pares e aos estímulos do governo chinês, têm intensificado a demanda mundial por celulose, de forma que os primeiros meses de 2015 apresentaram importantes acontecimentos para a indústria de celulose. No inicio do mês de maio a agência de classificação de risco Standard & Poor s (S&P) elevou o rating da Fibria conferindo o status de grau de investimento, logo em seguida vieram os anúncios de elevação nos preços das commodities (US$ 20/t) praticados mundialmente, tanto pela Fibria quanto pela Suzano. Ainda no mês, a Fibria e a Klabin assinaram um acordo, que estabeleceu o compromisso por parte da Fibria de aquisição de um volume mínimo de mil toneladas por ano de celulose de fibra curta, os quais serão produzidos pela nova unidade da Klabin localizada no Paraná, tendo o start up previsto para março de Adicionalmente, as expansões das unidades da Fibria e da Eldorado, ambas no estado do Mato Grosso do Sul, que juntas adicionarão em torno de 3,75 milhões de toneladas de celulose, ampliam a oferta mundial da matéria prima. Soma-se a isso, a desvalorização apresentada pelo real em relação ao dólar, em 2015, até o dia 29/maio, a alta apresentada pela moeda americana foi de 19,61%. Variação Cambial 3,5 3,3 3,1 2,9 2,7 2,5 2,3 2,1 (USD/BRL) (USD/BRL) Com este cenário, nos três primeiros meses do ano, conforme dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) foram produzidas mil toneladas de celulose, representando uma alta de 4,3% em relação ao volume produzido no mesmo período do ano anterior. Deste total, aproximadamente 68% foram destinados ao mercado externo, contribuindo com uma alta de 12,7% nas exportações brasileiras de celulose, as quais totalizaram mil toneladas. Dessa forma, conforme dados do SECEX/MDIC no 1T15, as exportações brasileiras de celulose somaram US$ milhão FOB, de forma que a Europa com 41% deste total ainda se encontra com principal mercado das exportações brasileiras, seguido pela China (33%), América do Norte (16%) e Ásia/Oceania (8%). Cenário Doméstico: Do lado doméstico, um levantamento feito pela Pöry, indica que a produção brasileira de papéis para fins sanitários (tissue) apresentará taxas de crescimento a níveis de 4% ao ano até 2020, sendo superior a média apresentada entre 2004 e No entanto, com a deterioração apresentada pela economia doméstica ao longo de 2015, os reflexos negativos destes sinais já são sentidos com os dados do 1T15 apresentados pela Ibá. Nos três primeiros meses do ano a produção brasileira de papel apresentou queda de 2,0%, influenciada principalmente pelas baixas apresentadas nas produções de papéis imprensa (-15,4%), Desempenho das ações do setor Ibovespa FIBR3 SUZB5 KLBN11 Página 1
2 papel cartão (-8,2%), imprimir e escrever (-5%) e fins sanitários (tissue) com queda de 0,8%. Vale destacar que, conforme a Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), no acumulado dos quatro primeiros meses de 2015 as vendas de papelão ondulado registraram baixa de 1,23%, somando 1,09 milhão de toneladas. Até março, as perdas acumuladas foram de 0,89%. Assim, ainda conforme projeções da entidade, o ano de 2015 deve encerrar praticamente estável em relação a 2014, totalizando um volume de 3,4 milhões de toneladas. Ao voltarmos aos dados apresentados pela Ibá, notamos a queda de 5,6% das vendas domésticas no 1T15, as quais se mostraram influenciadas principalmente pelas baixas nos volumes de papéis imprensa (-24,3%) e imprimir e escrever (-13,5%), reforçando as projeções não tão otimistas da ABPO. Soma-se a isto, o desempenho negativo de 0,5% no volume das exportações brasileiras no acumulado do ano. Assim, segundo SECEX/MDIC as exportações brasileiras de papel no 1T15 foram de US$ 646 milhões FOB, direcionadas principalmente para a América Latina (53%), porém apresentando queda de 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior e somando US$ 344 milhões FOB. Brasil: Exportação de Celulose (mil/ton) US$ mm FOB Diante destes cenários, acreditamos que as companhias brasileiras exportadoras de celulose continuarão apresentando desempenho positivo, a despeito do comportamento da taxa de câmbio (R$/US$). No entanto, com a entrada de novas capacidades, somadas as curvas de aprendizado de outras plantas, esperamos uma maior pressão sobre os preços comercializados da matéria prima. E do lado da indústria papeleira, em função do ajuste fiscal proposto pelo governo, acreditamos que este mercado siga em níveis baixos de crescimento, podendo ser impulsionado pela diversificação de produtos por parte das companhias visando o mercado externo, o qual a demanda por tais produtos se encontra mais receptiva. Contudo, destacamos os três primeiros meses do ano positivos para a indústria de papel e celulose, principalmente por parte da celulose, que tem posicionado as empresas brasileiras como as maiores produtoras mundiais da matéria prima, destacando os altos níveis de investimentos em estudos do eucalipto e os baixos custos de produção das commodities. Nome Cotação Retorno (%) Valor de Merc. EV Dívida Líquida Código (R$) Mês 2015 UDM (R$ mi) (R$ mi) (R$ mi) Fibria FIBR3 43,75 4,2 35,42 108, Klabin S/A KLBN11 18,98 2,71 30,92 70, Suzano Papel SUZB5 16,29 8,91 46,18 103, Ibovespa IBOV ,7 6,05 3, Fonte: Economatica - Cotação - 1/6/2015 Página 2
3 Dados do Mercado de Celulose e Papel Mercado Nacional de Celulose Celulose mar/14 jan/15 fev/15 M/M mil/ton A/A Produção ,9% 1,9% Vendas Domésticas (a) ,2% 22,3% Exportações (b) ,6% 38,3% Total (a+b) ,6% 35,8% Importações ,0% 27,6% Consumo Aparente ,8% -20,6% Fonte: Ibá Mercado Nacional de Papel Papel fev/14 jan/15 abr/15 M/M A/A Produção ,0% -1,4% Vendas Domésticas (a) ,1% -4,9% Exportações (b) ,9% 14,9% Total (a+b) ,4% 0,2% Importações ,6% -26,9% Consumo Aparente ,9% -7,9% Fonte: Ibá Mercado Global - Celulose Preços Celulose 2/jun 1Sem. 2Sem. USD/ton 4Sem. 12Sem. PIX Pulp NBSK Europa 851-0,24% -0,06% -0,54% -5,87% PIX Pulp BHKP Europa 787 0,06% 0,64% 1,76% 3,29% PIX Pulp BHKP China 663 0,12% 1,55% 2,48% 17,37% Mercado Global - Papel Preços Papel 2/jun 1Sem. 2Sem. EUR/ton 4Sem. 12Sem. PIX Paper Newsprint 447-0,31% -0,51% -1,04% -3,95% PIX Paper Coated Woodfree 651 0,43% 0,24% -0,17% -0,40% PIX Paper A4 B 790 0,75% 0,19% -0,09% -0,11% PIX Paper LWC 632-0,28% 0,18% -0,17% -1,48% PIX Packaging Kraftliner 581 0,22% 0,98% 0,92% 0,57% PIX Packaging Testliner 455-0,13% -0,55% -0,17% 0,29% Página 3
4 Europa - Celulose Fibra Curta (BHKP) Europa - Celulose Fibra Longa (NBSK) Europa - USD/ton Europa - EUR/ton Europa - USD/ton Europa - EUR/ton Estoque Mundial de Celulose (em dias) China - Celulose Fibra Curta (BHKP) Dias China - BRL/ton China - USD/ton China Importação Papel Cartão (mil ton) Spread - Fibra Curta x Longa - Europa Europa - Spread Fibra Curta e Longa Página 4
5 Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Olavo Cutait ocutait@plannercorretora.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas às mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião (ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 5
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