ECONOMIA A informação que fala direto ao seu bolso 22 de Dezembro de 2015
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- Antônia Chaves Caldas
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1 Associação Brasileira de Supermercados Nº59 ECONOMIA A informação que fala direto ao seu bolso 22 de Dezembro de 2015 Supermercados mostram queda de -1,61% até novembro Desemprego e renda influenciaram o resultado Refletindo as dificuldades políticas e econômicas do País, em novembro as vendas dos supermercados mostraram recuo mais uma vez. O alto nível de desemprego em novembro, da ordem de 7,5% (contra 4,8% no mesmo mês de 2014) fez com que o rendimento real do trabalhador apresentasse uma queda de 12,2% em um ano, o que influenciou fortemente o resultado do setor. Para o vice-presidente da Abras, João Sanzovo Neto, os números do setor são negativos, mas estão em linha com a economia do País: tanto a indústria quanto o setor de serviços deverão apresentar recuos fortes neste ano de A nossa expectativa é de que no próximo ano, medidas importantes do ajuste fiscal sejam aprovadas e que finalmente comecemos a sair da crise e possamos retomar a trajetória do crescimento, afirmou. Em novembro, as vendas reais do autosserviço apresentaram queda de -4,31% na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de -7,13% em relação ao mesmo mês do ano de 2014, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, apurado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No resultado acumulado (jan/nov), as vendas apresentaram queda de -1,61% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os índices já estão deflacionados pelo IPCA do IBGE. Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram queda de -3,34% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a outubro do ano anterior, alta de 2,60%. No acumulado do ano as vendas cresceram 7,09%. Variações Período de análise mês/15 Variação Nominal Variação Real* (IPCA/ IBGE) Nov/15 x Out/15-3,34% -4,31% Nov/15 x Nov/14 2,60% -7,13% Acumulado/ano 7,09% -1,61% Índice Abras apresenta recuo de -1,61% no acumulado de 2015 Nesta edição: >>Conjuntura 2 PME-IBGE: massa de rendimento real cai 12,2% em 12 meses >>Abrasmercado 3 Abrasmercado acelera no mês e acumula 15,09% em um ano >>Abrasmercado 4 Cesta da Região Norte tem a variação mais alta do País: 5,5% >>PMC 5 Varejo cresce 0,6% em outubro e mostra reação no ano >>Análise macro 6 Previsões mostram expectativas negativas para próximo ano >>Indicadores 7 Indicadores macroeconômicos e do varejo
2 Análise do mercado - pg. 02 Conjuntura - pg. 02 PME-IBGE: t massa de rendimento real cai 12,2% em 12 meses A taxa de desocupação foi estimada em novembro de 2015, para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, em 7,5%, resultado considerado estável frente a outubro. Em relação a novembro do ano passado, a taxa subiu 2,7 pontos percentuais, passando de 4,8% para 7,5% no período de um ano. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em novembro de 2015, para o conjunto das seis regiões pesquisadas, em R$ 2.177,20. Este resultado ficou 1,3% menor que o verificado em outubro (2.205,43) e 8,8% abaixo do apurado em novembro de 2014 (R$ 2.388,29). Regionalmente, em relação a outubro último, o rendimento ficou estável em: Salvador, São Paulo e Porto Alegre. Caiu 3,0% no Rio de Janeiro; 2,6%, em Belo Horizonte e 0,4% em Recife. Frente a novembro de 2014 o quadro foi de queda em todas as regiões, sendo a maior no Rio de Janeiro (-10,0%) e a menor em Porto Alegre (-6,3%). A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em 49,7 bilhões em novembro de 2015 e ficou 0,9% menor que a estimada em outubro. Na comparação anual esta estimativa recuou 12,2%. Em ambos os períodos de comparação, a queda do rendimento médio contribuiu para a redução do indicador. Muito acima da meta: IPCA-15 acumula 10,71% em 12 meses O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de novembro apresentou variação de 1,01% e ficou 0,19 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,82% registrada em outubro. Desde 2002, quando atingiu 3,02%, não havia registro de IPCA mais alto num mês de novembro. Com o acumulado no ano em 9,62%, bem acima dos 5,58% de igual período de 2014, constitui-se no mais elevado acumulado com referência ao período de janeiro a novembro desde 2002, que ficou em 10,22%. IPCA-15: alta de 1,18% em dezembro O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 1,18% em dezembro e ficou 0,33 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,85% de novembro. Em relação aos meses de dezembro, foi o índice mais elevado desde 2002, quando registrou 3,05%. Dessa forma, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), que se constitui no IPCA-15 acumulado, fechou o ano de 2015 em 10,71%, o mais elevado desde 2002, quando atingiu 11,99%. Em dezembro de 2014, o índice ficou em 0,79%, fechando o ano em 6,46%. Em dezembro, alimentação e bebidas, com alta de 2,02%, e transportes, com 1,76%, apresentaram os mais elevados resultados de grupo. Juntos, foram responsáveis por 69% do índice, já que somam 0,82 p.p. de impacto, sendo 0,50 p.p. dos alimentos e 0,32 p.p. dos transportes. Considerando o ano, alimentação e bebidas apresentou alta de 12,16%, resultado superado apenas pelo grupo habitação (18,51%). A maior elevação foi registada na região metropolitana de Porto Alegre, onde os preços subiram 14,21%, seguida por Curitiba, com 14,08%. Belo Horizonte registrou alta mais moderada, 9,61% em comparação às demais.
3 Abrasmercado - pg. 03 Abrasmercado acelera no mês e acumula 15,09% em um ano Os alimentos continuam com os preços pressionados nos supermercados brasileiros. Em novembro, o Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK em mais de 600 estabelecimentos de autosserviço espalhados em todo o País, apresentou alta de 4,20%, em relação a outubro de Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o Abrasmercado apresentou alta de 15,09%, passando de R$ 378,26 para R$ 435,29. Em novembro de 2014, o Abrasmercado assinalava uma alta de 2,15% em relação ao mês anterior, acumulando alta de 5,11% em 12 meses. O que mostra que os preços dos principais produtos vendidos nos supermercados estão em um patamar mais elevado do que o verificado em Os produtos com as maiores altas em novembro, na comparação com o mês anterior, foram: batata, com 45,57%; açúcar, 37,27%; cebola, 25,93%. A batata obteve alta nos preços em todas as regiões, sendo que a maior alta foi registrada na Região Centro- Oeste, onde variou 63,05%. O tomate a sua maior alta, de 69,45%, na Região Centro-Oeste. Já os produtos com as maiores quedas foram: leite longa vida, -1,70%; biscoito cream crack, -1,33%; queijo mussarela, -0,78%. O leite longa vida teve queda em quatro das regiões, e a maior delas foi na Região Centro-Oeste, -5,64%. O biscoito cream craker, por sua vez, apresentou sua maior queda, de -9,56%, na Região Norte. Cebola e batata, mais uma vez, puxam os preços dos alimentos Na comparação longa, alguns produtos sempre apresentam variação significativa. No resultado acumulado do ano de 2015, os produtos que mais pressionaram a inflação foram a cebola, com 48,4%, o tomate, com 36,5%, a batata com 36,0% e o sal com (29,0%). O produto com as maior queda foi a farinha de mandioca(- 2,4%). No resultado acumulado de 12 meses, os produtos que mais pressionaram a inflação foram a cebola, com 56,0%, a batata, com 52,7%, o sal, com 28,5% e o açúcar com (26,2%).Os produtos com as maiores quedas no ano foram: a farinha de mandioca (-3,3%), e o biscoito cream craker (-0,3%). Abrasmercado Período Valor em R$ Novembro/14 R$ 378,23 Novembro/15 R$ 435,29 Var. (%) Mês x Mesmo mês do ano anterior 15,09 Período Valor em R$ Outubro15 R$ 417,74 Novembro/15 R$ 435,29 Var. (%) Mês x Mês Anterior 4,20 Maiores quedas (Mês x Mês anterior - %) LEITE LONGA VIDA -1,70 BISCOITO CRAM CRAKER -1,33 QUEIJO MUSSARELA -0,78 DETERGENTE LÍQUIDO PARA LOUÇAS -0,33 Comparativo Abrasmercado x IPCA Abrasmercado IPCA Variação Mensal (Nov15 versus Out/15) 4,20% 1,01% Acumulado no Ano (Jan/15 a Nov/15) 14,21% 9,62% Variação 12 meses (Nov/15 versus Nov/14) 15,09% 10,48% Maiores altas (Mês x Mês anterior - %) BATATA 45,57 TOMATE 37,27 CEBOLA 25,93 AÇÚCAR 15,00
4 Abrasmercado - pg. 04 Cesta da Região Norte tem a variação mais alta do País: 5,50% Em novembro, a cesta da Região Norte voltou a ser a mais cara do País, com variação de 5,50%, atingindo o valor de R$ 479,59. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram a batata (27,06%) e o tomate (23,36%). A segunda cesta mais cara do País é a da Região Sul, com valor de R$ 475,10, oscilação de 3,82% no mês. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram a batata (39,69%) e a cebola (38,42%). A Região Sudeste apresentou alta de 3,71%, na relação de um mês para o outro. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram a batata (58,96%) e a cebola (53,76%). Em Brasília, Abrasmercado varia 5,25% no mês 479,59 R$ 371,42 R$ 423,00 R$ 418,98 475,10 A Região Centro-Oeste apresentou alta de 4,52% na relação de um mês para o outro, com destaque para a alta no preço do tomate (69,45%). A cesta regional ficou em R$ 423,00. A Região Nordeste registrou alta de 3,32%, atingindo o valor de R$ 371,42, as maiores altas da região foram verificadas na batata (41,13%) e no tomate (27,74%). Em novembro, Brasília continuou a ter a cesta mais cara do País, com o valor de R$ 524,24, e variação de 5,25% no mês. Destaque para a alta no preço da batata (81,46%). Interior de Minas Gerais apresentou entre capitais e municípios a maior alta nos preços do País, com variação de 5,40%, atingindo o valor de R$ 385,89. Na região, os produtos que apresentaram as maiores altas no mês foram a batata (67,21%) e o tomate (42,33%). Na Grande São Paulo, a cesta apresentou em novembro deste ano variação de 2,87%, atingindo o valor de R$ 437,49. Os produtos que apresentaram alta nos preços foram a batata (51,51%) e o tomate (48,23%)
5 PIB- pg. 05 Varejo cresce 0,6% em outubro e mostra reação no ano Segundo dados do IBGE, em outubro de 2015, o volume de vendas no comércio varejista variou 0,6% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. O resultado interrompeu oito meses de taxas negativas, período que o varejo acumulou perda de 6,3%. Na mesma comparação, para receita nominal de vendas (comparável ao resultado nominal da Abras), o aumento foi de 1,2% frente a setembro. Nas demais comparações com séries sem ajuste sazonal, o total do varejo registrou, em termos de volume de vendas, decréscimo de 5,6% em relação a outubro de 2014, queda menos acentuada do que nos dois meses anteriores: setembro (-6,3%) e agosto (-6,9%). No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o comércio varejista recuou 3,6% frente a igual período de Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 3,3% sobre outubro de 2014 e 3,5% no acumulado do ano, respectivamente. O indicador acumulado nos últimos doze meses, com recuo de 2,7%, assinalou a perda mais intensa desde janeiro de 2004 (-2,9%) e manteve a trajetória de queda iniciada em julho de Super e Hiper: ritmo de queda desacelera um pouco mais No resultado de 0,6% para o volume de vendas, super e hipermercados tiveram papel de destaque, tendo apresentado alta (2,0%); também foram positivos tecidos, vestuário e calçados (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,5%), os dois últimos com crescimento após recuos de 1,4% e 1,0%, respectivamente. Também com taxas positivas: jornais, revistas e papelaria (0,7%) e móveis e eletrodomésticos (0,6%), que voltam a registrar avanço após sete recuos seguidos. Com queda entre setembro e outubro figuram: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (- 9,2%); combustíveis e lubrificantes (-2,6%) e outros artigos de uso pessoal (-0,6%). Na comparação interanual, os supermercados registraram variação de -0,3% frente a outubro de 2014, nona taxa negativa nessa comparação, porém uma queda de menor do que nos dois meses anteriores, setembro (- 2,2%) e agosto (-4,8%). Isso ocorreu mesmo com os preços dos alimentos ficando acima do índice geral no período de 12 meses. A essencialidade dos produtos comercializados nesse setor é o principal fator que explica o desempenho acima da média deste segmento. Os resultados da atividade, em termos de acumulados nos dez primeiros meses do ano, foram de -2,1% e nos últimos 12 meses, de -1,9%, números bastante próximos do indicador Abras, de -1,61%.
6 Análise macro - pg. 06 Previsões mostram expectativas negativas para próximo ano Mesmo Abrasmercado após um dos piores anos da história recente do País, as expectativas econômicas continuam em processo de deterioração. Na última semana, com a demissão do ministro da Fazenda Joaquim Levy, as previsões ficaram ainda mais pessimistas: para o Boletim Focus divulgado em 21/12, em 2016 a economia deverá apresentar um recuo de -2,80%. Agora, o medo do mercado é que o sucessor de Levy, o ex-ministro do Planejamento Nélson Barbosa volte a adotar as medidas desenvolvimentistas do primeiro governo de Dilma Rousseff e com isso deixe o ajuste fiscal de lado e dificulte ainda mais a obtenção de superávits primários. Barbosa já inicia seu mandato negando tal possibilidade e mostra que deverá continuar buscando o equilíbrio fiscal. Com o seu alto grau de divulgação, as projeções semanais do Focus constituem-se num bom indicador do sentimento do mercado, mas suas previsões não têm sido muito certeiras nos últimos anos. O gráfico abaixo mostra que como as previsões vão evoluindo no decorrer do ano: em janeiro de 2014, a previsão para o PIB de 2015 era de um crescimento de 2,2%; em dezembro do mesmo ano, tinha caído para 0,55% (o resultado real foi 0,1%). Para 2016, os analistas iniciaram 2015 esperando um resultado melhor: 1,50%, mas as previsões caíram durante o ano até atingir os -2,8%. A economia precisa começar a mostrar recuperação, para que as previsões mostrem um novo ponto de inflexão. Previsão para o IPCA de 2016 já está acima do teto da meta Projeções 18/12/2015 Índices/Indicadores PIB (% de crescimento) -3,70-2,80 Produção Industrial (% de -7,70-3,45 crescimento) Taxa de câmbio - fim de 3,90 4,20 período (R$/US$) Taxa Selic - fim de período 14,25 14,75 (% a.a.) IPCA (%) 10,70 6,87 IGP-M (%) 10,72 6,48 Fonte: Boletim Focus - Banco Central Segundo analistas de mercado consultados pelo Banco Central, em seu Boletim Focus, a perspectiva para o PIB de 2015 é de -3,70%. Há um mês, o mercado previa recessão de -3,19%. Para 2016 a previsão é de -2,80%. As projeções indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá fechar 2015 em 10,70%, acima dos 6,41% de Para 2016 a expectativa é de alta de 6,87%. Para o IGP-M, a previsão é de que o índice encerre o ano em 10,72%. Para 2016 a projeção é de 6,48%. A previsão para a Selic é de 14,25% para Para 2016 a perspectiva é de 14,75% ao ano. De acordo com o levantamento de 18/12, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 é de R$ 3,90. Em 27/11, a cotação estava em R$ 3,95. A previsão para 2016 está em R$ 4,20.
7 Indicadores Indicadores - pg. 07 Expediente: Departamento de Economia e Pesquisa Moisés Lira/Fabiana Alves/Flávio Tayra (consultor) Revisão: Roberto Leite Tel.: economia@abras.com.br
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