Prazo das concessões e a crise econômica ABCE 25 de Setembro de 2012 1
1. Economia Internacional 2. Economia Brasileira 3. O crescimento a médio prazo e a infraestrutura 2
Cenário internacional continua incerto Estados Unidos Europa China Dados recentes de atividade apontam crescimento em torno de 1,3% para 2012; Possibilidade de um corte fiscalno fim de 2012. Estima-se uma queda entre 1,5% e 2,0% no PIB para 2013, caso não ocorra nenhum acordo; A quebra da safra pode chegar a 25% devido a seca, comparada a pior da história; A solução para a crise passa por visões distintas: de um lado a Alemanha defende a continuidade do ajuste fiscal, do outro, os países em dificuldade e o BCE são partidários da monetização da dívida; O movimento na semana assada acalmou temporariamente esta situação Com espaço para mais estímulos, os últimos indicadores mostram que a economia chinesa continua no caminho de uma desaceleração econômica suave, já apresentando alguma retomada no investimento;
EUA: Novo paradigma? A retomada do emprego ainda vai demorar algum tempo
10 Produção Industrial* (%) Recessão EUA: Possível recessão à frente? Não acreditamos 5 Vendas no Varejo** (%) Recessão 0-5 -10-20 -15 ago/06 ago/09 ago/12 ago/06 ago/09 ago/12 Confiança do Consumidor (%) S&P Case-Shiller- Preço de residencias (%) 10 20-20 Pico: dez/07 Pico: dez/07 Recessão -10 Recessão -60-30 Pico: jul/07-100 ago/06 ago/09 ago/12-50 Pico: abr/06 Fonte: Bloomberg. Elaboração: MB Associados. (*) Dados Dessazonalizados. (**) Vendas no Varejo real. jun/06 jun/09 jun/12 5
Crescimento americano: fatores positivos e negativos Expansão Agribusiness Produção de energia Indústria (renovação produtiva) TI (nuvem e serviços) Contração Construção civil Estados e municípios Mercado Financeiro Para 2013: Corte no orçamento 6
Cenário internacional continua incerto Estados Unidos Europa China Dados recentes de atividade apontam crescimento em torno de 1,3% para 2012; Possibilidade de um fiscal cliff no fim de 2012. Estima-se uma queda entre 1,5% e 2,0% no PIB para 2013, caso não ocorra nenhum acordo; A quebra da safra pode chegar a 25% devido a seca, comparada a pior da história; A solução para a crise passa por visões distintas: de um lado a Alemanha defende a continuidade do ajuste fiscal, do outro, os países em dificuldade e o BCE são partidários da monetização da dívida; O movimento recente do BCE acalmou temporariamente esta situação Com espaço para mais estímulos, os últimos indicadores mostram que a economia chinesa continua no caminho de uma desaceleração econômica suave, já apresentando alguma retomada no investimento;
A ação do Banco Central não elimina a crise na Europa Pilares do plano do BCE Nenhum país terá sua dívida adquirida pelo BCE se não estabelecer políticas de austeridade como contraparte; Compras ilimitadas no mercado secundário de bônus de 1 a 3 anos; A liquidez das compras realizadas pelo BCE será esterilizada; O BCE irá divulgar semanalmente o valor das compras realizadas; Pontos Positivos Atuação na maturidade de 1 a 3 anos dos títulos; Programa sem limite de compras; O BCE abriu mão da senioridade; Flexibilização do colateral para operações de refinanciamento. Pontos Negativos Exige condicionalidade do ponto de vista fiscal; Não há detalhes técnicos de como as compras serão realizadas; Em se tratando de monetização da dívida, mesmo havendo esterilização, existirá um impacto inflacionário. 8
Europa: Títulos de 2 anos % Draghi assume compromisso com o EURO 25 Irlanda Portugal 20 15 Italia Espanha 10 5 0 5,0 3,3 2,3 2,2 17/09/09 17/09/10 17/09/11 17/09/12 9
Espanha: Necessidade de um resgate mais amplo? A pressão dos mercados deve continuar 0 Déficit fiscal (Bilhões de euros) 240 Depósitos das empresas (Bilhões de euros) -20-40 210-60 180-80 -100-120 2008 2009 2010 2011 2012 media(2007-2011) jan jul dez 150 120 jul/04 jul/08 jul/12 Fonte: Bloomberg. Elaboração: MB Associados.
Mais países podem entrar em recessão até 2013
Cenário internacional continua incerto Estados Unidos Europa China Dados recentes de atividade apontam crescimento em torno de 1,3% para 2012; Possibilidade de um fiscal cliff no fim de 2012. Estima-se uma queda entre 1,5% e 2,0% no PIB para 2013, caso não ocorra nenhum acordo; A quebra da safra pode chegar a 25% devido a seca, comparada a pior da história; A solução para a crise passa por visões distintas: de um lado a Alemanha defende a continuidade do ajuste fiscal, do outro, os países em dificuldade e o BCE são partidários da monetização da dívida; O movimento na semana assada acalmou temporariamente esta situação Com espaço para mais estímulos, os últimos indicadores mostram que a economia chinesa continua no caminho de uma desaceleração econômica suave, já apresentando alguma retomada no investimento;
China: Nova matriz de crescimento O crescimento Chinês não poderá mais ser puxado por uma taxa de investimento superior a 40% do PIB. Serviços Quem ganha? Bens de Consumo (Mercado Interno) Tecnologia da Informação, automação. Energia alternativa, meio ambiente Quem perde? Bancos Setor Imobiliário Energia Siderurgia Infraestrutura pesada 13
35 25 15 China: shift rumo a uma economia voltada ao consumo pode ajudar na retomada Salários (Cresc. em relação ao mesmo mês do ano anterior -%) 5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 26,8 2008 2010 2011 Yuan (US$/CNY) Taxa de empréstimo (12 meses -%) 8,0 6,3 ago/06 ago/09 ago/12 Fonte: Bloomberg, FMI e National Bureau of China Elaboração: MB Associados 54 47 40 7,0 6,0 5,0 Poupança (% do PIB) 50,6 2002 2007 2012 6,0 ago/06 ago/09 ago/12 14
Petróleo: A questão política pode influenciar os preços Fluxo de movimentações de petróleo em pontos sensíveis Localização 2007 2008 2009 2010 2011 Bab-el-Mandeb 4,6 4,5 2,9 2,7 3,4 Estreito da Turquia 2,7 2,7 2,8 2,9 - Estreito Dinamarquês 3,2 2,8 3,0 3,0 - Estreito de Ormuz 16,5 17,5 15,7 15,9 17,0 Canal do Panamá 0,7 1,7 0,8 0,7 0,8 Canal de Suez e Oleoduto Sumed 4,7 4,6 3,0 3,1 3,8 Milhões de barris por dia 130 110 90 70 Preço do Petróleo WTI e Brent BRENT WTI (US$/barril) Fonte: IEA e Bloomberg. Elaboração: MB Associados. 111,5 92,0 20/09/11 20/03/12 20/09/12 Evolução dos estoques de petróleo cru (milhões de barris) 380 360 340 320 359 7/9/10 7/9/11 7/9/12
O aumento no preço das commodities podem em algum momento incomodar......e começam a repercutir na inflação Índice de preços ao consumidor - % 10 8 6 4 2 0 Índice 600 500 400 300 200-2 -4 China EUA Europa CRB (alimentos) ago/06 fev/08 ago/09 fev/11 ago/12 Fonte: Bloomberg. Elaboração: MB Associados 100 0
Implicações para o Brasil 1. 2. 3. 4. Baixo crescimento global: piora nas expectativas, volatilidade e dificuldades nas exportações. A recuperação global será liderada pelos EUA em 2014; Juros baixos; Volatilidade no curto prazo do Dólar. O Dólar deve voltar a se valorizar mais adiante; Boa demanda de alimentos, com forte pressão inflacionária; 17
1. Economia Internacional 2. Economia Brasileira 3. O crescimento a médio prazo e a infraestrutura 18
Fatores determinantes para a evolução da economia brasileira Deterioração do cenário e aumento dos riscos de um evento de stress Famílias se endividaram nos últimos anos e estão passando por ajuste de consumo agora Baixa competitividade tem prejudicado indústria; Argentina está se fechando; falta de reformas desde 2004 Cenário Internacional Endividamento das famílias Fatores estruturais Cenário doméstico condizente com 1,3% de crescimento em 2012 e apontando 3,5% em 2013. 19
O governo tem tomado medidas para impulsionar o crescimento econômico, mas vai funcionar? 1. 2. 3. 4. 5. Pacote de infraestrutura: a verdadeira questão é a natureza da regulação; Desoneração da folha de pagamento: positivo, mas aumenta a carga tributária para quem é intensivo em capital; Diminuição do preço da energia: positivo, mas a decisão sobre a renovação das concessões causa insegurança por exigências impostas às companhias elétricas; Redução do compulsório: intuito de tranquilizar bancos pequenos, em que ajustes ainda devem ocorrer; Diminuição da taxa de juros: veio para ficar, custe o que custar; Efeitos dos pacotes devem ser tímidos em 2013, a não ser no caso da inflação. 2014 pode ter impacto um pouco maior; Melhora na atividade econômica deverá ser verificada no segundo semestre de 2012; Nada do que está sendo feito resolve o crescimento de longo prazo; 20
Produção industrial em agosto segue fraca Crescimento mês contra mês do ano anterior - % 25 10 2012:-2,0% Teremos que aumentar 0,3% YoY por mês a partir de agosto para termos queda total de 2,0% no ano Ago-12/Ago-11: 0,9% -5-20 Dec-07 Dec-08 Dec-09 Dec-10 Dec-11 Dec-12 Fonte: IBGE. Elaboração e projeção: MB Associados. 21
Quantum de Importações Bens de Capital 10 40 36,0 27,9 5 30 25,8 0 20 10,9-5 10 4,3 3,1-10 0-15 -10-4,1-20 IV/10 I/11 II/11 III/11 IV/11 I/12 II/12 Indicadores de desaceleração no investimento (Var. no tri em relação ao mesmo período do ano anterior -%) Produção Industrial Bens de capital 7,1 8,6 2,5 4,0-1,5-13,3-11,7 IV/10 I/11 II/11 III/11 IV/11 I/12 II/12 Produção Industrial 8 6 4 2 0 Insumo típicos da construção civil 6,6 5,5 4,8 3,6 3,4 2,6 1,5 IV/10 I/11 II/11 III/11 IV/11 I/12 II/12 Fonte: Funcex, IBGE. Elaboração: MB Associados. 22
Brasil tem pouco espaço pra crescer sem pressões 12,0 Taxa de Desemprego (com ajuste sazonal -%) Projeção Nível de Utilização da Capacidade Instalada (com ajuste sazonal -%) 86 9,0 6,0 8,1 6,7 6,0 5,4 Inflação de Serviços em 12 meses: 8,8% 84 82 84,0 4,4 3,0 dez/08 dez/10 dez/12 80 ago/09 fev/11 ago/12 Fonte: IBGE e FGV. Elaboração: MB Associados.
Compr. médio por classe de renda em 2008/09 e estimativa para 2012 Comprometimento da renda das famílias com o serviço de sua dívida (% da renda líquida total) Nº de famílias Comprom. (% da renda) (milhões) c/ 2008/09 2012 comprom. acima de 30% Total 22,0 26,2 14,5 Classe A 21,8 25,9 0,4 Classe B 23,6 28,1 1,3 Classe C 21,6 25,7 6,2 Classe DE 22,1 26,3 6,7 Fonte: IBGE(POF 2008/09) e Bacen. Elaboração: MB Associados. 24
Condições do crédito põe em dúvida rapidez da recuperação Concessão diária de crédito (Média móvel 3 meses -crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior -%) 30 20 10 0 180 110 40 Veículos Cartão de Crédito -10 Pessoa Jurídica -30-20 Pessoa Física Jul-08 Jul-10 Jul-12-100 Jul-08 Jul-10 Jul-12 Fonte: Bacen. Elaboração: MB Associados. (*) Concessão nominal de crédito.
Projeção do PIB(%) 30.0 15.0 0.0-15.0 Crescimento acumulado nos últimos 4 trimestres (%) Investimento Exportação 2.3-1.6 IV/00 IV/04 IV/08 IV/12 Var. do tri contra o tri anterior (com ajuste sazonal -%) 0.6 0.1 0.1 0.4 0.7 1.7-0.2 II/11 IV/11 II/12 IV/12 Crescimento no ano (%) 2011 2012 2013 PIB 2.7 1.3 3.0 Fonte: IBGE. Elaboração: MB Associados. 26
Cresc. acm 12 meses - % 11,0 IPCA-15 IPCA-15: Evolução do IPCA-15, alimentação e serviços 9,5 8,0 6,5 5,0 Alimentação Serviços 8,6 7,6 5,4 3,5 2,0 ago/09 fev/10 ago/10 fev/11 ago/11 fev/12 ago/12 Fonte: IBGE. Elaboração: MB Associados. 27
Projeções para os Principais Indicadores Macroeconômicos 2011 2012 2013 PIB (a preços de mercado) - % 2,7 1,3 3,5 Câmbio (final de período) - R$ / US$ 1,87 2,00 2,00 SELIC (final de período) - % aa 11,00 7,25 7,25 IPCA - % 6,5 5,5 5,4 Fonte: FGV, IBGE e Banco Central Projeções: MB Associados. 28
Perspectivas para 2013 Fatores Positivos Melhora no balanço do consumidor Possível evolução nos investimentos? Aumento do crescimento no 4º trimestre Fatores Incertos Continuidade da crise europeia Algum ajuste negativo no emprego? Efeitos do choque agrícola e pressão nos orçamentos 29
1. Economia Internacional 2. Economia Brasileira 3. O crescimento a médio prazo e a infraestrutura 30
Cenário base de crescimento da economia brasileira: 2012-2014 O crescimento do Brasil dificilmente ultrapassará a média de 4,0% a.a; Alavancas do crescimento 1. Continuidade do aumento do consumo das classes C; Redução do efeito positivo de algumas forças que ajudaram o crescimento entre 2006 e 2010; 2. Crescimento das exportações da cadeia de recursos naturais; 3. Crescimento dos investimentos privados (inclusive em conjunto com a Petrobras). Investimentos públicos na Copa do Mundo e Olimpíadas; Fatores limitantes do crescimento 1. Desequilíbrios macroeconômicos crescentes; 2. Redução da competividade 1. Aumento do chamado custo Brasil combinado a uma forte valorização do Real; 2. Redução da eficiência do setor público e ausência de reformas; 3. Baixa evolução da produtividade, especialmente na indústria. Apesar da elevação dos gastos, a qualidade da educação se mantém baixa tanto quanto sua contribuição ao crescimento econômico (0,5%); 31
Investimento em infraestrutura no Brasil(% do PIB) 1971/80 1981/89 1990/2000 2001/10 Total (% do PIB) 5,42 3,62 2,29 2,32 Eletricidade 2,13 1,47 0,76 0,67 Telecomunicações 0,80 0,43 0,73 0,65 Transportes 2,03 1,48 0,63 0,71 Água e Saneamento 0,46 0,24 0,15 0,29 Fonte: Castelar Pinheiro (2009) e Frischtak(2011). Nota: Em 2011 houve uma inflexão, pois a taxa de investimento caiu para 2,05% e possivelmente será inferior a 2% do PIB em 2012. 32
Concessão Nas questões econômicas existe um excesso de intervenção; A busca da solução de um problema de curto prazo acaba por criar grandes dificuldades a longo prazo; Na área macro, chama atenção a inflação sistematicamente acima da meta, bem como forte variação nas taxas de crescimento; Na área setorial, deve ser lembrada a privatização das rodovias em 2007, o caso Petrobrás e o caso do Etanol; No setor elétrico, a solução dada para o caso da renovação das concessões vai na mesma direção, bem como o que vem sendo feito nas revisões tarifárias. 33
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