Estratégia de Combate ao HIV & SIDA na Função Pública



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Transcrição:

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA FUNÇÃO PÚBLICA Estratégia de Cmbate a HIV & SIDA na Funçã Pública 2009 2013 MAPUTO, ABRIL DE 2009

ÍNDICE ABREVIATURAS... 3 SUMÁRIO EXECUTIVO... 4 I.INTRODUÇÃO... 8 II. BREVE CARACTERIZAÇÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA EM MOÇAMBIQUE... 9 III. RESUMO DA ANÁLISE SITUACIONAL DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...11 III.1. EVOLUÇÃO E ESTÁGIO DA RESPOSTA...11 III.2. IMPACTO DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...12 III.3. CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁCTICAS SOBRE HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...13 III.4. FACTORES E SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...14 III.5. LIÇÕES APRENDIDAS E DESAFIOS DA RESPOSTA AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...15 IV. IMPACTO DEMOGRÁFICO E ECONÓMICO DO HIV & SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...16 IV.4.ESTIMATIVAS DE CUSTOS COM O PESSOAL...20 IV.5.IMPACTO ECONÓMICO...22 V. ESTRATÉGIA DE HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...23 1. VISÃO, MISSÃO E OBJECTIVOS...23 2. ABORDAGEM DA RESPOSTA...24 3. PRINCÍPIOS ORIENTADORES...25 4. ÁREAS ESTRATÉGICAS NO ÂMBITO DA RESPOSTA AO HIV E SIDA 2009-2013...26 4.1. PACOTE MÍNIMO DE SERVIÇOS...26 5. INTEGRAÇÃO DO HIV E SIDA NAS INSTITUIÇÕES...32 6. ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS PARA PROVISÃO DE SERVIÇOS...34 7. ASPECTOS NORMATIVOS...35 8. ASPECTOS TRANSVERSAIS...36 8.1.COORDENAÇÃO E GESTÃO DA RESPOSTA AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA...36 8.2.COMUNICAÇÃO...44 8.3.MONITORIA E AVALIAÇÃO...45 9. MECANISMOS DE FINANCIAMENTO E DE SUSTENTABILIDADE...46 ANEXO 1: ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIAS NA IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA...48 ANEXO 2: CUSTOS PRELIMINARES DA ESTRATÉGIA DE RESPOSTA AO HIV E SIDA...49 2

ABREVIATURAS CAP CNCS EGFE FADM HIV IEC ITSs M&A MAE ME MEC MIMAS MINAG MINT MISAU MITRAB MOPH MPF MTC NPCS OIT/ILO PEN PF PVHS SIDA TARV TDM UEM Cnheciments, Atitudes e Práticas Cnselh Nacinal de Cmbate a SIDA Estatut Geral ds Funcináris d Estad Frças Armadas de Mçambique Vírus de Imundeficiência Humana Infrmaçã Educaçã e Cmunicaçã Infecções de Transmissã Sexual Mnitria e Avaliaçã Ministéri da Administraçã Estatal Ministéri da Energia Ministéri da Educaçã e Cultura Ministéri da Funçã Pública Ministéri da Mulher e Acçã Scial Ministéri da Agricultura Ministéri d Interir Ministéri da Saúde Ministéri d Trabalh Ministéri da Obras Públicas e Habitaçã Ministéri d Plan e Finanças Ministéri ds Transprtes e Cmunicações Núcle Prvincial de Cmbate a HIV/SIDA Organizaçã Internacinal d Trabalh Plan Estratégic Nacinal Pnt Fcal Pessas Vivend cm HIV/SIDA Síndrme de Imun Deficiência Adquirida Terapia Anti-Retrviral Telecmunicações de Mçambique Universidade Eduard Mndlane 3

SUMÁRIO EXECUTIVO O Gvern de Mçambique através ds Ministéris da Funçã Pública (), da Saúde (MISAU) e d Cnselh Nacinal de Cmbate a HIV e SIDA (CNCS) desencadearam um prcess de elabraçã da Estratégia de HIV e SIDA para a Funçã Pública. De acrd cm análise d impact demgráfic d HIV/SIDA a nível da Funçã Pública para an 2008, ds cerca de 167 mil funcináris, 32 mil estã infectads pel vírus d HIV a nível nacinal ds quais 10 mil precisam de tratament Anti-retrviral. Pr utr lad, estima-se regist de cerca de 1,6 mil óbits de funcináris infectads pel HIV/SIDA. A pandemia d HIV e SIDA tem cnstituíd uma das precupações centrais d Gvern, na medida em que afecta a prestaçã da Funçã Pública em decrrência d absentism, licença prlngada pr dença, encargs sciais relacinads cm a dença e mrte, além da questã ds custs adicinais necessáris para a repsiçã da frça de trabalh. Utilizand as prjecções demgráficas dispníveis para 2008, estima-se que impact ecnómic d HIV e SIDA na Funçã Púbica pderá, n mesm an, ascender a mais de USD 22 milhões, representad cerca de 3% ds encargs cm pessal prevists n rçament. Este encarg passaria para mais de USD 26 milhões se adicinads as custs relativs a administraçã da terapia anti-retrviral e suprte nutricinal (cesta básica) n an de 2008. A Estratégia é um dcument rientadr para dinamizar e harmnizar as intervenções que têm sid realizads pelas diferentes instituições d Estad. A estratégia tem cm âmbit de aplicaçã as instituições da Administraçã Pública, desempenhand funções administrativas d Estad, nmeadamente, (i) s órgã centrais e lcais d Aparelh d Estad e instituições subrdinadas u dependentes; (ii) s instituts públics e (iii) s órgã e instituts das autarquias lcais. Ela tem cm beneficiáris directs e indirects univers de cerca de 167.420 funcináris e suas famílias. A abrdagem estratégica seguida é rientada pels seguintes fundaments: Alinhament a PEN II a respsta multisectrial; Descentralizaçã de actividades a nível prvincial, distrital e municipal; Sensibilidade a gêner; Orientaçã pr resultads; Us eficiente de recurss dispníveis. Esta estratégia leva em cnsideraçã as prjecções de impact demgráfic d HIV e SIDA dispníveis n país. Em relaçã à Funçã Pública, se admitir-se que s níveis de infecçã pel HIV na ppulaçã geral em cada regiã é similar a ds funcináris d Estad, pde-se calcular que ds cerca de 167 mil funcináris existentes em 2008 em td país, 32 mil estã infectad pel HIV. Pr utr lad, aprximadamente 10 mil funcináris precisam de receber tratament Antiretrviral. Até finais 2008, númer de óbits pr HIV/SIDA entre s funcináris pde antingir 1,6 mil pessas. As intervenções necessárias para se atingirem s principais bjectivs da estratégia de HIV e SIDA na Funçã Pública estã estruturads em áreas priritárias, nmeadamente: Prevençã; Cuidads e tratament; Mitigaçã d impact; Estigma e descriminaçã; Integraçã d HIV e 4

SIDA nas instituições d Estad; Estabeleciment de parcerias para a prvisã de serviçs; Aspects nrmativs; Crdenaçã multisectrial; Cmunicaçã; Mnitria e avaliaçã e; Mecanisms de financiament e sustentabilidade. Acções priritárias na área da prevençã: Desenvlver e implementar prgramas de prevençã e cntrle ds riscs de infecçã a HIV decrrente d exercíci prfissinal em cada área sectrial; Prduzir e distribuir materiais de Infrmaçã, Educaçã e Cmunicaçã (IEC) aprpriads as funcináris d Estad e que lhes ilustrem as nvas tendências da pandemia evidenciand que estes cnstituem s nvs grups de risc e fnte de nvas infecções a HIV n país; Prmver actividades de Acnselhament e Testagem Vluntária para cnheciment d estad serlógic ds funcináris d Estad e incentivar a sua aderência as serviçs de saúde relacinads cm HIV e SIDA dispníveis; Acções priritárias na área de cuidads e tratament Desenvlver e implementar um mecanism legal que flexibiliza acess a tratament anti-retrviral para s funcináris públics e seus familiares dentr ds critéris de expansã e abrangência estabelecids pels serviçs de saúde; Funcinalizar mecanisms de assistência médica e medicamentsa a funcináris públics estabelecids na legislaçã e nrmas vigentes; Dispnibilizar infrmaçã educativa sbre a imprtância d tratament das ITSs e sua crrelaçã cm a infecçã pel HIV; Estabelecer parcerias e envlviment em redes de beneficiáris de cuidads dmiciliáris nas cmunidades de inserçã ds funcináris; Acções priritárias na área de mitigaçã d impact Prmver acess e us ds serviçs de api psicsscial dispníveis ns serviçs de saúde e/u lcal de inserçã sóci-prfissinal ds funcináris; Prmver a divulgaçã e aplicaçã da Lei que prtege funcinári cm HIV e SIDA n lcal de trabalh; Assegurar cnheciment e prestaçã de pactes básics de serviçs de mitigaçã a HIV e SIDA n lcal de trabalh através da capacitaçã ds técnics e gestres de recurss humans Acções priritárias na área de Estigma e Descriminaçã Prmver a divulgaçã e aplicaçã da Lei e utrs dispsitivs nrmativs que prtegem funcinári infectad pr HIV e vivend cm SIDA n lcal de trabalh; Elabrar, disseminar e garantir a implementaçã de códigs de cnduta sbre HIV e SIDA n lcal de trabalh das instituições públicas; Assegurar envlviment practiv das lideranças n cmbate a estigma e discriminaçã n lcal de trabalh; Acções priritárias na área de integraçã d HIV e SIDA nas instituições Desenvlver e implementar mecanisms que briguem as instituições d Aparelh d Estad a implementar actividades de respsta a HIV e SIDA n seu lcal de trabalh; 5

Garantir envlviment activ e practiv das lideranças nas actividades de planificaçã, implementaçã e mnitria das actividades de HIV e SIDA; Integrar actividades de prevençã, cuidad e mitigaçã d impact d HIV e SIDA ns Plans Ecnómics e Sciais (PESs) e Plans Operativs Anuais (POAs) sectriais e gverns lcais; Assegurar que HIV e SIDA faça parte da agenda ds fóruns técnics institucinais e de liderança realizads a diverss níveis (Ex.: Cnselhs Cnsultivs, Cnselhs Crdenadres, Cnselhs Técnics, Clectivs de Direcçã e Reuniões Nacinais); Definir mecanisms de funcinament efectiv das estruturas de implementaçã da respsta a HIV e SIDA em tdas as instituições públicas, cm destaque para as áreas de Recurss Humans; Acções priritárias na área de estabeleciment de parcerias Identificar s principais prvedres de serviçs na área d HIV e SIDA em parceria cm CNCS e MISAU para facilitar seu acess as funcináris públics; Estabelecer memrand de entendiment cm sectres relevantes, redes de rganizações gvernamentais e nã gvernamentais para a prestaçã de serviçs específics relativs a HIV e SIDA; Prmver a trca de experiências cm utrs sectres e parceirs que respndem a HIV e SIDA n lcal de trabalh cm vista a acmpanhament e réplica de abrdagens invadras face a HIV e SIDA. Acções priritárias na área ds aspects nrmativs e direits sóciprfissinais Elabrar um códig de cnduta sbre HIV e SIDA n lcal de trabalh, que estabeleça s direits e deveres ds funcináris vivend cm HIV e SIDA; Rever a abrig da implementaçã d EGFAE sistema de assistência médica e medicamentsa n âmbit da refrma d sistema de previdência scial trazend princípi de de Segur de Saúde para s funcináris d Estad; Acções priritárias na área da crdenaçã e gestã multisectrial Assegurar a participaçã, a mais alt nível da liderança d n Cnselh Directiv d CNCS, e estreitar a crdenaçã cm Secretariad Executiv d CNCS; Estender e institucinalizar cmpetências ás áreas de gestã de recurss humans para gerirem e crdenarem a implementaçã das actividades de HIV e SIDA em cada uma das instituições d Estad; Capitalizar s fóruns de gestres de recurss humans a nível nacinal para facilitar a crdenaçã da respsta a HIV e SIDA em cada uma das áreas sectriais; Acções priritárias na área da cmunicaçã Desenvlver prgramas de cmunicaçã para a mudança de cmprtament ds funcináris públics cm base numa abrdagem participativa e cm recurs à múltipls canais de cmunicaçã; Adequar as mensagens à realidade vcacinal das instituições públicas, incluind segmentaçã da cmunicaçã de acrd cm nível de frmaçã, sensibilidade de géner e de direit; Direccinar a cmunicaçã para s padrões de cmprtament que galvanizam a 6

epidemia n sei de cada área sectrial; Envlver s funcináris/beneficiáris n prcess de desenvlviment de mensagens u prduts específics (ex: pré-teste ds materiais, u auscultaçã as beneficiáris); Facilitar diálg e discussã sbre tópics específics (ex: preservativ, fidelidade, tratament u utrs) atendend à demanda e interesse ds funcináris e/u utrs beneficiáris; Acções priritárias na área de Mnitria e Avaliaçã Desenvlver e disseminar um quadr de Mnitria e Avaliaçã das acções realizadas pelas instituições d sectr públic; Desenvlver e padrnizar instruments e mecanisms de reclha, prcessament, partilha e us ds dads para a M&A; Integrar a cmpnente de acmpanhament das actividades de HIV e SIDA na agenda qutidiana das inspecções gerais e sectriais e ns mecanisms de mnitria, supervisã e avaliaçã de actividades das áreas sectriais já existentes; Frtalecer a capacidade técnica das instituições públicas na análise de dads e prduçã de infrmaçã estratégica sbre HIV e SIDA realizand curss de frmaçã de reclha, analise, us de dads a tds s níveis; Prmver avaliações anuais inter-sectriais sbre prgress e desempenh das actividades de cmbate a HIV e SIDA. Acções priritárias na área de financiament e sustentabilidade Assegurar mecanisms de financiament de actividades de HIV e SIDA através d OGE incluind as respectivas rubricas na rçamentaçã anual ds plans; Estreitar a parceria e crdenaçã cm CNCS e utrs parceirs para garantir acess as recurss para a implementaçã das actividades de HIV e SIDA na funçã pública; Prmver a cntínua e cnsistente integraçã das actividades de HIV e SIDA n cicl nrmal de planificaçã e rçamentaçã das actividades das instituições d Estad; Delineadas as acções priritárias, e sem prejuíz da rçamentaçã que se imprá fazer para s plans peracinais anuais, elabru-se uma estimativa preliminar d cust de implementaçã da estratégia que sugere pder variar de um mínim de cerca de USD 48 milhões até um máxim de USD 290 milhões, para 5 ans. As 6 pções trabalhadas, apresentadas n Anex 2, resultam de diferentes cmbinações de abrangência das actividades relacinadas cm a mitigaçã d impact ns funcináris e suas famílias. O cust ttal de implementaçã da estratégia é muit sensível a dis elements de cust: Subsídi pr dença e Cesta básica. 7

I.INTRODUÇÃO O Gvern de Mçambique através ds Ministéris da Funçã Pública (), da Saúde (MISAU) e d Cnselh Nacinal de Cmbate a HIV e SIDA (CNCS) desencadeu prcess de elabraçã da Estratégia de cmbate a HIV e SIDA na Funçã Pública cm vista a redimensinar a respsta a HIV e SIDA nas instituições da Funçã Pública. A Estratégia é instrument rientadr para dinamizar a respsta sectrial e harmnizar s esfrçs que têm sid realizads de frma fragmentada pelas diferentes instituições da funçã pública. A sua elabraçã resulta da cnstataçã e recnheciment de que as actividades planificadas e implementadas na funçã pública ainda sã de impact e visibilidade reduzida e nã cbrem suficientemente nível prvincial e lcal. N cntext d cmbate a HIV e SIDA, Gvern tem se mstrad precupad cm a pandemia e suas implicações na degradaçã da cmpnente ds recurss humans, pdend minar a pssibilidade de alcançar s bjectivs estratégics traçads para país. O crescente interesse pela integraçã de acções de respsta a HIV e SIDA nas instituições da funçã pública está directamente relacinad cm fact da Funçã Pública assumir um papel vital n prcess d desenvlviment e prque grande prprçã de pessas cm habilidades técnicas e qualificações prfissinais está nele empregue. Além diss, cnsidera-se que uma funçã pública eficiente é uma cndiçã para desenvlviment e, este ptencial está a ser cada vez mais ameaçad pela pandemia de HIV que mina nã só a quantidade de capital human cm s fluxs de recurss dispníveis. Embra nã haja dads específics sbre a situaçã da prevalência d HIV e SIDA na funçã pública mçambicana cm um td, leituras de fntes parciais, sbretud estuds de impact realizads pr algumas áreas sectriais, indicam que s funcináris das áreas de saúde, agricultura, educaçã, plícia, alfândega e defesa sã cnsiderads s mais vulneráveis à infecçã pel HIV n exercíci das suas funções labrais. Estas áreas nã smente empregam mair númer de funcináris cm também a especificidade vcacinal expõe-lhes a mair prbabilidade de infecçã pr HIV, sbretud, devid a mbilidade exegível à própria prfissã. O envlviment das instituições da funçã pública na respsta a HIV e SIDA n país enquadrase na abrdagem de respsta multi-sectrial precnizada pel Plan Estratégic Nacinal de Cmbate a HIV e SIDA 2005-2009 (PEN II). A nível gvernamental, as instituições fram incentivadas a desenvlver plans sectriais de respsta a pandemia vltads para cbrir nã smente s seus funcináris cm também s seus familiares, clientes e utentes ds serviçs pr estes prestads. A presente estratégia, está rganizada em 5 principais secções temáticas incluind a primeira secçã intrdutória. Na secçã faz-se um breve resum ds resultads da análise situacinal d HIV e SIDA na funçã pública. Na terceira secçã trata-se ds aspects referentes a caracterizaçã da Funçã Pública nde estã incluíds aspects referentes a mandat d Ministéri da Funçã Pública (), as áreas sectriais que cnstituem e a distribuiçã da frça de trabalh. 8

A secçã subsequente apresenta-ns a missã, s bjectivs e a visã esta estratégia, e pr fim a quinta secçã apresenta as sete áreas para as quais devem estar vltadas as acções de respsta a HIV e SIDA na funçã pública. II. BREVE CARACTERIZAÇÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA EM MOÇAMBIQUE A Funçã Pública é cmpsta pr um cnjunt de instituições e entidades directa u indirectamente financiadas pel Estad para a prvisã de bens e serviçs públics. O seu âmbit circunscreve-se as órgãs u instituições da Administraçã Pública, desempenhand funções administrativas d Estad, nmeadamente, (i) s órgã centrais e lcais d Aparelh d Estad e instituições subrdinadas u dependentes; (ii) s instituts públics e (iii) s órgã e instituts das autarquias lcais (Decret nº 30/2001, de 15 de Outubr). A direcçã da funçã pública é feita pel gvern através d Ministéri da Funçã Pública () criad em Outubr de 2007, que é órgã central d aparelh de Estad respnsável pela direcçã da gestã estratégica e fiscalizaçã da administraçã pública e da funçã pública. Esta liderança é partilhada cm tds s órgãs d Estad (Decret nº 60/2007, de 17 de Dezembr). Os dads sbre univers da frça de trabalh indicam que, em Mçambique, númer ttal de funcináris engajads na funçã pública é de cerca de 167.420 redistribuíds pr td territóri nacinal em diferentes áreas sectriais de actividades, de acrd cm Anuári Estatístic ds Funcináris e Agentes d Estad publicad n an de 2008. A análise d pes específic e/u cntribuiçã de cada prvíncia na frça de trabalh da funçã pública mstra que, cm cerca de 15.30% (25,610) de funcináris nível central pssui mair númer de funcináris seguid das prvíncias de Nampula e Zambézia cm 11.90% e 10.83% respectivamente (, 2008: 17). As prvíncias de Maput-Cidade, Manica e Tete tem pes relativamente baix de funcináris em cmparaçã cm as utras. TABELA 1: DISTRIBUIÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS POR PROVÍNCIA NÍVEL/PROVÍNCIA HOMENS MULHERES TOTAL (H+M) % (H+M) Serviçs Centrais 16202 9408 25610 15.30 Cab Delgad 7570 2497 10067 6.01 Niassa 8045 2070 10115 6.04 Nampula 15344 4572 19916 11.90 Zambézia 13323 4815 18138 10.83 Tete 7531 3242 10773 6.43 Manica 7457 2662 10119 6.04 Sfala 9640 4465 14105 8.42 Inhambane 7495 5189 12684 7.58 Gaza 6744 5444 12188 7.28 Maput Prvíncia 6824 5477 12301 7.35 Maput Cidade 5557 5847 11404 6.81 Ttal Geral 111732 55688 167420 100.00 FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DOS FUNCIONÁRIOS E AGENTES DO ESTADO, 2008 9

Em relaçã a nível de esclaridade, a análise d perfil ds 167.420 funcináris que cnstituem aparelh de Estad indica que a mairia deles pssui u frequentam ensin Secundári Geral representad pr 55.761 funcináris (33.31%), seguid pel ensin EP2 cm 24.845 funcináris (14.84%), ensin Médi Técnic Prfissinal cm 24242 funcináris (14.48%), e sucessivamente ensin médi Geral cm 18.040 funcináris e EP1 cm 16.907 funcináris. TABELA 2: FUNCIONÁRIOS DISTRIBUIDOS POR NÍVEIS DE ENSINO NÍVEL ACADÉMICO HOMENS MULHERES TOTAL (H+M) % (H+M) Ensin Primári d 1º Grau 12903 4004 16907 10.10 Ensin Primári d 2º Grau 16791 8054 24845 14.84 Ensin Secundári Geral 36393 19368 55761 33.31 Ensin Básic Técnic Prfissinal 8522 5749 14271 8.52 Ensin Médi Geral 11559 6481 18040 10.78 Ensin Médi, Técnic Prfissinal 15954 8288 24242 14.48 Ensin Superir Bacharelat 2482 811 3293 1.97 Ensin Superir Licenciatura 6005 2560 8565 5.12 Ensin Superir Mestrad 865 310 1175 0.70 Ensin Superir Dutrament 258 63 321 0.19 Ttal Geral 111732 55688 167420 100.00 FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DOS FUNCIONÁRIOS E AGENTES DO ESTADO, 2008 N que diz respeit a distribuiçã reginal ds funcináris públics bserva-se que existe uma cncentraçã diferenciada ds funcináris entre as três regiões d país, nmeadamente sul, centr e nrte. A mair parte ds funcináris está cncentrada na zna sul d país representand 44% d ttal, seguid da zna centr cm 31% e pr últim a zna nrte cm 24% d ttal. FIGURA1: FUNCIONÁRIOS DA FUNÇÃO PÚBLICA POR REGIÃO 10

NORTE 24% SUL 44% CENTRO 32% FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DOS FUNCIONÁRIOS E AGENTES DO ESTADO, 2008 III. RESUMO DA ANÁLISE SITUACIONAL DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA III.1. EVOLUÇÃO E ESTÁGIO DA RESPOSTA O desenvlviment da respsta a HIV e SIDA na funçã pública iniciu durante a vigência d PEN I quand alguns Ministéris criaram estruturas e elabraram plans peracinais sectriais e cmeçaram a implementar prgramas. Numa primeira fase, as acções adptadas n âmbit da respsta nacinal fram crdenadas pel Ministéri da Saúde, send mais tarde transferidas a Cnselh Nacinal de Cmbate a SIDA (CNCS) cm frma de trnar a respsta mais abrangente e integrada e nde envlviment das instituições da Funçã Pública cnstituiu uma mais valia, na medida em que favreceu a definiçã de abrdagens de intervençã fcalizadas para determinads grups alvs. O prcess fi catalisad pel PEN II assistind-se, desde 2005, a mair envlviment das instituições da funçã pública na realizaçã de actividades de respsta a HIV e SIDA. Cm a implementaçã d PEN II assiste-se a inici de uma integraçã estruturada de acções efectivas de respsta a HIV e SIDA n sectr. As diferentes áreas sectriais e respectivas instituições fram incentivadas a desenvlver plans vltads para cbrir nã só s seus funcináris cm também s seus familiares, clientes e utentes ds serviçs pr estes prestads. Até a mment da elabraçã desta estratégia, as principais actividades implementadas estavam vltadas para a cmpnente de prevençã, cm ênfase para a dispnibilizaçã e prmçã d us d preservativ e campanhas de sensibilizaçã para a mudança de cmprtament. Existe igualmente regist de acções de mitigaçã via acmpanhament ds funcináris infectads pel HIV e vivend cm SIDA às unidades sanitárias e sua assistência financeira para a cmpra de medicaments e suplements alimentares. 11

A avaliaçã da respsta mstru que até a actualidade, a implementaçã da respsta multisectrial nã privilegiu cm se desejava uma crdenaçã e planificaçã articulada das intervenções. Cada área sectrial prcuru respnder a HIV e SIDA de frma islada, que limitu desenvlviment de intervenções cnsistentes e harmónicas n cntext de abrdagens de HIV e SIDA n lcal de trabalh, mesm assumind que as instituições da funçã pública pssuem mandat e missões institucinais diferenciads. Para além desta cnstataçã fi bservad que ainda nã está efectivamente criad um ambiente institucinal favrável a uma respsta eficaz à pandemia. Apesar d recnhecid esfrç feit para envlviment ds diferentes sectres na respsta a HIV e SIDA, a análise situacinal cnclui que as actividades planificadas e implementadas pela funçã pública, cm um td, cntinuam a ter um impact mínim, que pde ser resultad de váris mtivs, nmeadamente: secundarizaçã vtada às actividades de respsta a HIV e SIDA nas instituições; limitad cmetiment ns prgramas preventivs; fraca crdenaçã e capacidades de algumas entidades sectriais para desenhar prgramas funcinais, eficientes e cm impact; fraqueza de mecanisms de mnitria e avaliaçã; e, falta de capacidade de desenvlver prgramas pr parte de instituições subrdinadas de nível prvincial, distrital e lcal, que resulta na fraca descentralizaçã d prcess de implementaçã da respsta e fact de grande relevância da funçã pública funcinar cm nrmas e prcediments e ter de ser de frma unifrmizada. III.2. IMPACTO DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA A funçã pública assume um papel vital n prcess desenvlviment d país, e a mairia d pessal cm habilidades técnicas e qualificações prfissinais está nele empregue, dependend a qualidade e alcance de serviç públic na sua diversidade d númer de funcináris e agentes d Estad cm cnheciments e qualificações exigidas para a execuçã cm eficiência das actividades. Uma funçã pública eficiente é um pré-requisit para desenvlviment. N entant, n nss país, esse sectr está a ser cada vez mais ameaçad pela pandemia de HIV, que afecta nã só capital human assim cm s fluxs de recurss dispníveis para financiar desenvlviment. A prpagaçã d HIV e SIDA tem impact negativ nas diversas cmpnentes d sistema, destacand-se impact n ambiente e lcal de trabalh, a nível da prestaçã de serviçs e a nível das cmunidades e famílias ds funcináris. A análise da situaçã d HIV e SIDA na funçã pública mstru que algumas instituições, nmeadamente, Agricultura, Alfandegas, Educaçã, Águas, Saúde investiram na realizaçã de estuds de impact d HIV e SIDA. As pesquisas nã smente identificaram a natureza d impact cm também prcuraram estimá-la, pese embra fact de que s resultads apresentads tenham que ser analisads cm cautela, devid às limitações metdlógicas que lhes sã inerentes. N que cncerne a natureza d impact, s estuds até a data realizads sã unânimes em cnsiderar que n lcal de trabalh, nde existam muits funcináris infectads pel HIV, impact d HIV e SIDA pde ser sentid de várias frmas, cnfrme detalhad na tabela 3: 12

TABELA 3: IMPACTO DO HIV E SIDA DOMÍNIO/ESFERA NATUREZA DE IMPACTO NO LOCAL DE Mrtalidade e Absentism implicand n aument de custs indirects. TRABALHO Perda u baixa de mral. Aument de custs directs para Estad/Empregadr. AO NÍVEL DA Reduçã da capacidade de cbertura ds serviçs. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Nã cumpriment das metas planificadas devid a absentism e a baixa capacidade de executaçã d trabalh. Subida ds custs unitáris de mã-de-bra a Estad devid a increment de custs relativs à assistência médica e scial. Aument ds custs de repsiçã de mã-de-bra para Estad. Aument de gasts crrentes (transprtes e cmunicações). AO NÍVEL DAS COMUNIDADES E FAMÍLIAS Distrçã d capital scial: esta pde traduzir-se na perda de pessas ecnmicamente activas pr dença e/u mrte de um u mais membrs na mesma família. Reduçã da Capacidade Financeira das Famílias: a perda de um funcinári públic reflecte-se ptencialmente na diminuiçã ds rendiments e mesm perda d suprte financeir da família. Debilitaçã d capital human: a dença e mrte num agregad familiar pdem cntribuir para enfraqueciment u mesm ruptura de ligações entre esse agregad e utras famílias e/u redes sciais na cmunidade. Fnte: DADOS EXTRAÍDOS DO RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA (, 2008) III.3. CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁCTICAS SOBRE HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA Para medir cnheciment, atitudes e práticas ds funcináris e agentes d Estad a análise situacinal recrreu a indicadres cmuns usads em estuds feits a nível de algumas áreas sectriais tais cm, as Frças Armadas, Águas, Transprtes e Cmunicações, Plícia e Ensin superir. Imprta, cntud referir que nã existe uma linha de infrmaçã de base sbre estes dads na funçã pública, além d fact de s estuds analisads terem sid elabrads cm recurs a abrdagens metdlógicas e variáveis de análise igualmente diferenciadas, que limita a viabilidade da cmparaçã ds dads. Assim, nã se pde definir e apresentar um perfil da situaçã d cnheciment, atitudes e práticas rigrs para tda a funçã pública n geral, apenas se apresentam tendências baseadas em alguns indicadres privilegiads ns estuds dispníveis e ilustrads pela tabela 4. TABELA 4: NÍVEIS DE CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS COMPONENTES CONHECIMENTO INDICADORES Cnheciment prfund sbre a existência d HIV e SIDA: em tds estuds 100% de funcináris já uviram falar da dença. Mais de 95% ds inquirids além de já ter uvid falar da dença acredita na sua existência. Pequen númer acredita que SIDA tem cura. 13

Cnstataçã de algumas cncepções errôneas: ex: parte ds funcináris inquirids afirmu que HIV pde ser transmitid pr picada de msquit. Cerca de metade de inquirids em váris estuds fez teste (varia de 38.4% n MTC a 66% de dcentes da UEM) pr várias razões mas raramente mtivads pela necessidade de cnhecer serestad. ATITUDES A mairia ds funcináris nã se cnsidera em situaçã de risc de infecçã pr HIV alegand cnfiança n parceir regular. Assumem uma psiçã de nã-discriminaçã às PVHS da família u clegas de trabalh, (mínim 95,8% refere que pde partilhar espaç e cnviver cm PVHS). Fraca utilizaçã u us incnsistente d preservativ: mais de metade ds inquirids disse nã ter usad preservativ na última relaçã PRÁTICAS sexual. Frequente prática de parceirs múltipls entre s funcináris, nde 31.6% a 62.7% revelaram ter tid um únic parceir ns últims 12 meses. FONTE: DADOS EXTRAÍDOS DO RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA (, 2008) III.4. FACTORES E SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA A análise revelu que existe um cnjunt cmbinad de factres ecnómics, culturais, sciais e institucinais que influencia e/u jga papel cnsiderável na evluçã da epidemia d HIV e SIDA em Mçambique. N que se refere as funcináris e agentes de Estad embra haja variaçã ds factres de vulnerabilidade à infecçã, de acrd cm a especificidade vcacinal de cada área sectrial, s factres cmuns sã indicads na tabela abaix: NATUREZA GERAIS TABELA 5: RISCOS OCUPACIONAIS AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA FACTOR DE VULNERABILIDADE Disparidades de Géner: limitações de medidas preventivas para as mulheres, baix acess à educaçã pela rapariga e à infrmaçã básica sbre cuidads de saúde, além da sua vulnerabilidade bilógica. Trabalh migratóri: clca as pessas mais vulneráveis a relações sexuais casinais desprtegidas e cm múltipls parceirs O estigma e a discriminaçã de PVHS, e a falta de acess universal as cuidads e tratament: minam as pssibilidades de prmçã de abrdagens psitivas e cmbinadas cntra a epidemia. Resistência cultural a us d preservativ: s estereótips e precnceits de masculinidade têm induzid s hmens à prática de relações sexuais desprtegidas. 14

Altas taxas de analfabetism: acess restrit à infrmaçã relativa à epidemia e frmas de prevençã. Limitada capacidade técnica e financeira das instituições gvernamentais e nã gvernamentais em prmver e implementar plíticas de prevençã e mitigaçã d impact d HIV e SIDA, de frma cnsistente e sistemática Parceirs sexuais cncrrentes u simultânes: é factr de rápida expansã d HIV Lcalizaçã Gegráfica: está assciad à cncentraçã de grande percentagem ds funcináris d Aparelh d Estad em prvíncias de elevada taxa de prevalência d HIV em adults. Mbilidade Prfissinal: deslcações cnstantes a terren e transferências a ESPECÍFICOS A lcais islads sem cndições que permitam albergarem a família FUNÇÃO Assédi Sexual: envlve trca de favres prfissinais pr sexuais PÚBLICA Acidentes de Trabalh/Falta de Bissegurança: assciad as que trabalham em ambientes insegurs, cm falta de material descartável e de us crrente, falta de sistema de esterilizaçã e sem equipament prtectr cntra infecções de HIV, envlviment em situações de scrr em cas de acidentes Práticas e Rteirs Específics de Exercíci Prfissinal: rteirs prfissinais específics cm patrulhas ncturnas favrecem risc e a vulnerabilidade à infecçã a HIV. Ex: MINT Ensin ncturn: expõe a risc de vilaçã sexual às raparigas cm mair risc de infecçã pel HIV Precnceits, Atitudes e Mal-entendids em relaçã pel HIV: atitudes e práticas de alt risc FONTE: DADOS EXTRAÍDOS DO RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICO (, 2008) III.5. LIÇÕES APRENDIDAS E DESAFIOS DA RESPOSTA AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA A análise d estági da respsta a HIV e SIDA na funçã pública permitiu bservar que há ainda fragilidades na respsta accinada pel sectr. Estas fragilidades clcam váris desafis imprtantes para redimensinament da respsta sectrial, cm ilustra a tabela seguinte: TABELA 6: LIÇÕES APRENDIDAS E DESAFIOS DA RESPOSTA AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA COMPONENTE LIÇÃO APRENDIDA GERAL A falta de uma estratégia sectrial mais abrangente que riente as intervenções é uma limitaçã para a implementaçã das plíticas e estratégias nacinais cm alcance e efeits esperads. GESTÃO DE RHS & DIREITOS PROFISSIONAIS O HIV e SIDA cnfrnta-se cm mudanças estruturais d sistema de acess a benefícis sciprfissinais ds funcináris. A pandemia gera um nv tip de demandas incmpatíveis cm actual funcinament d sistema. A fragilidade generalizada da capacidade institucinal pde cmprmeter a implementaçã da estratégia sectrial de HIV e SIDA: puca dispnibilidade ds pnts fcais sua alta rtatividade e transferências sbrecarga de estruturas e funções 15

CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS EM RELAÇÃO AO HIV E SIDA ESTRUTURAS CRIADAS PLANIFICAÇÃO, FINANCIAMENTO E INTEGRAÇÃO DO HIV E SIDA NA ROTINA INSTITUCIONAL A prevençã é ainda um pilar fundamental de respsta: muitas dúvidas e cncepções errôneas realçam dificuldades em transfrmar cnheciments em prática (us incnsistente de preservativ e envlviment cm múltipls parceirs). Os métds frmais de cnsciencializaçã sbre HIV e SIDA (palestras, debates, etc.) nã estã a mbilizar audiências, situaçã que clca a necessidade de abrdagens invativas e atractivas. A cncepçã de iniciativas de respsta deve tmar em cnta factres de carácter cntextual, gegráfic, cultural e institucinal que cncrrem para expr a risc de infecçã a HIV e SIDA parte ds funcináris públics. Fram criadas e capitalizadas estruturas para dinamizar a respsta mas este ambiente favrável nã é replicad na mairia das instituições subrdinadas e a nível prvincial e lcal trnand priritári a descentralizaçã da respsta. A criaçã de estruturas tem ptencialidade de assegurar que HIV e SIDA seja priridade das acções na área sectrial e garantir a aprpriaçã das acções; cntud a sua funcinalizaçã é ainda um desafi Transfrmar cmetiment plític e verbal em acções practivas que trnem HIV e SIDA nã mais um assunt paralel e nã priritári face às acções vcacinais de cada área sectrial. Cada área sectrial respndeu de frma islada que limitu a crdenaçã e desenvlviment de intervenções cnsistentes e harmónics Persistem dificuldades de financiament manifestada pela resistência de incluir rúbricas rçamentais para actividades de HIV e SIDA ns plans institucinais (PES/POA) assciad a dificuldades na planificaçã FONTE: DADOS EXTRAÍDOS DO RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL DO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA (, 2008) IV. IMPACTO DEMOGRÁFICO E ECONÓMICO DO HIV & SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA Desde an de 1999, Institut Nacinal de Estatística tem vind a crdenar a elabraçã e publicaçã d relatóri nacinal sbre Impact demgráfic d HIV e SIDA cm prpósit de assegurar que as acções de planificaçã da luta cntra a epidemia n país sejam baseadas numa infrmaçã quantitativa de mair fiabilidade pssível. As infrmações mais imprtantes que servem para rientar a respsta cntra HIV e SIDA e que cnstam d relatóri nacinal sbre impact demgráfic d HIV e SIDA, incluem a taxa de prevalência, a taxa de incidência d HIV, númer de pessas vivend cm HIV, númer de óbits devid a SIDA, númer de pessas cm necessidades de tratament, entre utras. A nível ds ministéris, incluind Ministéri da Funçã Pública, é escassa a infrmaçã quantitativa que reflicta impact d HIV e SIDA e que sirva de base para rientar as estratégias de luta cntra a dença. É nesta base que a presente análise esta cmpnente de estud que pretende visualizar, de frma quantitativa, impact demgráfic d HIV e SIDA n sectr públic. Os resultads apurads d recenseament geral ds funcináris e agentes d Estad divulgads em 2008, permitem gerar infrmaçã de capital imprtância para a planificaçã de diferentes 16

actividades. N que respeita as actividades de respsta a SIDA, cens permite que seus resultads sejam cmbinads cm dads de utras fntes dispníveis n país para estimar impact demgráfic d HIV e SIDA na funçã pública mçambicana. Neste capítul pretende-se apresentar reflex ds indicadres d impact demgráfic de HIV e SIDA da ppulaçã geral para a sub-ppulaçã cnstituída pels funcináris e agentes d Estad. Trata-se de um estud que se enquadra na iniciativa da ONUSIDA de prcurar respnder ás necessidades de infrmaçã para a elabraçã, planificaçã e rientaçã das plíticas de respsta cntra a epidemia de HIV e SIDA n lcal de trabalh e entre s funcináris d Estad. Pretende-se entender a dimensã e as especificidades d impact da epidemia na funçã pública n que respeita as áreas gegráficas d país e as características demgráficas desta sub ppulaçã, pr frma a identificar cm mair precisã as necessidades diferenciadas de respsta que devem ser levadas a cab na luta cntra HIV. O presente estud fi realizad cm recurs a duas infrmações. A primeira é resultad d apurament d recenseament geral ds funcináris e agentes d Estad. Este cens frnece s efectivs ds funcináris e agentes d Estad pr idade, sex e níveis de frmaçã de cada prvíncia. A segunda fnte de dads é resultad d impact demgráfic d HIV nacinal d an 2008, prduzid pel Institut Nacinal de Estatística. Este relatóri cntém s seguintes indicadres: a taxa de prevalência, a taxa de incidência d HIV, númer de pessas vivend cm HIV, númer de óbits devid a SIDA, númer de órfãs, númer de pessas que precisam de tratament. N nível nacinal, as taxas de prevalência btém-se a partir de um prcess bienal e permanente de vigilância epidemilógica em mulheres grávidas, designadas rndas de vigilância. A última rnda de vigilância fi realizada em 2007 e s seus resultads fram usads para estimar impact demgráfic d HIV para a ppulaçã geral d país u seja, cálcul d númer de pessas infectadas, númer de óbits, númer de órfãs, númer de pessas elegíveis a tratament, etc. Para cálcul ds mesms indicadres, para a funçã pública, fram aplicadas as taxas de prevalência da ppulaçã geral em cada uma das regiões, pressupnd que s funcináris públics estã susceptíveis as mesmas taxas de prevalência da regiã nde residem. Mesm assim, padrã ds indicadres d impact d HIV e SIDA na funçã pública é claramente distint d nacinal prque a distribuiçã gegráfica assim cm pr sex e idade ds funcináris públics distingue-se da ppulaçã geral d país. IV.1. ESTIMATIVAS DE FUNCIONÁRIOS INFECTADOS PELO HIV O pics das taxas de prevalência de HIV crrem em idades cmpreendidas entre s 30-39 ans. Para além diss, a taxa de prevalência da ppulaçã masculina de 20-24 ans é muit baixa cmparand cm a das mulheres (4.3 e 11.4). Ist significa que a prbabilidade que uma 17

determinada pessa tem de se infectar, depende da sua idade e sex. Send que entre as mulheres as infecções crrem mais ced que entre s hmens da mesma idade, tal cm acntece na ppulaçã geral d país. Aplicand as taxas de prevalência nacinal para a sub ppulaçã cnstituída pels funcináris d Estad, estima-se que cerca de 31 mil ds 167 mil funcináris apurads pel cens em 2008, estã infectads cm vírus de HIV. A regiã Sul apresenta mair númer de cass de funcináris infectads (17 mil), pr causa d elevad númer de funcináris existentes nesta prvíncia. Pr utr lad, a regiã Sul é a segunda depis d Centr cm elevada taxa de prevalência de HIV a nível nacinal. TABELA 7: FUNCIONÁRIOS INFECTADOS PELO HIV, 2008 Regiã SUL Regiã CENTRO Regiã NORTE Ttal País Grups de idade T H M T H M T H M T H M 15-19 2 1 1 1 1 1 0 0 0 4 2 2 20-24 316 100 216 108 49 59 46 15 31 470 164 306 25-29 2,641 1,166 1,475 1,752 894 859 440 225 216 4,834 2,285 2,549 30-34 4,571 2,657 1,914 2,807 1,820 987 890 619 271 8,268 5,096 3,172 35-39 3,383 1,852 1,531 1,867 1,152 715 777 543 234 6,027 3,547 2,480 40-44 2,694 1,639 1,056 1,575 1,143 431 615 480 135 4,884 3,262 1,622 45-49 2,480 1,866 614 1,463 1,268 195 474 428 47 4,418 3,562 856 50-54 1,101 802 299 572 485 88 206 187 19 1,879 1,473 406 55-59 359 267 91 215 186 29 82 75 7 656 529 128 60-64 135 108 26 64 58 6 35 33 2 234 199 35 65+ 158 140 18 72 68 4 34 33 1 264 241 23 TOTAL 17,842 10,600 7,242 10,496 7,122 3,373 3,600 2,637 963 31,937 20,360 11,578 Fnte: 2008 - Cens d Sectr públic, 2008 e INE 2008 Impact Demgráfic d HIV/SIDA 2008 IV.2. ESTIMATIVAS DE ÓBITOS DEVIDO AO SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA Estuds mstram que temp median entre a necessidade de TARV e mrte pr SIDA, se nã fr tratad, é de aprximadamente 3 ans em ppulações africanas. Cm base na prjecçã de nvas infecções e a cbertura d prgrama de Tratament Anti-retrviral fi estimad númer de óbits esperads devid a SIDA em cada regiã d país. Esta mrtalidade é muit diferenciada pr regiã. Ds cerca de 101 mil óbits devid a SIDA estimads para a ppulaçã geral nacinal em 2008, mair númer de óbits devid a SIDA crre na regiã Centr, cerca de 67%, seguind pela regiã Sul cm cerca de 22%. Esta situaçã tem impact na estimativa de óbits para a funçã pública. A tabela 8, mstra as estimativas de óbits devid a SIDA para a funçã pública em 2008. Os cálculs, fram baseads nas cifras reginais de óbits da ppulaçã geral pr grups de idade e númer de funcináris infectads. Cm resultad d padrã da mrtalidade da ppulaçã geral, bserva-se que embra a mairia de funcináris públics infectads se encntre na regiã sul, a regiã centr (720) tem mair númer de óbits devid a SIDA, ist prque a regiã centr tem elevad númer de óbits entre a ppulaçã geral. 18

TABELA 8: ÓBITOS DEVIDO AO SIDA ENTRE OS FUNCIONÁRIOS DA FUNÇÃO PÚBLICA, 2008 Grups de Regiã SUL Regiã CENTRO Regiã NORTE Ttal País idade T H M T H M T H M T H M 15-19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20-24 6 3 3 6 3 3 1 1 1 12 6 6 25-29 63 25 35 71 29 33 18 8 8 150 59 76 30-34 135 64 68 136 64 60 41 23 14 310 148 144 35-39 154 102 63 150 100 52 52 42 13 362 241 131 40-44 143 90 58 164 126 43 48 40 9 359 255 112 45-49 109 86 34 109 92 21 28 29 4 240 196 61 50-54 53 53 12 48 55 6 14 17 1 113 119 20 55-59 20 19 5 22 25 3 6 7 0 48 51 8 60-64 7 7 2 7 7 1 3 3 0 17 17 2 65+ 2 6 1 6 7 0 2 2 0 14 15 1 Ttal 692 454 280 720 508 221 213 172 51 1,626 1,108 560 Fnte: 2008 - Cens d Sectr públic, 2008 e INE 2008 Impact Demgráfic d HIV/SIDA 2008 IV.3. ESTIMATIVAS DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS COM NECESSIDADE DE TARV EM 2008 A liçã mais imprtante que marcu a vida de tds nós é que pdems prevenir nvas infecções e pdems melhrar a qualidade de cuidads e tratar ás pessas vivend cm vírus de imundeficiência, vírus que causa SIDA. As pessas infectadas cm HIV nã precisam de tratament de imediat. O temp entre a infecçã pel vírus de HIV e a necessidade de TARV é diferente em cada indivídu, mas estuds mstram que temp median entre infecçã e mrte pr SIDA é aprximadamente 11 ans em ppulações africanas. Outrs estuds mstram que se indivídu infectad que precisa de tratament nã encntrar tratament, mrre em média 3 ans depis. Subtraind s 3 ans ds 11 ans, terems 8 ans em média que é temp entre a infecçã e necessidade de tratament. Estes parâmetrs sã distints pr sex, a ONUSIDA recmenda us de um valr de 7.5 ans entre infecçã e necessidade de TARV para hmens, e 8.5 ans para mulheres. A idade da pessa n mment da infecçã nã imprta u seja, uma pessa infectada pel HIV as 25 ans de idade leva mesm temp até precisar de TARV que a utra pessa infectada as 39 ans de idade. Pr utr lad, quant mais velha a pessa infectada, mais prvável é que tenha uma infecçã antiga que uma utra pessa mais jvem. O númer de pessas que precisam de TARV depende da evluçã da epidemia desde a infecçã. Para estimar númer de pessas que precisam de TARV na funçã pública tmu-se em cnsideraçã temp desde a infecçã, que pr sua vez depende da distribuiçã etária da ppulaçã infectada e da prbabilidade de uma pessa infectada de idade determinada precisar de TARV. 19

TABELA 9: NECESSIDADE DE TARV ENTRE OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, 2008 Grups de Regiã SUL Regiã CENTRO Regiã NORTE Ttal País idade T H M T H M T H M T H M 15-19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20-24 39 18 21 14 8 5 7 3 3 59 30 29 25-29 426 175 250 294 136 158 82 40 41 801 352 449 30-34 932 450 482 594 306 288 194 119 75 1,719 875 844 35-39 1,159 717 442 727 478 249 285 215 70 2,171 1,410 761 40-44 1,041 631 410 806 599 207 255 206 50 2,102 1,436 666 45-49 846 603 243 543 440 103 165 147 18 1,555 1,190 364 50-54 456 370 86 291 261 30 92 86 6 839 717 122 55-59 166 134 33 133 121 12 40 38 3 340 292 47 60-64 63 52 11 36 33 3 16 15 1 115 100 15 65+ 128 117 11 69 65 3 25 24 1 222 207 15 Ttal 5,256 3,268 1,988 3,507 1,058 1,058 1,161 893 268 9,923 4,161 3,314 Fnte: 2008 - Cens d Sectr públic, 2008 e INE 2008 Impact Demgráfic d HIV/SIDA 2008 Embra se trate de estimativas indirectas, s resultads alertam para a necessidade de um refrç das acções de luta cntra a dença nas instituições d Estad, nmeadamente, refrç a prevençã, testagem e tratament a tds níveis. IV.4.ESTIMATIVAS DE CUSTOS COM O PESSOAL Os custs cm pessal relativs à pandemia d HIV e SIDA pdem ser categrizads em: Absentism; Licença pr dença prlngada; Encargs cm benefícis sciais relativs à dença u a funeral e; Custs adicinais para repr funcináris falecids pr causa d HIV e SIDA. Quand em resultad d HIV e SIDA a cndiçã de saúde ds infectads se deterira u se a necessidade de cuidar de um familiar dente aumenta, resultad é sempre aument d absentism, que se caracteriza pr ausências infrmais pr períds que pdem variar de algumas hras até períds mais lngs send sempre difícil de medir. Alguns estuds em países vizinhs (PNUD/Malawi) 1 sugerem que um paciente severamente afectad cm SIDA pderá ausentar-se d trabalh cerca de 65 dias pr an enquant que s que estã na fase inicial da dença ausentar-se-ã em média 15 dias. De acrd cm a análise demgráfica em 2008, existirã 31.937 funcináris vivend cm HIV, ds quais 9.923 precisariam fazer TARV dad estad avançad da dença. Na ausência de TARV, a ausência destes funcináris ds respectivs lcais de trabalh representaria um ttal de 975.233 dias crrespndentes a cerca de 2,7% d ttal ds dias de trabalh calculads na base de 220 dias de trabalh pr an, devid a HIV e SIDA. Cm um salári médi mensal estimad 1 The impact f HIV/AIDS n Gvernment Finance and Public Services, Markus Haacher, in The Macrecnmics f AIDS, IMF 20

para a Funçã Pública em USD 343 (8.334, 9 meticais) crrespnderia um encarg ttal de USD 13 milhões (320.000.000 meticais) em 2008. 2 Geralmente quand funcinári fica muit dente e incapacitad para trabalh pde slicitar licença pr dença, e send prtadr de HIV e SIDA beneficia d regime especial de assistência, segund qual é dispensad ds serviçs, mantém s direits da categria e pde ainda beneficiar de um subsídi de 30% d salári além ds custs de deslcaçã para tratament se necessári. Este regime cessa a fim de dis ans passand funcinári para a situaçã de apsentad. Admitind que estariam nestas cndições pel mens equivalente as óbits registads em cada an e pr períds de um an encarg financeir resultante seria na rdem de USD 2 milhões (48.600.000 meticais) cm este subsídi. Para além d absentism devid a licença pr dença ds funcináris infectads, acrescenta-se uma utra causa principal, a assistência às cerimónias fúnebres de funcináris u familiares falecids em resultad d HIV e SIDA. Se admitirms que as mrtes de funcináris crrespndam a númer de funerais (sem cnsiderar s cass de familiares directs ds funcináris) e que em média 20 clegas assistem a funeral, estand ausentes dia de trabalh, terems que s funerais devids a HIV e SIDA cntribuem para agravar a taxa de absentism n mínim em 0.1%. O efeit cmbinad d absentism e das licenças pr denças sugere um enrme impact na prdutividade da funçã pública, pdend chegar a 2.8% d temp ttal de trabalh ds servidres públics. Em ambs s cass, e mais principalmente cm absentism, esta realidade nã se transfrma em nvas cntratações (admissões) a curt praz, mas em menr prdutividade e menr vlume de serviçs prestads pel sectr públic. Ns terms da legislaçã vigente, funcinári d Estad e s familiares a seu carg têm direit a assistência médica e medicamentsa e a um subsídi de funeral, para qual cntribuem cm descnts regulares de percentagem ns seus saláris. Adicinalmente, n cas de trabalhadr falecer, a família beneficia d subsídi de mrte, que crrespnde n mínim a 6 meses d salári, e a uma pensã de sbrevivência mensal, n valr de 50% ds rendiments auferids pel funcinári falecid. A aplicaçã destes dispsitivs em cass de mrtes de funcináris públics estimads para 2008 resultaria em cerca de USD 3,3 milhões (82.000.000 meticais) para subsídi de mrte e utrs USD 3,3 milhões (82.000.000 meticais) para a pensã de sbrevivência. N âmbit da assistência médica e medicamentsa, servidr públic prtadr de HIV e SIDA tem acess a cuidads de saúde gratuits da mesma frma que qualquer utr cidadã, n quadr d acess universal à TARV. Os encargs relacinads cm tratament ds funcináris, cm uma cbertura a 100%, pdem ser estimads em cerca de USD 2.3 Milhões (55.890.000 meticais). 3 2 Os valres mnetáris em dólares fram cnvertids cm base na taxa de câmbi ficial de 1 USD = 24.30 meticais em vigr n dia 24 de Nvembr de 2008. 3 Cust unitári anual de USD 234 para TARV estimad na MEGAS 2004 2006 21

N que respeita a subsídi de funeral e assumind pressupst de 1.626 funerais de funcináris públics em 2008, que na realidade será mair se incluíds s familiares dependentes, representaria um cust estimad de USD 169 mil (4.106.700 meticais). Na medida em que s funcináris prtadres de HIV adecem e mrrem pr SIDA têm de ser substituíds, HIV e SIDA tem implicações n cust de frmaçã ds servidres públics que, cm é óbvi, variam de acrd cm nível de qualificaçã d prfissinal a substituir. Estes custs pdem variar de pequens mntantes para realizar frmaçã em serviç até elevads investiments quand a frmaçã se realiza em váris ans e envlve especializaçã, pr vezes n exterir. Nã se dispõe ainda de infrmaçã necessária para estimar cm alguma fidelidade s custs envlvids. Os custs directs anuais estimads para an de 2008 n sei ds funcináris devid a HIV e SIDA pdem ser resumids cnfrme tabela seguinte: TABELA 10: RESUMO DOS ENCARGOS COM OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS EM 2008 DEVIDO AO HIV E SIDA DESCRIÇÃO ESTIMATIVA DE CUSTO EM DÓLARES (USD) ESTIMATIVA DE CUSTO EM METICAIS (MZN) Absentism e licença prlngada 12,865,567.39 321.633.287,58 Subsídi de dença (30%) 2,007,547.18 48.783.396,47 Ausência pr funerais 428,963.07 10.423.802,60 Subsídi de Funeral 169,083.99 4.108.740,96 Subsídi de mrte 3,345,911.97 81.305.660,87 Pensã de sbrevivência 3,345,911.97 81.305.660,87 Custs cm pessal 22,162,985.56 538.560.549,11 % das despesas cm pessal de 2008 3.1% 3.1% TARV 2,322,090.21 56.426.792,10 Cesta Básica (6 meses) 1,718,415.53 41.757.497,38 Cust ttal direct 26,203,491.30 636.744.838.59 Há um utr element adicinal que geralmente nã é devidamente cnsiderad quand se analisa s custs de frmaçã e de repsiçã, que é fact de a ferta de mã-de-bra cm s cnheciments e as habilidades adequadas ser escassa /limitada. Esta restriçã aumenta quand se elevam as qualificações requeridas. IV.5.IMPACTO ECONÓMICO É universalmente aceite que HIV e SIDA cnstitui hje um séri desafi para desenvlviment ecnómic ds países, em especial s mais afectads pela pandemia, cm se prcuru mstrar 22

a lng das secções anterires. Neste prcess, s indivídus e as famílias enfrentam riscs acrescids, de cntrair virus e a dença, assim cm pela ersã da capacidade ds sistemas frmais e infrmais de prtecçã scial. As empresas e as instituições sã afectadas pela perda de prdutividade e pel aument das despesas directamente relacinadas cm HIV e SIDA. A nível macrecnómic, as taxas de cresciment ecnómic diminuem devid a um cresciment ppulacinal mais lent e a um menr investiment derivad de uma menr pupança nacinal, custs crescentes e reduçã das expectativas ecnómicas. O PARPA II indica que estimativas sugerem que HIV e SIDA será respnsável pela reduçã das taxas de cresciment ecnómic per capita em Mçambique entre 0.3% e até 1% ns próxims ans. V. ESTRATÉGIA DE COMBATE AO HIV E SIDA NA FUNÇÃO PÚBLICA 1. VISÃO, MISSÃO E OBJECTIVOS A) VISÃO Um sectr públic mais engajad e cm ambiente aprpriad para a dinamizaçã de uma respsta eficiente a HIV e SIDA n seu lcal de trabalh. B) MISSÃO Guiar e salvaguardar a expansã, intensificaçã e cnslidaçã da respsta nacinal a HIV e SIDA através de actividades de prevençã, cuidads e mitigaçã d seu impact cm parte da estratégia da refrma d sectr públic para alcançar a prdutividade e desenvlviment sóciecnómic através de uma funçã pública eficiente e livre d HIV e SIDA. C) OBJECTIVOS GERAIS Esta estratégia tem cm bjectivs: Criar ambiente favrável para acções de respsta efectiva a HIV e SIDA na Funçã Pública; 23