Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso
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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso Benefícios do Treinamento de Força em Crianças e Adolescentes em Idade Escolar: Uma Revisão de Literatura. Autor: Juliano da Silva Guimarães Orientador: Jonato Prestes PhD. Brasília - DF 2011
2 JULIANO DA SILVA GUIMARÃES BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM IDADE ESCOLAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Artigo apresentado ao curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do título de licenciado em Educação Física. Orientador: Jonato Prestes PhD. Brasília 2011
3 Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais que sempre incentivaram meus estudos, à minha filha Júlia, à minha namorada Catarina, por compreender cada tempo despendido neste estudo, aos meus familiares e amigos, aos professores, orientadores e colegas de universidade.
4 JULIANO DA SILVA GUIMARÃES BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM IDADE ESCOLAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA Resumo: O objetivo desta revisão literária foi de observar os benefícios que o treinamento de força pode trazer a crianças e adolescentes. Levando em conta as diversas variáveis do treinamento, bem como o nível maturacional de tais crianças e adolescentes. Comparando os aspectos fisiológicos do exercício em crianças e adolescentes com os ocorridos em adultos, e como é sugerido o treinamento de força para tal faixa etária. Palavras-Chave: Treinamento de força. Massa muscular. Massa óssea. Crianças. Adolescentes. INTRODUÇÃO SIMÃO, (2006) O treinamento de força é recomendado para aumentar não somente a força, mas também, resistência, hipertrofia, potência muscular e para melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde. Entretanto, dependendo dos objetivos pode haver variações na prescrição e periodização deste tipo de treinamento. Sendo assim é de extrema importância o cuidado com as variáveis do treinamento de força, tais como: volume, intensidade, tipo de ação muscular, intervalo de recuperação entre as séries e os exercícios bem como a ordem em que estão disponibilizados tais exercícios. O treinamento de força em crianças e jovens deve ser utilizado de forma consciente, ajustando-se ao processo geral de formação desportiva, a literatura postula um desenvolvimento harmonioso e multilateral da força muscular geral, no sentido do aumento da condição física, realce do desenvolvimento desportivo como também da prevenção das lesões SARAIVA, (2009).
5 Atualmente, nas diversas áreas da educação física tem se preocupado sobre os métodos e tipos de atividade a serem desenvolvidas com crianças e adolescentes, quais os benefícios e malefícios destes treinamentos e suas conseqüências. LAZZOLI et al., (1998) comentam que a prescrição da atividade física na criança e no adolescente tem como objetivo criar o hábito e o interesse pelo exercício, e não treinar visando desempenho. Dessa forma, deve-se priorizar a inclusão da atividade física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, integrando as crianças e não discriminando os menos aptos. GOLDBERG et al., (2003) comentam sobre a intensidade das atividades físicas para crianças e adolescentes, a fim de manter e adquirir a maturação óssea dessas crianças, observando-se a perda de minerais, por mais que a atividade física potencialize o ganho de densidade mineral óssea, sempre lembrando que a intensidade dos exercícios devem ser respeitadas por faixa etária e maturação óssea de tais crianças e adolescentes. SCHNEIDER et al., (2003) realizaram os testes isométrico e isocinético em crianças e adolescentes praticantes de atividade física, na modalidade do voleibol, onde submetidos a tais testes foi observado que as crianças pré-púberes são menos fortes que as púberes, seja em qualquer gênero, ou seja, o jovem pré-púbere não demonstrou grandes níveis de desenvolvimento de força através da atividade física, ao contrário dos jovens púberes. Sendo assim, esta revisão literária tem como objetivo, discutir os efeitos de diferentes intensidades do treinamento de força em crianças e adolescentes em idade escolar.
6 FISIOLOGIA DA CRIANÇA E ADOLESCENTE VERSUS ADULTOS A energia química dos alimentos é transformada em energia mecânica, o gasto e a ingestão de energia variam de pessoa para pessoa devido a inúmeras variáveis, ao passo que, em crianças e adolescentes este gasto está relacionado ao metabolismo basal, velocidade do crescimento, desenvolvimento e nível de atividade física realizada PINHO; PETROSKI, (1997). A puberdade é o período em que o pré-adolescente exibe as maiores mudanças corporais, sendo estas endócrinas, fisiológicas e morfológicas. Nesta fase percebe-se maturação dos órgãos sexuais, crescimento de pelos e aumento da estatura. Ocorre a primeira menstruação nas meninas (menarca) e as poluções masculinas (ejaculações espontâneas, sem coito), mudança de voz nos rapazes, o amadurecimento da genitália, com o aumento do tamanho do pênis e dos seios. De acordo com FARINATTI, (1995), a puberdade não deve ser confundida com a adolescência, ao passo que, ambas podem até coincidir, porém não são essencialmente iguais. Os princípios gerais sobre as respostas do organismo devido ao exercício e ao treinamento físico são os mesmos em crianças, adolescentes e adultos, entretanto, são notórias as particularidades em crianças e adolescentes, que decorrem tanto do aumento da massa muscular, quanto da maturação que acelera durante a puberdade LAZZOLI et al., (2001). Em relação ao potencial aeróbio, percebe-se que o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO 2 máx) se dá ao longo da idade, com uma aceleração maior em meninos do que em meninas, pois esta variável está intimamente relacionada ao aumento de massa muscular LAZZOLI et al., (2001). SOBRAL, (1998) em comparação com o adulto, a criança e o adolescente apresentam menor capacidade anaeróbia, diferença que parece
7 ter determinantes fundamentais de natureza bioquímica, pois a concentração de lactato no músculo e no sangue destes é mais baixa do que no adulto; bem como a sua taxa de glicólise anaeróbia é inferior. ERIKSSON et al., (1971) verificaram que, numa mesma intensidade de exercício, garotos pré-púberes apresentam valores de lactato nos músculos 35% inferiores aos observados no adulto. Adicionalmente, segundo LAZZOLI et al., (2001) A potência anaeróbia não difere entre meninos e meninas pré-púberes, mas cresce proporcionalmente mais em meninos a partir da puberdade. A termorregulação das crianças e adolescentes é menos eficiente que em adultos, a velocidade em que crianças trocam calor com o meio é maior que em adultos devido à sua massa corporal, ou seja, crianças perdem calor mais rápido do que adultos em ambientes frios e ganham calor mais rapidamente em ambientes quentes, produzindo maior desidratação e conseqüente redução da volemia, com prejuízo do desempenho e do mecanismo de termorregulação LAZZOLI et al., (2001). EFEITOS FISIOLÓGICOS DO TREINAMENTO DE FORÇA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Outro componente da aptidão física relacionada a saúde é a força muscular. As pesquisas na musculação em crianças têm investigado se o treinamento pode trazer benefícios ou não para sua saúde, crescimento e desenvolvimento RISSO et al., (2003). Diligências mais recentes fundamentadas em estudos científicos tornaram evidentes que é possível o treinamento de força para crianças, incluindo os pré-púberes BLIMKIE, (1989); FREEDSON et al, (1990); SALE, (1989). Em relação à massa óssea, este é outro ponto com bastante ênfase durante o trabalho de força em crianças e adolescentes. O tecido ósseo é dinamicamente responsivo à demanda funcional que lhe é imposta, o que gera alterações de sua massa e força. Essas mudanças resultam da força gravitacional e da ação intensa dos músculos ligados aos ossos. A resposta adaptativa do osso dependerá, portanto, da magnitude da carga e da
8 freqüência de aplicação, as quais, sendo regularmente repetidas, desencadeiam efeitos osteogênicos GOLDBERG et al., (2003). GOLDBERG et al., (2003) reporta que embora existam controvérsias na literatura sobre os mecanismos de adaptação do tecido ósseo exposto a cargas externas, o impacto do exercício físico vigoroso sobre a massa óssea é relevante durante a adolescência, quando o pico de massa óssea está por ser alcançado. O aumento da densidade mineral óssea durante a puberdade é devido primariamente à expansão do tamanho ósseo em função do crescimento físico e, posteriormente, pelo aumento da espessura da cortical. KRAHL et al., (1994) relata que um incremento de 3 a 5% na densidade mineral óssea resulta em redução no risco de fraturas na ordem de 20 a 30%. Há evidências de que os efeitos do exercício físico sobre a massa óssea, próximo ao pico máximo da velocidade de crescimento, sejam mais efetivos para potencializar o ganho da massa óssea, quando comparado com exercícios físicos realizados apenas na fase final da adolescência. RAMOS, (1998) comenta que o treinamento de força pode aumentar a liberação do hormônio do crescimento. O hormônio do crescimento aumenta a síntese protéica, a mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo, diminui a utilização de glicose no organismo e estimula o crescimento ósseo. A atividade física estimula o crescimento longitudinal bem como a espessura óssea, melhora o controle do peso corporal, aumenta a força muscular e a flexibilidade, proporciona resistência cardiorrespiratória, promovendo assim queda nas concentrações de colesterol e triglicerídeos no plasma, prevenindo assim doenças cardiocirculatórias. Segundo ROCHA, (1978) o desenvolvimento da força pode sofrer influência de vários fatores, sendo eles: sistema nervoso; raça; sexo; tipo de fibra; freqüência de treinamento, dentre outras. FLECK, (1997) comenta que a força é basicamente a realização de exercícios contra uma determinada resistência, que visa condicionar uma resposta fisiológica corporal para certa
9 atividade a ser realizada, podendo ser recreativa ou específica, com um objetivo a ser atingido. Sobre o treinamento de força em crianças e adolescentes ainda existem alguns mitos. Vários pesquisadores são contrários a este tipo de treinamento nesta faixa etária alegando a falta de hormônios específicos para o aumento de massa muscular e força, bem como a possibilidade desses treinamentos impedirem o crescimento normal da criança e adolescente. No entanto, sabe-se que o treinamento de força pode contribuir para a proteção do aparelho locomotor OLIVEIRA et al., (1995). O treinamento deverá respeitar as particularidades do crescimento da criança. Os possíveis benefícios advindos do treinamento são: prevenção e correção de deficiências posturais; estimulação biológica favorável ao crescimento e desenvolvimento; aquisição de novas habilidades motoras RISSO et al., (1999). Ao relacionar o treinamento de força com o crescimento ósseo, deve-se observar a sobrecarga utilizada, uma vez que o tecido ósseo não se encontra em sua formação final. Durante este período, músculos, tendões e ligamentos são mais resistentes do que suas inserções nos ossos, o que aumenta o risco de lesões. LOPES, (2003) investigou as possíveis alterações epifisárias ocorridas em função do treinamento de força muscular em prépúberes. As crianças foram submetidas a um período de 4 semanas de adaptação ao treinamento, e a 12 semanas de treino com sobrecarga a 80% de uma repetição máxima (1-RM). Foi realizado exame radiológico nas articulações do cotovelo e joelho direito. Após o período de treinamento, as crianças repetiram as avaliações radiológicas, e os resultados não indicaram nenhuma alteração das epífises dos ossos longos. Alguns preconceitos estão sendo derrubados em relação ao treinamento de força em crianças e adolescentes, OLIVEIRA et al., (1999) como possíveis comprometimentos do crescimento cartilaginoso; fraturas; lesões crônicas e problemas lombares. A esse respeito, tem-se verificado que,
10 com uma adequada supervisão da sobrecarga e execução dos exercícios, a incidência de lesão é praticamente nula. Outro componente afetado pelo treinamento de força é a força, ao passo que, a ativação muscular é controlada pelo sistema nervoso. A força muscular tende a aumentar em função do crescimento e da maturação da criança e do adolescente. Com o treinamento com sobrecarga, podem ocorrer ganhos significativos na força muscular através de um aumento da eficiência de recrutamento das unidades motoras responsáveis pela contração muscular e melhora na coordenação motora, sem alterações das medidas antropométricas durante o período de treino OLIVEIRA et al., (2003); CRESTAN et al., (2001). Sugere-se a utilização do sistema de séries alternadas utilizado para desenvolver resistência de força. Ele consiste na execução de um exercício para um determinado grupo muscular, seguido de outro exercício para um grupo muscular contrário ao utilizado, permitindo assim um descanso parcial no grupo muscular recém treinado. O treinamento de força pode ser trabalhado em crianças e adolescentes, desde que com cautela e organização respeitando o desenvolvimento harmônico do individuo. Cuidados com a execução e com a sobrecarga utilizada são fundamentais para o sucesso deste tipo de treinamento, devendo sempre ser assistido por profissionais gabaritados. O treinamento de força ou musculação é uma opção de atividade para crianças e adolescentes, assim como esportes; lutas; jogos dentre outros. O profissional de educação física assim como nas demais áreas da profissão, deve estar sempre preparado para a atividade que irá trabalhar, planejando corretamente o treinamento observando e respeitando as individualidades biológicas de cada criança ou adolescente.
11 DOSE-RESPOSTA PARA PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO DE FORÇA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES A atividade física em crianças e adolescentes tem por objetivo a criação do hábito pelo exercício. Segundo LAZZOLI et al., (1998) deve-se priorizar a atividade física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, integrando as crianças e não discriminando os menos aptos. Entretanto, a competição desportiva pode trazer benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, uma vez que proporciona experiências em equipe, colocando a criança frente a situações de vitória e derrota. Já para RISSO et al., (1999) o treinamento de força em crianças e adolescentes deve ter por objetivo a manutenção e construção de uma equilibrada estética corporal, com desenvolvimento harmonioso do corpo. No entanto, para que o treinamento de força em crianças tenha sucesso é imprescindível uma avaliação física completa antes do treinamento resistido. RISSO et al., (1999) relata que para uma elaboração de um programa de treinamento de força sistematizado deve haver equilíbrio entre os exercícios escolhidos, envolvendo todos os grupamentos musculares. Observar a simetria na escolha dos exercícios, selecionando os que permitam o desenvolvimento de uma ou mais articulações. A sobrecarga utilizada deve permitir a execução de pelo menos seis repetições por série. O número de séries deve ser de uma a três. Cada sessão de treinamento deve durar de vinte a sessenta minutos e deve incluir pelo menos três elementos: trabalho aeróbio; força muscular e flexibilidade. Deve-se utilizar, para a análise da sobrecarga, o teste de repetições máximas (RM) ROBERTS; WEIDER, (1994). Quando o objetivo for condicionamento aeróbio, a prescrição deve contemplar as seguintes variáveis: duração, intensidade e freqüência semanal, obedecendo aos princípios gerais de treinamento. O treinamento muscular deve ser realizado com cargas moderadas e maior número de repetições,
12 valorizando o gesto motor, uma vez que este tipo de atividade contribui para o aumento de força muscular e massa óssea. O risco de lesões osteoarticulares em crianças que realizam trabalhos com sobrecarga muscular é na verdade menor do que o relacionado com esportes de contato, desde que seja realizado com cargas submáximas sob supervisão profissional adequada. Em relação à flexibilidade, seu treinamento deve envolver os principais movimentos articulares e ser realizado de forma lenta até o ponto de ligeiro desconforto e então mantidos por cerca de 10 a 20 segundos LAZOLLI et al., (1998). A seguir serão apresentadas algumas orientações básicas quanto ao treinamento de força em crianças e adolescentes em diferentes faixas etárias propostas por RISSO et al., (1999). ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA PROGRESSÃO DOS EXERCÍCIOS DE FORÇA EM CRIANÇAS a) Idade de 5 a 7 anos: - Inicie a criança nos exercícios básicos com pouco ou nenhum peso; - Desenvolva o conceito de uma sessão de treinamento; - Ensine as técnicas do exercício; - Progrida de exercícios calistênicos com peso do corpo, exercícios com parceiros e exercícios com cargas leves; - Mantenha o volume baixo. b) Idade de 8 a 10 anos: - Aumente gradualmente o número de exercícios; - Pratique a técnica de exercício para todos os levantamentos; -Inicie incremento gradual progressivo e carga dos exercícios; - Mantenha os exercícios simples; - Aumente o volume lentamente; - Monitore a tolerância ao estresse do exercício cuidadosamente. c) Idade de 11 a 13 anos: - Ensine as técnicas básicas dos exercícios; - Continue progressivamente aumentando o peso de cada exercício;
13 - Enfatize a técnica do exercício; - Introduza exercícios mais avançados com pouca ou nenhuma carga. d) Idade de 14 a 15 anos: - Progrida para programas de exercícios de força mais avançados; - Inclua componentes específicos do esporte se assim desejar; - Enfatize as técnicas do exercício; - aumente o volume. e) Idade de 16 anos em diante: - Defina o nível inicial de programas para adultos, depois que toda a experiência anterior tenha sido adquirida FLECK; KRAEMER, (1999). Entretanto, segundo os autores supracitados, algumas questões devem ser levadas em consideração antes que a criança e ou adolescente inicie um programa de treinamento de força, dentre as quais: estar fisicamente e psicologicamente preparado para treinar; qual programa seguir; conhecer as técnicas corretas dos exercícios; os assistentes devem conhecer os procedimentos de segurança; a criança e ou adolescente conhecerem os procedimentos de segurança; o equipamento se ajusta à criança e ou adolescente; o programa de treinamento deve ser equilibrado, ou seja, a criança participa de atividades cardiovasculares e também pratica outros esportes. CONCLUSÃO Em conclusão, crianças e adolescentes podem realizar o treinamento de força e obter benefícios na força muscular, massa óssea, aptidão cardiorrespiratória, flexibilidade, coordenação motora e aquisição de novas habilidades motoras. Outrora, são extremamente importantes os cuidados com as variáveis do treinamento de força, este deve ser utilizado de forma consciente de modo a desenvolver um harmonioso crescimento do indivíduo que está sendo treinado. Devem-se respeitar as devidas faixas etárias e maturação das crianças e adolescentes durante o treinamento de força, pois a sua massa
14 óssea ainda encontra-se em desenvolvimento. Neste sentido, se recomenda utilizar cargas submáximas, ou seja, cerca de 80% das repetições máximas. Embora os princípios gerais sobre as respostas quanto ao treinamento de força em crianças e adolescentes, sejam os mesmos que em adultos, crianças e adolescentes tem condições que devem ser levadas em consideração tais como: aptidão aeróbia, capacidade anaeróbia e termorreguladora, pois crianças e adolescentes correm mais riscos de desidratações. Para o sucesso do treinamento de força em crianças e adolescentes recomenda-se que este contemple as variáveis: força muscular, trabalho aeróbio e flexibilidade. Sugere-se a utilização de séries alternadas por grupamento muscular, utilizada para desenvolver resistência de força, cautela quanto à sobrecarga e cuidados com a execução dos exercícios, observar a simetria na escolha dos exercícios permitindo o desenvolvimento de uma ou mais articulações. Quando o objetivo for condicionamento aeróbio, observar a duração, intensidade e freqüência semanal e em relação à flexibilidade os exercícios devem envolver os principais movimentos articulares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ERIKSSON B.O., KARLSSON J., SALTIN B. Muscle metabolites during exercise in pubertal boys, Acta Pediatr Scand FARINATTI, P.T.V, Criança e atividade física, Sprint, Rio de Janeiro, GOLDBERG, T. B. L. et al. O esporte e suas implicações na saúde óssea de adolescentes. Rev. Bras. Med. do Esporte, Niterói, v.09, n. 6, GURJÃO A. L. D. et al. Variação da força muscular em testes repetitivos de 1- RM em crianças pré-púberes. Rev. Bras. Med. do Esporte, Niterói, v. 11, n. 6, 2005.
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