Acusado pelos EUA, Marco Polo Del Nero finalmente deixa CBF

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO SEXTA-FEIRA, 4 DE DEZEMBRO DE 2015 NÚMERO DO DIA US$ 20 mi é o quanto Ricardo Teixeira teria recebido de propina pelo contrato da CBF com a Nike EDIÇÃO 395 Acusado pelos EUA, Marco Polo Del Nero finalmente deixa CBF POR ERICH BETING A quinta-feira foi agitada na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Marco Polo Del Nero iniciou o expediente como presidente e encerrou-o como mais um que se licencia do cargo máximo do futebol no país. Acusado pela Justiça dos EUA de recebimento de propina para fechamento de contratos, Del Nero pediu licença do cargo para preparar sua defesa. Em seu lugar assume o deputado e ex-presidente da Federação do Espírito Santo, Marcus Antônio Vicente. A saída de Del Nero acontece pouco mais de meio ano após a sua volta às pressas da Suíça, onde, em 27 de maio, foi preso José Maria Marin, seu antecessor no cargo da CBF. Del Nero, desde então, não deixou o Brasil e dizia que estava cuidando de assuntos ligados ao futebol para justificar o fim das aparições públicas. Pela manhã, o dirigente já havia sido envolvido em denúncia do Comitê de Ética da Fifa, que havia anunciado que irá investigá-lo, assim como a Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. A situação que levou ao pedido de licença se desencadeou mais tarde, quando a Justiça dos EUA divulgou que Nero e Teixeira, além de outros 14 dirigentes, estão envolvidos em escândalos de corrupção. Esse relatório americano já havia levado à prisão, pela manhã, dos atuais presidentes da Conmebol e da Concacaf, entidades que cuidam do futebol nas Américas do Sul, Central e Norte. Juan Angel Naput e Alfredo Hawit foram presos acusados de receber propina por contratos de TV de torneios nas Américas bem como em eliminatórias para a Copa. Os EUA têm agora 40 dias para formalizar os pedidos de extradição. A reviravolta na CBF pegou a entidade de surpresa. Por conta do mau tempo no Rio de Janeiro, que fechou os aeroportos, o novo presidente não havia retornado à entidade a tempo de assumir o cargo, o que deve ocorrer hoje. 1

2 A foto que traduz à perfeição a reviravolta vivida pelo futebol POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte A escolha de uma foto na edição de um material jornalístico é quase sempre um exercício divertido. Na maioria das vezes, procuramos, com a imagem, passar uma imagem que reforce e capte a atenção do leitor. No caso da edição de hoje deste Boletim, fomos atrás de uma foto que pudesse ilustrar bem como o futebol mudou de cabeça para baixo no Brasil em tão pouco tempo. A foto de Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, punhos cerrados, numa espécie de celebração da Copa das Copas, era emblemática. Simbolizava o presente e o futuro com cara de passado do nosso futebol. Homens que estavam soberanos, controlando com rédea curta o futebol no país e, naquele instante, com o poder de serem os donos da Copa do Mundo no Brasil. Isso foi há cerca de 18 meses. Hoje, Marin cumpre prisão domiciliar nos EUA. Del Nero acaba de pedir para sair da CBF para tentar defender o que parece ser cada vez mais indefensável, que é o sistema que vigora nos negócios da bola há praticamente meio século. A foto é simbólica. Marca o final de uma era. Foi pelos punhos cerrados de Marins e Del Neros que o futebol saiu de um esporte popular para um dos maiores negócios da indústria do entretenimento mundial. Por conta disso, não dá mais para o modelo de negócios no futebol ser baseado num grupo fechado, em que as decisões de quem pode fazer parte ou não da indústria são feitas por trocas de interesses e negócios um tanto quanto escusos. Isso já era. Uma imagem, quase sempre, nos leva a pensar mais de mil palavras... Clubes da liga feminina de basquete lançam reivindicações para a CBB POR ADALBERTO LEISTER FILHO Os seis clubes da LBF (Liga de Basquete Feminino) apresentaram ontem oficialmente, em São Paulo, suas propostas para a seleção feminina. A iniciativa é resultado do descontentamento das seis equipes que disputam a LBF com o planejamento da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) para a Olimpíada do Rio de Janeiro Não queremos cargos, estamos em busca apenas do melhor para o basquete feminino, afirmou Ricardo Molina, presidente do Corinthians/Americana, atual bicampeão nacional. Além do time paulista, integram o grupo Santo André, Presidente Venceslau, Sampaio Corrêa, Maranhão e América-PE. Os clubes já avisaram que, caso não sejam ouvidos pela confederação, não irão ceder suas jogadoras para o evento-teste do basquete, marcado para janeiro, no Rio. A reivindicação dos clubes se alicerça em três tópicos. Os times querem que a CBB forme uma comissão técnica integrada pelos treinadores de cada equipe que disputa o LBF. Esse grupo irá definir o planejamento da seleção, decidindo inclusive se o técnico Luiz Augusto Zanon seguiria no cargo. Os dirigentes querem ainda acompanhar e serem ouvidos sobre onde serão utilizados os recursos para a preparação do time. Outro pedido é que o evento-teste já seja a primeira convocação para a Olimpíada. No mesmo dia, a CBB fez um encontro de dirigentes para discutir a situação do feminino. 2

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4 Klar une esporte e mídia para impulsionar nova marca no país POR DUDA LOPES Recém-lançada pelo grupo Glaic, a Klar tem uma tarefa dura pela frente. A marca fará a estreia no mercado brasileiro em 2016 e terá pela frente a concorrência de produtos consagrados sustentados pelas gigantes Unilever e P&G. E o caminho utilizado para alcançar o êxito foi o esporte. Por ora, o ciclo de patrocínios está fechado com o Corinthians. Antes, a marca já havia apresentado negócios com o piloto Luciano Burti, da Stock Car, e o time feminino de vôlei do Pinheiros. A equipe de futsal do Corinthians também fez parceria com ela. À Máquina do Esporte, o presidente da Klar, Marcelo Prado, justificou a iniciativa. Nas outras divisões do grupo, não era preciso mídia, era preciso tecnologia para atender outras indústrias. Como agora nós vamos para o mercado de varejo, nós precisamos de exposição, de marca, de mídia para o consumidor final, comentou. A marca não estará apenas com o esporte. A Klar fechou com a agência DM9 para investir em publicidade na nova marca. A agência tem como vice-presidente Marcelo Passos, que não por acaso é diretor de marketing do Corinthians. Na mídia, já há duas emissoras abertas que contarão com comerciais da empresa durante o próximo ano. O investimento total foi chamado de pesado, mas o valor não foi revelado. O esporte será usado em duas frentes. A exposição, claro, será fundamental à empresa. Tanto que a marca estará presente em uniformes, placas e backdrops de todos os patrocinados. Mas, além disso, haverá promoções de venda. O carro-chefe é o Corinthians, mas os outros esportes serão um apoio aos consumidores menos ligados ao futebol ou ao próprio time de São Paulo. Copa do BR teve mais de 11 mi visualizações no Twitter A final da Copa do Brasil gerou, no Twitter, mais de 11,4 milhões de impressões (quantidades de vezes em que tuítes relacionados ao jogo foram visualizados na plataforma), das 21h de quarta- -feira (dia 2) às 2h da madrugada de quinta (dia 3). O término da disputa de pênaltis, que consagrou o Palmeiras campeão, à 0h16, foi o instante com o maior pico de tuítes por minuto (TPM). O segundo pico foi após Ricardo Oliveira marcar o gol do Santos, às 23h53. O terceiro momento foi à 0h09, quando Fernando Prass defendeu pênalti do zagueiro do Santos Gustavo Henrique. Apesar do vice-campeonato, Ricardo Oliveira foi o jogador mais comentado da partida. Em segundo lugar ficou o herói da noite Fernando Prass, seguido do atacante Nilson, que nem entrou em campo. O jogador santista perdeu gol no final do jogo de ida, na semana passada, na Vila Belmiro. Em ação conjunta com os dois clubes, a plataforma teve bastante interação oficial. Os jogadores registraram momentos de comemoração do título com o uso do Twitter Mirror, que publicou as imagens diretamente no perfil oficial dos times. Os torcedores que comemoraram a vitória na plataforma mencionando a conta oficial do Palmeiras com a hashtag #MaiorCampaeãoDoBrasil. 4

5 POR REDAÇÃO Novo presidente da CBF terá como missão conter rebelião Durante quase 25 anos, a CBF teve um único presidente. Ricardo Teixeira, com estilo centralizador, comandou o futebol nacional, sobrevivendo a duas CPIs e resultados historicamente ruins do time nacional dentro de campo sem sofrer qualquer abalo. Fortalecido pela realização da Copa do Mundo em 2014, Teixeira era uma espécie de grande líder do futebol no país. Desde sua renúncia, há três anos, a CBF vive uma fase completamente nova. Já passaram pela cadeira da presidência José Maria Marin e, até ontem, Marco Polo Del Nero. Um está preso, o outro é acusado de corrupção, assim como Teixeira. Agora, quem assume é um político. Marcus Antônio Vicente tem como missão assumir o leme e conter um movimento forte dos clubes de tomarem o poder de organizar competições para eles. Tendo a Primeira Liga, formada por clubes do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a liga é um embrião para um projeto maior, que sempre parou na força dos bastidores dos mandatários da CBF: a criação de uma liga nacional de clubes e que gerencie a Série A do Campeonato Brasileiro. O plano é audacioso, mas nunca a CBF esteve tão fragilizada como agora. Ontem, mesmo após a formalização da licença de Del Nero, a liga não se manifestou sobre os acontecimentos no futebol mundial e que impactaram diretamente no país. Vicente terá de conter os ânimos dos clubes e procurar segurar, nas mãos da CBF, o controle das principais competições. O problema, para ele, é o acúmulo da função na CBF com o trabalho de deputado federal. No meio do ano, após estourar o escândalo que prendeu Marin, Vicente consultou órgãos do governo para saber se poderia haver conflito de interesses em ter o cargo em Brasília e no Rio. Nesta sexta-feira, começa a valer o novo mandato da CBF. Resta saber se a rebelião será contida. Sem pretensões, Santos liquida ingressos no Brasileiro O Santos resolveu fazer promoção de ingressos para a última partida da equipe na temporada. O time enfrenta no domingo o Atlético-PR, na Vila Belmiro, em jogo que não vale nada no Brasileirão. Ambos os clubes não correm risco de rebaixamento, tampouco disputam uma vaga no G4, que dá classificação à Copa Libertadores de Para motivar os torcedores, após a derrota na final da Copa do Brasil, a diretoria santista está dando 50% de desconto no valor do ingresso para o confronto apenas para compras nas bilheterias. Com isso, a entrada mais cara (cadeira coberta lateral) será comercializada a R$ 50. A mais barata (arquibancada superior) sairá por R$ 30. 5