Lava Jato chega ao futebol e vê indício de corrupção em estádios

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1 B O L E T I M OFERECIMENTO QUARTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2016 NÚMERO DO DIA R$ 1,2 mi foi o prejuízo da McLaren com o acidente de Fernando Alonso no GP da Austrália de Fórmula 1 EDIÇÃO 467 Lava Jato chega ao futebol e vê indício de corrupção em estádios As investigações da Lava Jato finalmente chegaram ao futebol e, agora, paira sobre a construção de estádios da Copa do Mundo. A deflagração da 26ª fase da operação anticorrupção indicou um pagamento de propina de R$ 500 mil a André Luiz de Oliveira, vice-presidente do Corinthians. O valor foi pago pela construtora Odebrecht, responsável pelas obras de construção da Arena Corinthians. Oliveira foi levado para depor e acabou sendo preso por porte ilegal de armas. Após pagar fiança, foi liberado. Ele foi levado pela Polícia Federal após a descoberta de uma planilha com diversos pagamentos de propinas que eram feitos pela Odebrecht. Um dos depósitos, identificado como Timão, levou a polícia até o dirigente. Braço-direito de Andrés Sanchez, de quem é chefe de gabinete na Câmara dos Deputados, Oliveira é a primeira pessoa ligada ao futebol que tem o nome envolvido na Lava Jato. A lista, porém, pode aumentar. Na noite de ontem, a Odebrecht divulgou comunicado em que disse que irá fazer acordo de leniência para revelar os pagamentos que foram feitos pela empresa. Além disso, Marcelo Bahia Odebrecht, seu ex-presidente e que já foi condenado a 19 anos de prisão, assinou acordo para fazer delação sobre a corrupção. A Odebrecht foi responsável pelas obras de quatro estádios da Copa do Mundo. Além do Corinthians, o Maracanã, a Fonte Nova e a Arena Pernambuco foram obras erguidas pela empresa, que ainda assumiu a gestão dos espaços após a Copa do Mundo. Na operação de ontem feita pela PF, também foi chamado para depor Douglas Franzoni Rodrigues, que é sócio do estabelecimento Red Bar, no estádio do Beira-Rio. Ele é acusado de ter recebido R$ 50 mil da Odebrecht. O Beira-Rio, porém, foi erguido pela Andrade Gutiérrez, o que não vincula o estádio ao escândalo. Outra empresa que também é investigada pela Lava Jato e que fez obras para a Copa é a OAS. 1

2 O futebol precisa se preparar para o legado da Lava Jato POR ERICH BETING diretor da Máquina do Esporte A gestão das novas arenas de futebol após a Copa do Mundo era uma das grandes apostas para o início de uma nova era de profissionalização. Ao menos para mim, havia a esperança de que, na Copa do Mundo, aprenderíamos nós, torcedores, empresas, imprensa e gestores esportivos, um pouco sobre a importância de se ter um estádio que traga melhorias à cadeia produtiva da bola. Com a investigação da Lava Jato invadindo os campos erguidos para a Copa do Mundo, a situação pode levar a uma terra arrasada após o furacão passar, ainda mais se ele envolver toda a delação da Odebrecht. A limpeza mais do que necessária da corrupção é um alento, ainda mais num meio com práticas ilícitas muito similares às da esfera pública como é o futebol. Mas qual será o impacto disso sobre os estádios que foram entregues há dois anos? A saída de players como Odebrecht e OAS pode representar a volta de práticas muito pouco profissionais na gestão de estádios no país. É a volta do Chiquinho da Suderj ao Maracanã, no lugar de mais de 80 profissionais que controlaram o local desde a reinauguração em Se, antes da Copa, a expectativa de legado deixado pelas novas arenas era alta, agora esse processo terá de ser criteriosamente revisto para que não incorramos no mesmo erro do passado, que era entregar o estádio ao deus-dará da gestão pública. É só ver o que acontece na Arena Cuiabá para ter a certeza de que nada será tão diferente do que foi no passado. A Lava Jato traz um legado excelente ao país. Resta saber se o futebol saberá se aproveitar dele. Após quase dois anos, torcedor vê Copa como evento prejudicial ao Brasil A Copa do Mundo trouxe mais prejuízos ao país do que benefícios. Quase dois anos após a realização do evento, essa é a percepçãoo do brasileiro em relação ao torneio. Isso é o que aponta pesquisa realizada pelo Ibope/Repucom com homens e mulheres das cinco regiões brasileiras em 142 municípios. Para 79% dos entrevistados, a Copa trouxe mais prejuízos do que benefícios. Outros 18% acham o contrário, que o Mundial teve mais benefícios do que prejuízos. Para 2%, o torneio não alterou em nada a realidade, e outro 1% não soube responder. Precisamos entender que, na realidade, o legado de megaeventos como Copa e Olimpíadas não se limita ao sucesso de sua organização e não termina quando a competição acaba, mas sim começa neste momento, diz José Colagrossi, diretor do Ibope Repucom. Segundo o executivo, a pesquisa não consegue dizer se o resultado dentro de campo da seleção afetou nas respostas. Da mesma forma, a atual conjuntura política e econômica não foi considerada no questionamento às pessoas. Mas o resultado deixa um alerta para as Olimpíadas do Rio. Uma cidade olímpica de verdade não é só a que hospedou os jogos, mas sim aquela que adotou, em sua plenitude, os ideais olímpicos, construindo uma plataforma de ascensão social e econômica para todos através do esporte, diz. 2

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4 Primeira Liga anuncia Twitter como parceiro oficial de mídia A Primeira Liga, competição que reúne clubes do Sul, Minas Gerais e Flamengo e Fluminense, anunciou um acordo com o Twitter, que será novo parceiro de mídia do torneio, que conta também com transmissão do Sportv. O negócio é similar ao que foi firmado no começo do ano entre a Federação Paranaense de Futebol e o Facebook. Pelo acordo, o Twitter será um parceiro para divulgar conteúdo ligado aos clubes que disputam a competição. Hoje, quando ocorrem os jogos das semifinais da Primeira Liga, a parceria já será colocada em prática. Algumas ações para engajar os torcedores serão realizadas. Nos próximos dias, um plano mais elaborado será divulgado. A Primeira Liga foi criada com a intenção de modernizar o futebol brasileiro e nada melhor do que termos um parceiro como o Twitter na divulgação de nossos eventos e ações. O modelo inédito no país reforça o quanto estamos buscando resgatar a imagem do futebol brasileiro e mostrar ao mundo a nossa força e competência nesse esporte, afirma Gilvan Pinheiro, presidente da entidade que surgiu como movimento contrário à Confederação Brasileira de Futebol. Para o diretor de esportes do Twitter no Brasil, Luan Knaya, as ações devem colocar a plataforma como meio para o torcedor interagir com os clubes que participam do torneio, que neste ano realiza a sua primeira edição. A Primeira Liga tem a coragem de inovar e o torcedor terá oportunidades que nunca imaginou ser possível. É uma relação entre o torcedor e o campeonato que só uma plataforma em tempo real e sem filtros como o Twitter pode proporcionar, afirma Knaya. O acordo amplia o investimento do Twitter em esporte. Em janeiro, a empresa já tinha trazido o camaronês Samuel Eto o ao Brasil para jogar uma partida amistosa. NFL fecha exibição de bastidores com Amazon A NFL chegou a um acordo com a Amazon Video, concorrente da Netflix nos Estados Unidos, para lançar uma série de documentários intitulada All or Nothing (Tudo ou Nada), que mostram imagens da vida de jogadores, técnicos e donos de franquias da liga de futebol americano durante o desenvolvimento da temporada regular. A primeira temporada terá início com um vídeo do Arizona Cardinals, campeão da Divisão NFC Oeste e avançou à final da Conferência NFC neste ano. Esses filmes, com uma hora de duração, estarão disponíveis no aplicativo da Amazon. All or Nothing oferece o máximo de conteúdo de bastidores do esporte mais popular dos Estados Unidos e não poderíamos ter pedido uma melhor franquia para nosso lançamento do que o Arizona Cardinals, afirmou Jordan Levin, diretor de conteúdo da NFL, que completou: Adoramos fazer parceria com a Amazon nesta nova série, oferecendo aos torcedores mais formas de interagir com a NFL através dos canais digitais. Michael Paull, vice-presidente de vídeo digital da Amazon, afirmou que este espetáculo vai dar aos clientes um assento na primeira fila em alguns dos momentos mais emocionantes do futebol americano, nunca antes vistos. 4

5 Corinthians ainda terá reunião para resolver patrocínio máster POR DUDA LOPES E ERICH BETING Está começando a virar novela a decisão sobre o patrocínio máster do Corinthians. Desde que encerrou o vínculo com a Caixa, em 24 de fevereiro, o clube negocia com uma empresa ligada ao mercado financeiro, mas pode ver até mesmo o antigo parceiro voltar ao espaço principal da camisa. Na próxima semana, após o feriado da Páscoa, haverá nova reunião entre dirigentes do clube e do banco estatal, que desde a recusa corintiana na renovação, em fevereiro, tem tentado chegar a um acordo para voltar à camisa. O primeiro pedido de renovação do Corinthians foi de R$ 40 milhões. A Caixa pretendia manter os R$ 30 milhões pagos desde 2012, quando fechou o acordo. De lá para cá, já foram três reuniões em que a Caixa apresentou uma contraproposta recusada pelo Corinthians. Agora, segundo a Máquina do Esporte apurou, a pedida está em R$ 35 milhões só para a exposição na frente da camisa, sem outra contrapartida. A propriedade é parecida com a do Flamengo com a Caixa, mas o clube recebe R$ 25 milhões/ano. Essa reunião tem sido tratada como espécie de última tentativa de negócio entre as partes. O Corinthians tem uma negociação paralela que envolve o naming right da Arena do time, em Itaquera. A principal conversa envolve uma empresa que está se preparando para entrar no mercado financeiro, e que portanto geraria problemas por ser uma concorrente da Caixa. A empresa pode assumir também o espaço máster no lugar do banco estatal. Caso a Caixa aceite a proposta atual, o marketing corintiano tentará conciliar os dois acordos. A expectativa do Corinthians era apresentar o novo patrocinador em março. As negociações, no entanto, têm se arrastado por mais tempo por conta da extensão da conversa com a Caixa. Fifa investiga Beckenbauer por Copa de 2006 O Comitê de Ética da Fifa decidiu investigar o maior ídolo do futebol alemão e principal nome da organização da Copa do Mundo-2006, Franz Beckenbauer. Ele sofre acusações que envolvem corrupção e suborno na organização do Mundial. A entidade abriu um processo formal contra o dirigente para investigar a escolha da Alemanha. Além do ex-jogador, antigos dirigentes da Federação Alemã de Futebol e do Comitê Local da Copa estão sob investigação da Fifa. Basicamente, a Fifa quer saber se a cúpula alemã comprou votos para o país sediar o Mundial. A acusação ganhou força no fim do ano passado após uma reportagem da revista Der Spiegel. 5