Leucemias Agudas: 2. Anemia: na leucemia há sempre anemia, então esperamos encontrar valores diminuídos de hemoglobina, hematócrito e eritrócitos.
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- Jonathan Bonilha Bugalho
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1 Leucemias Agudas: Leucemias são disfunções graves da hematopoese, consideradas neoplasias hematológicas, que resultam em grandes alterações na composição do sangue. Na maioria das leucemias, todo o hemograma está muito alterado, chamando bastante a atenção do analista, que apenas com o hemograma em mãos já pode desconfiar de uma leucemia. No hemograma as principais alterações notadas serão: 1. Alterações do leucograma: os perfis das LA podem ser muito diferentes, podendo estar o número de leucócito normal, diminuído ou aumentado. As contagens de leucócitos altas, podem estar 6 ou até 20X maiores do que o valor de referência, isso inclui valores de leucócitos até leucócitos. Algumas vezes o sangue total é tão espesso, devido a leucocitose, que se torna necessário fazer-se a diluição do mesmo, para que o equipamento de automação consiga ler. Após essa diluição temos de ter o cuidado de multiplicar os parâmetros pelo fator de diluição para a liberação do resultado. Além disso, muitas vezes, a automação não consegue fazer o diferencial e emite diversos flags de células imaturas, demonstrando a grande alteração dessas células. No entanto, leucopenia, não é suficiente para descartar uma leucemia, já que devemos observar a natureza dessas células. 2. Anemia: na leucemia há sempre anemia, então esperamos encontrar valores diminuídos de hemoglobina, hematócrito e eritrócitos. 3. Plaquetopenia: também conhecida como trombocitopenia, é a redução do número total de plaquetas. O hemograma que apresentar estas características deverá ser repetido, realizada a microscopia com muita atenção e avisado ao médico responsável pelo paciente. Apesar do hemograma ser fortemente indicativo de leucemia, para se fechar o diagnóstico é preciso correlacionar a clínica do paciente (idade, estado, sintomas) e frequentemente faz-se necessário avaliação com hematologista e exames confirmatórios, como imunofenotipagem.
2 Na imagem acima vemos o esquema da hematopoese, e como estão interligadas as produções de diferentes células, por isso que em uma disfunção grave como a leucemia, vemos alterações tanto no eritrograma, leucograma e plaquetograma. As lâminas de leucemia são o grande pavor dos analistas, principalmente entre os com menos experiência, isso porque são raras e muito variadas, de dificílima interpretação, por isso é válido abrir essa discussão com o médico e chamar um hematologista para completar a avaliação da microscopia, é possível liberar observações como: presença de células imaturas, presença de células sugestivas de blastos e sugere-se avaliação com hematologista, o que já irá alertar a todos de uma provável leucemia. Existem muitas classificações quando o tema é leucemia, a principal delas é a divisão em leucemias agudas e leucemias crônicas. As leucemias agudas são aquelas que possuem de 20 a 30% de blastos, células imaturas que estão presente na medula óssea, no sangue e podem infiltrar todos os tecidos.
3 Imagem de células blásticas em leucemia aguda. Comparação entre o sangue normal e paciente com leucemia. A Leucemia Aguda é dividida ainda de acordo com sua origem, podendo ser uma Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) ou uma Leucemia Mielóide Aguda (LMA). A leucemia linfocítica aguda (LLA), como o nome já diz, tem origem nos precursores dos linfócitos, a célula progenitora linfoide comum, e é a leucemia mais comum em crianças, representando 85% dos casos. Já a leucemia mielóide aguda (LMA) ocorre 80% das vezes em adulto, e tem origem na célula progenitora mielóide.]
4 O prognóstico da leucemia aguda depende da rapidez do diagnóstico e tratamento, por isso existem diversas campanhas para que estejamos atentos aos sinais, principalmente, nas crianças. Sem tratamento, a leucemia aguda, rapidamente infiltra a medula com blastos, que não são células funcionais, e por isso compromete drasticamente a hematopoese, causando falência medular, e óbito. Com tratamento agressivo, quimioterapia e transplante medular, o sucesso do tratamento em pacientes jovens chega a 70% dos casos. As leucemias ainda podem ser classificadas em divisões menores. As LLA podem ser classificadas em expansões clonais de precursores de linfócitos B ou T, já as LMA apresentam uma classificação mais complexa, que pode ser de acordo com a mutação que causa a mesma, por acompanharem ou não quadros de mielodisplasia, e baseada na citomorfologia e imunofenotipagem.
5 Exemplos de diferentes tipos de LMA. Deve-se suspeitar de leucemia aguda, solicitando-se um hemograma, quando: Palidez e sinais de instalação de anemia rapidamente, sem perda sanguínea; Aparecimento de pequenos roxos (equimoses) ; Febre; Dores ósseas ou reumáticas, principalmente em crianças; Linfonodos ou baço palpáveis (linfonodomegalia e esplenomegalia). O Hemograma pode não ser suficiente para fechar o diagnóstico completo de uma leucemia, mas é suficiente para confirmar suspeita e iniciar uma investigação mais aprofundada ou descartar a hipótese, sendo de máxima importância sua realização atenta e com qualidade. A seguir vamos analisar alguns resultados de hemogramas disponíveis no livro Hemograma: manual de interpretação, de Renato Faillace de pacientes com leucemias.
6 Paciente 1. Podemos notar que há uma anemia normocítica e normocrômica (Hgb=9,1, com HCT e E baixos), com sinais de regeneração medular leves (policromatofilia). Temos uma contagem baixa de leucócitos (1800/uL), que pode ocorrer com a infiltração da medula, e o predomínio de linfócitos, o que nos indica uma leucemia de origem linfoide. As plaquetas apresentam-se bastante diminuídas. Denominamos que essa é uma leucemia aguda aleucêmica, isso porque não há presença de blastos. Paciente 2. Esse também não é um hemograma de uma LA típica. Nesse temos uma leucemia aguda subleucêmica, pois não vemos leucocitose. Mas há anemia normocítica e normocrômica e trombocitopenia. Paciente 3. Esse é um hemograma típico de um paciente com Leucemia Aguda, vemos uma anemia normocítica e normocrômica severa (hemoglobina de 5,9g/dL), anisocitose e policromatofilia. Temos uma intensa leucocitose, com 92% de blastos, não deixando dúvidas de
7 que se trata de uma leucemia aguda. Além disso, há também importante trombocitopenia. Paciente 4. Neste hemograma vemos anemia normocítica e normocrômica, trombocitopenia e leucocitose normal. No entanto, há predomínio de promielócitos, o que indica uma leucemia aguda promielocítica. No quadro abaixo, há um resumo de características que diferenciam leucemias agudas de leucemias crônicas:
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