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2 Editorial lfabetização e edcação de pessoas jovens e adltas CELE E ÇÃO EDUCTIV Há qase trinta anos, m grpo de pessoas do núcleo de Escolarização e Edcação Poplar de Jovens e dltos, do Centro Ecmênico de Docmentação e Informação (Cedi), percorria rios e trilhas das florestas do cre para constrir, jnto com m sindicato de seringeiros, ma cartilha para a alfabetização de adltos qe possibilitasse, ao mesmo tempo, o domínio inicial da línga escrita e da matemática, a comercialização da borracha qe prodziam e a reflexão sobre a difícil realidade qe enfrentavam. Desse trabalho, srgi a cartilha Poronga. Criado nos anos da Ditadra Militar, como ma forma de resistência, o Cedi congregava grpos e pessoas com diferentes vocações. lém de promover a edcação de jovens e adltos, ltava pelos direitos e pela demarcação de terras dos povos indígenas, pelo desenvolvimento de ações jnto às poplações marginalizadas em meios rrais e rbanos, pelo reforço aos movimentos da classe operária rbana, dentre otras ltas. Com o fim da Ditadra e o fortalecimento desses grpos de trabalho, nasceram diferentes organizações não-governamentais. Dentre elas, a ção Edcativa, qe apóia e propõe projetos de edcação e inserção de jovens, volta-se para a defesa dos direitos edcacionais, para o monitoramento de políticas públicas dirigidas para jovens e adltos, para a formação de edcadores qe atam na alfabetização e no mento de ma parte significativa da poplação brasileira: aqela cjo acesso à línga escrita e a conhecimentos matemáticos foi, em nossa desigal e injsta sociedade, negado. O Ceale interessado em propor aos leitores do Letra a discssão das especificidades dessa modalidade edcativa bsco a parceria da ção Edcativa, para aproveitar sa experiência e especialização no campo. Este número especial é, portanto, frto da nião entre essas das organizações, para debater distintos pontos de vista sobre qestões qe dizem respeito à alfabetização: qais são, hoje, no Brasil, os problemas e avanços no campo do ensino da línga escrita para jovens e adltos? de qe instrmentos podem dispor aqeles qe atam na área para alcançar resltados mais positivos? qe institições podem apoiá-los? qal é a pata de reivindicação dos agentes edcativos envolvidos com a alfabetização de pessoas jovens e adltas? qal a relação entre a alfabetização de crianças e a de jovens e adltos? ção Edcativa e o Ceale, por essa razão, procraram ovir amplo leqe de pessoas e institições qe, ao desenvolverem ações na esfera da edcação de jovens adltos (EJ), bscam reparar injstiças qe casaram a exclsão de parcelas da sociedade brasileira da escola, dificltando, assim, se acesso a conhecimentos e habilidades qe possibilitam ma participação social mais plena e cidadã. Esperamos qe as matérias prodzidas por diversas mentes e mãos possam colaborar para a reflexão sobre a prática qe milhares de alfabetizadores e edcadores de jovens a adltos realizam; permitir a confirmação de caminhos qe já são trilhados com scesso; inspirar mdanças; apresentar sgestões de novas ações. Contamos com as vozes de estdantes e edcadores qe atam em trmas de alfabetização e na EJ, pesqisadores e professores niversitários qe desenvolvem ações e pesqisas neste campo, gestores de políticas públicas, agentes edcativos de ONGs e formadores. Contamos com as reflexões e experiências de mitas pessoas qe há tantos anos lançaram-se na lta pelo direito e pela qalidade da EJ. Um agradecimento especial vai para os membros do Núcleo de Edcação de Jovens e dltos (Neja) da Facldade de Edcação da UFMG, qe colaboraram para ma abordagem mais profnda de temas caros à nossa atação. Nosso mito obrigado a todos. 3 4 Troca de Idéias Qal é a diferença entre a alfabetização de crianças e a de jovens e adltos? Livro na roda Literatra para os novos leitores O Tema é Edcação Penitenciária vera MasaGão Ribeiro escola pode fazer a diferença 5 Dicionário da alfabetização Na Eja 16 o Tema é Formação de alfabetizadores 6 Timothy Ireland O desafio da continidade 17 la extra Cinema na Edcação de Jovens e dltos 8 O tema é Histórico da EJ no Brasil 18 Perfil Professora por convicção e determinação 9 Em destaqe Qem são os jovens e adltos qe estão sendo alfabetizados? 20 la extra brindo diálogo com o Hip Hop Expediente Reitor da UFMG: Ronaldo Tadê Pena - Vice-reitora da UFMG: Heloisa Maria Mrgel Starling Pró-reitora de Extensão da UFMG: Ângela Imaclada Loreiro de Freitas Dalben - Pró-reitora djnta de Extensão da UFMG: Pala Cambraia de Mendonça Vianna Diretora da FaE: ntônia Vitória Soares ranha - Vice-diretor da FaE: Orlando Gomes de giar Jnior Diretor do Ceale: ntônio gsto Gomes Batista - Vice-diretora do Ceale: Ceris S. Ribas da Silva Editores pedagógicos: ntônio gsto Gomes Batista e Cládia Lemos Vóvio Editora de Jornalismo: Sílvia mélia de raújo (MG09785jp) Projeto Gráfico: Marco Severo Diagramação: Diogo Droschi, Marco Severo e Patrícia De Michelis Repórteres: Daniela Mercier, Fernanda Santos, Liz Gonzaga, Naiara Magalhães, Sílvia mélia de raújo e Tereza Rodriges ssessoria: Elton ntnes e Palo Bernardo Vaz Revisão: Heliana Maria Brina Brandão O Centro de lfabetização, Leitra e Escrita (Ceale) é m órgão complementar da Facldade de Edcação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais. v. ntônio Carlos, Camps Pamplha - CEP Belo Horizonte - MG Telefones (31) / , Fax: (31) Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 2

3 troca de idéias Qal é a diferença entre a alfabetização de crianças e a de jovens e adltos? Foto: Moisés Moraes OS PROCESSOS DE PRENDIZDO - Milhões de jovens e adltos não pderam se escolarizar na infância o adolescência. Os motivos de não terem estdado são vários e relacionados a qestões de ordem social, econômica e política. Se, por m lado, os números do analfabetismo dão a dimensão do desafio edcacional brasileiro, por otro, dizem mito poco sobre essas pessoas: como vivem, o qe sabem, o qe é para elas ler e escrever, o qe qerem aprender. pesar de não dominarem a escrita, criam alternativas para lidar com essa lingagem no dia-a-dia. Ocpam papéis sociais distintos e participam de atividades cltrais diversas das de crianças. O LETRMENTO E LFBETIZÇÃO - Para se ter acesso ao mndo da leitra e da escrita e nele poder viver, são necessários dois passaportes: o domínio da tecnologia da escrita o sistema alfabético e ortográfico, passaporte qe se obtém com o processo de alfabetização; e é preciso ter desenvolvido competências de so dessa tecnologia saber ler e escrever em diferentes sitações e contextos, passaporte qe se obtém com o processo de mento. Embora sejam simltâneos e interrelacionados, esses dois processos são distintos e se diferenciam pelo modo como se conqista m e otro passaporte: para qe a alfabetização reslte no domínio pleno da tecnologia da escrita, ela exige ensino formal, metódico, seja ele escolar o não, seja o aprendiz criança, jovem o adlto. O processo de CLÁUDI VÓVIO - assessora do Programa de Edcação de Jovens e dltos da ONG ção Edcativa Diferenciam-se, em relação a ciclos de vida, identidades, disposições e necessidades de aprendizagens, assim como nas representações sobre ler e escrever, nos conhecimentos e nas habilidades desenvolvidas. Portam bagagens cltrais diversas qe inflenciam no modo como se engajam na alfabetização. Mito de sas aprendizagens se de em âmbitos distintos da escola, com otras finalidades, rotinas, dispositivos, organizações e relações de poder. Para mitos deles, ensinar e aprender é parte do fazer, em aprendizagens qe se dão de modo coletivo, mediadas pela oralidade e observação, para responder a qestões imediatas. Portanto, para planejar, refletir o agir, desenvolveram ferramentas diferentes das de qem passo pela escola, e lançarão mão delas para se alfabetizarem. MGD SORES - professora emérita da Facldade de Edcação da UFMG e pesqisadora do Ceale mento, ao contrário, se desenvolve ao longo de toda a vida, de forma cotidiana e intensa, já qe são inúmeros, em nossas sociedades grafocêntricas, os eventos de mento sitações em qe leitra e/o escrita estão presentes. Jovens e adltos analfabetos, assim como as crianças antes de se alfabetizarem pela escolarização reglar, envolvem-se com freqüência e inevitavelmente em eventos de mento. Mas há ma diferença significativa: é qe, para os jovens e adltos, as demandas de envolvimento em eventos de mento são, não só mais nmerosas e diversificadas, mas também, e sobretdo, mais exigentes e decisivas. ssim, para crianças em É próprio da alfabetização de jovens e adltos o reposicionamento de si mesmos. ntes vistos como analfabetos, pela falta de conhecimentos e familiaridade com a escrita, serão convidados a ler e a escrever, a compartilhar saberes, a refletir sobre como se aprende e a cooperar. Poderão ter reconhecimento social diferente, ocpar otras posições em eventos de mento e práticas de escrita e maior acesso a bens cltrais. Na alfabetização de jovens e adltos, os conteúdos e abordagens metodológicas ancoram-se nos sjeitos qe dela tomam parte. ssim, é preciso ter a criosidade de descobrir o qe sabem, ovir sas histórias, identificar ses desafios, sas formas de pensar e refletir, observar o qe os mobiliza. fase inicial de aprendizagem da escrita, as atividades de m processo formal e explícito de mento têm caráter, sobretdo, de ampliação do conhecimento das diferentes práticas sociais da escrita, e de desenvolvimento de habilidades para o so competente da escrita nessas várias práticas; para jovens e adltos, essas atividades têm, sobretdo, caráter de re-conhecimento das diferentes práticas sociais de escrita qe já enfrentam cotidianamente, e de sbstitição, pelo so da leitra e da escrita, das estratégias qe vinham tilizando para compensar se analfabetismo. Foto: Marcos lves OS MÉTODOS - Tanto na alfabetização de crianças qanto na alfabetização de jovens e adltos não é possível falar em m método, mas em métodos. E os métodos de alfabetização de jovens e adltos devem considerar, antes de tdo, a experiência do alno. criança, em geral, está mais aberta às inovações do processo escolar, ao passo qe o jovem e o adlto, por conta da experiência de vida o da poca vivência escolar, mitas vezes marcada pelo fracasso, já traz várias expectativas sobre a Foto: arqivo particlar escola e, ao mesmo tempo, mitas resistências. Em geral, eles chegam com representações qe evocam métodos antigos de alfabetização, centradas na codificação e na decodificação, em qe a leitra e a escrita se restringem à aprendizagem do a-e-i-o-; do ba, be bi bo b, por meio de cópias no caderno e de ditados. Cabe, então, ao professor, mostrar qe os novos métodos conciliam a aqisição da línga escrita com práticas qe têm como ponto de partida qestões sociais, cltrais e econômicas presentes na vida do alno. Palo Freire comentava qe "não basta simplesmente ensinar ma pessoa a ler e escrever qe Eva vi a va ; é preciso compreender qal a posição qe Eva ocpa no se contexto social, qem trabalha para prodzir a va e qem lcra com esse trabalho". identidade, a profissão, o lazer, a saúde são temas sempre presentes na alfabetização de jovens e adltos. FRNCISC MCIEL - coordenadora do Projeto de Ensino Fndamental de Jovens e dltos (Proef 1 Neja/Ceale/FaE/UFMG) inda são raros os livros didáticos para alfabetização de jovens e adltos qe contemplem ses interesses e expectativas sem o risco de infantilizar a aprendizagem de indivídos qe já têm ma bagagem de vida mito rica. Não se pode esqecer qe eles têm interesses mito diferentes da criança; tampoco se pode esqecer qe mesmo os jovens e os adltos, entre si, manifestam diferenças nas expectativas qe têm em relação à escola. Os presspostos teórico-metodológicos de propostas didáticas o métodos têm de garantir o acesso à alfabetização associado aos sos da línga escrita, para qe os jovens e adltos alfabetizados de hoje não se tornem os analfabetos fncionais de amanhã. 3 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

4 Livro na roda Literatra para os novos leitores Bscar a diversidade de atores e gêneros e considerar a realidade e a vivência dos alnos são boas direções para a formação de leitores CONCURSO INCENTIV PRODUÇÃO DE LIVROS Com o objetivo de estimlar a prodção literária para jovens e adltos neoleitores, foi realizado, em jnho deste ano, o concrso Literatra para Todos, pela Secretaria de Edcação Continada, lfabetização e Diversidade do Ministério da Edcação (Secad/MEC). Foram selecionadas 13 obras inéditas de diversos gêneros literários, qe serão impressas e distribídas pelo MEC para trmas do programa Brasil lfabetizado. "Esperamos qe essa iniciativa desperte nos editores o desejo de prodzir comercialmente obras com tanta qalidade qanto as qe pdemos analisar", afirma Jane Paiva, membro da comissão jlgadora do concrso. Para a coordenadora pedagógica do Literatra para Todos, Ira Maciel, o concrso reconhece a literatra como ferramenta catalisadora do processo de leitra. "Com o axílio da literatra, os processos de leitra serão internalizados com maior facilidade, pois haverá m envolvimento maior dos neoleitores", explica. alfabetização de jovens e adltos, mitas vezes, é o qe torna possível o primeiro contato com a literatra ma experiência rica, qe estimla a criatividade, favorece o crescimento pessoal e propicia ma relação dradora com o mndo da escrita. Nesse processo, o desafio é reconhecer os interesses e gostos desse público diverso, sem restringir as possibilidades de m trabalho literário de qalidade. Segndo a professora emérita da Facldade de Edcação da UFMG, Magda Soares, o jovem o adlto recém-alfabetizado está na "adolescência" de sa trajetória de leitor. "Nesse momento, o livro qe conqista é aqele qe simplesmente conta ma história, qe envolve o leitor em emoções e fala da vida cotidiana", explica. Magda Soares sgere qe o professor bsqe os livros qe o fascinaram no início de se processo de amadrecimento literário momento eqivalente ao qe esses alnos estão vivenciando. Segndo ela, esse amadrecimento não tem a ver com a idade, mas com o momento em qe se ingressa no mndo da escrita. Não se podem desconsiderar as expectativas de qem possi m passado rico de vivências. "São pessoas qe já fizeram de tdo na vida. E qe, mitas vezes, no espaço escolar, não têm acesso a m material adeqado, qe considere essas características", afirma a edcadora Neide lmeida, consltora do projeto Lendo Nossa Gente, parceria da empresa Natra com as ONGs ção Edcativa, lfabetização Solidária (lfasol) e Centro de Estdo e Pesqisas em Edcação, Cltra e ção Comnitária (Cenpec). O projeto promove a leitra, com o foco na edcação de jovens e adltos (EJ), e vem organizando m acervo de 50 títlos, entre obras literárias e de referência, e prodzindo material de apoio para alnos e professores de 1500 escolas do país. Segndo Neide lmeida, a seleção das obras considero a qalidade literária e o diálogo qe estabelecem com a vivência dos leitores. "O texto literário é importante para gerar identificação, fazer com qe o leitor se reconheça o se sinta tão próximo do personagem qe vivencie sa história. Essa experiência é fndamental", afirma. Diversidade e estratégias De acordo com a professora da Facldade de Edcação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Jane Paiva, o interesse, o tipo de leitra e de livro devem ser descobertos na relação com o alno. O professor deve bscar obras qe não infantilizem o leitor, mas qe também não o privem de m "bem tão poco acessível". "O qe vale é disponibilizar a maior oferta possível e deixar qe sigam experimentando, giados pelo estímlo de m professor-leitor atento", acredita. Rosemeire Rodriges Silva, alfabetizadora da Escola Estadal Professor mílcar Martins, em Belo Horizonte, diz qe não há ma literatra própria para a EJ. O modo como o professor tiliza os livros na sala de ala é qe faz a diferença. "Com as minhas trmas, trabalhei Menina bonita do laço de fita, de na Maria Machado, qe é ma linda história infantil, mas não só isso", afirma ela, qe já so Machado de ssis, Fernando Sabino, Mário Qintana, entre otros. Desde 2004, a literatra é a ênfase do se trabalho com os alnos do 1 segmento de EJ. "doro trabalhar com fáblas, crônicas, poesias. os pocos, o alno vai lendo, gostando e procrando otros livros." Pesqisar a vida dos escritores e o contexto em qe escreveram as obras é importante para sensibilizar novos leitores. "Procro mostrar o lado mais hmano do ator e de onde ele tira o material para as sas obras, qe é a vida", explica a professora, qe bsca otros recrsos como complemento. "Se o poema é msicado, e levo a música. São mais sentidos qe são colocados para o alno." Na fase inicial, o texto deve ser claro e próximo da lingagem oral. "Jovens e adltos neoleitores vivenciam intensamente o mndo da oralidade, qe é o mndo da narrativa, da emoção. Talvez seja preciso, na transição da narrativa oral para a escrita, qe ma se aproxime bastante da otra", explica Magda Soares. Por isso, a poesia é m dos gêneros qe Rosemeire Silva mais sa na sala de ala. "É m texto de mais fácil leitra, com estrtra menos rígida. Os alnos se encantam com o ritmo, a sonoridade, as rimas", afirma. Para Jane Paiva, contos e crônicas são também mito apreciados pelos neoleitores, pois estimlam a leitra "até o fim". Contos de fadas e histórias poplares também encantam os alnos. "Ler histórias, antes ovidas, jamais lidas, pode significar ma nova motivação para a leitra". (DNIEL MERCIER) Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 4

5 Dicionário da alfabetização nalfabetismo Fenômeno social decorrente das desigaldades sociais e de oportnidades para a aprendizagem da escrita e para a escolarização. No caso brasileiro, atinge 16 milhões de pessoas com mais de 15 anos. O conceito varia historicamente. Hoje, pelo Censo, são considerados analfabetos absoltos indivídos qe declaram não saber ler nem escrever m bilhete simples. lfabetismo fncional O termo pode se referir ao domínio das habilidades de ler e de escrever em diferentes sitações, qe podem variar de acordo com a sociedade e a posição social dos indivídos; em mitos contextos, porém, o termo designa m nível de alfabetização intermediário, qe se sitaria entre dois pólos: nm deles teríamos a capacidade de escrever o próprio nome e de ler e escrever ma mensagem simples e, no otro, o so flente e diversificado da línga escrita. Spõe-se qe os sjeitos qe estariam nesse nível intermediário tenham desenvolvido capacidades qe lhes permitiriam tilizar a leitra, a escrita e o cálclo para dar conta de demandas cotidianas. Unesco considera analfabeto fncional o indivído com menos de qatro anos de estdo. Letramento o mentos Conjnto de práticas sociais relativas aos sos da lingagem escrita. São práticas caracterizadas pelas formas de leitra e escrita assmidas de fato em contextos sociais, dependendo basicamente das demandas aos sjeitos e das posições qe ocpam nma sitação. Não devem ser compreendidas como homogêneas o como restritas ao âmbito escolar o à escolarização. Por isso, fala-se em diversos mentos, já qe os sos da leitra e escrita são variáveis. O termo pode designar, também, na literatra, o estado o a condição de indivídos e sociedades qe fazem so da línga escrita. O ponto de partida dessa última definição é o de qe o domínio da escrita e ses sos em práticas sociais teriam impactos cognitivos, lingüísticos, políticos e cltrais sobre os indivídos e grpos sociais. Na edcação de jovens e adltos NEBs Necessidades básicas de aprendizagem (NEBs): srgem com a Declaração Mndial sobre Edcação para Todos, em Jomtiem, Tailândia, em Decorrem do foco dado à aprendizagem nesta conferência ao princípio de qe todo jovem, criança o adlto merece oportnidades edcativas conforme sas necessidades de aprendizagem. brangem práticas essenciais da tarefa edcativa (leitra, prodção de textos, expressão oral, mecanismos de cálclo e resolção de problemas), conteúdos e conhecimentos de várias áreas, relativos a habilidades, valores e atitdes relacionados às realidades locais. Favorecem qe as pessoas vivam e trabalhem com dignidade, ampliem potencialidades, participem plenamente de projetos de desenvolvimento e melhoria de sas condições de vida, tomem decisões e sigam aprendendo. s NEBs promovem ma visão ampla de edcação, qe se dá ao longo da vida, em âmbitos diversos. Oralidade Meio lingüístico primordial. É basicamente a partir da comnicação oral qe as pessoas se desenvolvem como participantes de ma cltra. Sas variações expressam os modos de falar de diversos meios sóciocltrais. Palavra Geradora Palavras selecionadas a partir do niverso vocablar e da realidade dos alfabetizandos. seleção dessas palavras é m procedimento do chamado método Palo Freire. Nos Círclos de Cltra organizados sob a inspiração desse edcador, nos anos 1960, elas resltavam de ma pesqisa local e eram apresentadas aos edcandos com imagens referentes a sitações existenciais. partir delas, eram propostos diálogos em torno de temas do niverso dos alnos. Só então a palavra era estdada em sa composição, segndo os princípios do método silábico. Embora tenha sido criticado, o so das palavras geradoras teve papel fndamental na consideração da realidade dos edcandos nm processo de alfabetização essencialmente conscientizador. Práticas cltrais ções do cotidiano qe expressam diferentes crenças, valores e visões de mndo presentes na sociedade. São práticas cltrais: manifestações religiosas, artísticas, sos da leitra e escrita, gestos, hábitos alimentares, modos de falar e de vestir, etc. Tema gerador Relacionado a m modo interdisciplinar de promover a aprendizagem, o tema gerador abrange qestões o assntos extraídos do cotidiano dos edcandos. Em torno dele, se organiza a aprendizagem de conteúdos e habilidades carregados de significados para os qe dela participam. Essa abordagem tem como principal objetivo tratar a realidade de maneira crítica e interdisciplinar, nma formlação coletiva do crríclo em permanente diálogo entre edcadores e edcandos. Palo Freire Conhecido por sas idéias edcacionais, Palo Regls Neves Freire nasce em 19 de setembro de 1921, no Recife (PE). Formado em Direito, passa a dedicar-se à Edcação, em 1947, no recém-criado Serviço Social da Indústria (Sesi). No início dos anos 1960, apresenta revolcionária proposta de ma alfabetização de adltos conscientizadora, qe capacita o oprimido para libertar-se por meio da edcação. Freire crê qe o sjeito aprende interagindo com o meio social. Engajado no Movimento da Cltra Poplar (MCP), no Recife, coordena o "Projeto de Edcação de dltos". Em 1963, o Ministro da Edcação propõe-lhe qe coordene o "Programa Nacional de lfabetização", para atender cinco milhões de brasileiros em dois anos. Com o Golpe de 64, é preso por 70 dias e exilado. No Chile, de 1964 a 1969, aplica sas idéias na alfabetização de camponeses. Nos anos 1970, assessora projetos edcativos em países como Giné-Bissa e Cabo Verde. Em 1980, volta ao Brasil e leciona na PUC-SP e Unicamp. De 1989 a 1991, como secretário mnicipal de Edcação de São Palo, implementa o Mova-SP. Palo Freire morre em 1997, aos 75 anos, deixando precioso legado ético para o Brasil e o mndo. ROBERTO GINSNTTI E MILEN MTEUZI CRMO, respectivamente, coordenador e assessora do Programa de Edcação de Jovens e dltos de ção Edcativa redigiram todos os verbetes. 5 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

6 Entrevista / Timothy Ireland Timothy Denis Ireland nasce em Rochford, na Inglaterra. Formo-se em Letras e, após a gradação, fez pesqisas na área de edcação de jovens e adltos. Conclído o mestrado pela Universidade de Manchester, em 1978, mdo-se para o Brasil, para ser professor e coordenar projetos na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O desafio da continidade Em 2004, Timothy Ireland assmi a direção de Edcação de Jovens e dltos da Secretaria de Edcação Continada, lfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Edcação. Com prefeitos, governadores e gestores, ele bsca compartilhar o desafio de alcançar grandes metas no atendimento de pessoas pelo projeto Brasil lfabetizado e de garantir a continidade dos estdos após o início da alfabetização. (SÍLVI MÉLI DE RÚJO) O mapa do Brasil lfabetizado, disponível no Portal do MEC, destaca a meta de pessoas a serem atendidas pelo programa, qe é de Como essa meta foi definida? E qal a importância de ma meta tão específica? Estabelecemos metas para todos os mnicípios e estados, calcladas pelo índice de analfabetismo e pela necessidade de edcação de jovens e adltos de cada local. Mas é ma meta negociada. Um mnicípio pode tanto aceitar a meta o decidir qe não terá condições de mobilizar alnos sficientes. É m desafio. Qando e desafio cada mnicípio a atingir m objetivo, ele se sente mais estimlado. Se fosse só ma meta geral, terminava por não ser a meta de ningém. Mas o interesse do governo não é só a meta, a gente garante financiamento. Então, é m desafio com garantia de recrsos para alcançar aqela meta. Como é o acompanhamento do aprendizado dos alnos no Brasil lfabetizado? Está sendo feita algma avaliação geral do Programa? Nas trmas qe entraram no segndo semestre de 2005, foi feito m teste na entrada e vai ser feito m teste na saída, em Com isso, realmente saberemos dizer qal é o impacto do Programa. São testes cognitivos. Mas também vamos levantar informações socioeconômicas sobre o alno, o alfabetizador e os gestores. O plano de avaliação é mito detalhado e abrange todo o processo. Nós qeremos avaliar tanto a aprendizagem possível de medir com m instrmento de amostragem, qanto a gestão e a qalidade de vida dos alnos. lém disso, vamos acompanhar esses alnos, após a conclsão de sa participação no Programa. Porqe ma coisa é avaliar no começo e no final do crso e otra é avaliar depois, para saber onde o alno está, qal foi a tilidade desse processo para sa vida, se ele mdo de emprego, etc. Existe o risco de esses ex-alnos retornarem ao estado de analfabetismo? Sim. Por isso, qando o MEC fala em política de edcação de jovens e adltos, está inclindo a alfabetização e a continidade, para não correr o risco de repetir a história de otras campanhas de alfabetização. O Brasil lfabetizado é pensado como parte de ma política maior e é articlado com a continidade dos jovens e adltos nas salas de ala dos mnicípios e estados. Nós estamos conscientes de qe oito meses (período de dração do Programa) é m momento importante, como ma entrada, mas precisamos tentar garantir a permanência do alno, para qe não volte daqi a dois anos precisando mais ma vez de passar pelas trmas de alfabetização. Temos qe tentar garantir a permanência do alno, para qe ele não volte precisando mais ma vez de passar pelas trmas de alfabetização. O qe se espera desses oito meses, qanto à aprendizagem? Varia mito o qe é possível fazer em oito meses, porqe o ritmo de aprendizagem dos alnos varia mito também: existe alno qe, em seis, oito meses, dispara e realmente consege entender os mecanismos para dominar a leitra e a escrita. Otros demoram mito mais. Por isso, a importância, nesse primeiro momento, de incentivar, mobilizar, inclir a inclsão edcacional é mito importante em termos de política. Mas é preciso estabelecer mecanismos qe garantam essa continidade, reconhecendo também qe nem todos vão continar a escolarização. Em qalqer programa é assim, em qalqer país. Por isso, a gente pensa em alternativas: ma política de leitra para neoleitores, por exemplo. Seria a criação e a elaboração de obras específicas para neoleitores, para fazer com qe esse material chege aos alnos qe estão passando pelo Brasil lfabetizado o qe terminaram o Programa (ver matéria na pág. 4 sobre o concrso Literatra para Todos). Qais são as políticas de acesso ao livro didático? Não há ma política para o acesso ao livro didático em EJ. No Brasil lfabetizado, deixamos nossos parceiros livres. Cada projeto tiliza a metodologia qe tem desenvolvido, com a qal se sinta à vontade. Então, obviamente, a qestão do livro tem mito a ver com a metodologia. Em mitos casos, não há m livro, mas otros materiais são tilizados. Então não existe ma política o ma idéia de política semelhante ao PNLD (Programa Nacional do Livro Didático)? O qe nós qeríamos fazer era convidar estados, mnicípios, ONGs qe prodzem materiais a encaminhá-los para o MEC. ssim, seria estabelecida ma comissão externa para avaliar e pblicar ma lista de materiais recomendados, qe servisse de sbsídio para o trabalho das entidades de EJ. Mas não teria a indicação de m livro específico para ser tilizado na edcação de jovens e adltos. Como está sendo a formação dos professores? Cada parceiro é responsável pela formação dos ses alfabetizadores. Existem parceiros qe entram em contato com mnicípios qe têm eqipe própria o mnicípios qe contratam ma niversidade o ma ONG qe tem experiência em formação de alfabetizadores. Sempre falo qe as niversidades ainda não assmiram plenamente sa responsabilidade. São poqíssimos os crsos de Pedagogia qe oferecem ma habilitação o pelo menos m elenco de disciplinas no campo da edcação de Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 6

7 jovens e adltos. Em mitos, o qe existe é ma disciplina optativa sobre o tema. Isso, obviamente, não forma ningém. E acho qe as niversidades têm ma responsabilidade mito grande de assmir a formação de edcadores de jovens e adltos como parte de sa tarefa social. lgmas têm feito isso de maneira mito responsável UFMG, UFF, UFJP e várias otras (especialmente federais, mas também algmas estadais). Mas ainda é algo restrito... E a formação continada? Grande número de alfabetizadores tem ensino médio, mas pocos têm ensino sperior. Então, mitos têm ma formação limitada, mas possem boas experiências. Por isso, a formação continada precisa partir da sala de ala, dos desafios, das lacnas qe o próprio alfabetizador reconhece na sa formação. Não se deve fazer o inverso: dar grandes doses de teoria esperando qe o alfabetizador consiga aplicar isso no se cotidiano. O qe o senhor percebe de avanço nas últimas décadas em relação a políticas de alfabetização de jovens e adltos no Brasil? E acho qe hove avanços mito tímidos. Qando se colocam os dados, arredondando, 15, 16 milhões de jovens e adltos não sabem ler e escrever; 30 e tantos milhões não conclíram 4 anos de estdo; e, qando se soma tdo, são 67 milhões de jovens e adltos qe não conclíram o ensino fndamental. Se o MEC não reconhece esse desafio, em termos de direito do jovem e do adlto, e acho ma omissão terrível. Então, a partir de 2003, estamos trabalhando nessa perspectiva de atender as necessidades e o direito dos jovens e adltos. Mas reconhecendo qe isso é ma dívida acmlada qe não vai ser saldada de ma só vez. Talvez, o mais animador, na última década, seja a atação dos fórns estadais (ver descrição na pág. 8) de edcação de jovens e adltos. O primeiro foi criado em 1996 e hoje há pólos em todos os estados do Brasil. Claro qe cada fórm é diferente, a dinâmica e os níveis de atação são diversos, mas é m movimento mito importante. Concomitantemente, há, desde 1999, a realização dos encontros nacionais de EJ. Neste ano, vai acontecer o 8º Eneja. Na história da edcação de jovens e adltos, ter m encontro anal, drante oito anos, é inédito. Então, esses são os aspectos positivos. Qal é o papel da sociedade civil organizada e o do governo nesse processo? O Governo Federal e o MEC têm responsabilidade de estabelecer as políticas, condzir e financiar. Mas as ações têm qe ser feitas em diálogo com a sociedade civil. E e acho qe a própria sociedade civil organizada pode provocar o governo a dar o exemplo, promovendo ma política real de edcação de jovens e adltos. Nos últimos três anos, a gente tem feito consltas reglares aos representantes dos fórns estadais, em das reniões por ano. Existe a comissão nacional de edcação de jovens e adltos composta de 16 membros qe representam várias entidades e instâncias da sociedade civil organizada. Então, e acho importante esse movimento de ma política criada de forma coletiva, ovindo a sociedade civil. E no oferecimento de trmas? Qal deve ser o papel das ONGs e das prefeitras? No Brasil lfabetizado, a gente qer trabalhar com a proporção de 70% para estados e mnicípios e 30% para ONGs. Não desprezando o trabalho das ONGs, mas mostrando qe, primeiro, ma política pública é responsabilidade dos órgãos públicos. lém disso, qem garante a continidade da escolarização são os estados e mnicípios. Se eles oferecem alfabetização, é mais provável qe o alno dê continidade aos estdos na EJ. O qe o senhor acha qe ainda não avanço? É preciso reconhecer qe a alfabetização é ma das facetas de m problema maior, qe é a qestão da exclsão e da pobreza. Obviamente, precisamos investir na alfabetização, na edcação, porqe com ela podemos contribir para diminir o gra de pobreza. Mas isso tem qe ser complementado com otras políticas públicas, de geração de renda e emprego, por exemplo. Tem qe estar integrado a vários otros programas sociais. E acho qe, no fndo, a alfabetização tem qe ser parte de ma política intersetorial, envolvendo várias políticas sociais, vários programas sociais do governo, qe vão diminindo as grandes desigaldades qe existem no Brasil. Existem projetos de EJ do governo voltados para grpos específicos? Neste ano, estamos tentando dar m enfoqe especial na jventde, comnidades qilombolas (remanescentes de antigos qilombos), pessoas privadas de liberdade; trabalhadores libertados de sitações análogas à escravidão e pessoas com deficiência, inicialmente aditiva o visal. Também criamos o Pescando Letras, qe é m programa com metodologia específica para pescadores. Bscamos as pessoas qe, por algm motivo, são ainda mais marginalizadas qe a poplação em geral. Por qe o Brasil, diferentemente de otros países latino-americanos com as mesmas condições econômicas o piores, ainda não consege garantir a edcação de jovens e adltos? E acho qe a gente não pode deixar de lado dois elementos: o tamanho do Brasil, em termos geográficos e de poplação. Só o México tem sitação análoga. Não é possível comparar com a rgentina, o Chile, o com otros países com poplações mito menores. o mesmo tempo, e acho qe o Brasil está mesmo acordando tarde para a importância do investimento em edcação. cho qe agora já se está falando sobre a rgência de investir cada vez mais em edcação, seja nos níveis fndamental, médio, niversitário, seja para a criança, o jovem o o adlto. O qe é preciso fazer, considerando as atais políticas, para o Brasil tornar-se m país alfabetizado? gente tem qe sair dessa de "ma coisa o otra": vamos concentrar tdo na edcação de crianças e a edcação de jovens e adltos pode ficar para depois, por exemplo. Obviamente, se todas as crianças são matricladas e permanecem na escola, vamos ter menos pessoas com baixa escolaridade depois dos 15 anos. Mas esse processo vai demorar mito. Então, temos qe investir no sistema reglar e nos sistemas de jovens e adltos. É preciso investir nas das pontas, porqe elas são complementares. Foto: SECD 7

8 O tema é Histórico da EJ no Brasil Das campanhas qe contavam com o trabalho volntário à institcionalização do direito à edcação para jovens e adltos: acompanhe m poco da trajetória da EJ no país. Primeiras décadas do séclo XX - Não há ma política centralizada de edcação nacional. ssociações assmem o objetivo de "erradicar" o "mal" do analfabetismo, qe atingia cerca de 80% da poplação Constitição prevê m Plano Nacional de Edcação qe incli o ensino primário integral gratito e extensivo a adltos. Pela primeira vez, a EJ é citada em m docmento oficial Dessa data até os fins da década de 1950, o Serviço de Edcação de dltos, entre otras ações, condz a Campanha de Edcação de dolescentes e dltos. Campanha estimlo ma primeira infra-estrtra para a EJ, com alfabetização inicial em três meses e apelo ao volntariado. Décadas de 1950 e Críticas ao modelo da EJ por meio de grandes "campanhas". Destaqe para o grpo de Pernambco qe, liderado por Palo Freire, propõe ma organização de crsos baseada na realidade dos adltos e m trabalho feito "com" e não "para" eles. Movimentos de edcação e de cltra poplar trabalham a alfabetização como m instrmento de conscientização e de participação política, tendo na alfabetização de adltos ma possibilidade para a transformação social. Com o Golpe Militar, mitos movimentos poplares são extintos Srge o Movimento Brasileiro de lfabetização (Mobral), qe reedita ma campanha nacional, baseada no volntariado e com material didático padronizado. Trata-se de m dos maiores programas da Ditadra Militar O Ensino Spletivo é implantado, com a Lei de Diretrizes e Bases da Edcação (LDB nº 5.692) No lgar do Mobral, srge a Fndação Edcar, com a finalidade de acompanhar secretarias e institições, como associações, igrejas e sindicatos, qe recebem recrsos para a execção de projetos Criada a Rede de poio à ção lfabetizadora do Brasil (RB), ma articlação entre ONGs qe promove a formação de edcadores, bsca inflenciar as políticas públicas e edita a revista lfabetização e Cidadania O rtigo 208 da Constitição de 1988 oficializa o direito niversal ao ensino fndamental público e gratito, independente da idade Nasce o Movimento de lfabetização de Jovens e dltos (Mova), em São Palo, drante a gestão de Palo Freire na Secretaria de Edcação do mnicípio. O movimento se baseia nm modelo de política pública de alfabetização de jovens e adltos qe integra governo e organizações da sociedade civil e inspira otras administrações (cerca de 20 cidades, em cinco estados). Desde 2003, ma articlação nacional reúne essas experiências na Rede Mova Brasil no Internacional da lfabetização. O Governo Collor extinge a Fndação Edcar e se asenta como articlador e indtor de ma política nacional de alfabetização de jovens e adltos. Entretanto, ao longo da década, os mnicípios iniciam o ampliam a oferta de EJ nova LDB (nº 9.394) afirma a edcação de jovens e adltos, sperando o conceito anterior de ensino spletivo O Fndo de Mantenção e Desenvolvimento do Ensino Fndamental e Valorização do Magistério (Fndef) é reglamentado pelo Decreto Ele altera a Constitição Federal e determina qe 60% dos recrsos captados para a edcação sejam direcionados para o ensino fndamental, mas restringe as possibilidades de investimento na EJ. No mesmo ano, é criado o primeiro Fórm Estadal de EJ, no Rio de Janeiro. Hoje, em todos os estados, e em várias regiões do interior, os fórns reúnem diversos atores da EJ. Os objetivos são intervir na elaboração de políticas públicas e socializar experiências. O Governo Federal propõe o Programa lfabetização Solidária (PS), ma nova campanha de alfabetização qe fnciona mediante parcerias: governos mnicipais exercem a coordenação local; o empresariado e o MEC financiam e niversidades realizam assistência técnica. Inicialmente, cada módlo PS é realizado em apenas seis meses (hoje em oito) divididos entre o planejamento e a formação dos monitores, e as atividades de alfabetização. Relatórios afirmam qe o poco tempo para as ações é responsável pela peqena proporção de edcandos capazes de ler e escrever peqenos textos ao final de cada módlo: entre 18% e 27% apenas. Em 1998, o PS se transforma na institição lfabetização Solidária (lfasol), qe até hoje atende cerca de cinco milhões de pessoas É realizado o primeiro Eneja, Encontro Nacional de Edcação de Jovens e dltos, no Rio de Janeiro O Conselho Nacional de Edcação aprova o parecer sobre as Diretrizes Crriclares Nacionais para EJ O Plano Nacional de Edcação define 26 metas prioritárias para o decênio , entre elas: em cinco anos, alfabetizar dois terços da poplação analfabeta (cerca de 10 milhões de pessoas) e assegrar a oferta do primeiro segmento do ensino fndamental para 50% dessa poplação; atender no segndo segmento do mesmo nível de ensino todos qe tenham conclído a etapa precedente; dobrar o atendimento de jovens e adltos no ensino médio O Governo Federal cria o programa Brasil lfabetizado Criação da Secretaria de Edcação Continada, lfabetização e Diversidade (Secad). Sa tarefa é redzir as desigaldades edcacionais, entre os diversos segmentos da poplação. Secad articla programas como Brasil lfabetizado e Fazendo Escola, qe financiam iniciativas de alfabetização e edcação de jovens e adltos. Os atores envolvidos na EJ criticam fortemente, no Brasil lfabetizado, se modelo de alfabetização restrito, a ser realizado em pocos meses (primeiramente seis, depois oito meses). Os resltados desse Programa para o aprendizado dos alnos está em fase de avaliação É realizado, em Recife, o 8º Eneja. Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 8

9 Em destaqe Qem são os jovens e adltos qe estão sendo alfabetizados? Histórias de vida marcadas por pobreza, trabalho e isolamento. Seja para escrever ma carta, ler m livro o ingressar na niversidade, os jovens e adltos brasileiros alfabetizandos têm em comm o objetivo de garantir o se direito de aprender. "Primeiro e qero falar por qe e não vim ontem. É qe falto lz na minha casa e minha neta estava com medo de ficar sozinha. Como os pais dela estavam demorando a chegar, e tive qe ficar fazendo companhia para ela. Mas e fiqei mito chateada de não ter vindo". alna qe lastima ter perdido m dia de ala é Dona Ernestina Eloy, de 81 anos. Ela é a alna mais velha de ma trma de 15 estdantes qe têm alas de portgês e matemática na Escola Mnicipal Josefina lves Vieira, na cidade de Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte. rindo de Carvalho, de 28 anos, estda na mesma trma de Dona Ernestina. É a segnda vez qe ele resolve voltar para a sala de ala, local qe freqüento por poco tempo na infância. "Há poco tempo, e fi preencher ma ficha de emprego em ma empresa de constrção, mas, como não sabia escrever direito, não consegi o trabalho. í e pensei: vo voltar para a escola". Jovens em bsca de qalificação e conhecimento, idosos em bsca de conhecimento e ocpação. Esse é, em geral, o perfil dos estdantes presentes nas escolas qe oferecem edcação de jovens e adltos. De acordo com a pesqisadora Vera Barreto, antigamente, os idosos eram dois o três em cada sala. Hoje, dependendo da região, essas pessoas compreendem 50% dos grpos. "lém de haver crescido a expectativa de vida, as pessoas estão trabalhando por mais tempo e participando mais efetivamente da comnidade por m período maior de sas vidas. Isso tem casado esse interesse", constata. Vera Barreto é edcadora e foi responsável pela elaboração de cinco cadernos temáticos sobre edcação de jovens e adltos qe serão distribídos pelo MEC para professores de escolas qe oferecem o ensino fndamental em EJ. Mas ser jovem o idoso é ma definição restrita para o diversificado público qe freqüenta as salas de EJ. Nelas, é possível encontrar homens e mlheres, desempregados e trabalhadores registrados, mães e pais, avôs e avós. Cada m com histórias de vida diferentes, e também com características comns em sas trajetórias. Pobreza e trabalho Um fator marcante entre os alnos de EJ é a presença do trabalho em sas vidas. Em mitos casos, o trabalho foi determinante para o afastamento dessas pessoas da escola qando crianças e, mais tarde, se torno m empecilho para qe elas voltassem o começassem a estdar. No caso das mlheres, o serviço doméstico é mito presente. Mitas meninas deixam de estdar para ajdar a mãe nos trabalhos de casa e axiliar na criação dos irmãos mais novos. Mas o trabalho qe, nm momento, prejdica os estdos é, também, m dos fatores qe levam pessoas a voltar para a sala de ala. lnos do Programa de Edcação de Jovens e dltos da ONG ção Edcativa, em São Palo. Foto: Marcello Vitorino 9 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

10 Em destaqe Conclindo a edcação básica, elas esperam consegir melhor colocação profissional e financeira. Mesmo o diploma não sendo garantia de emprego, hoje, mais do qe nnca, a escolarização é importante para ma colocação no mercado de trabalho. O fato de serem trabalhadores faz com qe essas pessoas dominem saberes de diferentes áreas. Um servente de pedreiro tem conhecimento sobre pesos, medidas e cálclo, por exemplo. Uma babá, mesmo qe não tenha freqüentado ma escola, sabe mita coisa sobre ntrição. Um vendedor sabe estiplar preços e fazer cálclos para dar troco o conferir lcro e prejízo. Mesmo sendo analfabetas, as pessoas conhecem mito bem o serviço qe exectam e sam algmas artimanhas para driblar as dificldades qe encontram. axiliar de serviços gerais, Maria Helena, diz nnca ter freqüentado a escola qando criança porqe precisava "trabalhar na roça". Nascida na zona rral da cidade mineira de Crvelo, aos 17 anos veio para Belo Horizonte trabalhar como empregada doméstica e, em 2002, consegi emprego em m hospital. Para consegir o cargo, Maria Helena precisava fazer ma prova escrita, mas, como era analfabeta, m fncionário do hospital se oferece para fazer a prova por ela sem qe ningém sobesse. Mesmo sem saber ler, a axiliar de serviços gerais diz qe cmpre bem sa fnção e se orglha de nnca haver se confndido com nenhm prodto na hora da limpeza. "Material de limpeza e conheço bem, mas, qando tenho algma dúvida, e cheiro e descbro qal prodto é". Hoje, aos 44 anos, Maria Helena decidi aprender a ler e escrever. Há sete meses, freqüenta o 1º segmento do Projeto de Ensino Fndamental de Jovens e dltos (Proef-1), da Facldade de Edcação da UFMG. "gora, qando me pedem para pegar m detergente, e olho e já vejo a d na frente do vidro", conta, satisfeita. Os conhecimentos adqiridos pelos alnos fora do ambiente escolar não devem ser descartados pelos professores. Mito pelo contrário, os profissionais devem aproveitá-los, não só para axiliar na transmissão do conteúdo, mas também como oportnidade de aprender com os estdantes. professora Karen Nery, alna do crso de Pedagogia da UFMG, conta qe m dia passo m problema matemático para os alnos e m deles se recso a fazer o exercício. "E simlei ma sitação de constrção de ma casa, mas não sobe dosar a qantidade de areia e de cimento qe coloqei no problema. Como m dos estdantes era servente de pedreiro, ele não aceito fazer o exercício porqe, segndo ele, os valores não correspondiam à realidade e era impossível tilizar aqelas medidas". É fndamental qe, na edcação de jovens e adltos, os professores aproximem o conteúdo ensinado da vida cotidiana desses alnos. Qando essa aproximação é feita considerando o conhecimento qe os alnos trazem de fora da escola, o aprendizado é mito mais fácil. Segndo Karen Nery, é importante, também, dar abertra para qe os alnos ensinem e não apenas coloqem o professor em ma posição incontestável. Longe da escola O alno inconformado com o problema matemático é rindo de Carvalho, colega de classe de Dona Ernestina, citada no início desta reportagem. história escolar desse estdante mostra otro problema comm aos alnos de EJ: o isolamento da escola. rindo de Carvalho foi matriclado no ensino fndamental, mas o tempo em qe fico na escola só foi sficiente para qe ele aprendesse a escrever se primeiro nome. Sa família, qe morava na cidade mineira de Palmópolis, na divisa com a Bahia, teve qe se mdar para a zona rral e, com a distância, freqüentar as alas fico impossível. Por serem regiões afastadas dos centros rbanos, o acesso à edcação em meios rrais, áreas de qilombos o grpos indígenas é mito mais difícil. Segndo a pesqisadora Vera Barreto, isso se deve ao tipo de vida dessas pessoas, qe não estimla o aprendizado do tipo escolar. E isso atinge, principalmente, as mlheres. s fnções qe elas desempenham, vivendo em regiões afastadas das cidades, qase não exigem delas o conhecimento da leitra o da escrita. Já nos centros rbanos, mitas mlheres saem de casa para trabalhar, pegam ônibs, passam por ras cheias de letreiros, vêem bancas com jornais e revistas. Isso agça a criosidade em torno da leitra. "Enqanto na cidade o mndo da escrita está em todo o canto, na zona rral ele está em ma proporção mito peqena", afirma Vera Barreto. Se já é difícil para as crianças qe vivem em regiões isoladas consegir estdar, os empecilhos amentam ainda mais qando essa edcação é pretendida pelos jovens e adltos. talmente, algns programas são dirigidos para áreas de antigos qilombos, mas, entre os índios, o ensino de jovens e adltos é mais freqüente em tribos próximas às cidades, onde há maior contato com a poplação não indígena. Foto: Fernanda Santos URINDO DE CRVLHO Idade: 28 anos Passado: Paro de estdar qando criança porqe a família se mdo para a zona rral. Presente: Retomo os estdos pela segnda vez há cinco meses. Ftro: Pretende conclir o ensino médio para consegir m emprego formal. Idade: 35 anos Passado: Paro de estdar aos se plantações de ecalipto. Presente: Freqüenta as alas de m Vespasiano, MG. Ftro: Qer se alfabetizar para Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 10

11 Em destaqe to-estima Esforço e gratidão Otra característica comm aos alnos de EJ é a baixa ato-estima qe, em mitos casos, se relaciona com o fracasso escolar. Mitos desses estdantes freqüentaram a escola por até seis anos, mas aprenderam poco o permaneceram analfabetos. O medo de m novo fracasso desestimla essas pessoas a voltarem a aprender, afastando-as novamente da escola. Foi isso o qe acontece com João Carlos Pinto. Ele nasce na cidade gaúcha de Novo Hambrgo e aos sete anos foi matriclado na escola primária, da qal, segndo ele, se lembra até hoje. Porém, m problema familiar fez com qe ele tivesse qe sair repentinamente dessa escola. João Carlos foi transferido para otro colégio, mas não se adapto e passo a sofrer com consectivas repetências. "o invés de progredir, e estava regredindo", conta. os 17 anos, ainda estava na qarta série e sem nenhm estímlo para continar a estdar. João Carlos decidi, então, abandonar de vez os estdos. " escola parece qe foi se afastando de mim", diz. Ele se mdo para a cidade de São Francisco de Pala, também no Rio Grande do Sl, e passo a se dedicar ao trabalho. Casado, com qatro filhos, o estdante diz qe faz "de tdo m poco". Trabalha com marcenaria e carpintaria e é dono de ma floricltra. Tem experiência também com o trabalho no campo, onde vive e trabalho com os pais e os tios drante mito tempo. decisão de voltar a estdar não foi fácil. Mesmo com mito estímlo por parte dos amigos, João Carlos Pinto, qe hoje tem 50 anos, conta qe penso mito antes de procrar a Escola Estadal José de lencar e fazer sa matrícla, no início de Mas agora qe retomo os estdos, diz qe não pretende parar tão cedo. "E qero conclir e, se tiver ma chance, prestar vestiblar para algm crso qe lide com a terra, com o gado, com o campo, qe é a minha área", planeja. te anos para trabalhar com o pai em projeto de alfabetização de jovens e adltos em Foto: Fernanda Santos VNUSI EVNGELIST Os professores são determinantes para evitar o fracasso dos alnos, pois exercem m papel marcante em sas vidas. É preciso qe os profissionais de EJ estejam atentos para trabalhar o lado emocional, a ato-estima dos estdantes jnto com os conteúdos escolares. professora Karen Nery conta qe os alnos são mito afetivos e se apegam tanto aos professores qe, algns, se recsam a ter alas com otra pessoa qando passam de ma trma para otra. "Em nosso Programa hove ma alna qe, no início deste ano, qeria voltar para a sala de alfabetização por casa do professor", lembra. estdante Vansia Evangelista, de 35 anos, conta qe m dos motivos qe a afasto da escola foi a morte de sa professora de alfabetização. "Ela era mito boa. Qando ela morre, a gente perde a vontade de estdar". história de Vansia Evangelista é parecida com a de mitos alnos de EJ. Nascida na Bahia, ela é a mais velha de 17 irmãos e desde peqena preciso trabalhar para ajdar no sstento da família. "Me pai deixava a gente ir à ala só dois dias e nos otros tínhamos qe trabalhar com ele", recorda. Sem poder ir à escola com freqüência e com a morte de sa professora, Vansia Evangelista deixo os estdos antes mesmo de completar m ano na escola. partir daí, passo a se dedicar exclsivamente ao trabalho nas plantações de ecalipto e, depois qe se caso, aos 19 anos, concentro-se nos serviços domésticos, na criação dos dois filhos e no trabalho informal de manicre. O fato de se apegarem mito aos professores não significa qe os alnos de EJ qeiram qe eles sejam "bonzinhos", mito tolerantes e poco exigentes. Como a maior parte desses alnos teve ma vida difícil, eles valorizam tdo o qe é conqistado com esforço e sacrifício. Essa ética do esforço é transferida para a escola: os alnos esperam, por exemplo, qe ela seja exigente, qe haja deveres e mita matéria no qadro, qe as provas sejam formais. Sercndo dos Santos tem 65 anos e diz qe a primeira vez qe piso em ma escola para estdar foi neste ano. Criado pela madrinha, ele trabalho desde criança em fazendas do interior de Minas Gerais. os 18 anos se caso, mas não deixo o trabalho no campo. Como não sabia ler, escrever, nem fazer contas, dependia de m fncionário encarregado de fazer todos os cálclos e anotações necessárias para o trabalho. Há oito anos, ele mora em Vespasiano e, após trabalhar algm tempo como ajdante de pedreiro, agora está aposentado. Para ele, a professora tem qe "castigar" o alno. "Nós já somos todos adltos, se a professora levar tdo de mansinho, aí ningém aprende", afirma. lém de empenho e determinação em aprender, os alnos de EJ, principalmente os mais velhos, demonstram também mita gratidão pelos professores. "Nós estamos devendo a ela professora ma obrigação qe é só Des qem paga", diz Sercndo dos Santos. Essas dimensões éticas e ideológicas trazem para o professor grandes desafios e devem ser levadas em conta, em vez de serem simplesmente desqalificadas como expectativas de m ensino "tradicional". SERCUNDO DOS SNTOS ler livros de literatra. Idade: 65 anos Passado: Nnca freqüento a escola qando criança porqe precisava trabalhar. Presente: No começo de 2006, piso pela primeira vez em ma escola como estdante. Ftro: Qer estdar por mais três anos. Segndo ele, esse é o tempo necessário para aprender tdo de qe necessita. Foto: Fernanda Santos 11

12 Em destaqe Dona-de-casa, mãe e alna De acordo com o Censo Escolar realizado pelo MEC em 2005, o número de homens e de mlheres matriclados na edcação de jovens e adltos não se diferencia mito. Porém, segndo a pesqisadora Vera Barreto, é mais fácil para o homem voltar a estdar. "s mlheres dependem de fatores como ter algém com qem deixar os filhos o de a escola ser próxima de casa. Para elas é mito mais complicado", explica. lém disso, as mlheres qe trabalham fora de casa realizam ma jornada dpla, pois, além do emprego, têm qe dar conta também dos serviços domésticos. E essa jornada dpla começa mito cedo. São mito freqüentes os casos em qe as meninas têm qe cidar dos irmãos o arrmar a casa depois das alas. "O meni- no depois da escola pode ficar brincando na ra, mas a menina não", afirma Vera Barreto. Mesmo com a proibição do marido, Vansia Evangelista nnca desisti de voltar à sala de ala e, depois de mita insistência, consegi convencê-lo da importância de saber ler e escrever. E foi tão convincente qe ele também resolve freqüentar as alas na Escola Mnicipal Josefina lves Vieira, em Vespasiano. escola não tem núcleo de EJ, mas cede sas instalações para qe qatro professores volntários alfabetizem jovens e adltos da região. demanda srgi dos próprios moradores, qe tinham vontade de estdar, mas não tinham oportnidade. Por intermédio da igreja católica, eles conheceram m dos professores, qe consegi organizar as alas. daptações Planos para o ftro Pelo fato de estar há mito tempo afastados o mesmo de nnca haver freqüentado escola, é comm qe os alnos de EJ estranhem m poco o modo como as alas são ministradas. o mesmo tempo em qe eles demandam alas dinâmicas, pois têm criosidade sobre diversos assntos, algns sentem falta da lição passada a giz no qadro-negro. estdante Maria Helena conta qe se asssto m poco qando chego à sala de ala e vi qe as coisas não eram como ela imaginava. " professora coloca m papel na minha mão e e fico olhando, pensando se o qe ela está lendo é mesmo o qe e esto acompanhando. E pensava qe tinha qe ser igal é com as crianças, a professora escrever no qadro e a gente ler o qe está lá", diz. Essa também era a expectativa de Vansia Evangelista, qando volto a estdar. "E achava qe a professora ia passar as letrinhas ma por ma, ia ler a cartilha primeiro, mas, não, já fomos entrando e formando as palavras, fazendo as contas". Porém, ao contrário de Maria Helena, qe reforça a vontade de estdar com os mais novos para poder "ser criança", algo qe diz nnca ter sido, Vansia Evangelista gosta da maneira como as alas são dadas. Sercndo dos Santos também prefere estdar com os adltos porqe diz qe se sentiria envergonhado em dividir a classe com crianças. vergonha do não saber é constante entre os alnos de EJ, mas é também, ao mesmo tempo, determinante para qe eles procrem a escola novamente. " pessoa passa vergonha é qando vai preencher ma ficha e não consege, porqe não sabe ler nem escrever, não na escola, qando está aprendendo com a professora", diz rindo de Carvalho. Consegir maiores possibilidades de emprego o mesmo crescer profissionalmente são algns dos vários fatores qe levam jovens e adltos a procrar a escola. Mas, em otros casos, o qe eles qerem é a satisfação pessoal de conqistar m direito qe têm como cidadãos. s pessoas qerem participar ativamente e se sentirem integradas na sociedade da da qal fazem parte. "O voto do analfabeto é garantido, por lei, desde 1988, mas é mito freqüente a pessoa qerer aprender a ler e a escrever antes de votar porqe ela não qer m títlo de eleitor de analfabeto. Ela qer participar no nível dos otros, não qer ser diferente", explica Vera Barreto. Vansia Evangelista, Sercndo dos Santos, Maria Helena, João Carlos Pinto, rindo de Carvalho, Ernestina Eloy. Mitos são os perfis das pessoas qe estão matricladas na edcação de jovens e adltos. Com histórias de vida variadas e, ao mesmo tempo, tão próximas mas das otras. Com caminhos qe se crzam em determinado ponto, mas qe segirão orientações distintas. Três anos é o período qe Sercndo dos Santos ainda qer permanecer na escola. Para ele, esse é o tempo necessário para aprender o qe precisa. "gora, na hora qe e vo fazer ma compra, e sei o qanto e devo. E do o dinheiro e sei o qanto tenho qe receber de troco, mas ainda preciso melhorar na leitra", diz. Já rindo de Carvalho pretende terminar o ensino fndamental e começar logo o ensino médio para ter m diploma e consegir novamente m emprego com carteira assinada. Maria Helena estabelece qatro anos para "realizar se sonho" de aprender a ler. "E ando com minha bíblia na bolsa e, qando e aprender a ler, a primeira coisa qe qero ler é ela. Qero também escrever carta para minha mãe lá em Crvelo. cho qe a coisa mais gostosa qe vo fazer em minha vida é isso", diz. João Carlos Pinto qer ir mais além e almeja fazer crso sperior. Independentemente do motivo qe esses jovens e adltos têm para estdar o da vida qe cada m levo até retornar o ingressar pela primeira vez na escola, essas pessoas têm em comm, além da história de exclsão de m direito fndamental, a vontade e o empenho em aprender. E sabem exatamente o valor qe esse aprendizado representa em sas vidas. (Fernanda Santos) Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 12

13 O tema é Edcação Penitenciária Estdar é direito das pessoas presas. É também m caminho para a reintegração social, a realização individal e o exercício da cidadania. O ensino reglar em presídios é direito garantido por docmentos internacionais e pela legislação brasileira. No entanto, apenas 18% das pessoas presas no Brasil estão envolvidas com atividades edcativas, segndo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Dos mais de 300 mil presos do país, 70% não têm ensino fndamental completo e 10,5% são analfabetos. De acordo com o Inaf poplação carcerária, pesqisa divlgada em 2006, qe medi o nível de alfabetismo fncional dos presos do estado de São Palo, a baixa adesão aos programas edcacionais em penitenciárias não se deve à falta de interesse dos presos, mas a fatores como: coincidência dos horários das alas e do trabalho, inconstância dos programas, não-garantia da certificação e da remição da pena pelo estdo, como já acontece para o trabalho (a pena é redzida em m dia, a cada três dias trabalhados). lém disso, predominam os crsinhos preparatórios para exames públicos de eqivalência de escolaridade e os projetos de alfabetização inicial (sendo qe 47% da poplação carcerária palista possem gra de instrção entre 5ª a 8ª série do ensino fndamental). No estado de São Palo, o Institto Palo Freire articlo-se à Fnap Fndação "Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel" de mparo ao Preso, órgão ligado ao governo estadal, qe já oferecia escolarização nos níveis fndamental e médio em presídios palistas para implementar m projeto de alfabetização. Realizado desde 2005, com recrsos do Programa Brasil lfabetizado, do MEC, o projeto é desenvolvido de forma integrada ao ensino fndamental, com os mesmos princípios, metodologias e temas em todas as nidades penais atendidas. "Dessa forma, qando m edcando é transferido de m presídio para otro, ele contina na mesma proposta", explica Márcia Elias Trezza, coordenadora do projeto no Institto. Formação de professores Márcia Trezza diz qe não é necessário formação especial para edcar pessoas presas. "Se consideramos qe todo edcador tem qe ensinar a partir da leitra de mndo qe o edcando faz, então, a formação é a mesma para edcadores qe trabalham dentro o fora do presídio", defende. Para ela, a postra principal qe o edcador deve ter é ovir o alno para entender sas especificidades. O trabalho com edcadores-presos é considerado pelo assessor do Inaf poplação carcerária, Liz Percival de Britto, "ma ótima possibilidade de valorização do conhecimento e do trabalho do preso". Fnap, qe tem formado monitores-presos, avalia O Inaf poplação carcerária revelo qe o desempenho dos presos palistas, em leitra e escrita, é m poco melhor qe o da poplação brasileira, apesar de a poplação prisional ter menor nível de escolaridade. De acordo com o assessor da pesqisa, Liz Percival Britto, esse resltado se deve à condição de vida dos presos, qe impõe maior necessidade de so da leitra e da escrita. "s pessoas qe estão fora vivem sitações de interação face a face mais constantes e têm menor disciplinamento da vida. Por isso, às vezes, não são exigidas a atalizar os conhecimentos em práticas", explica. Essa condição qe torna a leitra e a escrita tão necessárias é levada em conta em projetos de edcação não-formal voltados para formação geral e desenvolvibbb Desempenho em leitra e escrita melhora na prisão mento cltral de presos. O Letras de vida: escritas de si, criado por Helesa Câmara, professora da Universidade Estadal do Sdoeste da Bahia (UESB), em 1989 (na época, com o nome de Proler carcerário), pblica livros escritos por presos em nidades penais de Vitória da Conqista (B). Para Helesa, a escrita é importante porqe dá às pessoas oportnidade de contarem sas vidas antes do crime e de serem conhecidas por ses próprios discrsos. "Não podem só os processos jdiciais e os intelectais ficar falando por elas. s pessoas presas devem falar por si mesmas", afirma. Hélio lves Teixeira escreve se primeiro livro em 1994, no presídio. Ventaneira: ma história sem fim, qe foi pblicado pela UESB e já está na 4ª edição, "conta a história da minha qe os resltados são positivos porqe o edcador estabelece ma relação de identidade com os alnos. Desde o ano passado, estão sendo implantados nos estados do Ceará, Goiás, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sl e Tocantins pilotos do projeto Edcando para a Liberdade, desenvolvido pela Unesco, pela Secretaria de Edcação Continada, lfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e pelo Depen (vinclado ao Ministério da Jstiça) e financiado pelo governo do Japão. O projeto ata na formação de edcadores e servidores da execção penal e bsca definir diretrizes nacionais para ma política pública de edcação no sistema penitenciário. No entanto, "a ampliação da oferta de ensino nos presídios vai depender dos gestores da edcação e da jstiça nos estados", afirma a assessora do projeto, Daniele Barros. Responsabilidade Para Liz Percival Britto, como o sistema penitenciário no Brasil é estadal, cabe às secretarias estadais de edcação planejar, implementar e certificar projetos de edcação reglar em presídios. " execção tem qe ser integrada com as secretarias de administração penitenciária o eqivalentes. Mas a responsabilidade é da secretaria de edcação", afirma. O assessor do Inaf poplação carcerária considera qe deve haver ainda m sporte do MEC e do Ministério da Jstiça. (NIR MGLHÃES) vida de lta na roça, fala dos mes pais, da minha infância e adolescência", diz. inda na prisão, Hélio recebe menção honrosa por m texto pblicado nma coletânea sobre histórias de trabalho, no Rio Grande do Sl. Depois qe sai do cárcere, em 1997, pblico m livro infantil e escreve Fgindo do Inferno, qe está sendo revisado pela "grande amiga" Helesa. "Esse livro conta a história todinha lá do cárcere, fala de crime, violência, corrpção". Hélio avalia qe a leitra e a escrita foram descobertas fndamentais em sa vida. "Hoje e so escritor, compositor, tdo conqistado de dez anos para cá. Tenho paz, amigos, coisas qe antes não estavam no me dicionário". SSIM COMO O TRBLHO, O ESTUDO TMBÉM PODERÁ SER UM FORM DE REMIÇÃO DE PEN. (VER MIS SOBRE EST CMPNH NO SIB MIS, P. 19) Foto: Fnap - Fndação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel 13 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

14 Entrevista / vera MasaGão Ribeiro escola pode fazer a diferença Coordenadora geral de programas da ONG ção Edcativa, Vera Masagão Ribeiro é dotora em Edcação pela PUC de São Palo e já participo da elaboração de 18 pblicações. Entre elas está Letramento no Brasil (Global Editora), ganhador do Prêmio Jabti de O livro apresenta reflexões de diferentes atores sobre os resltados do Indicador Nacional de lfabetismo Fncional (Inaf), realizado em O Inaf é a única medição nacional do alfabetismo o mento da poplação adlta. Sa proposta é oferecer à sociedade informações sobre as habilidades e práticas de leitra, escrita e matemática dos brasileiros, de modo a estimlar o debate público e sbsidiar a formlação de políticas de edcação e cltra. Elaborados por das organizações não governamentais, ção Edcativa e Institto Palo Montenegro, ligado ao Ibope, os testes do Inaf são feitos analmente, alternando a medição dos níveis de alfabetismo em matemática e em leitra e escrita. (SÍLVI MÉLI DE RÚJO) edcação de jovens e adltos, no Brasil, sempre de poca atenção à continidade da EJ. Como você vê a qestão? acreditar qe isso vai ser bom para a pessoa e para a sociedade como m todo. Edcação é m investimento social. Foto: rqivo ção Edcativa Nos países desenvolvidos, onde todos os adltos têm pelo menos a edcação secndária, a edcação de jovens e adltos é mito valorizada, pois a poplação está consciente de qe é fndamental se atalizar e se capacitar ao longo de toda a vida. No Brasil, como a maioria não tem nem ensino fndamental, é necessário qe a edcação de jovens e adltos se dediqe prioritariamente a reparar m direito qe foi negado a essas pessoas. Mas isso deve ser feito sempre na perspectiva da edcação continada. Para os trabalhadores qe não tiveram ensino fndamental, a EJ precisa oferecer isso na idade adlta. Mas a gente espera qe não pare aí, qe vá para o ensino médio e assim por diante. O, se ele fez só alfabetização, qe contine no ensino fndamental o qe vá fazer m crso técnico, m crso de formação na igreja o no sindicato. gente mostra, para os professores qe trabalham na EJ, qe eles são parte de ma trajetória formativa, qe é natral qe dre o resto da vida. Os graves problemas da edcação brasileira jstificam políticas na forma de grandes campanhas de mobilização? edcação tem qe ser encarada não como m projeto individal, mas como m projeto social. sociedade tem qe qerer elevar os níveis edcacionais. campanha vale no sentido da mobilização social em torno de algma coisa. O problema é qe se faz ma mobilização em torno da alfabetização e não da continidade. Não mda qase nada na vida do sjeito aprender algmas s, se isso não significar a possibilidade de ma trajetória de formação e inserção social, profissional, cidadã. É importante a mobilização, desde qe haja condições de proporcionar a continidade. Também há ma idéia de qe é a própria pessoa exclída qe deve procrar pela escola? Essa ainda é ma idéia mito forte e qe precisa ser sperada. É preciso tratar a edcação como m direito do indivído, mas também m investimento social. Não podemos obrigar algém a estdar, mas, se a sociedade valoriza a edcação como direito de todos, as escolas, os sindicatos, as associações de bairro devem procrar incentivar pessoas qe não têm a escolaridade mínima. Temos qe "lfabetizar jovens e adltos, no Brasil, é reparar m direito qe foi negado, injstamente, a diferentes grpos sociais. Mas isso deve ser feito sempre na perspectiva da edcação continada e não apenas de campanhas pontais." Com relação ao analfabetismo absolto, você acha qe estamos próximos de considerá-lo residal? Não podemos considerá-lo residal. Mesmo nos segmentos o regiões onde o índice é menor qe 10%, isso significa centenas de milhares de pessoas. É fato qe, qanto menor a taxa, é mais difícil diminí-la, pois significa qe o analfabetismo vai se concentrando em bolsões cada vez mais difíceis de serem atingidos, como as zonas rrais isoladas, o pessoas com deficiência. escola é a instância de mento mais importante para a poplação. Podemos esperar mais da escola o existem otras instâncias a serem cobradas? De fato, a escola cmpre papel essencial na inserção do sjeito no mndo do. O Inaf mostra qe a escolaridade é m diferencial enorme, tanto em relação à habilidade qanto em relação às práticas de ler e escrever. escola pode exercer melhor se papel se sober como trabalhar adeqadamente a variedade de habilidades e práticas de leitra e escrita exigidas pela sociedade, envolvendo todos os edcadores, não só o alfabetizador o o professor de Línga Portqesa. escola tem qe ser o carro-chefe, mas precisa do apoio de agências complementares. No caso dos jovens e adltos, o espaço do trabalho é essencial, e eles podem lançar mão da leitra e da escrita para, em serviço, se capacitar e se atalizar. É fndamental qe as empresas incentivem isso, pois o adlto passa a maior parte do se dia no espaço de trabalho. O professor tem dificldade em trabalhar na perspectiva do mento? Infelizmente, ainda temos mitos problemas tanto na alfabetização inicial qanto no desenvolvimento das habilidades de leitra e escrita ao longo de toda a edcação básica. Nos crríclos e nas práticas dos professores, não se vê ma proposta clara de progressão de habilidades a serem desenvolvidas. O professor trabalha de forma mito parecida, não importa a série: dá m texto, manda ler, passa algmas pergntas, manda procrar palavras no dicionário. Não existe, de fato, m trabalho de fazer evolir habilidades de compreensão. Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 14

15 Entrevista / vera MasaGão Ribeiro Nos resltados do Inaf, desde 2001 o nível pleno de domínio de habilidades de leitra se manteve praticamente igal, com ma peqena diminição do analfabetismo absolto e m amento do índice de alfabetismo básico. Como você avalia esses resltados? gente não pode considerar esse resltado ma conseqüência somente da edcação de jovens e adltos, porqe o número de matríclas ainda é bastante diminto nessa modalidade. EJ, atalmente, atende menos de 1% da poplação qe necessita dela. E, mesmo nos programas de alfabetização, há pessoas qe já entraram alfabetizadas. Somada à peqena contribição da EJ, o qe afeta a lenta melhora dos níveis de alfabetismo da poplação é a expansão da edcação reglar; os jovens qe vão crescendo e se tornando adltos m poco mais escolarizados qe as gerações passadas. Por qe o Inaf sa o termo alfabetismo fncional? Qal o se significado? Na verdade, o termo alfabetismo nem precisaria do fncional. O termo fncional não é mito correto do ponto de vista teórico. Uma pessoa qe só sabe assinar o nome o anotar m recado, é analfabeta fncional? lgns podem dizer qe sim, mas, mesmo assinar o nome é ma habilidade "fncional", no sentido de qe a pessoa sa aqilo no dia-a-dia, é ma habilidade qe "fnciona" em certos contextos. partir do analfabetismo, qe é qando a pessoa avalia qe não tem domínio básico do fncionamento da línga escrita, há gras de sofisticação de so dessa ferramenta. Desde pessoas qe assinam o nome, otras qe anotam m recadinho, otras qe já lêem ma peqena matéria, localizam informações, até aqelas qe fazem so da leitra e da escrita como ferramenta de pensamento, conslta, análise, etc. Então, a gente fala em gras de alfabetismo, como m gradiente de conhecimento, e não como ma linha divisória entre o sabe e o não sabe. O capital escolar da família tem grande inflência nas habilidades de leitra e escrita das pessoas. maioria dos indivídos analfabetos o de baixa escolaridade são filhos de analfabetos também. Como a escola pode qebrar esse ciclo? escola deve ter o papel, jstamente, de sprir esse capital. É lógico qe se a pessoa já vem com ma bagagem de leitra e escrita antes, é mais fácil para a escola trabalhar. Mas a escola precisa conhecer as origens, expectativas, valores, bagagem cltral, possibilidades e limitações das pessoas com as qais está trabalhando. E, a partir daí, tentar fazer a diferença na vida desse alno, não simplesmente ser condescendente, pensar no alno como coitadinho. Porqe o perigo principal é o professor desistir de ensinar ma pessoa qe está entrando com mitas desvantagens em relação ao mndo da escrita. O capital qe o alno traz para a escola é mito importante, mas não é decisivo. escola pode fazer ma diferença e é ela qe tem a obrigação de fazê-la. Mitas vezes, o analfabeto tem baixa ato-estima e incorpora a idéia de qe é incapaz. Como o professor pode trabalhar com essa pessoa? É mito importante para esse adlto reconstrir ma imagem positiva como pessoa capaz de aprender. O professor pode mostrar qe ele tem otros conhecimentos; qe, às vezes, pelo fato de ser analfabeto, desenvolve otras estratégias de memória, de percepção, qe otras pessoas não têm. Mas, de fato, tem qe reconhecer qe o nãoaprendizado da leitra e da escrita pode fazê-lo se sentir exclído da sociedade. Mas é preciso animá-lo, fazê-lo acreditar qe vai consegir sperar essa barreira. No teste do Inaf, a qestão mais difícil, qe definia o gra de alfabetismo mais alto, era localizar, no texto, ma informação diferente do senso comm. Por qe isso é tão difícil? Porqe exige ma postra analítica do leitor frente ao texto: "O texto diz isso, embora e pense aqilo". Isso mostra qe o sjeito pode sar a leitra, não só para confirmar idéias qe ele já tem, mas como meio para aprender idéias novas. É mais o menos como se o texto dissesse qe todos os dias chove. O leitor sabe qe isso não é verdade. Qando o leitor é proficiente, é capaz de reconhecer qe é isso qe o texto diz, mesmo qe ele não concorde o qe saiba qe não é verdade. Já o leitor qe não tem ma postra de análise, vai tender a deformar a informação do texto, tentando fazer o conteúdo do texto se aproximar do qe ele pensa. Não separa o qe pensa daqilo qe o texto afirma. Comparando os resltados do Inaf qanto à leitra e à escrita com os resltados relativos à matemática, pode se dizer qe, nos níveis mais básicos, as pessoas sabem mais matemática e, nos mais altos, mais leitra e escrita? Nós temos menos analfabetos matemáticos, o seja, pessoas qe não sabem ler números familiares. Mal o bem, a pessoa é obrigada a saber dar m troco o identificar o número de ma casa. Esse tipo de coisa é mais fácil de aprender sem escolarização. No caso da leitra, o próprio código é mais complexo, mais cheio de regras, está mais vinclado à aprendizagem escolar. Já para operar com coisas mais sofisticadas em matemática gráficos, operações qe envolvem vários estágios de cálclo temos ma sitação pior. Como os resltados do Inaf reperctem na formlação de políticas públicas? E espero qe o Inaf e otras pesqisas na área de leitra ajdem a estrtrar propostas crriclares e pedagógicas nas escolas, qe dialogem com os sos das habilidades de leitra e escrita na vida, qe ajdem a escola a pensar melhor de qe forma pode preparar ses alnos para ma circlação dentro do mndo do, qe é amplo e complexo. É importante também qe a gente consiga convencer otras instâncias, especialmente os espaços de trabalho, qe também têm de ser instâncias edcativas, qe promovam a edcação continada por meio da escrita. E mais importante: a conseqüência principal de mostrar, pelas pesqisas, como o iletrismo está presente no Brasil é levar a própria sociedade não a lamentar o a se ver como ma Nação inclta, mas a tomar consciência de qe m direito fndamental não está assegrado para parte importante de sa poplação, qe essa sociedade é injsta e, assim, qe precisamos ltar para torná-la menos desigal, possibilitando, dentre otras coisas, o acesso a essa importante ferramenta do mndo contemporâneo: a línga escrita. 15 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

16 o Tema é Formação de alfabetizadores Para melhorar a qalidade do ensino de jovens e adltos, a formação continada dos professores é fndamental. SPECTOS IMPORTNTES N FORMÇÃO DO EDUCDOR formação dos professores de EJ vem sofrendo, historicamente, forte inflência do pensamento de Palo Freire, qe enfatiza o respeito à história, aos desejos e às possibilidades de mdança social dos sjeitos envolvidos, considerando qestões de gênero, idade, diversidade sociocltral e regional. Saber lidar com a diversidade, saber ovir, consegir qe os alnos se soltem e prodzam são as principais habilidades a desenvolver na formação do professor de EJ. O edcador precisa considerar, ainda, qe jovens e adltos, antes de ingressarem na escola, carregam conhecimentos, procedimentos, pontos de vista, crenças e valores relacionados ao qe aprenderão na escola. Segndo Maria da Conceição Fonseca, coordenadora do Núcleo de Edcação de Jovens e dltos (Neja) na UFMG, é importante qe haja reflexão na prática docente. "O principal desafio é pensar na mediação da relação dos edcandos com o conhecimento", comenta. Mais de 250 mil professores atam na edcação de jovens e adltos em escolas do país, 65 mil deles nas qatro primeiras séries do ensino fndamental. Cerca de 2/3 deles têm o ensino médio completo e apenas 20 mil possem ensino sperior indica o último Censo Escolar, realizado, em 2005, pelo Institto Nacional de Estdos e Pesqisas Edcacionais (Inep). Existem ainda professores de EJ em projetos comnitários por todo o Brasil. Geralmente, não têm habilitação específica e exercem otras atividades profissionais. É o caso do estdante de Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Júlio de Soza, 23 anos, qe alfabetiza jovens e adltos volntariamente. "Esto mito envolvido, essa opção é ma bsca pessoal por novas experiências", relata ele, qe diz pretender se especializar na área. Histórico Mas a edcação de jovens e adltos nem sempre é vista como modalidade edcativa qe demanda qalificação do professor. Historicamente, foi idealizada como edcação compensatória o spletiva, podendo fncionar em contextos diferentes dos da escola, com edcadores de perfis mito variados. Grande parte dos projetos edcativos tende a patar-se por fndamentos e sbsídios destinados ao ensino reglar e raramente contam com infra-estrtra adeqada. Pesqisa realizada pelo professor Leôncio Soares, do Núcleo de Edcação de Jovens e dltos (Neja) da Facldade de Edcação da UFMG, mostro qe a formação inicial com ênfase em EJ existe em apenas 16 dos crsos de gradação em Pedagogia do país. Mitas niversidades só oferecem estdos relacionados à EJ na pós-gradação o em atividades de extensão. talmente, defende-se qe essa formação se estenda para otras licenciatras, além da Pedagogia. Edna Oliveira, coordenadora do Núcleo de Edcação de Jovens e dltos (Neja) na Ufes, sgere qe essa temática faça parte do crríclo de todos crsos de gradação qe formem professores. Leôncio Soares explica, em sa pesqisa, qe a opção pela edcação de jovens e adltos é marcada pela intenção de contribir com a mdança social e, por isso, deve ter interlocções com a Filosofia os presspostos qe fndamentam a concepção de edcação e com as Ciências Sociais a complexidade dos processos de exclsão social e edcativa no Brasil. Os crsos de formação devem proporcionar oportnidades de reflexão sobre os saberes qe sbsidiam as práticas dos professores: os conteúdos e os processos de aprendizagem de jovens e adltos. inda qe a capacitação na niversidade seja de qalidade, essa qalificação freqüentemente não é valorizada no mercado. " EJ é onde e me realizo, mas não é atrativa financeiramente. Tenho qe trabalhar com edcação infantil para complementar a renda", diz na Carolina Silva, qe dá alas no programa EJ: Formação Continada de Edcadores e Professores de Geração de Trabalho e Renda, m projeto de extensão da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), onde se formo em Pedagogia. Sitação atal Constitição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Edcação Nacional e as Diretrizes Crriclares para a Edcação de Jovens e dltos, de 1996, assim como o Plano Nacional de Edcação, aprovado em 2001, garantem o direito niversal à edcação com flexibilidade de organização do ensino para atender as necessidades de aprendizagem dos jovens e adltos. No entanto, os governos, tradicionalmente, canalizam qase a totalidade dos recrsos para a edcação fndamental reglar. ssim, para garantir a alfabetização e a continidade da escolarização de jovens e adltos brasileiros, institições da sociedade civil desenvolvem projetos, mitas vezes em parceria com as próprias administrações públicas. s parcerias com a sociedade organizada têm como vantagem o maior controle social sobre ações governamentais. Mas, por otro lado, geram o problema da transferência de responsabilidade pela garantia de direitos niversais. Mitos projetos de EJ coordenados por grpos poplares e ONGS se estrtram a partir do trabalho volntário. Esses projetos enfrentam dificldades não raras também no ensino público relativas à falta de materiais, formação e planejamento específicos para a área. Pesqisas revelam qe mitas vezes as alas são estrtradas de improviso, transpondo para os jovens e adltos atividades destinadas às crianças. Em formação lgmas ações formadoras são oferecidas por institições e redes de ensino públicas o privadas. Palestras, seminários, crsos de aperfeiçoamento bscam promover a troca de experiências e complementar a formação dos edcadores. Esses processos não devem visar à prescrição de m único modo de ensinar, mas ao fortalecimento dos edcadores para qe elaborem propostas e as apliqem em se cotidiano. Cládia Veloso, coordenadora geral da EJ no MEC, diz qe a formação de m professor de jovens e adltos deve contemplar, além do previsto para qalqer otro edcador, planos específicos para esse público. "Existem professores de EJ sem capacitação, mas o ideal é qe sejam estimlados a se formar. Como é preferível não deixar de dar alas, o objetivo é fazer a formação em exercício, em todos os lgares do Brasil", explica. (TEREZ RODRIGUES) Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 16

17 la extra Cinema na Edcação de Jovens e dltos Filmes em sala de ala podem gerar agradáveis atividades relacionadas ao desenvolvimento da leitra e da escrita. O cinema, como a literatra, é arte e entretenimento, e pode ser sado na escola para explorar qestões qe afetam jovens e adltos. Carmem Eiterer, professora da Facldade de Edcação da UFMG e pesqisadora do Ceale, explica qe filmes são "textos qe levam o alno a refletir sobre o mndo a qe pertence, entendendo melhor a variedade de sociedades e cltras prodzidas ao longo da história hmana". Tendo em vista qe mitos alnos da EJ não vão ao cinema freqüentemente, é interessante qe o professor tilize essa ferramenta, selecionando filmes qe contribam para sa formação. Trazer o cinema para a ala é m desafio: os alnos estão habitados a lidar com fontes escolares para aprender. "O professor precisa mostrar qe aqilo é ala, não necessariamente por trazer o conteúdo da matéria, mas porqe, com o debate, se desenvolvem habilidades importantes para eles", diz Carmem Eiterer (ver reportagem na pág. 9). No contato com o cinema, os estdantes prestam atenção, ovem, descobrem intertextalidades, argmentam e debatem: capacidades qe ajdam a desenvolver a leitra e a prodção escrita. Os filmes estimlam reflexões sobre a história narrada. Prodções nacionais, principalmente, dialogam com regionalismos e tradições da cltra brasileira. E a escola, assim como bsca promover o interesse pela literatra, pode estimlar o gosto pelo cinema. Mas é preciso atentar para o fato de qe, como os jornais, livros de literatra e otros materiais sados em alas, a maioria dos filmes não é prodzida para fins didáticos. Como textos, os filmes dialogam com eventos reais, mas sa constrção é sempre ficcional. Por isso, o professor deve fazer m paralelo entre ficção e realidade. Não é recomendável sar m filme como prova docmental de qalqer fato; no entanto, ele pode ajdar na ilstração do qe é dito em ala o compor cenários qe os alnos desconhecem. Para Inês Teixeira, qe organiza a coleção Cinema e Literatra, "o cinema é importante para a edcação e para os edcadores, independente de ser ma fonte de conhecimento e de servir como recrso didático-pedagógico". Para ela, filmes dão grandes contribições à ala, mas é preciso apreendê-los sempre como expressão artística. ntes e depois pesqisadora Maria ntonieta Pereira, coordenadora do projeto Tela e o Texto, da Facldade de Letras da UFMG, recomenda ma discssão antes de passar o filme, a partir da sa ficha técnica e contextalização. "Pode-se pegar a capa do vídeo, o o títlo, e pergntar: o qe vocês esperam encontrar nessa história? E depois de assistir, verificar as hipóteses, através de debate", exemplifica. Podem ser disctidas a adaptação de livros para o cinema, as diferenças e semelhanças entre sas lingagens e narrativas, confrontar filmes com otras obras o com a realidade dos alnos. Em qalqer sitação, é interessante progressivamente disctir a representação, os movimentos de câmera, os figrinos, as atitdes dos personagens. ssim, os alnos darão também atenção ao processo de prodção e à constrção da história. O professor pode abordar temas como a prodção, as políticas de apoio e distribição de filmes o de acesso aos bens cltrais, assim como examinar os contextos em qe se passam as histórias. s atividades posteriores não devem ser rígidas com roteiros de pergntas para não empobrecer a frição estética pretendida. Uma boa forma de analisar e avaliar a recepção do qe foi visto é dividir a trma em grpos para, depois do filme, cada m expor m aspecto observado. "s pessoas enxergam diferentes detalhes nas cenas apresentadas, diferentes facetas de certas ações, reações, omissões e diálogos entre os personagens. É interessante qe isso seja compartilhado", afirma Maria ntonieta. O debate exerce m importante papel. Para acompanhar a discssão e tirar dúvidas dos alnos, é preciso se preparar, assistir ao filme e pesqisar sobre ele, antes de apresentá-lo. O tempo para a ala e para a discssão deve ser planejado de acordo com a dração do filme. Filmes legendados, longos o densos demais não são recomendados para os recém-alfabetizados. Esses fatores devem ser evitados, pois o objetivo é conqistar os alnos para a apreciação de ma forma de arte. (TEREZ RODRIGUES) SUGESTÕES lista abaixo contém algmas sgestões de filmes brasileiros de fácil acesso. Mas é importante qe os alnos conheçam ainda clássicos da filmografia nacional, filmes estrangeiros, docmentários, crtas-metragens e otros gêneros adiovisais. Se possível, levá-los a ma sala de cinema é ma experiência interessante também. bril despedaçado (Walter Salles, 2001) Bicho de sete cabeças (Lais Bodanzky, 2000) Carlota Joaqina (Carla Camrati, 1995) Central do Brasil (Walter Salles, 1998) Cidade de Des (Fernando Meirelles, 2002) Dois filhos de Francisco (Breno Silveira, 2005) Domésticas, o filme (Nando Olival e Fernando Meirelles, 2001) E, t, eles (ndrcha Waddington, 2000) Marvada carne (ndré Klotzel, 1985) Narradores de Javé (Eliane Caffé, 2003) O ato da compadecida (Gel rraes, 2000) O homem qe copiava (Jorge Frtado, 2002) O homem qe viro sco (João Batista de ndrade, 1980) Olga (Jayme Monjardim, 2004) O qe é isso companheiro? (Brno Barreto, 1997) Sábado (Ugo Giorgetti, 1994) Uma onda no ar (Helvécio Ratton, 2002) Villa Lobos, ma vida de paixão (Zelito Viana, 1999) 17 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

18 Perfil Professora por convicção e determinação prender e ensinar. Essas sempre foram as paixões de ma professora qe até onça enfrento, mas nnca deixo de correr atrás de ses objetivos. professora NTÔNI VRLENE SORES, em visita à Facldade de Edcação, da UFMG, qando participo da primeira etapa do Programa de Fortalecimento de Professores de EJ, promovido pela lfasol e coordenado pelo Ceale. os 12 anos de idade, a diversão preferida de ntônia Varlene Soares era brincar de escolinha com sas amigas. Hoje, aos 43 anos, ela é alfabetizadora de jovens e adltos em Eldorado dos Carajás, no Pará. Sa trma tem 28 alnos, de 18 a 55 anos, todos, segndo ela, "mito aplicados e com o objetivo de aprender". Mas, até se tornar professora da Escola Mnicipal de Ensino Fndamental Ogilvanise Moreira de Mora, Varlene enfrento pelo caminho mitas dificldades: financeiras, de acesso à escola e até mesmo ter qe fgir de onça pintada. Nascida em Barra do Corda, no interior do Maranhão, Varlene Soares logo se mdo com a família para a cidade de Esperantinópolis, no mesmo estado. Ses pais eram analfabetos, mas nnca deixaram de incentivar a única dos 16 filhos qe pretendia estdar. Como as escolas da cidade só ofereciam até a 4ª série, em 1977, ela se mdo para a casa de m tio em Pedreiras, também no Maranhão, para continar o ensino fndamental. Mas m problema de saúde, aos 14 anos, fez com qe voltasse para a casa dos pais, interrompendo ses estdos na 7ª série. lgm tempo depois, aos 17 anos, se caso. Os filhos vieram e, como não qeria deixá-los aos cidados de otra pessoa, adio sa volta à escola. "E imaginei o seginte: vo ter mes filhos primeiro e depois e volto a estdar". E assim fez. Em 1990, com os três filhos já crescidos, Varlene se mdo com a família para Crionópolis, no Pará e, aos 27 anos, resolve retomar os estdos. Mas essa maranhense não qeria apenas aprender e decidi qe também iria ensinar. Foi qando fndo a Escola Nova Esperança, na comnidade em qe morava. Lá havia mitas crianças, mas a escola mais próxima ficava a seis qilômetros de distância. "Os pais não qeriam mandar os filhos para estdar porqe tinha mita onça no caminho", conta. Depois de procrar a prefeitra da cidade, Varlene consegi montar a escola e começo sa carreira de professora dando alas para 38 crianças. " minha ansiedade para ver a escola fncionando era tanta qe e carregei o qadro-negro na minha cabeça 18 qilômetros a pé da cidade até a colônia", lembra. Jocélio Vieira conhece Varlene em 1992, qando de alas para ela no projeto Gavião I, oferecido pelo governo estadal do Pará. O objetivo desse projeto era possibilitar qe professores leigos completassem o ensino fndamental para qe, posteriormente, crsassem magistério. Qando Varlene concli o primeiro gra e passo para a segnda fase do projeto, o Gavião II, Jocélio não de mais alas para ela, mas a amizade entre os dois permanece. filha de Varlene também passo a ter alas com se antigo professor. Segndo Jocélio "a gente se encontrava nas reniões de pais e mestres e ela me procrava para tirar as dúvidas qe tinha", conta. Para ele, a professora Varlene é "m exemplo de convicção e determinação". Mesmo antes de voltar a estdar, a professora explica qe, para não ficar parada, fazia todos os crsos qe apareciam. Nos 18 qilômetros de caminhada de sa casa até a cidade, a estrada, segndo ela, "tinha onça como se fosse cachorro". Nessas sas idas e vindas, ma vez se deparo com ma dessas onças pelo caminho. Ela recorda qe, na hora, o ssto foi mito grande, e o coração acelero, mas, no fim, ela consegi escapar ilesa. "E lembrei qe me marido falava qe onça não gosta de grito. í e fechei os olhos, gritei, e depois corri, corri, corri", conta. Mas nem distância, nem onças, fizeram com qe Varlene Soares perdesse a vontade de aprender cada vez mais. "E sempre fi ma mlher mito determinada. Se e falo qe e vo fazer algma coisa, e faço mesmo", garante. Em bsca de melhores condições de vida para os filhos, a professora e o marido decidiram sair da zona rral, em 1996, e se mdar para Eldorado dos Carajás. Lá, ela trabalho seis anos na edcação infantil e mais três na alfabetização de crianças. Fez m crso de capacitação no programa lfabetização Solidária (lfasol) e, desde então, passo a alfabetizar jovens e adltos nesse projeto. paixonada pela profissão, ela diz qe, "se pdesse, trabalharia em todas as áreas". professora explica qe dar alas para jovens e adltos é bem diferente de alfabetizar as crianças porqe, como as pessoas são mais velhas, têm percepções diferentes da vida. Segndo Varlene, a edcação de jovens e adltos ainda tem mito qe melhorar. Um problema apontado por ela é a dificldade qe os projetos têm para alfabetizar os alnos no tempo proposto. Ela conta qe algns estdantes de sa trma chegaram à escola ainda analfabetos, mesmo tendo passado pelos oito meses do lfasol. "Uns chegam lendo, otros não. E trabalho com alnos de todas as fases em minha trma. Mas as pessoas deveriam sair do projeto sabendo ler e escrever". Hoje, além do trabalho como professora, Varlene Soares se dedica também à administração de ma loja de ropas e às atividades do Conselho de limentação Escolar, do qal é presidente. Com tantas atividades, ela deixo o trabalho no lfasol e, agora, dá alas somente para o núcleo de EJ da escola de ensino fndamental em qe trabalha. À noite, prepara o jantar para o marido e vai para o colégio. "Às vezes e penso qe não vo agüentar dar ala porqe esto mito cansada, mas e posso estar com o problema qe for qe, depois qe e sbo a ladeira para chegar à escola, e esqeço tdo", diz. o mesmo tempo em qe diz não ver "nada de mais" em sa vida, a professora se considera "ma gerreira" e, mitas vezes, é contando sa história qe incentiva jovens e adltos a não desistirem dos estdos. Para o ftro, ela planeja crsar ma facldade de Letras. Mas será qe tdo isso vale a pena? "Se precisasse, faria tdo de novo" é o qe diz. Belo Horizonte, jnho/jlho de ano 2 - Edição Especial 18

19 Siba Mais Cinema em EJ Traz informações e artigos sobre cinema, entrevistas com cineastas e, dentre otras coisas, m banco de dados com imagens, trailers, textos e roteiros (mais de 500 títlos) de filmes, nacionais e estrangeiros. escola vai ao cinema Inês ssnção de Castro e José de Sosa Migel Lopes (orgs.) (Ed. têntica, 2003). Reúne artigos sobre filmes qe tematizam múltiplas dimensões edcacionais. Objetiva preencher ma lacna no meio editorial brasileiro no qe diz respeito ao tratamento cinematográfico de temas ligados à edcação. obra de origem a ma coleção: já foram pblicados mlher vai ao cinema e Diversidade cltral vai ao cinema (pela mesma editora). Literatra na EJ lmanaqe do lá n 2 (Sapé, 2006). Prodzido pelo Serviço de poio à Pesqisa em Edcação (Sapé), o almanaqe reúne textos literários, informativos, recreativos e científicos de fácil leitra, com o tema "Paz na Diversidade". É distribído pela Secad/MEC. No site da Natra Cosméticos, você encontra informações sobre a Campanha EJ, qe promove ações voltadas para a área, como o Lendo Nossa Gente, citado na matéria. Cliqe na seção Sites especiais e vá para Projeto EJ. Na seção "Concrso Literatra para Todos", estão disponíveis a lista das obras premiadas e o edital do Concrso, com os critérios de seleção. Diálogos na Edcação de Jovens e dltos Leôncio Soares, Maria mélia Giovanetti e Nilma Lino Gomes (orgs.) (Ed. têntica, 2005). Coletânea fndamentada na concepção da EJ como campo político, de formação e de investigação, comprometido com a edcação das camadas poplares. Neste livro estão descritas as práticas, interrogações e pesqisas qe orientam o Neja da UFMG. Neste site, podem ser encontradas informações sobre os projetos e ações do Núcleo de Edcação de Jovens e dltos da UFMG. São descritas iniciativas de formação de edcadores e ações de incentivo ao desenvolvimento de projetos de pesqisa em EJ. Pedagogia do Oprimido Palo Freire (Paz e Terra, 1987). Escrito qando estava exilado no Chile, em 1968, este livro é considerado a obra mais completa e importante de Palo Edcação Penitenciária - No site da ção Edcativa você encontra informações sobre a Campanha pela Remição Penal. Mais de 130 indivídos e organizações, dentre elas ção Edcativa e o Ceale, assinaram m manifesto qe reqer a aprovação dos projetos de lei qe implementam e reglarizam a remição da pena pelo estdo, atalmente em tramitação no Congresso Nacional. O docmento foi encaminhado à Câmara Federal em abril deste ano. Há também m histórico de leis, do Brasil e de otros países, qe foram garantindo, com o passar do tempo, o direito de pessoas presas terem acesso à edcação. Letramento no Brasil Vera Masagão Ribeiro (org. ) (ção Edcativa, Institto Palo Montenegro/Ibope, Ed. Global). Discte o mento da poplação brasileira a partir dos resltados do Inaf. presenta textos de diferentes atores qe, sob perspectivas distintas, analisam diferentes aspectos do mltifacetado fenômeno do mento no Brasil. obra recebe o prêmio Jabti em Letramento no Brasil: Habilidades Matemáticas Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca (org.) (ção Edcativa, Institto Palo Montenegro/Ibope, Ed. Global). presenta textos, de diferentes atores, qe disctem os resltados obtidos pela pesqisa Inaf, realizada em 2002, sobre as habilidades matemáticas da poplação brasileira. Formação de professores Indicador Nacional de lfabetismo Fncional Inaf Freire. Torno-se referência para o entendimento da prática de ma pedagogia libertadora e progressista. Traz os temas qe sstentam a concepção freireana: conscientização, revolção, diálogo e cooperação. Está disponível neste site o docmento Constrção coletiva: contribições à edcação de jovens e adltos, organizado pelo Departamento de EJ da Secad/MEC e pela Rede de poio à ção lfabetizadora do Brasil RB. Reúne artigos, relatos de experiências e práticas qe foram pblicados na Revista lfabetização e Cidadania. Integra a coleção Edcação para todos, da qal também faz parte o texto Commitments and challenges towards a literate Brazil (2005), de ntônio gsto Gomes Batista e Vera Masagão Ribeiro. O trabalho, também encontrado neste site, faz m balanço da evolção da alfabetização no Brasil. Hip Hop Portal brasileiro qe traz informações sobre o movimento Hip Hop e ses qatro elementos, além de entrevistas, colnas, dicas de grpos de Hip Hop, CD s de rap, e livros da área. Site da Central Única das Favelas (Cfa), ONG qe procra elevar a ato-estima de moradores de comnidades carentes por meio das formas de expressão do Hip Hop. Presente em várias favelas cariocas e em otros estados do Brasil, a Cfa promove atividades nas áreas da edcação, cidadania e desenvolvimento hmano. Ses crsos capacitam os jovens para atar como DJ s, grafiteiros, operadores de ádio, cantores e dançarinos. Na seção "jventde" da Rádio Fala Mlher. Com, você pode ovir entrevistas com ativistas do movimento Hip Hop sobre a igaldade entre homens e mlheres. rádio on-line é ma iniciativa da organização Cemina Comnicação, Edcação e Informação em Gênero. Ministério da Edcação Portal do Ministério da Edcação. Você encontra a descrição dos projetos desenvolvidos pelo Governo Federal, assim como arqivos com resltados de pesqisas e materiais para a formação de professores. Trabalhando com a edcação de jovens e adltos (Secad/MEC, 2006) Coleção de cinco cadernos elaborados pela especialista em EJ Vera Barreto, e voltados para a formação de professores. Os temas são: lnos e alnas da EJ, sala de ala como m grpo de vivência e aprendizagem, Observação e registro, valiação e planejamento e spectos da aprendizagem de alnos e professores. Em 2006, a coleção foi distribída a todas as redes de ensino estadais e mnicipais qe ofertam EJ. ção Edcativa No site da ONG ção Edcativa, estão disponíveis notícias, pesqisas, informações sobre ses projetos e análises críticas de políticas públicas para a EJ. Na seção Docmentação, você encontra a versão on-line de artigos e teses do Centro de Docmentação e Informação. Em Práticas de aprender, sgestões de atividades, como o projeto "Cinema e Vídeo". seção Observatório da Edcação traz o acompanhamento da cobertra da mídia sobre temas edcacionais. 19 Centro de lfabetização, Leitra e Escrita - Facldade de Edcação/UFMG - ção Edcativa

20 la extra brindo diálogo com o Hip Hop Práticas de lingagem, temáticas e formas de aprender do Hip Hop podem dar grandes contribições ao ensino de jovens. "O movimento Hip Hop está à solta/mandando a idéia certa pras pessoas", diz a do rap Consciência CPR, do grpo paranaense de mesmo nome. Uma "idéia certa" é qe a cltra Hip Hop pode contribir mito para a edcação de jovens qe voltaram a estdar. brir diálogo com esse movimento, na escola, é reconhecer qe o Hip Hop é m elemento importante da cltra de mitos jovens qe formam o público da EJ. Break, grafite, MC e DJ No rap Gerreiro e Gerreira, Negra Li e Helião cantam: "Tem qe saber qe Hip Hop não é feira". É preciso saber qe Hip Hop é m movimento sociocltral protagonizado em sa maioria por jovens negros, moradores das periferias das grandes capitais, e também por brancos qe compartilham a experiência de vida dos bairros pobres. "Esse movimento tem sido m espaço de desenvolvimento de práticas socioedcativas e de ato-afirmação e hoje se estende para otras partes da cidade, criando redes de sociabilidade", explica na Lúcia Soza, formadora do Programa de EJ da ONG ção Edcativa e dotoranda na Unicamp, onde desenvolve pesqisa sobre práticas de mento entre jovens do movimento Hip Hop em São Palo. Essa cltra se expressa pela articlação de qatro elementos: break (dança dos movimentos qebrados, criada e crescida na ra), grafite (pintras feitas com spray, no ambiente rbano, com mensagens em torno de qestões do movimento), MC (mestre de cerimônias, qe traz a palavra cantada do rap) e DJ (responsável pelos efeitos sonoros das músicas). na Lúcia enfatiza qe o Hip Hop é marcado pelo qestionamento e pela bsca por mdança social. Conforme grande parte dos ativistas do movimento defende, o cantor de rap, o DJ, o dançarino de break e o grafiteiro, para serem do movimento, precisam ter m anseio por transformar as relações sociais e raciais. Letramento no Hip Hop De acordo com a pesqisadora, "os jovens e as jovens qe participam do movimento, em geral, já são inseridos no niverso do, e tendem a ampliar os sos sociais da leitra e da escrita ao ter de cantar, grafitar, participar de discssões, falando o ovindo". Rosane Pires, professora de EJ na E.M. rélio Pires, sitada nma região rodeada por vilas, em Belo Horizonte, diz qe o vínclo do jovem com o Hip Hop pode motivar a volta aos estdos. "No movimento, ele aprende a acreditar em si mesmo. Daí, ele se propõe a avançar", afirma. llan da Rosa, morador da periferia de São Palo, diz qe se envolvimento com o rap o incentivo a estdar para o vestiblar da USP. "s s dos raps nacionais, qe e ovia o dia inteiro, a falta de perspectiva qe e via no me bairro e o fato de e sempre ter gostado de ler me fizeram passar no vestiblar de História", conta. Hoje, llan da Rosa é mestrando na área de cltra e edcação, na USP, escritor da chamada literatra periférica e arte-edcador. Por essa motivação qe o Hip Hop representa para mitas pessoas é qe Rosane Pires diz ser importante criar, na edcação formal, espaços onde alnos envolvidos com o movimento possam se colocar. " escola, mitas vezes, cerceia a liderança positiva qe esses jovens realizam em sas comnidades. Se propiciarmos qe eles levem para o ambiente escolar a postra bacana qe já têm fora, damos m grande salto", afirma. edcação formal pode investigar, por exemplo, práticas de leitra, escrita e oralidade do Hip Hop. "Na EJ, nós trabalhamos mito com músicas qe dizem respeito às identidades sociais dos alnos e alnas. Então, podemos fazer o exercício de pensar: o qe é m rap? Do qe ele fala? Como ele fala? Por qe fala? Qem canta e escreve o rap?", sgere na Lúcia. partir das discssões, vai-se descobrir qe os raps são narrativas de histórias individais e coletivas, em versos, qe tematizam desigaldades sociais, expressões do mndo rbano, a vida no bairro, a história da poplação negra no Brasil, qestões da jventde. constrção do conhecimento de forma coletiva, como acontece no Hip Hop, também pode ser incorporada com mais intensidade nos processos de ensinoaprendizagem escolares. Os alnos de Rosane Pires, por exemplo, costmam compor raps em conjnto. "Eles não ficam reclamando atoria. Qerem mesmo é repartir essa constrção", ela conta. É preciso dialogar na Lúcia ressalta qe a proposta não é didatizar o sar o Hip Hop em atividades pontais. "É fndamental pensar como o projeto político-pedagógico da escola pode dialogar com os diferentes niversos cltrais qe estão no ambiente edcativo, e o Hip Hop é m deles", explica. Segndo a pesqisadora, o primeiro passo é olhar e esctar os sjeitos portadores dessa cltra. "Os projetos têm qe partir das necessidades dos grpos atendidos, de sas expectativas, de ses sonhos e até do ainda não-sonhar", afirma. llan da Rosa diz qe o movimento pode ativar o contato com otras tradições, mas também ser m fim em si mesmo: "e não crto essa história de sar o Hip Hop como pretexto para chegar a otras artes, como se só essas fossem legítimas. O estdo do grafite pode ser m fim em si mesmo os mros de Salvador trazem arte plena na lingagem do grafite. o mesmo tempo, e tenho certeza de qe o grafiteiro, se for apresentado ao mralismo mexicano, às pintras de Picasso, ao Malangatana, grande pintor moçambicano, vai estdar isso com mito entsiasmo". (NIR MGLHÃES) O jornal Letra é ma ação da Rede Nacional de Centros de Formação Continada do Ministério da Edcação. 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