PAGAMENTO INDEVIDO E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (OBRIGAÇÃO LEGAL CUJA FONTE DIFERE DOS CONTRATOS E DA RESPONSABILIDADE CIVIL)

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PAGAMENTO INDEVIDO E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (OBRIGAÇÃO LEGAL CUJA FONTE DIFERE DOS CONTRATOS E DA RESPONSABILIDADE CIVIL)"

Transcrição

1 PAGAMENTO INDEVIDO E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (OBRIGAÇÃO LEGAL CUJA FONTE DIFERE DOS CONTRATOS E DA RESPONSABILIDADE CIVIL) Jadson Dias Correia 1-INTRODUÇÃO 1.1-NOÇÕES O Legislador Pátrio ao elaborar o Código Civil, estabeleceu que todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir. Portanto, verifica-se que a obrigação de restituir o que foi pago indevidamente, isto é, o pagamento indevido, tem origem na Lei, mais especificamente no Livro III, Título II, Capítulo II, Seção VII, artigos 964 a 971 do Código Civil Brasileiro, cujo teor transcrevemos a seguir: "(...) Do Pagamento Indevido Art Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir. A mesma obrigação incumbe ao que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. Art Ao que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro. Art Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobrevindas à coisa dada em pagamento indevido, aplica-se o disposto nos arts. 510 a 519. Art Se, aquele, que indevidamente recebeu um imóvel, o tiver alienado deve assistir o proprietário na retificação do registro, nos termos do Art Art Se, aquele, que indevidamente recebeu um imóvel, o tiver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somente pelo preço recebido; mas, se obrou de má-fé, além do valor do imóvel, responde por perdas e danos. Parágrafo único.se o imóvel se alheou por título gratuito, ou se, alheando-se por título oneroso, obrou de má-fé o terceiro adquirente, cabe ao que pagou por erro o direito de reivindicação. 1

2 Art Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam seu direito; mas o que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro devedor e seu fiador. Art Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação natural. Art Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. (...)" Segundo Orlando Gomes, o pagamento indevido é fonte de obrigação, em face do princípio da equidade, pelo qual não se permite o ganho de um, em detrimento de outro, sem causa justificada. Assim sendo, através da ação de "in rem verso", o prejudicado pode retornar ao "status quo ante". O pagamento indevido é uma modalidade de enriquecimento sem causa, ou seja, a primeira é espécie da qual a segunda é gênero. No Direito Civil Pátrio, o Legislador não estabeleceu à teoria do enriquecimento sem causa um preceito específico, mas sim genérico e de forma difusa. O que foi estabelecido foi uma regulamentação do pagamento indevido de forma ampla. O ônus da prova é de quem paga indevidamente, isto é, para alguém que alega o pagamento indevido, é fundamental provar o erro em que incidiu, pois aquele que deliberadamente efetua um pagamento indevido, apenas comete uma liberalidade, não configurando, assim, o enriquecimento sem causa. Além do erro, outro item de fundamental importância na caracterização do pagamento indevido, é a inexistência de causa que justifique a aquisição e a ausência de outra forma de ação capaz de obter a reparação do direito. Desta forma conclui-se que o prejudicado pelo pagamento indevido, para invocar o restabelecimento da situação anterior, deve fazer prova substancial do erro quanto ao pagamento, da inexistência de causa que justifique o seu empobrecimento e o enriquecimento do que recebeu o pagamento, bem como da inexistência de outra forma de ação que possa restituir o seu direito, pois a inobservância de tais requisitos resultará no fracasso da futura demanda. 2

3 Como foi exposto acima, o pagamento efetuado, sem que ocorra erro ou coação, será uma mera liberalidade, e, assim sendo, não há que se falar em repetição, por lhe faltar causa. No pagamento voluntário, onde o pagador está consciente da inexistência da dívida, ocorre apenas liberalidade, que é causa jurídica suficiente para sustentar o ato, tal como se passa na doação comum. Entretanto, conforme ensina Aliomar Baleeiro, atualmente, em se tratando de obrigação tributária, a lei assegura a repetição do indébito, sem exigir a prova do erro cometido pelo contribuinte, conforme prescreve o art. 165 do CTN, por ser inadmissível, em matéria tributária, presumir vontade do contribuinte recolher tributo por simples liberalidade ORIGENS Segundo Washington de Barros, os Romanos já consagravam o pagamento indevido como modalidade de enriquecimento ilícito, cujos requisitos eram o pagamento, ser este devido, o erro do "solvens", a boa fé de quem recebeu e que o indevido não fizesse incorrer na pena do dobro aquele que o negasse. Ainda sobre os requisitos exigidos pelos Romanos, cabe observar que no caso de má fé por parte do "accipiens", o caso era de "condictio furtiva". Caio Mário da Silva Pereira, da mesma forma, cita que os Romanos tentaram desenvolver princípios referentes à aplicação da teoria do enriquecimento indevido com base na equidade, mas no entanto, eles não conseguiram atribuir a esta modalidade de obrigação o desenvolvimento desejado, cabendo aos legisladores contemporâneos a evolução e o aprimoramento do instituto. Entre os Romanos, o pagamento indevido era uma espécie de enriquecimento ilícito, onde o lesado podia contar com a ajuda de um processo chamado de "condictiones" para reaver o que pagou erroneamente. As "condictiones"eram usadas em dois casos: 1) por aqueles que pagavam supondo dever, e, portanto, tinham o direito de repetir o que pagaram; 2) aqueles que pagavam por causa inexistente ou em razão de evento futuro, que não se consumou. No primeiro caso ocorria a "condictio indebiti", e na segunda hipótese a "condictio ob rem". Outras formas de "condictiones"eram conhecidas pelos Romanos, entretanto, não tinham como pressuposto a existência de um pagamento indevido. 3

4 Entre as "condictiones", existem as "condictio sine causa"que os Romanos, usavam nos casos em que as partes, num mesmo negócio, tiveram o propósito de realizar atos distintos, ocorre que um pensou estar efetuando um empréstimo, e o outro, quando recebeu o suposto empréstimo pensou tratar-se de uma doação. Havia ainda a "condictione causa data non secuta", onde a repetição de coisa dada em função de causa futura, mas que não se realizava. Segundo o Professor Orlando Gomes, além das "condictio indebiti" e "condictio ob rem", haviam as "condictio ob causam finitam" e a "condictio ob turpem causam". Conforme citação do jurisconsulto baiano, a primeira "pela qual a obrigação de restituir a prestação recebida decorrida do desaparecimento da causa que a justificava, seja pela anulação seja pela resolução do contrato, legítima, no fundo, uma ação de repetição do pagamento". Já a segunda, "se aquele que recebeu a prestação a aceitou para fim ilícito ou imoral, constituindo a aceitação fato proibido por lei, quem a cumpriu pode pleitear à restituição. Mas, se deu alguma coisa para obter tais fins, não terá direito à repetição. Está excluída também quando a torpeza é dos dois." 1.3. DIREITO COMPARADO Várias legislações alienígenas regulam o assunto de modo diverso, conforme exemplifica o Professor Washington de Barros, ao citar como exemplo o Código Suíço que trata do tema como sendo causa geradora das obrigações. Já o Código Alemão considera-o uma relação de direito, enquanto os chilenos, espanhóis e franceses entendem tratar-se de um quase contrato. Todavia, o Professor Caio Mário da Silva Pereira cita que tanto o Legislador suíço quanto o alemão, generalizaram uma teoria ampla, denominada enriquecimento indevido, na qual assinalam todas as ocasiões em que faltando ou vindo a faltar causa que justifique a aquisição, fica assegurado o dever de restituição. Caio Mário também cita que o Código Italiano de 1942 criou a "ação geral de enriquecimento", disponível ao lesado, quando não dispuser de outra forma de ressarcimento ou não exista outro modo de reaver o que perdeu. Cita ainda que os Soviéticos, os Mexicanos e os Japoneses seguiram o mesmo caminho dos Italianos. Por sua vez, os Franceses e Espanhóis aderiram a tese de Justiniano, segundo a qual o pagamento realizado indevidamente cria uma obrigação de devolução, que se assemelha à dívida oriunda do contrato. E, finalmente, explica que os Austríacos e Portugueses, não desenvolveram a teoria do pagamento indevido, como fizeram os demais, mas garantiram ao que pagou por erro o direito à restituição. 4

5 O Ilustre Jurista supracitado, ao mencionar o posicionamento do Legislador Brasileiro, afirma que o nosso Código Civil, seguiu os passos da Legislação Austríaca e Portuguesa, pois atribui um trecho específico do Código para tratar do assunto, onde não enumerou todas as hipóteses cabíveis, parecendo admitir que alguém poderia enriquecer com a pobreza de outrem, mas graças ao trabalho da doutrina e da jurisprudência, foram acrescentadas várias outras incidências que consolidaram a aplicação do pagamento indevido como é realizado hoje em dia. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. ELEMENTOS CARACTERIZADORES Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir. A mesma obrigação incumbe ao que recebe dívida incondicional, antes de cumprida a condição. Ao que voluntariamente pagou o indevido, no entanto, incumbe a prova de tê-lo feito por erro. Todavia, fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam seu direito; mas o que pagou dispõe de ação regressiva contra verdadeiro devedor e seu fiador. O pagamento indevido cria para o "accipiens"um enriquecimento sem causa, e, portanto, gera para o "solvens"uma ação de repetição para reaver o pagamento indevido. Para que fique caracterizado o pagamento indevido, necessário se faz a presença de alguns pressupostos. Primeiramente, é necessário a existência de um pagamento. Em seguida, deve-se provar inexistência de causa jurídica que justifique o pagamento, pois se não há vínculo preexistente, falta a razão que justifique a obrigação do pagamento pelo lesado. Finalmente, o lesado deve demonstrar que cometeu um erro ao efetuar o pagamento. Assim sendo, uma vez reunidos os três pressupostos, estará caracterizado o pagamento indevido. Necessário frisar que estes elementos devem ser comprovados pelo "solvens"para que obtenha sucesso em sua demanda. Um exemplo típico, ocorre quando vários credores pretendem receber um pagamento de um único devedor. Este por sua vez, sem ter certeza de que é o verdadeiro credor, opta por pagar a um dos credores. Posteriormente, verifica-se que o verdadeiro credor é outro diverso daquele que recebeu. 5

6 Portanto, verifica-se o erro, a inexistência de causa jurídica e o pagamento. Assim sendo, o devedor tem direito a repetição do pagamento. É mister que, além de necessitar provar todos os elementos caracterizadores acima mencionados, o "solvens", não deve dispor de outro tipo de ação para que possa se valer da repetição. Vale lembrar, ainda, que somente em se tratando de matéria tributária, não necessidade de prova quanto ao erro, pois a liberalidade não se presume em matéria de tributo EFEITOS DO PAGAMENTO INDEVIDO Quando se trata de valor pecuniário pago indevidamente, uma vez demonstrado os elementos caracterizadores do pagamento indevido, haverá condenação do "accipiens" na restituição do valor pago. Todavia, para que haja restituição, em se tratando de coisa, necessário se faz que esta mesma coisa ainda esteja no patrimônio de quem a recebeu. Caso tenha sido alienada, o "acccipiens" será condenado a restituir o valor equivalente. No segundo caso, ou seja, quando ocorre a transferência de um bem imóvel, e o "accipiens"já a vendeu a um terceiro de boa-fé, este estará acobertado pela ação reivindicatória. Orlando Gomes enumera cinco hipóteses de alienação de imóvel recebido indevidamente em pagamento, senão vejamos: "(...) 1ª, o accipiens o aliena de boa-fé, por título oneroso; 2ª, aliena-o de boa-fé, por título gratuito; 3ª, aliena-o de má-fé, por título oneroso; 4ª, a má-fé é do terceiro adquirente; 5ª, de má-fé agem o alienante e o adquirente, seja em negócio a título oneroso, seja a título gratuito. (...)" Na primeira hipótese, o "accipiens" fica obrigado a entregar ao "solvens", o preço que recebeu do adquirente. Caso a alienação tenha se dado a título gratuito, o "accipiens"fica obrigado a assistir na ação reivindicatória aquele que entregou por erro de pagamento. Se alienou de má-fé a título oneroso, além de restituir o valor, responde por perdas e danos. Quando houve má-fé por parte do terceiro adquirente e do alienante, o lesado tem direito de reivindicação, 6

7 sendo que nesta última hipótese, entendemos ser cabível, também uma indenização por perdas e danos. Conforme previsão do Código Civil, em seus artigos 967 e 968, comentados com brilhantismo pelo Ilustre Jurista Baiano, estas são as principais conseqüências oriundas do pagamento indevido. Como se pode observar, em todas elas há que se verificar o enriquecimento de alguém, o empobrecimento de outrem, a relação de causalidade entre o empobrecimento e o enriquecimento e a inexistência de uma causa que justifique tal fato. Modernamente, outro caso em que tem cabimento a repetição de indébito, está previsto no Código de Defesa do Consumidor, Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, art. 42, parágrafo único, onde está disposto o seguinte: "(...) Seção V Da Cobrança de Dívidas Art. 42. Na cobrança de débitos o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. (...)" AUSÊNCIA DE DIREITO À RESTITUIÇÃO Da mesma forma que regulamentou as causas em que o pagamento é indevido e os seus efeitos, o Código Civil indica os casos em que o pagamento indevido não confere direito à restituição, conforme previsto no art "(...)Art Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam seu direito; mas o que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro devedor e seu fiador.(...)". 7

8 A primeira exceção à regra geral do art. 964 do Código Civil ocorre quando o "accipiens" inutilizou o título da dívida, deixou prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam seu direito. Quando o credor recebe de boa-fé o pagamento de dívida verdadeira, normalmente inutiliza o título ou deixa de preocupar-se com a dívida, mesmo que o pagador não seja o verdadeiro devedor. Em rigor recebeu o indevido, pois quem pagou nada lhe devia. Mas ao ser inutilizado o título, foi também inutilizada a prova do seu direito. Portanto, o "accipiens" seria prejudicado se tivesse que restituir ao "solvens"aquilo que este último lhe pagou por descuido. Neste caso, seria injusta a restituição, pois o credor ficaria, literalmente, no prejuízo. Por isso, em observância ao mesmo princípio da equidade, a Lei assegura ao que pagou, o direito de ação regressiva contra o verdadeiro devedor ou contra seu fiador. Do mesmo modo ocorre quando o "accipiens" demonstra que a dívida estava prescrita ou que as garantias da mesma dívida estavam extintas. A segunda exceção ocorre quando o pagamento se destinava a solver obrigação natural. Está insculpida no art. 970 do Código Civil. "(...) Art Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação natural.(...)". Em princípio, urge definir o que vem a ser obrigação natural. Destarte, nos utilizaremos dos ensinamentos do Mestre Silvio Rodrigues, ao citar Colin et Capitant, "in litteris": "A obrigação natural é uma obrigação despida de sanção. O credor não pode executar o devedor. Este último fica, portanto, livre de cumpri-la ou não; é negócio entre ele e sua consciência. Apenas uma vez que ele reconheceu a existência de sua obrigação, ela se transforma em obrigação civil perfeita e, desde então, o pagamento que faz ao credor é válido e não pode ser repetido." Diante da exposição supra, fica fácil concluir que não há como se admitir "in casu" a ação de repetição. Finalmente, a última exceção ocorre quando pagamento visa a obter fim ilícito, conforme estabelecido no art. 971 da Lei Substantiva Civil. "(...)Art Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei.(...)". Pelo que se subtrai do texto do artigo supra, verifica-se que o Legislador teve o cuidado de aplicar o princípio de que ninguém pode ser ouvido alegando a sua própria torpeza. Desta forma, o ordenamento jurídico não acolhe os atos 8

9 que por ventura abalem sua estrutura por não estarem ajustados à moral a aos bons costumes. Exemplo clássico é o do indivíduo que suborna outro para praticar ato ilegal. Se o subornado não pratica o ato, preferindo embolsar o produto do suborno, não há que se falar em repetição. 3. CONCLUSÃO 3.1 DA AÇÃO DE IN REM VERSO A ação de repetição se baseia no princípio da equidade, que significa dizer que não é permitido a ninguém locupletar-se, sem causa, à custa de terceiros. Assim, caso o "solvens"não disponha de outro meio para obter a restituição, o direito lhe assegura o uso da ação de "in rem verso". Segundo a doutrina do Professor Orlando Gomes, a ação de enriquecimento terá cabimento, toda vez que, existindo direito de pedir a restituição de bem adquirido sem uma justa causa, o lesado não disponha de outra ação para resgatar seu direito. Destarte conclui-se que a relação jurídica processual decorrente do enriquecimento sem causa, tem como sujeito ativo da ação de "in rem verso" o "solvens", o que sofreu prejuízo, o lesado, ou ainda seus herdeiros. Já no pólo passivo deve figurar o "accipiens", o que auferiu riqueza indevida ao seu patrimônio ou seus respectivos sucessores. A "actio in rem verso"é de natureza pessoal, haja vista que sua finalidade consiste na reparação de um dano sofrido. Diante do exposto, conclui-se que o enriquecimento sem causa tem como fator condicionante o locupletamento injusto, porque a lei impõe o dever de restituir aquilo que foi recebido indevidamente, ou seja, é uma obrigação legal, decorrente da lei. 3.2 PRESSUPOSTOS DA AÇÃO DE IN RE VERSO A ação de enriquecimento tem como pressupostos básicos o enriquecimento por parte do réu, um empobrecimento por parte do autor, um nexo de causalidade entre os dois fatos, ausência de causa que justifique o 9

10 enriquecimento e o empobrecimento e a inexistência de qualquer outra ação para socorrer a vítima. Como enriquecimento do réu, podemos entender o aumento patrimonial ou quando recebendo uma prestação de serviços, deixa de efetuar gastos que seriam efetuados para se alcançar o resultado desejado. Todavia, segundo o entendimento de Silvio Rodrigues, o fato também pode ser caracterizado pela omissão de uma despesa, e, assim, cita como exemplo o caso em que uma pessoa se aproveita de uma sentença prolatada em razão de ação proposta por outrem em posição idêntica a sua, poupando os gatos judiciais e advocatícios que deveria fazer. Sobre o empobrecimento do autor, é fácil entender que este será representado pela diminuição do seu patrimônio ativo, ou pelo incremento de seu passivo, como no caso da cobrança de tributo indevido, ou ainda, no caso da pessoa que pagou valor superior ao devido, quando da aquisição de um produto. (Lei nº 8.078/90, art. 42, parágrafo único) Quanto à relação de causalidade, na seara do direito, esta relação é entendida como sendo a certeza inequívoca de que a ocorrência de um fato, ocasionou, por si só, uma conseqüência. Assim, para que a ação de "in rem verso"seja cabível, é mister a ocorrência de relação de causalidade ente o enriquecimento de uma e o empobrecimento de outra parte. O derradeiro pressuposto para eficácia da ação de "in rem verso", é justamente a inexistência de outra ação para socorrer a vítima. Aí encontramos o fundamento de seu caráter subsidiário, ou seja, se o ordenamento jurídico vigente oferece uma ação que irá socorrer o prejudicado de forma direta, não há porque buscar alternativas indiretas. Silvio Rodrigues menciona que François Goré, demonstrou que não é oferecido ao prejudicado optar entre a ação de enriquecimento e a de responsabilidade civil, haja vista que nesta última está implícita a idéia de culpa, o que não ocorre na primeira. Isto é, se o enriquecimento é fruto do dolo ou da culpa, a ação adequada é a de responsabilidade civil; se não houve dolo ou culpa, a ação é a de "in rem verso" POSICIONAMENTO FINAL Finalmente, chegamos ao momento de demonstrar, de forma resumida, o nosso posicionamento final a respeito do que vem a ser o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa. Destarte, concluímos que o enriquecimento sem causa é a consequência do pagamento indevido, pois sem a ocorrência do pagamento, não há que se falar em enriquecimento. Este foi o entendimento dos Romanos, ou seja, os mentores da idéia inicial, bem como 10

11 foi o entendimento lógico dos legisladores ao tratar desta obrigação em seus respectivos ordenamentos jurídicos, ao estabelecer o princípio da equidade, como sendo princípio de justiça universal. A ocorrência de variações com relação ao tratamento dado à matéria nas diversas legislações espalhadas pelo mundo, é fruto da diversidade de culturas, de costumes e até mesmo de raciocínio lógico, no que diz respeito ao tratamento dado a esta modalidade de obrigação, no momento da elaboração da Lei. No que diz respeito à legislação civil brasileira, coube à doutrina e à jurisprudência aparar as arestas do instituto, até chegar ao entendimento que predomina o meio jurídico contemporâneo. Observamos que alguns doutrinadores, como Caio Mário da Silva Pereira, afirmam que, é necessário desenvolver o instituto com autonomia e disciplina legal própria, e observa que, deveria haver previsão legal para a hipótese em que ocorre a diminuição patrimonial do lesado através da obstação a que nele tenha entrada um objeto ou valor cuja aquisição era seguramente prevista. Temos a ousadia de discordar de tal posicionamento, uma vez que esta hipótese pode ser encarada como uma questão de lucro cessante, cuja a regulamentação encontra espaço em nosso Código Civil, quando trata das perdas e danos nos artigos 1.059, e Portanto, não vislumbro a necessidade de se tratar da matéria no capítulo específico sobre enriquecimento sem causa. Interessante também a necessidade de que se comprove o erro do "solvens", a relação de causalidade entre o empobrecimento deste com o enriquecimento do "accipiens", reforçada pela ausência de causa que justifique tal fato, além da necessidade de outra forma de ação que não a de "in rem verso" para retornar a situação ao seu "status quo ante". Observamos também que, contemporaneamente, no tange a sua área de aplicação, o instituto encontra mais uso na seara do direito tributário, que aliás, nos pareceu ser a única hipótese em que há uma exceção com relação a dispensa da prova do erro por parte do "solvens", pela simples observância da inadmissibilidade da presunção de vontade de recolher tributos por simples liberalidade, como bem observou o Professor Aliomar Baleeiro. Também verificamos a previsão de utilização da ação de repetição no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, em seu art. 42, parágrafo único, onde está imbutida uma cláusula penal, pois estabelece que aquele consumidor que pagou em excesso, tem direito à repetição do indébito por valor igual ao dobro do que pagou. 11

12 Finalmente, verificamos que a partir do artigo 969 do Código Civil, o legislador seguiu a regra romana para regular as causas de exclusão da repetição, ou seja, a "condictio ob turpem causam" e a "condictio ob causam finitam". 4. BIBLIOGRAFIA 1 - MONTEIRO, Washington de Barros, Curso de Direito Civil, 4º Volume - Parte Geral das Obrigações, São Paulo, Ed. Saraiva, RODRIGUES, Silvio, Direito Civil, Volume 2, Parte Geral das Obrigações, São Paulo, Ed. Saraiva, GOMES, Orlando, Obrigações, Forense, Rio de Janeiro, PEREIRA, Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil, Volume VII, Forense, Rio de Janeiro, NÁUFEL, José, Novo Dicionário Jurídico Brasileiro, Rio de Janeiro, Forense, NEGRÃO, Theotônio, Código Civil Brasileiro e Legislação Civil em vigor, São Paulo, Ed. Saraiva, BALEEIRO, Aliomar, Direito Tributário Brasileiro, Forense, Rio de Janeiro,

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

FADI - SOROCABA DIREITO CIVIL III CONTRATOS PRIMEIRO SEMESTRE

FADI - SOROCABA DIREITO CIVIL III CONTRATOS PRIMEIRO SEMESTRE FADI - SOROCABA DIREITO CIVIL III CONTRATOS PRIMEIRO SEMESTRE 18/05/12 A-) GESTÃO DE NEGÓCIOS: - Noção: é a intervenção não autorizada de uma pessoa, denominada gestor, na condução dos negócios de outra,

Leia mais

A previsibilidade legal da evicção consiste numa garantia de segurança do adquirente.

A previsibilidade legal da evicção consiste numa garantia de segurança do adquirente. 12 - EVICÇÃO O termo evicção traduz idéia de perda, ser vencido, perder e ocorre quando o adquirente de um bem perde a posse e a propriedade do mesmo em virtude de ato judicial ou administrativo que reconhece

Leia mais

RESUMO. Um problema que esse enfrenta nesta modalidade de obrigação é a escolha do objeto.

RESUMO. Um problema que esse enfrenta nesta modalidade de obrigação é a escolha do objeto. RESUMO I - Obrigações Alternativas São aquelas que têm objeto múltiplo, de maneira que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. Nasce com objeto múltiplo. Ex.: A se obriga a pagar a B objeto X

Leia mais

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 175 ao Art. 182 CTN Centro de Ensino Superior do Amapá Direito Financeiro e Tributário II Professora: Ilza Facundes Macapá-AP, 2013.1

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 Suponha se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do serviço público

Leia mais

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 Marcela Furtado Calixto 1 Resumo: O presente artigo visa discutir a teoria

Leia mais

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR QUESTÃO: 22 22- Assinale a alternativa correta: (A) O direito do contribuinte em pleitear a repetição de tributos sujeitos a lançamento por homologação, indevidamente recolhidos, extingue-se em cinco anos,

Leia mais

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos:

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos: Efeitos da sucessão no Direito Tributário Kiyoshi Harada Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos: Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir

Leia mais

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO FALANDO SOBRE NEXO EPIDEMIOLOGICO Um dos objetivos do CPNEWS é tratar de assuntos da área de Segurança e Medicina do Trabalho de forma simples de tal forma que seja possível a qualquer pessoa compreender

Leia mais

VI Exame OAB 2ª FASE Padrão de correção Direito Tributário

VI Exame OAB 2ª FASE Padrão de correção Direito Tributário VI Exame OAB 2ª FASE Padrão de correção Direito Tributário Peça GABARITO COMENTADO O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) é imposto de competência municipal, cabendo à lei complementar estabelecer

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO Registro: 2013.0000209289 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0017770-14.2003.8.26.0224, da Comarca de Guarulhos, em que é apelante/apelado HSBC SEGUROS ( BRASIL ) S/A, são

Leia mais

go to http://www.speculumscriptum.com

go to http://www.speculumscriptum.com go to http://www.speculumscriptum.com CONTRATO DE EMPREITADA - Conceito: Empreitada é o contrato em que uma das partes (empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a realizar certo trabalho

Leia mais

Breves Considerações sobre o Superendividamento

Breves Considerações sobre o Superendividamento 116 Breves Considerações sobre o Superendividamento Luiz Eduardo de Castro Neves 1 O empréstimo de valores é realizado com a cobrança de juros, de forma a permitir uma remuneração pelo valor emprestado.

Leia mais

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 1. Angélica Santana NPI FAC SÃO ROQUE

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 1. Angélica Santana NPI FAC SÃO ROQUE PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 1 Angélica Santana NPI FAC SÃO ROQUE INTRODUÇÃO Para o Direito existem alguns princípios pelo qual, podemos destacar como base fundamental para estabelecer

Leia mais

RESTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

RESTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PAGAMENTO INDEVIDO E RESTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA Indaga-se: havendo o pagamento, por erro ou engano, de tributo direto, a exemplo do IPTU ou IPVA, pode-se pedir a sua devolução? 1. Introdução Trata o Código

Leia mais

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum

11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas. Da sociedade em comum 11/11/2010 (Direito Empresarial) Sociedades não-personificadas As sociedades não-personificadas são sociedades que não tem personalidade jurídica própria, classificada em: sociedade em comum e sociedade

Leia mais

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br

Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br O suicídio é coberto ou não pelo seguro de vida dentro do período de carência? Felipe Galesco São Paulo: 2012 www.galesco.com.br Para responder esta pergunta, vamos entender qual a sistemática do Código

Leia mais

CAPÍTULO V FUNDO DE GARANTIA

CAPÍTULO V FUNDO DE GARANTIA CAPÍTULO V FUNDO DE GARANTIA Seção I Finalidades Art. 40. As bolsas de valores devem manter Fundo de Garantia, com finalidade exclusiva de assegurar aos clientes de sociedade membro, até o limite do Fundo,

Leia mais

O que é desconto? O que é factoring? Cessão de crédito Quando um banco precisa transferir créditos e débitos? Quando um banco cede créditos? Empréstimos sindicalizados Securitizações Quando clientes cedem

Leia mais

A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA NA PRÁTICA

A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA NA PRÁTICA A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA NA PRÁTICA CONSIDERAÇÕES INICIAIS A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA É UMA DAS MODALIDADES DE SUJEIÇÃO PASSIVA TRIBUTÁRIA; ANÁLISE DAS HIPÓTESES DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO I. EMPREGADOR 1. Conceito A definição celetista de empregador é a seguinte: CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual

Leia mais

1) (OAB137) José alienou a Antônio um veículo anteriormente adquirido de Francisco. Logo depois, Antônio foi citado em ação proposta por Petrônio, na

1) (OAB137) José alienou a Antônio um veículo anteriormente adquirido de Francisco. Logo depois, Antônio foi citado em ação proposta por Petrônio, na 1) (OAB137) José alienou a Antônio um veículo anteriormente adquirido de Francisco. Logo depois, Antônio foi citado em ação proposta por Petrônio, na qual este reivindicava a propriedade do veículo adquirido

Leia mais

Conteúdo: IV - Modalidades de Obrigação. 2. Não fazer. 3. Dar Coisa Certa e Incerta. 4. Divisível. 5 - Indivisível

Conteúdo: IV - Modalidades de Obrigação. 2. Não fazer. 3. Dar Coisa Certa e Incerta. 4. Divisível. 5 - Indivisível Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Direito Civil - Obrigações / Aula 09 Professor: Rafael da Mota Mendonça Conteúdo: IV - Modalidades de Obrigação. 2. Não fazer. 3. Dar Coisa Certa e Incerta. 4.

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL X EXAME DE ORDEM UNIFICADO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL X EXAME DE ORDEM UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL Em ação de indenização, em que determinada empresa fora condenada a pagar danos materiais e morais a Tício Romano, o Juiz, na fase de cumprimento de sentença, autorizou

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Compra e venda com reserva de domínio Raquel Abdo El Assad * Através da compra e venda com reserva de domínio, não se transfere a plena propriedade da coisa ao comprador, pois ao

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL Em 2003, João ingressou como sócio da sociedade D Ltda. Como já trabalhava em outro local, João preferiu não participar da administração da sociedade. Em janeiro

Leia mais

CÓDIGO CIVIL. Livro III. Dos Fatos Jurídicos TÍTULO III. Dos Atos Ilícitos

CÓDIGO CIVIL. Livro III. Dos Fatos Jurídicos TÍTULO III. Dos Atos Ilícitos CÓDIGO CIVIL Livro III Dos Fatos Jurídicos TÍTULO III Dos Atos Ilícitos Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que

Leia mais

- Espécies. Há três espécies de novação:

- Espécies. Há três espécies de novação: REMISSÃO DE DÍVIDAS - Conceito de remissão: é o perdão da dívida. Consiste na liberalidade do credor em dispensar o devedor do cumprimento da obrigação, renunciando o seu direito ao crédito. Traz como

Leia mais

DA EVICÇÃO Rosinete Cavalcante da costa

DA EVICÇÃO Rosinete Cavalcante da costa DA EVICÇÃO Rosinete Cavalcante da costa Mestre em Direito: Relações Privadas e Constituição (FDC) Professora da Faculdade de Ensino Superior de Linhares (FACELI) Professora da Faculdade Batista de Vitória-ES

Leia mais

Decadência e Prescrição em Matéria Tributária

Decadência e Prescrição em Matéria Tributária CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Decadência e Prescrição em Matéria Tributária F A B I A N A D E L P A D R E T O M É G O I Â N I A, 1 1 / 0 4 / 2 0 1 5 CICLO DE POSITIVAÇÃO DO DIREITO CONSTITUIÇÃO

Leia mais

Responsabilidade Civil e Criminal em Acidentes de Trabalho. M. J. Sealy

Responsabilidade Civil e Criminal em Acidentes de Trabalho. M. J. Sealy Responsabilidade Civil e Criminal em Acidentes de Trabalho O Conceito de Acidente de Trabalho (de acordo com a Lei 8.213/91 Art. 19) Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço

Leia mais

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RURAL INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RE Nº 363.852/MG. Como amplamente noticiado nestes últimos dias, o Supremo Tribunal Federal, em decisão

Leia mais

CONDICIONAR A EXPEDIÇÃO DO CRLV AO PAGAMENTO DE MULTAS É LEGAL?

CONDICIONAR A EXPEDIÇÃO DO CRLV AO PAGAMENTO DE MULTAS É LEGAL? CONDICIONAR A EXPEDIÇÃO DO CRLV AO PAGAMENTO DE MULTAS É LEGAL? A matéria que pretendemos colocar em discussão neste breve estudo concerne na legalidade do condicionamento da expedição do CRLV Certificado

Leia mais

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima;

Em regra, todos os créditos podem ser cedidos (art. 286 CC) a) Créditos de natureza personalíssima; Turma e Ano: Flex B (2013) Matéria / Aula: Direito Civil / Aula 11 Professor: Rafael da Mota Mendonça Conteúdo: V- Transmissão das Obrigações: 1. Cessão de Crédito. V - Transmissão das Obrigações: 1. CESSÃO

Leia mais

Desse modo, esse adquirente

Desse modo, esse adquirente 1-(FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) Uma pessoa adquiriu bem imóvel, localizado em área urbana de município paulista, sem exigir que o vendedor lhe exibisse ou entregasse

Leia mais

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional 09/01/2015 Sumário Título do documento 1. Questão... 3 2. Normas apresentadas pelo cliente... 3 3. Análise da Consultoria... 4 3.1 Transferência de Crédito do ICMS pelos Optantes do... 4 3.2 Do Ressarcimento

Leia mais

MENSALIDADES ESCOLARES

MENSALIDADES ESCOLARES MENSALIDADES ESCOLARES O aumento das mensalidades escolares deve obedecer a algum parâmetro legal? O assunto mensalidades escolares é regulado pela Lei 9870, de 23 de novembro de 1999. Esta Lei, dentre

Leia mais

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação societária da sociedade investidora no patrimônio

Leia mais

Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha

Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha Simulado Super Receita 2013 Direito Tributário Simulado Rafael Saldanha 2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. 01 - (ESAF/2012) Analise as proposições a seguir e

Leia mais

SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL

SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL J u r i s p r u d ê n c i a d o s C o n s e l h o s SEGuRO DE RESPONSABILIDADE CIVIL PROFISSIONAL Parecer n.º 12/PP/2009-G Relator Dr. Marcelino Pires I. Introdução A Sra. Dra.... vem solicitar parecer

Leia mais

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor

Validade, Vigência, Eficácia e Vigor. 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade, Vigência, Eficácia e Vigor 38. Validade, vigência, eficácia, vigor Validade Sob o ponto de vista dogmático, a validade de uma norma significa que ela está integrada ao ordenamento jurídico Ela

Leia mais

7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil. Tópicos Especiais em Direito Civil

7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil. Tópicos Especiais em Direito Civil 7. Tópicos Especiais em Responsabilidade Civil Tópicos Especiais em Direito Civil Introdução A Responsabilidade Civil surge em face de um descumprimento obrigacional pela desobediência de uma regra estabelecida

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SUJEIÇÃO PASSIVA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PROF. HELCONIO ALMEIDA

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SUJEIÇÃO PASSIVA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PROF. HELCONIO ALMEIDA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SUJEIÇÃO PASSIVA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PROF. HELCONIO ALMEIDA 1- Substituição tributária e antecipação do fato gerador (ST/AFG) Objetivos: Revisão e crítica sobre a SUBSTITUIÇÃO

Leia mais

Direito Civil III Contratos

Direito Civil III Contratos Direito Civil III Contratos Evicção Prof. Andrei Brettas Grunwald 2011.1 1 Código Civil Artigo 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição

Leia mais

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE É sabido - e isso está a dispensar considerações complementares - que a pessoa jurídica tem vida distinta da dos seus sócios e administradores.

Leia mais

Novély Vilanova da Silva Reis. Juiz Federal em Brasília. novely@df.trf1.gov.br

Novély Vilanova da Silva Reis. Juiz Federal em Brasília. novely@df.trf1.gov.br JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA DECORRENTES DE SENTENÇA Novély Vilanova da Silva Reis. Juiz Federal em Brasília. novely@df.trf1.gov.br Qualquer débito decorrente de decisão judicial, incide juros ainda que

Leia mais

GUIA DO CONSUMIDOR CONSCIENTE.

GUIA DO CONSUMIDOR CONSCIENTE. GUIA DO CONSUMIDOR CONSCIENTE. Buscar informações sobre os seus direitos e deveres é tão importante quanto o dinheiro que você tem no banco. 2717-12-AFQ_Folheto Procon 10x20cm.indd 1 A gente vive preocupado

Leia mais

Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário Faculdades Integradas IPEP Campinas/SP Disciplina: Legislação Tributária Administração de Empresas Apostila 02 Professor: Rodrigo Tomas Dal Fabbro Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário Muitas

Leia mais

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator RECURSO INOMINADO Nº 2006.3281-7/0, DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE FAZENDA RIO GRANDE RECORRENTE...: EDITORA ABRIL S/A RECORRIDO...: RAFAELA GHELLERE DAL FORNO RELATOR...: J. S. FAGUNDES CUNHA

Leia mais

CONCURSO PÚBLICO FICHA DE RESPOSTA AO RECURSO CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL

CONCURSO PÚBLICO FICHA DE RESPOSTA AO RECURSO CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL QUESTÃO Nº 13 Gabarito divulgado: D Mantemos o gabarito apresentado na alternativa D. A candidata indicou a alternativa correta, ou seja a alternativa D. Recurso improcedente.

Leia mais

Lição 5. Formação dos Contratos

Lição 5. Formação dos Contratos Lição 5. Formação dos Contratos Seção II Da Formação dos Contratos Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias

Leia mais

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF)

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS OU PARAFISCAIS (Art.149 c/c 195, CF) Prof. Alberto Alves www.editoraferreira.com.br O art. 149, caput, da Lei Maior prescreve a possibilidade de a União instituir Contribuições

Leia mais

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº201070510020004/PR RELATORA : Juíza Andréia Castro Dias RECORRENTE : LAURO GOMES GARCIA RECORRIDO : UNIÃO FAZENDA NACIONAL V O T O Dispensado o relatório, nos termos

Leia mais

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.

DOS FATOS JURÍDICOS. FATO JURÍDICO = é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito. DOS FATOS JURÍDICOS CICLO VITAL: O direito nasce, desenvolve-se e extingue-se. Essas fases ou os chamados momentos decorrem de fatos, denominados de fatos jurídicos, exatamente por produzirem efeitos jurídicos.

Leia mais

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO

PARECER N, DE 2009. RELATOR: Senador FLEXA RIBEIRO PARECER N, DE 2009 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em decisão terminativa, sobre o PLS n 260, de 2003, de autoria do Senador Arthur Virgílio, que altera art. 13 da Lei nº 8.620, de 5

Leia mais

EMPRÉSTIMO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo

EMPRÉSTIMO. 1. Referência legal do assunto. Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo 1. Referência legal do assunto Arts. 579 a 592 do CC. 2. Conceito de empréstimo EMPRÉSTIMO Negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega uma coisa a outra, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver

Leia mais

CONTRATUAL Obrigação de meio X Obrigação de Resultado. EXTRACONTRATUAL (ex. direito de vizinhança, passagem, águas, etc)

CONTRATUAL Obrigação de meio X Obrigação de Resultado. EXTRACONTRATUAL (ex. direito de vizinhança, passagem, águas, etc) Artigo 186, do Código Civil: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. CONTRATUAL

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Breves considerações tributárias quanto a atividade de empresário (antiga firma individual) na atividade de representação comercial Juliano César Borges de Vito* Um dos fatores preponderantes

Leia mais

DESCAMINHO E CONTRABANDO. Lei nº 13.008, de 26.06.2014. Colaboração: Domingos de Torre 02.07.2014

DESCAMINHO E CONTRABANDO. Lei nº 13.008, de 26.06.2014. Colaboração: Domingos de Torre 02.07.2014 DESCAMINHO E CONTRABANDO Lei nº 13.008, de 26.06.2014. Colaboração: Domingos de Torre 02.07.2014 A lei em destaque alterou o artigo 334 do Decreto-lei nº 2.848, de 07.11.194 (Código Penal). O caput do

Leia mais

PROVA ORAL PONTO II DISCIPLINA: DIREITO CIVIL QUESTÃO 1

PROVA ORAL PONTO II DISCIPLINA: DIREITO CIVIL QUESTÃO 1 DISCIPLINA: DIREITO CIVIL QUESTÃO 1 Discorra sobre a utilização da usucapião como instrumento de defesa em ações petitórias e possessórias. DISCIPLINA: DIREITO CIVIL QUESTÃO 2 Considere que um indivíduo,

Leia mais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais

Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Relato de Casos: Comissão Técnica Riscos Pessoais Convidado para Diretor Sem Fronteiras Dr. Lodi Maurino Sodré Comissão indicou para os Grupos de Trabalhos e demais Comissões. A questão está na aplicação

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES:

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES: RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES: E A CORPORATE GOVERNANCE MARIA DA CONCEIÇÃO CABAÇOS ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL DO MINHO 18 de Novembro de 2015 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL Para que os

Leia mais

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome

SOCIEDADE LIMITADA. Sociedade Limitada. I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome Sociedade Limitada I - responsável integralmente e ilimitadamente pelas dívidas assumidas em seu próprio nome II a limitação refere-se aos sócios 2. Responsabilidade dos Sócios I - Decreto 3.708/19 (sociedade

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL A sociedade empresária XYZ Ltda., citada em execução fiscal promovida pelo município para a cobrança de crédito tributário de ISSQN, realizou depósito integral e

Leia mais

Política Uniforme de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio

Política Uniforme de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio Política Uniforme de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio Política aprovada em 26 de agosto de 1999 Documentos de implementação aprovados em 24 de outubro de 1999 Versão em português da Organização

Leia mais

Curso Preparatório CPA20

Curso Preparatório CPA20 Página 1 de 8 Você acessou como Flávio Pereira Lemos - (Sair) Curso Preparatório CPA20 Início Ambiente ) CPA20_130111_1_1 ) Questionários ) Passo 2: Simulado Módulo IV ) Revisão da tentativa 3 Iniciado

Leia mais

A RESPONSABILIDADE CIVIL NA APRESENTATAÇÃO ANTECIPADA DO CHEQUE PÓS-DATADO

A RESPONSABILIDADE CIVIL NA APRESENTATAÇÃO ANTECIPADA DO CHEQUE PÓS-DATADO A RESPONSABILIDADE CIVIL NA APRESENTATAÇÃO ANTECIPADA DO CHEQUE PÓS-DATADO GONÇALVES, L. R. S. Resumo: O cheque é um título de crédito de ordem de pagamento à vista regido pela Lei nº 7.357/1985, porém

Leia mais

Conflitos entre o Processo Penal E o Processo Administrativo sob O ponto de vista do médico. Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro do CREMESP

Conflitos entre o Processo Penal E o Processo Administrativo sob O ponto de vista do médico. Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro do CREMESP Conflitos entre o Processo Penal E o Processo Administrativo sob O ponto de vista do médico Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro do CREMESP PRÁTICA MÉDICA A prática médica se baseia na relação médicopaciente,

Leia mais

2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa

2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa 2.1.3. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa classificação, entretanto, apresentaremos a seguir aquela que

Leia mais

Fraude contra credores (continuação)

Fraude contra credores (continuação) Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 13 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva Fraude contra credores (continuação) OBS1: Fraude

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº de 2007 (Da Deputada Luiza Erundina)

PROJETO DE LEI Nº de 2007 (Da Deputada Luiza Erundina) PROJETO DE LEI Nº de 2007 (Da Deputada Luiza Erundina) Cria isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas beneficiárias de ações de cunho previdenciário e assistencial. O Congresso Nacional decreta:

Leia mais

Carlos Roberto Occaso Subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal do Brasil

Carlos Roberto Occaso Subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal do Brasil Ofício nº. 071/2014 PRE Brasília, 29 de maio de 2014. Ilmo. Sr. Carlos Roberto Occaso Subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita Federal do Brasil Marcelo de Melo Souza Subsecretário de Gestão

Leia mais

DIFERIMENTO DO ICMS - Recolhimento do Imposto pelo Contribuinte Substituto

DIFERIMENTO DO ICMS - Recolhimento do Imposto pelo Contribuinte Substituto DIFERIMENTO DO ICMS - Recolhimento do Imposto pelo Contribuinte Substituto Matéria elaborada com base na legislação vigente em 14.05.2012. Sumário: 1 - INTRODUÇÃO 2 - DIFERIMENTO - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Leia mais

Casa própria. O SR. PRESIDENTE (Marcelo Ortiz) - Com a palavra o Deputado Lincoln Portella.

Casa própria. O SR. PRESIDENTE (Marcelo Ortiz) - Com a palavra o Deputado Lincoln Portella. Casa própria O SR. PRESIDENTE (Marcelo Ortiz) - Com a palavra o Deputado Lincoln Portella. O SR. LINCOLN PORTELA (PR-MG) - Sr. Presidente, estou apenas encaminhando um pronunciamento sobre contratos de

Leia mais

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior

OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior OAB 1ª Fase Direito Civil Responsabilidade Civil Duarte Júnior 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. RESPONSABILIDADE CIVIL É A OBRIGAÇÃO QUE INCUMBE A ALGUÉM DE

Leia mais

Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Responsabilidade Civil dos Administradores das Sociedades Administrador Administrador é a pessoa a quem se comete a direção ou gerência de qualquer negócio ou serviço, seja de caráter público ou privado,

Leia mais

RESUMIDAMENTE ESTAS SÃO AS DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS:

RESUMIDAMENTE ESTAS SÃO AS DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS: DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Não existe posicionamento formal de nosso Supremo Tribunal Federal acerca da quantidade de espécies tributárias vigentes hoje em dia, alguns autores

Leia mais

Sumário. Agradecimentos... 11 Coleção sinopses para concursos... 13 Guia de leitura da Coleção... 15 Nota dos autores à 3ª edição...

Sumário. Agradecimentos... 11 Coleção sinopses para concursos... 13 Guia de leitura da Coleção... 15 Nota dos autores à 3ª edição... Sumário Agradecimentos... 11 Coleção sinopses para concursos... 13 Guia de leitura da Coleção... 15 Nota dos autores à 3ª edição... 17 Capítulo I OPÇÃO METODOLÓGICA... 19 Parte I DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Leia mais

IPI - Devolução de produtos - Tratamento fiscal

IPI - Devolução de produtos - Tratamento fiscal IPI - Devolução de produtos - Tratamento fiscal Sumário 1. Introdução... 2 2. Devolução por contribuinte do ICMS e/ou do IPI... 3 2.1 Procedimentos do contribuinte que efetuar a devolução... 3 2.1.1 Estorno

Leia mais

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Dívida Ativa. Cartilha aos Órgãos de Origem 8/3/2013

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Dívida Ativa. Cartilha aos Órgãos de Origem 8/3/2013 2013 Procuradoria Geral da Fazenda Nacional Dívida Ativa Cartilha aos Órgãos de Origem Esta cartilha tem por fim informar e explicar o que é a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional PGFN, quais créditos

Leia mais

Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS. Juliana Pereira Soares

Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS. Juliana Pereira Soares Lei 11.795/08 A NOVA LEI DE CONSÓRCIOS Art. 2º da Lei 11.795/08: Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, promovida

Leia mais

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado Conceito Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual

Leia mais

TEORIA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

TEORIA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL TEORIA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Prof. MSc. Wilson Alberto Zappa Hoog i Resumo: Apresentamos uma breve análise sobre a teoria do estabelecimento empresarial, considerando o seu teorema e axiomas,

Leia mais

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ALIMENTOS 1. Quanto à fonte: a) Alimentos legais: fixados pela lei, fundamentados no direito de família, decorrentes do casamento, ou união estável ou da relação de parentesco

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO TRIBUTÁRIO I. Sistema Tributário Nacional e Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar... 02 II. Tributos... 04 III. O Estado e o Poder de Tributar. Competência Tributária... 08 IV. Fontes

Leia mais

Contribuinte x Responsável Regulamento do Imposto de Importação e Exportação

Contribuinte x Responsável Regulamento do Imposto de Importação e Exportação Contribuinte x Responsável Regulamento do Imposto de Importação e Exportação Guilherme Ehlers Farias é sócio do escritório Rodrigues, Ehlers & Neves. Formado em Ciências Contábeis no Centro Universitário

Leia mais

Controladoria MANUAL DO Estratégica

Controladoria MANUAL DO Estratégica Controladoria MANUAL DO Estratégica ALUNO 2010 Universidade Cruzeiro do Sul www.cruzeirodosul.edu.br Unidade: Planejamento Tributário (Parte I) MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Daniel

Leia mais

CONTRATO DE EMPRÉSTIMO: MÚTUO E COMODATO

CONTRATO DE EMPRÉSTIMO: MÚTUO E COMODATO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO: MÚTUO E COMODATO Autor: Graciel Marques Tarão 1. Conceito Contrato de empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega um bem à outra, para ser devolvido em espécie ou gênero.

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

Orientações Jurídicas

Orientações Jurídicas São Paulo, 24 de outubro de 2014. OJ-GER/043/14 Orientações Jurídicas Resolução Normativa - RN nº 357, de 16 de outubro de 2014 Altera a Resolução Normativa - RN nº 48, de 19 de setembro de 2003, que dispõe,

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 5.423, DE 2009 Acrescenta dispositivo à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, estabelecendo

Leia mais

Conceito de Contabilidade

Conceito de Contabilidade !" $%&!" #$ "!%!!&$$!!' %$ $(%& )* &%""$!+,%!%!& $+,&$ $(%'!%!-'"&!%%.+,&(+&$ /&$/+0!!$ & "!%!!&$$!!' % $ $(% &!)#$ %1$%, $! "# # #$ &&$ &$ 0&$ 01% & $ #$ % & #$&&$&$&* % %"!+,$%2 %"!31$%"%1%%+3!' #$ "

Leia mais

II - Fontes do Direito Tributário

II - Fontes do Direito Tributário II - Fontes do Direito Tributário 1 Fontes do Direito Tributário 1 Conceito 2 - Classificação 3 - Fontes formais 3.1 - principais 3.2 complementares 4 Doutrina e jurisprudência 2 1 - Conceito As fontes

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 72 - Data 31 de dezembro de 2013 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF Sendo o cancelamento

Leia mais

RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE

RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE compilações doutrinais RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS ADMINISTRADORES NOS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS QUANDO DA DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE Carlos Barbosa Ribeiro ADVOGADO (BRASIL) VERBOJURIDICO VERBOJURIDICO

Leia mais

LEI Nº 8.977, DE 6 DE JANEIRO DE 1995

LEI Nº 8.977, DE 6 DE JANEIRO DE 1995 LEI Nº 8.977, DE 6 DE JANEIRO DE 1995 Dispõe sobre o Serviço de TV a Cabo e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO

Leia mais

Murillo Lo Visco 1 Editora Ferreira

Murillo Lo Visco 1 Editora Ferreira Olá pessoal! Sabemos que se aproxima a prova do concurso destinado a selecionar candidatos para provimento de vagas no cargo de Fiscal de Rendas de 3ª Categoria, do quadro da Secretaria de Estado de Fazenda

Leia mais

Legislação e tributação comercial

Legislação e tributação comercial 6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6.1 Conceito Na terminologia adotada pelo CTN, crédito tributário e obrigação tributária não se confundem. O crédito decorre da obrigação e tem a mesma natureza desta (CTN, 139).

Leia mais

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA:

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA: PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA: Vejam quais são as principais questões que envolvem o Novo Regime de Tributação e esclareçam suas dúvidas. 1) Como era o tratamento tributário

Leia mais