Atualmente não há dispositivo legal que determine a obrigatoriedade de remuneração de sócios de sociedade simples mediante pró-labore.
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- Levi Maranhão Espírito Santo
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1 SOLUÇÃO DE CONSULTA DA RFB SOBRE OBRIGATORIEDADE, OU NÃO, DE PRO-LABORE PARA SÓCIOS DE SOCIEDADE SIMPLES SOLUÇÃO DE CONSULTA N 133, DE 3 DE JULHO DE 2012 DOU de 3/8/2012 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS SOCIEDADE SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS RELATIVOS AO EXERCÍCIO DE PROFISSÕES LEGALMENTE REGULAMENTADA CONTRIBUINTE INDIVIDUAL (SÓCIO). PRÓ-LABORE. Atualmente não há dispositivo legal que determine a obrigatoriedade de remuneração de sócios de sociedade simples mediante pró-labore. De acordo com o art. 201, 5o, II, 1a parte, do Decreto n /99, se estiver estipulado previamente, em contrato social, que a sociedade não pagará pró-labore (isto é, os sócios serão remunerados só em função da lucratividade do capital distribuição de lucros), há discriminação entre essas formas de pagamento, o que leva ao não recolhimento da contribuição previdenciária por inocorrência do fato imponível tributário (fato gerador). O prévio acerto intersócios de que a sociedade não os remunerará pelo trabalho (pró-labore), mas tão somente em função do resultado (distribuição de lucros), serve de discriminação para afastar a incidência tributária relativa a esta hipótese de incidência. Pelo teor do art. 201, 5o, II, parte final, do Decreto n /99, o adiantamento de resultado, ainda não apurado por meio de demonstração de resultado do exercício, configura hipótese de incidência tributária. Ou seja, se houver pagamento ou creditamento a sócio(s) no curso do exercício, ainda que previamente esteja estabelecido (em contrato social) que a sociedade não pagará prólabore, há incidência de contribuição previdenciária. Se ainda não há como se saber que os valores pagos referem-se à remuneração do capital investido (lucro), é possível inferir que seja pró-labore, pois sem haver a demonstração do resultado do exercício, se este for negativo (= prejuízo), o pagamento (ou crédito) a sócio(s) terá natureza de pró-labore. Se, ao fim do exercício, houver resultado positivo (lucro) e houver previa estipulação de não pagamento de prólabore é possível a repetição do indébito. Dispositivos Legais: Decreto n /99, art. 201, 5o, II. MARCO ANTÔNIO FERREIRA POSSETTI Chefe NOSSO COMENTÁRIO: é praxe ouvirmos que os sócios administradores devem, obrigatoriamente, receber um pro-labore mensal, ou seja, não seria correto fixar como única remuneração dos sócios a distribuição dos lucros, porventura existentes. Nesta solução de consulta, a Receita Federal do Brasil expressamente admitiu a possibilidade do sócio de uma sociedade simples (contrato social registrado no Cartório de Pessoas Jurídicas) não pagar 1 / 5
2 pro-labore dos sócios, limitando-se à distribuição dos lucros. Com isso, ficaria afastada a contribuição do pro-labore (=20%). Por outro lado, ressalvou-se a incidência da contribuição, na hipótese da sociedade distribuir lucros antecipadamente, ou seja, antes do término do exercício: a consulta diz que a contribuição sobre o pro-labore deverá ser pago pela sociedade e, uma vez confirmado o lucro (=disponibilidade de numerário suficiente para cobrir aqueles valores previamente distribuídos), o valor pago deverá ser restituído. Em outras palavras: paga-se a contribuição para, depois, pedir a restituição...! Discordamos parcialmente dessa parte final da consulta: entendemos que a sociedade não deve pagar a contribuição sobre essa distribuição antecipada de lucros; dá-se, digamos assim, uma suspensão da incidência da contribuição (na verdade, é não incidência mesmo!); se os valores distribuídos forem superiores ao lucro apurado no final do exercício, a sociedade deverá recolher a contribuição sobre o pro-labore. Agora, esse recolhimento deverá ser acompanhado de multa e juros SELIC, desde o seu período de apuração. Mas, enfim, não vemos porque forçar o contribuinte a recolher a contribuição, para, depois, buscar a restituição. Entendemos que o correto é o inverso: o contribuinte não paga a contribuição sobre a distribuição antecipada de lucros até confirmar a inexistência de numerário suficiente para tal distribuição, quando, então, esse pagamento deverá ser tratado como pro-labore, com os encargos legais correspondentes. Muito embora a solução verse sobre uma sociedade simples, esse entendimento também se aplica, com muito mais razão, às sociedade empresárias, em razão da natureza empresarial e essencialmente vinculada à busca do lucro. Também vale para a EIRELI. SOLUÇÃO DE CONSULTA N 133, DE 3 DE JULHO DE 2012 DOU de 3/8/2012 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS SOCIEDADE SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS RELATIVOS AO EXERCÍCIO DE PROFISSÕES LEGALMENTE REGULAMENTADA CONTRIBUINTE INDIVIDUAL (SÓCIO). PRÓ-LABORE. 2 / 5
3 Atualmente não há dispositivo legal que determine a obrigatoriedade de remuneração de sócios de sociedade simples mediante pró-labore. De acordo com o art. 201, 5o, II, 1a parte, do Decreto n /99, se estiver estipulado previamente, em contrato social, que a sociedade não pagará pró-labore (isto é, os sócios serão remunerados só em função da lucratividade do capital distribuição de lucros), há discriminação entre essas formas de pagamento, o que leva ao não recolhimento da contribuição previdenciária por inocorrência do fato imponível tributário (fato gerador). O prévio acerto intersócios de que a sociedade não os remunerará pelo trabalho (pró-labore), mas tão somente em função do resultado (distribuição de lucros), serve de discriminação para afastar a incidência tributária relativa a esta hipótese de incidência. Pelo teor do art. 201, 5o, II, parte final, do Decreto n /99, o adiantamento de resultado, ainda não apurado por meio de demonstração de resultado do exercício, configura hipótese de incidência tributária. Ou seja, se houver pagamento ou creditamento a sócio(s) no curso do exercício, ainda que previamente esteja estabelecido (em contrato social) que a sociedade não pagará prólabore, há incidência de contribuição previdenciária. Se ainda não há como se saber que os valores pagos referem-se à remuneração do capital investido (lucro), é possível inferir que seja pró-labore, pois sem haver a demonstração do resultado do exercício, se este for negativo (= prejuízo), o pagamento (ou crédito) a sócio(s) terá natureza de pró-labore. Se, ao fim do exercício, houver resultado positivo (lucro) e houver previa estipulação de não pagamento de prólabore é possível a repetição do indébito. 3 / 5
4 Dispositivos Legais: Decreto n /99, art. 201, 5o, II. MARCO ANTÔNIO FERREIRA POSSETTI Chefe NOSSO COMENTÁRIO: é praxe ouvirmos que os sócios administradores devem, obrigatoriamente, receber um pro-labore mensal, ou seja, não seria correto fixar como única remuneração dos sócios a distribuição dos lucros, porventura existentes. Nesta solução de consulta, a Receita Federal do Brasil expressamente admitiu a possibilidade do sócio de uma sociedade simples (contrato social registrado no Cartório de Pessoas Jurídicas) não pagar pro-labore dos sócios, limitando-se à distribuição dos lucros. Com isso, ficaria afastada a contribuição do pro-labore (=20%). Por outro lado, ressalvou-se a incidência da contribuição, na hipótese da sociedade distribuir lucros antecipadamente, ou seja, antes do término do exercício: a consulta diz que a contribuição sobre o pro-labore deverá ser pago pela sociedade e, uma vez confirmado o lucro (=disponibilidade de numerário suficiente para cobrir aqueles valores previamente distribuídos), o valor pago deverá ser restituído. Em outras palavras: paga-se a contribuição para, depois, pedir a restituição...! Discordamos parcialmente dessa parte final da consulta: entendemos que a sociedade não deve pagar a contribuição sobre essa distribuição antecipada de lucros; dá-se, digamos assim, uma suspensão da incidência da contribuição (na verdade, é não incidência mesmo!); se os valores distribuídos forem superiores ao lucro apurado no final do exercício, a sociedade deverá recolher a contribuição sobre o pro-labore. Agora, esse recolhimento deverá ser acompanhado de multa e juros SELIC, desde o seu período de apuração. Mas, enfim, não vemos porque forçar o contribuinte a recolher a contribuição, para, depois, buscar a restituição. Entendemos que o correto é o inverso: o contribuinte não paga a contribuição sobre a distribuição antecipada de lucros até confirmar a inexistência de numerário suficiente para tal distribuição, quando, então, esse pagamento deverá ser tratado como pro-labore, com os encargos legais correspondentes. Muito embora a solução verse sobre uma sociedade simples, esse entendimento também se aplica, com muito mais razão, às sociedade empresárias, em razão da natureza empresarial e essencialmente vinculada à busca do lucro. Também vale para a EIRELI. 4 / 5
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