Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER

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1 Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: A. A. F. S. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Informações pessoais. Cidadão solicita informações pessoais de procedimentos no INSS - Interesse pessoal Coisa julgada administrativa - Não conhecimento do recurso. Instituto Nacional do Seguro Social INSS Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 01/0/201 O cidadão solicita as seguintes informações: 1 Cópias dos prontuários médicos e fichas de seguimento médico de todas perícias que fizera no INSS; 2 Relatório da conclusão médico pericial da perícia médica que foi feito a minha pessoa por três peritos com o conteúdo pleno das razões que motivaram a decisão de não transformar o auxílio B-31 por B-91 e o material relevante de análise que a fundamentou. 3 Por que não foram considerados os antecedentes do meu empregador, tais como: falta de SESMT, PPP, LTCAT,PCMSO, PPRA, falta de projeto de incêndio e pânico, banheiros imundos, etc... JUSTIFICATIVA Os médicos peritos não apresentaram 21

2 Resposta Inicial Recurso à Autoridade Superior 03/0/201 03/0/201 fundamentos adequados e válidos para afastar a aplicação do nexo técnico epidemiológico no meu caso em tela, bem como não aplicaram o protocolo de investigação do nexo causal relacionados a transtornos mentais. Além disso, qualquer decisão só tem legitimidade plena se for respeitado o princípio de ampla defesa, para tal preciso das informações requeridas ao INSS Alagoas. Solicito que as informações sejam fornecidas em formato digital, quando disponíveis, conforme estabelece o artigo 11, parágrafo 5º da lei /2011. O INSS assim responde: Conforme já mencionado em outras solicitações, informações sobre benefícios (decisão do requerimento, pagamentos, perícias médicas e outros) são consideradas informações pessoais, razão pela qual somente podem ser fornecidas de forma presencial ao titular ou representante (curador, tutor, procurador) legalmente constituído para tal fim. Assim, indeferimos os pedidos constantes dos itens 1 e 2 por não ser possível o fornecimento pelo e-sic, com fulcro nos art. 55 a 60 do Dec. 7.72/2012. Salientamos que a obtenção de cópia de partes do processo de benefício deverá ser agendado pelo link ou por telefone na Central de Atendimento 135. Com referência o item 3, informamos que ele consiste em reconhecimento de direito (benefício previdenciário) regulado pela Lei 8.213/1991, ele não se enquadra no escopo da Lei de Acesso à Informação - LAI, que especifica sobre o acesso às informações produzidas ou custodiadas pelos órgãos e entidades públicas (inciso II, art.7º, Lei /2011). Deste modo, também indeferimos por não ser o e-sic o canal competente para discussão sobre direito previdenciário. E, neste sentido, o senhor deverá formalizar o recurso da decisão de indeferimento de benefício diretamente na Agência da Previdência Social - APS em que deu entrada no pedido de benefício, conforme orientações disponíveis na internet ( O cidadão assim se manifesta: O Inciso XXX do art. 5 da CF/88 plenamente regulamentado pela impõe esta obrigação de 22

3 fornecer a informação. Data máxima vênia, a resposta pelo servidor desconhecido quiçá está revestida eventualmente de sofismas ocultos por detrás de argumentações lógicas. Inclusive, se não fosse este sistema e-sic nunca teria resposta dentro do devido processo legal. Passei meses para receber uma resposta da Ouvidoria ao arrepio da lei e só recebi porque fiz uma denuncia neste mesmo e-sic. Resposta do Recurso 11/0/201 à Autoridade Superior Recurso à 13/0/201 Autoridade Máxima Resposta do Recurso 15/0/201 à Autoridade Máxima Recurso à CGU 15/0/201 O INSS tem a regra deontológica de fornecer esta informação pois está baseado no inciso XXX do artigo 5. O INSS assim se manifesta: Mantemos o indeferimento inicial pelos fundamentos já expressos, uma vez que coadunam com Lei de Acesso à Informação e sua regulamentação. O cidadão reitera sua solicitação: Recorro ao Presidente do INSS baseado no Inciso XXXIII do art. 5 da CF/88 plenamente regulamentado pela Lex cujas regras deontológicas impõem esta obrigação de fornecer a informação. O artigo 5, inciso XXXIII estão imbricados. Peço sensibilidade social ao Presidente do INSS para que com o seu Potestas imperandi faça parar o Jus Abutendi da pericia médica de Alagoas para que forneça as informações das quais pedi. Se a perícia médica de Alagoas no meu caso em tela fornecesse as informações requeridas, não estaria nesta plataforma pedindo algo que é direito líquido e certo. O INSS mantem o indeferimento inicial afirmando sua posição: Recepcionamos o presente recurso mas não damos provimento uma vez que as solicitações fogem às competência do SIC e, conforme já orientado inicialmente, o senhor deve solicitar as cópias do processo (art. 55 a 60 do Dec. 772/2012) e formalizar recurso administrativo da decisão de indeferimento de benefício diretamente na unidade de atendimento (Instrução Normativa 5/2010 ). Lembramos que os atendimentos devem ser agendados conforme já orientado. Reiterando à solicitação, o cidadão assim se manifesta: A CGU - Brasil, Recorro a CGU e endosso as palavras da pesquisadora da FundaCentro, " ) INSS é um órgão de estrutura hermética..." Jamais estaria recorrendo baseado no Inciso XXXIII do art. 23

4 5 da CF/88 plenamente regulamentado pela Lex cujas regras deontológicas impõem esta obrigação de fornecer a informação requerida. O artigo 5, inciso XXXIII estão imbricados, um não anula o outro. Peço mais uma vez coragem hermenêutica a CGU brasil para que uma injustiça social não se perpetue." Análise É o relatório. 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 772/2012, in verbis: Lei nº /2012 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 772/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.72/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão de provimento, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade.. Passando à análise do mérito, verifica-se que o cidadão, no seu pedido inicial, solicita ao INSS as seguintes informações: a) Cópias dos prontuários médicos e fichas de seguimento médico de todas perícias que fez no INSS; b) Relatório da conclusão médico pericial da perícia médica feita por três peritos com o conteúdo pleno das razões que motivaram a decisão de não transformar o auxílio B-31 por B-91 e o material 2

5 relevante de análise que a fundamentou. c) Por que não foram considerados os antecedentes do meu empregador, tais como: falta de SESMT, PPP, LTCAT,PCMSO, PPRA, falta de projeto de incêndio e pânico, banheiros imundos, etc... O INSS responde cada um dos itens, sendo assim descritos: a e b) Para o questionamento dos itens a e b, o INSS esclarece que conforme já mencionado em outras solicitações, informações sobre benefícios (decisão do requerimento, pagamentos, perícias médicas e outros) são consideradas informações pessoais, razão pela qual somente podem ser fornecidas de forma presencial ao titular ou representante (curador, tutor, procurador) legalmente constituído para tal fim. Assim, indefere-se os pedidos constantes dos itens 1 e 2 por não ser possível o fornecimento pelo e-sic, com fulcro nos art. 55 a 60 do Dec. 7.72/2012. Salienta ainda o local para obtenção de cópia de partes do processo de benefício (link para agendamento). c) Para o questionamento do item c, o INSS informa que o reconhecimento de direito (benefício previdenciário) regulado pela Lei 8.213/1991, não se enquadra no escopo da Lei de Acesso à Informação - LAI, que especifica sobre o acesso às informações produzidas ou custodiadas pelos órgãos e entidades públicas (inciso II, art.7º, Lei /2011). Deste modo, também indefere-se por não ser o e-sic o canal competente para discussão sobre direito previdenciário. E, neste sentido, o cidadão deverá formalizar o recurso da decisão de indeferimento de benefício diretamente na Agência da Previdência Social - APS em que deu entrada no pedido de benefício, conforme orientações disponíveis na internet ( 5. Nas demais instâncias recursais, o requerente alega a obrigação no fornecimento das informações com base no Inciso XXXIII do art. 5 da CF/88, a saber : Art. 5º, XXXII, CF/88 - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 6. Analisando-se as respostas fornecidas pelo Órgão, verifica-se que os três pontos presentes à solicitação inicial foram integralmente respondidos. No que se refere ao item a, solicitação de cópias de documentos oriundos de perícia médica e relatórios de perícias realizadas, a impossibilidade de acesso via sistema e-sic, já é de conhecimento do cidadão por ser objeto do pedido de NUP / Durante a instrução de tal pedido, em sede de instância recursal a CGU, o INSS apresentou o seguinte esclarecimento: 25

6 Inicialmente é necessário registrar que o INSS sempre fornece as informações sobre perícia médica (resultados, laudos etc) somente ao titular das informações e de forma presencial, razão pela qual as solicitações semelhantes ao do Sr. A. A. não são atendidas pelo e-sic. Quanto à análise da transformação do benefício em espécie acidentária em função do nexo da doença com a atividade, solicitamos que a área responsável pela área pericial fizesse análise nas informações existentes no Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade - SABI, cujo resultado é o que segue: Quanto ao questionamento pertinente a esta Coordenação temos a esclarecer que em pesquisa ao SABI há registro de requerimento de auxílio doença em nome do Sr A A F da S, com DER em 03/06/2013 e perícia inicial realizada em 29/07/2013. Embora conste no sistema a ocupação de "outros garçons, barmen...", há registro no laudo da perícia de que se trata de professor de inglês, ocupação informada pelo segurado, mas que não apresentou Carteira de Trabalho. O código da Classificação Internacional da Doença-CID usado ao ser cruzado pelo sistema com o CNAE da empresa, não habilitou aplicação de Nexo Técnico Epidemiológico. Embora o relato do segurado sugira que, no seu entendimento, sua patologia tenha relação com seu trabalho, não há registros no laudo de apresentação de documentação comprobatória. Teve ainda Pedido de Prorrogação deferido e a data de cessação do benefício fixada em 30/01/201. Não consta no SABI requerimento de revisão solicitando transformação da espécie do benefício. 7. Com relação ao item b, relatório da conclusão médico pericial da perícia médica feita por três peritos com o conteúdo pleno das razões que motivaram a decisão de não transformar o auxílio B-31 por B-91 e o material relevante de análise que a fundamentou, o INSS informou que ao concluir a perícia médica, o cidadão tem acesso a todo o processo, incluindo o detalhamento de sua concessão ou negação, com as motivações e fundamentos adequados a cada caso. Além disso, não houve conforme informações do e-sic, requerimento de revisão para transformação da espécie do benefício. 8. Com relação ao item c, por que não foram considerados os antecedentes do meu empregador, tais como: falta de SESMT, PPP, LTCAT,PCMSO, PPRA, falta de projeto de incêndio e pânico, banheiros imundos, etc..., além de o cidadão já ter a motivação no acesso ao processo ao concluir a perícia, o INSS corretamente informa que o e-sic não constitui o canal adequado para o reconhecimento de direito, conforme fundamento legal já apontado ao cidadão em resposta. 9. Ademais, verifica-se que o cidadão não exauriu os canais administrativos para a solicitação dos documentos presentes a esta solicitação, e não há negativa do Órgão em fornecer a mesma. O que existe é a manifestação da necessidade da utilização das vias administrativas criadas para atender esta finalidade para todos os usuários do Sistema Único de Saúde. Neste sentido, a Lei Nº , no seu artigo 11, inciso 6, assim prevê: Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por 26

7 escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Conclusão 10. De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso. Fabiola Flor Machado Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº /201-53, direcionado a Controladoria Geral da União. Gilberto Waller Júnior Ouvidor-Geral da União Substituto 27

8 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2179 de 13/06/201 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 13/06/201 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 13/06/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: d50b2_8d faae9