Santa Catarina. Revista. O Papa entre nós. Hospital atuou como a assistência médica oficial do Papa Bento XVI em sua visita ao Brasil

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1 Revista Santa Catarina Informativo do Hospital Santa Catarina - setembro/2007 O Papa entre nós Hospital atuou como a assistência médica oficial do Papa Bento XVI em sua visita ao Brasil Conforto para os bebês Maternidade inaugura novas instalações do berçário com espaço amplo para atender aos recém-nascidos Saudável e gostosa Alimentação alia equilíbrio nutricional e sabor, em sintonia com a nova tendência de Gastronomia hospitalar

2 Editorial A visita do Papa Bento XVI ao Brasil, em maio, tocou milhares de pessoas. Para o Hospital Santa Catarina, ela teve um significado ainda mais especial. Escolhido como o responsável pelo atendimento médico-hospitalar do Sumo Pontífice e de sua comitiva, o HSC acompanhou de perto todos os passos do Papa durante seus cinco dias no País. A experiência emocionou a todos nós e tocou a cada um em particular. Voltamos à rotina com a certeza de que nunca mais seremos os mesmos. É certo também que o convite recompensou e consagrou o histórico de credibilidade do HSC. Em uma era de profunda transitoriedade, o hospital completou 101 anos de existência. Nossa instituição mantenedora, a Associação Congregação de Santa Catarina, tem uma trajetória que ultrapassa quatro séculos. É olhando para essa história que temos a certeza de que a probabilidade de perdurarmos por mais cem anos - e muito além - é grande, se soubermos trabalhar com afinco e vamos. Nesta edição de nossa renovada Revista Santa Catarina, conheça a chamada gastronomia hospitalar, que mostra que é possível oferecer aos pacientes uma dieta encantadora para os olhos e para o paladar. O Banco de Sangue do HSC também é destaque: nosso gestor, Dr. Eduardo Takatu, fala um pouco do trabalho na direção do serviço e como consultor de qualidade. Esta edição apresenta, ainda, nosso novo Berçário, que além da estrutura totalmente reformada, com espaço para 58 berços em cinco ambientes, abriu as portas para novos programas de humanização - como o Projeto Primeiro Banho. Apesar de todos os progressos tecnológicos, é importante lembrarmos que o limite de uma ferramenta sempre será o homem. Quando reflito sobre isso, penso que conservar o que o HSC acumulou e herdou ao longo do último século será uma missão de fé, realizada com trabalho e prazer; e de extrema importância para mantermos o rumo certo de nossa história. E foi com a tranqüilidade desta certeza que vivemos, há alguns meses, a saída de Irmã Lia da direção geral do HSC. Levo adiante, agora, esta abençoada missão, e Irmã Lia continua a nosso lado, como diretora geral da ACSC. Esta edição também traz matéria sobre esta transição. Ética, espiritualidade, tradição e confiabilidade, desenvolvimento humano, responsabilidade social e ambiental são valores que permeiam os nossos dias. Sobreviveremos mais cem anos se soubermos conservá-los com carinho e responsabilidade. E, se nos mantivermos assim, com a graça de Deus, certamente seremos convidados a participar de outras missões históricas, como em maio deste inesquecível ano. Irmã Rute Redighieri, diretora geral do HSC 2 Revista Hospital Santa Catarina

3 Índice Entrevista O médico hematologista Eduardo Takatu coordena o Banco de Sangue do HSC e fala dos cuidados com a segurança. 4 Capa Profissionais do Hospital se emocionam ao trabalhar como assistência médica oficial do Papa Bento XVI. 6 Gestão Nova direção é garantia de 10 continuidade no HSC. Gastronomia Tendência de alimentação hospitalar promove o equilíbrio entre o sabor e a qualidade nutricional Pronto Atendimento Área que atende a emergências comemora 10 anos de bons serviços. Maternidade Novas instalações do Berçário oferecem maior conforto a bebês, profissionais, mamães e familiares Excelência Hospital será a primeira instituição de saúde paulista a ser reconhecida pelo Conselho Canadense de Acreditação de Serviços de Saúde (CCHSA). expediente A Revista Santa Catarina é uma publicação do Hospital Santa Catarina. Endereço: Av. Paulista, 200, Bela Vista - São Paulo, SP - CEP Contato: PABX (11) e FAX (11) Diretoria: Irmã Rute Redighieri, Fábio Tadeo Teixeira, Luciano Patah e Fernanda Allucci. Comunicação: supervisora Leila Ramos e analista Marcelo Salgado. Jornalista Responsável: Luis Fernando Ribeiro Alvarenga - MTB Redação e Edição: Report Comunicação. Arte: Keenwork Design. Revista Hospital Santa Catarina 3

4 Qualidade está no Sangue Segurança e bom atendimento compõem o tripé que eleva a qualidade do Banco de Sangue. O médico hematologista Eduardo Takatu, um dos diretores do Banco de Sangue, transformou o serviço no primeiro acreditado em nível 3 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Em entrevista a RSC, Takatu fala sobre esta experiência e o trabalho. HSC O que significa participar desse processo de acreditação e atingir a excelência dentro do Hospital Santa Catarina? Takatu - Estar aqui é um privilégio para qualquer serviço terceirizado, porque o HSC tem uma ótima diretoria e se preocupa com qualidade. A gente conheceu a acreditação por meio do Santa Catarina. A sementinha foi plantada aqui. Busquei me informar e me formar na ONA, para poder dar suporte não só para o serviço, mas também para o hospital. Fiz um curso de formação de auditor no Instituto Qualisa de Gestão (IQG), responsável pela certificação no HSC, e isso abriu a minha visão para o mundo da qualidade e suas vantagens. Trouxemos essa cultura para dentro do Banco de Sangue e ela foi incorporada por toda a equipe. Fiquei muito orgulhoso por conseguirmos o nível 3 da acreditação logo na primeira vez. Acabei sendo convidado pelo IQG e hoje também sou auditor em outros bancos de sangue do País. Dr. Eduardo Takatu, além de diretor do Banco de Sangue, é auditor pelo IQG. HSC Como é trabalhar como terceirizado aqui? Takatu Temos muitas liberdades e também responsabilidades. Trabalhamos em equipe. Todas as tomadas de decisão são feitas em conjunto. Não nos sentimos como um núcleo dentro do hospital. Nós somos o hospital e isso é muito bom. HSC Qual a estrutura do Banco de Sangue? Takatu Somos cerca de 20 pessoas, entre médicos, biomédicos, biólogos, técnicos de hemoterapia, administrativo e suporte de limpeza. Em média, realizamos 450 a 500 transfusões de hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) por mês. A coleta de plaquetas é feita pelo processo de aférese. Essa tecnologia permite que um único doador ajude um a dois pacientes, enquanto os processos normais exigem sete doadores para um paciente de 70 quilos. Temos os doadores contumazes, que nos auxiliam quando solicitados. HSC O que poderíamos destacar como diferencial do Banco de Sangue em hemoterapia? Takatu Nossa preocupação número um é com a segurança. Sempre digo aos meus funcionários: domine o que você faz, porque assim, você terá segurança para fazer o melhor. Nosso segundo lema é o de atender bem a todos, clientes e colegas. O terceiro é a preocupação com a qualidade: fazer bem feito, fazer melhor, fazer de forma mais prática e com menor custo.

5 ENTREVISTA HSC Quais as práticas de segurança nos cuidados com o sangue? Takatu Desde 2004, implantamos o NAT (Nucleic Acid Test). É um exame que nos permite detectar precocemente a presença dos vírus HIV (AIDS) e HCV (hepatite C). Com essa técnica, conseguimos reduzir a janela imunológica (período entre o contato com o vírus e o período em que os testes dão positivo). No caso do HIV, a redução foi de 22 para até oito dias. No caso do HCV foi ainda maior, de 180 para 20 dias. Isso é possível por meio da identificação do RNA do vírus. Essa metodologia é muito eficaz e foi implantada aqui no Santa Catarina para ampliar e garantir a segurança dos nossos pacientes. HSC Como é a operacionalização no Banco de Sangue? Takatu Aqui temos de lidar com a gestão de produtos perecíveis. Nunca deixamos faltar, mas temos de controlar o estoque para evitar jogar sangue fora. Uma bolsa de hemácias tem 42 dias de validade. As plaquetas têm validade menor ainda, de cinco dias. O plasma não tem problemas: congelado, dura dois anos. Temos de sempre dimensionar os estoques e estar preparados para emergências. A gente tem uma quantidade boa de doadores chamados ideais, que são confiáveis, de repetição, que estão disponíveis e já têm uma sorologia conhecida. Isso é muito importante, principalmente para plaquetas. Temos cooperação com alguns bancos de sangue para eventual necessidade de um tipo de sangue muito raro, sem a presença de anticorpos a uma determinada proteína, por exemplo. HSC Qual o perfil dos doadores do HSC? Takatu Muitos doadores são da própria comunidade do hospital (pacientes, familiares de pacientes), que vêm para repor sangue de pacientes que necessitaram ou vêm motivados por campanhas internas. Temos uma boa parcela de doadores de repetição. Geralmente, eles vieram pela primeira vez em algum tipo de campanha, mas desenvolveram o hábito solidário de doar. Este é um ótimo doador, porque é consciente da ajuda que presta, conhece todo o processo. As estatísticas comprovam que eles têm uma sorologia ótima, por conta de comportamento, da filosofia de vida. É exemplo de como um ato de solidariedade pode influenciar positivamente os hábitos do próprio doador. A gente tem um lema: faça bem sem olhar a quem. O doador sabe que vai ajudar até três pessoas. HSC A localização do hospital ajuda? Takatu Facilita muito. A gente consegue se mobilizar mais facilmente, porque tem metrô, várias linhas de ônibus e a Avenida Paulista é nacionalmente conhecida. A cada dois ou três meses, também fazemos ações em parcerias com empresas comprometidas com a responsabilidade social. Buscamos os doadores com vans e ônibus e os trazemos para cá. A localização realmente ajuda. HSC No último dia 14 de junho, foi comemorado o Dia Mundial do Doador. Teve alguma atividade? Takatu Existem dois dias mundiais do doador, um em 14 de junho e outro em 25 de novembro. Isso é providencial, pois são datas próximas a períodos de férias, quando geralmente as doações caem. Costumamos comemorar em novembro, dia coincidente ao de Santa Catarina. Costumamos chamar os doadores, oferecemos bolo, bexigas, brindes especiais, é uma confraternização de final de ano que nos ajuda a reforçar os estoques para o período das festas e o começo de janeiro. HSC O Brasil tem razão para comemorar quando o assunto é doação de sangue? Takatu Culturalmente, o Brasil não é um país que tenha uma população doadora de sangue. Estudos indicam que é porque o País nunca passou por guerras. Na França, por exemplo, não há necessidade de campanhas, os doadores voluntários abastecem os estoques. Aqui, apenas 1,3% da população brasileira com mais de 18 anos doa. Uma pesquisa mostra que, se 3% a 5% da população brasileira fosse doadora, o País não sofreria mais com a falta de sangue. A mudança cultural é um trabalho de formiguinha. Revista Hospital Santa Catarina 5

6 Atendimento ao Papa projeta HSC para o mundo Fotos: Pati Patah Escolhido para dar assistência médico-hospitalar a Bento XVI durante sua visita ao Brasil, o hospital colocou à prova a qualidade e o entrosamento de seus profissionais - que participaram de uma experiência única e emocionante. Durante cinco dias, entre 9 e 13 de maio, o atendimento médicohospitalar do Papa Bento XVI e de sua comitiva ficou sob responsabilidade do Hospital Santa Catarina (HSC). A instituição foi indicada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo para acompanhar de perto o Sumo Pontífice e assegurar que ele fosse prontamente atendido caso tivesse qualquer problema de saúde durante a visita ao Brasil. Joseph Ratzinger, que completou 80 anos em abril, manteve-se forte e saudável durante sua estada no País, para alívio e satisfação de toda a equipe do HSC. O convite representou para o hospital a consagração do bom atendimento, da qualidade clínica e da credibilidade presentes ao longo dos seus 101 anos de existência. Mantida pela Associação Congregação de Santa Catarina, a instituição ganhou projeção na mídia durante a visita e foi citada em notícias dos principais canais de televisão, jornais impressos, revistas, rádios e sites. Já para a equipe envolvida, foi uma experiência única e emocionante. Foram escolhidos 18 profissionais para compor as equipes que se revezaram durante os cinco dias para prestar assistência ao Papa. Os critérios técnicos de escolha consideraram conhecimentos, habilidades e competências no atendimento pré-hospitalar. Outros 80 profissionais foram designados a permanecer em alerta no hospital. O trabalho ao longo dos dias da visita representou o ápice de meses de preparativos, que começaram no início do ano, quando a diretoria do hospital foi informada da escolha. Ela participou de várias reuniões no Palácio do Governo para acompanhar as diretrizes das ações. Toda a logística da operação foi organizada nos mínimos detalhes. 6 Revista Hospital Santa Catarina

7 CAPA Os profissionais passaram por simulações durante o dia e à noite para testar o funcionamento do heliponto no atendimento emergencial junto ao Grupamento Aéreo de São Paulo. Os equipamentos mais modernos foram disponibilizados na suíte preparada exclusivamente para o Papa na UTI Cardiológica. As irmãs e a diretoria se preocuparam em oferecer todo o conforto ao Papa Bento XVI, caso ele precisasse ser internado. Em uma demonstração de carinho, prepararam um enxoval individualizado, feito em tecido de algodão egípcio 400 fios, bordado com a logomarca do HSC. Os veículos foram disponibilizados a partir de uma parceria entre o HSC e a empresa BEM Emergências Médicas. Duas ambulâncias UTI, compostas por um socorrista, um médico e um enfermeiro, acompanharam o Papa Bento XVI e sua comitiva 24 horas por dia. Outra ambulância, igualmente equipada, permaneceu todo o tempo no hospital, de prontidão. Privilégio de poucos Quem participou da operação pôde perceber a magnitude que a visita de uma personalidade como o Papa Bento XVI representa. Entendemos a dimensão e a responsabilidade do que fazíamos quando percebemos que chegar a poucos metros do Santo Padre, como estávamos, era privilégio de muito poucos, afirmou Fernanda Allucci, diretora assistencial do HSC. Nem a Polícia Militar podia entrar no Mosteiro de São Bento, onde o aparato de segurança era fortíssimo. O acesso à Fazenda Esperança, situada a 15 km do centro de Guaratinguetá (cidade a 177 km de São Paulo), foi fechado três horas antes da chegada do Papa. A fazenda, que desenvolve um projeto social para a recuperação de dependentes químicos, foi visitada por Bento XVI no sábado, dia 12 de maio. A ambulância, no entanto, teve livre acesso a esse e a todos os outros eventos. Não houve barreiras para o nosso trabalho. Ficou clara a credibilidade do hospital. Ficamos muito próximos ao Papa durante todo o tempo e nos sentimos orgulhosos por isso, comemorou Fernanda. Revista Hospital Santa Catarina 7

8 Dever cumprido O resultado de tanta organização e preparo foi o sucesso da operação. O trabalho em equipe chamou a atenção pelo entrosamento. A humanização do HSC ficou visível nos cuidados com a alimentação e com o conforto dos profissionais, assegurados pela diretoria. Apesar das muitas horas de trabalho e do cansaço, todos estavam felizes por estar ali, disse Fernanda. Durante os cinco dias, os únicos atendimentos prestados pelas equipes foram a casos simples de desmaios e pequenas torções de pessoas que acompanhavam a movimentação da visita. Na missa realizada em Aparecida, por exemplo, a ambulância ficou posicionada junto ao altar e atendeu alguns padres e bispos que passaram mal com o calor e a emoção. Apesar das muitas horas de trabalho e do cansaço, Tradição e confiança A escolha do Hospital Santa Catarina para assumir a responsabilidade de cuidar da saúde do Papa Bento XVI levou em consideração a tradição e a credibilidade da instituição. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o Santa Catarina tem excelente infra-estrutura técnica e operacional para garantir todo e qualquer atendimento. Para o diretor técnico do HSC, Luciano Patah, a escolha considerou também a seriedade da instituição religiosa, a qualidade dos serviços e a localização privilegiada o HSC é o único hospital da Avenida Paulista, área central da cidade de São Paulo. Segundo a diretora assistencial Fernanda Allucci, a Operação Papa mostrou ao Brasil o trabalho realizado no Santa Catarina. E credenciou o hospital a prestar assistência médica em futuros eventos de grande dimensão, afirmou a diretora. Emoção para sempre O enfermeiro supervisor da UTI Cardiológica do HSC, Euclydes Domingos Garcia Florentino, encheu a família de orgulho ao participar de uma das equipes de assistência ao Papa. Durante três meses, participou ativamente dos treinamentos. Florentino fez questão de deixar a família a par do que estava acontecendo durante a visita. Eu ligava para a minha mãe e mantinha o telefone ligado para ela ouvir um pouquinho da missa do Papa, contou. Ao final do trabalho, pegou um punhado de terços benzidos por Bento XVI e os distribuiu entre familiares, colegas e amigos. Os dois que ele ganhou pessoalmente foram entregues à mãe e à noiva, Cláudia de Lima, enfermeira da Maternidade do HSC. Vamos nos casar em setembro e já tivemos uma benção antecipada. 8 Revista Hospital Santa Catarina

9 CAPA todos estavam felizes por estar ali, disse Fernanda. Experiência de fé Os profissionais que atuaram na Operação Papa foram unânimes: participaram de uma experiência única. O diretor técnico do HSC, Luciano Patah, destacou que a experiência de acompanhar o Papa emocionou o grupo. Sentimos uma energia muito positiva e voltamos com outro espírito para o trabalho cotidiano, contou. O cirurgião cardíaco José Honório Palma, que coordenou a equipe dos médicos, achou espetacular perceber o que significa o Papa para a população. O cardiologista Alexandre Luiz de Mira, membro da equipe de médicos do especialista Enio Buffolo, acompanhou o Papa desde a chegada no aeroporto até as primeiras 24 horas no Mosteiro de São Bento. Cheguei muito perto dele, foram momentos inesquecíveis, disse Mira. A vivência tocou a cada um em particular e mexeu com valores e crenças. As manifestações de fé da população, voltadas para o Papa, chamaram a atenção dos profissionais. Todas aquelas pessoas que foram vê-lo, seja no Mosteiro ou nas missas, estavam no exercício do que elas têm de melhor, disse Fernanda Allucci, diretora assistencial do HSC. Ela contou uma passagem pessoal. No dia em que o Papa rezou o terço, em 11 de maio, na Basílica Nacional de Aparecida, Fernanda se uniu aos fiéis que lotavam o Santuário para rezar. Ao final, em lágrimas, ligou para a mãe católica fervorosa e transmitiu a emoção que estava sentindo. A prática do bem é muito transformadora, e ela estava presente todo o tempo. Antes de voltar a São Paulo e embarcar para Roma, no dia 13, o Papa Bento XVI recebeu um grupo seleto com cerca de 60 pessoas para dar uma benção especial no Santuário Bom Jesus. Por intermédio do Arcebispo de Aparecida, Dom Damasceno, parte da equipe do HSC foi incluída no grupo. Estávamos em dez médicos e enfermeiros e nos disseram que só cinco poderiam entrar. Fizemos um sorteio, mas quem ficou de fora se sentiu representado, contou Fernanda, uma das sorteadas. Foi uma cerimônia muito bonita. Depois de agradecer pela acolhida, o Papa recebeu um a um e deu uma benção individual. Pedi pelas irmãs, beijei o anel e recebi um terço. Sou muito controlada, mas naquele momento, a euforia tomou conta. Revista Hospital Santa Catarina 9

10 Nova direção é garantia de continuidade no HSC A direção do Hospital Santa Catarina a principal instituição provedora da Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC) completou mais uma etapa no seu processo de permanente evolução em 26 de março deste ano. A Irmã Lia Gregorine, que esteve à frente da diretoria geral do Hospital Santa Catarina por 19 anos, entre 1988 e 2007, passou o comando da instituição para a Irmã Rute Redighieri. A decisão da Assembléia Provincial levou em conta o estado de saúde de Irmã Lia, que acumulava a função também na ACSC. Agora, ela ocupa a diretoria geral da Associação e responde por 23 casas mantidas em todo o país. A mudança vem acompanhada da sensação do dever cumprido e da segurança de ter sido bem substituída no hospital. A força, a determinação, o estilo empreendedor e espírito de equipe são traços comuns entre as duas religiosas. E este é o indicativo de que a troca de comando do HSC vai representar também continuidade da construção da história de sucesso e credibilidade da instituição. 10 Revista Hospital Santa Catarina

11 GESTÃO Irmã Rute (à esquerda) assumiu a diretoria do HSC no lugar de Irmã Lia: histórias de fé e muito trabalho. Os resultados obtidos não ajudam apenas a manter a estrutura do HSC atualizada; também contribuem com as demais obras sociais da ACSC. Missão empreendedora Desde que Irmã Lia assumiu o hospital, em 1988, a organização acelerou seu crescimento e processo de modernização, com investimentos na profissionalização da gestão e na infra-estrutura. Isto permitiu ao HSC manter sua posição de referência, com uma das melhores equipes médicas do Brasil, instalações e equipamentos de última geração. Este trabalho foi consistente com a tradição de excelência do hospital, que se mantém há mais de cem anos. Vale destacar que os resultados obtidos não ajudam apenas a manter a estrutura do HSC atualizada; também contribuem com as demais obras sociais da ACSC, entre elas: escolas, creches e hospitais que prestam assistência em educação e saúde a crianças e à população carente no Brasil. A responsabilidade do cargo não foi novidade para a Irmã Lia. Desde muito cedo, ainda criança, a mais velha de uma família de cinco Irmãos tinha de ajudar a mãe na educação dos menores. Acho que o espírito de liderança veio daí, brinca. Irmã Lia guarda no coração a lembrança de uma infância feliz, com brincadeiras de roda e passeios com as amigas na região rural do município de Sombrio, em Santa Catarina, onde nasceu em 17 de outubro de Tenho amigas daquela época com as quais convivo até hoje, comemora. O pai era austero. Trabalhou primeiro como lavrador, depois como motorista e, por fim, como marceneiro. A mãe era uma donade-casa batalhadora e muito afetiva. Sempre estudiosa, a jovem Lia pulava o muro da escola para pegar livros na biblioteca. Fez o primário (hoje Ensino Fundamental) em Sombrio. Depois, completou o ginasial (Ensino Médio) em Cocal, pequeno município próximo de Criciúma (SC), já com as Irmãs de Santa Catarina. Revista Hospital Santa Catarina 11

12 Segundo ela, a decisão de entrar para a vida religiosa veio ainda na infância, com a morte prematura de uma tia, que era freira e faleceu de tifo aos 18 anos. Naquele momento, senti que tinha a missão de substituí-la, conta. Alguns anos se passaram até que a oportunidade bateu à sua porta. A casa da família costumava abrigar o sacerdote quando ele visitava a comunidade. Um dia, a Irmã Agatônia, missionária que trabalhava no Hospital Bom Pastor, em Araranguá (SC), também visitou a família. Ela percorria o interior catarinense em busca de pessoas com vocação à vida religiosa. Antes de decidir por tornar-se freira, Lia Gregorine permaneceu por quatro anos com as Irmãs em Cocal (SC), enquanto concluía o ginasial. Quando tinha quase 18 anos, em 1959, fez a opção. Irmã Lia conta que a chegada à capital paulista foi marcante. Foi um susto sair de uma cidadezinha pequena e desembarcar em São Paulo, que já era enorme naquele tempo. O medo logo se transformou em certeza, ainda quando noviça. Irmã Lia fez o curso de técnica em enfermagem em Petrópolis (RJ), o que a ajudou nas atividades do HSC, onde começou a atuar na Maternidade, em Hoje, Irmã Lia afirma que a modernização, com várias reformas e a compra de novos equipamentos, bem como a qualificação das equipes foram pontos fortes de sua administração. Investimos no ser humano, com treinamento contínuo, plano de saúde e cestas básicas, antes mesmo de isso virar lei, diz. Fico alegre em sentir a espiritualidade que está agregada ao atendimento dos profissionais. Irmã Lia destaca ainda as marcas de beleza deixadas pela sua gestão, como os bronzes na Avenida Paulista. Entre eles, a religiosa tem preferência pelos dizeres referentes ao aparelho respiratório: Lado a lado no pulmão, todo o ar que se renova em constante oposição. Como diz Dostoiévski, a beleza salvará o mundo, orgulha-se a Irmã. Irmã Lia está otimista com os novos desafios profissionais. Afirma que a competência da equipe da ACSC ajuda a tornar o trabalho mais leve. Reconheço que o navio é grande, são 23 casas, mas é possível levar à frente com a ajuda de todos, afirma. Agora, em processo de recuperação da saúde, a Irmã Lia tem planos de ampliar o número de casas, mas também quer dedicar parte de seu tempo à meditação e a momentos de lazer. Como mensagem de despedida do Hospital, Irmã Lia cita o salmo de Lucas, 17,10: Também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer". 12 Revista Hospital Santa Catarina

13 GESTÃO Coragem e alegria O comando do Hospital Santa Catarina foi assumido este ano por Irmã Rute Redighieri. A religiosa nasceu em Santa Teresa, no interior do Espírito Santo, em 25 de março de Ela teve sete Irmãos e conta que brincadeiras não faltaram nos tempos de criança. A união familiar e os quitutes que a mãe preparava ajudam a tornar ainda mais doces as memórias da infância. O trabalho começou cedo, na lavoura. O exemplo de três tias e uma prima, associado ao sentimento de um forte chamado para o caminho religioso, pesou na decisão de tornar-se freira. Irmã Rute chegou ao convento da Congregação de Santa Catarina, em São Paulo, em 10 de fevereiro de Desde então, aprendeu o dia-a-dia do trabalho hospitalar no antigo Raio-X (hoje Centro de Diagnóstico por Imagem). Ela destaca que o clima fraterno entre as 35 Irmãs que atuavam no hospital ajudou a tornar a missão mais leve. Irmã Rute confessa que recebeu com ansiedade a notícia de que assumiria a direção geral do HSC. Hoje, já ambientada, ela afirma que o maior desafio é conciliar os princípios da vida religiosa com as necessidades do mercado. Tenho a consciência da importância e da evolução, tanto da Medicina e da tecnologia, quanto do próprio mercado de saúde, afirma. Irmã Rute acredita que a união de todas as equipes que existem na instituição deve prevalecer. Para ela, liderança, espírito crítico, capacidade de ouvir, firmeza na tomada de decisões e visão holística da instituição, com transparência e compromisso, são características de uma boa líder. Assumir o compromisso neste âmbito é colocar-se à disposição de Deus, para que Ele possa agir, afirma. Ela pretende dar continuidade às propostas anteriores, sem perder de vista o foco no cuidar com qualidade. Para Irmã Rute, o companheirismo e a dedicação de todos que formam o corpo do Hospital são fundamentais. A grandeza de servir deve-se ao fato de como servimos. Precisamos usar a mente, o coração e as mãos. Tenho a consciência da importância e da evolução, tanto da Medicina e da tecnologia, quanto do próprio mercado de saúde. Irmã Rute acredita que a união de todas as equipes que existem na instituição deve prevalecer. Preocupação com o futuro Tanto Irmã Rute quanto Irmã Lia se preocupam com um aspecto do futuro da Associação Congregação de Santa Catarina. A entidade, que atua há 110 anos no Brasil, já teve 500 Irmãs e hoje possui cerca de 350. Os números tendem a cair ainda mais, principalmente pela redução acentuada do interesse de jovens pela vida religiosa. Irmã Lia atribui essa queda dos números às mudanças da sociedade. Segundo ela, as mulheres, no passado, eram criadas para casar, ter filhos e cuidar do lar. As que queriam seguir um rumo diferente, por terem um espírito mais empreendedor e missionário, viam no caminho religioso uma grande possibilidade. Um sacerdote me disse, recentemente, que ser religioso hoje é estar na contramão da história, lamentou. Segundo ela, com a liberdade conquistada pelas mulheres, que se profissionalizaram, e agora podem decidir se vão ter filhos ou não, as vocações religiosas tendem a diminuir cada vez mais. Irmã Rute concorda. Para ela, a mudança cultural do mundo moderno faz toda a diferença, pois surgiram novos movimentos. Ainda assim, no que depender de mulheres com tanta força e fé quanto as Irmãs Lia e Rute, a obra da Associação Congregação de Santa Catarina ainda terá muitos anos de histórias para contar. Revista Hospital Santa Catarina 13

14 Sabor e beleza a cada prato A gastronomia hospitalar ainda é um conceito novo, mas já difundido nos Estados Unidos e na Europa. Foi implantado no Hospital Santa Catarina em março deste ano. Alguns pacientes afirmam que as refeições nem lembram as tradicionais comidas servidas em hospitais. E a idéia é essa mesmo: fazer com que a recuperação dos pacientes, por meio de uma dieta equilibrada e saudável, seja prazerosa e encantadora. As refeições são servidas em porcelanas importadas da Alemanha. O hospital investiu cerca de R$600 mil na compra de 19 carros para o transporte das refeições com tecnologia semelhante à usada em aviões. Em um mesmo carrinho, de um lado a comida quente é mantida na temperatura ideal. De outro, as frias são conservadas como se estivessem na geladeira. Esse é o segredo para que as refeições cheguem aos clientes com todas as suas características conservadas. E o investimento não foi em vão. Um estudo realizado pela nutricionista Sueli Aparecida Guedes, supervisora do Serviço de Nutrição e Dietética (SND) do HSC, apontou que a Gastronomia é uma importante ferramenta da hotelaria para agregar valor ao hospital e conquistar o cliente. A Gastronomia está entre os Um estudo realizado pela nutricionista Sueli Aparecida Guedes, apontou que a Gastronomia é uma importante ferramenta da hotelaria para agregar valor ao hospital e conquistar o cliente. pilares e as premissas de uma rápida recuperação do estado nutricional do paciente, afirma. Sueli concluiu recentemente um curso MBA sobre Marketing e Gastronomia hospitalar. Segundo ela, o novo conceito agrega valor aos serviços prestados e otimiza recursos materiais e humanos. 14 Revista Hospital Santa Catarina

15 SAÚDE E TECNOLOGIA Parceria nutritiva Para implantar a Gastronomia, o HSC contou com um aliado importante: firmou parceria, em julho de 2005, com a Nestlé FoodServices divisão da Nestlé especializada em aprimorar a alimentação para empresas. O hospital apresentou suas necessidades e a empresa desenvolveu produtos para atendê-las, como a linha de molhos e sopas prontos. Para a gerente de Marketing da Nestlé FoodServices, Renata Rocha, a Gastronomia pode ser um diferencial competitivo entre hospitais. Os números comprovam: os novos produtos geraram uma redução de 28% nos custos com produtos, sem contar a economia de energia. Para fazer um medalhão ao molho madeira, por exemplo, a gente demorava quatro horas para engrossar o molho no fogo. Agora a gente leva cinco minutos para dissolver o produto, comemora Sueli. Ela conta que boa parte dos 85 funcionários do setor ganhou mais tempo para se dedicar à decoração dos pratos, à elaboração de novos cardápios, à criatividade, enfim, à Gastronomia. Tudo isso sem perder a qualidade e o valor nutricional dos alimentos, destaca. A parceria foi considerada um case de sucesso pela Nestlé. Em fevereiro, o Chef Gentil Mendonça, que tem 33 anos de experiência profissional e trabalha há 12 anos na Nestlé, visitou o HSC. Ele foi responsável pelo treinamento para os profissionais da Nutrição do Santa Catarina no uso dos novos produtos da empresa. Ensinou receitas e forneceu dicas importantes para dar mais sabor e leveza aos pratos. O curso incluiu dicas de cortes especiais de carnes, layouts decorativos, padronização de porções e uso de produtos versáteis, para reduzir o tempo de preparo sem alterar o sabor. Para Sueli, o fato de, em vez de ser terceirizado, o Setor de Nutrição e Dietética estar diretamente ligado à Diretoria Clínica do Hospital foi fundamental para o sucesso da implantação da Gastronomia hospitalar no HSC. O diretor técnico do hospital, Dr. Luciano Patah, diz que o projeto atendeu à política da instituição de investir em mudanças tecnológicas para garantir o conforto e a segurança do paciente, fazendo com que ele, cada vez mais, se sinta em qualquer lugar, menos num hospital. A Gastronomia é estratégica, porque influencia diretamente no bem-estar e na cura do paciente, afirma. O conceito da Gastronomia também busca atender aos anseios e necessidades do paciente. Para que ele se recupere, é preciso que se alimente. Para que ele se alimente, precisa gostar da comida. Por isso, nutricionistas percorrem os quartos e perguntam aos clientes as suas preferências alimentares. Além do cardápio do dia, o HSC disponibiliza outras quatro opções. Mais do que comida, a Gastronomia hospitalar oferece carinho. Se o paciente está de aniversário, mandamos um bolo com uma cartinha. Se a criança pede determinado iogurte, porque gosta do bichinho da embalagem, também damos um jeito, conta Sueli. Chef Gentil Mendonça, há 12 anos na Nestlé, treinou a equipe de Nutrição do Hospital Santa Catarina. Revista Hospital Santa Catarina 15

16 Maternidade inaugura novo berçário Inaugurado no último dia 28 de maio, o novo Berçário do Hospital Santa Catarina (HSC) recebeu elogios de médicos, profissionais de enfermagem, novas mamães e familiares. Localizado no oitavo andar do Bloco A, próximo do Centro Obstétrico, o espaço conta com 58 berços, distribuídos em três ambientes amplos e iluminados. A decoração do chão e das paredes garante um clima alegre, propício para a ocasião que envolve a chegada de uma nova vida. Desde a inauguração, o número de partos realizados diariamente no HSC tem ultrapassado com freqüência os 10 procedimentos diários. A bancada onde o bebê recebe os primeiros cuidados fica junto à parede de vidro. Por ali, os parentes dos recém-chegados podem observar toda a movimentação interna e, por outro lado, os profissionais podem acompanhar o que se passa no corredor. Achei ótimo e me senti muito segura por saber que minha filha estava em mãos de profissionais bem preparados enquanto eu me recuperava no pós-operatório, elogiou a roteirista Angélica Kalil Costa. Ela é mãe da pequena Tarsila, nascida em 29 de maio, com 3,1 quilos e 46 centímetros, uma das primeiras a usufruir as novas dependências do Berçário do Hospital Santa Catarina. Minha família se emocionou muito por poder acompanhar os primeiros cuidados com a minha filha. O atendimento superou minhas expectativas. Equipe de Enfermagem do Berçário do HSC: cinco ambientes, 58 berços e muito carinho. 16 Revista Hospital Santa Catarina

17 SAÚDE E TECNOLOGIA Mais espaçoso, o novo Berçário está abrindo as portas para novos programas de humanização no HSC. Após a inauguração, foi implantado no espaço o projeto Primeiro Banho. Na iniciativa, o pai é convidado a entrar no Berçário e, com o apoio de um profissional qualificado, ajudar a dar o primeiro banho no bebê. Segundo Sueli Matsuda, enfermeira coordenadora do setor Materno-infantil do HSC, esta é uma forma de fortalecer o vínculo entre o papai e o bebê. Muitas vezes, o pai tem contato com o recém-nascido antes mesmo da mãe, que permanece ainda na recuperação pósanestésica logo após a cesariana, destaca. Para os mais temerosos em segurar o bebê nas primeiras horas de vida, é dada a opção de acompanhar de perto o banho do filho e registrar a emoção do momento com fotos ou gravações. Antes, o Berçário dividia espaço com a UTI Neonatal e o chamado pré-termo (onde bebês prematuros ou com peso inferior a 1,8 quilo ficam em incubadoras para receber cuidados especiais). A UTI foi transferida há menos de um ano para o oitavo andar do Bloco F, onde funciona hoje com 21 leitos antes eram 12. Outra novidade do Berçário é a sala destinada à amamentação e ao descanso das mamães cujos bebês estão no pré-termo ou nos leitos de fototerapia (tratamento de icterícia). O espaço é reservado para que as mães que já tiveram alta fiquem junto aos bebês ainda internados. A iniciativa assegura maior privacidade e conforto. O Berçário conta com móveis novos e mais espaço também para os profissionais. Ao todo, são 20 médicos neonatologistas e 90 profissionais de enfermagem, distribuídos entre berçário de baixo risco, pré-termo e UTI Neonatal. Os médicos, por exemplo, ganharam um ambiente para deixar seus pertences e fazer anotações quando não estão junto aos bebês no Berçário. O setor administrativo tem uma sala separada do local onde estão os berços. A triagem auditiva neonatal, feita por uma fonoaudióloga, conta agora uma sala própria, estruturada e equipada para este fim. Estamos com melhor estrutura para dar suporte às famílias, às crianças e aos funcionários, comemora o especialista João Fazio Junior, que trabalha no Berçário desde a inauguração, há 29 anos, e hoje chefia a equipe de Neonatologia do HSC. Ao todo, são 20 médicos neonatologistas e 90 profissionais de enfermagem, distribuídos entre berçário de baixo risco, pré-termo e UTI Neonatal. Revista Hospital Santa Catarina 17

18 HSC prepara-se para receber certificação internacional Hospital será o primeiro paulista a ter a excelência do atendimento reconhecida pelo Conselho Canadense de Acreditação de Serviços de Saúde (CCHSA). O Hospital Santa Catarina (HSC) iniciou, em junho, o processo de certificação pelo Conselho Canadense de Acreditação de Serviços de Saúde (CCHSA). O HSC fará parte do seleto grupo de hospitais brasileiros com padrões internacionais de excelência em gestão e de assistência segura aos pacientes. Após o processo de preparação para se adequar às exigências do CCHSA, será o primeiro hospital paulista a ter esse tipo de certificação. O Conselho Canadense atua desde a década de 1980 e já transferiu o seu programa de acreditação para mais de 18 países. Sua certificação é embasada em cinco princípios: foco no cliente, liderança, compromisso com a qualidade, desenvolvimento de pessoas e trabalho em equipe. Além do Santa Catarina, outros três hospitais brasileiros vão participar do processo: dois no Rio de Janeiro e um em Curitiba (PR). A acreditação exerce hoje, na saúde, o mesmo papel da série de normas ISO na área empresarial. O Brasil iniciou a inserção das instituições de saúde na excelência em práticas de gestão. Os hospitais a serem certificados reconhecem a importância de aplicar em sua gestão valores corporativos que se impõem no mercado global, acredita Rubens José Covello, superintendente do Instituto Qualisa de Gestão (IQG) - representante, no Brasil, do CCHSA. O IQG já concedeu ao Santa Catarina o certificado de hospital acreditado em nível 3 (o mais elevado) pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). O início do processo de acreditação pelo CCHSA foi formalizado no dia 12 de junho, na Residência Oficial do Consulado do Canadá, em São Paulo, com a participação do Cônsul Geral do Canadá, Jean-Marc Duval, do superintendente do IQG, Rubens Covello, e de diretores de hospitais. Entre os dias 18 e 21 de junho foi realizado um treinamento, no Teatro do HSC, com a presença de duas representantes do Conselho Canadense. Segundo Paulo Eduardo de Andrade Souza, supervisor de Qualidade do Santa Catarina, essa certificação estimula a melhoria contínua e está fortemente focada em processos de auto-avaliação. O HSC vai estabelecer quais processos pretende acreditar e, a partir daí, criará equipes internas para tratar dos assuntos específicos. Para cada item, o hospital terá de responder a um amplo questionário, verificar o que ainda não está sendo atendido e traçar um plano de ação para se adequar aos padrões de excelência internacionais. Isso possibilita que o hospital olhe para si mesmo, verifique o que quer contemplar e execute o plano de ação, ressaltou Souza. A visita intermediária deverá ocorrer no mês de novembro próximo. A certificação poderá ser solicitada a partir de fevereiro de 2008 e, depois de concedida, será válida por três anos. Estamos avançando em nosso processo de melhoria de qualidade, que tem como foco a eficiência no tratamento de nossos pacientes, afirmou o diretor executivo do Hospital Santa Catarina, Fábio Tadeo Teixeira. Essa certificação, reconhecida internacionalmente, eleva a nossa chancela ao alto padrão exigido no mundo globalizado, destacou. Relação dos temas avaliados pelo CCHSA: Liderança da alta administração Liderança da direção Cuidados ambulatoriais Cuidados a pacientes com câncer Cuidados continuados em geriatria especializada Cuidados em emergência trauma Cuidados materno-infantis Cuidados em clínica médica Cuidados em saúde mental Outros grupos de cuidados a pacientes Cuidados intensivos especializados Cuidados cirúrgicos Gestão de informação Desenvolvimento e gerenciamento de recursos humanos Gestão do ambiente Serviços de farmácia Serviços de diagnóstico por imagem Serviços de laboratório Fonte: Supervisão de Qualidade do Hospital Santa Catarina.

19 SERVIÇOS HSC e Porto Seguro lançam Instituto de Promoção da Saúde Em parceria com a empresa seguradora Porto Seguro, o Hospital Santa Catarina inaugurou, no dia 22 de maio, o Instituto de Promoção da Saúde. A nova estrutura oferece aos segurados atendimentos em saúde, como check-up, quimioterapia e aplicação de medicamentos de alto custo. O espaço inclui 10 consultórios para atendimento, operada por uma equipe multidisciplinar de profissionais. O grupo inclui nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos, ortopedistas e clínicos gerais. Os segurados também podem participar de cursos e palestras, com temas como reeducação alimentar, tratamento para a obesidade, diabetes e prevenção do estresse. O Instituto funciona no segundo andar do bloco F do HSC, de segunda a sextafeira, das 8 às 20 horas. Nos sábados, opera das 8 às 12 horas. Mais informações podem ser obtidas pelo fone (11) Projeto MV tem início no Santa Catarina No dia 21 de maio passado, o Hospital Santa Catarina iniciou os treinamentos do Projeto MV, em parceria com a empresa MV Sistemas, que desenvolve soluções em sistemas de informação. O projeto visa à capacitação da equipe a operar com o sistema MV2000i, que será implementado efetivamente no HSC em 1º de outubro. Segundo o gerente de Tecnologia da Informação (TI) do hospital, Milton Alves, até a primeira semana de julho cerca 700 O sistema MV 2000i O sistema de gestão hospitalar MV2000i tem por objetivo garantir uma visão integrada dos processos e um controle eficiente de recursos, custos e resultados. A ferramenta permite tudo isso ao administrar as informações geradas em vários setores do hospital. Áreas como Faturamento, Centro Cirúrgico e procedimentos ligados à enfermagem e às recepções ganham em agilidade e têm os seus custos reduzidos. colaboradores foram treinados. Estamos acompanhando os treinamentos por meio de uma pesquisa de satisfação. Até o momento, a impressão dos participantes é muito positiva, comenta Milton. A partir da primeira semana de julho, as cem pessoas que mais se destacaram desde o início do treinamento passaram a atuar como multiplicadores junto às lideranças. No fim de julho e ao longo do mês de agosto, o grupo passou por uma nova fase de capacitação. Uma década de Pronto Atendimento O Pronto Atendimento do HSC comemora 10 anos de atividades em Com mais de 180 médicos, que atendem em 24 especialidades (como Neurologia, Ortopedia, Pediatria e Otorrinolaringologia, entre outras), o PA realiza hoje uma média de 9 mil atendimentos por mês. A enfermeira Luíza Pinheiro está no Hospital Santa Catarina há 16 anos. Neste tempo, viu o setor nascer, crescer e se consolidar como referência no Estado de São Paulo. Não houve uma mudança, e sim, uma transformação, conta Luíza, enfermeira supervisora do PA desde sua criação, em 1997, a partir de um serviço de ambulatório até então oferecido pelo HSC. Segundo ela, o PA se empenha para manter e consolidar o crescimento e a qualidade dos serviços da unidade nos últimos anos. Hoje, estamos trabalhando na melhoria de processos internos e fluxo de pacientes, para sempre proporcionar um excelente atendimento a nossos clientes e manter a qualidade e humanização que sempre foram marcas do Hospital Santa Catarina. Revista Hospital Santa Catarina 19

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