ERA UMA VEZ: UM CONTO DE FADAS MODERNO.

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1 56 ERA UMA VEZ: UM CONTO DE FADAS MODERNO. Larissa Francine de Oliveira (PET-ILEEL-UFU) Resumo: O presente trabalho intitulado Era uma vez: Um conto de fadas moderno tem como foco o estudo sobre o conto Era uma vez do romancista Geraldo França de Lima, a partir do livro Pássaros e Outras histórias pretendendo investigar e fazer uma análise temática que conduz à narrativa, deixando o leitor antever uma possível interpretação que relaciona a trama dos personagens a um conto de fadas, reatualizado para a época moderna. Palavras-chave: contos de fadas; personagens; espaço; narrativa; (...) Numa história sempre há um leitor, e esse leitor é um ingrediente fundamental não só no processo de contar uma história, como também da própria história. (ECO, 1994, p.7). Geraldo França de Lima nasceu em 24 de abril de 1914 na cidade de Araguari e faleceu no dia 22 de março de 2003, na cidade do Rio de Janeiro. Recebeu diversos prêmios literários e conquistou reconhecimento internacional. Deixando a casa dos pais aos 15 anos foi à Barbacena para concluir os estudos. Na mesma cidade fundou um jornal de poesias chamado O Kepi no ano de Um ano depois conheceu Guimarães Rosa, enquanto vendia assinaturas para seu tabloide. Geraldo França perdeu totalmente a visão, quando sofreu isquemia ocular em Desde então seu lazer favorito era escrever. Tendo a ajuda da esposa, Lygia Bias Fortes da Rocha França de Lima, escreveu quatro de seus 12 romances. E o escritor araguarino ainda brincava Se enxergasse, estaria batendo recordes. O romancista Geraldo França de Lima tinha a natureza como musa inspiradora de suas obras, por exemplo, Nó Cego, Branca Bela, Rio da Vida e Serras Azuis, sendo a última adaptada para a televisão em uma novela da Rede Bandeirante, em França de Lima também escreveu vários livros de contos dentre eles são Pássaros e outras histórias e Folhas ao léu. O presente artigo propõe uma análise literária sobre a temática e os personagens no gênero conto a partir da obra de Geraldo França de Lima, Pássaros e outras histórias especificamente no conto Era uma vez. A partir deste conto, pretendemos compartilhar com o leitor uma possível leitura e deixar o leitor relacionar a trama dos personagens a um conto de fadas, reatualizado para a época moderna.

2 O incentivo para este trabalho é o estudo sobre gênero conto, fazendo um recorte no gênero Conto de fadas, pois o livro Pássaros e outras histórias são de contos em gerais, apenas o intitulado Era uma vez tem elementos que se aproximam dos contos de fadas sendo reatualizado para a vida moderna. O livro Pássaros e outras histórias possui treze contos, todos escritos por Geraldo França de Lima, a edição do livro foi em Ao longo deste trabalho irei fazer um elo sobre a personagem principal Lauro Amador Bueno e as condições sócio culturais que determinam o plano de fundo das relações pessoais e da ficção literária. Sendo o gênero conto o estudo deste trabalho, foi realizada uma pesquisa a partir do livro A criação literária de Massaud Moises, no qual o autor fala das várias concepções para a palavra Conto como, por exemplo, número, quantidade, mas, para nosso contexto que é a literatura a que melhor se encaixa é história, narração, historieta, fábula.. A palavra conto tem diversas diferenciações de acordo com Massaud Moisés: A palavra conto, em suas respectivas diferenciações, só é usada em Espanhol e Francês, respectivamente cuento e conte. Em Inglês, concorrem as palavras short-story, para o caso de narrativas de caráter eminentemente literário, e tale,para o caso de contos populares e folclóricos. Em Alemão, usa-se Novelle e Erzahlung, no sentido de short-story, e Marchen no sentido tale. Em italiano, nouvelle e racconto. (MOISÉS, 1975, p. 120). Sobre a sua estrutura o conto pode ser considerado a raiz da novela e também do romance, todavia ele não precisa se tornar necessariamente algum destes, já a novela e o romance não podem se transformar em conto, devido a quantidade de personagens, ao enredo, pois um conto pode se estender Massaud Moisés em seu livro A criação literária, exemplifica essa relação de conto, novela e romance, da seguinte maneira, primeiro ele cita o conto Boule de Suif de Maupassant, tal conto poderia se tornar uma novela ou romance, apesar de história ser fechada, já o romance Irmãos Karamazov, nunca poderá se transformar em um conto porque a história é muito complexa e tentar comprimi-la, haveria a possibilidade de uma personagem perder alguma personalidade. Segundo o autor, quando falamos sobre as unidades do conto, podemos dizer que o conto é unívoco e dramático, o drama é extremamente necessário, pois se não houver drama a história não fará sentido algum, mas no conto deve-se ter apenas uma unidade de ação ou apenas um conflito, lembrando sempre que o conto deve ser curto e mais de um drama na história o deixaria longo perdendo sua essência. Massaud Móises fala ainda em seu livro sobre a unidade de tempo e espaço, há uma relação entre ambos, primeiro porque os acontecimentos do conto devem ser narrados de forma curta e geralmente não há interesse do passado ou futuro e de hábitos do dia a dia da vida da personagem. As unidades de tempo e lugar podem ser analisadas aqui, pois uma característica marcante do conto é a sua objetividade, ou seja, vai direto ao ponto, não se interessando por conflitos secundários. A linguagem do conto deve ser objetiva e quando se fizer o uso de metáforas elas devem ser de curto espectro, ainda em seu livro A criação literária, Massaud Moisés explica sobre os quatro tipos de diálogos que podem existir em um conto, primeiro é o diálogo direto, as personagens falam diretamente entre si, segundo é o diálogo indireto, no qual o narrador resume algumas falas das personagens, terceiro é o diálogo indireto livre, que é a mistura da primeira e terceira pessoa dentro do conto, e por fim o diálogo ou monólogo, o qual se passa dentro do mundo psíquico da personagem. Acredito que todos já tiveram algum contato com contos de fadas, as crianças desde cedo veem filmes como "A Branca de Neve", "A Bela Adormecida" sendo estes na versão clássica, atualmente existem os novos, e se inicia Era uma vez, já podemos perceber que se trata de um conto de fadas, pois apresenta indícios que nos remete ao gênero conto de fadas e a partir da leitura percebe-se a reatualização para a vida moderna. A pesquisa também se fundamenta nos pressupostos teóricos de Cândida Vilares Gancho em seu livro Como Analisar Narrativas, e do autor Umberto Eco em Seis passeios pelos bosques da ficção, no qual ele falará sobre os personagens reais e fictícios dentre outras obras que podem apresentar aspectos importantes para o desenvolvimento desta pesquisa e de sua observações, 57

3 também utilizaremos o livro A personagem de Beth Brait, para entendermos sobre a função da personagem e suas características. A respeito do conto Era uma vez do escritor Geraldo França de Lima, ele inicia se na cidade de São João Fonte com o nascimento da personagem Lauro Amador Bueno, o personagem se dispõe a escrever de sua vida e fazer literatura. Este conto é dividido em partes, mais especificadamente em etapas, cada uma delas representando uma parte da vida do autor, nas partes iniciais do conto o narrador (que também é o personagem) começa com o tempo cronológico contando do nascimento de seu neto Lauro Amador Bueno, este que leva o nome de avô, ainda no tempo cronológico o narrador faz uma explanação de sua cidade, Minha cidade fica num planalto na margem de um rio largo, longo e profundo, situada felizmente a dezoito metros de altitude acima do nível das águas, de sorte que, por mais volumosas e compactas, as enchentes jamais a atingem. Terra ubertosa, com nascentes radioativas e sulfurosas de tal monta que a transformaram numa estação hidromineral, dispondo hoje de hotel-balneário. (LIMA, 1914, p.24) O narrador também conta de seu nascimento, infância, amigos, quando ele se muda para Belo Horizonte a fim de terminar os estudos, de sua entrada para faculdade de Direito, de seus amores juvenis, sobre seu emprego e como ele acabou desempregado após envolvimentos com suas chefes, e por fim de sua volta a São João da fonte, assim terminam as etapas iniciais de sua história, já nas partes medianas ele fala sobre seu envolvimento com Belinda e no fim com um desfecho que se assemelha a um conto de fadas, pois Eles vivem felizes para sempre depois de tantas peripécias e desencontros. É importante para a análise do personagem, conhecer sobre o conto de França de Lima e sobre sua vida, pois ele não é muito pesquisado e trabalhado. Seguindo em nossa pesquisa, de acordo com Eco, o leitor é conhecido como um operador do texto, pois ele é responsável por sua atualização. Um texto é sempre incompleto diante do olhar do receptor. Se o leitor não interagir com texto, este continua sem voz ativa, fraco e preguiçoso. E para ter a atualização, o leitor necessita ser cooperativo consciente e ativo no instante da leitura. Outros pontos cruciais a serem colocados em discussão são o Tempo e Espaço, segundo a autora Cândida Vilares Gancho em seu livro Como Analisar Narrativas. Ela explica sobre o tempo fictício que é apresentado pelos fatos narrados e o divide em vários níveis, época, duração da história, tempo cronológico e tempo psicológico. O tempo cronológico é aquele que transcorre na ordem natural dos fatos. É conhecido por tempo psicológico aquele que transcorre numa ordem determinada pelo desejo ou pela imaginação do narrador ou dos personagens, ou seja, não segue, necessariamente, a ordem natural dos fatos. Gancho (2004, p. 22), Uma das técnicas mais conhecidas, utilizadas nas narrativas a serviço do tempo psicológico, é o flashback, que consiste em voltar no tempo. De acordo com Gancho espaço é o local onde se passa toda a narrativa. É importante fazer a distinção entre espaço e ambiente, segundo Gancho ( 2004, p. 13) O termo espaço, de um modo geral, só dá conta do lugar físico onde ocorrem os fatos da história; para designar um lugar psicológico, social, econômico etc., empregamos o termo ambiente. As funções do ambiente são, situar as personagens nas condições em que elas vivem, ser a projeção de conflitos vivenciados pelos personagens e fornecer índices para o desenvolver do enredo. De acordo com o livro A Personagem, Beth Brait inicia-o, fazendo um levantamento sobre o aspecto humano da personagem, pois algumas vezes, ou na maioria delas os personagens são confundidos com seres humanos, e o exemplo que ela utiliza para comprovar este fato é a famosa Baker Street apartamento 221B, Londres onde viveu Sherlock Homes, mas este endereço é fictício. Nós leitores esquecemos que elas são apenas representações e estão "vivas" devido à palavra. A personagem é uma questão linguística, pois necessita da língua para tomar sua forma. Após esta breve apresentação sobre o que é o personagem, a autora faz um estudo dos pensadores sobre a personagem, começando por Aristóteles, este que foi o pioneiro em estudos sobre a relação entre personagem e pessoa, quando ele fala de sua verossimilhança, porém mais importante que a 58

4 verossimilhança da personagem é a verossimilhança interna da obra, e pra exemplificar Brait cita Indiana Jones e Iracema, personagens criados por Steven e José de Alencar, respectivamente. Por mais inumanas as suas ações aparentam ser (principalmente no caso de Indiana Jones), são boas personagens pois estão de acordo com a verossimilhança interna da obra. Beth Brait também cita Horácio outro pensador, a sua visão pedagógica e moralizante da personagem, que serve como modelo para as pessoas. Na Idade Média, as personagens servem à fé cristã e no Renascimento, segundo Philip Sidney as artes só tem valor quando conduzem a uma ação virtuosa. A partir do século XVIII e principalmente a partir do Romantismo tudo vai se alterando, quando começam a traçar personagens com mais carga psicológica. Retomando os primeiros capítulos do livro, no qual a autora fala que a personagem é um problema linguístico e como a linguagem utilizada pelo autor vai dar a forma à personagem e para exemplificar ela utiliza o personagem Aristarco, de "O Ateneu", Raul Pompeia. Depois ela trata da construção da personagem e como o narrador tem uma função primordial na caracterização delas. Narrador este que pode estar em terceira ou primeira pessoa, sendo assim também uma personagem da história. As personagens classificadas como redondas, por sua vez, são aquelas definidas por sua complexidade, apresentando várias qualidades ou tendências, surpreendendo convincentemente o leitor. São dinâmicas, são multifacetadas, constituindo imagens totais e, ao mesmo tempo, muito particulares do ser humano. (BRAIT, Beth. 1985,p. 40). Após as leituras dos textos teóricos e do conto de Geraldo França de Lima e seguindo a citação de Beth Brait no livro A personagem, podemos fazer uma conexão com o personagem Lauro Amador Bueno, ele pode ser classificado como redondo, pois o protagonista é imprevisível, complexo, bem acabado interiormente e ele consegue nos surpreender pois evolui no decorrer do conto e consegue ter o seu final feliz. Além de ser classificado como personagem redondo ele também é subclassificado como símbolo estas personagens, imprevisíveis em suas atitudes, rompem com a linearidade e provocam impactos com suas ações, pois quando o personagem Lauro Amador Bueno vai embora da cidade São João da Fonte decepcionado com a traição de Belinda, os leitores não imaginariam que na estação trem ele conheceria e ajudaria Mr. Brown e se mudaria para os Estados Unidos, e somente regressaria com uma ótima condição financeira e encontraria Belinda em uma situação miserável. De acordo com o livro de Massaud Móises, A criação literária e analisando as unidades dramáticas de Era uma vez de Geraldo França de Lima, podemos afirmar que este conto apresenta um fim em si próprio, com início, meio e fim, a trama corresponde a momentos importantes da vida de Lauro Amador Bueno e suas diversas peripécias para chegar ao tão sonhado Final Feliz típico dos contos de fadas. Massaud Móises também cita as unidades de tempo, espaço e tom em seu texto e fazendo um paralelo ao conto analisado, o enredo se inicia em São João da Fonte, um espaço fictício, e durante seu desenvolvimento o personagem principal se muda para algumas cidades que existem na vida real, por exemplo, Belo Horizonte, mas a ação principal do conto se desenvolve na cidade fictícia, que é sua história de Amor com Belinda. Sabemos que contos de fadas são derivações das fábulas, que são histórias contadas a várias gerações com um fim moral, comparando o gênero conto de fadas com o conto de Geraldo França de Lima, podemos dizer que há uma grande semelhança entre ambos na questão do espaço, pois nos contos de fadas, o enredo é constituído de quatro etapas, travessia, encontro, conquista e celebração, no final de ambas as etapas o personagem principal passa por uma fase de autodescoberta. A primeira, TRAVESSIA, leva o personagem a uma terra desconhecida, marcada por aventuras e acontecimentos mágicos, no conto Era uma vez o personagem Lauro Amador Bueno, é criado na cidade de Belo Horizonte, mas a trama realmente começa quando o autor vai visitar sua tia na cidade fictícia São João da Fonte. 59

5 Sobre o tempo, sabemos que uma característica do conto é manter um tempo curto, de horas ou dias, pois este gênero preocupa-se com o ponto crucial do clímax, sendo direto e objetivo, o conto em análise é um misto de tempo cronológico e psicológico, pois o enredo se inicia com o tempo psicológico e no decorrer da história muda para o tempo cronológico, o mesmo pode ocorrer no gênero conto de fadas. Segundo Moisés (p. 126) Quanto ao tom, a intenção é provocar no espírito do leitor uma só impressão: pavor, piedade, ódio, simpatia... ou seus contrários. O conto opera com ação e não com "caracteres". Ele apenas cria situações conflituosas em que todos nós, indistintamente podemos espelhar-nos. Nesse caso as personagens são consideradas como instrumentos da ação. No conto de Geraldo França de Lima a intenção principal deste é causar simpatia pelo personagem Lauro Amador e provocar uma certa impressão de piedade pela personagem Berlinda, que trai seu noivo Lauro. Comparando com o gênero conto de fadas, esta parte do enredo pode ser encaixada na etapa nomeada ENCONTRO, que é o encontro dos personagens principais, tanto protagonistas, quanto antagonistas, causando o tom do enredo. Para analisar os personagens do conto seguirei com as ideias de Beth Brait em seu livro A personagem, sabemos que os personagens são classificados em protagonistas, antagonistas, personagens secundários, falso protagonista, coadjuvante, entre outros, no gênero conto, por ser um enredo de cunho mais objetivo, não é necessário a aparição de todos estes tipos de personagens, no conto analisado, a trama gira em torno de Lauro, Berlinda que são os protagonistas, o amante de Berlinda, antagonista e os demais personagens são classificados como secundários. Sabendo que, tanto no gênero contos de fadas, quanto no gênero conto, lidamos com personagens fictícios e durante a leitura sempre torcemos por algum lado, nos contos de fadas esta etapa é chamada de CONQUISTA, que um personagem encontra com o outro e começam a lutar pelos seus ideais, sendo função do leitor escolher o lado que torcerá e caso este perder, o leitor sentirá a perda se colocando no lugar do personagem, Beth Braid chama isso de verossimilhança, no conto Era uma vez o leitor pode sentir esta verossimilhança, no momento em que Lauro vê sua noiva nos braços de outro, provocando no leitor ódio por Belinda, querendo que a mesma tenha um final trágico no conto. Analisando a estrutura do conto de Geraldo França de Lima, ele é objetivo, como dito anteriormente, horizontal e plástico, ele é narrado, tanto na primeira pessoa do discurso, quanto na terceira, pois o personagem Lauro é um narrador personagem, apesar de o conto ser autobiográfico a história pode ser considerada curta, as palavras utilizadas foram suficientes e necessárias para o entendimento do leitor, e a imaginação, necessariamente presente, confere à obra o caráter estético, no gênero conto de fadas a estrutura se dá da mesma forma, porém ele é mais fantasioso, dando ao leitor maior espaço para a imaginação, por exemplo, na última etapa chamada CELEBRAÇÃO, os personagens principais se casam, e na festa costuma aparecer vários seres mágicos e fantasiosos, no conto Era uma vez esta etapa se dá a partir do nascimento de seu neto na cidade de São João da Fonte. Segundo Moisés (p.128). À linguagem do conto cabe ressaltar a ação, antes da intenção. Por seu estofo eminentemente dramático, deve ser, tanto quanto possível, dialogado. Sem diálogo não há discórdia, desavença ou mal entendido; sem isso não há conflito, nem ação. O diálogo é a forma de se expressar no conto, em Era uma vez a forma de diálogo utilizada é chamada de indireto livre, no qual o autor mistura a terceira e a primeira pessoa da narrativa, acontecem falas entre autor e personagem, a fim de que a fala de algum personagem, inserem se no discurso indireto por meio do qual o autor relata os fatos. Os contos de Fadas, não precisam necessariamente da presença de uma fada, mas acontecem elementos sobrenaturais que mudam o rumo do enredo. Há perigos ou obstáculos para serem vencidos. As temáticas geralmente abordam assuntos como vaidade, gula, inveja, hipocrisia ou avareza. Neste gênero assim como no conto a descrição de personagens não é muito levada em conta, Móises (p. 131). Narração e descrição são pouco utilizadas, mas a descrição pode ter mais importância, dependendo do tipo de história. As personagens dos contos são diferenciadas pelo contorno dramático ou psicológico e não pela fisionomia ou vestimenta. Não há interesse em 60

6 oferecer desenho acabado das figuras. O drama mora nas pessoas, não nas coisas ou roupagens; estas, quando muito, refletem-no. Sabendo que o narrador é um ser fictício que o autor utiliza para contar a história, podemos nos deparar com alguns tipos de focos narrativos, que são as perspectivas que o narrador utiliza para relatar os fatos que acontecem na história, no conto analisado, Geraldo França de Lima utiliza o foco no qual o narrador é considerado, onisciente e analítico. Massaud Móises tem uma definição para este tipo de foco narrativo. O escritor torna se o demiurgo; acompanha as personagens a todos os lugares, entra lhes na intimidade, devassa seu mundo psicológico, esquadrinha lhes os abismos inconscientes e subconscientes, conhece lhes as mínimas palpitações; nesse caso a fabulação perde em impacto por ser indireta, oblíqua, mas ganha em riqueza de situações e pormenores; presta - se a narrativas lentas do gênero psicológico ou introspectivo; perde também em verossimilhança, característica fundamental do conto. (MÓISES, Massaud. 1975, p. 135). 61 Para concluir este trabalho, sigo com as ideias de Beth Brait, sobre a construção de um personagem, que para nós leitores, existem fisicamente, porém existem somente linguisticamente e internamente em nossos corações. REFERÊNCIAS: Como um bruxo que vai dosando poções que se misturam num mágico caldeirão, o escritor recorre aos artifícios oferecidos por um código a fim de engendrar suas criaturas. Quer elas sejam tiradas de sua vivência real ou imaginária, dos sonhos, dos pesadelos ou das mesquinharias do cotidiano, a materialidade desses seres só pode ser atingida através de um jogo de linguagem que torne tangível a sua presença e sensíveis os seus movimentos. (BRAIT, Beth. 1985, p. 52.) LIMA, G. F. Era uma vez. In: Pássaros e outras histórias. 9. ed. São Paulo, Razão Cultural, 1999, p MOISÉS, M. A criação literária: introdução à problemática da literatura. 7. ed. rev. São Paulo, GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. 7. ed. São Paulo, Ática, BRAIT, B. A personagem. 5. ed. São Paulo, Ática, ECO, U. Seis passeios pelos bosques da ficção. 10. ed. São Paulo, Companhia das Letras, ANDRADE, K. C. P. e PEREIRA, R. B. As fadas, de Charles Perrault. In: Anais Eletrônicos do IV Seminário Nacional Literatura e Cultura São Cristóvão/SE: GELIC/UFS, V. Sergipe, < Acessado em 17/09/2016 às 18:20. < Acessado em 17/09/2016 às 16:40. < Acessado em 17/09/2016 às 18:00. < Acessado em 17/09/2016 às 17:15.

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