Relações de troca CIF Paranaguá (sc/t) mai-13. jan-14. jan-13. set-13. Fontes: INTL FCStone, CRU, ICIS, Profercy.

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1 jan-12 mai-12 set-12 jan-13 mai-13 set-13 jan-14 mai-14 set-14 jan-15 mai-15 set-15 jan-16 mai-16 set-16 jan-17 RELATÓRIO SEMANAL Fertilizantes por Fábio Rezende 5 de maio de 2017 Edição nº 439 Nitrogenados: Clima nos Estados Unidos permanece adverso para adubação Amônia: OPZ para produção em uma de suas linhas Fosfatados: Cortes de produção e aumento das importações podem criar suporte no curto prazo Enxofre: Preços cedem na península arábica em maio Potássio: K+S inaugura nova mina no Canadá Relações de troca da soja avançam e podem reduzir compras No ano passado, uma forte retração nos preços dos fertilizantes no mercado internacional somada à relativa estabilidade no valor da soja resultou em um grande recuo das relações de troca da commodity pelos insumos durante o período de compras destes, ampliando seu consumo e resultando em entregas recordes de adubos para a cultura. Desde o início de 2017, contudo, essas razões têm se recuperado, se aproximando de suas médias dos últimos anos, reflexo de uma baixa nos preços da soja na CBOT e alta dos preços dos fosfatados e potássicos. A relação de troca de soja por MAP em Paranaguá (preços CIF) é hoje de 16,7 sc/t, ou seja, são necessárias um pouco menos de 17 sacas da oleaginosa para se obter uma tonelada do fertilizante. Em comparação com a mesma data do ano passado, esse valor representa uma alta de 10,9% e, em relação à média dos últimos cinco anos, uma baixa de 3,1%. Relações de troca CIF Paranaguá (sc/t) MAP / Soja Paranaguá KCl / Soja Paranaguá 5 0 FCStone do Brasil Consultoria em Futuros e Commodities Fontes: INTL FCStone, CRU, ICIS, Profercy.

2 Já para o cloreto de potássio, a relação de troca da soja em Paranaguá é de 11,9 sc/t, avanço ano-a-ano de 22,0%, mas recuo de 9,5% em comparação com a média. Uma maior relação de troca tem o potencial de impactar negativamente a demanda de Com as perspectivas baixistas para os preços da soja, não se espera que as relações de troca retornem para os mesmos níveis do ano passado. Mesmo assim, ainda é muito cedo para determinar o tamanho do impacto disso na demanda de fertilizantes para a próxima safra, já que outros fatores ainda devem agir à favor das compras. Entre eles, destaca-se as elevadas produtividades atingidas na safra atual em praticamente todas as áreas do Brasil, criando maior necessidade de reposição de nutrientes no solo e ampliando o caixa dos produtores. fertilizantes para a próxima safra: como uma maior adubação resulta em ganhos decrescentes na produtividade, uma alta na relação de preços fertilizante-commodity reduz o ponto a partir do qual a resposta no aumento da produção deixa de compensar o custo do adubo. NITROGENADOS O sentimento baixista do mercado prevaleceu na semana, levando a novas retrações nas cotações dos fertilizantes nitrogenados. Conversas de que a trading indiana STC pode emitir uma nova concorrência para compra de ureia em breve não foram suficientes para conter a queda dos preços, uma vez que o volume de compras estimado pelo mercado de 500 a 700 mil t ainda não será o bastante para equilibrar a balança de oferta e demanda. Apesar das fortes quedas no preço da ureia nos últimos meses, a maior parte dos produtores globais ainda não anunciaram cortes de produção. Até o momento, se ouve de apenas três plantas paradas, duas na Ucrânia e uma na Argélia. Enquanto isso, os mercados de sulfato e nitrato de amônio (SAM e NAM) permaneceram quietos. No caso do SAM, os preços encontram maior resistência devido à baixa produção global, e chegam a avançar em algumas regiões. Já o NAM segue o ritmo de queda de ureia, com os produtores no leste europeu reduzindo suas propostas com o intuito de despertar a demanda internacional. Nos Estados Unidos, o clima permanece adverso para adubação e a demanda por parte dos consumidores finais bastante reduzida. Produtores, importadores e distribuidores possuem estoques elevados, de modo que as importações e line up de navios no país estão em níveis bem baixos para essa época do ano. A produtora CF Industries já realiza vendas de exportação, o que é incomum para o país nessa época do ano.

3 No curto prazo, não há muita expectativa de uma onda de compras nos Estados Unidos que possa inverter a atual tendência dos preços. produzir cerca de 300 mil t de ureia por mês. No Brasil, os importadores continuam a adotar uma postura de espera, realizando compras apenas de cargas pontuais. Os estoques no país permanecem confortáveis e não há muita expectativa de crescimento forte da demanda doméstica por N nas próximas semanas. Com isso, o indicativo de preço da ureia granulada CFR Paranaguá recuou 4,9% na semana para US$ 207/t. O único fundamento altista partindo do país norte-americano são as expectativas de maior aplicação de cobertura nos próximos meses, em meio à baixa adubação realizada no plantio. Mesmo assim, o aumento da produção doméstica deve cobrir parte significativa dessa demanda, limitando o potencial de alta. As novas plantas da CF Industries em Iowa, AMÔNIA Durante o último final de semana (29-30/ abr) a ucraniana OPZ parou a produção de amônia em uma de suas duas linhas, buscando oferecer suporte às cotações do produto conforme há tendência de elevação de disponibilidade de amônia no mundo no curto prazo por conta de alguns produtores reduzindo a produção de ureia devido aos seus baixos preços no momento. Já existem alguns agentes do mercado sugerindo que a OPZ pode ainda pausar a produção de amônia em sua única linha operacional no momento caso os preços continuem a ceder, porém não há ainda nenhuma indicação oficial da empresa nesse sentido ainda. Na Rússia, a PhosAgro anunciou que suas novas plantas de amônia e ureia estarão plenamente aptas a produzir entre agosto e setembro deste ano. Com pouca atividade vista nos últimos dias, também influenciadas por feriados ocorridos ao longo da semana ao redor do mundo, o indicativo de preço de amônia FOB Yuzhny permaneceu praticamente estável, em US$ 304/t. da Agrium no Texas e da Koch em Oklahoma já deverão estar completamente operacionais até o surgimento da demanda para cobertura, é provável que a da OCI em Iowa esteja também. Juntas, essas plantas podem FOSFATADOS Os fertilizantes fosfatados continuaram a seguir sua tendência baixista essa semana. No momento, o mercado se encontra sobre ofertado, com potenciais compradores se mantendo afastados na espera de uma mai-

4 or retração nos preços. Todavia, as expectativas são de aceleração da demanda a partir de junho, com compras dos dois principais importadores de fosfatados, o Brasil e a Índia. Ao mesmo tempo, paradas agendadas de produção (OCP e Eurochem) podem limitar a oferta, criando um suporte aos preços. Diante disso, revisamos nossa expectativa de curto prazo de baixa para estabilidade, embora a conjuntura permaneça baixista. No lado da oferta, a China continua a acumular estoques mesmo produzindo com somente cerca de 50-60% de sua capacidade, em meio à fraca procura doméstica. Dessa maneira, ainda se espera maiores cortes nos preços hoje em torno de US$ 353/t FOB para o DAP por parte dos produtores para que consigam obter vendas externas, em especial para a Índia. As compras indianas se encontram relativamente lentas para o período, com vários importadores tentando obter preços abaixo de US$ 360 CFR para o DAP, mas sem sucesso até o momento. Considerando os atuais custos de transporte, seria necessário uma redução do preço da China para US$ 344/t FOB para ativar o interesse dos importadores indianos. No Brasil, o interesse comprador por parte dos importadores cresce lentamente, conforme aumenta o sentimento de que um piso nos preços pode estar próximo. Com os estoques relativamente baixos, se espera maiores importações nas próximas semanas. Para o mês de maio, cerca de 371 mil t de MAP já estão programadas para descarrego nos portos brasileiros. No interior, a demanda começa a aparecer mas ainda em volumes pequenos: os atrasos na comercialização da soja ainda limitam o caixa dos agricultores e as compras de insumos. ENXOFRE Durante a semana, empresas produtoras de enxofre do Oriente Médio publicaram seus preços mensais de referência para maio. A Tasweeq, no Qatar, anunciou uma queda de $6 (7,3%), para US$ 76/t FOB Ras Laffan. Na Arábia Saudita, a Aramco cortou em $5 (5,9%) o preço do enxofre, cotado a US 80/t FOB Jubail. Enquanto isso, nos Emirados Árabes Unidos, a Adnoc reduziu em $6 (6,8%), para US$ 82/t FOB Ruwais. Apesar dessas quedas, a cotação do enxofre CIF China, que vinha paulatinamente registrando quedas desde o início de março, permaneceu mais uma vez estável, em US$ 91,5/t. A demanda chinesa continua ainda sazonalmente baixa, ainda mais considerando os estoques do produto nos portos do país relativamente elevados nos últimos me-

5 ses, porém já se especula quanto a possibilidade de retorno de compradores chineses ao mercado global de enxofre visto que a demanda destes já vem se mostrando tímida há algum tempo, o que pode reverter a tendência baixista do preço do produto CIF China, caso ocorra. POTÁSSIO A empresa alemã K+S inaugurou oficialmente no Canadá o seu investimento de US$ 3,4 bi, conhecido como Projeto Legacy. A nova mina, que foi batizada de Bethune, começará a produção de cloreto de potássio em escala comercial em junho, mas a empresa estima que a capacidade máxima de 2 mi t por ano será atingida somente no final do ano. O produto da mina Bethune, localizada na província canadense de Saskatchewan, será exportada para os Estados Unidos por ferrovias e para demais países via o porto de Vancouver. A K+S já tem um acordo com a Koch de fornecimento de 453 mil t por ano para o mercado americano. Além de elevar a produção global de K2O (em cerca de 2,7% se produzir sua capacidade máxima), a nova mina da K+S reduz a concentração do mercado, competindo diretamente com a Canpotex, cartel formado pelos demais produtores norte-americanos (PotashCorp, Mosaic e Agrium). Se junta também com a nova mina no Turcomenistão, inaugurada no mês passado, que compete com os dois gigantes do leste europeu, a Uralkali, da Rússia, e a Belaruskali, de Belarus. Na semana, os preços no mercado spot ficaram relativamente estáveis. No Brasil, o indicativo de preço permaneceu constante em US$ 262/t CFR, com fornecedores declarando vendas a US$ 270/t para entrega no próximo mês. A demanda para a safra de verão de soja, embora ainda lenta, já mostra sinais de aquecimento, com um maior número de cargas sendo movidas para o interior, as entregas mensais devem começar a crescer a partir de maio. As compras de importação também devem começar a ganhar força a partir das próximas semanas, com 548 mil t de KCl já programadas para descarrego em maio. Enquanto isso, as negociações de contrato de importação da China continuam a avançar lentamente. Os estoques nos portos do país superam 2 milhões de toneladas e ainda há cargas para chegarem referentes ao contrato do ano passado. Assim, é bastante provável que a definição final atrase, assim como observado no ano passado, dando maior poder de barganha ao consórcio chinês. Ao mesmo tempo, na Índia, os importadores requisitam a rolagem do contrato do ano passado (no valor de US$ 227/t), usando como argumento as baixas margens de lucro com vendas internas após os cortes dos subsídios do governo. Tal exigência, mesmo que não se concretize, deve agir de maneira baixista no mercado spot internacional. INDICADORES SEMANAIS DE FRETE Fonte: ICIS.

6 INDICADORES DE PREÇOS INTERNOS Fonte: INTL FCStone. ¹Preço internalizado, com tarifas e custos logísticos pagos.

7 PREÇOS INTERNACIONAIS POR TERMINAL 05/05/2017 US$/t¹ Fontes: ICIS, CRU, Profercy. ¹Preços em dólares por tonelada métrica CIF/FOB com exceção de Nola, que está em dólares por tonelada curta. TENDÊNCIAS PARA O MERCADO DE FERTILIZANTES Fertilizante Oferta Demanda Conjuntura Ureia Tendência de Curto Prazo Tendência de Longo Prazo NAM & SAM Amônia Fosfatados Potássio Enxofre