INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO, TRIBUTÁRIO E EMPRESARIAL PROFESSOR DIEGO ALVES DE OLIVEIRA IFMG CAMPUS OURO PRETO MARÇO DE 2017
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- Manuel Mota Madureira
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1 INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO, TRIBUTÁRIO E EMPRESARIAL PROFESSOR DIEGO ALVES DE OLIVEIRA IFMG CAMPUS OURO PRETO MARÇO DE 2017
2 Direito Tributário Conjunto de normas que regulamentam a arrecadação de tributos e as relações jurídicas entre o Estado e os contribuintes. Objetivo: conhecer as obrigações tributárias e os direitos dos contribuintes.
3 Tributação Apesar de a sociedade utilizar historicamente a moeda como meio de relação entre as pessoas, via instrumento de troca, somente o Estado pode exigir da sociedade recursos para financiar sua existência. As demais pessoas físicas ou jurídicas só podem obter recursos por meio de obrigações. A atividade exclusiva do Estado, de compulsoriamente transferir parte o patrimônio particular para os domínios públicos é chamada de tributação. Por se constituir como uma exceção, toda atividade de arrecadação de tributos deve ser prevista em lei.
4 Tributo Lei Federal de 1966 Art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
5 Dentro da exigência de instituição de um tributo somente com uma lei, devem estar presentes também os elementos componentes do tributo: fato gerador, a base de cálculo, a alíquota e o sujeito passivo.
6 Obrigação tributária Obrigação tributária: é a relação jurídica entre o sujeito passivo e o Estado (prestar dinheiro); ou de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da fiscalização de tributos. Fato gerador: é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Uma vez ocorrido, gera a obrigação tributária. Hipótese de incidência: é a simples descrição na lei. Sujeito ativo: pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o cumprimento.
7 Sujeito passivo: pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Base de cálculo: grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar. Alíquota: percentual indicado que é aplicado na base de cálculo do fato gerador, para determinar a quantia devida ao pagamento do tributo. Pode ser fixa (mesma quantia para todos os contribuintes) ou variável (estipulada de acordo com a base de cálculo, geralmente sendo progressiva, ou seja, maior a base de cálculo, maior é a alíquota). Quando a alíquota é zero, trata-se de isenção total.
8 Espécies de tributos O art. 145 da Constituição Federal e o art. 5º do Código Tributário Nacional definem 3 espécies de tributos: Impostos; Taxas e; Contribuições de melhoria. No entanto, a Constituição Federal define mais 2 espécies de tributos: Empréstimos compulsórios e; Contribuições sociais.
9 Imposto Segundo o Código Tributário Nacional, o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. Assim, este tributo pode ser exigido sem qualquer contraprestação. A receita decorrente desta arrecadação é utilizada para custeio geral da administração e das atividades públicas. Segundo o art. 167 da Constituição Federal, não pode haver vinculação entre a receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. O art. 145, 1º, determina que sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.
10 Taxas Segundo o Código Tributário Nacional, são cobradas pela União, pelos Estados, Distrito Federal ou Municípios, no âmbito de suas respectivas funções, e tem como fato gerador o exercício do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Existem três tipos de taxa atualmente: Taxas de polícia, Taxas de serviço e Pedágio.
11 As Taxas de polícia podem ser instituídas e cobradas em função do exercício regular do poder de polícia. Segundo o art. 78 do CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
12 As taxas de serviços poder ser instituídas e cobradas em função da utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos a disposição do contribuinte. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
13 As Taxas relativas ao pedágio estão previstas pela Constituição Federal: Art Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
14 Como se percebe, as taxas, ao contrário dos impostos, pressupõem um nexo ou relação com uma atividade pública, em benefício do contribuinte. Normalmente, quando se tenta criar uma taxa a partir de serviços públicos gerais, há grandes discussões jurídicas sobre a sua licitude.
15 Contribuição de melhoria Segundo o art. 145, III da Constituição Federal, a Contribuição de Melhoria pode ser instituída quando ocorra: I) uma melhoria em determinado imóvel e; II) uma relação entre a melhoria observada e a realização de uma obra pública. Nos arts. 81 e 82 do CTN, este tributo é melhor descrito.
16 Empréstimos compulsórios Podem ser instituídos apenas pela União, mediante Lei Complementar, em duas hipóteses (causas): atender a despesas extraordinárias nos casos de calamidade pública ou guerra externa (inclusive sua iminência) ou como investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. No 1º caso, não se aplica a anterioridade, já no 2º caso, sim. A outra característica deste tributo é a restituibilidade, que deve ser realizada em moeda (dinheiro).
17 Contribuições sociais (parafiscais ou especiais) A principal característica deste tipo de tributo é estar vinculado a determinados fins de interesse público, que recebe o nome de afetação. Somente a União pode instituir esta modalidade de tributo, com ressalvas para os seguintes casos: a) instituição de contribuições previdenciárias para custeio de sistemas de previdência e assistência social dos servidores dos Estados, Distrito Federal e Municípios; b) na criação da contribuição para o custeio da iluminação pública por parte dos Municípios e do Distrito Federal.
18 Princípios Constitucionais Tributários Os princípios funcionam como guias de orientação para compreender as normas do Direito Tributário, e demonstram clara preocupação do legislador constituinte em limitar o poder de Tributar do Estado. São eles: princípio da legalidade, da igualdade ou da isonomia, da irretroatividade; da anterioridade; do não confisco e da liberdade de tráfego.
19 Princípio da legalidade: é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, suprimindo a vontade do detentor do poder, fixando condutas obrigatórias como a edição de lei competente para criar (ou instituir), majorar (elevar alíquotas ou ampliar a base de cálculo), reduzir ou extinguir tributos. Este princípio está expresso na lei no art. 150, I da Constituição Federal e no art. 97 do Código Tributário Nacional.
20 Princípio da igualdade ou da isonomia: todos são iguais perante a lei. No caso do direito tributário, ele consiste em: a) discriminar adequadamente os desiguais, na medida de suas desigualdades; b) não discriminar entre os iguais, que devem ser tratados igualmente. São proibidas quaisquer distinções de tratamento tributário em razão da ocupação profissional, função exercida ou denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos, conforme o art. 150, II da C. F.
21 Princípio da irretroatividade: destina-se a garantir a segurança jurídica, não permitindo a aplicação da lei a fatos ou situações passadas, conforme o art. 150, III da C. F. Princípio da anterioridade: consiste em permitir o conhecimento antecipado da instituição ou aumento de tributos. Permite ao sujeito passivo realizar um planejamento adequado de suas atividades econômicas, já considerando o ônus tributário a ser experimentado no futuro. Destaca-se que a redução ou extinção de tributos, sendo benéficas ao contribuinte, não precisam observar o princípio da anterioridade.
22 Princípio do não-confisco: trata-se da pretensão de evitar o tributo excessivamente oneroso, destruindo sua fonte ou para absorver totalmente a propriedade ou a renda, ou seja, a carga de tributos deve ser razoável, conforme o art. 150, IV da C. F. Princípio da liberdade de tráfego: proíbe a fixação pelo legislador de limitações ao tráfego de pessoas ou mercadorias por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, conforme o art. 150, V, da C. F.
23 Competência Tributária da União A competência é a atribuição que a Constituição Federal dá aos entes políticos do Estado para instituir tributos. Esta competência não pode ser delegada. A competência da União está prevista no art. 153 e 154 da C. F. I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. VIII - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam nãocumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; IX - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
24 Competência Tributária dos Estados e Distrito Federal Está prevista no art. 155 da C.F. I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; III - propriedade de veículos automotores.
25 Competência Tributária dos Municípios Está prevista no art. 156 da C. F. I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
26 Imunidade Tributária É a exclusão de competência da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para instituir tributos relativamente a determinados atos, fatos e pessoas, expressamente previstos na Constituição Federal. Seu objetivo é preservar a tributação de valores considerados como de superior interesse nacional. Imunidade recíproca: é a regra constitucional que estabelece que a União, os Estados e os Municípios não podem cobrar impostos sobre o patrimônio, renda e serviços uns dos outros, abrangendo as atividades das próprias pessoas políticas de direito público. (Art. 150, VI, a da C. F.)
27 Também as atividades religiosas são imunes, o objetivo neste caso é preservar a liberdade de culto (art. 150, VI, b). Imunidade dos Partidos Políticos, suas Fundações, Sindicatos, Instituição de Educação e de Assistência Social: não sofrerão a exigência dos impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, se não tiverem finalidade lucrativa e atenderem os requisitos do art. 14 do CTN (art. 150, VI, c). Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel respectivo (art. 150, VI, d): objetiva proteger a divulgação de ideias, conhecimentos, livreexpressão do pensamento.
28 Exclusão do crédito tributário São situações em que, por decisão legal, não há o pagamento de impostos, devido aos institutos da Isenção e da Anistia. Isenção é uma dispensa do pagamento de imposto em alguns casos especificados por lei. Ela pode consistir em incentivos fiscais, ou em função do princípio da capacidade contributiva. Não pode se configurar como privilégio injustificado que crie desigualdade entre os que foram isentos e aqueles que continuam obrigados a recolher o tributo. As taxas e as contribuições de melhoria podem ser cobradas. Anistia é uma espécie de perdão, total ou parcial da sanção tributária, isto é, da multa decorrente do ato ilícito tributário. A lei de anistia faz desaparecer as multas decorrentes das infrações tributárias (art. 175, 180 e 181 do CTN).
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