INCOTERMS GRUPO E ENTREGA NO ESTABELECIMENTO DO IMPORTADOR/ EXPORTADOR
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- Rita Carmem Barbosa Barreto
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1 Introdução Nas relações de Comércio Internacional, tanto o exportador quanto o importador devem agir de acordo com normas estabelecidas pelos órgãos competentes a fim de haver êxito na logística das mercadorias. Ambas as partes necessitam saber de suas responsabilidades referentes aos custos, transporte e entrega destas mercadorias, por isto é necessário que haja regras claras a serem seguidas para não haver prejuízo nas relações de comércio. 1
2 INCOTERMS (International Commercial Terms /Termos Internacionais de Comércio) No ano de 1936, em Paris, a Câmara Internacional do Comércio CCI padronizou os contratos comerciais, através de estudos e pesquisas de diversos contratos comerciais internacionais. Esta padronização pretendia definir as regras dos contratos de compra e venda internacionais, como por exemplo, direitos e obrigações dos exportadores e importadores, para facilitar a negociação, bem como assuntos referentes às mercadorias, entregas e seguros. Em 2000 foi publicada sua última versão. Existem 13 termos divididos em 4 grupos, que são representados pelo aumento gradativo da responsabilidade de uma das partes ao passo que diminui a responsabilidade da outra. Segue abaixo: GRUPO E ENTREGA NO ESTABELECIMENTO DO IMPORTADOR/ EXPORTADOR Contém apenas um termo. EXW (Ex Works): o exportador conclui sua participação no negócio quando armazena a mercadoria na embalagem de transporte, como containers, caixas, sacos. A entrega da mercadoria inicia-se na porta da fábrica ou depósito, o exportador não se responsabiliza pelo seu carregamento no meio de transporte utilizado. A negociação se realiza no estabelecimento do exportador. Assim, deve o importador estrangeiro adotar todas as providências para retirada da mercadoria do país do exportador (embarque para o exterior, contratar frete e seguro internacionais etc.). Neste termo o importador assume todos os custos e riscos envolvidos no transporte da mercadoria do local de origem até o de destino. GRUPO F TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO PELO TRANSPORTADOR Identificam a responsabilidade do exportador até o momento da entrega da mercadoria ao modal de transporte. 2
3 FCA (Free Carrier Named Point): o exportador cumpre sua obrigação quando entrega a mercadoria aos cuidados do transportador, no local por ele indicado. O importador deve contratar frete e seguro internacionais. O local escolhido para entrega é importante para definir a responsabilidade quanto à carga e descarga da mercadoria: se a entrega for realizada no local do exportador, este será responsável pelo carregamento do veículo do importador; se a entrega for combinada em qualquer outro local, o exportador não se responsabiliza pelo descarregamento de seu veículo. É muito empregado no transporte multimodal de containers ou Rol-On- Roll-Off. FAS (Free Alongside Ship): o exportador tem como obrigação colocar a mercadoria ao longo do navio, no porto de carga, já liberada para exportação. A contratação do frete e do seguro internacionais fica por conta do importador. A mercadoria somente é considerada entregue quando estiver suspensa no guindaste ou quando ultrapassar a balaustrada (grade de pequena altura). Somente utilizado no transporte marítimo. FOB (Free on Board): o exportador tem a obrigação de colocar a mercadoria vendida a bordo do navio, no porto estabelecido no contrato. Considera-se entregue a mercadoria quando elas atravessam a amurada do navio (ship s rail) no porto de embarque. Todo o custo e o risco de estivagem ficam a cargo do exportador. O importador pode escolher o navio que transportará a carga, inclusive um de sua nacionalidade. GRUPO C TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PELO EXPORTADOR Trata das responsabilidades do exportador em contratar o modal de transporte, sendo que o mesmo não assume os riscos por perdas e/ou danos. CFR (Cost and Freight): o exportador assume todos os custos, inclusive a contratação do frete internacional para transportar a mercadoria até o porto de destino indicado. Também fica responsável pelo desembaraço da exportação (verificação dos dados declarados nos documentos). Os riscos por perdas e danos e/ou quaisquer outros custos adicionais são transferidos do exportador para o 3
4 importador no momento em que a mercadoria cruza a amurada do navio, no porto de carga. Assim, a negociação ocorre ainda no país do exportador. Cabe ao importador contratar e pagar seguro da mercadoria, caso queira se resguardar. CIF (Cost, Insurance and Freight): o exportador transfere a responsabilidade sobre a mercadoria, já desembaraçada, ao importador, no momento da transposição da amurada do navio no porto de embarque. No entanto, o exportador fica responsável pelo pagamento dos custos relativos ao embarque, frete e descarga, até o porto de destino indicado no contrato. É função do exportador escolher a embarcação que levará a mercadoria. CPT (Carriage Paid to): o exportador contrata e paga o frete de transporte da mercadoria até o porto. Os riscos de perdas e danos, ou quaisquer custos adicionais em razão de fatos ocorridos após sua entrega ao transportador, são transferidos ao importador quando a mercadoria é entregue ao primeiro transportador. O exportador é responsável pelo desembaraço das mercadorias. Esse termo pode ser usado em qualquer modalidade de transporte, inclusive o multimodal. CIP (Carriage and Insurance Paid to): o exportador tem as mesmas obrigações definidas no Carriage Paid to, assume o pagamento dos prêmios dos seguros contra riscos de perdas e danos da mercadoria durante todo o percurso do transporte. Quando as mercadorias são entregues aos cuidados do transportador, os riscos por perdas e danos se transferem do exportador ao importador, assim como eventuais custos adicionais. O prêmio do seguro pago pelo exportador tem cobertura mínima, competindo ao importador avaliar a necessidade de realizar seguro complementar. GRUPO D ENTREGA NO LOCAL DE DESTINO Refere-se às responsabilidades da entrega da mercadoria do exportador ao destino estabelecido pelo importador. DAF (Delivered at Frontier): o exportador deve entregar a mercadoria, pronta para a exportação, pré-indicada na fronteira, antes da divisa alfandegária, assumindo todos os custos e riscos até esse momento. A entrega ocorre ainda no veículo do 4
5 transportador, sem descarregar. O exportador responsabiliza-se pelo desembaraço da exportação, mas fica com o importador a responsabilidade pelo desembaraço da importação. Geralmente este termo é empregado na modalidade de transporte rodoviário ou ferroviário. DES (Delivered Ex Ship): o exportador fica responsável pela entrega da mercadoria, a bordo do navio, no porto de destino, cabendo a ele todos os custos e riscos de embarque, seguros e transporte. A retirada da mercadoria do navio com os custos daí decorrentes são de responsabilidade do importador, como também o desembaraço da mercadoria para efetivar a importação. DEQ (Delivered Ex Quay): o exportador fica responsável e se obriga a colocar a mercadoria disponível ao importador no porto de descarga. O exportador assume todos os custos e riscos durante o transporte, além de se responsabilizar pela descarga da mercadoria no cais. O desembaraço e encargos no país do importador ficam por conta deste. DDU (Delivered Duty Unpaid): o exportador assume a entrega da mercadoria, com todos os custos e riscos de transporte, no local designado pelo importador, mas sem a responsabilidade de descarregar o veículo transportador. Os gastos com impostos referentes à importação ficam com o importador. O importador deve arcar com quaisquer custos adicionais e assumir eventuais conseqüências geradas por sua omissão em desembaraçar no prazo as mercadorias. DDP (Delivered Duty Paid): ao contrário do ex works, onde praticamente não existem responsabilidades ou riscos para o exportador, no DDP todas as responsabilidades e custos, inclusive encargos no país do importador ficam a cargo do exportador. É o incoterm que estabelece as maiores obrigações ao exportador. 5
6 Conclusão A grande demanda na utilização dos transportes modais no comércio internacional refletiu na necessidade do estabelecimento de padrões que possibilitassem mais organização e evitassem desentendimentos nas trocas comerciais. Isto fez com que as condutas de exportação e importação sejam seguidas de forma legal, evitando impasses comerciais e consequentemente desenvolvendo o crescimento na economia mundial. 6
7 Fontes de Pesquisa: FRANCO, Paulo Sérgio de Moura. Incoterms - Internacional Commercial Terms. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 61, 1 jan
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