PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR

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1 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES JUNHO 2016 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR

2 APS / Associação Portuguesa de Seguradores Rua Rodrigo da Fonseca, Lisboa Portugal T F aps@apseguradores.pt Conceção e paginação /Zincodesign Impressão e acabamentos /Ondagrafe Depósito Legal nº /283097/08 Nº de exemplares /500 JUNHO 2016 SOBRE A Associação Portuguesa de Seguradores a aps é uma Associação fundada em 1982, sem fins lucrativos, que reúne companhias de seguros e resseguros que operam no mercado nacional, independentemente da sua natureza jurídica ou da sua nacionalidade. O CONJUNTO DAS ASSOCIADAS DA APS REPRESENTA ATUALMENTE MAIS DE 99% DO MERCADO SEGURADOR, QUER EM VOLUME DE NEGÓCIOS, QUER EM EFETIVOS TOTAIS EMPREGADOS. Para mais informações visite

3 Panorama DO MERCADO SEGURADOR

4 04 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES ÍNDICE

5 ÍNDICE 05 EDITORIAL /07 VISÃO APS 2025 /09 O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS /11 EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EM 2015 E PERSPETIVAS PARA 2016 /12 SEGUROS E SOCIEDADE /20 COMUNICAÇÃO E IMAGEM /27 COMUNICAÇÃO /28 LITERACIA FINANCEIRA /30 IMAGEM DO SETOR /32 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO /35 NOVO REGIME JURÍDICO DA ATIVIDADE SEGURADORA /36 SOLVÊNCIA II /38 DIRETIVA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS /40 PRODUÇÃO LEGISLATIVA DIVERSA COM IMPACTO NOS SEGUROS /42 REFORMA DO IRS /44 TROCA DE INFORMAÇÃO FISCAL A NÍVEL INTERNACIONAL (FATCA E DAC2) /46 DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS /49 SEGURNET /51 FATURAÇÃO HOSPITALAR ÀS EMPRESAS DE SEGUROS /52 PARTICIPAÇÃO ELETRÓNICA DE SINISTROS /54 COMBATE À FRAUDE NOS SEGUROS /56 POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS /59 REGULAÇÃO EUROPEIA NA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS FINANCEIROS /60 SEGUROS DE ACIDENTES DE TRABALHO /62 SEGUROS DE SAÚDE /64 SINISTRALIDADE GRAVE E ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS /65 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E O SEGURO /66 SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES /69 EVENTOS EXTREMOS /70 SEGUROS PATRIMONIAIS /72 SEGUROS AGRÍCOLAS E AQUÍCOLA /76 SEGUROS DE AUTOMÓVEL /80 SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL /83 FORMAÇÃO - ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS /87 CERTIFICAÇÃO DA DIREÇÃO-GERAL DO EMPREGO E DE RELAÇÕES DE TRABALHO (DGERT) /89 PROJETOS DE FORMAÇÃO ESPECÍFICOS: SOLVÊNCIA II E QUALIFICAÇÃO DE PERITOS /90 OFERTA DE FORMAÇÃO /92 FORMAÇÃO DA ACADEMIA EM NÚMEROS /

6 06 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES EDITORIAL

7 EDITORIAL 07 O setor segurador português está em profunda mudança no que respeita à estrutura acionista em algumas das suas principais empresas, sejam de origem nacional ou estrangeira. A essa mudança não são estranhas as exigências de rentabilidade consistente, as dificuldades e as mudanças profundas no sistema bancário nacional. A existência de uma relação banca seguros estreita foi sempre benéfica financeiramente para ambas as partes. Eventualmente foi longe demais nos aspetos acionistas. Não havia necessidade e mostrou-se prejudicial para as seguradoras. A crise profunda em Portugal nos últimos 10 anos, sobretudo nos aspetos económicos com o designado duplo deficit - público e externo - alimentou uma crescente e insuficiente rentabilidade global do setor segurador perante políticas de gestão conjunturais incoerentes com esse objetivo. Ressalve-se, porque correto, com poucas exceções consistentes. Mudança significativa de objetivos e políticas, mais coerentes com uma busca de rentabilidade, eficiência e inovação. Outra situação não era admissível até pela entrada em vigor das novas regras do designado processo Solvência II, mais exigente, seja no domínio dos capitais obrigatórios, seja nos modelos de gestão das seguradoras seja no tipo e extensão dos seus sistemas de informação. Salienta-se, todavia, o enorme peso burocrático, o detalhe, a falta de flexibilidade deste novo modelo de enquadramento institucional. Não havia necessidade. Até porque o passado recente tem demonstrado, em toda a parte e em todas as atividades, que não é a regulação que evita os desmandos. E sobretudo no sistema financeiro. São a honestidade e a competência dos seus dirigentes. É hoje visível uma mudança significativa em quase todas as seguradoras. Pedro Seixas Vale Presidente do Conselho de Direção

8 8 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES VISÃO APS 2025

9 VISÃO APS 9 Desde 1991 e até novembro de 2015, a APS foi uma associação de empregadores, sem fins lucrativos, cuja atividade se regia pelo disposto nos estatutos e nos artigos 440 e seguintes do Código do Trabalho. A partir de novembro de 2015 a APS regressou à sua vocação originária - que vigorou entre 1982 e de associação empresarial, também sem fins lucrativos, reforçando os seus objetivos essenciais de: / Promover a cooperação entre os Associados com vista à obtenção de posições convergentes sobre matérias de interesse comum. / Contribuir para a modernização e o desenvolvimento do setor segurador e atividades afins. / Organizar e gerir serviços, bem como realizar estudos ou ações que sejam do interesse dos Associados ou da atividade seguradora em geral. Para além disso, o facto de: / Terem melhorado as capacidades e competências entretanto adquiridas pelas estruturas da própria APS, hoje dotadas de melhores recursos humanos (ainda que em menor número) e tecnológicos. / Ser necessário repensar o modelo de financiamento da prestação dos serviços baseando-o também no custo, no volume de dados introduzidos nos sistemas ou no nº de consultas às bases de dados e não apenas na quota de mercado. / Haver uma crescente procura da APS enquanto interlocutor do setor perante entidades externas que manifestam preferência pelo estabelecimentos de fórmulas de relacionamento com as empresas de seguros, que passam pelo uso de circuitos e sistemas geridos, de modo coletivo, ao nível da APS, em substituição de circuitos e sistemas geridos direta e individualizadamente com cada uma das empresas de seguros. / Estabelecer e organizar contactos, cooperação e troca de informações com entidades direta ou indiretamente relacionadas com a atividade da Associação. Esta alteração efetuada em 2015 resultou de um profundo trabalho de reflexão realizado pelas Associadas com a colaboração da empresa de consultoria McKinsey e o suporte jurídico da sociedade de advogados Vieira de Almeida e Associados e foi desencadeado pela constatação de que o panorama do setor, da economia e do país iria mudar rapidamente nos próximo dez anos. Com efeito, se por um lado a contratação coletiva passou a ser uma área de atuação com relevância decrescente atenta a realidade das empresas de seguros empregadoras, cada vez mais inseridas em grupos internacionais com uma lógica de gestão de recursos humanos própria do respetivo grupo, por outro, a necessidade de tornar mais eficaz a comunicação com o exterior, o reforço das ações de cooperação e de troca de informações com entidades externas ao setor e a prestação de serviços aos Associados, tornaram-se prioritárias. / Terem surgido realidades novas ao nível das ligações acionistas a empresas de seguros, ou de representação de empresas de seguros por escritórios de advogados, ou de parceiros das empresas de seguros que, não tendo natureza seguradora, têm ligações muito próximas com aquelas no âmbito das relações de grupo. justificou a reponderação dos modelos de enquadramento da prestação de serviços e do desenvolvimento das várias ações de cooperação, quer no plano organizativo, quer do financiamento, quer jurídico e fiscal, tendo em vista a criação de condições para oferecer, de forma mais flexível, respostas a novas necessidades que se vão identificando ou tornando mais prementes, quer dos Associados quer de alguns dos seus parceiros, num processo de permanente adaptação exigido pelas mudanças do mundo envolvente. Essa reponderação culminou numa profunda reformulação dos estatutos da Associação, aprovados em outubro de 2015, estando agora criadas condições para se proceder em 2016 à eleição de novos órgãos sociais e à reorganização interna capaz de dar resposta aos objetivos delineados pelos Associados.

10 10 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

11 O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EM 2015 E PERSPETIVAS PARA 2016 /12 SEGUROS E SOCIEDADE /20

12 12 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EM 2015 E PERSPETIVAS PARA 2016 / Perspetiva Global O ano de 2015 foi mais um ano crítico para a atividade seguradora, coincidindo com um período muito complexo para a sociedade e para a economia portuguesa em geral. A atividade económica em Portugal manteve, em 2015, o caminho de recuperação gradual que havia iniciado em 2013, registando-se um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,5%, em termos reais, após um aumento de 0,9% em A recuperação da atividade económica esteve alicerçada em diversos fatores, entre os quais o aumento do investimento e a aceleração do consumo privado, esta última refletindo um maior crescimento do rendimento disponível, fruto da melhoria das condições no mercado de trabalho. Em todo o caso, o consumo privado cresceu acima do rendimento disponível, levando a reduções na taxa de poupança das famílias que, no final de 2015, se encontrava em níveis historicamente baixos. Por outro lado, o ano de 2015 ficou também marcado pela implementação de novas medidas não convencionais de política monetária por parte do BCE, que contribuíram genericamente para uma subida da cotação dos ativos. Este facto, conjugado com a orientação de manter as taxas de juro de referência em níveis muito baixos durante um período alargado de tempo, teve como consequência direta uma descida das taxas de remuneração dos ativos, levando a uma necessidade de reequilíbrio das carteiras dos investidores. Naturalmente, o setor segurador não ficou imune a esta evolução da conjuntura económico-financeira nacional e internacional. O setor segurador não ficou imune à evolução da conjuntura económico-financeira nacional e internacional. / GRANDES AGREGADOS /13 +15/14 Nº de Companhias ,6% 0,0% Nº de Empregados ,3% -2,0% Nº de Mediadores ,6% -1,6% Ativo Líquido ,5% -1,8% Ativos de Investimento ,7% -2,0% Capitais Próprios (S.Líq.) ,4% 7,0% Prémios de Seguro Direto ,0% -11,4% Ramo Vida ,9% -17,0% Ramos Não Vida ,2% 3,8% Resultados do Exercício ,2% 3097,4% Conta Técnica Vida ,0% 25,8% Conta Técnica Não Vida ,8% 1054,2% Conta Não Técnica (175) (403) (243) 130,2% -39,8% Capitais Próprios / Ativo Líquido 9,2% 8,6% 9,3% -0,6 p.p. 0,8 p.p. Resultados / Capitais Próprios 13,6% 0,2% 7,4% -13,3 p.p. 7,2 p.p. U: Milhões de Euros Fontes: APS - Associação Portuguesa de Seguradores ASF - Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões BdP - Banco de Portugal INE - Instituto Nacional de Estatística

13 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 13 Os ramos Não Vida, tradicionalmente mais dependentes da evolução da atividade económica e do mercado de trabalho, tiveram uma evolução positiva, quer ao nível da produção de seguro direto, quer ao nível dos resultados. Desde logo, os ramos Não Vida, tradicionalmente mais dependentes da evolução da atividade económica e do mercado de trabalho, tiveram uma evolução positiva, quer ao nível da produção de seguro direto (+3,8%), quer ao nível dos resultados da conta técnica (que passaram de 11 milhões de euros em 2014 para 124 milhões de euros em 2015). Já o ramo Vida registou uma forte redução de produção de seguro direto (-17,0%), com particular destaque para a quebra em produtos de poupança não ligados a fundos de investimento, consequência direta, não só do decréscimo da taxa de poupança das famílias, mas também do clima de baixas taxas de juro. Ainda assim, os resultados da conta técnica Vida evoluíram de forma favorável (+25,8%), muito por efeito de uma estratégia de gestão de investimentos conducente à realização antecipada de mais-valias, tirando partido da subida dos preços dos ativos em consequência da descida das taxas de juro. O ano de 2015 teve também evoluções marcantes na estrutura empresarial do setor segurador português, prolongando a tendência de concentração do mercado já Já o ramo Vida registou uma forte redução de produção de seguro direto, com particular destaque para a quebra em produtos de poupança não ligados a fundos de investimento. traçada nos anos anteriores, e em boa medida associada ao novo contexto de exigências prudenciais da atividade seguradora (o regime Solvência II, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2016). O ano começou com a concretização da operação de compra da Tranquilidade (e suas subsidiárias T-Vida e Seguros Logo) pela Apollo Global Management e terminou com um acordo para um outro processo de alienação de uma seguradora nacional, a Açoreana, que sofreu um impulso decisivo com as medidas de resolução aplicadas à instituição bancária a que estava associada. Ainda em 2015, foi anunciado o acordo de aquisição pelo grupo Ageas das filiais portuguesas do grupo AXA, seguradoras com longa presença e tradição no mercado nacional. Tudo indica que estas duas operações se confirmarão e consolidarão agora em O ano de 2015 teve também evoluções marcantes na estrutura empresarial do setor segurador português, prolongando a tendência de concentração do mercado já traçada nos anos anteriores, e em boa medida associada ao novo contexto de exigências prudenciais da atividade seguradora.

14 14 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES O nível de produção e de penetração na economia compara negativamente com o registado há 10 anos atrás, o que é válido simultaneamente para o segmento Vida e para o segmento Não Vida e revela bem a dificuldade em potenciar este negócio num clima de instabilidade financeira e de escasso desenvolvimento macroeconómico. / PRODUÇÃO Num contexto pouco favorável para os produtos financeiros do ramo Vida, o volume global da produção de seguro direto caiu 11,4% em 2015 para o valor de 12,7 mil milhões de euros, o equivalente a 7,1% do PIB português. Apesar dos inúmeros progressos que setor segurador alcançou nos últimos anos, seja na qualidade dos seus serviços, seja na diversidade dos seus produtos, este nível de produção e de penetração na economia compara negativamente com o registado há 10 anos atrás, o que é válido simultaneamente para o segmento Vida e para o segmento Não Vida e revela bem a dificuldade em potenciar este negócio num clima de instabilidade financeira e de escasso desenvolvimento macroeconómico. Em 2015, porém, foi no segmento Vida que a contração da produção se formou, com uma queda de 17%. conjuntura que aliou a persistência de baixas taxas de juro de longo prazo, a acentuada redução da taxa de poupança dos particulares, a aproximação de um regime de solvência mais sensível aos riscos inerentes a garantias financeiras e os condicionalismos específicos de alguns grupos financeiros com relevância neste mercado. Relativamente aos PPR s, este último terá sido mesmo o fator decisivo para a queda verificada (-22,6%), especialmente influenciada pela performance de dois ou três operadores, enquanto a maioria dos restantes apresentou evoluções positivas ou relativamente estáveis no volume de contribuições recebidas para estes produtos. Já os seguros ligados a fundos de investimento, sendo bem menos sensíveis ao referido contexto das taxas de juro e do regime de solvência, tiveram um crescimento de 6,9% das respetivas contribuições em Na origem desta evolução esteve a quebra das contribuições para seguros de poupança, em particular para produtos não ligados a fundos de investimento, os mais afetados por uma Embora não explícita nos quadros apresentados, importa destacar também a evolução positiva dos seguros de risco do ramo Vida (perto de 5%), incluindo os de rendas vitalícias, que / PRODUÇÃO VIDA E NÃO VIDA /13 +15/14 TOTAL PRODUÇÃO ,0% -11,4% TOTAL VIDA ,9% -17,0% Seguros de Vida ,9% -22,6% Seguros ligados a Fundos Investimento ,3% 6,9% Operações de Capitalização % -90,3% TOTAL NÃO VIDA ,2% 3,8% Acidentes e Doença ,2% 7,3% Acidentes de Trabalho ,9% 7,8% Doença ,3% 7,5% Incêndio e Outros Danos ,3% 2,0% Automóvel ,0% 1,5% Transportes, RC Geral e Diversos ,4% 4,0% U: Milhões de Euros Fonte: Mapas ASF (Valores Provisórios)

15 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 15 Na origem da evolução esteve a quebra das contribuições para seguros de poupança, em particular para produtos não ligados a fundos de investimento, os mais afetados por uma conjuntura que aliou a persistência de baixas taxas de juro de longo prazo, a acentuada redução da taxa de poupança dos particulares, a aproximação de um regime de solvência mais sensível aos riscos inerentes a garantias financeiras e os condicionalismos específicos de alguns grupos financeiros. apresentaram uma expansão elevada. Em contraste com a evolução do ramo Vida, a do segmento Não Vida revelou um progresso assinalável em 2015, com a maior taxa de crescimento anual dos últimos 10 anos (3,8%) e, em termos reais, a segunda maior desde a viragem do século (3,1%). Ainda que muitos outros ramos tenham evoluído positivamente, o maior destaque vai para o de Acidentes e Doença, onde o volume de prémios aumentou 7,3%, e com contributos salutares de todos os seus principais sub-ramos. Em contraste com a evolução do ramo Vida, a do segmento Não Vida revelou um progresso assinalável em 2015, com a maior taxa de crescimento anual dos últimos 10 anos e, em termos reais, a segunda maior desde a viragem do século. À cabeça, o de Acidentes de Trabalho cresceu 7,8%, dando um novo impulso a uma recuperação já iniciada em 2014, depois de vários anos de contração do volume de prémios. O relançamento da atividade económica explicará, em parte, esta evolução, não apenas por via do aumento da massa salarial da economia e redução do desemprego, mas também pelo expectável agravamento da sinistralidade laboral, que deve ser refletido nas tarifas. Depois, o de Acidentes Pessoais, que também já havia crescido no ano anterior, progrediu agora 5,4%, parecendo refletir uma expansão da oferta, a que se atribui ainda um potencial significativo. Por fim, o de Doença, onde a evolução do volume de prémios tem sido sistematicamente positiva, mas que atingiu agora, em 2015, um ritmo mais elevado (7,5%) do que nos anos anteriores. E, segundo outras informações disponíveis, quer o universo das pessoas seguras, quer o respetivo prémio médio, terão crescido neste último ano. Mais moderadamente evoluiu o ramo de Incêndio e Outros Danos (2,0%), onde assumem preponderância os seguros de Multirriscos. Entre estes últimos, o crescimento foi elevado na área industrial (7,6%), mas relativamente moderado na habitação (2,0%) e negativo na área comercial (-3,1%), não obstante a sucessão de eventos que vêm evidenciando a importância deste tipo de proteção para a gestão do património e dos negócios. Ainda neste ramo, sobressai a expansão do volume de prémios dos seguros de colheitas (18,1%), depois de vários anos de declínio. Embora seja prematuro assumi-lo, esta recuperação pode estar já associada à implementação do novo Sistema de Seguros Agrícolas, com o qual se pretende dinamizar a intervenção do setor segurador na atividade agrícola nacional. Também moderadamente cresceu o ramo Automóvel (1,5%), o maior do segmento Não Vida. O crescimento do seu volume de prémios não terá superado substancialmente o do número de veículos seguros, mas a interrupção do processo de erosão do prémio médio representa, de qualquer forma, uma alteração marcante face ao padrão evolutivo dos últimos 10 anos. Note-se, porém, que este crescimento da receita de prémios foi obtido essencialmente na cobertura de danos próprios (4,5%), enquanto na de responsabilidade civil a evolução foi até marginalmente negativa (-0,1%).

16 16 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Nos ramos de transportes - Marítimo e Transportes, Aéreo e Mercadorias Transportadas - foram sentidas, em 2015, evoluções negativas do volume de prémios. Desde logo no ramo Marítimo e Transportes (-11,8%), que caiu em todas as suas modalidades principais, como os cascos, a responsabilidade civil e as mercadorias transportadas (expressamente associadas ao transporte marítimo ou ferroviário). Mas também no ramo de Mercadorias Transportadas (-4,3%), como aliás vem sucedendo quase sistematicamente desde há vários anos. A exceção foi mesmo o ramo Aéreo que, tendo perdido cerca de 2/3 da sua receita anual de prémios entre 2009 e 2014, teve em 2015 uma recuperação assinalável (16,9%). Nos primeiros quatro meses de 2016 tem sido reforçada a tendência evolutiva observada na produção de seguro direto em 2015, com a produção do ramo Vida em quebra acentuada, enquanto a dos ramos Não Vida mantém o seu trajeto ascendente. Outro ramo em recuperação foi o de Responsabilidade Civil Geral (4,3%), ainda que com uma evolução díspar das suas modalidades. Tal como no ano anterior, e numa tendência que se espera ter ainda sequência nos próximos tempos, cresceram positivamente os prémios de RC exploração e, sobretudo, RC profissional. Já os de RC produtos e RC caçadores viram diminuir novamente o seu volume de prémios, cada vez menos expressivo. Para o conjunto do ramo Diversos, por fim, 2015 foi também um ano de crescimento (6,4%), muito por força do comportamento de alguns dos seus sub-ramos mais destacados, como os de Perdas Pecuniárias Diversas (13,0%), Proteção Jurídica (14,0%) e Assistência (7,4%). Já para os de Crédito (-1,0%) e, sobretudo, Caução (-8,7%) foi um ano de contração, revelando os constrangimentos de alguns dos seus mercados de atuação. Entretanto, nos primeiros quatro meses de 2016 tem sido reforçada a tendência evolutiva observada na produção de seguro direto em 2015, com a produção do ramo Vida em quebra acentuada (-37,1%), enquanto a dos ramos Não Vida mantém o seu trajeto ascendente (+4,0%). No ramo Vida são os produtos de poupança (produtos de capitalização e PPR) que, mais uma vez, justificam esta evolução negativa, já que nos produtos de risco se continua a observar, em 2016, um crescimento da produção (+2,9%). Nos ramos Não Vida os pilares fundamentais do crescimento observado em 2016 continuam a ser as modalidades de Acidentes de Trabalho (+12,4%) e Doença (+5,5%) mas, pela sua dimensão, não se pode deixar de destacar também o contributo positivo aportado pelo ramo Automóvel (+2,5%). / RESULTADOS Em 2015, as contas do setor segurador apresentaram um resultado agregado, apurado por extrapolação a partir de uma amostra de 94%, ligeiramente acima dos 390 milhões de euros 1, valor claramente superior ao observado no ano de 2014 (12 milhões de euros). Ainda assim, o resultado de 2015 fica muito aquém do observado, por exemplo, em 2012 e 2013 (539 milhões e 692 milhões, respetivamente). Embora com impactos negativos inferiores aos observados em 2014, o resultado do exercício de 2015 está também influenciado por fatores conjunturais que conduziram ao registo excecionalmente elevado de imparidades e outras perdas num número muito limitado de operadores. Neste contexto, a grande maioria das companhias de seguros da amostra (37 em 46, ou seja, 80%) apresenta resultados positivos no exercício de 2015 e metade das companhias da amostra (23) apresenta mesmo uma evolução positiva no valor do seu resultado líquido face a período homólogo. Em 2015, as contas do setor segurador apresentaram um resultado agregado, apurado por extrapolação a partir de uma amostra de 94%, ligeiramente acima dos 390 milhões de euros 1. 1 O resultado (não extrapolado) das companhias presentes na amostra ascende a muito perto de 367 milhões de euros.

17 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS Detalhando um pouco mais a análise ao resultado do setor, constata-se que a evolução positiva face ao exercício de 2014 ocorreu quer ao nível das contas Vida e Não Vida quer ao nível da conta não técnica, e decorreu de um progresso simultâneo das componentes técnica e financeira da conta de exploração Neste âmbito, destaque-se o crescimento observado na conta técnica Não Vida, que passou de um resultado muito próximo de zero (11 milhões de euros em 2014) para um valor acima dos 124 milhões de euros. 8 Para esta evolução positiva muito contribuiu o ramo Incêndio e Outros Danos, que em 2015 registou resultados ligeiramente acima dos 81 milhões de euros, um crescimento superior a 77 milhões de euros face a Um merecido destaque também para a modalidade Doença, cujos resultados em 2015 evoluíram favoravelmente em quase 8 milhões de euros, para perto dos 18 milhões de euros Mais preocupantes foram os resultados técnicos das modalidades de Acidentes de Trabalho (-88 milhões de euros) e Automóvel - Veículos Terrestres (-34 milhões de euros), continuando ambos profundamente desequilibrados, embora no caso desta última com uma evolução positiva face a Já na conta de resultados de Vida foi registado um crescimento de mais de 100 milhões de euros, quase integralmente justificado pela evolução favorável da componente financeira do resultado que, por sua vez, beneficiou também da quebra no valor das perdas de imparidade (223 milhões de euros em 2015, contra os quase 294 milhões de euros em 2014) Por fim, também a conta não técnica registou uma evolução positiva de quase 160 milhões de euros. No entanto, esta evolução estará sobretudo relacionada com a inexistência de fatores conjunturais com a dimensão dos observados em RLE<-10-10<=RLE<-5-5<=rLE<1-1<=rLE<1 1<=rLE<5 5<=RLE<10 10<=RLE<25 1RLE>=25 / distribuição DO NÚMERO DE SEGURADORAS POR CLASSE DE RESULTADOS LÍQUIDOS DO EXERCÍCIO (RLE) U: Milhões de Euros Fonte: Mapas ASF (Contas_ES) / /

18 18 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Face à conjunção das evoluções observadas do lado do ativo e do lado do passivo, o total capital próprio do setor registou, sem surpresa, um crescimento de mais de 320 milhões de euros. / BALANÇO E SOLVÊNCIA mento 29 pontos percentuais face ao valor observado em final de 2014 (206%). O ativo líquido agregado do setor segurador terá atingido, no final de 2015, quase 56,6 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo de -1,8% (menos cerca de mil milhões de euros) face ao período homólogo de Por outro lado, registou-se um decréscimo ainda mais significativo (-1,3 mil milhões de euros) do valor do passivo, passando este de mais de 52,6 mil milhões de euros em 2014, para menos de 51,3 mil milhões de euros em finais de Esta variação negativa do valor total do balanço pode ser quase que integralmente atribuída à evolução registada no ramo Vida. Efetivamente, nas responsabilidades técnicas Vida (que englobam Provisões Técnicas e Passivos Financeiros) observou-se uma quebra de -1,2 mil milhões de euros (ou seja, -2,8%) quando comparadas com as registadas em final de 2014, evolução que não estará certamente dissociada da contração observada na produção deste segmento durante 2015 (-17%). Esta quebra não foi, contudo, integralmente acompanhada do lado do ativo, onde os investimentos e disponibilidades (caixa e depósitos à ordem) diminuíram apenas -2,0% face a Face à conjunção das evoluções observadas do lado do ativo e do lado do passivo, o total capital próprio do setor registou, sem surpresa, um crescimento de mais de 320 milhões de euros (+7,0%). Esta evolução dos capitais próprios contribuiu, por sua vez, para o crescimento do rácio de solvência agregado do setor que, em final de 2015, era de 235%, o que significa que os capitais disponíveis para cobrir os requisitos de capital eram mais de duas vezes os exigidos legalmente para efeitos do (anterior) regime Solvência I, registando assim um cresci- Num contexto em que os requisitos de capital se mantiveram praticamente inalterados, esta evolução em termos homólogos é integralmente justificada por uma subida de quase +676 milhões de euros nos elementos elegíveis de capital (+14% quando comparado com 2014). O aumento nos elementos elegíveis de capital ocorreu apesar da significativa redução dos montantes registados na rubrica Reservas de Reavaliação (-762 milhões de euros), rubrica de capital próprio onde, por regra, se registam valias ainda não realizadas em instrumentos financeiros e outros ativos (note-se que esta variação foi apenas de -603 milhões de euros se a considerarmos líquida da correspondente variação, em sentido oposto, observada na rubrica Reservas por impostos diferidos). Em sentido inverso evoluíram, no entanto, as rubricas Outras reservas (+775 milhões de euros) e Resultado Liquido do Exercício, líquido de distribuições efetivas (+544 milhões de euros), evoluções que contribuíram assim para o crescimento dos elementos elegíveis de capital observado em Esta evolução dos capitais próprios contribuiu, por sua vez, para o crescimento do rácio de solvência agregado do setor que, em final de 2015, era de 235%, o que significa que os capitais disponíveis para cobrir os requisitos de capital eram mais de duas vezes os exigidos legalmente.

19 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS % % % % % / RÁCIO DE SOLVÊNCIA U: Percentagem Fonte: Mapas ASF (Solvência_ES)

20 20 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES SEGUROS E SOCIEDADE / Importância do setor e devolução à sociedade A quebra da produção de seguro direto gerou um natural decréscimo do indicador que mede a penetração do setor na economia (rácio de prémios sobre Produto Interno Bruto) de cerca de -1,3 p.p., situando-se este, em finais de 2015, nos 7,1%. Como seria de esperar, esta evolução é integralmente justificada pelo decréscimo observado na penetração do ramo Vida (4,8%, em 2015, contra os 6,1%, observados em 2014). Mesmo num contexto de quebra da produção, uma evidência adicional da presença e importância da atividade seguradora para a economia é o papel assumido pelo setor segurador enquanto investidor institucional. No final de 2015, o volume total da sua carteira de investimentos equivalia a quase 54 mil milhões de euros (perto de 30% do PIB) o que coloca, mais uma vez, o setor segurador no topo dos investidores institucionais em Portugal. No final de 2015, o volume total da sua carteira de investimentos equivalia a quase 54 mil milhões de euros (perto de 30% do PIB) o que coloca, mais uma vez, o setor segurador no topo dos investidores institucionais em Portugal.

21 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 21 Mais do que a dimensão do negócio, a atividade seguradora destaca-se das demais atividades económicas pela sua forte intervenção em áreas de evidente interesse social, como são a proteção de pessoas e bens e a gestão das poupanças dos aforradores. No entanto, mais do que a dimensão do negócio, a atividade seguradora destaca-se das demais atividades económicas pela sua forte intervenção em áreas de evidente interesse social, como são a proteção de pessoas e bens e a gestão das poupanças dos aforradores. A isto acresce ainda o relevante papel desempenhado pelo setor na promoção do desenvolvimento económico, em particular através de financiamentos de médio e longo prazo ao Estado e do setor empresarial privado. / INDICADORES /13 +15/14 Ativos de Investimento / PIB 32,0% 32,0% 30,0% 0,0 p.p. -2,0 p.p. Prémios S.D. / PIB 7,9% 8,3% 7,1% 0,4 p.p. -1,3 p.p. Ramo Vida 5,6% 6,1% 4,8% 0,5 p.p. -1,3 p.p. Ramos Não Vida 2,3% 2,2% 2,2% -0,1 p.p. -0,0 p.p. Prémios S.D. / Nº Habitantes (Euros) ,7% -11,0% Ramo Vida ,6% -16,6% Ramos Não Vida ,4% 4,3% Fonte: APS, BdP, INE / CARTEIRA DOS INVESTIDORES INSTITUCIONAIS FIM - Fundos de invest. mobiliário e merc. monet ,2% 12,0% 12,6% FII - Fundos de investimento imobiliário ,0% 12,7% 11,8% Fundos de Pensões ,2% 18,2% 19,0% Empresas de seguro ,6% 57,1% 56,6% TOTAL % 100% 100% U: Milhões de Euros Fonte: APS. BdP. ASF. APFIPP e CMVM.

22 22 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Efetivamente, as volumosas responsabilidades que é obrigado a provisionar por força das normas prudenciais a que está sujeito, conjuntamente com as características intrínsecas das responsabilidades assumidas e as estratégias de investimento adotadas, fazem com que o setor segurador invista mais de 36,4 mil milhões de euros (67,7% da carteira de ativos) em títulos de dívida (pública e privada, 33,8% e 29,0% do total da carteira, respetivamente), dando assim um contributo decisivo para o financiamento e estabilidade da nossa economia. A título de exemplo, estima-se que, em finais de 2015, só em dívida pública portuguesa estariam em carteira nas seguradoras mais de 9 mil milhões de euros em títulos. E é também graças a uma gestão cuidada e eficiente da sua carteira de investimentos e dos resultados por ela gerados que o setor segurador tem a capacidade de devolver anualmente à sociedade a totalidade - ou até mesmo mais - do volume de prémios que recebe dos tomadores de seguros. Assim, se acrescermos ao valor dos prémios emitidos o montante correspondente ao imposto do selo das apólices e a carga parafiscal associada aos prémios de seguro, chegamos à conclusão que o custo total suportado pelos tomadores com contratos de seguro no mercado Português ascendeu, em 2015, a cerca de 13,2 mil milhões de euros. Uma parte substancial destes prémios - 11,3 mil milhões de euros - foi, desde logo, devolvida aos segurados e outros beneficiários através: / Da constituição de provisões para pagamentos futuros relacionados com as eventualidades acima referidas. / Da constituição e reforço de responsabilidades associadas às poupanças de longo prazo dos portugueses. Adicionalmente, e ignorando, quer o IVA suportado com bens e serviços, incluindo na reparação de sinistros, quer o IRS retido nos rendimentos das poupanças e nos salários dos empregos, o setor entregou ao Estado ou a instituições sob a sua tutela (como, por exemplo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o Instituto Nacional de Emergência Médica, o Fundo de Garantia Automóvel e o Fundo de Acidentes de Trabalho) quase 800 milhões de euros correspondente a impostos sobre o rendimento, taxas parafiscais a cargo das seguradoras e impostos e taxas parafiscais a cargo do segurado. Por outro lado, em custos com os cerca de 11 mil empregados e com as comissões pagas aos mais de 23 mil mediadores de seguros, foram ainda despendidos mais 1,1 mil milhões de euros, que são a base ou um importante suporte do rendimento desta parte da população portuguesa. Por fim, aos acionistas foram alocados cerca de 400 milhões de euros correspondentes aos resultados gerados pela atividade e como forma de remuneração do capital investido. / De pagamentos de indemnizações, nomeadamente sob a forma de pagamentos imediatos de custos com a saúde, de indemnizações por morte, para recuperação de património e outras compensações por danos materiais e corporais; Em conclusão, no seu conjunto, o setor segurador acabou por devolver à sociedade cerca de 13,6 mil milhões de euros em 2015, ou seja, um valor superior à verba global que recebeu dos tomadores de seguros como prémios e respetiva carga fiscal e parafiscal. / COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA POR TIPO DE ATIVO Ações 2,6% 4,9% 7,6% Depósitos (Bancos) 12,0% 10,6% 10,9% Derivados 0,5% 0,4% 0,4% Imóveis 1,7% 1,6% 1,6% Obrigações 69,8% 69,7% 67,7% Outros Ativos 1,3% 1,1% 1,3% Produtos Estruturados 2,4% 1,8% 1,3% Unidades de Participação 9,6% 9,8% 9,1% TOTAL 100% 100% 100% Fonte: Mapas ASF (Investimentos_ES)

23 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 23 U: Mil milhões de Euros DEVOLUÇÃO À SOCIEDADE 13,6 U: Mil milhões de Euros PRÉMIOS RECEBIDOS DOS TOMADORES 13,2 42,82% Não Vida 4,0 2,9 Custos com sinistros e provisões NÃO VIDA 0,8 0,6 4,67% 1,38% 1,17% 1,67% 0,5 0,5 0,4 48,29% VIDA 8,7 8,4 Custos com sinistros e provisões VIDA / estrutura da carteira de obrigações em 2015 / Dívida ao Estado 48,29% / Dívida Mun./Reg. 1,67% / Entidades Privadas 42,82% / Papel Comercial 1,17% / Outras 4,67% / Obrigações Conv. em Acções 1,38% / DEVOLUÇÃO À SOCIEDADE U: Mil milhões de Euros / Vida 8,7 / Não Vida 4,0 / Impostos e taxas 0,5 / Custos com sinistros e Prov. Vida 8,4 / Custos com sinistros e Prov. Não Vida 2,9 / Comissões a mediadores 0,6 / Impostos e taxas 0,8 / Custos com pessoal 0,5 / Valores imputados aos Acionistas 0,4

24 24 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Considerando apenas o imposto do selo das apólices (suportado pelos tomadores), o IRC suportado pelas seguradoras e as diversas taxas parafiscais a cargo de tomadores e seguradoras, estima-se que a receita fiscal e parafiscal gerada por esta atividade tenha ascendido, em 2015, a cerca de 785 milhões de euros.

25 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 25 / Carga fiscal e parafiscal Igualmente relevantes para as finanças públicas nacionais são os impostos suportados pelo setor segurador ou arrecadados através da sua atividade. Considerando apenas o imposto do selo das apólices (suportado pelos tomadores), o IRC suportado pelas seguradoras e as diversas taxas parafiscais a cargo de tomadores e seguradoras, estima-se que a receita fiscal e parafiscal gerada por esta atividade tenha ascendido, em 2015, a cerca de 785 milhões de euros. Este montante é equivalente a 7,2% do total da produção de seguro direto, ou a 19,5% se considerados apenas os prémios Não Vida, sobre os quais incide a maior parte desta carga. Destaque-se também que, com uma taxa efetiva na ordem dos 43%, o valor do imposto sobre o rendimento suportado pelas empresas de seguros situou-se em valores muito acima daqueles que decorreriam da aplicação das suas taxas máximas - IRC (25%), derrama municipal (1,5%) e derrama estadual (5,0%). No entanto, ainda em sede de imposto sobre o rendimento, nunca é demais referir que, face à volatilidade observada na taxa efetiva nos últimos anos e tendo em conta a intensidade dos ciclos económicos na atividade seguradora, só mesmo uma análise temporal alargada pode produzir uma taxa efetiva de IRC (e derrama) coerente, nomeadamente anulando o efeito do reporte de prejuízos fiscais acumulados em anos economicamente deficitários. Para finalizar, referir apenas que face aos números aqui apresentados, e embora não se conheçam ainda os valores finais agregados da receita fiscal nacional para 2015, estima-se que setor segurador seja responsável por cerca de 2% do total da receita fiscal nacional (impostos diretos e indiretos) e de 5% da receita do IRC 2. Com uma taxa efetiva na ordem dos 43%, o valor do imposto sobre o rendimento suportado pelas empresas de seguros situou-se em valores muito acima daqueles que decorreriam da aplicação das suas taxas máximas. / CARGA FISCAL E PARAFISCAL (e) +14/13 +15/14 A CARGO DOS TOMADORES Selo da Apólice ,3% 3,3% Fundo de Garantia Automóvel ,0% -6,2% Fundo de Acidentes de Trabalho ,0% -3,0% Autoridade Nacional de Proteção Civíl ,8% 2,1% Instituto Nacional de Emergência Médica ,2% 30,6% Sub-Total ,3% 6,1% A CARGO DAS SEGURADORAS Certificado RC (apólices de Automóvel) ,0% 0,4% Aut. de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões ,0% 0,0% Fundo de Acidentes de Trabalho ,0% -2,6% IRC e Derrama ,7% -2,7% Sub-Total ,5% -2,5% TOTAL ,7% 2,9% RÁCIOS (e) +14/13 +15/14 Taxa IRC (IRC e Derrama/Result. bruto do ex.) 32,8% 26,0% 43,0% -6,8 p.p. 17,0 p.p. Carga Fiscal e Parafiscal / Prémios s.d. 4,9% 6,5% 7,2% 1,6 p.p. 07 p.p. Tomadores de seguros 3,0% 4,1% 4,7% 1,2 p.p. 0,6 p.p. Seguradoras 1,9% 2,4% 2,5% 0,5 p.p. 0,1 p.p. Carga Fiscal e Paraf. / Prémios s.d. N.V 19,0% 18,3% 19,5% -0,7 p.p. 1,2 p.p. U: Milhões de Euros Nota: Valores estimados pela APS, exceto os do FAT (total) e FGA, retirados dos seus relatórios. Não incluem os montantes correspondentes ao IRC, IVA ou IRS retido. (e) Valores totalmente estimados pela APS. 2 Rácios calculados com base na proposta de Orçamento do Estado para 2016.

26 26 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

27 COMUNICAÇÃO E IMAGEM COMUNICAÇÃO /28 LITERACIA FINANCEIRA /30 IMAGEM DO SETOR /32

28 28 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES COMUNICAÇÃO / Comunicação social A interação da APS com a Comunicação Social depende grandemente de eventos ou iniciativas levadas a cabo pela Associação, de que foram exemplo as relacionadas com a Literacia Financeira, assinatura do Protocolo Inter-Associações Financeiras ou o Estudo de Maturidade Digital efetuado, ou de eventos que afetem o setor segurador nacional, como foi o caso das inundações no Algarve no final do ano de Tal como em anos anteriores foram ainda divulgados os indicadores agregados do setor segurador, com enfoque na evolução dos seus resultados e investimentos, mas também na evolução das reclamações que recebeu. Comunicados de imprensa 2015 / Lançamento do livro Catástrofes e Grandes Desastres. / Associações do sistema financeiro unem-se para uma resposta mais eficaz ao desafio do crescimento económico. / Poupanças em seguros crescem milhões de euros nos últimos 12 meses. / Reclamações nas seguradoras descem em / Resultado líquido de 458 milhões de euros no 1º semestre. / Investimentos do setor segurador acima dos 53 mil milhões de euros - Investimento em ações ganha peso nas carteiras de ativos das seguradoras. / Capgemini e APS realizam estudo de avaliação da maturidade digital do setor segurador Português. / Associação Portuguesa de Seguradores comemora o Dia da Formação Financeira - APS lança microsite educativo Portugal Seguro e colabora em projeto pioneiro de educação financeira. / Temporal de 1 de novembro no Algarve - mais de processos de seguro abertos nos primeiros 5 dias após o evento. / Duas semanas após o temporal de 1 de novembro no Algarve - Aumentam para os processos de seguro abertos - Dados ainda provisórios apontam agora para mais de 14 milhões de euros de danos cobertos nas apólices já acionadas. / Três semanas após as inundações que afetaram o Algarve em 1 de novembro - Aumentam para quase os processos de sinistro abertos - Dados atualizados apontam para mais de 15,5 milhões de euros de danos cobertos nas apólices já acionadas / Produção de seguro direto em O segmento Não Vida com maior taxa de crescimento nos últimos 10 anos. Segmento Vida com redução conjuntural; Volume de vendas atingiu 12,7 mil milhões de euros, o equivalente a 7,2% do PIB e a euros por habitante. / Capitais próprios do setor segurador evoluem favoravelmente em vésperas da aplicação do novo regime prudencial Solvência II - O resultado global de 390 milhões de euros justifica parte significativa deste crescimento dos capitais face a / Associação Portuguesa de Seguradores apoia campanha da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

29 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 29 O XVI Encontro de Resseguros, contou com um número recorde de 270 participantes, representando mais de 12 países. / XVI Encontro de Resseguros no Estoril De 18 a 20 de maio de 2016, realizou-se no Estoril o XVI Encontro de Resseguros, evento que contou com um número recorde de 270 participantes, representando mais de 12 países. Como sempre, as duas manhãs de trabalho foram complementadas com reuniões bilaterais entre os principais resseguradores internacionais que operam no mercado e os seguradores portugueses, dinâmica muito do agrado dos participantes e que mantém o chamado Encontro do Estoril no top dos eventos internacionais de resseguro. Subordinado ao tema genérico da Gestão do Risco, na primeira sessão foram focados dois temas: A gestão do risco nos tempos modernos e A gestão do risco numa grande cidade. Na segunda manhã os trabalhos iniciaram-se com o tema Novos riscos, novas oportunidades e novos desafios, incluindo exposições sobre Ciberriscos, Nova vida para o seu negócio de vida e Big Data: oportunidades e riscos tendo, na segunda parte, sido apresentados os temas Repensando o risco num mundo mais incerto e O sistema financeiro europeu e português: novos e velhos riscos.

30 30 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Já em preparação o terceiro livro da Coleção Seguros e Cidadania que dará a conhecer aos leitores a forma transversal como a atividade seguradora está presente em diversos momentos da vida em sociedade, bem como a rede de profissões que, de forma direta ou indireta, se relacionam com esta atividade. LITERACIA FINANCEIRA Procurando criar consumidores cada vez mais informados sobre diversos aspetos do setor financeiro e, principalmente, sobre as diferentes vertentes do seguro e da sua penetração e importância na sociedade, o setor tem vindo a dedicar os seus esforços à área da literacia financeira, com um peso cada vez maior no âmbito da comunicação da APS. Projeto Seguros e Cidadania A temática do 2º volume da Coleção Seguros e Cidadania intitulado «Catástrofes e Grandes Desastres», permitiu criar uma interação interessante com Gabinetes de Educação e Proteção Civil, potenciando algumas iniciativas à volta deste novo livro, nomeadamente apresentações: / Na Escola Secundária 2, 3 D. Filipa de Lencastre. / Nas comemorações do Dia Mundial da Proteção Civil na Alameda Afonso Henriques. / Na Biblioteca Almeida Garrett a convite da Câmara Municipal do Porto. / No Instituto Politécnico de Leiria para alunos seus e das escolas de Leiria. / Na Casa do Tinoni, espaço da Proteção Civil de Lisboa. Entretanto, está já a ser preparado o terceiro livro da Coleção, que dará a conhecer aos leitores a forma transversal como a atividade seguradora está presente em diversos momentos da vida em sociedade, bem como a rede de profissões que, de forma direta ou indireta, se relacionam com esta atividade. Microsite Portugal Seguro No âmbito da parceria já existente entre a APS e o Centro de Investigação para Tecnologias Interativas (CITI), foi decidido evoluir da mera criação de jogos sérios para a criação de um microsite para agregar vários tipos de informação e de atividades relacionadas com o projeto de Literacia Financeira. Assim, foi criado o microsite Portugal Seguro, onde o público pode aceder a diferentes histórias, ocorridas em diferentes pontos de Portugal, relatando situações vividas por um grupo de jovens, nas quais se vão introduzindo conceitos de seguro. Este microsite, que agrega os diversos materiais (jogos, livros e brochuras) já produzidos e permite ações de interatividade com o seu público-alvo, que são os jovens, foi lançado por ocasião do Dia da Formação Financeira, evento dinamizado pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, que se comemorou em Faro, no dia 30 de outubro de 2015, e ao qual, tal como em anos anteriores, a APS se associou. Foi criado o microsite Portugal Seguro, onde o público pode aceder a diferentes histórias, ocorridas em diferentes pontos de Portugal, relatando situações vividas por um grupo de jovens, nas quais se vão introduzindo conceitos de seguro. Plano Nacional de Formação Financeira Neste projeto já com 5 anos, e que tem decorrido no âmbito, ou em paralelo, com o Plano de Literacia Financeira, foi dado um passo significativo com a assinatura do Protocolo de cooperação para a preparação de materiais didático-pedagógicos de apoio ao Referencial

31 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 31 de Educação Financeira, entre o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal), o Ministério da Educação e Ciência e associações do setor financeiro (APB Associação Portuguesa de Bancos; APS - Associação Portuguesa de Seguradores; APFIPP - Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios e ASFAC -Associação de Instituições de Crédito Especializado). O protocolo deu corpo ao projeto de desenvolvimento dos Cadernos de Literacia Financeira, materiais didático-pedagógicos de apoio ao Referencial de Educação Financeira, tendo as associações financeiras acompanhado todo o desenvolvimento dos conteúdos, e grafismo do 1º Caderno, destinado ao 1º ciclo, e que aborda os temas Necessidades e desejos, Despesas e rendimentos, Poupança, Risco e incerteza e Meios de pagamento de forma lúdico-didática através de um conjunto de situações vividas por duas crianças, o Tomás e a Clara com a sua família. Entretanto começaram já a ser preparados os Cadernos para o 2º e 3º Ciclo que deverão ser lançados no início do ano letivo 2016/2017, estando as associações a colaborar ativamente na definição dos seus conteúdos e no acompanhamento dos trabalhos gráficos. Neste projeto já com 5 anos, e que tem decorrido no âmbito, e em paralelo, com o Plano de Literacia Financeira, foi dado um passo significativo com a assinatura do Protocolo de cooperação para a preparação de materiais didático-pedagógicos de apoio ao Referencial de Educação Financeira.

32 032 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR / ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES IMAGEM DO SETOR ECSI No decurso de 2015 foram conhecidos os resultados de mais uma edição do ECSI - European Costumer Satisfaction Index, onde se avaliou o índice de satisfação referente a Os resultados demonstram que, mesmo numa conjuntura adversa, o setor segurador mantém, pelo sétimo ano consecutivo, a liderança do Índice Nacional de Satisfação do Cliente no setor financeiro. Nomeadamente, o setor segurador regista uma evolução mais positiva que o setor bancário. Com efeito, enquanto em 2000 apresentava índices claramente inferiores aos da banca, em 2014/2015 verifica-se já o oposto. De um modo geral, o setor segurador apresenta índices de satisfação superiores aos de lealdade. No que concerne ao índice de satisfação, verifica-se que o setor dos seguros regista a sua maior valorização média no ano 2014/2015 (7,59 pontos). 7, ,59 7,50 7,48 7,48 7, ,29 7,29 7,25 7,19 7,18 7, ,09 6,90 6,80-2 6,51 Os resultados demonstram que, mesmo numa conjuntura adversa, o setor segurador mantém, pelo sétimo ano consecutivo, a liderança do Índice Nacional de Satisfação do Cliente no setor financeiro. / POSIção RELATIVA DOS ÍNDICES DE SATISFAÇÃO (ECSI) EM Fonte: Estudo ECSI Mais informações: 2015#Apres_ECSI_2014/2015_20-outubro-2015 Gás em garrafa Seguros Águas STM Combustíveis Banca STF Comunicações Gás Natural TV Subscrição Dual Internet Móvel Internet Fixa Electricidade AMP AML

33 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 033 O novo site da APS, disponível em está dividido em 4 microsites: Portal institucional, Academia, Extranet e GPCV. Tem ainda links diretos para o site do projeto Seguros e Cidadania, para os diversos simuladores que a APS disponibiliza ao público, para o projeto CIRAC e para o site de Gestão de Riscos e Solvência. Novo Site da APS Na sequência de uma evolução tecnológica levada a cabo no site da APS, foi igualmente repensada a componente gráfica do mesmo, tendo-se optado por uma abordagem mais leve e também mais dinâmica na apresentação dos conteúdos. Disponível no mesmo endereço o novo site está dividido em 4 microsites: Portal institucional, Academia, Extranet e GPCV. Tem ainda links diretos para o site do projeto Seguros e Cidadania, para os diversos simuladores que a APS disponibiliza ao público, para o projeto CIRAC e para o site de Gestão de Riscos e Solvência. Campanha Maio - Mês do Coração A APS, em representação das suas Associadas, e no âmbito da política de responsabilidade social destas, associou-se à Fundação Portuguesa de Cardiologia, patrocinando a Campanha maio, mês do coração, que teve como objetivo sensibilizar os portugueses para o tema da insuficiência cardíaca, uma patologia que de acordo com os últimos dados afeta 26 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de 400 mil pessoas em Portugal. Com o mote cuide da sua máquina, a campanha decorreu durante todo o mês de maio de 2016, com várias atividades de sensibilização, que pretenderam chamar a atenção da população portuguesa para sintomas que habitualmente não são associados a problemas do coração e que são os primeiros sinais de alerta para a insuficiência cardíaca como, por exemplo: dificuldade em respirar (dispneia), membros inferiores inchados devido à acumulação de líquidos, fadiga intensa, tosse ou pieira, náuseas e aumento de peso. Para além do compromisso da APS, várias empresas de seguros associaram-se individualmente a esta iniciativa, revelando que o setor segurador se preocupa com o bem-estar e a saúde das pessoas, apoiando iniciativas que tenham como objetivo sensibilizar a população de forma a contribuir para uma maior prevenção de doenças. Para além do compromisso da APS, várias empresas de seguros associaram-se individualmente à iniciativa da Fundação Portuguesa de Cardiologia, revelando que o setor segurador se preocupa com o bem-estar e a saúde das pessoas, apoiando iniciativas que tenham como objetivo sensibilizar a população para uma maior prevenção de doenças.

34 34 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

35 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO NOVO REGIME JURÍDICO DA ATIVIDADE SEGURADORA /36 SOLVÊNCIA II /38 DIRETIVA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS /40 PRODUÇÃO LEGISLATIVA DIVERSA COM IMPACTO NOS SEGUROS /42 REFORMA DO IRS /44 TROCA DE INFORMAÇÃO FISCAL A NÍVEL INTERNACIONAL (FATCA E DAC2) /46

36 36 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES NOVO REGIME JURÍDICO DA ATIVIDADE SEGURADORA No dia 9 de setembro de 2015 foi publicada a lei de transposição da Diretiva Solvência II - Lei n.º 147/ com um alcance muito alargado para a atividade seguradora e dos fundos de pensões, indo para além do âmbito da própria Diretiva. Esta lei: A adoção de um novo regime jurídico da atividade seguradora e resseguradora (RJASR, um anexo à Lei nº 147/2015), substituindo o que provinha do Decreto-Lei 94-B/98, de 17 de abril, representa, porém, a evolução mais relevante deste processo. / Aprova o regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora. / Aprova o regime processual aplicável aos crimes especiais do setor segurador e dos fundos de pensões e às contraordenações cujo processamento compete à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). / Procede à quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro, relativo à constituição e funcionamento dos fundos de pensões e das entidades gestoras de fundos de pensões. / Procede à primeira alteração ao regime jurídico do contrato de seguro, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril. / Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 40/2014, de 18 de março (clarificando competências das autoridades de supervisão). Uma evolução expressiva, desde logo, no que respeita às condições financeiras exigidas às empresas para o exercício da atividade seguradora em Portugal, adotando os princípios e regras do Pilar I do regime Solvência II. Mas também significativa no que respeita aos requisitos do sistema de governação e de reporte e divulgação pública de informação das empresas de seguros, matérias cobertas, respetivamente, pelos Pilares II e III daquele regime. Adicionalmente, ainda que nalguns casos também com fundamento na Diretiva Solvência II, o RJASR veio mexer substancialmente no âmbito e poderes de supervisão, nas regras de conduta de mercado, na supervisão das empresas integradas em grupos, nas regras de saneamento e liquidação e no regime sancionatório da atividade seguradora. Com a publicação deste RJASR - que, no essencial, produz efeitos a partir de 1 de janeiro de ficou pendente o ajustamento de diversa regulamentação em vigor, que terá que ser conformada ao novo regime. / Revoga o Decreto de 21 de outubro de / Revoga o Decreto-Lei n.º 90/2003, de 30 de abril. Formalmente, este ajustamento regulamentar iniciou-se, ainda em 2015, com a publicação da Norma Regulamentar referente aos pedidos de aprovação para a utilização de medidas transitórias e de longo prazo associadas aos requisitos

37 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 37 A adoção deste novo regime representa uma evolução expressiva, desde logo, no que respeita às condições financeiras exigidas às empresas para o exercício da atividade seguradora em Portugal, adotando os princípios e regras do Pilar I do regime Solvência II. Mas também significativa no que respeita aos requisitos do sistema de governação e de reporte e divulgação pública de informação das empresas de seguros, matérias cobertas, respetivamente, pelos Pilares II e III daquele regime. Com a publicação deste RJASR - que, no essencial, produz efeitos a partir de 1 de janeiro de ficou pendente o ajustamento de diversa regulamentação em vigor, que terá que ser adaptada ao novo regime. quantitativos (Pilar I), medidas previstas no Solvência II para suavizar a transição ou impactos do novo regime (ainda que as medidas transitórias não componham o RJASR, estando antes integradas na própria Lei nº 147/2015). / Conduta de mercado. / Informações à ASF sobre participações qualificadas (já publicado na Norma Regulamentar nº 3/2016-R). Para 2016 transitou então todo o remanescente processo de regulamentação do novo RJASR, ainda que este tenha entrado em vigor no seu primeiro dia. E até meados do ano tinham sido lançados pela ASF projetos ou anteprojetos normativos relativos a: Num período já de si muito exigente para as empresas e para o supervisor, conduzir este processo de regulamentação (e respetiva implementação) de forma equilibrada e eficiente será, sem dúvida, um desafio maior para todo o setor segurador. / Certificação da qualificação profissional do atuário responsável (já publicado na Norma Regulamentar nº 6/2016-R. / Certificação dos elementos de informação de abertura para efeitos de supervisão (já publicado na Norma Regulamentar nº 5/2016-R). / Certificação dos relatórios de divulgação pública e de reporte para supervisão em Solvência II. / Revisão do Plano de Contas para as Empresas de Seguros (ainda que não no âmbito estrito do RJASR, mas induzida também pela sua alteração). Num período já de si muito exigente para as empresas e para o supervisor, conduzir este processo de regulamentação (e respetiva implementação) de forma equilibrada e eficiente será, sem dúvida, um desafio maior para todo o setor segurador.

38 38 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES SOLVÊNCIA II / PROCESSO LEGISLATIVO E CALENDÁRIO A publicação do regime jurídico do acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora (RJASR) foi apenas uma componente de um processo legislativo bem mais complexo de uma complexidade nunca antes testada no setor segurador envolvendo simultaneamente vários níveis de regulação europeia complementar à Diretiva e várias matérias para regulamentação nacional, num exercício que, ainda longe de concluído, levava já cerca de páginas de regras e orientações no final de Apesar deste marco fundamental, o regime está longe de definitivamente consolidado em todas as suas vertentes e o setor longe de completamente preparado e equipado para responder às novas exigências e para incorporar na sua gestão todos os impactos que daqui decorrerão. Como fonte de incerteza adicional, refira-se que são ainda diversas as matérias que carecem de densificação regulamentar, quer a nível nacional, quer a nível europeu, sendo expectável que esta venha a evoluir significativamente durante 2016 (ver, a propósito, os desenvolvimentos do ponto anterior sobre o RJASR) e inícios de / Processo de preparação e arranque (2015 e 2016) De acordo com um conjunto de orientações emitidas pela EIOPA (relacionadas com Sistema de Governação, Modelos Internos e Reporte), o período preparatório para o novo regime situou-se entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de Trata-se, portanto, de um processo legislativo ainda ativo e muito dinâmico, como são prova não só a publicação (já em abril de 2016) de alterações aos atos delegados do Solvência II (introduzindo uma nova classe de investimentos: investimentos em infraestruturas), mas também o já anunciado planeamento do processo de revisão pontual do regime a realizar em Em Portugal, a ASF, através da Circular N º 5/2014 e utilizando como referencial as referidas orientações da EIO- PA, estabeleceu um conjunto de obrigações para o ano de 2015, entre as quais o reporte anual na fase preparatória (com data referência de 31 de dezembro de 2014) e o reporte trimestral na fase preparatória (com data referência de 30 de setembro de 2015). A publicação do regime jurídico do acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora (RJASR) foi apenas uma componente de um processo legislativo bem mais complexo - de uma complexidade nunca antes testada no setor segurador - envolvendo simultaneamente vários níveis de regulação europeia complementar à Diretiva e várias matérias para regulamentação nacional, num exercício que, ainda longe de concluído, levava já cerca de páginas de regras e orientações no final de 2015.

39 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 39 Em simultâneo com os processos mais formais de reporte e de (pré)pedidos de aprovação, aceleraram os processos de reconfiguração governativa das empresas de seguros, adequando as organizações às condições impostas pelo regime Solvência II. Estas obrigações, além de permitirem ter ideia antecipada da posição financeira e de solvência ao abrigo do (então futuro) regime Solvência II, permitiram também testar os circuitos de comunicação entre a ASF e as empresas de seguros sujeitas à sua supervisão e os grupos seguradores, num contexto de utilização da linguagem XBRL para a troca de informação. Entretanto, com o arranque de 2016 arrancou formalmente a aplicação do Solvência II e, tal como durante o período preparação, continuam a ser notórias as preocupações com o exigente calendário que recai sobre os operadores, não só por força da implementação do novo regime, mas também da manutenção, durante o ano de 2016, de obrigações decorrentes do anterior (para informação referente a final de 2015). Não restam dúvidas que os desafios em torno da implementação do regime Solvência II prolongar-se-ão durante os próximos anos, devendo todas as partes envolvidas - desde os supervisores até os supervisionados, passando também por auditores e atuários responsáveis - estar conscientes que nos encontramos ainda num período de transição e de aprendizagem conjunta, pelo que quaisquer medidas e decisões a tomar nesta fase deverão ser devidamente ponderadas à luz desta realidade e deverão tentar incorporar alguma flexibilidade para potenciais afinamentos futuros. Em paralelo, a ASF divulgou também a Circular Nº 1/2015 que instituiu os processos de pedidos (prévios) de aprovação para a utilização de medidas transitórias e de longo prazo associadas aos requisitos quantitativos e que permitiu às seguradoras interessadas iniciarem estes processos, muitos deles bastante complexos, em data anterior à entrada em vigor do novo regime. O conteúdo desta Circular foi, nos seus pontos essenciais e após a publicação do novo RJASR, convertido em norma regulamentar publicada já em finais de 2015 (Norma Regulamentar nº 6/2015-R). Em simultâneo com os processos mais formais de reporte e de (pré)pedidos de aprovação, aceleraram os processos de reconfiguração governativa das empresas de seguros, adequando as organizações às condições impostas pelo regime Solvência II. Embora boa parte dos atuais princípios de governação estivessem já instituídos, as novas exigências não deixaram de requerer um esforço de clarificação e segmentação de funções e sistemas internos, assim como de afinação dos processos de autoavaliação do risco e da solvência, muito se tendo desenvolvido nesta matéria durante o ano de 2015 e inícios de Em 2016 arrancou formalmente a aplicação do Solvência II e, tal como durante o período preparação, continuam a ser notórias as preocupações com o exigente calendário que recai sobre os operadores, não só por força da implementação do novo regime, mas também da manutenção, durante o ano de 2016, de obrigações decorrentes do anterior.

40 40 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES DIRETIVA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS Depois de vários anos em preparação, a nova Diretiva sobre a Distribuição de Seguros (Diretiva 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho) foi publicada em janeiro de 2016 e constitui um marco fundamental na regulação da mediação (e distribuição) de seguros na União Europeia. O principal objetivo da profunda reformulação que introduz neste domínio consiste em harmonizar, num padrão mínimo, as disposições nacionais relativas à distribuição de seguros e de resseguros, reconhecendo as vantagens para os consumidores da existência de diferentes canais de distribuição e de mediadores com diferentes formas de cooperação com empresas de seguros, mas também a necessidade de se lhes impor igual tratamento, exigindo-lhes condições equiparáveis. Daí que, em relação à anterior Diretiva da Mediação de Seguros, se assista aqui a um alargamento do âmbito de aplicação a todas as vendas de produtos de seguros, ficando abrangidas também, em condições semelhantes aos O principal objetivo da profunda reformulação que introduz neste domínio consiste em harmonizar, num padrão mínimo, as disposições nacionais relativas à distribuição de seguros e de resseguros. Reconhece as vantagens para os consumidores da existência de diferentes canais de distribuição e de mediadores com diferentes formas de cooperação com empresas de seguros, mas também a necessidade de se lhes impor igual tratamento, exigindo-lhes condições equiparáveis.

41 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 41 agentes e corretores de seguros, as empresas de seguros que vendam produtos de seguros diretamente aos tomadores, bem como outros intervenientes no mercado que os vendam a título acessório (a menos que satisfaçam as condições de isenção). O conceito amplo de distribuidor de seguros passa, pois, a englobar os mediadores, os mediadores a título acessório e as próprias empresas de seguros. A todos eles, ou aos seus responsáveis ou colaboradores efetivamente envolvidos na distribuição de seguros, são exigidos requisitos profissionais e de organização acrescidos, em especial conhecimentos e aptidões adequados e comprovados (envolvendo formação e aperfeiçoamento profissional contínuo, com referenciais mínimos definidos) e boa reputação (condicionada a um registo criminal sem infrações penais graves em atividades financeiras e à inexistência de situações de falência ou insolvência). Mas, acima de tudo, são reforçados os requisitos de informação e regras de conduta da atividade dos distribuidores, partindo do princípio geral que esta deve ser exercida (de forma honesta, correta e profissional) em conformidade com os melhores interesses dos clientes. Neste capítulo, a Diretiva define condições mínimas aplicáveis à política de remuneração, à informação a prestar aos clientes (e respetivas condições), aos deveres em caso de conflito de interesse, às práticas de aconselhamento e normas de venda (prevendo, nomeadamente, um documento normalizado de informação sobre o produto para os ramos Não Vida), às vendas associadas e à supervisão e governação de produtos (envolvendo um processo de aprovação de cada produto ou sua adaptação, prévio à sua comercialização, mas da responsabilidade dos produtores). E para os produtos de investimento baseados em seguros (seguros unit-linked ou com participação nos resultados) estes requisitos são ainda ampliados e densificados, atenta a preocupação especial do legislador comunitário com os consumidores do setor financeiro. Acima de tudo, são reforçados os requisitos de informação e regras de conduta da atividade dos distribuidores, partindo do princípio geral que esta deve ser exercida em conformidade com os melhores interesses dos clientes. Publicada a Diretiva, o setor segurador e da mediação de seguros prepara-se agora para acompanhar o processo da sua transposição para o ordenamento jurídico nacional, ainda que somente exigida em fevereiro de E será certamente uma tarefa de grande complexidade, sobretudo porque em muitos dos seus capítulos este diploma legislativo comunitário estabelece apenas referenciais mínimos, deixando aos Estados-membros a competência para regular as condições e regras em concreto.

42 42 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES PRODUÇÃO LEGISLATIVA DIVERSA COM IMPACTO NOS SEGUROS No terceiro trimestre de 2015, para além da publicação da lei que procede à transposição da Diretiva Solvência II, foi extensa a produção legislativa envolvendo a atividade seguradora, com quase três dezenas de regimes prevendo seguros, alguns dos quais influenciados pela APS na sua fase de conceção. Em virtude do processo de adaptação à Lei 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais, pode desde logo referir-se a aprovação de vários Estatutos com disposições sobre seguros obrigatórios de responsabilidade civil e acidentes pessoais: Estatuto da Ordem dos Despachantes Oficiais (Lei 112/2015, de 27 de agosto) Estatuto da Ordem dos Economistas (Lei 101/2015, de 20 de agosto) Estatuto da Ordem dos Arquitetos (Lei 113/2015, de 28 de agosto) Estatuto da Ordem dos Médicos (Lei 117/2015 de 31 de agosto) Estatuto da Ordem dos Engenheiros (Lei 123/2015, de 2 de setembro) Estatuto da Ordem dos Médicos Dentistas (Lei 124/2015, de 2 de setembro) Estatuto da Ordem dos Médicos Veterinários (Lei 125/2015, de 3 de setembro) Estatuto da Ordem dos Nutricionistas (Lei 126/2015, de 3 de setembro) Estatuto da Ordem dos Advogados (Lei 145/2015, de 9 de setembro) Estatuto da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (Lei 154/2015, de 14 de setembro) Estatuto da Ordem dos Notários (Lei 155/2015, de 15 de setembro) Estatuto da Ordem dos Enfermeiros (Lei 156/2015, de 16 de setembro) Estatuto da Ordem dos Engenheiros Técnicos (Lei 157/2015 de 17 de setembro) Estatuto da Ordem dos Biólogos (Lei 159/2015, de 18 de setembro)

43 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 43 No terceiro trimestre de 2015, para além da publicação da lei que procede à transposição da Diretiva Solvência II, foi extensa a produção legislativa envolvendo a atividade seguradora, com quase três dezenas de diplomas prevendo seguros obrigatórios. Mas refira-se, também, a publicação de vários outros diplomas que preveem seguros de responsabilidade civil, acidentes pessoais, caução e vida: Amas (Decreto-Lei 115/2015, de 22 de junho, regulamentado na Portaria 226/2015, de 31 de julho e na Portaria 232/2015, de 6 de agosto) Espetáculo tauromáquico (Decreto-Lei 89/2014, de 11 de junho, regulamentado na Portaria 249/2015, de 18 de agosto) Artigos de pirotecnia (Decreto-Lei 135/2015, de 28 de julho) Sociedade Gestora de Zona Empresarial Responsável (ZER) (Portaria 281/2015, de 15 de setembro) Espaços de jogos e recreio: (Decreto-Lei 203/2015, de 17 de setembro) Refira-se, ainda, a aprovação do regime jurídico da Supervisão de Auditoria, transpondo a Diretiva 2014/56/UE, relativa à revisão legal das contas anuais e consolidadas, e assegurando a execução, na ordem jurídica interna, do Regulamento (UE) n.º 537/2014, relativo aos requisitos específicos para a revisão legal de contas das entidades de interesse público, entre as quais se consideram as empresas de seguros e de resseguros. Atividade leiloeira (Decreto-Lei 155/2015, de 10 de agosto) Plataformas eletrónicas de contratação pública (Lei 96/2015, de 17 de agosto) Ourivesaria e contrastarias (Lei 98/2015, de 18 de agosto). Dador vivo de órgãos (Decreto-Lei 168/2015, de 21 de agosto) Atividade de guarda-noturno (Lei 105/2015, de 25 de agosto) Atividade de marítimos a bordo de navios (Lei 146/2015, de 9 de setembro) Peritos avaliadores de imóveis que prestem serviços a entidades do sistema financeiro nacional (Lei 153/2015, de 14 de setembro)

44 44 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES REFORMA DO IRS A reforma do IRS, com efeitos a 2015, implicou diversas alterações ao nível das deduções à coleta, concretamente das despesas de saúde e de despesas gerais familiares dos contribuintes. As deduções com despesas de saúde já existiam no anterior Código do IRS mas têm uma nova redação, sendo permitida a dedução de 15% do valor suportado (com limite global de ) em: / Despesas de saúde com faturas reportadas para o E-Fatura por prestadores com atividade associada à saúde. / Despesas de saúde com faturas reportadas em modelo próprio por prestadores com atividade associada à saúde não obrigados a reportar através do E-Fatura (estabelecimentos públicos de saúde, por exemplo). À medida que se aproximou o período mais crítico do reporte fiscal, as seguradoras começaram a ser confrontadas com inúmeras dúvidas e dificuldades práticas na aplicação das novas regras, algumas das quais não tinham solução conhecida, outras tinham merecido esclarecimentos da Autoridade Tributária, mas de carácter pontual e informal. / Prémios de seguro que cubram exclusivamente os riscos de saúde (sem exigência de reporte através do E-Fatura).

45 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 45 A realidade é que as condições deste novo sistema foram aliviadas por medidas adotadas pelo Governo, nomeadamente o alargamento do prazo de entrega da declaração de IRS e de validação de faturas e a permissão de preenchimento manual pelos próprios contribuintes das deduções de algumas despesas, entre as quais as de saúde. Adicionalmente, foi introduzida uma nova categoria de deduções relativa a despesas gerais familiares, ao abrigo da qual é possível deduzir 35% das despesas com a aquisição de determinados bens e serviços, com o limite de 250 por sujeito passivo, desde que conste de faturas comunicadas à Autoridade Tributária (E-Fatura). Este novo quadro envolve necessariamente uma reformulação das regras e procedimentos de reporte fiscal a seguir pelas entidades envolvidas entre as quais as seguradoras - sendo essencial para garantir um correto pré-preenchimento da declaração de IRS (Modelo 3) que todas as despesas que dão origem a deduções sejam devidamente alocadas. Contudo, à medida que se aproximou o período mais crítico do reporte fiscal, as seguradoras começaram a ser confrontadas com inúmeras dúvidas e dificuldades práticas na aplicação das novas regras, algumas das quais não tinham solução conhecida, outras tinham merecido esclarecimentos da Autoridade Tributária, mas de carácter pontual e informal. Por outro lado, admite-se que os contribuintes e a própria Autoridade Tributária tenham sentido também dificuldades de adaptação a este regime de (quase) integral pré-preenchimento da declaração modelo 3, facto que não terá sido alheio à criação de um regime transitório ao abrigo do qual parte das despesas (incluindo as de saúde) continuaram a ser aceites com base no reporte do próprio sujeito passivo, tal como sucedia até ao exercício de Embora tenham subsistido até ao final várias dúvidas e dificuldades no setor segurador (oportunamente relatadas à Autoridade Tributária por parte da APS), a realidade é que as condições deste novo sistema foram aliviadas por medidas adotadas pelo Governo, nomeadamente o alargamento do prazo de entrega da declaração de IRS e de validação de faturas e a permissão de preenchimento manual pelos próprios contribuintes das deduções de algumas despesas, entre as quais as de saúde.

46 46 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES O longo processo de negociação do acordo intergovernamental (IGA) entre Portugal e os EUA no âmbito do Foreign Accounts Tax Compliance Act (FATCA) foi formalmente concluído com a sua assinatura em agosto de TROCA DE INFORMAÇÃO FISCAL A NÍVEL INTERNACIONAL (FATCA E DAC2) O longo processo de negociação do acordo intergovernamental (IGA) entre Portugal e os EUA no âmbito do Foreign Accounts Tax Compliance Act (FATCA) foi formalmente concluído com a sua assinatura em agosto de No entanto, ainda antes da assinatura do IGA, foi intenção do legislador legitimar a recolha da informação necessária ao abrigo do FATCA com a aprovação, através do Orçamento do Estado para 2015, de um regime especial para o efeito ( Regime de Comunicação de Informações Financeiras ou RCIF), ainda que remetendo o detalhe do mesmo para regulamentação posterior. Apesar de terem sido observados alguns desenvolvimentos durante 2015 ao nível da preparação da regulamentação do RCIF, a realidade é que esta regulamentação nunca chegou a ser publicada, impossibilitando assim a operacionalização dos requisitos do regime, nomeadamente no que respeita ao reporte de informação. Neste contexto, é sem surpresa que se tem assistido a sucessivas prorrogações do prazo do reporte a efetuar ao abrigo do RCIF pelas instituições financeiras à Autoridade Tributária (originalmente previsto para dia 31 de Julho de 2015), vigorando à data da elaboração deste texto uma prorrogação até final de junho de 2016 (prorrogação esta que se estima que venha a ser renovada). Em paralelo, aguarda-se também a publicação de um diploma que venha efetuar a transposição da Diretiva relativa à troca automática de informações obrigatória no domínio da fiscalidade entre Estados-membros (Diretiva 2014/107/ EU, também conhecida por DAC2, que tem por base os standards da OCDE relativos à cooperação internacional no que respeita à troca de informações de índole fiscal), cujas disposições deveriam ser aplicadas a partir de 1 de

47 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 47 É sem surpresa que se tem assistido a sucessivas prorrogações do prazo do reporte a efetuar ao abrigo do RCIF pelas instituições financeiras à Autoridade Tributária. janeiro de De notar que esta matéria foi alvo de uma autorização legislativa publicada no Orçamento do Estado para Neste âmbito, o setor segurador sempre manifestou a sua preocupação com a necessidade de articulação dos procedimentos e processos previstos no RCIF com os da revisão da diretiva de Cooperação Administrativa (DAC2), uma vez que se estima que a implementação quase simultânea de ambos os regimes implicará um esforço considerável por parte das empresas de seguros e carecerá, dada a sua complexidade técnica, de apoio especializado por parte da Administração Tributária, quer ao nível interpretativo, quer ao nível operacional. Assim, é com otimismo que se encara a disposição introduzida na autorização legislativa supracitada, que estabelece, expressamente, um alargamento do [ ]mecanismo de troca automática de informações para finalidades fiscais, tendo por base uma abordagem coerente e uniforme com o Regime de Comunicação de Informações Financeiras[ ] modo a minimizar os custos para as instituições financeiras abrangidas e para a administração tributária[ ]. Neste âmbito, o setor segurador sempre manifestou a sua preocupação com a necessidade de articulação dos procedimentos e processos previstos no RCIF com os da revisão da diretiva de Cooperação Administrativa (DAC2).

48 48 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

49 DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS SEGURNET /51 FATURAÇÃO HOSPITALAR ÀS EMPRESAS DE SEGUROS /52 PARTICIPAÇÃO ELETRÓNICA DE SINISTROS /54 COMBATE À FRAUDE NOS SEGUROS /56

50 50 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

51 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 51 A Segurnet, plataforma informática do setor segurador, conta com mais de utilizadores, tendo registado em 2015, uma média diária de cerca de acessos. SEGURNET A Segurnet, plataforma informática do setor segurador, conta com mais de utilizadores, tendo registado em 2015, uma média diária de cerca de acessos. Das 17 aplicações presentes na Segurnet, destacam-se as de consulta, em particular: / Ficheiro Nacional de Matrículas, com informação sobre o seguro automóvel de cerca de 7,2 milhões de viaturas, incluindo um histórico de 34 milhões de registos. / Base de Dados de Acidentes de Trabalho - Empresas, com informação sobre cerca de apólices de AT. / Registo de Sinistros Patrimoniais, criado há um ano, e onde constam já mais de registos de sinistro. compensação financeira entre seguradoras, superior a 184 milhões de euros. / CIDS - Condição Especial ao IDS, com perto de processos em 2015, e compensação de cerca de 20 milhões de euros. / CRS - Convenção de Regularização de Sinistros, com componente Danos Próprios, Concomitantes e Despesas Hospitalares, tendo sido geridos até à data processos, dos quais com a componente de arbitragem. / Cossegurnet - Garantindo todo o fluxo do processo de cosseguro, este workflow engloba a componente de contratos num total de em gestão, assim como a tramitação de sinistros, que ascendem já a perto de 8.000, efetuando ainda a compensação financeira entre seguradoras, próxima de 49 milhões em Do ponto de vista de gestão de processos entre as seguradoras, destacam-se vários workflows, nomeadamente: / IDS - Indemnização Direta ao Segurado, onde foram tramitados em 2015, processos, dando origem a Do ponto de vista de gestão da plataforma, foi entretanto desenvolvido um dashboard com indicadores que permitirão ao responsável de cada empresa de seguros uma correta e atualizada noção da utilização da Segurnet que os users da sua empresa estão a efetuar.

52 52 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES FATURAÇÃO HOSPITALAR ÀS EMPRESAS DE SEGUROS O Sistema de Faturação Hospitalar às Seguradoras (FHS), que permitiu agilizar e disciplinar o relacionamento prévio à faturação entre hospitais e seguradoras, tem vindo a registar uma evolução muito favorável desde a sua implementação em finais de 2012, quando foi adotado por todos os estabelecimentos e serviços do SNS. Entretanto, em 2015 foi alargado a algumas instituições hospitalares privadas e EPE, tendo sido assinados protocolos entre a APS, o Ministério da Saúde e Hospital de Vila Franca de Xira, Hospital de Braga, Hospital de Cascais e Hospital de Loures, que estão já a efetuar testes de interação. A ser utilizado por 42 hospitais e 24 empresas de seguros, tramitaram-se no sistema, desde o seu início até meados de abril de 2016, processos que deram origem a faturação na ordem dos 71,6 milhões de euros. O prazo médio de aceitação dos processos pelas seguradoras ronda os 3 dias úteis, resolvendo-se 59% dos processos em 2 dias e 83% em 5 dias. Se incluirmos os processos em que há necessidade de averiguar responsabilidades (26% dos casos), esse prazo médio é de cerca de 5 dias. Utilizado por 42 hospitais e 24 empresas de seguros, tramitaram- -se no FHS, desde o seu início até meados de abril de 2016, processos que deram origem a faturação na ordem dos 71,6 milhões de euros. O prazo médio de aceitação dos processos pelas seguradoras ronda os 3 dias úteis, resolvendo-se 59% dos processos em 2 dias e 83% em 5 dias.

53 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS % % / PROCESSOS VALIDADOS DE 1 DE JANEIRO A 31 DE DEZEMBRO 2015 (85.305) Fonte: APS - Segurnet % / 2% / 3% % % % % % % DIAS PARA ACEITAÇÃO REABERTURAS / 0 dias...34 reaberturas / 1 dia reaberturas / 2 dias reaberturas / 3 dias...97 reaberturas / 4 dias...75 reaberturas / 5 dias...92 reaberturas / 6 a 10 dias reaberturas / 11 a 15 dias reaberturas / 16 a 20 dias reaberturas / 21 a 30 dias reaberturas / > 30 dias reaberturas % % 79 / 0% POR TIPO DE ACIDENTE / 3% / 2% 852 / 1% / Acidente de Trabalho / Acidente de Viação / Acidente Escolar / Em branco / Acidente Pessoal / Acidente Desportivo / Acidente de Aviação %

54 54 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Tendo em conta que a utilização de dispositivos móveis tem vindo a crescer exponencialmente, e que a utilização de apps para agilizar vários processos do dia-a-dia é já uma constante para a grande maioria dos utilizadores, as empresas de seguros decidiram desenvolver um projeto de criação de uma aplicação para participação de sinistros online. PARTICIPAÇÃO ELETRÓNICA DE SINISTROS Tendo em conta que a utilização de dispositivos mobile tem vindo a crescer exponencialmente, e que a utilização de apps para agilizar vários processos do dia-a-dia é já uma constante para a grande maioria dos utilizadores, as empresas de seguros decidiram desenvolver um projeto de criação de uma aplicação para participação de sinistros online. Tratando-se de uma aplicação de mercado, poderá ser utilizada por qualquer tomador de seguro, sendo garantida

55 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 55 Esta aplicação tornará mais fácil o preenchimento da participação de sinistro, nomeadamente através da possibilidade de armazenar previamente os dados do veículo, do seguro e do condutor. a aceitação das participações produzidas na app para efeitos de regularização por via convencional, seja através do IDS - Indemnização Direta ao Segurado, seja do CIDS, a Condição Especial ao IDS para sinistros em que não há DAAA - Declaração Amigável de Acidente Automóvel assinada pelos dois intervenientes. Este novo mecanismo irá agilizar ainda mais o processo convencional, que tem por base protocolos assumidos em autorregulação entre as seguradoras, o qual tem vindo a garantir uma maior celeridade na tramitação de informação referente à gestão dos processos de sinistro, permitindo uma redução significativa dos prazos de regularização, e contribuindo, sem dúvida, para a melhoria de imagem verificada no ramo Automóvel. A app permitirá, nesta primeira fase, participar sinistros de au- tomóvel, produzindo o correspondente à DAAA - Declaração Amigável de Acidente Automóvel, mas servindo também para participar sinistros de Danos Próprios ou QIV - Quebra Isolada de Vidros. Esta aplicação tornará mais fácil o preenchimento da participação de sinistro, nomeadamente através da possibilidade de armazenar previamente os dados do veículo, do seguro e do condutor, possibilitando assim que, na fase de pós-sinistro, os condutores só tenham que se preocupar com a descrição do acidente em si. Estando já em fase de testes a componente da participação de sinistros automóvel, está previsto o alargamento do seu âmbito a participações de outros tipos de sinistros, nomeadamente na área dos seguros patrimoniais.

56 56 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES As conclusões do estudo indicam que a fraude é um fenómeno conhecido, ainda que uma significativa parte das pessoas (42% da amostra) não saiba qual a dimensão da fraude praticada contra as empresas de seguros. COMBATE À FRAUDE NOS SEGUROS A necessidade do setor segurador ter uma visão integrada da prática da fraude contra as empresas de seguros, bem como de melhorar o conhecimento dessas situações, quer em termos de frequência quer em termos de motivações, levou a APS, em parceria com o OBEGEF - Observatório de Economia e Gestão de Fraude, a realizar um estudo com o objetivo de alcançar métricas de avaliação deste fenómeno a utilizar pelas empresas de seguros como instrumento para a decisão e implementação de políticas internas no âmbito da prevenção e combate à fraude no setor segurador. Para além da perceção genérica da sociedade relativamente à fraude nos seguros, este estudo incorporou uma análise mais fina para alguns ramos específicos, concretamente os de Automóvel, Saúde e Acidentes de Trabalho. As conclusões do estudo indicam que a fraude é um fenómeno conhecido, ainda que uma significativa parte das pessoas (42% da amostra) não saiba qual a dimensão da fraude praticada contra as empresas de seguros. Os inquiridos que dizem ter esta perceção afirmam que 27% da população comete fraude contra as empresas de seguros. Outro ponto a salientar é o facto da grande maioria

57 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 57 fiança nas empresas de seguros, melhorando a sua relação com os clientes nas diferentes fases do contrato. Noutra vertente, o setor segurador considera que no domínio da prevenção e combate à fraude é necessário regulamentar as condições da atividade de peritagem de seguros, reforçando a sua profissionalização, credibilidade e transparência. De modo a contribuir para essa profissionalização deu-se início a um processo de qualificação profissional dos peritos de seguros, assente na sua formação especializada. A APS promoveu dois cursos de qualificação para peritos de seguros nas áreas de Patrimoniais e Automóvel, que visam formar profissionais com capacidade para, de forma idónea e eficiente, exercer a sua atividade em linha com as exigências do setor segurador nesta área de negócio, quer na perspetiva da avaliação, quer da averiguação. Adotar uma política de prevenção e combate à fraude, mais do que uma exigência legal, é uma exigência ética da sociedade, que aumenta a confiança nas empresas de seguros, melhorando a sua relação com os clientes nas diferentes fases do contrato. das pessoas considerar esta prática totalmente inaceitável quando confrontados com as possíveis razões para justificar tais comportamentos. A análise ponderada deste estudo por parte do setor segurador leva a concluir que adotar uma política de prevenção e combate à fraude, mais do que uma exigência legal, é uma exigência ética da sociedade, que aumenta a con- Com o lançamento destes dois cursos de longa duração, que se quer manter regularmente ativos no futuro próximo, apesar de envolverem um enorme esforço de acompanhamento pedagógico e administrativo, a APS pretende instituir então um novo paradigma na qualificação dos peritos de seguros em Portugal. Ainda do no âmbito do combate à fraude nos seguros, importa salientar a crescente e salutar interação entre o setor segurador e as autoridades policiais, que se tem consolidado muito positivamente nos últimos anos, com o reforço dos modelos de cooperação entre as duas partes, quer na prevenção, quer na averiguação de situações potencialmente ilícitas. Ainda do no âmbito do combate à fraude nos seguros, importa salientar a crescente e salutar interação entre o setor segurador e as autoridades policiais, que se tem consolidado muito positivamente nos últimos anos.

58 58 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

59 POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS REGULAÇÃO EUROPEIA NA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS FINANCEIROS /60 SEGUROS DE ACIDENTES DE TRABALHO /62 SEGUROS DE SAÚDE /64 SINISTRALIDADE GRAVE E ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS /65 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E O SEGURO /66

60 60 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES REGULAÇÃO EUROPEIA NA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS FINANCEIROS Em boa medida como reflexo das recentes crises financeiras, a União Europeia tem empreendido diversas iniciativas legislativas que afetam de forma muito direta os produtos e as políticas do ramo Vida, sobretudo no que respeita a requisitos de conduta de mercado e transparência na comercialização de produtos financeiros. Cinco dossiers incidindo sobre conduta de mercado e a proteção dos consumidores têm merecido, pela sua importância e proximidade de efeitos, um acompanhamento mais cuidado do setor segurador: / Regulamento sobre produtos de investimento de retalho e com base em seguros (PRIIPs). / Diretiva relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo (4ª Diretiva AML). / Diretiva sobre a distribuição de seguros (IDD, já acima analisada). / Regulamento sobre proteção de dados (GDPR). / Produto estandardizado de poupança individual para a reforma (PEPP). O Regulamento PRIIPs (Regulamento nº 1286/2014) foi publicado em novembro de 2014 com vista a melhorar a transparência dos produtos financeiros propostos aos investidores não profissionais, instituindo, para tal, um documento de informação fundamental (KID) a elaborar pelos produtores e a fornecer àqueles investidores na fase pré-contratual, com efeitos a partir de 31 de dezembro de No primeiro semestre de 2016 intensificou-se o processo de regulamentação deste KID, a materializar em normas técnicas da Comissão Europeia, com base num projeto das Autoridades de Supervisão Europeias do setor financeiro (ESA s: EBA, EIOPA e ESMA). Apresentado a 31 de março de 2016, este projeto de normas técnicas para a elaboração, revisão e fornecimento do KID um documento normalizado e simplificado da informação relevante sobre o produto - suscitou críticas profundas do setor segurador europeu, que terá boa parte dos seus seguros de capitalização abrangidos: por um lado, porque o conteúdo proposto para o documento é inapropriado para os produtos de investimento baseados em seguros, distorcendo a informação a prestar ao consumidor, por exemplo ao não distinguir do custo global do produto a parte correspondente ao prémio de riscos biométricos complementarmente cobertos pelo seguro; e, por outro lado, porque o calendário para a implementação deste KID (final de 2016) é manifestamente irrealista, considerando as necessidades de reformulação e substituição da documentação, alterações de sistemas de informação, formação de colaboradores e estratégias de comunicação externa e interna. A 4ª Diretiva sobre o branqueamento de capitais (Diretiva nº 2015/849) foi publicada em maio de 2015, exigindo, nomeadamente, a manutenção de um registo central com Em boa medida como reflexo das recentes crises financeiras, a União Europeia tem empreendido diversas iniciativas legislativas que afetam de forma muito direta os produtos e as políticas do ramo Vida, sobretudo no que respeita a requisitos de conduta de mercado e transparência na comercialização de produtos financeiros.

61 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 61 informação sobre os beneficiários efetivos de várias entidades e reforçando os deveres das instituições financeiras na vigilância e comunicação de transações suspeitas dos seus clientes. Aguarda-se, agora, o processo de transposição desta Diretiva, que deve estar concluído até junho de 2017 e que, para o setor segurador, afetará essencialmente as transações em produtos de capitalização do ramo Vida. O novo Regulamento sobre proteção de dados (Regulamento (UE) 2016/679) foi publicado em maio de 2016 no âmbito de um pacote legislativo mais amplo sobre a matéria, envolvendo também duas Diretivas orientadas para preocupações mais específicas. Introduzindo ou reforçando os direitos dos titulares dos dados (por exemplo, o direito a ser esquecido ) e as obrigações dos responsáveis pelo seu tratamento (por exemplo, a nomeação de um encarregado de proteção de dados ), e instituindo meios de controlo e penalidades mais apertados, este Regulamento, que terá também impactos consideráveis na gestão do ramo Vida, será ainda desenvolvido através de atos delegados da Comissão Europeia, até à revogação final, em maio de 2018, da Diretiva que o precedeu. Numa fase mais conceptual encontra-se o projeto de criação de um produto de poupança individual para a reforma estandardizado a nível europeu (Pan-European Personal Pension Product) e passível de ser gerido por diversos tipos Este projeto de normas técnicas para a elaboração, revisão e fornecimento do KID - um documento normalizado e simplificado da informação relevante sobre o produto - suscitou críticas profundas do setor segurador europeu, que terá boa parte dos seus seguros de capitalização abrangidos. de instituições financeiras, entre as quais, evidentemente, as seguradoras. Embora longe de consolidado, a EIOPA traçou já as características essenciais deste produto, entre as quais: o enfoque na poupança para a reforma, condicionando resgates antecipados; a limitação das opções de investimento; a flexibilidade e portabilidade entre operadores; e a transparência da informação, seja na fase pré- -contratual, de acumulação ou de vencimento.

62 62 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES O setor segurador continua empenhado em melhorar o modelo de reporte da declaração mensal pelas empresas às seguradoras, para efeitos da determinação das remunerações a segurar. SEGUROS DE ACIDENTES DE TRABALHO / REPORTE INFORMÁTICO DAS FOLHAS DE FÉRIAS Visando aperfeiçoar a gestão do seguro de acidentes de trabalho, o setor segurador continua empenhado em melhorar o modelo de reporte da declaração mensal pelas empresas às seguradoras, para efeitos da determinação das remunerações a segurar. O setor segurador tem defendido a adoção de um sistema articulado com o da própria Segurança Social para partilha desta informação. Além das vantagens operacionais, esta solução teria mais valias claras para empresas de seguros e (sobretudo) para a Segurança Social na deteção de declarações de rendimentos não conformes com a realidade. O quadro legal estabelece que, no âmbito da apólice de acidentes de trabalho nos contratos de seguro a prémio variável, o tomador de seguro, neste caso a empresa, deve enviar à seguradora a declaração de remunerações e outros valores a segurar (vulgo folha de férias) até ao dia 15 do mês seguinte àquele a que respeitam. Pretendendo simplificar e disciplinar o reporte desta informação, e considerando que já desde o longínquo ano de 2002 todas as empresas com 10 ou mais trabalhadores enviam obrigatoriamente as folhas de remunerações à Segurança Social em suporte digital ou correio eletrónico, o setor segurador tem defendido a adoção de um sistema articulado com o da própria Segurança Social para partilha desta informação. Além das vantagens operacionais, esta solução teria mais valias claras para seguradoras e (sobretudo) para a Segurança Social na deteção de declarações de rendimentos não conformes com a realidade. Não tendo sido possível alcançar ainda este objetivo, a APS, em substituição do formato papel, elaborou um modelo de recolha das folhas de férias por ficheiro eletrónico, entretanto adotado pela generalidade das seguradoras. Para tal, passou a disponibilizar às empresas, de forma totalmente gratuita e aberta ao público (no site

63 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 63 uma ferramenta do tipo validador/construtor deste ficheiro eletrónico, com várias vantagens para as entidades envolvidas: Incentiva a utilização de forma massificada do novo procedimento pelas empresas. Facilita a comunicação da informação em causa das empresas para as seguradoras. Minimiza dificuldades que um utilizador médio possa ter no processo. Garante que a prestação da informação é totalmente transparente. Assegura a transversalidade da solução ao setor segurador. Mantém a informação disponibilizada permanentemente atualizada. O objetivo é agora ampliar rapidamente o universo das declarações recebidas por esta via eletrónica, até à sua abrangência global. Seguros de acidentes de pessoais dos artistas tauromáquicos O Decreto-Lei nº 89/2014, de 11 de junho, que aprova o Regulamento do Espetáculo Tauromáquico, estabelece a obrigatoriedade do seu promotor constituir ou assegurar-se da existência de seguro de acidentes pessoais ou garantia ou instrumento financeiro equivalentes dos artistas tauromáquicos, nos termos legalmente estabelecidos. Prevê ainda que as coberturas, condições e capitais mínimos dos contratos de seguro e as condições da garantia ou instrumento financeiro equivalente ( ) são regulados por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da cultura. Este processo de regulamentação do diploma decorreu ao longo de 2015, nele tendo estado envolvidas, além do Governo, representado pela Secretaria de Estado da Cultura, a APS, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e a Associação Nacional de Grupos de Forcados, que chegaram a consensos quanto à generalidade dos contornos do seguro a constar da portaria. O processo legislativo culminou com a publicação da Portaria nº 249/2015, de 18 de agosto, que regulamenta então o seguro de acidentes pessoais ou garantia ou instrumento financeiro equivalentes dos artistas tauromáquicos, bem como o seguro de responsabilidade civil ou garantia ou instrumento financeiro equivalentes do promotor do espetáculo, também previsto no referido Decreto-Lei. Muito sucintamente, o seguro de acidentes pessoais dos artistas tauromáquicos envolve as coberturas de morte, de invalidez permanente (absoluta e parcial) e de despesas de tratamento, as duas primeiras com capitais mínimos por artista de euros e a última de euros. O seguro de acidentes pessoais dos artistas tauromáquicos envolve as coberturas de morte, de invalidez permanente (absoluta e parcial) e de despesas de tratamento, as duas primeiras com capitais mínimos por artista de euros e a última de euros.

64 64 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES SEGUROS DE SAÚDE / Seguro de saúde privado e a ADSE Na sequência do amplo debate que tem vindo a ocorrer na sociedade civil e das anunciadas alterações e evoluções na ADSE, a APS promoveu em 2015 uma reflexão sobre o âmbito deste sistema, a evolução dos seus beneficiários e os impactos esperados com a anunciada revisão do seu regime. recaem no carater vitalício da sua cobertura, na sua amplitude contratual em matérias como os períodos de carência, franquias, preexistências, exclusões, capitais máximos ou idade de entrada e na quantidade de prestadores convencionados (acima de 3100, contra cerca de 800 nas principais redes do seguro privado). Já as desvantagens provêm da delimitação do universo de beneficiários (basicamente) aos trabalhadores da função pública e seus familiares (cerca de 1,3 milhões de beneficiários, contra 2,2 milhões no seguro privado), da respetiva idade média (cerca de 46 anos, contra 37 no seguro privado) e do custo do sistema para titulares com remunerações acima da média (por efeito do nivelamento da taxa de desconto, em 3,5% desde 2014). Esta análise realçou as diferenças no perímetro e condições de cobertura da ADSE face ao seguro de saúde privado, evidenciando algumas vantagens e desvantagens entre os dois sistemas. De um modo geral, as vantagens comparativas da ADSE A conclusão global sublinhou o interesse das seguradoras em prosseguirem o seu modelo de atuação sem perspetiva concorrencial com aquele sistema, mantendo as características técnicas fundamentais dos seus produtos e privilegiando o médio e longo prazo na sua relação com os clientes. Há interesse das seguradoras em prosseguirem o seu modelo de atuação sem perspetiva concorrencial com aquele sistema (ADSE), mantendo as características técnicas fundamentais dos seus produtos e privilegiando o médio e longo prazo na sua relação com os clientes.

65 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 65 SINISTRALIDADE GRAVE E ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS Em que medida podem as seguradoras participar mais ativa e eficazmente na reintegração profissional, familiar e social de sinistrados portadores de grandes incapacidades. Há três anos atrás, um Grupo de Trabalho Pessoas Acidentadas com Alterações Graves na Funcionalidade, criado no seio da APS, procurou estudar em que medida podem as seguradoras participar mais ativa e eficazmente na reintegração profissional, familiar e social de sinistrados portadores de grandes incapacidades. Integrando responsáveis de diferentes entidades (Seguradoras, Centro de Reabilitação Profissional de Gaia, Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro-Rovisco Pais e do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses), este grupo acabou por projetar uma abordagem integrada na intervenção destes grandes sinistrados, com a identificação de oportunidades e sugestões de melhoria e uma proposta de modelo de intervenção, envolvendo o setor segurador e outros stakeholders que fazem parte integrante do sistema. Adicionalmente, o relatório integrou um manual de informação ao sinistrado (guião de apoio para as próprias pessoas acidentadas e suas famílias), um guia de boas práticas do setor segurador para o acompanhamento destas pessoas e ainda um guia orientador da alta clínica (comunicação na prática clínica com a pessoa acidentada com alterações graves na funcionalidade e familiares). Foi no contexto deste trabalho que se preconizou o desenvolvimento de uma dinâmica de Observatório para monitorizar o fenómeno e a aplicação do novo modelo e metodologias seguidas. Para o efeito, constituiu-se o Grupo do Observatório da Sinistralidade Grave e do Acompanhamento das suas Vítimas (OBSGAV) que pretende acompanhar o fenómeno da sinistralidade grave, no sentido de o conhecer e interpretar de forma continuada e sistemática, visando intervir também numa lógica preventiva. O primeiro passo foi a elaboração de um modelo de recolha de informação anónima sobre o acompanhamento de sinistrados graves pelo setor segurador, que será uma fonte de observação e análise das práticas habituais neste domínio. Desenhada e validada a estrutura do referido modelo de informação, iniciou-se, em 2015, um projeto-piloto com duas seguradoras, com base nos resultados do qual se introduziram ajustamentos, mas aferiu também a exequibilidade da extração da informação preconizada. Prevê-se agora que esta iniciativa seja aberta no 2.º semestre de 2016, de uma forma sistematizada, às seguradoras que pretendam aderir ao projeto. O primeiro passo foi a elaboração de um modelo de recolha de informação anónima sobre o acompanhamento de sinistrados graves pelo setor segurador, que será uma fonte de observação e análise das práticas habituais neste domínio.

66 66 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E O SEGURO A tendência do envelhecimento populacional, em articulação com a queda de natalidade, pode ter efeitos ainda não totalmente explorados na sociedade europeia. De acordo com a generalidade das fontes existentes, a Europa apresenta um forte crescimento do número de idosos (acima de 65 anos de idade) face ao número de jovens (até aos 14 anos de idade). Sendo um assunto relevante e que tem merecido atenção generalizada, é uma preocupação bem real em Portugal onde em 2014 residiam 141 pessoas idosas por cada 100 jovens, quando em 1960 esta relação era de 27 para 100. Por outro lado, Portugal apresentou em 2014 uma taxa de fecundidade de 1,23 nados vivos por mulher, o nível mais baixo da União Europeia e bem distante dos 2,1 filhos por mulher que é o mínimo para a renovação geracional. Portugal tem, aliás, um perfil de envelhecimento sociodemográfico dos mais acentuados do mundo, prevendo-se que em 2030 cerca de 25% da sua população tenha mais de 65 anos de idade (face aos atuais 19%). Incontornavelmente, o envelhecimento populacional tem impacto no setor segurador e nas suas carteiras de seguros, nomeadamente de saúde e de vida, sendo importante uma reflexão sobre as possibilidades de adequação da oferta seguradora à faixa etária das pessoas mais idosas. E o setor segurador tem pela frente o desafio de sensibilizar os cidadãos para a

67 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 67 necessidade de poupança para os anos finais de vida e de equacionar formas, financeira e tecnicamente exequíveis, de assumir maiores responsabilidades neste segmento populacional. Embora seja já frequente as pessoas planearem o seu futuro, escolhendo antecipadamente o tipo de apoio que consideram mais adequado para a sua situação particular para o momento em que começarem a ser menos capazes de cuidar de si próprios, existe ainda na sociedade em geral uma falta de consciencialização para o assunto, havendo como que uma miopia em que as pessoas dão importância ao curto prazo, esquecendo o longo prazo. Registe-se que não é possível dissociar as tendências demográficas e sociais das políticas dos Estados, que podem criar um ambiente favorável à participação ativa do setor segurador nestas áreas, pois o seguro, por si só, nada resolve (por exemplo, a oferta seguradora na área da saúde terá de ser sempre articulada com o sistema nacional de saúde), mas pode, se devidamente articulado com as prestações públicas, ser um elemento determinante para uma política social bem sucedida. Foi no quadro destas reflexões que a APS inscreveu o tema no seu plano de atividades para 2015 e que desenvolveu um documento intitulado O envelhecimento populacional e o seguro, onde se avalia a situação portuguesa neste domínio, se caracteriza a posição do seguro de saúde privado com um papel assumidamente suplementar ao SNS e se analisam soluções criadas por alguns mercados de referência (Espanha, França, Holanda, Reino Unido e Singapura) em resposta às necessidades de apoio na saúde e assistenciais de uma população progressivamente envelhecida. Desta forma, procura-se estimular a reflexão sobre a matéria no mercado português, convidando à observação e à investigação, com o objetivo de trazer o setor segurador a participar de forma mais empenhada e sustentável nesta evolução social. Incontornavelmente, o envelhecimento populacional tem impacto no setor segurador e nas suas carteiras de seguros, nomeadamente de saúde e de vida, sendo importante uma reflexão sobre as possibilidades de adequação da oferta seguradora à faixa etária das pessoas mais idosas. E o setor segurador tem pela frente o desafio de sensibilizar os cidadãos para a necessidade de poupança para os anos finais de vida e de equacionar formas, financeira e tecnicamente exequíveis, de assumir maiores responsabilidades neste segmento populacional.

68 68 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

69 SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES EVENTOS EXTREMOS /70 SEGUROS PATRIMONIAIS /72 SEGUROS AGRÍCOLAS E AQUÍCOLA /76 SEGUROS DE AUTOMÓVEL /80 SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL /83

70 70 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES O temporal de novembro de 2015 no Algarve foi o 5º maior, desde 2006, em volume de indemnizações suportadas pela atividade seguradora. Neste período, ascende agora a quase 330 milhões de euros o montante que o setor devolveu à sociedade nestes momentos particularmente difíceis para as populações e os empresários. EVENTOS EXTREMOS A 1 de novembro de 2015 ocorreu no Algarve mais um fenómeno climático extremo, caracterizado pela concentração de elevados níveis de precipitação, do qual resultaram inundações graves na região, em particular na cidade de Albufeira. Como é natural nestas circunstâncias, a atividade seguradora foi imediatamente envolvida na avaliação e reparação dos danos protegidos por seguro, acabando por contribuir significativamente para a recuperação das populações afetadas e seu património. Os dados recolhidos pela APS após o evento revelaram a participação de cerca de 1800 sinistros cobertos por apólices de seguro, correspondendo a um montante total de indemnizações (pagas ou provisionadas) superior a 15,5 milhões de euros. / TEMPORAL DE 1 DE NOVEMBRO DE 2015 NA REGIÃO DO ALGARVE valores extrapolados para 100% do mercado segurador RAMO MODALIDADE Nº SINISTROS PARTICIPADOS INDEMNIZAÇÕES PAGAS E PROVISÕES CONSTITUÍDAS Acidentes Acidentes de Trabalho Acidentes Pessoais (excepto Automóvel) Incêndio e Outros Danos Habitação Comércio e Indústria Engenharia Automóvel Danos Próprios (fenómenos da natureza) Embarcações Marítimas, lacustres e fluviais Outros Assistência TOTAL U: Euros Reporte a 25 de novembro de 2015

71 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 71 / VOLUME DE INDEMNIZAÇÕES E PROVISÕES U: Milhões de Euros O maior número de processos de sinistro abertos, acima dos 1.100, decorreu de danos em habitações, que geraram indemnizações da ordem dos 5,6 milhões de euros. Mas o maior volume de danos em termos económicos ocorreu em estabelecimentos comerciais e industriais, com mais de 9,2 milhões de euros pagos e provisionados em resultado dos cerca de 365 sinistros participados às seguradoras. Em veículos automóveis, contabilizaram-se cerca de 170 sinistros cobertos por apólices com a adequada cobertura de fenómenos da natureza, envolvendo um montante superior a 550 mil euros. 141,5 100,2 Este evento demonstrou, uma vez mais, a capacidade de resposta do setor segurador português em contextos catastróficos, capacidade essa publicamente reconhecida pelos lesados e pelas autoridades públicas mais diretamente envolvidas no processo de recuperação, com destaque para as do Município de Albufeira. Não obstante este valioso contributo da atividade seguradora para a recuperação das populações e empresas, fica a perspetiva de que muitos outros imóveis e veículos terão sido igualmente atingidos por este violento evento climático, apanhando os seus proprietários sem proteção financeira para acorrer aos respetivos prejuízos. Este evento veio alargar a lista de fenómenos climáticos extremos que têm afetado o nosso país, relativamente aos quais se tem procurado manter um registo atualizado de impactos. Desde 2006, este foi o 10º evento extremo com registo agregado de danos, sendo o 5º maior em volume de indemnizações suportadas pela atividade seguradora. E, neste período, ascende agora a quase 330 milhões de euros o montante que 18,1 10,9 23,5 11,5 15,5 o setor devolveu à sociedade nestes momentos particularmente difíceis para as populações e os empresários. Inundações - out Inundações - fev Tempestade Oeste - dez Tempestade Madeira - fev ,8 Tornado Centro - dez ,3 Tornado Algarve - nov Temporal Continente - jan Temporal Continente - jan ,5 Inundações Oeste - set Inundações Algarve - nov Os dados recolhidos pela APS após o evento revelaram a participação de cerca de 1800 sinistros cobertos por apólices de seguro, correspondendo a um montante total de indemnizações (pagas ou provisionadas) superior a 15,5 milhões de euros.

72 72 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Em Portugal as inundações são responsáveis por perdas avultadas, esperando-se ainda alterações significativas nos regimes de precipitação, frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos e climáticos extremos, tais como eventos de precipitação intensa em períodos curtos. SEGUROS PATRIMONIAIS / Risco de inundações e alterações climáticas projeto CIRAC Em Portugal as inundações são responsáveis por perdas avultadas, esperando-se ainda alterações significativas nos regimes de precipitação, frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos e climáticos extremos, tais como eventos de precipitação intensa em períodos curtos. A tendência é de diminuição da precipitação média anual, mas também de aumento da variabilidade da precipitação acumulada no inverno, com maior frequência de invernos secos e de invernos muito chuvosos. Deste cenário nasce a preocupação do setor segurador português com o risco de inundação; e desta preocupação nasceu o projeto CIRAC. Deste cenário nasce a preocupação do setor segurador português com o risco de inundação; e desta preocupação nasceu o projeto CIRAC - Cartas de Inundação e Risco em Cenários de Alterações Climáticas - desenvolvido conjuntamente pela APS e pelo Grupo de Investigação Climate Change Impacts Adaptation and Modelling (CCIAM) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) entre 2011 e Embora tenha produzido muitos outros resultados, o seu output mais visível é uma cartografia da vulnerabilidade de Portugal Continental ao risco de inundações, avaliada numa perspetiva qualitativa composta e expressa em três índices (acessíveis em / Índice Básico de Vulnerabilidade (combina a Exposição com a Suscetibilidade Física). / Índice de Vulnerabilidade (Exposição, Suscetibilidade Física e Suscetibilidade Social). / Índice Combinado de Vulnerabilidade (Exposição, Suscetibilidade Física e Precipitação). Entretanto, o setor segurador tem participado em iniciativas que apelam ao desenvolvimento de informação como a produzida no CIRAC, cabendo aqui destacar os workshops e conferências promovidas pelo projeto ClimaAdaPT e a cooperação em estudos académicos e científicos.

73 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 73 / Preço de construção da habitação por metro quadrado A publicação anual (desde 1983) de uma portaria com o valor de construção por metro quadrado para o cálculo da renda condicionada, apesar de ter uma finalidade distinta, serviu até recentemente como base de referência para a determinação do capital a segurar nas apólices de incêndio e multirriscos (que deve corresponder ao custo de reconstrução dos edifícios), quando não expressamente indicado pelo tomador de seguro. Tendo esta série de portarias, por alteração legislativa, deixado de existir no final de 2014, o setor segurador tem vindo a estudar soluções para colmatar esta lacuna. Enquanto não existir outra mais robusta, uma solução expedita a que as empresas de seguros podem recorrer passa pela utilização dos valores da última portaria publicada, atualizados de acordo com a metodologia que era seguida, de facto, nestes diplomas, inteiramente baseada num coeficiente de atualização anual de renda publicado em Diário da República em Aviso do Instituto Nacional de Estatística (para 2016, o Aviso nº 10784/2015, de 23 de setembro). Paralelamente, contudo, tem vindo a ser estudada a possibilidade de criação de um referencial mais adequado para este custo de (re)contrução por metro quadrado, o que envolveu diligências da APS com algumas entidades externas, a mais produtiva das quais com a Associação Portuguesa dos Peritos Avaliadores de Engenharia (APAE). Enquanto não existir outra mais robusta, uma solução expedita a que as empresas de seguros podem recorrer passa pela utilização dos valores da última portaria publicada, atualizados de acordo com a metodologia que era seguida, de facto, nestes diplomas.

74 74 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Este Protocolo, aplicável aos seguros de Multirriscos em edifícios em propriedade horizontal, prevê que, nas condições abrangidas, seja o segurador da fração lesada a assegurar a regularização do sinistro diretamente com o seu cliente, reclamando depois os correspondentes encargos ao segurador da fração responsável, a quem competiria, em condições normais, toda a gestão do processo de sinistro. / Protocolo para gestão de sinistros de danos por água A iniciativa de criar uma convenção no setor para a regularização de sinistros de danos por água em edifícios de várias frações surgiu da necessidade manifestada pelos seguradores de agilizar o tratamento destes processos por forma a eliminar argumentos de insatisfação dos clientes quanto à qualidade e celeridade do serviço prestado. Daqui nasceu o Protocolo entre Seguradoras para Gestão de Sinistros de Danos por Água em Edifícios em Regime de Propriedade Horizontal, concluído no final de 2015, já subscrito por um conjunto de 16 seguradoras (representando perto de 95% do volume de prémios dos seguros de Multirriscos em Portugal) e que se espera em produção no segundo semestre de Os seus principais objetivos são: / Promover a uniformização de critérios de gestão de sinistros de danos por água em edifícios em regime de propriedade horizontal quando acionada uma apólice de seguro Multirriscos. / Transmitir aos segurados e à sociedade em geral uma imagem setorial moderna, ágil, eficaz e comprometida com a melhoria da qualidade do serviço prestado pelos seguradores / Melhorar os níveis de serviço a prestar aos clientes, regularizando os sinistros de danos por água no menor prazo possível. / Implementar sistemas administrativos simples e uniformes que melhorem o entendimento e a colaboração entre os seguradores aderentes. / Reduzir o nível de conflitualidade entre todos os intervenientes. / Agilizar o processo de reembolso entre seguradores e os pagamentos entre estes e os seus clientes. Em concreto, este Protocolo, aplicável aos seguros de Multirriscos em edifícios em propriedade horizontal, prevê que, nas condições abrangidas, seja o segurador da fração lesada a assegurar a regularização do sinistro diretamente com o seu cliente, reclamando depois os corresponden-

75 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 75 tes encargos ao segurador da fração responsável, a quem competiria, em condições normais, toda a gestão do processo de sinistro. Os procedimentos entre os seguradores decorrerão através de uma aplicação informática na plataforma Segurnet, tendo sempre como origem o preenchimento de uma Declaração Amigável de Danos por Água (D.A.D.A.) por parte dos intervenientes no sinistro e incluindo, no final do processo, uma câmara de compensação financeira gerida pela APS. Entre outros pressupostos, fica claramente estabelecido que, para efeitos do Protocolo, se considera que existe dano indemnizável ao abrigo de responsabilidade civil sempre que o sinistro tenha origem numa instalação ou equipamento afetos ao uso exclusivo de uma fração, sendo que o próprio Protocolo define esses conceitos de instalação e equipamento. Pelo menos nesta fase inicial, o Protocolo não se aplica se existir mais do que um lesado ou se o sinistro tiver origem nas partes comuns do edifício e só abrange os danos materiais diretos do lesado cujo valor líquido de IVA não exceda os euros (salvo se, perante um caso concreto, ambos os seguradores acordarem envolver sinistros de valor superior). Para dar corpo ao Protocolo foi desenvolvido na Segurnet um workflow que, à semelhança de outros já em funcionamento na área do Automóvel e do Cosseguro, irá permitir registar todo o processo e respetivas mensagens entre as seguradoras envolvidas, desde a abertura do sinistro até à fase da compensação financeira. A aplicação está em fase de testes pelas seguradoras, prevendo-se que possa entrar em funcionamento no 2º semestre de 2016, estando também a ser equacionado o potencial de integração deste projeto com aplicação mobile de participação de sinistros. Em resumo, este Protocolo visa implementar nos seguros de Multirriscos em edifícios em regime de propriedade horizontal um modelo de simplificação de procedimentos na regularização de sinistros que está já conceptualmente experimentado (embora com muitas diferenças) no ramo Automóvel, e com evidentes vantagens para a qualidade do serviço prestado e para imagem do setor segurador. Este Protocolo visa implementar nos seguros de Multirriscos em edifícios em regime de propriedade horizontal um modelo de simplificação de procedimentos na regularização de sinistros que está já conceptualmente experimentado (embora com muitas diferenças) no ramo Automóvel, e com evidentes vantagens para a qualidade do serviço prestado e para imagem do setor segurador.

76 76 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES SEGUROS AGRÍCOLAS E AQUÍCOLA / Sistema de Seguros Agrícolas e seguro de colheitas O processo legislativo e regulamentar no domínio dos seguros agrícolas manteve, em 2015 e 2016, um calendário muito incerto, afetando genericamente as suas peças fundamentais. O processo legislativo e regulamentar no domínio dos seguros agrícolas manteve, em 2015 e 2016, um calendário muito incerto, afetando genericamente as suas peças fundamentais: o Decreto-Lei que instituiu o novo Sistema de Seguros Agrícolas (SSA); a alteração da Portaria que regula o Seguro de Colheitas; a Circular do IFAP que define as correspondentes regras de tramitação administrativa entre as empresas de seguros e este instituto; e a Norma Regulamentar da ASF que define os termos da apólice uniforme. Relativamente ao Decreto-Lei que institui o novo Sistema de Seguros Agrícolas (SSA) para o território nacional, ele foi finalmente publicado em agosto de 2015 (Decreto-Lei nº 162/2015), substituindo definitivamente o Sistema Integrado de Proteção contra as Aleatoriedades Climáticas (SIPAC). Sem surpresa, este diploma não acomodou convenientemente todas as preocupações do setor segurador, além de prever alguns objetivos programáticos dificilmente alcançáveis a curto ou médio prazo, mas teve, pelo menos, a vantagem de clarificar o regime, nomeadamente com a segregação clara do Seguro de Colheitas, do Seguro Vitícola e do Seguro de Frutas e Hortícolas, e de o ajustar à realidade, nomeadamente com a extinção do SIPAC. Não obstante, o processo de alteração da Portaria que regula o Seguro de Colheitas e o adapta ao novo SSA foi mesmo inconclusivo, apesar das três versões em projeto que foram partilhadas, analisadas e comentadas pela APS. Por isso, em meados de 2016 o Seguro de Colheitas continuava regulado pela Portaria nº 65/2014, de 12 de março, anterior, portanto, à publicação do novo sistema. Em todo o caso, de acordo com o último projeto de Portaria conhecido, tudo indica que o novo Seguro de Colheitas manterá algumas características estruturais do anterior sistema, incluindo o âmbito genérico das culturas abrangidas e dos riscos cobertos (embora com algumas alterações), o modelo de bonificação dos prémios (diretamente à seguradora), o modelo de compensação de sinistralidade (de adesão voluntária e mediante contribuição da seguradora), os mecanismos de tarifas de referência, prejuízo mínimo indemnizável e franquia (embora com alterações nos parâmetros), o suporte contratual em apólice uniforme e a responsabilidade pela gestão administrativa e financeira (no IFAP). As alterações estruturais mais relevantes prenderam-se com o sistema de financiamento (assegurado principalmente por fundos da UE), a extinção do fundo de calamidades (uma componente do SIPAC de apoio direto aos agricultores), a segregação do seguro de colheitas em relação ao seguro vitícola e ao seguro de frutas e hortícolas (com regras próprias), o alargamento do âmbito do seguro de colheitas a animais e plantas (mas desajustado e sem consequências práticas), a criação de seguros especiais para determinadas regiões/culturas (com âmbito de riscos alargado), a possibilidade de contratação risco a risco, a instrução prévia dos processos pelos tomadores e pré validação das candidaturas (para enquadramento no plafond de fundos disponíveis) e a criação de uma Comissão de Acompanhamento mais alargada (com envolvimento da APS e das seguradoras).

77 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 77 Prevê ainda alterações de parâmetros, nomeadamente a simplificação do nível da bonificação atribuída (apenas 65% ou 62%), a simplificação do limiar do índice de sinistralidade para intervenção da compensação de sinistralidade (80% para todos os casos), a simplificação da contribuição da seguradora para a compensação de sinistralidade (7% dos prémios), alterações na estrutura das tarifas de referência, aumento do prejuízo mínimo indemnizável (para 30%) e opções de franquia para alguns riscos dos seguros especiais. Com todos estes condicionalismos, o setor segurador procurou dar apoio à implementação e desenvolvimento deste novo Sistema de Seguros Agrícolas, que tem vantagens estruturais evidentes relativamente ao anterior SIPAC, nomeadamente na simplificação do processo administrativo e no envolvimento de financiamento comunitário. No entanto, o seu enquadramento regulamentar e administrativo está longe de consolidado e, por isso, longe das condições necessárias para atrair definitivamente as seguradoras e os produtores e para lançar o desejável desenvolvimento do seguro agrícola em Portugal. Ainda neste domínio, importa referir a publicação da Portaria nº 143/2015, de 3 de novembro, do Governo Regional dos Açores, estabelecendo para esta região autónoma o regime do seguro de colheitas de frutas e produtos hortícolas no âmbito dos fundos agrícolas europeus, integrado no SSA. Já em março de 2016, este regime viria a ser completado com a norma regulamentar da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões aprovando as condições gerais uniformes do seguro. O setor segurador procurou dar apoio à implementação e desenvolvimento deste novo Sistema de Seguros Agrícolas, que tem vantagens estruturais evidentes relativamente ao anterior SIPAC, nomeadamente na simplificação do processo administrativo e no envolvimento de financiamento comunitário.

78 78 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

79 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 79 / Sistema de seguro aquícola Em maio de 2015, o setor segurador havia sido surpreendido pela publicação de uma Portaria regulando o sistema Aquiseguro (instituído pelo Decreto-Lei n.º 21/2011, de 9 de fevereiro). Os seguradores portugueses depararam-se então com a inesperada publicação de uma portaria cujo teor não correspondia aquele a que tinham dado o seu aval em termos gerais, pondo em causa a exequibilidade do novo sistema de seguro aquícola e correndo o risco de defraudar as expetativas dos produtores interessados, por ausência de oferta. No final de 2015, porém, sem que aquela Portaria tenha tido qualquer consequência prática, uma abordagem da Direção Geral dos Recursos Marítimos, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) criou ao setor a expetativa desta regulamentação poder vir a ser reconfigurada, ajustando-a novamente às condições exigidas pela atividade seguradora, em particular pelos resseguradores, e adequando-a ao programa operacional Mar 2020, que conta com apoio financeiro comunitário. O exaustivo trabalho que, nesse sentido, se desenvolveu depois sob a égide da Secretaria de Estado das Pescas, envolvendo ativamente a APS, a DGRM e o IFAP, culminou na publicação da Portaria nº 113/2016, de 29 de abril, aprovando o Regulamento do Regime de Apoio à Constituição dos Seguros das Populações Aquícolas, ao abrigo de uma Prioridade do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (e à margem do anterior sistema Aquiseguro). O sucesso deste novo Seguro Aquícola dependerá agora da adesão dos produtores e das seguradoras, que será prematuro antecipar nesta altura. O regime tem, no entanto, características de base que o tornam atrativo, nomeadamente o financiamento comunitário dos apoios, além de que resultou do envolvimento ativo de seguradoras que demonstraram potencial interesse nesta área de atividade. Este Regulamento define as características do seguro objeto do novo regime de apoio, designado por Seguro Aquícola, nomeadamente quanto a: / Estabelecimentos abrangidos. / Espécies abrangidas (piscícolas, moluscos e algas). / riscos potencialmente cobertos (catástrofes naturais, fenómenos climáticos adversos, outros fenómenos adversos, doenças ou doenças emergentes, alterações súbitas da qualidade e da quantidade da água e/ou avaria ou destruição das instalações de produção). / Tipologias dos contratos (individual e coletivo). / Forma de cálculo do capital seguro. / Pagamento do prémio. / Períodos de garantia e carência. / Atribuição e determinação da indemnização. Define ainda as condições exigíveis aos beneficiários, as características dos apoios públicos e as regras procedimentais relativas às candidaturas e ao pagamento dos apoios. O sucesso deste novo Seguro Aquícola dependerá agora da adesão dos produtores e das seguradoras, que será prematuro antecipar nesta altura. O regime tem, no entanto, características de base que o tornam atrativo, nomeadamente o financiamento comunitário dos apoios, além de que resultou do envolvimento ativo de seguradoras que demonstraram potencial interesse nesta área de atividade.

80 80 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES A preocupação com a proteção das vítimas e das suas famílias levou o mercado segurador a refletir sobre a possibilidade de ser criado um novo seguro do condutor de natureza indemnizatória. SEGUROS DE AUTOMÓVEL / Seguro do condutor e relacionamento com a ANSR Já antes de 2015, a preocupação com a proteção das vítimas e das suas famílias levou o mercado segurador a refletir sobre a possibilidade de ser criado um novo seguro do condutor de natureza indemnizatória. O objetivo é garantir uma reparação dos danos pessoais sofridos pelo condutor (responsável) em condições equiparáveis, ainda que não absolutamente idênticas, às previstas no regime jurídico do seguro de responsabilidade civil automóvel (Decreto-Lei nº 291/2007, de 21 de agosto) e na correspondente Portaria que define os padrões indemnizatórios dos danos corporais para as propostas razoáveis a apresentar aos beneficiários (Portaria nº 377/2008, de 26 de maio). Para o setor segurador, a extensão obrigatória de uma cobertura desta natureza para todos os automobilistas, à semelhança do que sucede já noutros mercados europeus (como a Finlândia ou a Suécia), teria virtualidades que merecem ser tidas em consideração, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista económico. Depois de já ter formulado, no passado, esta sugestão ao Ministério da Administração Interna, a APS aproveitou agora a criação de um grupo de trabalho coordenado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para reforçar e solidificar a sua proposta de criação de um seguro obrigatório para a cobertura do risco de danos corporais do condutor. Criado no âmbito da política de segurança rodoviária e integrando, além da ANSR e da APS, representantes da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e de organismos públicos ligados às políticas de Saúde e de Segurança Social, este grupo reuniu por diversas vezes em 2015 e 2016, tendo começado a esboçar um relatório que, embora ainda numa fase preliminar, parece reconhecer conveniente e consensualmente as virtualidades de soluções para proteção de utentes da estrada até hoje desprotegidos (por serem culpados do acidente), entre os quais o condutor, mas também peões e ciclistas. Com o forte envolvimento da ASF e da APS, estão a ser consolidados os elementos de fundamentação da proposta, incluindo opções para o enquadramento legislativo do seguro, estimativas de preços para as novas coberturas e exemplos de clausulados de seguros para referência. Para o setor segurador, a extensão obrigatória de uma cobertura desta natureza para todos os automobilistas, à semelhança do que sucede já noutros mercados europeus (como a Finlândia ou a Suécia), teria virtualidades que merecem ser tidas em consideração, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista económico.

81 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 81 O grande objetivo do recente projeto de Protocolo de Danos Corporais é promover uma célere e eficaz reparação dos danos corporais de lesados de Automóvel enquanto a responsabilidade pelo sinistro não estiver definida e, por acordo entre as partes, manter a gestão integrada do processo de reparação mesmo para além do momento da definição da responsabilidade. / Protocolo para regularização de danos corporais Com alguma frequência, a responsabilidade por acidentes de que resultam danos corporais, por vezes muito graves, não é prontamente assumida por um dos seus intervenientes e, enquanto essa responsabilidade não é definida, os terceiros lesados (em particular os ocupantes das viaturas) não são acompanhados tão prontamente quanto deveriam ser por qualquer das empresas de seguros envolvidas. Trata-se de uma fragilidade que o setor segurador reconhece e que o preocupa consideravelmente, desde logo porque considera que estas vítimas merecem todo o apoio possível e que este apoio é muito valorizado por uma intervenção pronta das empresas de seguros, com todos os reflexos que daqui decorrem para a imagem da atividade seguradora. Acresce que um acompanhamento atempado dos lesados tende a otimizar todo o processo de reparação dos danos corporais, nomeadamente na recuperação e reabilitação clínica e psíquica das vítimas, com consequências também potencialmente favoráveis na racionalização da intervenção das empresas de seguros e dos recursos por estas despendidos. O grande objetivo do recente projeto de Protocolo de Danos Corporais, que a APS decidiu empreender em 2015, é, então, promover uma célere e eficaz reparação dos danos corporais de lesados de Automóvel enquanto a responsabilidade pelo sinistro não estiver definida e, por acordo entre as partes, manter a gestão integrada do processo de reparação mesmo para além do momento da definição da responsabilidade. O princípio fundamental do Protocolo é conferir a gestão da reparação à seguradora que garante o veículo em que o lesado circulava (ou o veículo que causou diretamente os danos corporais ao peão, ciclista ou ocupante de veículo terceiro passivo) enquanto a responsabilidade pelo sinistro não estiver definida (e, por acordo, até ao final do processo), havendo depois lugar ao reembolso entre seguradoras das despesas ou indemnizações pagas na proporção das responsabilidades atribuídas aos respetivos veículos intervenientes. Em meados de 2016, estava já gizado e genericamente validado um projeto de Protocolo, associando àquele princípio fundamental a regulação dos necessários mecanismos de comunicação, arbitragem e compensação assentes na plataforma Segurnet e na Convenção de Regularização de Sinistros que funcionam no âmbito da APS.

82 82 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES Foi subscrito em 2016 um Protocolo entre a APS e a Infraestruturas de Portugal (IP, ex-estradas de Portugal) estabelecendo regras e procedimentos que simplificam a regularização dos sinistros e agilizam a gestão dos processos relacionados. / Protocolos e acordos com entidades terceiras Foi subscrito em 2016 um Protocolo entre a APS e a Infraestruturas de Portugal (IP, ex-estradas de Portugal) estabelecendo regras e procedimentos que simplificam a regularização dos sinistros e agilizam a gestão dos processos relacionados: trajudicialmente) pelas seguradoras por compensação da paralisação de veículos de transporte profissional, acordos esses celebrados com diversas Associações, Federações ou entidades representativas dos respetivos setores: / ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros). / FTP (Federação Portuguesa do Táxi). / Com o pagamento, pelas empresas de seguros, dos danos ao património rodoviário sob administração da IP. / ANTROP (Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros), / Com o reembolso, pela IP, dos montantes pagos pelas empresas de seguros nas situações em que aquela, em consequência de acidente de viação, deve responder pelos prejuízos causados a terceiros. Baseado no Protocolo entre a APS e a Brisa, apresenta, porém, aspetos inovadores, como a consagração deste último princípio de reciprocidade e a criação de um sistema eletrónico de transmissão de dados, assente na Segurnet. Este novo Protocolo inclui regras e condições a considerar na reparação dos danos causados no património rodoviário por veículos com seguro válido de responsabilidade civil automóvel, o que muito contribuirá para racionalizar e agilizar a articulação entre a IP e as seguradoras em situações de sinistro. Paralelamente, continuaram a ser geridos os Acordos de Paralisação que definem as indemnizações assumidas (ex- / AITRAM (Associação dos Industriais de Táxi da Região Autónoma da Madeira). / ARAC (Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis Sem Condutor). / ANTRAM (Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias). / CTT. Em 2015, as partes entenderam manter os valores que vigoraram em 2014, quando, se aplicada a regra de atualização normal, se verificaria uma queda dos valores em termos absolutos (face à taxa de inflação negativa verificada em 2014). A condição foi assumir também um mecanismo corretivo desta medida extraordinária na atualização de 2016, o que, de facto, veio a suceder.

83 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 83 SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL Considerando que existem vários aspetos nos clausulados dos seguros obrigatórios de responsabilidade civil que suscitam dificuldades de interpretação, ocasionando, por vezes, litígios com a atividade seguradora, o setor tem levado a cabo, no seio da APS, uma reflexão sobre possíveis soluções para minimizar estas dificuldades. / Condições gerais do seguro obrigatório de responsabilidade civil Considerando que existem vários aspetos nos clausulados dos seguros obrigatórios de responsabilidade civil que suscitam dificuldades de interpretação, ocasionando, por vezes, litígios com a atividade seguradora, o setor tem levado a cabo, no seio da APS, uma reflexão sobre possíveis soluções para minimizar estas dificuldades. Nesse sentido, foi elaborado um projeto de condições gerais de referência para os seguros obrigatórios de responsabilidade civil, tendo a preocupação de, não alterando significativamente o teor da Norma Regulamentar N.º 4/2009-R, de 19 de março, da ASF, que aprova a parte uniforme geral das Condições Gerais das apólices de seguros obrigatórios de responsabilidade civil (já que esta se baseia muito na Lei do Contrato de Seguro), introduzir algumas clarificações, definições e exclusões que as empresas de seguros entendem dever ser tidas em consideração. Já em 2016, o resultado deste trabalho foi apresentado à ASF como contributo para uma revisão da referida Norma, podendo, por outro lado, ser utilizado pelas empresas de seguros aquando da elaboração dos seus próprios clausulados.

84 84 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES O projeto de diploma previa a necessidade do leiloeiro ser detentor de seguro de responsabilidade civil ou garantia financeira ou instrumento equivalente que o substitua. / Responsabilidade civil da atividade leiloeira Em 2015, a Direção Geral das Atividades Económicas (DGAE) consultou o setor sobre uma proposta de regulamentação de um seguro facultativo de responsabilidade civil equacionado no âmbito de um processo de análise da atividade leiloeira então em curso. O projeto de diploma previa a necessidade do leiloeiro ser detentor de seguro de responsabilidade civil ou garantia financeira ou instrumento equivalente que o substitua. Nos termos previstos, concedia-se ao leiloeiro a faculdade de optar pelo instrumento financeiro que entendesse ser o mais adequado para garantir a responsabilidade emergente da sua atividade. No entanto, o projeto de diploma limitava- -se a estabelecer os termos e as condições mínimas do seguro, de natureza facultativa, de responsabilidade civil. Ora, tratando-se de um seguro facultativo, não se justificaria uma regulamentação detalhada, mas apenas de enquadramento do seguro, o que permitiria que as partes negociassem livremente os aspetos de pormenor que melhor se adequassem à especificidade da atividade desenvolvida. Esta iniciativa regulamentar não teve, contudo, conclusão até meados de Na solução proposta, o setor segurador encontrou, porém, incongruências. Por um lado, nalgumas das disposições do projeto de diploma concluía-se ser intenção do legislador garantir que a responsabilidade emergente da atividade fosse devidamente assegurada, concedendo às empresas, no entanto, a faculdade de optarem pelo instrumento financeiro (seguro de responsabilidade civil profissional, garantia financeira ou instrumento equivalente) que entendessem mais adequado para garantir essa responsabilidade. O seguro de responsabilidade civil, nos moldes em que se encontrava previsto, configurava um seguro facultativo. Mas, por outro lado, o diploma impunha às empresas de administração de condomínios estabelecidas em território nacional a obrigação de celebração de um seguro de responsabilidade civil, estabelecendo expressamente um capital mínimo, bem como as condições mínimas do seguro. No parecer que a APS, em nome do setor segurador, remeteu ao IMPIC foi salientada esta discrepância e apresentadas propostas concretas com o objetivo de viabilizar a celebração do contratos por parte do mercado segurador. Em meados de 2016, desconheciam-se, no entanto, quaisquer desenvolvimentos neste processo legislativo. / Responsabilidade civil da atividade de administração de condomínios Em 2015, o Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I.P. (IMPIC) produziu uma proposta de Lei relativa à atividade de administração de condomínios, tendo o cuidado de auscultar o setor segurador sobre o meio previsto para garantir as responsabilidades das empresas que a exercem. No parecer que a APS, em nome do setor segurador, remeteu ao IMPIC foram apresentadas propostas concretas com o objetivo de viabilizar a celebração do contratos por parte do mercado segurador.

85 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 85 / Responsabilidade civil de aeronaves não tripuladas (drones) Em 2015, o Instituto Nacional de Aviação Civil, IP (INAC) esteve envolvido na preparação de um projeto legislativo para regular a utilização no espaço aéreo nacional de aeronaves não tripuladas (vulgarmente conhecidas por drones ), sendo que a responsabilidade pelos danos causados a terceiros e a obrigatoriedade de contratação de um seguro de responsabilidade civil estava a ser estudada em conjunto com a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Não obstante a atualidade e até projeção mediática do tema, estimulada pela crescente proliferação de aparelhos e consequente alargamento do risco, esta iniciativa legislativa não terá conhecido evolução relevante até meados de No entanto, sobre o estabelecimento deste seguro obrigatório, capitais mínimos e principais exclusões foi auscultada também, através da APS, a opinião do setor segurador que, desde logo, manifestou a sua concordância com a necessidade de criação de um regime jurídico específico aplicável a este tipo de aeronaves e às atividades que por elas possam ser desenvolvidas. O setor segurador ressalvou, porém, que a segurabilidade do risco associado à utilização de aeronaves não tripuladas suscita as dificuldades próprias de um risco novo, desconhecido para as empresas de seguros, que não têm informação estatística para o avaliar e para mensurar o potencial de danos que tal utilização pode implicar. Mas no que respeita ao seguro de responsabilidade civil, e também por isso, defendeu a criação de mecanismos de seguro flexíveis que permitam às partes contratantes, no âmbito da sua liberdade contratual, estabelecer as condições contratuais mais ajustadas à especificidade de cada situação, ao invés do estabelecimento de um seguro obrigatório de responsabilidade civil profundamente regulamentado e padronizado. Não obstante a atualidade e até projeção mediática do tema, estimulada pela crescente proliferação de aparelhos e consequente alargamento do risco, esta iniciativa legislativa não terá conhecido evolução relevante até meados de 2016.

86 86 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015/ 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

87 FORMAÇÃO ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS CERTIFICAÇÃO DA DIREÇÃO-GERAL DO EMPREGO E DE RELAÇÕES DE TRABALHO (DGERT) /89 PROJETOS DE FORMAÇÃO ESPECÍFICOS: SOLVÊNCIA II E QUALIFICAÇÃO DE PERITOS /90 OFERTA DE FORMAÇÃO /92 FORMAÇÃO DA ACADEMIA EM NÚMEROS /93

88 88 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

89 07 / FORMAÇÃO ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 89 CERTIFICAÇÃO DA DIREÇÃO-GERAL DO EMPREGO E DE RELAÇÕES DE TRABALHO (DGERT) Como entidade formadora, a APS tem renovado a sua acreditação pela DGERT desde a introdução deste instrumento de referência no âmbito do sistema da formação profissional no nosso país, procurando ao longo deste processo o progressivo alinhamento dos seus serviços com as melhores práticas ao nível da gestão da formação. Entre outros serviços disponibilizados às suas Associadas, a APS integra na sua estrutura organizacional uma área de formação profissional - a Academia Portuguesa de Seguros (Academia) - através da qual pretende contribuir para a valorização pessoal e profissional dos colaboradores do setor segurador e atividades afins, bem como para a qualificação de novos profissionais para o mercado segurador. Como entidade formadora, a APS tem renovado a sua acreditação pela DGERT (Direção Geral do Emprego e das Relações no Trabalho) desde a introdução deste instrumento de referência no âmbito do sistema da formação profissional no nosso país, procurando ao longo deste processo o progressivo alinhamento dos seus serviços com as melhores práticas ao nível da gestão da formação. A última renovação desta certificação, concretamente para as áreas Finanças, Banca e Seguros e Desenvolvimento Pessoal, foi solicitada em 2015 e confirmada pela DGERT em março de De acordo com a apreciação formal da DGERT, a APS demonstrou nomeadamente: (i) evidências de garantia de recursos e meios necessários para a prossecução do seu projeto nas áreas de educação e formação solicitadas; (ii) a existência de um conjunto de processos chave que ilustram globalmente a planificação, o desenvolvimento e a avaliação da atividade formativa, inclusive para a formação a distância; (iii) a existência de uma política e uma estratégia de atuação claramente definidas, consistentes com seu contexto de intervenção e com os seus destinatários; (iv) a existência de mecanismos de acompanhamento da sua atividade formativa, que traduzem práticas de controlo e avaliação da mesma. Ficou assim garantida mais uma renovação desta importante certificação da APS que, recorde-se, é também membro do European Foundation for Quality in elearning (EFQUEL). Ficou assim garantida mais uma renovação desta importante certificação da APS

90 90 PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 2015 / 2016 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES PROJETOS DE FORMAÇÃO ESPECÍFICOS: SOLVÊNCIA II E QUALIFICAÇÃO DE PERITOS Dois grandes temas de particular atualidade e importância para o setor segurador justificaram projetos de formação mais estruturados por parte da Academia Portuguesa de Seguros. Por um lado, a APS continuou apostada em facultar às suas Associadas os meios necessários para facilitar a compreensão e a implementação do novo regime Solvência II, agora com um maior enfoque em matérias especificamente críticas para a gestão das empresas de seguros. A APS continuou apostada em facultar às suas Associadas os meios necessários para facilitar a compreensão e a implementação do novo regime Solvência II, agora com um maior enfoque em matérias especificamente críticas para a gestão das empresas de seguros.

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