UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Terapia Ocupacional

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1 1 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Terapia Ocupacional Cléocione Araújo de Moraes Karina Pereira Lucília Madureira Castro Pontes A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM EMPRESAS NA ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO E CARREGAMENTO DE CARGAS LINS 2007 SP

2 2 Cléocione Araújo de Moraes Karina Pereira Lucília Madureira Castro Pontes A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM EMPRESAS NA ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO E CARREGAMENTO DE CARGAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Terapia Ocupacional, sob a orientação da Profª Esp. Paula Sandes Leite e orientação técnica da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni. LINS 2007 SP

3 3 Cléocione Araújo de Moraes Karina Pereira Lucília Madureira Castro Pontes A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM EMPRESAS NA ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO E CARREGAMENTO DE CARGAS Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Terapia Ocupacional. Aprovada em: / / Banca Examinadora: Profª Orientadora: Paula Sandes Leite Titulação: Especialista em terapia da mão e membro superior (UNIFESP) Assinatura: 1º Prof(a): Titulação: Assinatura: 2º Prof(a): Titulação: Assinatura:

4 4 DEDICATÓRIA A MINHA MÃE A QUEM EU AMO TANTO, MARIA Dedico este trabalho a senhora, que me educou e me ensinou para que eu caminhasse e realizasse mais esta etapa tão importante em minha vida. Ensinou-me a viver com dignidade e ser humilde o suficiente para buscar e conquistar meus sonhos. Agradeço muitas vezes por ter lutado muito, para que eu pudesse me realizar profissionalmente pelo carinho, amor, dedicação, compreensão e incentivo. Obrigada simplesmente por existir e pela realização desta conquista!!! Sua filha Cléo AO MEU PAI ALDO LIMA (in memorian) Gostaria de compartilhar esse momento tão importante em minha vida ao seu lado, mas como isso não é possível espero que eu tenha te orgulhado. Sei que meus olhos não o vêem mais, mas a lembrança do amor dedicado a mim me consola, e então o vejo, não com os olhos, mas com o coração. E sei que onde estiver estará olhando por mim. Me ilumine neste novo caminho e não me deixe desistir. Sempre te amarei!!! Sua filha Cléo AOS MEUS IRMÃOS CLÉRISTON, CLEIDSON E CLERMILSON Vocês com toda experiência me deram algumas dicas, me passando segurança, confiança e por terem acreditado em mim. Dedico também a vocês este trabalho e espero que daqui pra frente continuemos unidos e sempre prontos para as eventualidades da vida. Amo vocês!!! Cléo

5 5 AOS MEUS PAIS MARAVILHOSOS VERA E JOÃO SÉRGIO Dedico este trabalho a vocês... que sempre me apoiaram para que houvesse a conclusão de mais esta etapa em minha vida, acreditando no meu potencial, mantendo-se sempre firmes para me apoiar no que eu precisasse, mesmo que para isso tivessem que renunciar seus próprios sonhos. Obrigado pela luta de cada dia e também pelos esforços sem medida para que eu pudesse chegar até aqui. Sou grata a Deus por tê-los como pais e exemplos a serem seguidos por toda vida. AMO MUITO VOCÊS... Sua filha Lucília AOS MEUS PAIS JOÃO E CLEONICE Dedico este trabalho a vocês, por terem me proporcionado esta conquista de me tornar uma Terapeuta Ocupacional, sempre me incentivando e dizendo para eu ter calma que tudo iria dar certo. Mesmo com todas as dificuldades nesses quatro anos eu venci e devo tudo isso a vocês que deixaram seus sonhos e vontades de lado para se sacrificarem por mim. Agradeço a Deus todos os dias por ter vocês como pais e por me fazer muito feliz, sempre me conduzindo nos melhores cominhos. Obrigado por vocês existirem. AMO MUITO VOCÊS!!! À NÓS Sua filha Karina Durante estes quatro anos crescemos e amadurecemos pessoalmente e profissionalmente em tudo que passamos juntas. Tivemos momentos de alegrias, tristezas, brigas e comemos muito durante as reuniões. Por vários momentos achamos que não iríamos dar conta de concluir este trabalho, porém, chegamos ao fim e temos orgulho em dizer que somos... TERAPEUTAS OCUPACIONAIS Nós somos demais!!! Cléo, Ká e Lú

6 6 AGRADECIMENTOS À DEUS Por mais esta vitória, como forma de agradecimento por tudo que tens feito por nós, reconhecemos que sem tua misericórdia, graça e fidelidade, não estaríamos aqui. Obrigado por estar conosco em todos os momentos de nossas vidas, tanto os de alegria como os de tristeza e também por ter nos dado força para vencer mais este obstáculo, nos fazendo fortes não permitindo que o cansaço muitas vezes nos desanimasse. Obrigado pela presença de nossos pais, professores, amigos e por todos que fizeram parte da nossa história, nos ajudando a crescer. Sempre seremos gratas pelo seu amor. Suas filhas... Cléo, Ká e Lú À NOSSA ORIENTADORA PAULA Agradecemos por todo conhecimento que nos proporcionou e por ter nos ajudado a concluir este trabalho, sempre com paciência, dedicação, carinho e compreensão. Você sempre esteve ao nosso lado, nos apoiando e nos ensinando a nunca desistir dos nossos sonhos, por mais dificuldades e barreiras que pudéssemos encontrar. Encontramos em você não somente uma professora, mas uma grande amiga. Você é uma pessoa muito querida e especial para nós, esperamos que essa amizade dure para sempre. TE ADORAMOS MUITÃO... Cléo, Ká e Lú À JOVIRA Pela paciência e compreensão tão necessárias para que este trabalho pudesse ser concluído, sempre nos ajudando na elaboração deste trabalho. OBRIGADO POR TUDO... Cléo, Ká e Lú

7 7 À EMPRESA CARINO INGREDIENTES Que nos deu a grande oportunidade, para que esta pesquisa fosse realizada. Agradecemos principalmente a Simone, Francisco e aos trabalhadores que nos receberam de braços abertos, mostrando-se atenciosos e receptivos a todo o momento, apoiando e elogiando o nosso trabalho, tornando possível a realização desta pesquisa. Cléo, Ká e Lú AO VAGNER Por ter nos ajudado na parte ilustrativa deste trabalho, sempre com paciência, dedicação e compreensão. Obrigado por tudo... Cléo, Ká e Lú AO MEU NAMORADO BRENO Por estar ao meu lado me dando amor, carinho, atenção, compreensão e me ensinando sempre a não desistir dos meus sonhos, por mais dificuldades e barreiras que eu possa encontrar. Você esteve sempre presente, mesmo que para isso tivesse que renunciar os seus compromissos e sonhos também. Agradeço a Deus por alguém tão especial como você fazer parte da minha vida. Obrigado por tudo que você fez e também por ter compartilhado este momento tão importante em minha vida. AMO VOCÊ!!! Lucília AO MEU NAMORADO GUSTAVO Amor obrigado por estar ao meu lado sempre, participando comigo deste momento tão importante da minha vida, me dando força, amor, carinho e até bronca quando é preciso, me fazendo rir e sempre dizendo para eu ter calma. Obrigado por você existir na minha vida e me fazer muito, muito feliz, pois sua presença e seu sorriso é tudo para mim. TE AMO!!! Karina

8 8 RESUMO O mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações nos últimos anos com a introdução de novas tecnologias, aceleração do ritmo de trabalho, mudanças no modo de produção e surgimento de novas profissões, o que acabou influenciando no aparecimento de novas organizações do trabalho e na reorganização das empresas já existentes, necessitando de adequação para sobreviver a essas novas realidades. A Terapia ocupacional evoluiu e ampliou seu campo de atuação na área da saúde e trabalho, sendo o seu objetivo atingir o potencial funcional e ocupacional máximo de cada indivíduo, para que ele consiga autonomia e independência na vida cotidiana e inclusão social. O objeto de atenção da Terapia Ocupacional é conhecer o trabalhador no exercício de sua profissão atividade humana/trabalho para compreender e analisar as atividades e a relação com o seu trabalho e vice-versa, pelos aspectos físicos, cognitivos, psíquico e social, a fim de se transformar o trabalho. A Ergonomia e a Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho estudam e analisam as questões e contradições individuais e coletivas do mundo do trabalho, incluindo o processo de adoecimento pelo trabalho, com objetivo de criar outras proposições, viabilizando a aplicação técnica de vários conhecimentos, oferecendo soluções coerentes com as exigências da saúde dos trabalhadores e da produção. O ato de elevar, empurrar ou puxar manualmente um objeto tem sido uma preocupação para aqueles que planejam o uso eficaz da força e também para os que procuram prevenir lesões e doenças do trabalho, onde o manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas musculares entre os trabalhadores, ocorrendo com mais freqüência a lombalgia, sendo que cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo da vida, e a lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre os trabalhadores.o objetivo desta pesquisa foi à elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas, através de palestra, a fim de oferecer aos trabalhadores um material ilustrativo com as orientações para uma melhor compreensão sobre a maneira adequada de realizar o levantamento e carregamento de cargas e a adoção de hábitos mais saudáveis para uma melhor qualidade de vida no trabalho, auxiliando-os na prática cotidiana, prevenindo assim, maiores agravos à sua saúde, uma vez que estes possam vir a ter problemas relacionados à coluna vertebral. Depois da realização da palestra foi aplicado um questionário de múltipla escolha para avaliar os conhecimentos obtidos pelos trabalhadores, onde obteve-se um resultado satisfatório. Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Saúde do trabalhado. Trabalho. Ergonomia.

9 9 ABSTRACT The work s world has passed great transformations in the last years with the introduction of new tecnologies, acceleration of work s rhythm, changes in the production s manner and emergence of profissions, what finished influencing in the appearing of new work s organization and in the companies s reorganization already extants, needing for adequation to survival the theses new realities. The Occupational Therapy evolved and amplified its field of action in the work and health s area, being the its objective to get at occupational and functional potencial maximum of each individual, to that gets autonomy and independence in the everyday life and social inclusion. The attention s object of Occuational Therapy is to know the exercise of its profission work/ human activity to understand and to analyze the activities and the relation with the its work and vice versa, by physics aspects, cognitives, psychis and social, so as to transform the work. The Ergonomy and the Occupational Therapy in the Work an health s area studies and analyzes the colletive and individuals questions and contractions of work s world, including the process of sickennigby work, with the objective to create others propositions, feasibiliting the technique application of diverses knowledge, offering coherents solutions with the demands of worker s health and the production. The act to elevate, to push or pull manually an object have been a preoccupation to those the plan the use efficacy of power and also to the that search to warn injuries and illness in the work, where the to handle of load is responsible by major of muscular among the workers, occurring with more frequency the traumas lumbalgy, being that about 80% of people present lumbar aches along of life, and the lumbalgy is the major cause of incapacity of short and long during among the workers. The objective of this research was to elaboration and application of a orientation s manual to work s health the achieves weightlifting and load, through of chat, so as to offer to workers an illustrative material with the orientations to a best comprehension about the adequate manner of to achieve the weightlifting and load and the adotion of habits more healthful to a best life s quality in the work, helping them in the everyday practice, prevening thus, major aggravates to its health, once these can to come the to have problems relationed to spine. Key - words: Occupational Therapy. Worker s Health. Work. Ergonomy.

10 10 LISTA DE FIGURAS Figura1: Como dormir Figura 2: Como alimentar-se Figura 3a: Protetores auriculares Figura 3b: Luvas Figura 3c: Máscara Figura 3d: Óculos Figura 3e: Todos os EPI s Figura 4: Coluna vertebral Figura 5a: Quando sentado Figura 5b: Quando sentado Figura 5c: No carro Figura 5d: No carro Figura 5e: Posição para dormir Figura 5f: Posição para dormir Figura 5g: Quando pegar uma criança Figura 5h: Quando pegar uma criança Figura 5i: Como carregar mochila Figura 5j: Como pegar objetos Figura 5k: Como pegar objetos Figura 5l: Como lavar o rosto Figura 6: Como relaxar a coluna Figura 7a: Como abaixar-se para pegar objetos Figura 7b: Como levantar e segurar os objetos Figura 7c: Como levar e deslocar a carga Figura 7d: A carga deve estar 40 cm acima do piso Figura 7e: Remova todos os obstáculos que possam atrapalhar a passagem Figura 7f: Evite desnível da carga Figura 7fg: Evite desnível da carga Figura 7h: Evite desnível da carga Figura 7i: Evite desnível da carga Figura 7j: Evite o transporte com apenas uma das mãos... 72

11 11 Figura 7k: Evite o transporte com apenas uma das mãos Figura 7l: Como levantar e transportar placas de madeira Figura 8: Carrinho de transporte Figura 9a: Alongamento Figura 9b: Alongamento Figura 9c: Alongamento Figura 10a: Tire seus dias de descanso para repousar Figura 10b: Programe passeio com a família Figura 10c: Divirta-se com os amigos Figura 10d: Pratique alguma atividade física que lhe dê prazer LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resultado do aproveitamento da palestra LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AVP: Atividade de vida prática CLT: Consolidação das Leis Trabalhistas DORT: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho EPI s: Equipamentos de proteção individual IEA: Associação Internacional de Ergonomia LER: Lesão por Esforços Repetitivos NIOSH: National Institute for Occupational Safety and Health NRs: Normas Regulamentadoras da Segurança no Trabalho OMS: Organização Mundial de Saúde T.O.: Terapia Ocupacional UNESCO: Organização Mundial de Saúde, Ciência e Cultura USP: Universidade de São Paulo

12 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I TERAPIA OCUPACIONAL NA ÁREA DE SAÚDE E TRABALHO E A ERGONOMIA TERAPIA COUPACIONAL Definição Histórico Terapia ocupacional no campo da saúde e trabalho Terapia ocupacional no contexto empresarial Vantagens da atuação do terapeuta ocupacional para a empresa e para os trabalhadores Ergonomia Conceituação Histórico Objetivos básicos da ergonomia Tipos de ergonomia Ergonomia de concepção Ergonomia de correção Ergonomia de conscientização Ergonomia de participação Custo e benefício da ergonomia Terapia ocupacional e ergonomia CAPÍTULO II CONCEITOS BÁSICOS QUANTO A SAÚDE DO TRABALHADOR INTRODUÇÃO Sono Fases do sono Dicas para uma boa noite de sono... 31

13 Alimentação Dicas para uma boa alimentação Metabolismo Capacidade muscular Metabolismo basal Energia gasta no trabalho Subnutrição e rendimento Segurança no trabalho Equipamentos de proteção individual (EPI s) A importância dos EPI s Tipos de EPI s Coluna Vertebral Anatomia da coluna vertebral Disco intervertebral Patologias mais comuns da coluna vertebral Controle da postura Manuseio da cargas Levantamento de cargas Carga sobre a coluna vertebral durante o levantamento Métodos do levantamento Capacidade de levantamento de cargas homens/mulheres Transporte de cargas Recomendações para o transporte de cargas A importância dos carrinhos de transporte Alongamento Tipos de alongamento Porque alongar-se Como alongar-se Lazer CAPÍTULO III A PESQUISA INTRODUÇÃO Descrição da empresa... 56

14 Proposta do manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas Resultados A palavra dos profissionais A palavra do médico do trabalho A palavra do Fisioterapeuta A palavra dos Terapeutas Ocupacionais Discussão Conclusão da pesquisa PROPOSTA DE INTERVENÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXO

15 15 INTRODUÇÃO É importante para os trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas, receberem orientações adequadas, buscando sempre uma melhor qualidade de vida no trabalho e desempenho eficiente, evitando assim, possíveis acometimentos a saúde. O Terapeuta Ocupacional na área da saúde e trabalho é responsável pela orientação, conscientização e transmissão de conhecimentos aos trabalhadores. Foi elaborado um manual de orientação, ilustrado com fotos, contendo uma linguagem clara e objetiva, para uma melhor compreensão das orientações, este manual foi apresentado aos trabalhadores em forma de palestra. O tema abordado tem por objetivo fornecer conhecimentos básicos à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas, para uma melhor qualidade de vida nos aspectos físico, mental e social, buscando o conforto, a segurança e o desempenho eficiente no relacionamento entre o homem e seu trabalho. Após a pesquisa exploratória, levantou-se o seguinte questionamento: de que maneira o Terapeuta Ocupacional pode colaborar na promoção da saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas? Diante deste questionamento, foi levantada a seguinte hipótese que norteia o trabalho: O terapeuta Ocupacional pode colaborar na promoção da saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas através da elaboração e aplicação de um manual de orientação ilustrativo que engloba informações quanto ao funcionamento básico do corpo humano, segurança no trabalho, importância de hábitos saudáveis como adequada alimentação, descanso, atividades de lazer, a necessidade do uso dos equipamentos de proteção individual e por fim, dando ênfase à maneira e postura correta do corpo durante o levantamento e carregamento de cargas. Para demonstrar esse pressuposto, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Carino Ingredientes, no dia 11 de setembro de 2007, cujos métodos e técnicas estão explicitados no capítulo III. O trabalho está assim estruturado:

16 16 Capítulo II descreve os conceitos básicos quanto à saúde do trabalhador. Capítulo III descrição da pesquisa Finaliza-se o trabalho com a proposta de intervenção e as considerações finais.

17 17 CAPÍTULO I TERAPIA OCUPACIONAL NA ÁREA DE SAÚDE E TRABALHO E A ERGONOMIA 1 TERAPIA OCUPACIONAL 1.1 Definição Segundo Crepeal e Neistadt (2002), Terapia Ocupacional é a arte e a ciência de ajudar pessoas a realizarem as atividades diárias que são importantes para elas, apesar de debilidade, incapacidades ou deficiências [...]. Na publicação brasileira consta a definição da profissão, formulada pelo curso de Terapia Ocupacional da USP Universidade de São Paulo: É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções em T.O dimensionam-se pelo uso da atividade elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico. World Federation of Occupacional Therapy (apud CAVALCANTI; GALVÃO, 2007, p. 3) De acordo com a Associação Canadense de Terapeutas Ocupacionais: a Terapia Ocupacional utiliza a ocupação para promover e manter a saúde, prevenir e/ou tratar disfunções resultantes de enfermidades, lesões, envelhecimento, desvantagem social ou deterioração que resultem de incapacidades. Ocupação se refere a qualquer atividade ou tarefa, necessária para o auto-cuidado, como comer e vestir-se, produtividade, como escola, trabalho, atividades domésticas ou atividades de lazer como atividades de recreação. A ocupação é considerada como essencial para a saúde. (COMITE DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO WFOT, 2003) É uma ciência da saúde que tem como objeto de estudos a cinética do homem e suas relações com atividades ocupacionais, em todas as suas formas de expressão, quer nos desvios patológicos, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, tendo como meta restaurar

18 18 a capacidade fisico-mental do indivíduo. (CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, 2007, [s.l]) 1.2 Histórico A profissão de Terapia Ocupacional teve sua origem oficial nos Estados Unidos, no final da I Guerra Mundial, onde os soldados voltaram de suas atividades militares com várias seqüelas e necessitando de reabilitação. Devido ao longo tempo de hospitalização e por sua incapacidade funcional, necessitavam de intensa terapia física ou ocupacional. A II Guerra Mundial teve como conseqüência uma necessidade ainda maior por serviços médicos do que a I Guerra. Mais uma vez, a Guerra ressaltou o valor da Terapia Ocupacional para o auxílio das pessoas doentes e feridas. A profissão surgiu no Brasil, em 1950, criada à partir de um acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Organização Mundial de Saúde, Ciência e Cultura (UNESCO) e Organização Internacional do Trabalho, voltada a reabilitação, entre elas a profissional, campo no qual foi destinado a reabilitação e a reinserção profissional ou acidentes de trabalho. A Terapia Ocupacional evoluiu e ampliou seu campo de atuação, sendo o seu objetivo atingir o potencial funcional e ocupacional máximo de cada individuo, para que ele consiga autonomia e independência na vida cotidiana e inclusão social. A relação da Terapia Ocupacional com o trabalho permeia toda história da profissão, pois esta nasceu para habilitar e/ou reabilitar e inserir no mundo do trabalho pessoas que apresenta limitação ou deficiência em seu desempenho, decorrentes de diferentes condições patológicas que interfere direta ou indiretamente em suas atividades do dia-a-dia, tornando menos independente. 1.3 Terapia ocupacional no campo da saúde e trabalho A Constituição da Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde

19 19 como: O estado de completo bem estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doenças. (EPSTEIN, 2001, [s.i]) Para o bem estar físico, mental e social ser alcançado o indivíduo precisa ter capacidade para identificar e perceber suas vontades, satisfazer suas necessidades, mudando ou lidando com o seu meio. Segundo Rosen (apud LANCMAN, 2004, p.4): [...] para promover a saúde e prevenir a doença e preciso combater a ignorância. A educação em saúde, ao ensinar saúde ao povo, se ocupa, em essência, do comportamento humano e de sua alteração para melhoria e a promoção da saúde individual e comunitária. Algumas mudanças na vida, no trabalho e no lazer têm um grande impacto na saúde do indivíduo, onde a promoção da saúde deve gerar condições de vida e trabalho sadias, prazerosas, estimuladoras e agradáveis. O conceito sobre o trabalho foi se transformando e acompanhando várias mudanças, tornando-se diferente de cultura para cultura. O trabalho compreende uma atividade que permite ao homem diferenciar-se das outras espécies animais. Hoje é reconhecido como útil, sendo uma fonte de renda e uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento psíquico, onde o sofrimento gerado no trabalho, quando excessivo pode levar ao adoecimento do indivíduo. O trabalho é um elemento primordial no que se refere à saúde e o principal elo entre os indivíduos e a sociedade, assumindo um papel importante na constituição da identidade dos mesmos. Ele é também uma ação, mas dependendo de como é sua organização acaba impedindo o indivíduo de pensar na racionalidade dessa ação, gerando ao mesmo tempo uma dificuldade na capacidade de se pensar. Somente o homem tem a capacidade de pensar em um plano de ação para depois realizá-lo. O trabalho humano sempre foi muito valorizado pela terapia ocupacional, sendo quase comparado a um remédio, onde inserir o homem no mundo do trabalho e fazê-lo compreender sua relação entre as condições de vida e de trabalho e saúde/doença são os principais objetivos de intervenção do terapeuta, pois o homem saudável é aquele que trabalha, que é útil e produtivo.

20 20 Atualmente, a Terapia Ocupacional vem contribuindo no campo da saúde e do trabalho devido a crescente consciência das relações entre os fatores ocupacionais e o adoecimento, além da necessidade das empresas investirem em programas preventivos, precavendo possíveis indenizações trabalhistas por parte dos lesionados. A promoção da saúde tem haver com o dia-a-dia saudável de modo que o indivíduo possa aproveitar o melhor que a vida tem a oferecer. É exatamente ai que a Terapia Ocupacional intervém para promover a saúde do indivíduo, podendo-se usar as atividades de vida prática (AVP) com qualidade e sinônimo de vida saudável. Segundo Watanabe (apud LANCMAN, 2004, p.42): O terapeuta ocupacional, então, na área da saúde e trabalho tem como objeto de atenção à relação estabelecida entre a atividade de trabalho e o trabalhador, expressa na relação consigo próprio (adoecimento), com seu trabalho (prazer e satisfação no ofício) e com a empresa (cultura e política vigente valorização e reconhecimento), otimizando as potencialidades pessoais [...]. A Terapia Ocupacional na promoção da saúde está envolvida com a ocupação humana e a sua importância na saúde dos indivíduos de todas as idades, avaliando os fatores de riscos ambientais e psicossociais que diminuem a capacidade das pessoas em participar nas atividades e ocupações do cotidiano. Os Terapeutas Ocupacionais buscam nas práticas de saúde e trabalho, prevenir doenças, tratar, reabilitar e fazer com que o indivíduo afastado por adoecimento retorne ao seu trabalho, agindo na prevenção, no tratamento e na recuperação das capacidades que foram reduzidas pelos problemas ocasionados pelas exigências do trabalho, onde suas intervenções devem levar os trabalhadores a refletirem sobre sua atividade laboral. Segundo Reed in Soares (apud CAVALCANTI; GALVÃO, 2007, p.3): Se há uma doença ocupacional, porque não uma Terapia Ocupacional?. A ação, o fazer e o cotidiano são definidos como objeto da profissão de Terapia Ocupacional, tendo como objetivo entender as metas ou resultados

21 21 que se buscam alcançar a partir da intervenção, melhorando o desempenho, ampliando a autonomia do indivíduo, superando déficits ou traumas, garantindo uma inserção na sociedade. 1.4 Terapia ocupacional no contexto empresarial No contexto empresarial, os terapeutas ocupacionais participam da investigação e confirmação diagnóstica e do estabelecimento da causa junto da equipe interprofissional, com o médico do trabalho e engenheiro ou técnico de segurança, realizando a análise da vida de trabalho e das atividades inerentes à função do empregado. Esses profissionais também colaboram na prevenção de agravos, afastamentos, percepção de risco de acidentes ou adoecimentos e conscientização dos efeitos do trabalho sobre o indivíduo, garantindo o cumprimento de deveres da empresa relacionados aos aspectos previdenciários relativos à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), à saúde e à segurança no trabalho, ao cumprimento das Normas Regulamentadoras da Segurança no Trabalho (NRs) e aos acordos firmados entre empresas e trabalhadores. O Terapeuta Ocupacional ocupa uma posição dentro da equipe multidisciplinar que lhe permite um estreito relacionamento com o usuário por seu contato quase diário com ele (no tempo muitas vezes prolongado do período de tratamento terapêutico ocupacional) e, mais marcadamente, por receber em sua formação básica uma visão holística do homem na sociedade e de como o trabalho e a ocupação têm um papel importante como formadores da identidade do homem [...]. (SANTOS apud LANCMAN, 2004, p.105) O Terapeuta Ocupacional dentro da empresa deverá usar seus conhecimentos e seu olhar ergonômico para promover a saúde, prevenir riscos, acidentes e incapacidades. O terapeuta deve possibilitar aos trabalhadores conhecerem, perceberem e sentirem suas habilidades, necesidades e limitações, pois espera-se à transformação dos indivíduos em cidadãos e autores da história, na tentativa de transformação do seu próprio trabalho.

22 22 O objeto de atenção da Terapia Ocupacional é conhecer o trabalhador no exercício de sua profissão atividade humana/trabalho - para compreender e analisar as atividades e a relação com o seu trabalho e vice-versa, pelos aspectos físicos, cognitivos, psíquico e social, a fim de se transformar o trabalho. O objetivo é a promoção da saúde, o sentido e o prazer do trabalhador ao realizar o seu trabalho, transformando a relação consigo mesmo e com seu trabalho, tornando o trabalhador mais ativo no processo de compreensão dos fatores que podem levar ao adoecimento pelo exercício da profissão e no processo do desenvolvimento de sua saúde em todos os aspectos. No que se refere ao atendimento dentro da instituição empresarial, o terapeuta ocupacional avalia a capacidade laborativa do trabalhador, seus desejos e interesses, paralelamente conhece os postos de trabalho e o trabalho real na companhia dele, podendo ele próprio ter gerado a solicitação ou não, mas sempre pela visão do trabalhador. Ele sabe quais as condições, a organização e as relações do trabalho, além dos fatores estáveis, conhecendo também os determinantes da carga de trabalho, pela pesquisa de campo, para implantar medidas preventivas adequar o trabalho ao indivíduo e organizar essas relações e para promover a reabilitação profissional. ( WATANABE; GONÇALVES apud LANCMAN, 2004, p. 46) A contribuição da ergonomia para a Terapia Ocupacional que atua na empresa inclui o levantamento de informações sobre o andamento da organização e de seus traços primordiais, como as características da população, da produção e a saúde. A análise do resultado desse levantamento com as observações globais do trabalho ajuda na elaboração das primeiras sugestões sobre os problemas a serem observados com o objetivo de direcionar a escolha das situações a serem analisadas, como as mais críticas. O Terapeuta Ocupacional poderá intervir respeitando as diferenças individuais, amenizando e evitando sobrecarga física e mental, por meio das atividades gerais e terapêuticas. A Terapia Ocupacional também desenvolve outras ações como: realização de ginástica laboral, adequada para cada atividade desenvolvida na empresa; elaboração de jornais ou folhetos informativos e palestras visando assuntos preventivos; adaptação do trabalhador com algum tipo de deficiência, seja ela visual, auditiva, física ou mental, tendo como objetivo propiciar bem-

23 23 estar, eficiência e segurança; recolocação do trabalhador que sofreu acidente no seu posto de trabalho e quando não for possível realizar a mesma função colocá-lo em outro posto de trabalho que não lhe ofereça riscos à saúde; e elaborar e desenvolver programas de qualidade de vida Vantagens da atuação do Terapeuta Ocupacional para a empresa e trabalhadores Dentro da empresa o Terapeuta Ocupacional irá colaborar na diminuição de gastos médicos decorrentes de doenças ocupacionais, melhorar a qualidade de vida de seus empregados diminuindo assim o número de acidentes, reduzindo o índice de absenteísmo, visando o aumento da eficácia no trabalho, diminuindo a rotatividade no quadro de empregados protegendo a empresa contra processo dos mesmos, no aumento da produtividade com conseqüente aumento nos lucros da empresa, melhorando a imagem e o ambiente de trabalho. (NASCIMENTO; MORAES, 2000) Já para os empregados a intervenção de Terapia Ocupacional visa à redução da fadiga muscular, desconforto físico, diminuindo assim o gasto energético, o estresse emocional e a irritabilidade do trabalhador, favorecendo a sua sociabilização com o grupo de trabalho, melhorando sua qualidade de vida e maior eficiência no trabalho. 1.5 Ergonomia Conceituação Segundo Abrantes (2004), a ergonomia é uma ciência que coloca à disposição das empresas diversas técnicas para aumentar a capacidade produtiva em função da interação do trabalho com o homem, eliminando situações de risco que poderão ocorrer a curto, médio ou longo prazo. Segundo Iida (2005, p.2), diversas associações nacionais de ergonomia apresentam as suas próprias definições, sendo a mais antiga a Ergonomics Society, da Inglaterra:

24 24 Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento. No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia adota a seguinte definição: ergonomia é o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, tendo como objetivo projetos e intervenções que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, o conforto, a segurança, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. (IIDA, 2005) A Associação Internacional de Ergonomia (IEA) adotou a definição oficial apresentada a seguir: ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. (IIDA, 2005) Histórico A ergonomia surgiu após a II Guerra Mundial, em conseqüência do trabalho interdisciplinar durante a guerra, devido à necessidade de adaptar as armas de combate para que o operador ficasse menos tenso, reduzindo assim o nível de tensão e o risco de acidentes. No Brasil a ergonomia destacou-se a partir dos anos de 1980, devido à necessidade de prevenção das LER/DORT, que acometiam grande número de trabalhadores. O crescimento da ergonomia ampliou-se nos últimos anos, decorrentes dos problemas que surgiram nos setores de produção, estando ligada ao desenvolvimento tecnológico e às reações sociais. Inicialmente os principais campos de aplicação da ergonomia se faziam quase que exclusivamente na indústria, concentrando-se no binômio homem - máquina. Atualmente a ergonomia é mais abrangente, estudando sistemas complexos, onde homens, máquinas e materiais interagem de forma contínua entre si, na realização de um trabalho.

25 25 A ergonomia expandiu-se, englobando quase todos os tipos de atividades humanas. Hoje essa expansão ocorre principalmente no setor de serviços (saúde, educação, transporte, laser e outros) e nos estudos de trabalhos domésticos Objetivos básicos da ergonomia A ergonomia estuda vários fatores que contribuem no desempenho do sistema produtivo, procurando diminuir as suas conseqüências nocivas sobre o trabalhador, como a fadiga, estresse, erros e acidentes, oferecendo segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com esse sistema produtivo. A ergonomia visa principalmente à saúde, segurança e satisfação do trabalhador. a) Saúde: é mantida quando as exigências do trabalho e do ambiente não ultrapassam suas limitações energéticas e cognitivas, evitando situações de estresse, riscos de acidentes e doenças ocupacionais. b) Segurança: é alcançada com projetos do posto de trabalho, ambiente e organização do trabalho, evitando dentro das capacidades e limitações do trabalhador, reduzindo assim, os erros, estresse, acidentes e fadiga. c) Satisfação: é o resultado do atendimento das necessidades e expectativas do trabalhador, pois os trabalhadores satisfeitos tendem a adotar comportamentos mais seguros, sendo mais produtivos que aqueles insatisfeitos. d) Eficiência: é decorrente de um bom planejamento e organização do trabalho, que propicie saúde, segurança e satisfação ao trabalhador, devendo ter certos limites, pois o aumento exagerado da eficiência pode ocasionar prejuízos à saúde e segurança. Conforme Abrantes (2004), a ergonomia é uma ciência que trata da adaptação e melhoria das condições de trabalho do homem no sentido amplo, tem uma importância dentro das empresas, ajudando a evitar acidentes e doenças ocupacionais, a projetar máquinas e equipamentos adequados ao

26 26 homem, reduzindo os desconfortos físicos e mentais dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho, indo ao encontro de alguns objetivos da empresa, como o de reduzir os custos de produção, diminuir os absenteísmos e aumentar a produtividade das áreas. A norma regulamentadora da ergonomia NR-17 do Ministério do Trabalho em seu item 17.1 visa: estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. (APÊNDICE F) 1.6 Tipos de ergonomia Ergonomia de concepção Acontece quando a contribuição ergonômica ocorre na fase inicial do projeto, introduzindo conhecimentos sobre o homem em todas as partes que compõem o posto de trabalho, máquinas, ferramentas, dispositivos, sistemas de produção e outros. Esta é a melhor situação, pois as alternativas poderão ser amplamente examinadas Ergonomia de correção É aplicada em situações reais, procurando melhorar as condições de trabalho existentes, buscando resolver problemas que refletem na segurança, fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da produção, porém, de forma parcial e muitas vezes de eficácia limitada Ergonomia de conscientização Procura capacitar os próprios trabalhadores para a identificação e correção dos problemas do dia-a-dia ou aqueles emergenciais, através de

27 27 treinamentos e reciclagens dos trabalhadores sobre os riscos e/ou a maneira correta de realizar um determinado trabalho Ergonomia de participação Procura envolver o próprio usuário do sistema, na solução de problemas ergonômicos. Esse princípio baseia-se na crença de que eles possuem um conhecimento prático, onde alguns detalhes podem passar despercebidos ao analista e projetista. 1.7 Custo e benefício da ergonomia A ergonomia só será aceita se for capaz de comprovar que é economicamente viável, apresentando uma relação custo/benefício favorável. A análise do custo/benefício indica o investimento necessário para realizar um projeto ou uma recomendação ergonômica, representado pelos custos de elaboração do projeto, aquisição de máquinas, materiais e equipamentos, treinamento de pessoal e queda de produtividade durante o período de implantação. Por outro lado, são computados os benefícios, o quanto vai se ganhar com os resultados do projeto, onde o projeto só será economicamente viável se os benefícios forem superiores aos respectivos custos. Em geral, os custos costumam ocorrer a curto prazo e já os benefícios, pode demorar um certo tempo. Existe empresas que estabelece um prazo máximo para esse retorno, cerca de 5 anos. Os projetos que têm maior retorno ou em menor prazo, são considerados mais interessantes. 1.8 Terapia ocupacional e ergonomia O mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações nos últimos anos com a entrada de novas tecnologias, aceleração do ritmo do trabalho,

28 28 mudanças no modo de produção e surgimento de novas profissões, o que acaba influenciando no aparecimento de novas organizações do trabalho e na reorganização das empresas já existentes, necessitando de adequação para sobreviver a essas novas realidades criando, portanto, uma grande mobilidade no mercado de trabalho, favorecendo relações de trabalhos precários, que influencia nas condições de trabalho e saúde dos empregados. O trabalho se modifica e muda a realidade do que neles estão envolvidos, por isso, vários profissionais o estudam e propõem alternativas de organização que possam melhorar a qualidade de vida, repensar o fator humano e humanizar as relações de trabalho. Alguns Terapeutas Ocupacionais procuram formação na área de Ergonomia em cursos de especialização, mestrado e doutorado, pois possibilita aos profissionais desenvolver trabalhos na área de consultorias a empresas, proporcionando ampliações. A Ergonomia e a Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho estudam e analisam as questões e contradições individuais e coletivas do mundo do trabalho, incluindo o processo de adoecimento pelo trabalho, com objetivo criar outras proposições, viabilizando a aplicação técnica de vários conhecimentos, oferecendo soluções coerentes com as exigências da saúde dos trabalhadores e da produção. Ambas têm como compromisso analisar o mundo do trabalho e a atividade laboral. (LANCMAN, 2004) Assim como para a ergonomia os trabalhadores são responsáveis pelas transformações das situações de trabalho, o mesmo ocorre na Terapia Ocupacional, onde o objetivo primordial é tornar o paciente sujeito dos processos de mudança e transformação. A ergonomia esta voltada para a prevenção de acidentes, preocupandose em corrigir problemas já instalados, estudando o trabalhador em situação real de trabalho, voltando-se para a promoção da saúde com visão na produtividade, onde no contexto do trabalho, cada situação a ser estudada tem uma singularidade própria, o que também ocorre na Terapia Ocupacional, porque cada paciente, trabalhador ou empresa, é um caso singular, independente da patologia apresentada. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a

29 29 avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações, das pessoas. (IEA apud FIGUEIREDO; MONT ALVÃO, 2005, p. 90) O Terapeuta Ocupacional ao ampliar seu campo de ação para a prevenção e intervenção em situações concretas de trabalho a partir da atuação em reabilitação profissional e psicossocial, faz dele um profissional impar neste campo, devido à sua experiência no uso e no estudo de atividades e na compreensão global dos indivíduos. Tanto no setor público como privado, os terapeutas ocupacionais realizam ações em prol da saúde do homem em atividade, ou seja, em situação de trabalho, atuando na promoção da saúde, prevenção de doenças do trabalho, acidentes do trabalho, e na reabilitação dos trabalhadores já adoecidos, atuando na readaptação e na reabilitação profissional. O terapeuta ocupacional vincula à sua formação o estudo de análises de atividades dentro de uma visão biopsicossocial do indivíduo. A Terapia Ocupacional sempre buscou a inclusão dos indivíduos no trabalho como objetivo último da ação reabilitadora. Nesse sentido, todos os modelos de análises de atividades desenvolvidos procuravam adaptar e adequar indivíduos ao trabalho ou vice-versa, bem como adaptar máquinas e instrumentos para que aqueles portadores de deficiências, oriundas ou não do mundo do trabalho, pudessem trabalhar. (LANCMAN, 2004, p.79). Conclui-se então, que o objeto de estudo da Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho e da Ergonomia esta voltado ao trabalho real, ou seja, a atividade, que possibilita além da avaliação, a expressão e a transformação do sofrimento físico e mental, buscando produtividade dentro de padrões que preservem a sua saúde e qualidade de vida.

30 30 CAPÍTULO II CONCEITOS BÁSICOS QUANTO A SAÚDE DO TRABALHADOR 2 INTRODUÇÃO Segundo Dias (apud FERREIRA JUNIOR, 2002 p.7): na atenção a saúde dos trabalhadores são indissociáveis as ações preventivas de promoção e proteção da saúde, assistência, ou recuperação e reabilitação[ ]. Uma boa saúde é influenciada pelo estilo de vida, que por sua vez afeta diretamente a qualidade de vida, onde os trabalhadores possuem outros fatores que influenciam na sua satisfação além do trabalho, como as realizações pessoais, reconhecimento no ambiente de trabalho, posição social, crescimento profissional, entre outros. A saúde e a qualidade de vida caminham juntas, onde a empresa que investe em qualidade de vida no trabalho, através de programas de promoção da saúde, acaba evitando desgastes físicos, mentais e sociais. Um ambiente de trabalho quando não agradável poderá gerar estresse para o trabalhador que poderá refletir de maneira negativa, prejudicando a sua saúde, vida pessoal no seu trabalho, onde diminuir estes problemas passa a ser meta das empresas, pois seus reflexos trarão benefícios para o empregado e o empregador. 2.1 Sono O sono apresenta-se como um estado comportamental reversível de desligamento da percepção do ambiente e com alteração do nível de consciência e da responsividade a estímulos internos e externos. Refere-se a um processo ativo envolvendo diversos mecanismos fisiológicos e comportamentais em vários sistemas e regiões do sistema nervoso central.

31 Fases do sono Fase 1 sonolência (ocorre liberação de melatonina, induzindo ao sono) Fase 2 sono leve (ocorre uma redução dos ritmos cardíacos e respiratórios, relaxando os músculos e caindo a temperatura corporal) Fase 3 sono profundo (ocorre o pico de liberação do hormônio do crescimento-gh e da leptina, nesta fase o cortisol começa a ser liberado até atingir seu pico, no início da manhã). O corpo humano e a mente são feitos para ficar ativo durante o dia e dormir durante a noite, porém, há trabalhadores que conseguem adaptar-se ao trabalho contínuo durante a noite, podendo ocorrer também entre estes algumas desordens da saúde como, doenças ocupacionais, fadiga, cansaço, irritabilidade mental, depressão, perda da vitalidade, diminuição do interesse no trabalho e no rendimento profissional, ansiedade, sonolência diurna, perda de apetite, problemas digestivos, alterações de humor, perda de memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, desatenção e dificuldade de concentração. Já que um ajuste completo ao trabalho noturno não ocorre rápido o suficiente, o sistema de controle do corpo dos trabalhadores é apenas parcialmente trocado para o trabalhar à noite e dormir e repousar de dia. O resultado é sono insuficiente tanto em quantidade quanto em qualidade, com recuperação inadequada, resultando em fadiga crônica com seus sintomas associados. (KROEMER; GRADJEAR, 2005, p.207) Dicas para uma boa noite de sono a) Mantenha sempre os mesmos horários para dormir e acordar; b) Durma só o necessário; c) O quarto de dormir não deve ser utilizado para trabalhar e comer; d) Quem possui insônia deve evitar ler e assistir televisão antes de dormir; e) Os exercícios físicos devem ser feitos de 4 a 6 horas antes de ir para a cama; f) Não ingerir café, chá preto, chocolate ou outra bebida estimulante

32 32 após as 17:00; g) Evite ingerir bebidas alcoólicas, pois perturba o sono devido ao ronco; h) Faça refeições mais leves à noite; i) Procure usar colchões confortáveis; j) Tome um banho quente, para ajudar a relaxar antes de dormir; 2.2 Alimentação Para que o organismo mantenha e desempenhe suas funções vitais, ele retira dos alimentos nutrientes que são primordiais para que ele possa funcionar, como: água, hidrato de carbono, gordura, proteínas, vitaminas, fibras e minerais, onde uma alimentação saudável deve oferecer estes nutrientes em quantidades adequadas e de maneira equilibrada. O organismo irá utilizá-los para três princípios básicos: a) Formar células e tecidos, reparando as destruições que se processam ao longo da vida; b) Dispor de energia para as atividades intelectuais e físicas, mantendo assim a temperatura do corpo de forma constante; c) Possuir reservas de energia (sob forma de gordura) e de alguns nutrientes para intervalos entre as refeições. Para uma boa alimentação não se deve basear somente nos tipos de alimentos, mas também na quantidade suficiente para suprir o nosso organismo de todos os nutrientes que ele necessita para funcionar corretamente. Portanto, o que e quanto comer não são decisões fáceis para muitas pessoas, fatores como preferências e hábitos familiares, processo de doença e função gastrintestinal interferem no consumo de alimentos de uma pessoa, sendo assim, cuidar da alimentação é um fator importante para a vida, influenciando principalmente na capacidade de trabalhar, estudar, divertir-se e cuidar-se. De acordo com Kroemer (2005): uma pessoa precisa de comida para prover energia, como também de água para manter um equilíbrio de água corrente, onde a necessidade média é de 35g de água para cada quilo de peso do corpo, num período de 24hs.

33 Dicas para uma boa alimentação a) Adquira todos os tipos de alimentos pelo menos três em três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar, não se devem deixar de comer em nenhuma dessas principais refeições, pois nosso organismo necessita de alimentos e por isso devemos comê-los em grande variedade e numa quantidade razoável; b) Comer sempre frutas e verduras da época; c) Ingira carnes, sal e açúcar em quantidades moderadas; d) Tome diariamente bastante água, pois ela é muito importante na digestão, no funcionamento dos rins, dos intestinos e regula temperatura do corpo, a perda de água é em torno de dois litros por dia; e) Prepare sempre a alimentação com bastante higiene, as mãos devem ser lavadas com água e sabão; f) Mantenha o seu peso, controlando a ingestão de alimentos e fazendo exercício físico. 2.3 Metabolismo É o estudo dos aspectos energéticos do organismo humano. A energia do corpo humano é decorrente da alimentação, onde os alimentos sofrem diversas transferências químicas, sendo uma parte utilizada para a construção de tecidos e outra como combustível destinado a manter o organismo em funcionamento. O organismo humano pode ser comparado a uma máquina térmica, onde parte dos alimentos ingeridos convertem-se no combustível chamado glicogênio, que é oxidado numa reação exotérmica, que por sua vez gera energia. Essa reação produz o calor, dióxido de carbono e água, sendo excretado pelo organismo Capacidade muscular A capacidade dos músculos em realizar exercícios pesados e

34 34 prolongados depende da quantidade de glicogênio contido inicialmente nos músculos, pois sua reposição é mais lenta que o consumo. Em alguns indivíduos que realizam 2 horas de trabalho pesado, o músculo pode ficar completamente esgotado. Os alimentos ricos em carboidratos armazenam mais glicogênio nos músculos do que proteínas e gorduras, aumentando assim a capacidade de trabalho. É importante salientar também que outro fator limitante da capacidade de trabalho é o abastecimento de oxigênio nos músculos Metabolismo basal É a energia suficiente para manter somente as funções vitais do organismo, sem realizar nenhum trabalho externo. O organismo funciona como uma máquina térmica que nunca é desligada, por isso, uma pessoa mesmo em estado de repouso total consome certa quantidade de energia para o funcionamento de órgãos como o coração, pulmões e rins que nunca deixam de trabalhar. Segudo Iida (2005, p. 80), o valor do metabolismo basal é de aproximadamente kcal/dia para homens e kcal/dia para as mulheres [...] Energia gasta no trabalho As pessoas mesmo em repouso que realiza pequenos movimentos também precisam de energia. Se um homem adulto consumir menos de kcal/dia na alimentação, será incapaz de realizar qualquer tipo de trabalho. Portanto, somente a energia que ultrapassar a essa cota mínima poderá ser utilizada no trabalho. Os trabalhadores que carregam sacos gastam kcal/dia, sendo considerada esta a máxima exigida. Em alguns casos os gastos energéticos podem chegar a ou 6.000kcal/dia somente durante um ou dois dias, pois o organismo não será capaz de repor toda essa energia e o corpo trabalhará

35 35 com déficit, ou seja, o trabalhador perderá peso. (IIDA, 2005) Em relação às diferenças entre mulheres e homens, os últimos gastam cerca de 20% a mais para realizar tarefas idênticas, portanto quando uma mulher gasta kcal/dia em um trabalho, o homem gastaria kcal/dia no mesmo trabalho. Com a prática os trabalhadores aprendem a realizar movimentos que economizam energia, cometendo assim menos erros Subnutrição e rendimento Se a quantidade de energia utilizada não for suprida pela alimentação, o trabalhador apresentará uma diminuição de peso e uma queda no rendimento, ficando mais propenso a doenças. Essa queda de rendimento acontece numa proporção maior que a taxa de redução da alimentação, e ainda com maior intensidade naqueles trabalhadores acostumados a atividades mais leves. Uma pessoa que precise de 3.600kcal/dia para um rendimento de 100% terá esse rendimento reduzido para 60% se ingerir kcal. Portanto, uma redução de 22% na alimentação, provoca uma queda de 40% no rendimento. Já uma outra pessoa que precisaria de kcal/dia para rendimento de 100%, terá esse mesmo rendimento reduzido a 60% com kcal/dia, ou seja, uma redução de apenas 8% na alimentação provocará a uma queda de 40% no rendimento do trabalho. (IIDA, 2005, p.81). 2.4 Segurança no trabalho A segurança no trabalho é um conjunto de medidas que são realizadas visando diminuir os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, protegendo a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. Muitos acidentes costumam ocorrer devido ao erro humano ou ao fator humano. Portanto, quando se fala em erro humano geralmente se refere a uma falta de atenção ou negligência do trabalhador. Uma das formas de considerar o erro humano não é pelas suas conseqüências prejudiciais, mas sim pelas variações do comportamento humano. Até mesmo os trabalhadores experientes ou aqueles que realizam tarefas simples e repetitivas apresentam algumas variações, para cada tipo de

36 36 tarefa existem determinadas variações que são aceitáveis, e quando elas começam a ultrapassar alguns limites, podemos considerar que há alguma anormalidade, aumentando desta forma os riscos de acidentes. O erro humano advém das interações homem-trabalho ou homemambiente, que não suprem a determinados padrões esperados, portanto, a quantidade dos erros depende do funcionamento da interface homem-trabalho, se o homem for capaz de perceber imediatamente as conseqüências provocadas pelos desvios naturais do seu comportamento, ele poderá realizar ações corretivas minimizando a freqüência dos erros. Os procedimentos seguros são recomendados, pois visam minimizar os acidentes nos postos de trabalho, sendo atualizados para adaptar-se aos novos equipamentos e modificações das condições de trabalho. Existem muitas formas de prevenir acidentes como: a) Instruir os trabalhadores: mostrando aos mesmos os comportamentos de riscos e os acidentes, bem como suas conseqüências sociais e materiais. b) Conceder incentivos: reforçando as práticas de atos seguros, visando elevar a freqüência dos mesmos, concedendo um prêmio ou um dia de folga para os trabalhadores que completarem certa quantidade de dias de trabalhos sem sofrer nenhum acidente. c) Aplicar punições: aumentando as conseqüências para aqueles que praticarem atos inseguros. Os acidentes geralmente advém de interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o seu ambiente. O acidente pode ser ocasionado por um comportamento de risco do operador de um sistema, inadequações do posto de trabalho, produtos mal desenvolvidos ou falhas mecânicas. Portanto essas causas só ocorrem quando há uma conjugação de fatores negativos. O ambiente físico exerce grande influência sobre os acidentes, por ser fonte permanente de estresse dos trabalhadores. Um ruído indesejável ou um ofuscamento visual podem modificar o comportamento do trabalhador, favorecendo a ocorrência de acidentes [...]. (IIDA, 2005, p.438). 2.5 Equipamento de proteção individual (EPI s)

37 37 Equipamento de proteção individual é um instrumento de uso pessoal, cujo objetivo é prevenir a ação de certos acidentes que podem ocasionar lesões aos trabalhadores e protegê-los contra possíveis danos á saúde causados pelas condições de trabalho. Existem vários tipos de equipamentos de proteção individual e cada tipo é destinado para proteger contra determinados riscos. O ambiente de trabalho oferece muitos riscos à segurança dos trabalhadores, onde todo esforço deve ser exercido para eliminar esses perigos por meio das modificações em máquinas e métodos de trabalho. Para perigos que não podem ser eliminados, o equipamento de proteção individual deve ser escolhido e utilizado de modo apropriado, sendo de fundamental importância escolher um equipamento que ofereça a melhor proteção como também conforto e mobilidade para os trabalhadores. Seu uso regular é essencial uma vez que não é possível prever quando um acidente poderá ocorrer, somente o uso regular pode reduzir a exposição a riscos e proteger os trabalhadores em longo prazo. Os perigos em um local de trabalho não ocorrem todos os dias, como mortes, ferimentos e doenças, isso acaba ocasionando ao trabalhador uma falsa segurança de que o equipamento de proteção individual não é necessário, já quando o equipamento é aceito pelos trabalhadores seu uso regular fica assegurado, reduzindo os riscos de acidentes, ferimentos, tensões e problemas no local de trabalho A importância dos EPI s A empresa ao investir em segurança do trabalho, cumpri a legislação trabalhista executando os programas de segurança exigidos pela lei, despertando nos trabalhadores o espírito prevencionista, mantendo-os alerta quanto aos riscos de acidentes respeitando e zelando as normas de segurança usando-os de forma adequada. É fundamental identificar os tipos de risco em cada área de trabalho, consultando fabricantes de equipamento de proteção individual para assegurar o tipo correto, protegendo contra perigos específicos. É importante checar

38 38 regularmente o uso correto do equipamento dando prioridade ao conforto dos trabalhadores e as facilidades de manutenção no processo de escolha. O equipamento de proteção individual quando limpo e com manutenção adequada, estimula os trabalhadores a usá-los regularmente, sentindo-se responsáveis pelo uso do equipamento e de guardá-los em um local adequado após o uso. A sinalização nas áreas onde é obrigatório o uso de equipamentos ajuda os trabalhadores a criarem o hábito de utilizá-los, tornando-se mais fácil tanto para os supervisores como para os trabalhadores Tipos de EPI s O equipamento de proteção individual deve ser ajustável, confortável e de fácil manutenção, onde a utilização do tipo de protetor correto para cada trabalhador deve ser estipulado de acordo com a sua função. Dentre eles estão: a) Luvas de couro: utilizadas em serviços gerais de fundição, cerâmicas, usinagem mecânica, montagem de motores, usinagem a frio, manipulação de materiais quentes, carga e descarga de materiais, manuseio de transporte de chapas. b) Luvas de borracha: utilizadas por eletricistas e em trabalhos com produtos químicos em geral, exceto solventes, óleos e serviços úmidos. c) Luvas de PVC: utilizadas em trabalhos com líquidos ou produtos químicos que aderem melhor no manuseio, lavagem de peças corrosivas, manuseio de ácidos, óleos, graxas e gorduras. d) Óculos de segurança: utilizados por soldadores, torneiros, e outros, pois protege os olhos contra partículas, luz intensa, entre outros. e) Capacete de segurança: é utilizado para evitar impactos, perfurações e choques elétricos. f) Respiradores com filtro mecânico: servem para fornecer proteção contra partículas suspensas no ar como poeiras, neblinas, vapores metálicos e fumos.

39 39 g) Respiradores com filtros químicos: protegem contra concentrações leves de alguns gases ácidos e alcalinos, de vapores de mercúrio e orgânicos. h) Respiradores com filtros combinados: utilizados em trabalhos como pintura e pistola de aplicação de inseticidas. i) Protetor auricular: o ruído é um elemento de ataque individual que se acumula, produzindo efeitos psicológicos ou fisiológicos por isso quando a intensidade de ruído pode ser prejudicial deve-se fazer o possível para eliminá-los ou reduzi-los por meio de um controle da fonte ou do meio, quando todos os métodos de controle falharem, o último dos recursos é dotar o indivíduo exposto de um equipamento de proteção auricular. - Ear-plugs: protetor auricular colocado diretamente no canal auditivo externo e só produz efeitos se ficarem bem encaixados. - Ear-muffs: protetor auricular colocado sobre as orelhas, são mais higiênicos, permitem a retirada e colocação mais fáceis. Muitos trabalhadores não fazem o uso desses equipamentos devido a incômodos, sendo nesses casos necessário conscientizá-los sobre a importância da necessidade do seu uso. 2.6 Coluna vertebral Anatomia da coluna vertebral A coluna vertebral é formada de estruturas ósseas (vértebras) e cartilaginosas, revestida de ligamentos e grupos musculares, possuindo em seu interior um importante centro nervoso chamado medula. É composta por 33 vértebras, distribuídas em quatro regiões: a) Coluna cervical: ela é formada por sete vértebras, localizando-se na região superior da coluna. É projetada para a mobilidade, sendo responsável pelos movimentos de flexão e extensão da cabeça. b) Coluna torácica: é formada por doze vértebras, sendo a área menos móvel, proporcionando maior proteção da medula espinhal. Sendo

40 40 sua importante função prevenir a compressão do coração, pulmões e grandes vasos. Além de aumentar a rigidez, o gradil costal apresenta condições de absorver energia, triplicando a capacidade de suportar carga da coluna torácica. c) Coluna lombar: é composta por cinco vértebras com seus discos intervertebrais interpostos, proporcionando um equilíbrio entre a proteção e a amplitude de movimento. Quando a coluna normal em postura ereta é observada de lado pode-se notar uma curva posteriormente, sendo esta conhecida como lordose lombar. Já na posição em pé o sacro é tombado para frente de forma que sua superfície superior é inclinada para frente e para baixo. d) Região sacral: é formada por cinco vértebras fundidas em um só osso chamado sacro, há também o cóccix que é formado pela fusão de três a quatro vértebras. As vértebras atuam como um pilar de sustentação, sendo também estruturas de movimentos, ficando vulneráveis a situações como trabalho forçado em todas as posturas, a osteoporose na fase da menopausa e o envelhecimento ósseo com o passar dos anos de vida. São de extrema importância essas estruturas de sustentação em todas as idades, principalmente no início da vida profissional, para que não ocorra comprometimentos que impossibilitará a permanência na profissão. A medula é a parte nervosa da coluna, formada por uma estrutura central que faz a comunicação do cérebro como todo nosso corpo por meio dos nervos periféricos saídos de cada segmento vertebral, estes nervos levam estímulos sensoriais (ex: cócegas, sensação de calor e frio) e estímulos motores (responsáveis pelo movimento do nosso corpo). Se tratando de uma estrutura que não se recompõe, nem se regenera, a medula merece nossa máxima atenção Disco intervertebral Ele separa os corpos vertebrais da segunda vértebra cervical até o sacro, onde sua espessura varia de acordo com a localização dele nas regiões

41 41 da coluna vertebral. Sua principal função é favorecer e limitar os movimentos, amortecendo os impactos, sendo responsável por um quarto do comprimento da espinha. Esse disco vai degenerando-se com a idade, ficando mais vulnerável aos movimentos agressivos da coluna. Os discos são compostos por duas estruturas principais: a) Núcleo pulposo: é um gel que corresponde a 40 a 60% do disco, composto por água, fibras colágenas e elásticas, fibroblastos e condrócitos. b) Anel fibroso: sua parede externa é formada por ninho fibro-elástico, mantendo um ninho gelatinoso no seu interior, absorvendo choques, permitindo deslocamento do peso para estrutura fibro-elástica do anel. Este anel permite movimentos de flexão, extensão, inclinação lateral, favorecendo estabilidade à coluna. O disco intervertebral é um dos locais mais fracos do organismo, onde após vinte anos de idade a artéria que é responsável pela nutrição do mesmo se oblitera, passando esta ser por embebição a partir dos tecidos vizinhos. O disco passa a assumir o papel de uma esponja, que quando sob pressão, tem seu conteúdo esvaziado e sem pressão, aspira líquidos a partir dos tecidos vizinhos, onde sua estrutura gelatinosa sofre também alterações, perdendo de forma progressiva irrigações sanguíneas e a quantidade de água ali existentes, denominado degeneração. Essa desidratação juntamente com a má postura, flexão incorreta e constante do tronco provocam dores agudas ou crônicas. De acordo com Verderi (2005): alguns testes realizados constataram que na posição sentada recebe-se pressão no disco em torno de 100 a 180 kg na região lombar, ao nível de L4 e L5. Isso ocorre, pois ao sentar-se o indivíduo realiza flexão na região lombar, fazendo com que os discos recebam uma compressão maior, ocorrendo uma diminuição da curvatura daquela região com maior pressão no disco Patologias mais comuns da coluna vertebral a) Cervicalgia: é caracterizada por dor e rigídez na região cervical e decorrente de posturas viciosas no trabalho, no lazer, em casa e/ou

42 42 ao dormir, tensão emocional, movimentos intensos, repetitivos ou bruscos. b) Cervicobraquialgia: dor na região cervical com irradiação para membros superiores devido à pinçamento da raiz nervosa ou por alterações ósseas como os osteófitos. c) Dorsalgia: dor na região dorsal, decorrente de posturas viciosas, pegar peso de forma inadequada e outros. Essa dor pode ser constante ou intermitente, permanecendo em um unico lugar ou deslocar-se ou espalhar-se para outras partes do corpo. A dor nas costas é uma das queixas mais frequentes. d) Lombalgia: dor na região lombar. Quando essa dor se irradia para as pernas chama-se lombociatalgia, pois o nervo ciático pode estar afetado, na maioria dos casos sua origem devido ao ato de flexionar o tronco incorretamente, sendo essa região responsável pelo maior número de incidência de pinçamento de raiz e hérnia de disco. Essas dores podem ocorrer de diversas formas, como: flexionando o tronco de maneira constante e repetitiva, o disco intervertebral é comprimido, dirigindo-se para as extremidades, podendo atingir nervos e medula, tendo como conseqüência queixa de um choque na região lombar, irradiando-se para as pernas, denominando-se hérnia de disco. A má postura causa várias agressões que se acumulam durante os anos, sendo que a partir dos 30 anos muitas pessoas já apresentam sintomas de agressões como desconforto, cansaço e principalmente dores lombares irradiando para as pernas, onde é muito comum os trabalhadores se queixarem dessas dores, relatando estar com a sensação do pé espinhando ou que sua perna esta pesada e com força diminuída. No entanto muitos deles não associam e não compreendem que essas dores nas pernas têm origem na coluna lombar. e) Hérnia de disco: é uma degeneração do disco onde o núcleo de gel migra através do anel fibroso, à medida que os esforços aumentam a pressão no disco vai debilitando-se ainda mais e acaba por romper o anel e migrar para o canal medular. Ao migrar pressiona a medula e

43 43 raízes nervosas causando dor intensa que irradia para o membro inferior correspondente a raiz do nervo e além da dor outras alterações podem surgir como: formigamento, alterações da sensibilidade, alterações da força muscular e até alterações dos reflexos, e essas alterações podem evoluir para hérnia de disco. f) Escoliose: é caracterizada por uma curvatura lateral que se assemelha a um S. Torna-se complexa, pois além de ocorrer desvios laterais, ocorrem também rotações nos corpos vertebrais e alterações das curvaturas que são consideradas normais. Sua origem pode ser devido uma assimetria existente em bacia ou membros inferiores, onde a dor aguda também pode ocasionar uma posição antálgica. Surgem deformidades no tórax que podem ser facilmente identificados e à medida que aumenta a curvatura, aumenta também a deformidade. O indivíduo com escoliose não sente dor, caso ela apareça deve-se investigar, pois pode ser ocasionada por uma sobrecarga ou postura errada. g) Osteófitos: ocorre frequentemente em pessoas de média idade em diante, surgindo devido uma calcificação dos discos que foram degenerados (osteófitos), o que acaba alterando o formato da vértebra, tornando-a saliente e pontiaguda, semelhante a um bico de papagaio podendo comprometer medula e raiz nervosa. h) Dores musculares/ligamentares: são os tipos de dores que acometem as costas, sendo estas freqüentes devido aos fatores: emocional, sedentarismo e atos posturais incorretos tanto no trabalho como no descanso. Geralmente as pessoas andam, correm e praticam exercícios para as pernas, braços, porém, se esquecem de que os músculos das costas também precisam ser fortalecidos, alongados e bem irrigados para não causar encurtamento e enfraquecimento. Essa região é sensível às tensões e ansiedades do dia-a-dia, levando a uma rigídez muscular e desencadeando um ciclo vicioso (dor - tensão muscular - alterações emocionais e dor novamente). Esse quadro piora ainda mais na posição sentada, pois exige uma contração constante dos músculos, dificultando assim a circulação sanguínea, podendo ocorrer uma isquemia.

44 44 As pessoas vão em busca de tratamentos a base de analgésicos para aliviar a dor, onde esse tratamento deve ser complementado com conscientização postural, reeducação muscular, buscando obter uma vida mais disciplinada para uma solução efetiva e duradoura. (SÁ, 2002) No Brasil as doenças da coluna são responsáveis por grande número de pedidos de afastamento do trabalho. [...] essas patologias são responsáveis pelo segundo maior número de solicitações de afastamento do serviço e pelo segundo maior índice de pedidos de aposentadoria, estando estritamente vinculadas ao despreparo e ao tipo de trabalho que as pessoas desempenham. (Knoplich apud SÁ, 2002, p.17) Controle da postura Muitas pessoas passam longas horas na posição sentada, quer durante o trabalho ou até nas horas de lazer, onde a maioria delas sofrem de dores na região dorsal devido a essa postura assumida. Embora algumas pessoas consigam sentar-se confortavelmente e relaxar em muitas posições sem grande esforço na atividade dos músculos, nas pessoas tensas ocorre um aumento na atividade muscular em diversas posturas durante a execução de tarefas. Portanto, mudar de postura variando a posição sentada com movimentação, diminui a incidência de dores na região dorsal, pois a nutrição do disco depende do movimento e da variação da postura. Pessoas que apresentam alguma patologia do disco intervertebral possuem alívio da dor assumindo a posição deitada, pois nesta posição são encontrados os níveis mais baixos de atividade dos músculos dorsais e de pressão intradiscal. Um fator que interfere diretamente na postura deitada é a superfície de apoio, ou seja, se essa superfície não for firme a coluna tende a fletir-se um pouco mais durante o decúbito dorsal. A permanência na posição em pé, estática, deduzindo-se que a coluna esteja em alinhamento adequado, requer pouca atividade muscular, sendo ligeira ou moderada. A posição em pé ideal não é mantida por longos períodos, pois a partir de um determinado tempo as pessoas recorrem ao uso assimétrico dos membros inferiores, utilizando a perna esquerda e a direita como apoio, ou vice e versa.

45 45 As atividades como levantar cargas pesadas ou o ato de cavar submete a coluna à sobrecarga compressiva fatigante. O levantamento de peso repetitivo conduz a uma maior retração comparada a uma carga estática equivalente a 50 kg repetidamente durante 20 minutos. Na coluna aliviada de sobrecarga quer seja pela cessação de levantamento ou pela adoção de certas posturas, a recuperação da estatura ocorre de forma rápida, pois mesmo breves períodos de alívio da coluna são permitidos durante a execução de um trabalho pesado, um restabelecimento substancial pode surgir durante estes períodos de repouso, e a total retração ou compressão do disco será diminuída. 2.7 Manuseio de cargas O ato de elevar, empurrar ou puxar manualmente um objeto tem sido uma preocupação para aqueles que planejam o uso eficaz da força e também para os que procuram prevenir lesões e doenças no trabalho. O manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas musculares entre os trabalhadores, ocorrendo com mais freqüência a lombalgia. Para se ter uma idéia da sua importância clinico-epidemiólogica, cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo da vida, e a lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre os trabalhadores. (FERREIRA JUNIOR, 2000). De acordo com Bridger (apud IIDA, 2005): o manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas musculares que ocorre entre os trabalhadores. Cerca de 60% dos problemas musculares são causados por levantamento de cargas e 20%, empurrando ou puxando-as. Nas empresas a queixa principal dos trabalhadores que manuseiam cargas pesadas está relacionada com dores lombares, deformações de arco do pé, dores musculares, escoliose, cifose, hérnia abdominal, varizes e hipertensão arterial. A sobrecarga mostrou ser a causa das lombalgias em mais de 60% dos indivíduos com queixas de dores lombares. Quando as lesões por sobrecarga envolvendo lombalgias afastam o trabalhador por

46 46 tempo significativo do trabalho, menos de um terço deles eventualmente retornou ao posto de trabalho que as desencadeou [...]. (NIOSH INSTITUTO NORTE-AMERICANO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL apud CHAFFIN; ANDERSON; MARTIN, 2001, P. 313) Os fatores de esforços excessivos causadores de lombalgia são: a) levantamento, carregamento e manuseio de cargas excessivamente pesadas; b) manuseio de cargas realizado em posição inadequada, por exemplo, pegar a carga com as pernas estendidas e com o tronco fletido; c) manutenção de postura incorreta em boa parte do tempo, inclusive a sentada, com o conseqüente tensionamento da musculatura e dor, levando a ocorrência de lesões a longo prazo dos discos da coluna; d) efeito das vibrações diretas em todo o corpo sobre o trabalhador, por exemplo, trabalhar com trator. Para prevenir a lombalgia são utilizados três tipos de medidas, onde essas são a seleção médica criteriosa, que costuma diminuir a incidência das lombalgia em até 30%, ensino de técnicas de manuseio de carregamento de cargas, capaz de diminuir a incidência em até 20% e medidas ergonômicas, sendo de alta eficácia, capaz de diminuir a incidência em até 80%. Segundo Abrantes (2004): é comum encontrar trabalhadores que andam mais de 800 km/ano transportando cargas manualmente, onde estes terão uma vida laborativa muito curta, podendo desencadear lesões na coluna e em outras partes do corpo, que muitas vezes serão irreversíveis. [...] o limite máximo que uma pessoa pode levantar é 23 kg, porém, as empresas devem diminuir o quanto puderem esse peso para que os risco de lesão da coluna sejam minimizados. (NIOSH INSTITUTO NORTE-AMERICANO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL apud ABRANTES, 2004, p.47) Sempre que necessário mecanize a atividade onde o esforço físico e o peso da carga forem alto e se o tamanho da mesma for complicador como sofás, gabinetes, caixas de geladeira, esses devem ser transportados por duas ou mais pessoas, e quando possível evite o transporte manual de cargas utilizando carrinhos. As pausas durante horário de trabalho são muito importantes para a recuperação física e mental dos trabalhadores.

47 47 O trabalho de movimentação de cargas nas empresas deve ser observado, pois trata-se de uma atividade de risco ergonômico que poderá levar a índices de absenteísmo, queda de produtividade e gerar lesões crônicas e agudas para os trabalhadores. A movimentação manual de cargas esta presente em um processo produtivo e quando se trata da movimentação de cargas pesadas os cuidados devem ser reforçados para reduzir os riscos que esse tipo de trabalho expõe o ser humano Levantamento de cargas O levantamento manual de cargas ainda é necessário apesar da automatização, sendo uma das maiores causas de dores nas costas, pois muitos trabalhos envolvendo levantamentos de cargas não satisfazem os requisitos ergonômicos. Os principais aspectos a serem observados para a resolução desses problemas são: o processo produtivo, organização do trabalho, posto de trabalho, tipo de carga, acessório de levantamento e método de trabalho. No levantamento de cargas e em qualquer outra atividade física é primordial que o ritmo de trabalho seja imposto pelo trabalhador, pois cada um tem um ritmo de trabalho em que se sente bem. A capacidade de carga máxima varia de uma pessoa para outra, e conforme esta sendo usada às musculaturas das pernas, braços ou dorso. É também influenciada pela sua localização em relação ao corpo e outras características como formas, dimensões e facilidades de manuseio. O tamanho da carga deve ser pequeno o suficiente para que possa ser mantida junto ao corpo. O volume não deve ter protuberâncias ou cantos cortantes nem deve ser muito quente ou frio, a ponto de dificultar o contato manual. A carga a ser levantada do chão deve ser posicionada entre os joelhos. (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p.31) O levantamento de cargas pesadas esta relacionado a um aumento na pressão interna do tronco (intra-abdominal e intratorácica), sendo produzida por uma contração reflexa do músculo transverso abdominal, pelos músculos do

48 48 assoalho pélvico e da laringe que fecham à glote. As elevações da pressão são mais acentuadas quando cargas mais pesadas são erguidas e quando a velocidade de ação é mais rápida, onde tem sido demonstrado maiores elevações de pressão em trabalhadores queixando-se de lombalgia quando comparados aos trabalhadores normais durante o levantamento de cargas. Normalmente os aumentos de pressão são ativos apenas por um prazo muito curto. Contudo, é durante a fase inicial do levantamento que as pressões estão em seu nível mais elevado, sendo provável que o esforço da coluna tenha atingido um nível máximo. Quando um peso é erguido mais próximo ao corpo, a alavanca torna-se mais curta, estando então dentro da capacidade dos músculos dorsais para levantá-lo Carga sobre a coluna vertebral durante o levantamento Quando o tronco se move no plano sagital, os discos intervertebrais atuam como uma série de movimentos, sendo o disco lombossacro referido como o principal apoio da coluna. A força exercida sobre ele é decorrente da carga a ser erguida (a qual inclui o peso do tronco acima do disco) pela distância entre a carga e o disco lombossacro. O braço de alavanca que tem de equilibrar e erguer o peso é mais curto e fornecido pelos músculos dorsais. Assim quanto maior a distância entre a carga e o corpo, mais pesada aquela se torna, e mais efetiva deverá ser a força requerida para erguê-la. Quando a carga é aproximada do corpo, a alavanca exercida pelo peso será menor. Nos estágios iniciais de um levantamento, se o peso encontra-se a uma distância favorável do corpo, a força requerida para erguê-la pode ser considerável. Antes de elevar um peso que se encontra no nível do solo, a coluna lombar é abaixada em flexão, os músculos eretores da coluna contraem-se até que o ponto crítico seja atingido. Com o aumento da flexão, estes músculos sustentam a tensão junto com a fáscia toracolombar e os ligamentos posteriores. Se a carga a ser levantada for muita pesada, a coluna lombar é fletida ainda mais, momento em que à inércia precisa ser vencida e as forças de reação do solo são maiores. A continuação do levantamento é promovida pelos extensores dos quadris e dos joelhos, esperando-se que os músculos

49 49 dorsais mesmo sob contração máxima sejam incapazes de fornecer a força necessária para elevar o tronco nesta fase. Na fase seguinte durante o levantamento, quando os músculos dorsais se contraem para realizar a extensão da coluna ocorre uma compressão na mesma, levando a uma pressão intradiscal, pois quanto mais afastado do corpo se encontrar o peso, maior é a proporção de atividade dos músculos eretores da coluna para erguê-la, ocorrendo um aumento proporcional na pressão intradiscal. Se uma carga é conduzida no alto do dorso, o tronco automaticamente tende a inclinar-se para frente com intuito de evitar a perda de equilíbrio, causando aumento na atividade dos músculos inferiores dorsais. Se, entretanto, a carga é colocada na parte inferior da região dorsal, a atividade dos músculos dorsais é reduzida. (CARLSOO, 1964, apud OLIVER; MIDDLEDIICH, 1998, p.304) Métodos de levantamento Apesar de um único método de levantamento não se ajustar a todos os indivíduos, algumas regras são de ampla aceitação como: manter a carga próxima ao corpo realizando o levantamento com o corpo agachado, se possível; girar ou flexionar a coluna lateralmente durante o levantamento de carga deve ser evitado, pois estes dois movimentos associados podem danificar as articulações apofisárias e os discos intervertebrais. Para que as mãos possam descer ao nível do solo para pegar um peso, é necessário fletir a região lombar, sendo que uma desvantagem em relação a este tipo de levantamento está no fato de que essas forças compressivas através das articulações dos joelhos são elevadas. Por isso, deve-se erguer os objetos a partir de um tablado elevado (pallet), pois ajuda a diminuir a carga sobre a coluna e os joelhos. Portanto, já que o método de agachamento envolve um maior gasto de energia, é necessário que exercícios de resistência para o quadríceps sejam incorporados aos programas de treinamento para o levantamento de cargas Capacidade de levantamento de cargas de homens /mulheres

50 50 Segundo Hayne (apud OLIVER; MIDDLEDIICH, 1998, p.310): as mulheres apresentam uma capacidade de força 30% menor em relação a homens de altura, peso e treinamento equivalentes, influenciando sua tolerância à sobrecarga. As mulheres apresentam uma desvantagem mecânica durante o levantamento de cargas pelo método de abaixamento, devido as articulações do quadril serem localizadas mais anteriormente e afastadas do eixo de gravidade. Isto faz com que as forças atuem na articulação lombossacra, onde qualquer objeto manipulado por uma mulher parece ser 15% mais pesado do que seria se fosse manipulado por um homem de idêntica estatura e força. Segundo Oliver; Middlediich (1998): na presença de flacidez ligamentar, o risco de tensão na articulação sacroiliaca durante levantamento por abaixamento é elevado nas mulheres durante a gravidez ou no período menstrual Transporte de cargas A movimentação manual de cargas é realizada em quase todas as fases de um processo produtivo, porém quando se trata da movimentação de cargas pesadas, devemos redobrar os cuidados buscando diminuir ou eliminar os riscos que esse tipo de função expõe o trabalhador Recomendações para o transporte de cargas Na maioria das vezes após o levantamento é necessário fazer o transporte manual de cargas, onde andar com uma carga é mecanicamente estressante, envolvendo um alto custo energético. Enquanto se segura um peso, os músculos das costas e dos braços sofrem tensão mecânica contínua, por isso é primordial que alguns cuidados sejam tomados, como: a) A carga deve ser mantida próxima ao corpo, reduzindo assim a tensão nos músculos e o consumo de energia; b) A carga deve conter alças ou pegas não devendo ser muito finas e nem ter ângulos cortantes;

51 51 c) Evite carregar cargas com uma mão só, pois quando se usa apenas uma das mãos para carregar a carga o corpo é submetido a uma tensão assimétrica; d) Deve-se utilizar o trabalho em equipe quando a carga for excessiva ou volumosa para uma só pessoa, evitando-se que ocorra lesões nos trabalhadores ou danos à carga; e) Quando a dimensão vertical da carga for muito grande, impedindo a visão dos carregadores, é necessário que um dos trabalhadores oriente e coordene os esforços dos demais durante o percurso; f) O trajeto a ser percorrido deve ser previamente definido, onde todos os obstáculos devem ser removidos; g) Os desníveis do piso devem ser transformados em rampas de pequena inclinação de até 8%, revestida de material antiderrapante e com corrimões nas laterais A importância dos carrinhos de transporte Os carrinhos são equipamentos que podem substituir o transporte manual de cargas, tendo como objetivo aliviar o esforço humano, porém acabam exigindo outros tipos de movimentos corporais como levantar peso, puxar e empurrar. Esses movimentos provocam tensões nos braços, ombros e costas, e para que estas tensões possam ser aliviadas é necessário que o manuseio do carrinho seja realizado na postura correta, onde para puxar, o corpo deve pender para trás e, para empurrar, inclinar para frente, devendo existir também espaço suficiente para as pernas para que essas posturas se tornem possíveis. Deve conter pegas em forma de barras, para que as duas mãos possam ser utilizadas para transmitir forças, já as pegas verticais devem estar de 90 a 120 cm do solo para permitir uma boa postura tanto para puxar com para empurrar. Para transportar o carrinho em pisos irregulares, o mesmo deve ter rodas grandes e largas para garantir uma boa manobra, e essas devem ser colocadas no lado em que será exercido a força de puxar ou empurrar. Se for necessário improvisar uma rampa, o carrinho deverá conter pegas horizontais para poder ser erguido. A altura total do carrinho quando carregado não dever

52 52 ultrapassar 130 cm para que a maioria das pessoas possa enxergar sobre o mesmo. Para puxar ou empurrar um carrinho a força exercida não deve ultrapassar 200N, onde este limite é colocado para evitar maiores tensões mecânicas, principalmente nas costas. Já para movimentos com durações superiores há um minuto, a força realizada deve cair para 100N. 2.8 Alongamento Alongamentos são exercícios que proporcionam aumento da flexibilidade muscular, promovendo o estiramento das fibras musculares fazendo com que elas aumentam o seu comprimento, onde o principal efeito é o aumento da flexibilidade, ou seja, maior amplitude de movimento possível de determinadas articulações. É essencial para o aquecimento e relaxamento dos músculos, podendo ser praticado sozinho ou incorporado a uma atividade física, onde qualquer pessoa pode aprender a fazer, independente da idade e da flexibilidade. Durante os exercícios de alongamentos o sistema neuromuscular movimenta-se sempre na direção em que a flexibilidade é maior nos sentido de aliviar a tensão do músculo que seria alongado. O posicionamento simultâneo de vários grupos musculares, com a mesma tensão pode ser muito forte para algumas pessoas, embora todo corpo precise ser bem posicionado durante o alongamento, não é necessário colocar a mesma tensão em todos os grupos musculares, somente no grupo muscular objetivado é que impõe maior tensão de alongamento. O alongamento é uma atividade simples, tranqüila e suave, que proporciona relaxamento e bem-estar. Quando praticado de forma correta pode evitar vários problemas ligados ao trabalho, onde uma de suas vantagens é que ele pode ser realizado em diversos lugares e a qualquer hora do dia. No que se refere a saúde é o mais indicado, por isso vem sendo praticado nas empresas, pois o excesso de tensão muscular aumenta a pressão sangüínea, o que acaba desperdiçando energia mecânica, reduzindo a produtividade no trabalho.

53 53 O termo alongamento possui diversas versões de acordo com a interpretação, aplicação e área de atuação profissional, para Harvey e col. (2002) significa intervenção que aplica tensão aos tecidos moles, induz ao aumento na extensibilidade destes tecidos, sendo amplamente administrado para aumentar a mobilidade articular e reverter contraturas. (FERNANDES et al., 2002, p.69) Tipos de alongamento As técnicas de alongamentos são divididas em dois grupos: Alongamento dinâmico: o exercício é realizado por meio de força gerando movimento dinâmico rápido, até o limite do arco de movimento da articulação envolvida. Embora seja uma das formas mais utilizadas de treinamento, se uma carga for aplicada repentina sobre o músculo pode ocasionar alguma lesão, podendo levar a um reflexo de contração. Alongamento estático: sem movimento, mantendo a posição de alongamento, onde as articulações são colocadas no limite máximo do seu arco de movimento. Então, é produzido a força do alongamento, que pode ser induzido passivamente tanto pela gravidade nos segmentos anatômicos envolvidos, quanto por manipulação manual por meio da aplicação de pesos, influenciado pelo peso do segmento anatômico ou aumento do braço da resistência Porque alongar-se Os alongamentos podem ser realizados sempre que quiser, pois proporcionam relaxamento ao corpo e a mente, quando feitos de maneira correta os alongamentos trazem os seguintes benefícios: a) Melhora da amplitude do movimento necessário às habilidades atléticas ou atividades da vida profissional; b) Ajudam a reduzir as tensões musculares geradas no trabalho; c) Diminui o risco de alguns tipos de lesões; d) Elimina ou diminui o incômodo dos nódulos musculares;

54 54 e) Proporciona relaxamento muscular e melhora na circulação sanguínea; f) Contribui para uma melhor coordenação, evitando a utilização de esforços adicionais no trabalho; g) Desenvolve maior conscientização corporal; h) Diminui a ansiedade, fadiga e o estresse; i) Deixam os movimentos mais soltos e leves. É importante alongar adequadamente a musculatura antes do trabalho, pois prepara os músculos para as exigências que virão, e após o mesmo buscando relaxar a musculatura, pois para que o corpo funcione perfeitamente ele precisa estar bem alinhado, onde o alongamento vai trabalhar nesse sentido, equilibrando os músculos e alinhando as curvaturas da coluna Como alongar-se Antes de tudo é importante saber a maneira correta de realizar os alongamentos, onde os mesmos devem ser realizados até sentir uma certa tensão nos músculos e então relaxar um pouco, permanecendo numa mesma posição de 30 a 40 segundos, sendo os movimentos sempre lentos e suaves. A forma adequada de alongar-se é: a) Respirar lentamente, nunca prendendo a respiração; b) Relaxar e prestar atenção nos movimentos; c) Realizar os alongamentos dentro dos seus limites de conforto, não chegando ao ponto de sentir dor; d) Concentrar-se nos músculos e articulações que estão sendo alongados; e) Não se compare com outras pessoas, pois todos somos diferentes, onde as comparações podem fazê-lo alongar-se de forma excessiva; F) Não balançar o corpo durante o alongamento; 2.9 Lazer O lazer é um conjunto de ocupações onde o indivíduo pode entregar-se

55 55 de livre vontade, seja para repousar, para divertir-se, recrear-se e entreter-se. Tem como conceito tempo livre, estando associado a passeios no parque, freqüentar um clube ou ir a um espetáculo, entre outros. A atividade proporciona estrutura e rotina à vida diária e é individualizada, pois ambas fornecem uma base segura, preenchendo as necessidades e sustentando os papéis sociais quando há um equilíbrio entre trabalho e divertimento. Esse equilíbrio possibilita que as pessoas usem o tempo de forma eficaz e adaptem-se as mudanças na vida quando as mesmas ocorrem. As capacidades do lazer podem ser desenvolvidas e inseridas nas atividades diárias dos indivíduos. Conseguir resultados bem sucedidos na busca das atividades de lazer pode produzir e requerer coordenação entre os sistemas motor e profissional do indivíduo no contexto das condições interpessoais ambientais e culturais.

56 56 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Para demonstrar a atuação da Terapia Ocupacional na promoção da saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas, foi elaborado um manual para os trabalhadores que realizam esta função, dando seqüência com a aplicação do manual em forma de palestra na empresa Carino Ingredientes, que se localiza na cidade de Marília, no Estado de São Paulo, no dia 11 de setembro de Com intuito de demonstrar a importância deste tipo de trabalho, foram realizadas duas palestras totalizando 29 trabalhadores, onde na primeira palestra participaram 15 trabalhadores e na segunda 14, com duração de cinqüenta minutos cada, após a apresentação da palestra foi aplicado um questionário de múltipla escolha para avaliar os conhecimentos obtidos pelos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas. O método utilizado nesta pesquisa foi o Estudo de Caso, onde os trabalhadores foram selecionados pelo técnico de segurança da empresa. Para complemento do estudo foram entrevistados os seguintes profissionais: um médico do trabalho, um fisioterapeuta, dois terapeutas ocupacionais. As técnicas utilizadas na pesquisa foram: Roteiro do Estudo de Caso (APÊNDICE A); Roteiro de entrevista para o Médico do Trabalho (APÊNDICE B); Roteiro de entrevista para o Fisioterapeuta (APÊNDICE C); Roteiro de entrevista o para o Terapeuta Ocupacional (APÊNDICE D); Questionário de Avaliação para os trabalhadores (APÊNDICE E); Norma Regulamentadora NR17 (APÊNDICE F). Fotos da Palestra (APÊNDICE G) 3.1 Descrição da empresa

57 57 A empresa já existe a 14 anos na cidade de Marília-SP, contendo em média cerca de 250 trabalhadores, onde os seus objetivos são oferecer soluções em produtos e serviços para exigentes indústrias de alimentos da América Latina, flexibilidade e agilidade no atendimento ao cliente, desenvolvimento constante de novos produtos e garantia da qualidade nos produtos e processos de produção, sendo administrada por profissionais altamente qualificados. A Carino além de atender ao mercado brasileiro, também atende aos sofisticados mercados da Alemanha, Argentina, Chile, Peru, Venezuela e Marrocos. Indústrias de chocolates, sorvetes, recheios, flans, biscoitos, cereais e bebidas são alguns dos setores atualmente focados pela Carino, para os quais fornece produtos e serviços padronizados, exclusivos e custom-made, ou seja, sob medida. Sua missão é desenvolver oportunidades de negócios, oferecendo ingredientes e serviços com qualidade assegurada à preços competitivos, promovendo assim, o bem-estar de seus colaboradores e da comunidade. 3.2 Proposta do manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas A proposta de aplicação do manual de orientação à saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas, na Empresa Carino Ingredientes, foi desenvolvida pela necessidade de oferecer aos trabalhadores um material ilustrativo com as orientações para uma melhor compreensão sobre a maneira adequada de realizar o levantamento e carregamento de cargas e a adoção de hábitos mais saudáveis para uma melhor qualidade de vida no trabalho, auxiliando-os na prática cotidiana, prevenindo assim, maiores agravos à saúde dos trabalhadores uma vez que, estes possam vir a ter problemas relacionados à coluna vertebral. Este manual foi elaborado por acadêmicas e professora do Curso de Terapia Ocupacional, onde foi criado um boneco para ilustração do mesmo, acompanhando o trabalhador em cada tópico do manual, fornecendo as orientações necessárias, tendo como objetivo fornecer conhecimentos básicos

58 58 à saúde do trabalhador quanto ao manuseio de cargas para uma melhor qualidade de vida e promoção da saúde. É importante que os trabalhadores percebam que, embora seja difícil adotar as posturas adequadas devido ao ritmo de trabalho acelerado por causa da produtividade, estas posturas acabam se tornando uma prática diária automática, após a conscientização dos mesmos. As palestras informativas são importantes para que os trabalhadores possam realizar o trabalho de maneira mais adequada possível, sendo fundamental, portanto, respeitar o ritmo de trabalho de cada trabalhador, pois somente assim, os mesmos estarão mais seguros, obtendo um desempenho eficiente no trabalho. Acreditamos que, com a conscientização e interesse dos trabalhadores, os mesmos terão uma melhor qualidade de vida nos aspectos físico, mental e social, realizando o trabalho de forma produtiva e agradável. Neste manual serão abordados os seguintes itens: Sono Vamos começar falando do sono que é um período de repouso para o corpo e a mente. Quem não se sente disposto com uma boa noite de sono! Dormir é essencial para uma boa forma física e mental, sendo necessário em um adulto de 6 a 8 horas de sono diários. Quando isso não acontece pode ocorrer cansaço, irritabilidade, sonolência e dores musculares. Vamos a algumas dicas para uma boa noite de sono: a) Tenha horário regular para dormir e acordar; b) Vá para a cama só na hora de dormir; c) Tenha um ambiente saudável; d) Não faça uso de álcool próximo ao horário de dormir; e) Não faça uso de medicamentos para dormir sem orientação médica; f) Não exagere em café, chá e refrigerante; g) Faça atividades físicas em horários adequados e nunca antes de dormir; h) O jantar deve ser moderado, em horário regular e adequado.

59 59 i) Não leve problemas para a cama; j) Realize atividades relaxantes e repousantes após o jantar. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 1: Como dormir Alimentação Já ouviu aquele ditado: Saco vazio não pára em pé. Isso é verdade! Quem realiza regularmente o levantamento e carregamento de cargas gasta em média de a Kcal/dia. Para recuperar a energia gasta, o trabalhador deve ter uma boa alimentação para manter uma boa saúde e disposição para o trabalho, pois a ela será o seu combustível para a realização das atividades diárias. Portanto, sua alimentação deve conter grande quantidade de legumes, verduras e frutas. Ser rica em fibras, vitaminas e minerais, sendo o consumo de água pelo organismo uma necessidade idêntica aos demais nutrientes, pois a cada dia, o organismo elimina através da urina, fezes, pele e até pela respiração por volta de 2,5 L de água, o que deve ser reposto dentro de 24 horas para impedir a desidratação. Por isso beba no mínimo 2 L de água diariamente. Você sabia que um homem adulto gasta 1800 Cal/dia apenas para se manter vivo em estado de repouso com seus sistemas funcionando!

60 60 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 2: Como alimentar-se EPI s Equipamento de Proteção Individual: São ferramentas de trabalho que visam proteger a saúde do trabalhador. Saiba que é uma exigência da legislação trabalhista brasileira, onde a empresa tem a obrigação de fornecer os EPI s necessários para a realização do seu trabalho com o objetivo de privar a sua saúde. Caro amigo trabalhador, você é a principal pessoa que deve se conscientizar quanto à importância do uso dos EPI s, pois o não uso implica muitas vezes colocar em risco a sua saúde, podendo levar a ocorrência de acidentes de trabalho. Portanto, limpe e mantenha seu EPI bem guardado, pois equipamentos sujos ou gastos podem não garantir sua proteção. Caso seu EPI esteja com defeito ou danificado, comunique imediatamente seu supervisor. CUIDE-SE! a) Protetor auricular: Se você não fizer uso no ambiente de trabalho, com o tempo pode provocar surdez, fadiga e estresse. É importante lavar as mãos antes de manusear o protetor. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 3a: Protetores auriculares

61 61 b) Luvas: Se você trabalha com facas ou lâmina é primordial o uso efetivo das luvas para evitar lesões cortantes nas mãos. Sempre utilize-se do auxílio da visão para acompanhar a sua mão na realização do trabalho, pois ela contribui decisivamente para tornar você um trabalhador hábil e valioso, por isso, trabalhe com atenção e não descuide de sua segurança em nenhum momento. As luvas devem ser do tamanho ideal para sua mão. Antes de colocá-la verifique se não estão rasgadas ou furadas para não afetar sua segurança. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 3b: Luvas c) Máscara: É necessária a utilização em alguns ambientes de trabalho, sendo indispensável para a não inalação de produtos químicos e a diminuição de odores desagradáveis e prejudiciais à saúde. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 3c: Máscara

62 62 d) Óculos: É necessário utilizá-lo em alguns ambientes de trabalho, pois, protege os olhos contra partículas, luz intensa, radiação e respingos de produtos químicos. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 3d: Óculos e) Capacetes: É necessário para proteger contra impactos e penetrações, caso sua cabeça seja atingida por algum objeto, ou até mesmo por choques elétricos e queimaduras. f) Calçados: preservam os pés contra impactos, machucados e esmagamentos. Fique Atento! Use EPI s, pois eles protegem contra doenças ocupacionais. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 3e: Todos os EPI s

63 63 Segurança no Trabalho A segurança no trabalho é um fator importante para você trabalhador, pois através desta, o trabalho se torna mais produtivo, apresentando menor índice de erros e acidentes. O treinamento para cada posto de trabalho, é um fator importante dentro da empresa, pois previne acidentes e doenças ocupacionais, melhorando assim, a qualidade de vida no trabalho. Portanto, participe com satisfação dos treinamentos. Vamos a algumas dicas: a) realize seu trabalho com atenção, satisfação e ritmo adequado; b) tenha uma boa noite de sono; c) seja organizado no seu setor de trabalho; d) mantenha um bom relacionamento com os companheiros de trabalho; e) mantenha o ambiente de trabalho limpo e com boa iluminação; f) utilize ferramentas especiais para afastar as mãos dos pontos perigosos de operação; g) use os EPI s para proteger as partes do corpo que possuem maiores riscos de acidentes; h) não deixe objetos que possam obstruir as passagens e corredores; i) limpe imediatamente os pisos molhados, sujos de óleo ou graxa; j) ao descer e/ou subir escadas utilize o corrimão; k) caso sinta dores ao realizar o trabalho comunique imediatamente o seu supervisor e se dirija para enfermaria. NÃO TRABALHE SENTINDO DORES PROCURE O MÉDICO!!! Coluna Vertebral Você que realiza levantamento e carregamento de cargas, precisa saber um pouco mais sobre a sua coluna, pois nunca estamos livres de problemas relacionados a ela, sendo assim, é preciso tomar alguns cuidados para evitar possíveis lesões. A coluna vertebral é considerada uma perfeita obra de engenharia. Sustenta o tronco para que os mais diversos movimentos sejam realizados. É

64 64 composta por 33 vértebras, sendo divididas em regiões: cervical, torácica, lombar, sacral e coccígena. Entre cada uma das vértebras existe uma estrutura chamada disco intervertebral que tem a função de suportar e amortecer as cargas que recaem sobre a coluna. Tanto na realização de esforços físicos, como na adoção de posturas incorretas, a região lombar é a mais atingida, desencadeando a dor, que nessa região é conhecida como lombalgia. O posicionamento incorreto durante o trabalho, pode levar além da lombalgia outros acometimentos mais sérios da coluna vertebral, como exemplo a hérnia de disco, que é uma degeneração do disco intervertebral, podendo até levar a incapacidade na realização do trabalho. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 4: Coluna vertebral Agora passarei algumas dicas quanto as posturas adequadas durante as atividades diárias: a) Quando sentado

65 65 certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5a: Quando sentado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5b: Quando sentado b) No carro certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5c: No carro Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5d: No carro c) Posição para dormir certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5e: Posição para dormir Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5f: Posição para dormir

66 66 d) Quando pegar uma criança certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5g: Quando pegar uma criança Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5h: Quando pegar uma criança e) Como carregar mochila certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5i: Como carregar mochila

67 67 f) Como pegar objetos certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5j: Como pegar objetos Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5k: Como pegar objetos g) Como lavar o rosto certo errado Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 5l: Como lavar o rosto Uma dica para você trabalhador relaxar a musculatura da coluna lombar, reduzindo assim o cansaço, permaneça alguns minutos nessa postura:

68 68 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 6: Como relaxar a coluna Manuseio de Cargas Sendo o manuseio de cargas uma das funções realizadas no seu posto de trabalho, você precisa estar atento a alguns cuidados que deverão ser tomados, pois o manuseio inadequado de cargas poderá trazer conseqüências, como: dores lombares, entorses, deslocamento de discos e hérnias. Vamos a algumas dicas quanto aos procedimentos corretos durante o levantamento e transporte de cargas: a) posicionar-se junto à carga, com os pés separados para proporcionar melhor equilíbrio e estabilidade; b) segurar a carga usando a palma da mão e todos os dedos. A mão inteira deve espalmar-se sobre o objeto; Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7a: Como abaixar-se para pegar objetos

69 69 c) os braços e cotovelos devem ser mantidos junto ao corpo, ajudando assim manter a carga centralizada. Braços afastados diminuem a força; d) levantar-se usando somente a força das pernas para evitar sobrecarga a sua coluna; Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7b: Como levantar e segurar os objetos e) no deslocamento da carga, a coluna deve ser mantida reta, estando à carga o mais próximo possível do corpo; Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7c: Como levar e deslocar a carga f) a carga deve estar 40 cm acima do piso, se estiver abaixo, o carregamento deve ser feito em duas etapas. Coloque-a inicialmente sobre uma plataforma, depois a pegue em definitivo;

70 70 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7d: A carga deve estar 40 cm acima do piso g) antes de levantar um peso, remova todos os obstáculos que possam atrapalhar a passagem, não se esquecendo dos que não são possíveis de remover do caminho; Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7e: Remova todos os obstáculos que possam atrapalhar a passagem h) O levantamento de cargas deve ser realizado de maneira lenta e controlada; i) Ao invés de girar só o tronco, gire o corpo todo movimentando os pés com pequenos passos, diminuindo assim os riscos na coluna;

71 71 j) Evite desnível da carga; Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7f: Evite desnível da carga Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7fg: Evite desnível da carga k) No caso de volume excessivo de cargas realizar em dois trabalhadores; Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7h: Evite desnível da carga Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7i: Evite desnível da carga l) Evite o transporte de cargas com apenas uma das mãos;

72 72 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7j: Evite o transporte com apenas uma das mãos Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7k: Evite o transporte com apenas uma das mãos m) Como levantar e transportar placas de madeira. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 7l: Como levantar e transportar placas de madeira Se no seu setor de trabalho tiver carrinho, sempre que possível utilize-o para transportar cargas, pois os mesmos devem dispor de empunhaduras verticais, diminuindo assim o esforço físico e a tensão muscular, evitando possíveis riscos a sua saúde.

73 73 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 8: Carrinho de transporte Caro trabalhador caso sinta dores ao realizar o trabalho, procure um médico imediatamente para evitar maiores complicações. Se for constatado algum problema procure o tratamento de reabilitação o mais rápido possível. Caso continue trabalhando, realize seu trabalho na postura adequada. Alongamento O alongamento é uma atividade muito simples que pode fazer você se sentir melhor. Praticado corretamente reduz a tensão muscular, relaxa o corpo, deixa os movimentos mais soltos e leves, previne lesões, prepara o corpo para as atividades físicas e ativam a circulação. Portanto, é importante que você trabalhador alongue-se diariamente, antes e após o trabalho. Vamos a algumas dicas de como alongar-se corretamente: a) Respirar naturalmente; b) Relaxar; c) Prestar atenção ao corpo; d) Concentrar-se nos músculos e articulações a serem alongados; e) Sentir o alongamento; f) Não balançar o corpo durante o alongamento; g) Você não deve sentir dor ao realizar o alongamento, caso isso aconteça, realize o movimento até onde conseguir e sem dor.

74 74 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 9a: Alongamento Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 9b: Alongamento

75 75 Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 9c: Alongamento Lazer Saiba que o lazer é um conjunto de ocupações onde as pessoas podem entregar-se espontaneamente, seja para repousar-se, divertir-se, recrear-se e entreter-se. Caro trabalhador tanto o lazer como o trabalho são fatores importantes na vida de uma pessoa. Os dois se completam e são necessários para o bem estar, pois é uma forma que as pessoas encontram para aproveitar seu tempo sem precisar estar se preocupando com as questões diárias do trabalho, que muitas vezes geram estresse e ocupação. Você precisa de momentos de lazer, vou lhe sugerir algumas dicas: a) Tire seus dias de descanso para repousar. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 10a: Tire seus dias de descanso para repousar

76 76 b) Programe passeio com a família. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 10b: Programe passeio com a família c) Divirta-se com os amigos. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 10c: Divirta-se com os amigos

77 77 d) Pratique alguma atividade física que lhe dê prazer. Fonte: Elaborado pelas autoras Figura 10d: Pratique alguma atividade física que lhe dê prazer Cuide bem de sua saúde, incorporando hábitos mais saudáveis, como exercícios físicos regulares e bons momentos de lazer. Aproveite sua vida ao máximo! 3.3 Resultados Foi elaborado um questionário de múltipla escolha, contendo 12 perguntas, sendo 8 delas direcionadas à perguntas específicas quanto a conhecimentos básicos contidos no manual e 4 enfocando informações julgadas necessárias para a pesquisa, os mesmos foram distribuídos aos 29 trabalhadores, onde na primeira palestra participaram 15 e na segunda 14 trabalhadores, sendo respondido logo após a apresentação da palestra para avaliação dos conhecimentos obtidos por meio desta. Após a coleta dos dados obtidos, apresentam-se os seguintes resultados:

78 78 Perguntas nº de pessoas 1 Quantas horas de sono seu corpo precisa para descansar e repor as energias De 2 a 3 horas de sono 0 De 2 a 5 horas de sono 0 De 6 a 8 horas de sono 29 De 4 a 6 horas de sono 0 2 Marque um (X) na alternativa que julgar o tipo de alimentação saudável para manter uma boa saúde Alimentação rica em proteínas e gorduras 0 Alimentação baseada apenas em carnes 0 Alimentação baseada em sanduíches e biscoitos Alimentação rica em legumes, verduras, frutas e fibras 3 Quanto aos equipamentos de proteção individual, marque a alternativa correta: I) a empresa tem a obrigação de fornecer EPI s II) caso surja um defeito no seu EPI você deve ter o prazo de 1 mês para comunicar o seu supervisor III) os EPI s não protegem a saúde dos trabalhadores IV) as luvas devem ser do tamanho ideal das suas mãos As alternativas I e II estão corretas 9 As alternativas III e I estão erradas 0 As alternativas I, II e IV estão corretas 20 4 O posicionamento incorreto durante o trabalho pode levar além da lombalgia, outros acometimentos mais sérios na coluna Certo 28 Errado 1 5 Ao abaixar-se para pegar a carga, você deve Dobrar as costas e manter as pernas 0 esticadas Dobrar os joelhos e manter as costas reta 29 6 Ao transportar a carga, você deve mantê-la 0 29 Distante do corpo com os braços afastados, mantendo a carga centralizada. 0 continua...

79 Próxima ao corpo, assim como os braços e 29 cotovelos também, mantendo a carga centralizada 7 Quando você pega uma carga para colocá-la em outro local próximo, realizando a rotação de tronco é necessário virar os pés juntos Sim 28 Não 1 8 Quanto ao alongamento, marque a alternativa errada É uma atividade simples, relaxa o corpo 8 É uma atividade simples que aumenta a 21 tensão muscular 9 Você já havia recebido informações quanto a maneira correta de realizar o levantamento e carregamento de cargas Sim 20 Não Caso sim, você já adotou a postura correta Sim 17 Não 7 Não respondeu 5 10 Após os conhecimentos obtidos nesta palestra quanto ao levantamento e carregamento de cargas, você irá adotar as posturas corretas Sim 29 Não 0 11 Foi de fácil compreensão as informações transmitidas na palestra Sim 29 Não 0 12 O que você achou das informações contidas na manual Excelente 15 Ótimo 7 Bom 7 Regular 0 Ruim 0 Péssimo 0 Fonte: Elaborada pelas autoras continuação 79

80 80 Tabela 1 Resultado do aproveitamento da palestra Comentário: as perguntas de número 1 a 8 são as que dizem respeito à conhecimentos básicos do manual, onde foi possível após a análise dos dados observar que quinze dos trabalhadores avaliados obtiveram 100% de acerto, onze deles obtiveram 87,5% de acertos, dois deles 75% e apenas um 62,5% de acerto. Nas perguntas de número 9 a 12, abrangeram informações julgadas necessárias para a pesquisa, onde 100% dos trabalhadores julgaram que as informações transmitidas na palestra foram de fácil compreensão, 96,5% disseram que após os conhecimentos obtidos na palestra irão adotar posturas adequadas, 31% dos trabalhadores não haviam recebido informações quanto à maneira correta de se realizar o levantamento e carregamento de cargas e 48% deles, já haviam recebido informações quanto o manuseio de cargas, dizendo já terem adotado a postura correta e, dos 29 trabalhadores, 51,8% julgaram excelente as informações contidas no manual, 24,1 julgaram ótimo e 24,1 julgaram bom. 3.4 A palavra dos profissionais A palavra do médico do trabalho Foi entrevistado o médico do trabalho, sexo masculino, 49 anos, residente na cidade de Lins, SP. Eis o seu depoimento: Vejo que o trabalho desenvolvido em empresas deve visar o bem estar físico e psíquico do trabalhador e a segurança no trabalho, preocupando-se sempre com a satisfação e o conforto dos funcionários no seu posto de trabalho. Deve-se oferecer condições de trabalho correto para diminuir o absenteísmo, incentivando e orientando as formas de prevenir possíveis agravos. Portanto, se o trabalhador não realizar suas tarefas de forma adequada irá adoecer, necessitando de um atestado, podendo ser afastado do emprego, e consequentemente trará

81 81 prejuízos à empresa, que ficará com um funcionário a menos, que fará parte do quadro de absenteísmo. (MÉDICO DO TRABALHO, 48 anos) A palavra do Fisioterapeuta Foi entrevistado o fisioterapeuta, sexo masculino, 36 anos, residente na cidade de Lins, SP. Eis o seu depoimento: Na minha opinião o trabalho a ser desenvolvido em empresas para promoção da saúde dos trabalhadores irá depender do tipo de trabalho e área que o trabalhador desenvolve. A saúde do trabalhador é importante para o aumento da produtividade e diminuição do absenteísmo e, sem dúvidas a prevenção sob forma de palestras, vivências e práticas é o melhor trabalho a ser desenvolvido. A empresa e os trabalhadores que realizam frequentemente levantamento e carregamento de cargas de forma inadequada terão como conseqüência um aumento da ida à enfermaria e ao médico e baixa produtividade. A elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde desses trabalhadores é muito bom, desde que haja facilitadores para execução e um estreitamento com a supervisão da CIPA. (FISIOTERAPEUTA, 36 anos) A palavra dos Terapeutas Ocupacionais Foi entrevistada a Terapeuta Ocupacional, sexo feminino, 27 anos, residente na cidade de Lins, SP. Eis o seu depoimento: Vejo que para desenvolver um trabalho que traga bons resultados é necessário um trabalho em equipe, ou seja, a equipe de saúde ocupacional completa e trabalhando em conjunto. Não devemos deixar de falar em ergonomia que visa saúde, conforto e segurança ao trabalhador, conseqüentemente a eficácia a que se

82 82 torna, bem visto aos olhos do empresário. A ergonomia contribui para promoção da saúde dos trabalhadores por meio de diversas facetas as quais podemos desenvolver estudos e aplicá-los no cotidiano do trabalho. Uma dessas facetas é a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) a mais utilizada em nosso país, é direcionada a ergonomia de correção uma vez que não é realizado o trabalho necessário no desenvolvimento de um posto de trabalho o que chamamos de ergonomia de concepção. A AET guiará o que será necessário realizar para promover a saúde do trabalhador, além disso, podem-se enfocar estudos nas diversas áreas de saúde e trabalho, enfim, através destes meios podemos realizar programas de palestras educativas envolvendo diversos assuntos, orientações posturais, campanhas de prevenção, implantação de ginástica laboral e programas de qualidade de vida, entre outros. As conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma inadequada são os transtornos causados à coluna vertebral e estas constituem uma das maiores causas de afastamento prolongado do trabalhador e de sofrimento humano. Para empresa pode levar ao aumento de gastos uma vez que o quadro clínico do funcionário se agrave levando aos afastamentos e/ou licença para tratamento conservador e/ou cirúrgico; sendo que estes não estão gerando lucros à empresa, não estão presentes na linha de produção. Muitas vezes a empresa responde os processos judicialmente. Quanto à elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde desses trabalhadores, todo trabalho que vise a educação e conscientização do trabalhador em prol de sua saúde é de fundamental importância, principalmente considerando que 80% das pessoas referem queixas de dor lombar em alguma fase da vida. Segundo a Norma Regulamentadora NR-17 no seu item 17.2 subitem todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de

83 83 trabalho, que deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. Todas as empresas têm o dever de desenvolver este tipo de trabalho. (TERAPEUTA OCUPACIONAL, 27 ANOS) Foi entrevistada a Terapeuta Ocupacional, sexo feminino, 46 anos, residente na cidade de Lins, SP. Eis o seu depoimento: Atualmente as empresas mais conceituadas, já se conscientizaram da necessidade de investirem em programas preventivos, como forma de se precaverem de possíveis indenizações trabalhistas por parte dos lesionados. A atuação da consultoria em ergonomia nas empresas vem crescendo cada vez mais, onde o terapeuta ocupacional é essencial nos programas de prevenção de doenças ocupacionais, através de métodos de avaliação, análise de atividades que permitem relacionar as capacidades de trabalho do indivíduo e as exigências do posto de trabalho. São necessárias orientações grupais, porém respeitando as individualidades de cada um, amenizando ou evitando a sobrecarga física e mental durante o trabalho, sendo importantes algumas orientações como: manutenção e adaptação de mobiliários, equipamentos e ferramentas; melhoria da organização, condições e ambiente de trabalho (ritmo de trabalho, divisão de tarefas, rodízios, autonomia, plano de pausas, etc); compreensão e motivação dos funcionários no processo de trabalho e com a saúde; orientação postural frente às atividades estáticas e dinâmicas, nos exercícios de relaxamento, automassagem, respiração, alongamentos e confecção de órteses quando necessário; reuniões com os grupos de funcionários para verificar as queixas por setor de trabalho; e observação e análise das atividades dos trabalhadores e dos postos de trabalho. As atividades profissionais que exigem a movimentação manual de cargas nas empresas expõem esses

84 84 funcionários a vários riscos, por procedimentos inadequados durante o transporte, como cargas muito pesadas ou mal equilibradas, tempo insuficiente de descanso, ponto de apoio instável, esforços da coluna por tempo prolongado com movimentos de abaixamento e elevação de cargas com ritmo de trabalho excessivo. A continuidade destas regras de más práticas ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes. As dores nas costas devido as hérnias discais, geralmente na região lombar, dores nos pés e membros superiores são as queixas mais freqüentes desses trabalhadores, em conseqüências dos levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda aplicação de métodos de trabalho impróprios. As conseqüências são desastrosas para ambos, pois o trabalhador poderá ter seqüelas para sempre, impossibilitando de continuar atuante no campo de trabalho, e a empresa também perde através de perícias, medicações, indenizações legais e principalmente a imagem da empresa fica comprometida em relação a má qualidade do ambiente e segurança no trabalho, diminuindo com isso a produtividade da empresa como um todo e conseqüente diminuição da sua rentabilidade. Considero importante a elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do trabalhador, pois as empresas de referência tanto no exterior como no Brasil, utilizam as orientações ergonômicas através de manuais, que facilitam ao trabalhador lembrar das orientações feitas pela terapeuta ocupacional. (TERAPEUTA OCUPACIONAL, 46 anos) 3.5 Discussão Este trabalho procurou demonstrar à importância da atuação do Terapeuta Ocupacional em empresas, promovendo a saúde do trabalhador

85 85 através da elaboração e aplicação de um manual de orientação a saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas. De acordo com Lancman (2004): o mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações nos últimos anos com a entrada de novas tecnologias, aceleração do ritmo do trabalho, mudanças no modo de produção e surgimento de novas profissões, o que acaba influenciando no aparecimento de novas organizações do trabalho e na reorganização das empresas já existentes, necessitando de adequação para sobreviver a essas novas realidades criando, portanto, uma grande mobilidade no mercado de trabalho, favorecendo relações de trabalhos precários, que influencia nas condições de trabalho e saúde dos empregados. Atualmente, a Terapia Ocupacional vem contribuindo no campo da saúde e do trabalho devido a crescente consciência das relações entre os fatores ocupacionais e o adoecimento, além da necessidade das empresas investirem em programas preventivos, precavendo possíveis indenizações trabalhistas por parte dos lesionados. (WATANABE; NICOLAU apud DE CARLO; BARTALOTTI, 2001) A Ergonomia e a Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho estudam e analisam as questões e contradições individuais e coletivas do mundo do trabalho, incluindo o processo de adoecimento pelo trabalho, com objetivo criar outras proposições, viabilizando a aplicação técnica de vários conhecimentos, oferecendo soluções coerentes com as exigências da saúde dos trabalhadores e da produção. Ambas têm como compromisso analisar o mundo do trabalho e a atividade laboral. (LANCMAN, 2004) O manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas musculares entre os trabalhadores, ocorrendo com mais freqüência a lombalgia. Para se ter uma idéia da sua importância clínico-epidemiólogica, cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo da vida, e a lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre os trabalhadores. (FERREIRA JUNIOR, 2002). A norma regulamentadora da ergonomia NR-17 do Ministério do Trabalho em seu item 17.2, sub-item diz que: todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de

86 86 trabalhos que deverá utilizar com vistas a salvaguardar a saúde e prevenir acidentes. Conforme Couto (1995): para prevenir a lombalgia são utilizadas três tipos de medidas, onde essas são a seleção médica criteriosa, que costuma diminuir a incidência das lombalgia em até 30%; ensino de técnicas de manuseio de carregamento de cargas, capaz de diminuir a incidência em até 20%, e medidas ergonômicas, sendo de alta eficácia, capaz de diminuir a incidência em até 80%. Se faz necessário dar atenção ao trabalho de manuseio de cargas, fazendo com que diminuam os riscos à saúde e promovam a qualidade de vida no trabalho, gerando benefícios tanto para o empregado como para o empregador. 3.6 Conclusão da pesquisa Na pesquisa realizada foi possível observar a importância da aplicabilidade do manual de orientação à saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas, visando ampliar seus conhecimentos principalmente com relação à postura no trabalho. Este tipo de trabalho preventivo gera melhorias na qualidade de vida e na atividade laboral. Após a análise dos dados obtidos pelo questionário foi possível identificar que este tipo de trabalho trás resultados benéficos, propiciando a aquisição de conhecimentos e a conscientização dos trabalhadores, fazendo com que estes se atentem a sua saúde, melhorando assim, seu desempenho no trabalho.

87 87 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Após a realização deste trabalho observou-se a obtenção de resultados satisfatórios. Quando nos atentamos ao trabalho de levantamento e carregamento de cargas, sendo este realizado de maneira inadequada, sabese que pode acarretar problemas à saúde dos trabalhadores, se faz necessário à realização de um trabalho preventivo. O que foi realizado neste estudo foi apenas um início de um trabalho visando à promoção da saúde destes trabalhadores. Devemos enfatizar a necessidade de se complementar com outras ações a serem escolhidas após a avaliação profissional julgada pelo próprio terapeuta. Dentre elas podemos destacar a análise ergonômica do trabalho, buscando avaliar o posto de trabalho, o ambiente e a organização do trabalho, de forma que possa analisar e buscar recomendações necessárias para adaptar o homem ao trabalho de forma que promova a segurança, saúde e desempenho eficiente; uma vez que encontramos nos postos de trabalhos muitas inadequações que levam a adoção de posturas incorretas, caso essa situação não seja melhorada, mesmo o trabalhador recebendo as informações quanto à postura correta, o mesmo não conseguirá adotar devido às características físicas do seu posto de trabalho. As análises englobam as recomendações que merecem destaque ao auxiliar também na prevenção de agravos à coluna vertebral do trabalhador que realiza o manuseio de cargas, dentre elas podemos citar algumas ações de grande relevância como a orientação postural in loco, a ginástica laboral e a implantação de programas de qualidade de vida nas empresas que enfoquem uma gratificação para aqueles trabalhadores que seguem corretamente as orientações fornecidas pelo profissional da área. Diante disso, propõe-se que os profissionais que realizam palestras, utilizando materiais ilustrativos como manual, dê continuidade a este trabalho preventivo, buscando também outras ações específicas, almejando um trabalho mais efetivo, com isso sugere-se a realização da análise ergonômica do trabalho, utilizando como uma de suas ferramentas a equação de NIOSH.

88 88 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como demonstrado no decorrer do trabalho, o acelerado desenvolvimento de tecnologias, a alta produtividade, se faz necessário à atenção à saúde dos trabalhadores, onde os empresários estão ampliando a sua visão ao investir em programas de prevenção. A pesquisa evidenciou que a Terapia Ocupacional vem oferecendo importantes contribuições no campo da saúde e do trabalho. Quando nos referimos aos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas, os mesmos se tornam mais propícios ao aparecimento de problemas à coluna vertebral, sendo assim, o trabalho de promoção à saúde se faz extremamente necessário, tanto para o trabalhador quanto para o empresário. A Norma Regulamentadora da Ergonomia NR17 trás que todos os trabalhadores que realizam o transporte manual regular de cargas, que não as leves devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. O intuito deste trabalho foi o de dar início à promoção da saúde por meio da aplicação do manual e, também legalizar a empresa no que diz respeito à NR17, quanto ao treinamento dos trabalhadores que realizam o transporte manual de cargas. A pesquisa ressaltou que este tipo de trabalho trás resultados satisfatórios, gerando benefícios tanto para a empresa quanto para o trabalhador. Considerando a relevância do tema abordado, a elaboração deste manual foi de importância ímpar para ações que visem a promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho possibilitando transmitir a aquisição de conhecimentos e uma melhor interação entre o sistema homem- trabalho.

89 89 REFERÊNCIAS ABRANTES, A. F. Atualidades em Ergonomia Logística, Movimentação de Materiais, Engenharia Industrial, Escritórios. São Paulo: IMAM, ANDERSON, B. Alongue-se. 23. ed. São Paulo: Summus, ANDERSON, B. Alongue-se no Trabalho: exercícios de alongamento para escritório e computador. 3. ed. São Paulo: Summus, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. O que é ergonomia?. Recife, 28 jul Disponível em: < Acesso em: 01 jun BARBANTI, V. J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo: Manole, BENTO, M. Trabalho ou lazer?; Disponível em: Acesso em: 24 mai BLAKISTON. Dicionário Médico. 2. ed. São Paulo: Andrei, BRASIL. Decreto Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo, SP. CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia Ocupacional: fundamentação & prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, CHAFFIN, D.B. Biomecânica ocupacional. Belo Horizonte: Ergo, COMITE DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO WFOT. Definições de Terapia Ocupacional. Salesiano de Lins, CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Terapia Ocupacional, Recife. Disponível em: < Acesso em: 08 jun.2007.

90 90 COSTA, M. Tratando dores nas costas e problemas de coluna: sintomas, cuidados, tratamento, hábitos saudáveis. São Paulo: Alaúde, COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: o manual técnico da máquina humana. Belo Horizonte: Ergo, DECENZO, D.A.; ROBBINS, S.P. Administração de recursos humanos. 6. ed. Rio de Janeiro: Copyright, DORON, R.; PAROT, F. Dicionário de psicologia. São Paulo: Ática, DUL, J; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. 2. ed. São Paulo: Edgar Blucher, DUTRA-DE-OLIVEIRA, J. E. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier, EPI Equipamento de proteção individual NR6. Guia DP & RH. Disponível em: < EPSTEIN, I. Comunicação e Saúde Pública: Um projeto integrado. São Paulo, jan/fev/mar Disponível em: Acesso em: 08 jun FERREIRA Jr., M. Saúde no trabalho: temas básicos para o profissional que cuida da saúde dos trabalhadores, São Paulo: Roca, FERNANDES, A. et al. Cinesiologia do alongamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Sprint Ltda, FIGUEIREDO, F.; MONT ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint, FIGUEREIDO, J, D. Pontos de verificação ergonômica: soluções práticas e de fácil aplicação para melhorara segurança, a saúde e as condições de trabalho. Fundacentro: São Paulo, 2001.

91 91 GARNIER, M.; et al. Dicionário Andrei de termos de medicina. 2. ed. Andrei: São Paulo, GENNARI, P. B. A importância dos alongamentos. Disponível em <http// ntos. htm>. GOLLEGÃ, A. C. C.; LUZO, M. C. M.; CARLO, M.M. R. P. Terapia Ocupacional princípios, recursos e perspectivas em reabilitação física. In: CARLO, M.M.R.P.; BARTALOTTI, C.C. (org). Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectives. São Paulo: Plexus, p GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual Prático para avaliação em Educação Física. Barueri, SP: Manole, IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. A importância do Sono. São Paulo: Fundação Dorina Nawell para Cegos, Instituto do sono. Disponível em: sono. KROEMER, K. E; GRANDJEAR, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: LANCMAN, S. Saúde, trabalho e terapia ocupacional. São Paulo: Roca, LAZER. Disponível em: < NASCIMENTO, N. M.; MORAES, R.A.S. Fisioterapia nas empresas: saúde x trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Taba Cultural, NEISTADT, M. E.; CREPEAU, E. B. Willard & Spackman: Terapia Ocupacional. Tradução Paula Mendes Luz; José Eduardo Ferreira de Figueiredo. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

92 92 O que é segurança do trabalho. Disponível em: <http.//. seg/>. OLIVER, J; MIDDLEDIICH, A. Anatomia funcional da coluna vertebral. Rio de Janeiro: Revinter, PEDRETTI, L. W; EARLY, M. B. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para as disfunções físicas. 5. ed. São Paulo: Roca, PORTO, F. Nutrição para quem não conhece nutrição. São Paulo: Livraria Varela, PICOLI, E.B.; GUASTELLI, C.R. Ginástica Laboral para cirurgiões São Paulo: Phorte, dentistas. ROSSI, L, C. C; LEMOS, R. M. Z. A atividade física como fator de qualidade de vida e saúde do trabalhador Monografia (Pós-graduação Lato Sensu em Fisioterapia do Trabalho) Faculdade de Educação Física de Lins, Lins. SÁ, N. G. Nutrição e dietética. 7. ed. São Paulo: Nobel, SÁ, S. Ergonomia e coluna vertebral no seu dia-a-dia. Rio de janeiro: Taba Cultural, SALVE, M. G. C.; THEODORO, P. F. R. Saúde do trabalhador: A relação entre ergonomia, atividade física e qualidade de vida. Salusvita. Bauru, v.2, n.1, p , Segurança do trabalho. Disponível em: < perguntasst.html>. VERDERI, E. Programa de educação postural. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2005.

93 APÊNDICES 93

94 94 APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO 1.1 Manual de orientação à saúde do trabalhador 2 TRABALHO REALIZADO 2.1 Materiais 2.2 Ferramentas empregadas 2.3 Técnicas utilizadas 2.4 Depoimentos sobre o caso: médico do trabalho, técnico de segurança, fisioterapeuta, terapeutas ocupacionais, trabalhadores 3 DISCUSSÃO Discussão e análise dos dados obtidos na palestra 4 RESULTADOS E SUGESTÕES Serão colocados os resultados e sugestões obtidos através da palestra e sugerida proposta de intervenção.

95 95 APÊNDICE B Roteiro de Entrevista para o Médico do Trabalho I Dados de identificação Cargo, Função, Profissão: Sexo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras experiências: Residência/Local: Idade: II Perguntas específicas 1 Na sua opinião qual trabalho deve ser desenvolvido em empresas para promoção da saúde dos trabalhadores? Justifique. 2 Quais as conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma inadequada? 3 O que você acha da elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas?

96 96 APÊNDICE C - Roteiro de Entrevista para o Fisioterapeuta I Dados de identificação Cargo, Função, Profissão: Sexo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras experiências: Residência/Local: Idade: II Perguntas 1 Na sua opinião qual trabalho deve ser desenvolvido em empresas para promoção da saúde dos trabalhadores? Justifique. 2 Quais as conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma inadequada? 3 O que você acha da elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas?

97 97 APÊNDICE D - Roteiro de entrevista o para o Terapeuta Ocupacional I Dados de identificação Cargo, Função, Profissão: Sexo: Escolaridade: Experiências Profissionais: Outras experiências: Residência/Local: Idade: II Perguntas 1 Na sua opinião qual trabalho deve ser desenvolvido em empresas para promoção da saúde dos trabalhadores? Justifique. 2 Quais as conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma inadequada? 3 O que você acha da elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas?

98 98 APÊNDICE E - Questionário de Avaliação para os Trabalhadores 1 Quantas horas de sono o seu corpo precisa para descansar e repor as energias? a) ( ) 2 a 3 horas de sono b) ( ) 2 a 5 horas de sono c) ( ) 6 a 8 horas de sono d) ( ) 4 a 6 horas de sono 2 Marque um (X) na alternativa que julgar o tipo de alimentação saudável para manter uma boa saúde: a) ( ) alimentação rica em proteínas e gorduras; b) ( ) alimentação baseada apenas em carnes; c) ( ) alimentação baseada em sanduíches e biscoitos; d) ( ) alimentação rica em legumes, verduras, frutas e fibras. 3 Quanto aos equipamentos de proteção individual, marque a alternativa correta: I)a empresa tem a obrigação de fornecer EPI s II)caso surja um defeito no seu EPI você deve ter o prazo de 1 mês para comunicar o seu supervisor III) os EPI s não protegem a saúde dos trabalhadores IV) as luvas devem ser do tamanho ideal das suas mãos a) ( ) as alternativas I e II estão corretas b) ( ) as alternativas III e I estão erradas c) ( ) as alternativas I, II e IV estão corretas 4 O posicionamento incorreto durante o trabalho pode levar além da lombalgia, outros acometimentos mais sérios na coluna? ( ) Certo ( ) Errado 5 Ao abaixar-se para pegar a carga, você deve: a) ( ) dobrar as costas e manter as pernas esticadas b) ( ) dobrar os joelhos e manter as costas reta 6 Ao transportar a carga, você deve mantê-la: a) ( ) distante do corpo com os braços afastados, mantendo a carga centralizada.

99 99 b) ( ) próxima ao corpo, assim como os braços e cotovelos também, mantendo a carga centralizada. 7 Quando você pega uma carga para colocá-la em outro local próximo, realizando a rotação de tronco é necessário virar os pés juntos? ( ) Sim ( ) Não 8 Você já havia recebido informações quanto a maneira correta de realizar o levantamento e carregamento de cargas? ( ) Sim ( ) Não 8.1 Caso SIM, você já adotou a postura correta: ( ) Sim ( ) Não 9 Após os conhecimentos obtidos nesta palestra quanto ao levantamento e carregamento de cargas, você irá adotar as posturas corretas? ( ) Sim ( ) Não 10 Quanto ao alongamento, marque a alternativa errada: a) ( ) é uma atividade simples, relaxa o corpo b) ( ) é uma atividade simples que aumenta a tensão muscular 11 Foi de fácil compreensão as informações transmitidas na palestra? ( ) Sim ( ) Não 12 O que você achou das informações contidas na manual? a) ( ) Excelente b) ( ) Ótimo c) ( ) Bom d) ( ) Regular e) ( ) Ruim f) ( ) Péssimo

100 100 APÊNDICE F - Norma Regulamentadora NR Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo conforto, segurança e desempenho eficiente As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora Levantamento, transporte e descarga individual de materiais Para efeito desta Norma Regulamentadora: Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. ( /I1) Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, de receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. ( /I2) Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser usados meios técnicos apropriados Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. ( /I1) O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de forca e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. ( /11) O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou sua segurança. ( /11) Mobiliário dos postos de trabalho Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (

101 101 6/I1) Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; ( /I2) b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; ( /I2) c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. ( /I2) Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem , os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. ( /I2) Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; ( /I1) b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; ( /I1) c) borda frontal arredondada; ( /I1) d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar ( /I1) Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. ( /I1) Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devam ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. ( /I2) 17.4 Equipamentos dos postos de trabalho Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve: a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoço e fadiga visual; ( /I1) b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. ( /I1) Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e

102 102 proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; ( /I2) b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; ( /I2) c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneiras que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; ( /I2) d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. ( /I2) Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem , observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho Condições ambientais de trabalho As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecimento na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; ( /I2) b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus centígrados); ( /I2) c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; ( /I2) d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. ( /I2) Para as atividades que possuam as características definidas no subitem , mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 db (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 db Os parâmetros previstos no subitem devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruídos determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar apropriada à natureza de atividade A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. ( /I2) A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizandose de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade de olho humano de incidência. ( /I2) Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem , este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco

103 103 centímetros) do piso Organização do trabalho A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, o mínimo: a) as normas de produção; b) o modo operatório; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; f) o conteúdo das tarefas Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as recuperações sobre a saúde dos trabalhadores; ( /I3) b) devem ser incluídas pausas para descanso; ( /I3) c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ao superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. ( /I3) Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; ( ) b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real para efeito dessa NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; ( /I3) c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; ( /I3) d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinqüenta) minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; ( /I3) e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea b e ser ampliada progressivamente /I3) ANEXO I DA NR-17 TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT 1. Objetivo e campo de aplicação 1.1. Esta Norma objetiva estabelecer parâmetros e diretrizes mínimas para adequação das condições de trabalho dos operadores de checkout, visando à

104 104 prevenção dos problemas de saúde e segurança relacionados ao trabalho Esta Norma aplica-se aos empregadores que desenvolvam atividade comercial utilizando sistema de auto-serviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. 2. O posto de trabalho 2.1. Em relação ao mobiliário do checkout e às suas dimensões, incluindo distâncias e alturas, no posto de trabalho deve-se: a) atender às características antropométricas de 90% dos trabalhadores, respeitando os alcances dos membros e da visão, ou seja, compatibilizando as áreas de visão com a manipulação; b) assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, e as posições confortáveis dos membros superiores e inferiores, nessas duas situações; c) respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos movimentos, durante a execução das tarefas, evitando a flexão e a torção do tronco; d) garantir um espaço adequado para livre movimentação do operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada; e) manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; f) colocar apoio para os pés, independente da cadeira; g) adotar, em cada posto de trabalho, sistema com esteira eletro-mecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos checkouts com comprimento de 2,70 metros ou mais; h) disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e supervisão; i) manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de forma a não causar acidentes Em relação ao equipamento e às ferramentas utilizadas pelos operadores de checkout para o cumprimento de seu trabalho, deve-se: a) escolhê-los de modo a favorecer os movimentos e ações próprias da função, sem exigência acentuada de força, pressão, preensão, flexão, extensão ou torção dos segmentos corporais; b) posicioná-los no posto de trabalho dentro dos limites de alcance manual e visual do operador, permitindo a movimentação dos membros superiores e inferiores e respeitando a natureza da tarefa; c) garantir proteção contra acidentes de natureza mecânica ou elétrica nos checkouts, com base no que está previsto nas normas regulamentadoras do MTE ou em outras normas nacionais, tecnicamente reconhecidas; d) mantê-los em condições adequadas de funcionamento Em relação ao ambiente físico de trabalho e ao conjunto do posto de trabalho, deve se: a) manter as condições de iluminamento, ruído, conforto térmico, bem como a proteção contra outros fatores de risco químico e físico, de acordo com o previsto na NR-17 e outras normas regulamentadoras; b) proteger os operadores de checkout contra correntes de ar, vento ou grandes variações climáticas, quando necessário; c) utilizar superfícies opacas, que evitem reflexos incômodos no campo visual do trabalhador.

105 Na concepção do posto de trabalho do operador de checkout deve-se prever a possibilidade de fazer adequações ou ajustes localizados, exceto nos equipamentos fixos, considerando o conforto dos operadores. 3. A manipulação de mercadorias 3.1. O empregador deve envidar esforços a fim de que a manipulação de mercadorias não acarrete o uso de força muscular excessiva por parte dos operadores de checkout, por meio da adoção de um ou mais dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: a) negociação do tamanho e volume das embalagens de mercadorias com fornecedores; b) uso de equipamentos e instrumentos de tecnologia adequada; c) formas alternativas de apresentação do código de barras da mercadoria ao leitor ótico, quando existente; d) disponibilidade de pessoal auxiliar, quando necessário; e) outras medidas que ajudem a reduzir a sobrecarga do operador na manipulação de mercadorias O empregador deve adotar mecanismos auxiliares sempre que, em função do grande volume ou excesso de peso das mercadorias, houver limitação para a execução manual das tarefas por parte dos operadores de checkout O empregador deve adotar medidas para evitar que a atividade de ensacamento de mercadorias se incorpore ao ciclo de trabalho ordinário e habitual dos operadores de checkout, tais como: a) manter, no mínimo, um ensacador a cada três checkouts em funcionamento; b) proporcionar condições que facilitem o ensacamento pelo cliente; c) outras medidas que se destinem ao mesmo fim A escolha dentre as medidas relacionadas no item 3.3 é prerrogativa do empregador A pesagem de mercadorias pelo operador de checkout só poderá ocorrer quando os seguintes requisitos forem atendidos simultaneamente: a) balança localizada frontalmente e próxima ao operador; b) balança nivelada com a superfície do checkout; c) continuidade entre as superfícies do checkout e da balança, admitindo-se até dois centímetros de descontinuidade em cada lado da balança; d) teclado para digitação localizado a uma distância máxima de 45 centímetros da borda interna do checkout; e) número máximo de oito dígitos para os códigos de mercadorias que sejam pesadas Para o atendimento no checkout, de pessoas idosas, gestantes, portadoras de deficiências ou que apresentem algum tipo de incapacidade momentânea, a empresa deve disponibilizar pessoal auxiliar, sempre que o operador de caixa solicitar. 4. A organização do trabalho 4.1. A disposição física e o número de checkouts em atividade (abertos) e de operadores devem ser compatíveis com o fluxo de clientes, de modo a adequar o ritmo de trabalho às características psicofisiológicas de cada operador, por meio da adoção de pelo menos um dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: a) pessoas para apoio ou substituição, quando necessário; b) filas únicas por grupos de checkouts; c) caixas especiais (idosos, gestantes, deficientes, clientes com pequenas

106 106 quantidades de mercadorias); d) pausas durante a jornada de trabalho; e) rodízio entre os operadores de checkouts com características diferentes; f) outras medidas que ajudem a manter o movimento adequado de atendimento sem a sobrecarga do operador de checkout São garantidas saídas do posto de trabalho, mediante comunicação, a qualquer momento da jornada, para que os operadores atendam às suas necessidades fisiológicas, ressalvado o intervalo para refeição previsto na Consolidação das Leis do Trabalho É vedado promover, para efeitos de remuneração ou premiação de qualquer espécie, sistema de avaliação do desempenho com base no número de mercadorias ou compras por operador É atribuição do operador de checkout a verificação das mercadorias apresentadas, sendo-lhe vedada qualquer tarefa de segurança patrimonial. 5. Os aspectos psicossociais do trabalho 5.1. Todo trabalhador envolvido com o trabalho em checkout deve portar um dispositivo de identificação visível, com nome e/ou sobrenome, escolhido(s) pelo próprio trabalhador É vedado obrigar o trabalhador ao uso, permanente ou temporário, de vestimentas ou propagandas ou maquilagem temática, que causem constrangimento ou firam sua dignidade pessoal. 6. Informação e formação dos trabalhadores 6.1. Todos os trabalhadores envolvidos com o trabalho de operador de checkout devem receber treinamento, cujo objetivo é aumentar o conhecimento da relação entre o seu trabalho e a promoção à saúde O treinamento deve conter noções sobre prevenção e os fatores de risco para a saúde, decorrentes da modalidade de trabalho de operador de checkout, levando em consideração os aspectos relacionados a: a) posto de trabalho; b) manipulação de mercadorias; c) organização do trabalho; d) aspectos psicossociais do trabalho; e) agravos à saúde mais encontrados entre operadores de checkout Cada trabalhador deve receber treinamento com duração mínima de duas horas, até o trigésimo dia da data da sua admissão, com reciclagem anual e com duração mínima de duas horas, ministrados durante sua jornada de trabalho Os trabalhadores devem ser informados com antecedência sobre mudanças que venham a ocorrer no processo de trabalho O treinamento deve incluir, obrigatoriamente, a disponibilização de material didático com os tópicos mencionados no item 6.2 e alíneas A forma do treinamento (contínuo ou intermitente, presencial ou à distância, por palestras, cursos ou audiovisual) fica a critério de cada empresa A elaboração do conteúdo técnico e avaliação dos resultados do treinamento devem contar com a participação de integrantes do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, quando houver, e do coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e dos responsáveis pela elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 7. Disposições Transitórias

107 As obrigações previstas neste anexo serão exigidas após encerrados os seguintes prazos: Para os subitens 1.1; 1.2; 3.2; 3.5; 4.2; 4.3 e 4.4, prazo de noventa dias Para os subitens 2.1 h ; 2.2 c e d ; 2.3 a e b ; 3.1 e alíneas; 4.1 e alíneas; 5.1; 5.1.1; 5.2; 5.3 e 6.3, prazo de cento e oitenta dias Para Subitens 2.1 f e g ; 3.3 a, b e c ; 3.3.1; 6.1; 6.2 e alíneas; 6.2.1; 6.4; 6.5 e 6.6, prazo de um ano Para os subitens 2.1 a, b, c, d, g e i ; 2.2 a e b ; 2.3 c ; 2.4 e 3.4 e alíneas, prazos conforme o seguinte cronograma: a) Janeiro de 2008 todas as lojas novas ou que forem submetidas a reformas; b) Até julho de % das lojas; c) Até dezembro de % das lojas; d) Até dezembro de % das lojas; e) Até dezembro de 2011 todas as lojas.

108 108 APÊNDICE G FOTOS DA PALESTRA

109 109

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Palavras chave: Terapia Ocupacional. Saúde. Trabalho. Ergonomia A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM EMPRESAS NA ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO E CARREGAMENTO DE CARGAS Cléocione Araújo de Moraes - cleo_moraes9@hotmail.com

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