RELATÓRIO DE VIVENCIA
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- Raíssa Lara Sá Mota
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1 RELATÓRIO DE VIVENCIA Acadêmica: Vanessa Gomes Matos dos Santos Curso: Enfermagem Instituição: ITPAC-PORTO NACIONAL
2 Relatório de Vivencia da Acadêmica de Enfermagem do ITPAC-PORTO, Vanessa Gomes Matos dos Santos O VER-SUS possibilita o despertar de uma visão ampliada do conceito de saúde, abordando temáticas sobre Educação Permanente em Saúde, quadrilátero da formação, aprendizagem significativa, interdisciplinaridade, Redes de Atenção à Saúde, reforma política, discussão de gêneros, movimentos sociais, questões que estão intrinsecamente relacionadas à saúde, ao SUS. Conheci o VER-SUS através de uma postagem de uma colega de aula no grupo da liga acadêmica na qual sou integrante no Whatsapp, me escrevi como vivente e logo vi que fui selecionada. Ao chegar no Hotel Eduardu s, fui bem recepcionada pela comissão organizadora e facilitadores, estava um pouco ansiosa para conhecer os outros viventes e começar a vivencia. Logo em seguida após conhecer minhas colegas de quarto, fomos a UFT Palmas onde podemos conhecer o projeto e um pouco sobre cada participante e confeccionar as camisetas. Fui selecionada para ser integrante da Tribo Xambióa e do Ipê Branco. A primeira vivencia foi no dia 11 de janeiro no período vespertino no Centro de Reabilitação e Fisioterapia, que antes era na Policlínica de Taquaralto, onde podemos conhecer o seu funcionamento, que são pacientes encaminhados e seu atendimento é por ordem, menos os de emergência. Só atende a região sul, sendo um profissional para cada 10 pacientes, são 5 fisioterapeutas pela manhã e 10 fisioterapeutas pela tarde (6 horas por dia), a maioria dos atendimentos são ortopédica, seu funcionamento é das 07:00 as 22:00 horas. O educador físico faz umas 20 seções em cada paciente, com duração de 2 a 3 meses. Tem mais de 400 pacientes na lista espera. A reclamação do educador físico, foi ter pedido um aparelho para ser usado na hidroterapia, e ter recebido um outro aparelho bem mais caro e parecido com os que já tem, e não da pra ser usado na piscina. Segundo dia, 12 de Janeiro período matutino, visitamos a UBS Santa Barbara, onde se faz o uso do e-sus, atende 5 bairros SUS dependente, tendo mais de 20 pacientes com Hanseníase, são 16 agentes (2 equipes). Lá se faz consultas, avaliação de saúde, testes rápido de: HIV, gravidez, hanseníase, tuberculose e outros. Fazendo promoção, prevenção e tratamento. Fazem um mutirão de noite para as mulheres que trabalham. Reclamações sobre a unidade básica: estrutura física ruim, déficit de técnico de enfermagem. Após visitar a UBS Santa Barbara, fomos a Policlínica da Aureny 1, onde se tem 10 especialista atendendo por agendamento, sendo eles pediatra, ginecologista, clinico geral e cirúrgico, endócrino, fonoaudiólogo, enfermeiro,
3 técnico de enfermagem e outros, mas não tem nenhum nutricionista.tem 15 ano de funcionamento, com atendimento das 7 da manha às 18:00 horas. Segundo dia, 12 de Janeiro período vespertino, visitamos o CAPS III AD, o local no qual eu mais queria visitar, já havia estudado sobre ele, mas em minha cidade Porto Nacional não se encontra esta unidade. O CAPS III AD tem o funcionamento de 24 horas, os pacientes ficam em média 14 dias até se estabilizar. Sendo 6 leitos para mulheres e 6 para homens. Para ficar no CAPS tem que ter uns 30 dias de atendimento, são serviços a saúde mental o sistema único de saúde. Os multiprofissionais que lá trabalha são psicólogos, assistente de saúde, terapeuta ocupacional, farmacêutico, enfermeiro, técnico de enfermagem, medico clinico. Tem oficinas como a culinária e pintura em telas, grupos terapêuticos, atendimento geral. Um problema para o CAPS é o meio de transporte para os pacientes, pois o ônibus que fazia o transporte sofreu um acidente e até hoje eles não um transporte para buscá-los, então alguns pacientes tem o passe para usar nos ônibus da cidade. Terceiro dia, 13 de janeiro período matutino, visitamos o NASF Central na 1103 Sul tipo 2, criado em 2008 com proposta de prevenção, promoção e controle, construído pra ter 3 equipes, só tem 1 equipe de odonto, 8 residentes e 2 preceptores, 3 nutricionistas, assistente social, 2 psicólogos, 1 fisioterapeuta, enfermeiro e outros.atende 4 unidades, matricia 3 a 7 equipes. Não é portas abertas. Atua nos grupos da UBS (idosos, hipertensos) e com a comunidade. Tem teórica pedagógica e pratica, atende casos de maior complexidade, articulações tercerial: agentes de saúde. Busca um cuidado integral, educação permanente e continuada. São 3 NASF em Palmas, os setores são escolhidos pela demanda e não recebe verbas, tendo 9 equipes de apoio. Após a visita no NASF Central, visitamos o governador Marcelo Miranda no Palácio Araguaia. Onde fomos bem recebidos e falamos sobre o aprendizado em campo, sobre as qualidade, defeitos e falhas do SUS, e de nossos anseios como profissionais, onde o governador viu a importância de ter o VER-SUS para um melhoramento ao atendimento a população. Terceiro dia, 13 de janeiro período vespertino, visitamos UBS 307 Norte, com equipe de médicos, 2 técnicos de enfermagem, agentes de saúde, dentista, auxiliar do gerente. Tendo 7 mil usuários, com 2 equipes, e uma vez por mês tem a reunião da equipe. Suas dificuldades relatadas pelos agentes de saúde: falta de insumos, falta de papel para Xerox, os agentes de saúde não tem mochilas e protetores solares potentes, falta suporte, a balança e saco de pesar são de má qualidade. Nesta gestão não ocorre cursos para os agentes de saúde. Logo em seguida fizemos visitas domiciliares com a agente de saúde, onde podemos ver as situações das casas e dos moradores daquela região, que por mais que os agentes de saúde tentam melhorar a situação,
4 indo atrás das pessoas, a situação para alguns continua critica. E depois acompanhamos uma consultas no consultório da enfermeira. Quarto dia, 14 de janeiro período matutino, visitamos o DSEI Distrito Sanitário Especial Indígena, unidade de gestores descentralizados do subsistema, responsável pela execução de ações de atenção à saúde indígena e de supervisionar e executar atividades. Sendo 3 mil indígenas e 4 micro áreas. Lá vimos o PNASPI Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, SESAI - Secretaria Especial de Saúde Indígena e outros e a Lei 9.836/99, artigo 19-E (Sistema de atenção indígena). Após a visita ao DSEI, saímos a ocupação Capadócia no Jardim Taquari, onde podemos ver a estrutura das moradias lá construída sendo feitas de madeira, a falta de saneamento básico, energia feita através de gato, abastecimento de água precária sendo através de canos que puxa a água de outro local, coleta de lixo feita apenas nas ruas principais, muitas crianças sem acesso a escola, muitos animais de estimação como cães são encontrados nas moradias. Conversamos com uma moradora, ela relata ter ido morar lá porque era melhor, pra não pagar aluguel, pois seu dinheiro mal dá pra alimentação, e que se sente mais feliz lá, pois sabe que aquele terreno será dela, e no final do mês não te falta dinheiro para alimentação. Para atendimentos a saúde, eles vão a unidade básica mais próxima a sua moradia. Quarto dia, 14 de janeiro período vespertino, visitamos o SEMUS Secretaria Municipal de Saúde fomos bem recebidos, o SEMUS é onde se tem estruturação e o desenvolvimento de ações do Centro de Vigilância em Saúde Ambiental, Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica. Vimos o DANTS - Doenças e Agravos Não Transmissíveis, RCBP - Registros de Câncer de Base Populacional que tem com maior índice o câncer de mama, colo de útero, próstata, estomago, reto e pulmão. Lá ver casos de violência, câncer, fatores de risco, promoção a saúde, doenças transmissíveis não vetoriais (sífilis adquirida e cognitiva), doenças diarréicas agudas( surtos alimentares com até 2 pessoas), doenças transmissíveis vetoriais, febre maculosa, leptospirose, casos de leishmaniose visceral, 20 a 30 casos de tuberculose por ano. Logo me seguida visitamos no mesmo local o secretário de Saúde, Whisllay Bastos, onde falamos a importância do VER-SUS, e as criticas recebidas pelas unidades e locais já visitados antes da visita, e as falhas na atenção primaria a saúde da população. E obtivemos resposta do secretario em relação as nossas criticas. Quinto dia, 15 de janeiro período matutino, visitamos o SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, fomos muito bem recebidos, onde vimos que o bombeiro só resgata e o SAMU que dá o suporte de vida. Vimos como ocorre o atendimento, o TARMI ( técnico de atendimento de regulação medica) atende a ligação, e quem liga deve definir como está a vitima, o
5 TARMI passa a ligação ao médico regulador que decide qual viatura mandar (unidade de transporte básico ou avançado, e a USA que atende as regionais), o médico passa para o operador de frota ( frota norte, sul e central), depois do atendimento a viatura retorna a ligação a base e informa a situação do paciente. A equipe básica é composta por condutor e técnico de enfermagem, equipe avançada de condutor, técnico de enfermagem, médico e enfermeiro. A SAMU é composta por 2 TARMI, 1 operador de frota e 3 médicos. Dificuldades relatadas: as macas, pneus e os carros não tem ar-condicionado, e os profissionais precisa de acompanhamento psicológico e não tem. Suas verbas são 50% federal, 25% estadual e 25% municipal. Quinto dia, 15 de janeiro período vespertino, visitamos o Hospital Infantil de Palmas, fomos mal recebidos a chegar lá, pois a enfermeira que nós recebeu referiu não ter tempo para mostrar a instituição para nós, tivemos que dividir o grupo em apenas 5 pessoas porque alegou não poder entrar todos os viventes na mesma hora, depois a outra metade do grupo conseguiu participar, a minha visita durou no máximo 30 minutos onde vimos rapidamente as alas e os profissionais do hospital. São 46 enfermeiros, tem 18 leito para o pronto socorro tendo 1 isolamento, 32 leitos pediátricos e outros. Vimos o setor SAVI setor de vitimas de violência infantil. Dificuldades relatadas pelo enfermeiro chefe: o desvio de função dos funcionários, e o caso de ter 6 gestantes enfermeiras e ter que contratar mais enfermeira para cobrir a escala, e deixam de fazer um serviço de qualidade por causa da estrutura. Pontos positivos: compartilham os materiais que sobram para outros hospitais que precisam. Sexto dia, 16 de janeiro período matutino, visitamos o acampamento do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, onde conhecemos o local e podemos ver em qual qualidade de vida os moradores de lá vivem, e se eles tem ou não acesso aos cuidados de saúde, e como funciona o atendimento básico com eles, que para atendimento básico a saúde eles tem que ir a cidade mais próxima para ser atendidos, que não a visita de agente de saúde no local. Não tem saneamento básico, a água para uso é coletada de um riacho que ali passa, a moradia é de estrutura precária feita de palhas e madeiras. Lá tivemos um momento de refeição, onde foi servido um almoço ao grupo de viventes e facilitadores pelo MST. Sexto dia, 16 de janeiro período vespertino, visitamos a Aldeia Salto em Tocantínia da tribo Xerente, foi uma visita rápida, mas conversamos com cacique onde ele explicou como funciona lá, como é o atendimento a saúde. Lá na aldeia se encontra uma unidade básica de saúde que tem dois profissionais indígenas trabalhando lá em prol da saúde indígena. Quando são casos graves elas são encaminhadas a uma unidade de saúde de referencia. Sétimo dia, 17 de janeiro período vespertino, tivemos um passeio a Taquaruçu na Cachoeira do Roncador para encerramento, onde tivemos um momento de distração. E logo em seguida no período noturno houve o
6 encerramento do III VER-SUS no Hotel Eduardu s com a revelação do Anjo e momentos sobre o vivencia. Durante toda a semana, no período noturno ocorria um roda de conversa onde acontecia palestras com temas levados a área da saúde, durante elas os profissionais que conhecemos na visita durante o dia, participava conosco da roda de conversa. E durante o período noturno ocorria também a avaliação do dia, onde cada um falava sobre o que mais marcou as visitas feita pela manha e pela tarde. Para completar, gostaria de deixar minha opinião. O projeto VER- SUS me proporcionou muito conhecimento quanto a abrangência do Sistema Único de Saúde, onde visitei lugares que não conhecia ainda, observando assim como o SUS atua, suas falhas, as qualidades e a importância dele para toda população, assim como ver lugares que tem a saúde precária e não recebem auxilio completo do SUS. Conversar com profissionais da área de saúde deu pra perceber que o sistema único de saúde está tendo falhas, e que precisa de melhorias para um bom funcionamento. E levando isso para minha futura área de atuação, pude perceber que não devo deixar meus princípios éticos abater, e que devo sempre fazer o melhor para que o SUS deixe de ser um programa com falhas e tenha mais qualidade em seu atendimento e funcionamento.
7 ANEXOS Legenda: 1 vivencia 11/01/2016, Centro de Reabilitação e Fisioterapia Legenda: 2 dia, 12/01/2016 período matutino, UBS Santa Barbara
8 Legenda: 2 dia, 12/01/2016 período matutino, Policlínica da Aureny 1 Legenda: 2 dia, 12/01/2016 período vespertino, CAPS III AD
9 Legenda: 3 dia, 13/01/2016 período matutino, NASF Central na 1103 Sul tipo 2 Legenda: 3 dia, 13/01/2016 período matutino, visita ao Governador Marcelo Miranda
10 Legenda: 3 dia, 13/01/2016 período vespertino UBS 307 Norte Legenda: 4 dia, 14/01/2016 período matutino, DSEI Distrito Sanitário Especial Indígena
11 Legenda: 4 dia, 14/01/2016 período matutino, Capadócia no Jardim Taquari Legenda: 4 dia, 14/01/2016 período vespertino, SEMUS Secretaria Municipal de Saúde
12 Legenda: 4 dia, 14/01/2016 período vespertino com o secretário de Saúde, Whisllay Bastos Legenda: 5 dia, 15/01/2016 período matutino, SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
13 Legenda: 5 dia, 15/01/2016 período vespertino, Hospital Infantil de Palmas Legenda: 6 dia, 16/01/2016 período matutino, acampamento do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
14 Legenda: 6 dia, 16/01/2016 período vespertino, Aldeia Salto em Tocantínia da tribo Xerente Legenda: Periodo noturno, roda de conversa.
15 Legenda: Periodo noturno, roda de conversa. Legenda: Turma do VER-SUS III Tocantins, ultimo dia.
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