O CITEFORMA esteve presente na Feira Nacional de Orientação Escolar e Profissional entre 11 e 17 de Junho.
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- Carolina Sabala Araújo
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1 CITE in FORMA Nº5 Agosto de 2000 NOTA EDITORIAL O CITEFORMA acaba de concluir um novo estudo tendo em vista o Levantamento de Necessidades de Formação do seu público alvo: trabalhadores associados do SITESE e empresários onde aqueles trabalham. É importante notar que, comparativamente a estudos anteriores, há uma clara evolução qualitativa no entendimento que uns e outros fazem da formação profissional contínua e do seu impacto no desenvolvimento das organizações e das pessoas que as integram. A ênfase dada pelos inquiridos às áreas comportamentais, das línguas e da informática torna evidente que a evolução profissional das pessoas e das empresas passa pelas áreas transversais da formação. Uma postura profissionalmente adequada, a capacidade de comunicar em ambientes que ultrapassam as fronteiras da língua nacional e o domínio das novas ferramentas da informática são instrumentos imprescindíveis ao sucesso no mundo do trabalho actual. São essas novas exigências dos trabalhadores e das empresas que impõem às entidades formadoras uma permanente actualização e uma capacidade de resposta que só a cooperação e a parceria podem assegurar. O CITEFORMA tem procurado aprofundar essa abertura ao exterior e à mudança ao envolver-se em novos projectos de formação transnacionais e, recentemente, na parceria com uma instituição do ensino superior para o lançamento duma pós-graduação em Gestão e Tecnologias de Formação. Agostinho Castanheira, Director do CITEFORMA NOTÍCIAS Lisboa 2000 O CITEFORMA esteve presente na Feira Nacional de Orientação Escolar e Profissional entre 11 e 17 de Junho. O evento decorreu nas instalações da FIL, no Parque das Nações. Permitiu despertar os jovens para a importância da qualificação profissional em áreas de futuro, como as novas tecnologias e esclarecer os técnicos de orientação escolar sobre a oferta formativa do Centro e respectivas saídas profissionais. Visita de estudo ao VISIONARIUM Os formandos dos cursos de Secretariado, Burótica e Multimédia realizaram, no dia 5 de Julho, uma visita de estudo ao VISIONARIUM - O CENTRO DE CIÊNCIA, em
2 Santa Maria da Feira. Por sugestão de um Guia deste museu, a viagem ao mundo da ciência, foi feita em regime de Peddy-Paper. Os formandos dividiram-se em grupos e participaram num jogo, que envolvia um questionário, cujas respostas estavam escondidas na exposição. No final, os formandos tiveram conhecimento do número de respostas que não estavam correctas - e pode dizer-se, foram reduzidas - o que prova que o objectivo do jogo foi atingido tornando a visita muito estimulante e interactiva. Foi muito pedagógica a abordagem do tema da exploração do mundo da Ciência, percorrendo cinco salas onde se é lançado em diferentes Odisseias: a da Terra, a da Matéria, a do Universo, a da Informação e a da Vida. É possível ao visitante realizar experiências manipulando os equipamentos expostos, pelo que o Visionarium oferece uma vivência única a não perder! Pós-Graduação em Gestão e Tecnologias de Formação O CITEFORMA, em parceria com a COCITE (Cooperativa de Ensino Superior de Técnicas Avançadas de Gestão e Informática), vai promover uma Pós-Graduação em Gestão e Tecnologias de Formação. O curso destina-se a quadros superiores ligados à Gestão da Formação, Formadores, Directores de Recursos Humanos e Gestores de Empresas. Procura dotar os participantes dos conhecimentos necessários ao Diagnóstico, Planeamento e Execução da Formação; seleccionar, gerir ou optimizar os recursos tecnológicos mais adaptados aos diferentes modelos e públicos da formação e actuar nos novos contextos de trabalho (tele-trabalho, empresas virtuais, entre outros); redireccionar a formação à produção de conhecimento e reconhecer limites e possibilidades das Organizações Qualificantes; conceber, animar e avaliar acções de formação à distância; avaliar o impacto das acções de formação. Para Agostinho Castanheira, Director do CITEFORMA, a verdadeira explosão das tecnologias da comunicação e da informação, e a emergência da chamada nova economia, tornam urgente a adaptação dos gestores técnicos da formação à utilização de novos suportes tecnológicos, no desenvolvimento da formação, nomeadamente, a formação à distância. Esta nova pós-graduação irá contribuir para esse objectivo. A criação deste curso, que coloca as novas tecnologias ao serviço da formação, foi enriquecida pela parceria entre um Centro de Formação, conhecedor das dificuldades dos formadores em integrarem a tecnologia em áreas que não são da informática e o know-how da COCITE em matéria de Ensino Superior na área das novas tecnologias. O curso tem a duração de três trimestres. Resultados da 3ª edição do REDE
3 83,4% das acções planificadas, pelos consultores do CITEFORMA e dirigentes das empresas aderentes, foram concretizadas. No decurso desta 3ª edição do Programa REDE, e no conjunto das dez empresas, criaram-se 31 novos postos de trabalho, sendo 25 efectivos e 6 a prazo. Na opinião dos Consultores-Formadores só a Consultoria pode provocar as alterações nas empresas, por forma a que os empresários sintam necessidade de pessoas qualificadas. Outro aspecto interessante, verificado ao longo desta edição, foi o da criação de parcerias entre as empresas envolvidas no REDE. A Projectoami prepara acções de formação para a Carvalho & Henriques; A Carvalho & Henriques trabalha no estudo de viabilização de projectos de investimento da Ladoce e da Hiperquímica; e a Protesegurança estuda a possibilidade de prestar serviços de segurança a empresas que trabalham com a Carvalho & Henriques. ESTUDO Levantamento de Necessidades de Formação Principais Tendências Apuradas e Conclusões O CITEFORMA concluiu recentemente um estudo de Levantamento de Necessidades de Formação, que envolveu os seus destinatários prioritários: trabalhadores associados no SITESE e empresas onde trabalham sócios. Mais uma vez, utilizou esta metodologia como barómetro do desenvolvimento da sua actividade formativa. Comparativamente a estratégias anteriores, foi acrescentado o recurso a empregadores como fonte de informação. Os dados apurados deverão ser sempre equacionados nas taxas de resposta a este de tipo de inquéritos feitos por mailing (tendencialmente baixos), tendo-se obtido um retorno de respostas na ordem dos 5%. Apesar da taxa de respostas dos empregadores ser de 2,5%, é de ressalvar o facto de esta ter sido a primeira e única abordagem feita, sendo ainda assim, de alguma forma, significativo o interesse que as empresas atribuem à formação. Os elementos recolhidos reforçam aquilo que são os indicadores globais das necessidades de formação, ou seja, a preocupação com a progressão das qualificações profissionais dos trabalhadores. Esta atitude tem particular destaque na população jovem, do sexo feminino, especialmente com o ensino secundário completo. A formação profissional é vista como uma verdadeira continuidade à formação académica e como um meio para ultrapassar dificuldades e ascender profissionalmente.
4 Genericamente, os dados revelam que o CITEFORMA deverá continuar a apostar nas áreas de formação que até aqui tem vindo a desenvolver, perspectivando três reflexões possíveis: 1. Comparativamente ao último estudo realizado, há um número crescente de pessoas, em idade activa, na situação de reforma que pretendem aceder à formação. Este dado leva-nos a equacionar a necessidade de ultrapassar os ditames das condições de elegibilidade com que é planeada a formação; 2. A necessidade de equacionar a área da informática, das línguas e as áreas comportamentais como as três grandes áreas transversais a todas as formações, respondendo desta forma, tanto às necessidades dos trabalhadores, como dos empregadores; 3. Provavelmente, a forma mais eficaz de responder às condicionantes de disponibilidade temporal para empregadores e trabalhadores num sistema que é, claramente, o da afirmação da necessidade da formação contínua, será pela introdução de uma formação com características modulares. Só assim é possível os destinatários optarem por percursos que melhor entendem como necessários. A definição de uma formação ministrada nestes parâmetros terá de ser sempre equacionada à luz das políticas administrativas de financiamento. Uma outra tendência apurada, em relação ao último ano em que se desenvolveu o estudo, é a de uma maior sensibilização de pessoas e empresas fora da região da Grande Lisboa. As respostas recebidas deixam claramente perceber que a formação profissional é cada vez mais reconhecida como um pólo de desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional. As pequenas e médias empresas, que não detêm um departamento de formação começam a manifestar interesse em estabelecer compromissos entre os Centros de Formação e os seus trabalhadores, deixando aparente uma mudança de atitude dos nossos empresários. Com este Levantamento de Necessidades de Formação, o CITEFORMA reuniu indicadores necessários para aproximar a sua actividade a uma realidade na qual empresários, trabalhadores e promotores de formação terão sempre de ser parceiros de um processo de desenvolvimento económico e social, que urge prosseguir! Entrevista a Sousa Rego, Gestor do Programa REDE O Programa não dá dinheiro às empresas. O Programa organiza e disponibiliza um leque alargado de serviços de apoio que permite às próprias empresas fazerem um investimento contínuo no desenvolvimento das suas competências.
5 CITE in FORMA: Como surgiu o Programa REDE? Quais os seus objectivos? Sousa Rego: O Programa REDE foi criado para responder a um problema detectado com a aplicação de dinheiro do Fundo Social Europeu no IQCA. As empresas mais pequenas, que representam metade da população activa nacional, recorriam numa proporção ínfima a esses dinheiros para fazer formação, não tirando, por isso, proveito do incentivo ao desenvolvimento das suas competências internas. O Programa não tem propriamente nada, no seu conteúdo, que não tivesse sido alguma vez já feito. Digamos que aquilo que se pode considerar inovador é a abordagem que se faz. Há uma mistura de consultoria e de formação e de apoio à gestão, de modo a conseguir que as empresas consigam dar um salto nas suas capacidades e tornaremse mais aptas a desenvolver as suas próprias competências. CF: Tendo em conta as baixas qualificações dos empresários, como é que tem sido encarada a consultoria e a formação? SR: É verdade que se reflecte nos empresários o baixo nível educação geral que existe no país, mas há também dirigentes de empresas que são licenciados, ou bacharéis e que têm funcionado com muito agrado no programa. A gestão e a capacidade de liderança de uma empresa é algo para o qual é bom ter preparação. No entanto, a preparação académica não é condição suficiente para se ter um bom desempenho. CF: Mas isso depois reflecte-se na gestão da empresa. SR: Sim, mas o Programa também proporciona treino. O dirigente da empresa é acompanhado por um Consultor-Formador com quem pode preparar os principais documentos de gestão, lançar as acções de desenvolvimento interno da empresa e controlar os seus resultados. Cada vez mais, quem está à frente das empresas precisa de desenvolver competências internas com aqueles que são a sua equipa, como precisa também de saber ir buscar competências externas para responder ao mercado. CF: Depois há a figura do Assistente de Desenvolvimento Empresarial. Qual é o seu papel? SR: O Programa, no conjunto de recursos que disponibiliza à empresa, prevê que esta possa recrutar um Assistente de Desenvolvimento Empresarial (ADE). Deve ser um jovem recém-licenciado, que possa vir a ser contratado e fazer parte dos quadros da empresa. Nos últimos vinte anos todas as empresas - as grandes também - aumentaram substancialmente a proporção dos seus quadros superiores no conjunto dos trabalhadores. E a pequena empresa tem de fazer isso também. CF: Não é complicado, para a pequena empresa, atrair um jovem recém-licenciado? Tem menos meios, as perspectivas são mais reduzidas? SR: Não temos tido essa noção. Em todas as edições, recolhemos as avaliações do dirigente da empresa, do Consultor Formador e do ADE. Ficaram contratados 86% dos ADE, 54% nas próprias empresas onde estagiaram e os que não ficaram foi porque tiveram, entretanto, propostas melhores. É portanto relativamente baixo - 14% - o número daqueles que não ficaram contratados, alguns deles até para continuação dos estudos. Na pequena empresa, há uma
6 polivalência de funções, um assumir de responsabilidades maior e com mais facilidade. E não se pode dizer, nos dias de hoje, que a pequena empresa é mais instável, quanto ao futuro e a uma carreira, do que a grande empresa. CF: O Programa REDE entrou na 4ª edição. Como é que tem corrido a experiência? SR: Com um envolvimento pessoal, não só a quem o organiza, como àqueles que estão à frente dos Centros Protocolares, das Associações Empresariais e Sindicais que estão no terreno a desenvolver o programa com as micro e pequenas empresas, e dos Consultores Formadores que fazem essa articulação com as empresas. É um programa que tem sido extremamente motivador e interessante pelas situações que nos são descritas pelas empresas. Directamente, na REDE, já participaram cerca de mil empresas e tem havido uma grande adesão a estes serviços de apoio. CF: Que mudanças mais significativas, se verificam nas pequenas empresas, após um ano de intervenção? SR: O Programa REDE tem vindo a consolidar uma especificidade, que é a de desenvolver com as pequenas empresas apoios, para aquilo que se pode chamar formas de investimento incorpóreo. O Programa não dá dinheiro às empresas, o Programa organiza e disponibiliza um leque alargado de serviços de apoio que permite às próprias empresas fazerem um investimento contínuo no desenvolvimento das suas competências. E é na indução deste comportamento, por parte das empresas, que este Programa se tem vindo a especializar. CF: O que é que vai ser corrigido nesta 4ª edição? SR: Nesta edição há, principalmente, um ajustamento no aumento da contribuição privada que as empresas vão fazer para participar no Programa. A partir desta edição, para além de outras comparticipações pontuais, as empresas passam a responsabilizar-se por uma parte da bolsa de estágio do ADE. Ao contrário do que ocorre noutros programas que incluem formação, as empresas não têm compensação pelas remunerações dos trabalhadores que estão em formação, o que significa uma situação diferente do que se verifica no regime geral do acesso à formação, com incentivo do Fundo Social Europeu, o que se mantém. CF: É verdade que vão tentar abranger um número maior de empresas fora da região de Lisboa e Vale do Tejo? SR: Não é uma especificidade nossa. Trata-se da aplicação das regras gerais decorrentes da negociação do Quadro Comunitário de Apoio com a Comissão. Lisboa e Vale do Tejo é uma região que se encontra num período transitório de saída do objectivo 1, por ter atingido um indicador de produto per capita de 75% da média Europeia. Portanto atravessa agora um período de transição em que vai vendo reduzidos os apoios. CF: A duração do Programa é uma das criticas dos empresários. Dizem que o período é muito curto. Fazem o diagnóstico da empresa, traçam o plano de intervenção, avançam com as acções e na altura em que começam a ver algum resultado, aca-
7 bou a edição... SR: Essa é uma crítica permanente e percebe-se bem que assim seja. É um bom indicador, porque se as pessoas não gostassem queriam ver-se livres da situação que foi criada. E as pessoas querem mais. Nós temos é de ter a noção de que os recursos públicos nacionais e europeus que são disponibilizados para estes programas pretendem ter um impacto no país. Nós temos 160 mil empresas susceptíveis de utilizar este tipo de recursos e não podemos despende-los com um conjunto mínimo, que depois não venha a ter impacto no país. Desse ponto de vista, as empresas devem aproveitar muito bem o tempo que têm disponível. Não se atrasar a fazer a avaliação, o diagnóstico inicial, a desenhar o plano de acções, a recrutar o ADE e a executar as suas acções. CF: Em relação aos resultados do CITEFORMA no REDE, estão dentro dos objectivo gerais? SR: A actuação do CITEFORMA, como parceiro do Instituto para a realização do REDE tem sido muitíssimo empenhada e tem tido os melhores resultados. É aliás, muito interessante que um Centro Protocolar que tem na sua gestão um Sindicato, tenha desenvolvido este Programa de uma forma tão empenhada e com tão bons resultados. O CITEFORMA tem conseguido alargar a sua capacidade de apoio às empresas e às pessoas que trabalham nas empresas, não só através da formação já estabilizada e reconhecida publicamente (pelas pessoas que o procuram e que se inscrevem nos seus cursos), mas também através desta formação à medida. Tem constituído uma excelente parceria com o Instituto e contribuído certamente para o desenvolvimento das chamadas relações industriais. CF: O espírito REDE tem sido um dos aspectos promovidos pelo CITEFORMA. As empresas têm aprendido com a experiência uns dos outros e já existem parcerias entre elas. SR: O CITEFORMA tem desenvolvido de forma exemplar a criação de oportunidades de encontros profissionais de empresários. A esses seminários, sobre problemas de gestão vão empresários que já fizeram o programa e outros com os quais o CITEFORMA está envolvido, por variadas razões. Os problemas são debatidos, com grande participação, e as empresas que participaram no Programa tem tido a oportunidade de apresentar, de uma forma estruturada, os resultados do seu trabalho. Esses testemunhos têm criado um clima de exigência, de abertura e até de prestação de serviços e de negócios cruzados entre essas empresas que participam nos seminários. O trabalho e a dedicação dos dois Consultores-Formadores seleccionados pelo CITEFORMA, dr.s José Rascão e Abranches Correia, têm sido o impulso para as empresas ganharem níveis de produtividade superiores e perfis mais evoluídos de organização e de valorização dos seus recursos humanos. Conclusão do DISPECA A última reunião transnacional do DISPECA realizada no CITEFORMA, no início de Julho, marcou também o final do projecto. Os resultados foram divulgados durante a sessão de encerramento que teve lugar
8 no SITESE a 8 de Julho. A correcta utilização da metodologia, a boa qualidade dos produtos finais com potencialidades de aplicabilidade superior à que estava inicialmente prevista e o eficiente funcionamento da parceria figuraram entre as conclusões mais evidentes deste projecto. Terminada a fase de concepção, os manuais de formação encontram-se agora em produção gráfica. Opinião dos parceiros Um Programa com Futuro: o DISPECA A iniciativa do CITEFORMA, ao realizar o Programa de Formação DIS- PECA, foi coroada de êxito, dado que não só soube elaborar um Programa Educativo de alto nível de qualificação profissional, didáctico, completo e necessário; mas também estruturou as bases da sua difusão e utilização pelo pequeno comércio alimentar, tornando-o participante e protagonista na sua valorização e qualificação final. Os conteúdos do DISPECA cobrem sobejamente as necessidades actuais e futuras, para a resolução eficaz e prática dos problemas diários do pequeno comerciante na sua luta competitiva, dentro de um mercado cada vez mais agressivo e tecnológico. A qualidade e a originalidade no tratamento de cada módulo, é uma faceta importante a destacar, já que permite hierarquizar, para cada problema, quais têm de ser os conhecimentos imprescindíveis, recomendáveis e óptimos, tendo-se elaborado um manual de formação para ajudar o comerciante, tanto na sua actual situação como na que deseja alcançar num futuro. É, portanto, um Programa PROGRESSIVO que facilita e leva o utilizador a ser cada vez melhor e mais homologável ao mais alto nível europeu. DISPECA é uma porta aberta à esperança e, sem dúvida, uma oportunidade imprescindível para o desenvolvimento do pequeno comércio alimentar.o maior sucesso para o DISPECA. Prof. Jose R. Santolalla Universidad de Barcelona Conclusão do Projecto DISPECA O sector do pequeno comércio alimentar encontra-se num momento de crise, devido à concorrência, cada vez mais forte, da grande distribuição. É um problema que atinge quase todas as pequenas e médias empresas, mas que se faz sentir, ainda mais, junto dos pequenos retalhistas do sector alimentar. Este tipo de comércio nasceu, na maior parte dos casos, num período em que a oferta de bens era sem dúvida mais limitada e para vender os próprios produtos bastava expô-los, sem demasiadas preocupações com o preço ou com a publicidade. Actualmente, além do mercado, mudaram também os hábitos dos consumidores que já não compram exclusivamente nos estabelecimentos mais próximos, mas afastam-se muitas vezes de casa à procura dos que lhes são mais convenientes e
9 dão completa satisfação às suas necessidades. Por isso, torna-se necessário para os retalhistas do sector alimentar perceber como se está a movimentar o mercado e como evitar ser marginalizado, ou mesmo expulso, desse mercado. O caminho parece ser o de uma formação feita à medida dos retalhistas, que permita adquirir instrumentos com aplicação imediata, para a gestão do negócio. No entanto, há que ter em consideração o facto de muitos destes estabelecimentos de gestão familiar, terem no máximo, uma ou duas pessoas sendo, por isso, difícil dedicar tempo à formação. O projecto DISPECA procurou responder a estas exigências, criando um modelo de formação à distância que permitisse aos operadores do pequeno comércio alimentar melhorar os seus pontos fracos na gestão do ponto de venda, organizando a formação consoante o seu tempo e a sua disponibilidade. Daniela Sala Scuola Superiore del Commercio del Turismo e dei Servizi DISTANCO: A concretização prática do DISPECA No seguimento do projecto DISPECA, foi apresentado ao Programa Leonardo da Vinci a proposta de candidatura do DISTANCO. Trata-se de um projecto-piloto que visa a concepção metodológica de um sistema de formação de formadores à distância e de um Centro de Gestão de formação à distância, com base nos materiais criados pelo DISPECA. Com o mesmo fim de promover e reforçar o processo de inovação no pequeno comércio alimentar na Europa, através da melhoria do acesso à formação contínua por parte dos trabalhadores e empresários do sector, o DISTANCO incide sobre a preparação específica de formadores. Assenta na modalidade de formação à distância, onde a internet e o correio electrónico são os elementos centrais. Para um sector que, pela sua organização e dimensão está ainda pouco familiarizado com estas áreas, este projecto revela-se especialmente pertinente. O CITEFORMA é o promotor do DISTANCO, e tem como parceiros portugueses o CECOA (Centro de Formação para o Comércio e Afins), a ANACPA (Associação Nacional de Comerciantes de Produtos Alimentares), o SITESE (Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços), a COCITE (Cooperativa de Ensino Superior), a NOVAETAPA (Consultores em Gestão de Recursos Humanos), a espanhola AEFPC (Associación Española de Formación Professional del Comerciante), a italiana Scuola Superiore del Commercio del Turismo e dei Servizi, o alemão IBW (Euroinstitut) e o francês OAVUP (Office Audiovisual de l Université de Poitiers).
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