DECISÃO. - Eis o breve relatório.

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1 DECISÃO JR Agência Nacional de Aviação Civil - Brasil Nº NI: 045/GCEC-5/07 Nº PROC.: / Nº CRED.: INTERESSADO: TAS Treinamento, Assessoria, Serviços e Escola e Aviação Civil Ltda. DOCUMENTO DE REFERÊNCIA: Relatórios de Inspeção GGCO RELATOR: Edmilson José de Carvalho Mat. SIAPE nrº RELATÓRIO - Trata de recurso impetrado pela empresa supracitada por multa pecuniária imposta através de processo administrativo por infração aos preceitos da Lei nº de 19 de dezembro de 1986 que dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica CBAer, na sua essência o artigo De acordo com o Relatório de Inspeção da Gerência Geral de Certificação Operacional (fl.01), em 09 de agosto de 2007 foi realizada visita técnica à Unidade de Instrução Profissional UIP da Interessada, com o objetivo de verificar as novas instalações, onde foi então confirmado que a entidade, após a comunicação da pretensão de mudança de endereço, através da EA 0019/07 de 09 de abril de 2007 (fl.02), em contato via (fl.03) a empresa informa que foi efetuada a mudança em 02 de maio de 2007, antes da aprovação da ANAC, contrariando o item (i)(j) do RBHA Processo administrativo foi iniciado através da lavratura da Notificação de Infração nº 045/GCEC-5/07 (fl.05), para a empresa supracitada por mudar o endereço da sede administrativa e base operacional, sem a inspeção de um representante da ANAC e sem a efetiva autorização da mesma, conforme determina o item (j) do RBHA 141. Infração Capitulada no artigo 302, inciso IV, alínea l do CBAer. - Em documento de 29 de agosto de 2007 a empresa apresentou Defesa Prévia (fls.08-10), fazendo referencia correta ao presente processo SIGAD, na qual se refere a questionamentos referentes a Curso de Formação de Comissários de Voo, sem entretanto fazer menção ao fato descrito no NI nº 045/GCEC-5/07. - A autoridade competente de 1ª instância em Processo Administrativo da ANAC - (fls.17-18) considerando que restou configurada a prática de infração à legislação vigente, em especial ao que estabelece o art.302, inciso VI, alínea l, do CBAer imputando multa no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), haja vista a ausência de circunstâncias agravantes previstas no parágrafo segundo; e a existência da circunstância atenuante prevista no parágrafo primeiro, inciso III, conforme consulta ao SIGEC em 08 de novembro de 2010; considerado o rol taxativo fincado no art. 22 da Resolução /ANAC nº 25, de 25 de abril de Eis o breve relatório. RECURSO - A interessada interpôs recurso tempestivo (fls.23-30) no qual alega contradição entre as alíneas i e j do item 25 do RBHA 141; - Alega ainda que a capitulação do art. 302, inciso VI, alínea l refere-se ao ato de Página 1 de 5

2 instalar ou manter em funcionamento escola ou curso de aviação sem autorização da autoridade aeronáutica, e que o mesmo não menciona o ato de mudar-se e que a tinha, à época, e ainda hoje tem, autorização para instalar e manter suas atividades. PARECER DO RELATOR PRELIMINARMENTE: - O Auto de Infração é o ato princípio de um processo administrativo, assim está descrito na Lei nº de 19 de dezembro de 1986, que dispõe o sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer): Art Toda vez que se verifique a ocorrência de infração prevista neste Código ou na legislação complementar, a autoridade aeronáutica lavrará o respectivo auto, remetendo-o à autoridade ou ao órgão competente para a apuração, julgamento ou providências administrativas cabível. - Onde a Resolução ANAC nº 25 de 25 de Abril de 2008, complementa: Art. 4º O processo administrativo terá início com a lavratura do Auto de Infração AI. - O auto de infração como principal documento de um processo administrativo traz embutido em si um dispositivo primordial para sua validade, que é o enquadramento, pois é parte inerente do princípio da legalidade, no qual demonstra taxativamente que foi estabelecida uma regra de cumprimento pelo poder regulador, legalmente concedido, vinculado a uma prévia cominação legal. NO MÉRITO: - O presente processo foi originado após lavratura de Auto de Infração Notificação de Infração nº 045/GCEC-5/07 (fl.05), para a empresa supracitada por mudar o endereço da sede administrativa e base operacional, sem a inspeção de um representante da ANAC e sem a efetiva autorização da mesma, conforme determina Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) nº 141 que regulamenta a atividade das Escolas de Aviação Civil: SEDE ADMINISTRATIVA E BASE(S) OPERACIONAL(IS) (a) Toda escola de aviação civil deve manter uma sede administrativa, com endereço postal, cuja denominação coincida com a que consta do certificado de autorização. (j) A mudança de endereço da sede administrativa ou da base operacional de qualquer escola de aviação civil está sujeita a inspeção por representante do IAC, só podendo ser efetivada após aprovação. (i) A escola de aviação civil que pretender mudar o endereço de sua sede administrativa ou base operacional, ou ainda, a abertura de novas bases operacionais, deve encaminhar ao IAC, com pelo menos 60 (sessenta) dias de antecedência, em cópia autêntica, o comprovante de propriedade do novo imóvel ou do novo contrato de locação, conforme o disposto no parágrafo (d)(2) deste regulamento, bem como a respectiva alteração do contrato social. Grifos meus. Página 2 de 5

3 - Infração capitulada no artigo 302, inciso IV, alínea l do CBAer. Art A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações: VI - infrações imputáveis a pessoas naturais ou jurídicas não compreendidas nos grupos anteriores l) instalar ou manter em funcionamento escola ou curso de aviação sem autorização da autoridade aeronáutica; - Na Defesa apresentada previamente (fls.08-10), os argumentos apresentados não se referem à infração constatada pela Fiscalização. - Em fase de recurso a empresa alega (fls.23-30) que há contradição entre as alíneas i e j do item 25 do RBHA 141 e que a capitulação do art. 302, inciso VI, alínea l refere-se ao ato de instalar ou manter em funcionamento escola ou curso de aviação sem autorização da autoridade aeronáutica, e que o mesmo não menciona o ato de mudar-se e que a tinha, à época, e ainda hoje tem, autorização para instalar e manter suas atividades - Em um exercício de semântica temos claro que o artigo do RBHA 141, faz menção ao fato de qualquer escola de aviação civil que pretenda efetuar uma mudança de localidade de sua sede administrativa ou da base operacional, deve informar a autoridade de aviação civil sua pretensão com 60(sessenta) dias de antecedência da efetiva mudança de sede ou criação de nova base, (para analise dos documentos referente a mudança) condicionado este fato prévia inspeção da autoridade de aviação civil. A capitulação quando se refere a instalação está intimamente ligado ao ato de se mudar e ocupar determinada área, no caso de mudança de sede ou ativação de base operacional não há mudança sem instalação e nem vice-versa. - De fato concreto temos que em 09 de abril de 2007 a Escola de Aviação Civil informa oficialmente (fl.02) sua pretensão de mudança da sede administrativa, onde de acordo com a legislação já transcrita anteriormente que a mudança poderia ocorrer não antes de 07 de junho de 2007, após inspeção do órgão competente, eis que a empresa em 02 de maio de 2007 informa sua alteração de endereço, antes da referida inspeção. - Em raciocínio inverso, se havia a pretensão de promover a mudança para nova sede administrativa em 02 de maio de 2007 (conforme ocorreu) a comunicação de pretensão deveria de ocorrido em pelo menos em 03 de março de 2007 (não após), ou seja 60 dias antes da instalação em novo local, período este em que deveria ter sido encaminhado os documentos necessário para análise (em cópia autêntica, o comprovante de propriedade do novo imóvel ou do novo contrato de locação), o que se demonstra que não há contradição com o descrito na legislação. - A interessada justifica seu ato (mudança de sede administrativa antes da inspeção) com apresentação de fatos inerentes a própria atividade a que se propõe a executar (inadimplências de mensalidades, administração temporária de duas sedes administrativas enquanto aguardava aprovação de novo estabelecimento, prazos de Página 3 de 5

4 legalização de acordos entre locador e locatário, possuindo ou não cláusulas condicionantes), o que não tem o condão de isentar a observância dos regulamentos de conhecimento obrigatório, de toda sorte, qualquer dificuldade superveniente para a execução dos prazos legais, deveria ser materializado através de comunicações junto a autoridade competente (ANAC), o que expressaria zelo para o cumprimento do previsto na legislação em vigor. - Assim configurado o ato infracional imputado, voto por NEGAR PROVIMENTO, e em análise ao quantum da multa aplicada, ao pedido estipulado em Recurso, e mantenho, o valor da sanção em decisão prolatada pelo competente órgão decisório de primeira instância administrativa, considerando que o valor aplicado se encontrava em consonância com a legislação vigente a época do fato IAC de 31 de janeiro de 2003, anexo 6, Tabela de Infrações, correspondente ao enquadramento estipulado no Auto de Infração, CBAer, artigo 302, inciso VI, alínea l - onde a legislação atual - Anexo I da Resolução ANAC nº 25 de 25 de abril de 2008: ANEXO I TABELA DE INFRAÇÕES (VALOR DAS MULTAS PESSOA JURÍDICA, EXPRESSO EM REAL) CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA ART. 302 VI - INFRAÇÕES IMPUTÁVEIS A PESSOAS NATURAIS OU JURÍDICAS NÃO COMPREENDIDAS NOS GRUPOS ANTERIORES: l) Instalar ou manter em funcionamento escola ou curso de aviação sem autorização da autoridade aeronáutica; Na dosimetria da sanção pecuniária, há de observar o previsto na Resolução ANAC nº 25 de 25 de abril de 2008, quanto às considerações das circunstâncias agravantes e atenuantes que permearam o fato concreto: Art. 22. Para efeito de aplicação de penalidades serão consideradas circunstâncias atenuantes e agravantes. 1º São circunstâncias atenuantes: III a inexistência de aplicação de penalidades no último ano. 2º São circunstâncias agravantes: - Assim partindo de um valor base e considerando presente circunstância atenuante, conferida pela autoridade competente de 1ª instância, e ausente circunstância agravante que permearam o fato concreto, mantém-se o valor da sanção pecuniária no seu patamar mínimo, conforme imputada pela autoridade competente de 1ª instância em processo administrativo da ANAC. É o voto do Relator. Rio de Janeiro, 26 de março de Edmilson José de Carvalho Membro da Junta Recursal da ANAC Matricula SIAPE nº Página 4 de 5

5 Agência Nacional de Aviação Civil - Brasil CERTIDÃO DE JULGAMENTO JR Nº NI: 045/GCEC-5/07 Nº PROC.: / Nº CRED.: INTERESSADO: TAS Treinamento, Assessoria, Serviços e Escola e Aviação Civil Ltda. DOCUMENTO DE REFERÊNCIA: Relatórios de Inspeção GGCO RELATOR: Edmilson José de Carvalho Mat. SIAPE nrº PRESIDENTE DA SESSÃO: Sergio Luís Pereira Santos ASSUNTO: Procedeu a mudança de endereço da sede administrativa sem a inspeção de um representante da ANAC CBAer artigo 302, inciso VI, alínea l combinado com o RBHA 141, seção (j)(i). CERTIDÃO Certifico que Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, negou provimento ao recurso, mantendo o valor da sanção pecuniária aplicada pelo órgão decisório de primeira instância administrativa, nos termos do voto do Relator. O Presidente da Junta Recursal, Sr. Sérgio Luís Pereira Santos e o Membro da Junta Recursal Sr. Carlo André Araripe Ramalho votaram com o Relator. Encaminhe-se a Secretaria da Junta Recursal para as providências de praxe. Rio de Janeiro, 29 de março de SÉRGIO LUÍS PEREIRA SANTOS PRESIDENTE INTERINO DA JUNTA RECURSAL Página 5 de 5