DECISÃO. Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fls. 16.

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1 DECISÃO ISR/RO PASSAGEIRO: 451/SP2006/2006 JAKSON MELO RELATOR: matrícula RELATÓRIO Trata o presente processo de auto de infração, lavrado no dia , em São Paulo, com fundamento no art. 302, III, l do Código Brasileiro de Aeronáutica, em decorrência de reclamação efetuada em , pelo passageiro JAKSON MELO, por ter a empresa aérea deixado de apresentar informações solicitadas formalmente pela fiscalização através de carta, dificultando a ação da fiscalização, assim como a elucidação dos fatos fls. 05. Regularmente notificada, a empresa apresentou defesa, esclarecendo que o voo G foi encerrado com trinta minutos de antecedência do voo e que o passageiro somente compareceu para embarque vinte minutos antes do voo, quando já encerrado o embarque fls. 06. Em , a Junta de Julgamento decidiu pela manutenção da penalidade, fixando a multa em R$5.000,00 (três mil e quinhentos reais), considerando como circunstância agravante o fato da infração ter sido praticada também em relação ao ISR 447, relativo ao processo em apenso fls. 10/11. Em , a Gerência Geral de Fiscalização de Serviços Aéreos procedeu ao cancelamento do AI 41/SAC-SP/2006, com fundamento no art. 10, parágrafo único da Resolução n. 25/08, porque tem como objeto a mesma infração objeto do Auto de Infração 451/SAC-SP fls. 12. Em , a empresa aérea interpõe recurso à Junta Recursal, postulando pela anulação da decisão administrativa, reproduzindo os argumentos lançados em sua defesa fls. 14. É o relatório. VOTO DO RELATOR OMISSÃO DO DEVER DE PRESTAR INFORMAÇÕES À FISCALIZAÇÃO. ART. 302, III, l, CBA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE. Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fls. 16. A autuação foi realizada com fundamento no art. 302, III, l, do Código Brasileiro de Aeronáutica, Lei n , de 19 de dezembro de 1986, que dispõe o seguinte: Processo n /09-3/ASA Página 1

2 Art A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações: (...) III infrações imputáveis à concessionária ou permissionária de serviços aéreos: (...) l) recusar a exibição de documento, ficha ou informação sobre seus serviços, quando solicitados pelos agentes da fiscalização aeronáutica; Prestar as informações quando solicitadas pela fiscalização representa um dever da empresa que viabiliza o exercício do poder de polícia pela autoridade e que, portanto, não admite possa ser dispensado. Com efeito, atributo do poder de polícia é a imperatividade, que consiste em sua força coercitiva. Assim, não pode o particular eximir-se de cumprir as determinações do Poder Público, sob pena da Fiscalização curvar-se aos interesses das empresas aéreas de prestar ou não obediência às imposições do Poder Público, em grave prejuízo à atividade regulatória. A carta encaminhada à empresa aérea, para que sejam prestadas as informações pertinentes, em resposta à reclamação formalizada pelo usuário, propicia a apuração do ocorrido e do eventual ilícito praticado. Assim, o concessionário de serviço público, enquanto um agente do Estado, no exercício de função pública não pode furtar-se ao dever de auxiliar na apuração dos fatos e na busca da verdade. Vale registrar que não se trata apenas de um dever enquanto concessionário, mas também enquanto parte no processo administrativo. Nesse sentido, inclusive, o art. 4º da Lei 9784/99, in verbis Art. 4 o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. (grifo nosso) Finalmente, a recusa em atender ao solicitado pela fiscalização desmerece a atuação do fiscal, compromete a perquirição da verdade e prejudica a prestação do serviço público como um todo. Logo, não merecer prosperar as razões apresentadas na defesa e no recurso da empresa, que pretendem justificar o não embarque no voo, mas não trouxe qualquer argumento ou documento de prova que pudesse afastar o cerne da autuação no presente caso. Assim, não se trata de multa pela preterição, mas porque não atendeu ao pedido de informação formalizado pela fiscalização. Pelas razões expostas, deve ser mantida a penalidade imposta. Ocorre que a multa foi aferida em seu grau máximo, qual seja, R$5.000,00 (cinco mil reais), eis que presente a circunstância agravante prevista no art. 10, parágrafo único da Resolução n. 25/08. No entanto, verifica-se que o processo em apenso, relativo ao Auto de Infração 41/SAC-SP Processo n /09-3/ASA Página 2

3 diz respeito ao voo 1968 do dia 07/12/2005, portanto diverso do que deu ensejo ao auto de infração objeto do presente processo. Nesse sentido, ausente circunstâncias agravantes e atenuantes, deve a multa ser reduzida para R$3.500,00 (três mil e quinhentos reais). CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo conhecimento do recurso, dando-lhe provimento parcial para que seja reduzida a multa aplicada. É como voto. RELATORA Processo n /09-3/ASA Página 3

4 CERTIDÃO DE JULGAMENTO AUTUAÇÃO ISR/RO PASSAGEIRO: 451/SP2006/2006 JAKSON MELO PRESIDENTE DA SESSÃO RELATOR: matrícula ASSUNTO: informação à fiscalização art. 302, III, l, CBA CERTIDÃO Certifico que Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, conheceu do recurso, dando-lhe provimento parcial, reduzindo a multa aplicada pela primeira instância administrativa, nos termos do voto da Relatora. Os Srs. Membros Susan Kennea de Melo e Sérgio Luis Pereira Santos votaram com a Relatora. PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Processo n /09-3/ASA Página 4

5 DESPACHO ISR/RO PASSAGEIRO: 451/SP2006/2006 JAKSON MELO Encaminhe-se o presente a Secretaria da Junta Recursal para as providências em praxe, em especial, para seja desapensado o processo de multa em apenso, relativo ao auto de infração 41/SAC-SP, retornando a origem, para que seja processado e julgado. PRESIDENTE DA JUNTA RECURSAL Processo n /09-3/ASA Página 5