DECISÃO (Segunda Instância)

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1 DECISÃO (Segunda Instância) ASJIN AI nº /2010 Data: 08/06/2010 Processo nº / Interessado: CONDOR FLUGDIENST GMBH. Crédito de Multa nº Infração: fornecimento de dados, Enquadramento: Artigo 299 do CBA, Inciso V, informações ou estatísticas inexatas combinado com o disposto na IAC 1504, de 30/04/2000. ou adulteradas à fiscalização. Local: xxx Data: 08/06/2010 Relator: Sr. Eduardo Viana - Analista Administrativo - Mat. SIAPE: RELATÓRIO: RECURSO TEMPESTIVO. FORNECIMENTO DE DADOS INEXATOS. INCISO V DO ARTIGO 299 DO CBAer, COMBINADO COM O DISPOSTO NA IAC 1504, DE 30/04/2000. PRESENÇA DE CONDIÇÃO ATENUANTE. DEFESA TEMPESTIVA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Da Introdução: A Infração foi enquadrada no Inciso V do Artigo 299 do CBA, combinada com a IAC 1505, de 31 de abril de 2000, por apresentar informação inexata ao declarar em enviado em 01 de junho de 2010 a não necessidade de envio do Boletim de Alteração de Voo BAV referente ao quarto período de maio de 2010, pois foi constatado atraso na chegada do voo 7076 em Salvador em 23 de maio de 2010 e atraso na partida do voo 7077 de Salvador em 23 de maio de 2010, ambos da empresa Condor, que infringiu, assim, o disposto na Instrução de Aviação Civil IAC 1504, de 30 de abril de 2010: A empresa CONDOR FLUGDIENST GMBH apresentou informação inexata ao declarar em enviado em 01 de junho de 2010 a não necessidade de envio do Boletim de Alteração de Voo BAV referente ao quarto período de maio de 2010, pois foi constatado atraso na chegada do voo 7076 em Salvador em 23 de maio de 2010 e atraso na partida do voo 7077 de Salvador em 23 d maio de 2010, ambos da empresa Condor, que infringiu, assim, o disposto na Instrução de Aviação Civil IAC 1504, de 30 de abril de Da Defesa preliminar da Empresa: A empresa tomou ciência da infração em 09/07/2010, conforme o Defesa Preliminar aposta à fl. 06. Nela, reconhece a prática infracional e que tal fato somente ocorrera em virtude de a empresa Terceirizada Swissport não ter repassado as informações em tempo hábil à recorrente e que tal fato não retornará a ocorrer. Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 1 de 8

2 3. Da Decisão de Primeira Instância: O setor competente, em Decisão de Primeira Instância, (fls. 07 à 09), em 18/06/2013, confirmou o ato infracional, enquadrando a referida infração no Inciso III do Artigo 299 do CBA, combinada com a IAC 1504, de 31 de abril de 2000, sem levar em consideração as circunstâncias atenuantes previstas no Artigo 22, parágrafo 1º, Incisos I e III, da Resolução ANAC 25, de 25/04/2008, aplicando, ao final, multa no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais), conforme a Tabela de Infrações do anexo II da Resolução ANAC n.º 25, de 25 de abril de 2008 e alterações, por encaminhar informações inexatas acerca da não necessidade de envio do Boletim de Alteração de Voo BAV referente ao quarto período de maio de 2010, pois foi constatado atraso na chegada do voo 7076 em Salvador em 23 de maio de 2010 e atraso na partida do voo 7077 de Salvador em 23 de maio de 2010, ambos da empresa Condor, que infringiu, assim, o disposto na Instrução de Aviação Civil IAC 1504, de 30 de abril de A empresa fora devidamente notificada da Decisão de Primeira Instância em 04/09/2013, conforme Formulário de Aviso de Recebimento, (fl. 30). 4. Das Razões do Recurso: Em grau recursal (fls. 31 à 34), de 16/09/2013, novamente a empresa reconhece a prática infracional suscitando a prerrogativa que faz como condição atenuante ao valor mínimo a ser aplicado à multa, conforme preconiza o Artigo 22, Parágrafo 1º, Inciso I, da Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008. Alega, ainda, que sob a mesma égide, teria adotado providência ou medida eficaz para evitar ou amenizar as consequenciais da infração. Desata feita, solicita que sejam acolhidos seus argumentos e, assim, reduzido o valor da multa ao patamar mínimo. 6. Os Outros Atos Processuais: a) Auto de Infração nº 01159/2010 (fl. 01), de 08/06/2010; b) Relatório de Fiscalização, (fl. 02), de 10/06/2010; c) Aviso de Recebimento de 18/10/2010, (fl. 08); d) Defesa Preliminar S/N, (fl. 06), de 09/07/2010; e) Decisão de Primeira Instância (fls. 07 à 09), de 18/06/2013; f) Notificação da interessada, de 04/09/2013, (fl. 30); g) Recurso da Interessada, de 16/09/2013, (fls. 31 à 34); É o breve Relatório. VOTO DO RELATOR Eduardo Viana Analista Administrativo - SIAPE PRELIMINARMENTE 1.1. Da Regularidade Processual: A interessada fora notificada do Auto de Infração, sem data de protocolização, mas apresentou sua Defesa Preliminar em 09/07/2010, (fl. 06). Em 04/09/2013, (fl. 30), tomou ciência da Decisão de Primeira Instância Administrativa, de 18/06/2013, (fls. 07 à 09), apresentando o seu tempestivo Recurso em 16/09/2013, (fls. 31 à Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 2 de 8

3 34). Cabe ressaltar que ela teve a sua inteira disposição acesso aos autos do processo, sendo que, nesta Decisão, este Relator procurou considerar TODOS os atos, documentos e declarações constantes dos autos na presente data. 1. DO MÉRITO 1.1. Da Fundamentação da Matéria Deixar de fornecer Boletim de Alteração de voo. A empresa fora autuada por encaminhar dados inexatos quando da apresentação do Boletim de Alteração de Voo BAV, ao não informar atrasos ocorridos dentro do período solicitado, conforme determina IAC 1504, de 30/04/2010, trata das normas para procedimentos para o registro de alterações em voos de empresas de transporte aéreo regular, que assim dispõe: INTRODUÇÃO As empresas de Transporte Aéreas Regulares Brasileiras ou Estrangeiras, sempre que houver alguma alteração em seus voos regulares, ou quando forem realizados voos não previstos em HOTRAN, e às empresas de transporte aéreo não-regular quando incluídas no sistema de cobrança, deverão registrar tais ocorrências no formulário BOLETIM DE ALTERAÇÃO DE VÔO BAV (ANEXO 01), ou através de meio eletrônico, com base nas orientações constantes do capítulo 4 desta NOSER e utilizando os códigos de justificativas correspondentes (ANEXO 02). CAPÍTULO 1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 1.1 OBJETIVO Estabelecer os procedimentos a serem seguidos pelas empresas de transporte aéreo regular, quanto aos registros das alterações e inclusões ocorridas em seus voos regulares, e às empresas de transporte aéreo não-regular quando incluídas no sistema de cobrança, como também, das remessas de informações pelas Seções de Aviação Civil (SAC) e/ou Administrações de Aeroporto (ADAERO) (...) CAPÍTULO 3 - GENERALIDADES Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 3 de 8

4 3.1- O BOLETIM DE ALTERAÇÃO DE VÔO (BAV) deverá conter todas as alterações e/ou inclusões ocorridas por dia, isto é, será emitido um boletim para cada dia em que ocorra alteração e/ou inclusão de um ou mais voos. 3.2 O BAV deverá dar entrada na DIVISÃO DE ESTATÍSTICA E PROJETOS ESPECIAIS (PL5), em um prazo máximo de 60 (Sessenta) horas a partir do início previsto do voo. (...) 3.5 As informações registradas em meio eletrônico deverão dar entrada no Departamento de Aviação Civil/Divisão de Estatística e Projetos Especiais (PL5), obedecendo ao seguinte cronograma: - Ocorrências registradas de 01 a 07, até o dia 10; - Ocorrências registradas de 08 a 15, até o dia 18; - Ocorrências registradas de 16 a 22, até o dia 25; e - Ocorrências registradas de 23 a 30/31, até o dia 03 do Processo nº /09-1 SLPS 3 mês subsequente. Nota: - As informações enviadas nos dias 10, 18, 25 e 03 deverão dar entrada até às 19h. (hora legal de Brasília DF). - As empresas que optarem por enviar as informações via meio eletrônico, poderão utilizar os recursos da INTERNET. (...) CAPÍTULO 4 - NORMAS PARA O REGISTRO E REMESSA DAS INFORMAÇÕES DE ALTERAÇÃO E/OU INCLUSÃO DE VÔO PELAS EMPRESAS DE TRANSPORTE AÉREO NO BOLETIM DE ALTERAÇÃO DE VÔO- BAV (...) O meio eletrônico adotado para a gravação das informações de alteração de voos e/ou inclusões é de responsabilidade da empresa A Divisão de Estatística e Projetos Especiais (PL5) será responsável pelo recebimento do disquete, através de documentorecibo ou de Correio Eletrônico, Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 4 de 8

5 contendo os dados de controle das informações. (...) (grifos nossos) O mesmo disciplinado no Artigo 299, Inciso V, do CBAer, Lei 7565, de 19/12/1986, que assim determina, in verbis: CAPÍTULO III Das Infrações Art Será aplicada multa de (vetado) ate (mil) valores de referência, ou de suspensão ou cassação de quaisquer certificados de matrícula, habilitação, concessão, autorização, permissão ou homologação expedidos segundo as regras deste Código, nos seguintes casos: V - fornecimento de dados, informações ou estatísticas inexatas ou adulteradas; A Lei nº /05 Lei da ANAC, ao criar este órgão regulador, concedeu-lhe competência para regular e fiscalizar os serviços aéreos e a outorga destes serviços, em conformidade, respectivamente, com o inciso X e o XIII, ambos do artigo 8º deste diploma legal. No exercício de sua fiscalização, esta ANAC se utiliza do disposto no inciso I do artigo 299 do CBA, o qual lhe confere a possibilidade da aplicação de multa como uma das providências administrativas possíveis. Como se vê, o Inciso V é claro ao determinar a aplicação da providência administrativa de multa no caso de a empresa não fornecer dados, informações ou estatísticas inexatas ou adulteradas Quanto às Questões de Fato (quaestio facti): No caso em tela, verifica-se, que conforme apurado pela Fiscalização desta Agência Reguladora e Fiscalizadora, e pelo próprio relato da empresa, ela descumpriu a legislação, ao fornecer os dados estatísticos inexatos Quanto às Alegações do Interessado: 1.4. Da alegação de fazer juz ao benefício de atenuante quanto ao valor da multa, pelo reconhecimento da prática infracional: Nesse sentido, esta Junta Recursal já prolatou enunciado que refuta tal argumento por não entender cabível em fase Recursal pleito dessa ordem, assim acordado: ENUNCIADO Nº 08/JR/ANAC 2009 TÍTULO: Reconhecimento da prática da infração. DATA DA APROVAÇÃO: 24ª Sessão de Julgamento da Junta Recursal da ANAC, de 25/06/2009. PUBLICAÇÃO: Internet rede mundial Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 5 de 8

6 de computadores - site da ANAC ( /JuntaRecursal.asp ou Enunciados_JuntaRecursal.asp) ENUNCIADO: Configura-se o reconhecimento da prática da infração, enquanto circunstância atenuante ao processo administrativo sancionador, quando o autuado confessa o fato, reconhece a violação à legislação, desiste do processo em curso, submetendo-se, desde logo, à aplicação das providências administrativas cabíveis. REFERÊNCIA NORMATIVA: art. 22, 1º, I da Resolução n. 25/08 e art. 58, 1º, I da Instrução Normativa n. 08/08. PRECEDENTES: Processos n /08-6; /08-8; /08-3 e /08-0. Assim, tal alegação não merece prosperar, uma vez que resta comprovado que não foram adotadas as providências exigidas antes de proferida a Decisão de Primeira Instância. 1. DA DOSIMETRIA DA SANÇÃO Verificada a regularidade da ação fiscal, há que se averiguar a necessidade de correção do valor da multa aplicada como sanção administrativa ao ato infracional imputado Das Condições Atenuantes: No caso em tela, há que se considerar a condição atenuante, disposta no inciso III do 1º do Artigo 22 da Resolução nº. 25/08, tendo em vista que a Decisão de Primeira Instância não adota possíveis atenuantes, ao imputar o valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) para a multa aplicada, qual seja, a inexistência de aplicação de penalidades no último ano, conforme consulta ao SIGEC em 15/06/2016, (fls. 50) Das Condições Agravantes: No caso em tela, verifica-se que não é possível aplicar quaisquer das condições agravantes dispostas nos diversos incisos do 2º do Artigo 22 da Resolução nº. 25/ Da Sanção a Ser Aplicada em Definitivo: No caso em tela, quanto ao valor da sanção aplicada, a Decisão de Primeira Instância aplicou multa no valor médio de R$ 7.000,00 (sete mil reais), como sanção administrativa, conforme Tabela de Infrações do Anexo II da Resolução ANAC nº 25/2008 e alterações, por ser mais benéfica que a norma vigente por ocasião do ato infracional (IAC nº 1504, de 30/04/2000). Pode-se observar que a interpretação da Tabela de Infrações, art. 299, Inciso V da referida Resolução dá-se da seguinte maneira: R$ 4.000,00 (quatro mil reais) valor de multa mínimo referente à infração; R$ 7.000,00 (sete mil e reais) valor de multa médio Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 6 de 8

7 referente à infração; e R$ ,00 (dez mil reais) valor de multa máximo referente à infração. Nesse sentido, identificou-se que a sanção aplicada pela Primeira Instância considerou o valor médio previsto para os atos infracionais praticados pela empresa, não tendo sido observado, entretanto, a circunstância atenuante prevista no art. 22, 1º, Inciso III, de modo que entende este Relator, considerando a busca pela verdade real, que deve caracterizar os atos da Administração Pública, deva ser a sanção de multa reduzida para o valor mínimo de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), tendo em vista não ter sido constatado qualquer multa aplicada em definitivo no período de 12 meses anteriores à data da Infração. 2. DO VOTO Desta forma, voto por se REDUZIR o valor da multa aplicada para o patamar mínimo de R$ 4.000,00 (quatro mil e reais), MANTENDO-SE todos os demais efeitos da Decisão prolatada pelo competente setor de Primeira Instância administrativa. Este é o voto deste Relator. Brasília, 16 de setembro de EDUARDO VIANA BARBOSA Analista Administrativo SIAPE Membro Julgador da ASJIN da ANAC Nomeado pela Portaria ANAC nº 1381/DIRP/2016 Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 7 de 8

8 CERTIDÃO DE JULGAMENTO ASJIN AUTUAÇÃO AI nº /2010 Data: 08/06/2010 Processo nº / Interessado: CONDOR FLUGDIENST GMBH. Crédito de Multa nº Infração: fornecimento de dados, Enquadramento: Artigo 299 do CBA, Inciso V, informações ou estatísticas inexatas combinado com o disposto na IAC 1504, de 30/04/2000. ou adulteradas à fiscalização. Local: xxx Data: 08/06/2010 Relator: Sr. Eduardo Viana - Analista Administrativo - Mat. SIAPE: CERTIDÃO Certifico que a Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, DEU PROVIMENTO PARCIAL ao RECURSO, REDUZINDO a multa aplicada pela Decisão de Primeira Instância administrativa, nos termos do voto deste Relator. Os Membros Julgadores, Hildenise Reinert e Isaias de Brito Neto, votaram com o Relator. Encaminhe-se à Secretaria desta Junta Recursal para as providências de praxe. Brasília, 16 de setembro de De acordo: Hildenise Reinert Presidente da Sessão de Julgamento EDUARDO VIANA BARBOSA Analista Administrativo SIAPE Membro Julgador da ASJIN da ANAC Nomeada pela Portaria ANAC nº 1381/DIRP/2016. ISAIAS DE BRITO NETO Analista Administrativo SIAPE Membro Julgador da ASJIN da ANAC Nomeado pela Portaria ANAC nº 644/DIRP/2016. Processo nº / / CM: (Estagiária - MAYARA AYRES) Página 8 de 8