Tribunal Regional Federal da 3ª Região

Transcrição

1 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** SEXTA TURMA *** AI-SP PAUTA: 07/08/2008 JULGADO: 07/08/2008 NUM. PAUTA: RELATOR: DES.FED. CONSUELO YOSHIDA PRESIDENTE DO ÓRGÃO JULGADOR: DES.FED. LAZARANO NETO PRESIDENTE DA SESSÃO: DES.FED. LAZARANO NETO PROCURADOR(A) DA REPÚBLICA: Dr(a). SERGIO FERNANDO DAS NEVES AUTUAÇÃO ADVOGADO(S) SUSTENTAÇÃO ORAL CERTIDÃO Certifico que a Egrégia SEXTA TURMA,ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, deu provimento ao agravo de instrumento e julgou prejudicado o agravo regimental, nos termos do voto do(a) Relator(a). Votaram os(as) DES.FED. LAZARANO NETO e DES.FED. REGINA COSTA. NADJA CUNHA LIMA VERAS Secretário(a) Página 1

2 PROC. : AG ORIG. : Vr SAO PAULO/SP RELATOR : DES.FED. CONSUELO YOSHIDA / SEXTA TURMA RELATÓRIO A EXCELENTÍSSIMA SENHORA DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA (RELATORA): Trata-se de agravo de instrumento, interposto contra a r. decisão que, em sede de ação declaratória, acolheu a exceção de incompetência oposta pela agravada, em favor de uma das Varas Cíveis da Justiça Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. Alega, em síntese, que a agravada possui Núcleo Regional em São Paulo, onde são encontrados agentes competentes para representação da Agência Nacional de Saúde. O pedido de efeito suspensivo foi deferido (fls. 60/62). Foi interposto agravo regimental contra essa decisão. Após, com contraminuta, vieram-me os autos conclusos. Dispensada a revisão, nos termos do art. 33, VIII, do Regimento Interno desta C. Corte. É o relatório. Página 2

3 PROC. : AG ORIG. : Vr SAO PAULO/SP RELATOR : DES.FED. CONSUELO YOSHIDA / SEXTA TURMA VOTO A EXCELENTÍSSIMA SENHORA DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA (RELATORA): Assiste razão à agravante. Trata-se de agravo de instrumento, interposto contra a r. decisão que, em sede de ação declaratória, acolheu a exceção de incompetência oposta pela agravada, em favor de uma das Varas Cíveis da Justiça Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. A competência para julgar as ações propostas contra a União Federal está prevista no art. 109, da Carta Magna, abaixo transcrito: Art Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. (...) Por sua vez, o 2.º, do mesmo dispositivo, dispõe que As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou ainda, no Distrito Federal. O parágrafo supracitado aplica-se tão-somente à União Federal, não abrangendo as ações propostas contra autarquias, fundações públicas ou empresas públicas federais. Assim, sendo a parte uma autarquia federal, é manifesta a incidência da regra inserta no art. 100, inciso IV, alínea "a", do CPC, sendo o foro competente aquele onde está sua sede ou sucursal em cujo âmbito de competência ocorreram os fatos que geraram a lide. No caso vertente, observo que a Agência Nacional de Saúde Complementar - ANS constitui-se em autarquia federal sob regime especial, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro, conforme dispõe o art. 1º, da Lei nº 9.961/2000 e sucursal em São Paulo, sendo competente para julgamento da presente causa, portanto, o Juízo Federal da 15ª Vara de São Paulo. Com relação ao tema ora enfocado, trago à colação o seguinte precedente: PROCESSO CIVIL. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. AÇÃO DECLARATÓRIA PROPOSTA CONTRA A UNIÃO FEDERAL E A AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR - ANS. COMPETÊNCIA. ARTIGO 109, 2º DA CF, E ARTIGO 100, IV, "A" E "B" DO CPC. I. Cuidando-se de ação proposta contra a União Federal, aplica-se a regra da competência definida no art. 109, 2º da CF. II. A Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, autarquia federal, possui representação na cidade de São Paulo, incidindo a regra do art. 100, IV, alínea "a", e "b" do Código de Processo Civil, o qual estabelece que a competência é determinada pelo local onde se acha a sede da pessoa jurídica, ou onde se encontra sua agência ou sucursal. III. Qualquer das hipóteses acima referidas firmam a competência do Juízo Federal da 4ª Vara de São Paulo para o processamento e julgamento da lide. (TRF3, 6ª Turma, AG nº , Rel. Des. Fed. Mairan Maia, j , v.u., DJU ). Em face de todo o exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, restando prejudicado o agravo regimental. É como voto. Documento assinado por DF00040-Desembargadora Federal Consuelo Yoshida Autenticado e registrado sob o n.º F8.0AHF.0B1A - SRDDTRF3-00 (Sistema de Assinatura Eletrônica e Registro de Documentos - TRF 3ª Região Página 3

4 Página 4

5 PROC. : AG ORIG. : Vr SAO PAULO/SP RELATOR : DES.FED. CONSUELO YOSHIDA / SEXTA TURMA EMENTA PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. AUTARQUIA FEDERAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 109, 2.º, DA CF. INCIDÊNCIA DO ART. 100, INC. IV, ALÍNEA "a", DO CPC. PRECEDENTES. 1. O 2.º, do art. 109, da Constituição Federal, aplica-se somente à pessoa jurídica de direito público interno, não abrangendo as ações propostas contra as autarquias, fundações públicas ou empresas públicas federais. 2. Aplicação da regra inserta no art. 100, inc. IV, alínea "a", do CPC, que determina como foro competente o local da sede ou da sucursal da autarquia federal, quando os atos que geraram a lide foram praticados em seu âmbito de competência. 3. A Agência Nacional de Saúde, autarquia federal, possui sede e foro na cidade do Rio de Janeiro (art. 1.º, da Lei n.º 9.961/00) e sucursal em São Paulo, sendo competente para julgamento da presente causa, portanto, o Juízo Federal da 15ª Vara de São Paulo. Precedente jurisprudencial (TRF3, 6ª Turma, AG nº , Rel. Des. Fed. Mairan Maia, j , v.u., DJU ). 4. Agravo de instrumento provido e agravo regimental prejudicado. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Desembargadores Federais da Sexta Turma do Tribunal Regional da Terceira Região, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, restando prejudicado o agravo regimental, nos termos do relatório e voto da Desembargadora Federal Relatora, constantes dos autos, e na conformidade da ata de julgamento, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. São Paulo, 07 de agosto de 2008(data do julgamento). Documento assinado por DF00040-Desembargadora Federal Consuelo Yoshida Autenticado e registrado sob o n.º F8.0AHF.0DG3 - SRDDTRF3-00 (Sistema de Assinatura Eletrônica e Registro de Documentos - TRF 3ª Região * * ICLINKEW C:\inetpub\wwwroot\acordao\zlb\ doc Página 5

6 Página 6