Superior Tribunal de Justiça

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1 RELATORA : MINISTRA DENISE ARRUDA EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. LANÇAMENTO. POSTERIOR ALTERAÇÃO DO CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS. REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Tribunal a quo, examinando as provas dos autos, entendeu que não ficou caracterizada a alteração do critério de classificação das mercadorias importadas para fins de novo lançamento do tributo. Consignou que apenas a classificação dos produtos foi modificada em razão do resultado de exame laboratorial efetivado com base na Instrução Normativa SRF 14/85, e que o preposto da recorrente se comprometera a pagar eventuais acréscimos relativos à exação em comento, desistindo da vistoria oficial. 2. Assim, mostra-se inviável a análise das alegações apresentadas no recurso especial, pois, para que esta Corte Superior entenda que tenha havido uma criteriosa vistoria por parte da autoridade administrativa, e que esta tenha concordado com a declaração feita pela contribuinte, seria necessário reexaminar o conjunto fático-probatório dos autos, a fim de refutar a afirmativa feita pelo Tribunal de origem, o que é defeso em razão do óbice contido na Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do : A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Luiz Fux e Teori Albino Zavascki votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília (DF), 16 de outubro de 2008 (Data do Julgamento). MINISTRA DENISE ARRUDA Relatora Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/11/2008 Página 1 de 5

2 RELATORA : MINISTRA DENISE ARRUDA RELATÓRIO A EXMA. SRA. MINISTRA DENISE ARRUDA (Relatora): assim ementada: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão monocrática "Agravo de instrumento. Recurso especial. Tributário. Imposto de Importação. Lançamento. Posterior alteração do critério de classificação das mercadorias. Reexame de provas. Incidência da Súmula 7/STJ. Agravo conhecido para negar seguimento ao recurso especial." Em suas razões, a agravante pugna pela reconsideração da decisão agravada, sustentando, em síntese, que a Súmula 7/STJ não se aplica ao caso dos autos. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/11/2008 Página 2 de 5

3 VOTO A EXMA. SRA. MINISTRA DENISE ARRUDA (Relatora): A pretensão não merece acolhida. Na hipótese, o Tribunal a quo, examinando as provas dos autos, entendeu que não ficou caracterizada a alteração do critério de classificação das mercadorias importadas para fins de novo lançamento do tributo. Consignou que apenas a classificação dos produtos foi modificada em razão do resultado de exame laboratorial efetivado com base na Instrução Normativa SRF 14/85, e que o preposto da recorrente se comprometera a pagar eventuais acréscimos relativos à exação em comento, desistindo da vistoria oficial. Confira-se, a propósito, o seguinte trecho do voto condutor do julgado: "Acertado o entendimento fixado na sentença a quo. Depreende-se do exame da inicial e das informações prestadas pela parte Ré, que o que ocorreu no presente caso foi uma alteração na classificação das mercadorias em razão de posterior averiguação em órgão competente, e não por alteração do critério de classificação das mesmas. O procedimento foi efetivado tendo por base a IN-SRF nº 14/85, que assim dispõe: 'Coletada a amostra por pessoa habilitada e previamente credenciada pela SRF o despacho aduaneiro seguirá seu curso normal, podendo a mercadoria ser entregue ao importador que se comprometer, mediante Termo de Responsabilidade, firmado no quadro '24' da Declaração de Importação, a recolher no prazo de 72 horas a diferença de tributos, multas ou outros encargos fiscais ou cambiais, que vierem a ser apurados em virtude do exame.' Ademais, observa-se de fls. 62, o comprometimento de preposto da autora no sentido de assumir responsabilidade pelo pagamento de eventuais diferenças decorrentes da análise laboratorial da mercadoria, tendo recolhido as custas do referido exame e desistido da vistoria oficial. Desta forma, não procedem as alegações da apelante, uma vez que a alteração no recolhimento dos tributos devidos ocorreu porque o Fisco observou em exame laboratorial que a composição do produto não se enquadrava na classificação declarada pelo contribuinte." Assim, mostra-se inviável a análise das alegações apresentadas no recurso especial, pois, para que esta Corte Superior entenda que tenha havido uma criteriosa vistoria por parte da autoridade administrativa, e que esta tenha concordado com a declaração feita pela contribuinte, seria necessário reexaminar o conjunto fático-probatório dos autos, a fim de refutar a afirmativa feita pelo Tribunal de origem, o que é defeso em razão do óbice contido na Súmula 7/STJ. Com efeito, este Tribunal Superior firmou orientação segundo a qual as instâncias ordinárias são soberanas quando se trata de apreciar matéria de prova, a exemplo dos seguintes julgados: "CIVIL E PROCESSUAL. SEGURO. PRESCRIÇÃO. DIES A QUO. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/11/2008 Página 3 de 5

4 MATÉRIA DE FATO. RECURSO ESPECIAL. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7-STJ. INCIDÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL. IMPROVIMENTO. I. Firmado o dies a quo pelo Tribunal estadual com base no contexto fático dos autos, impossível rever-se a incidência da prescrição ânua se a controvérsia debate, justamente, a data fixada pela instância ordinária, soberana na interpretação da prova. II. 'A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial' - Súmula n. 7-STJ. III. Agravo improvido." (AgRg no REsp /SP, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ de ) "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ICMS. MERLUZA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. SÚMULA 7. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. - Às instâncias ordinárias cabe a apreciação soberana da matéria fática. Se consideraram que as provas que instruíram o mandado de segurança seriam suficientes para o julgamento da causa, não se pode discutir nesta instância a necessidade de dilação probatória e, muito menos, de inadequação do mandamus. Omissis." (EDcl no AgRg no Ag /SP, 1ª Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 1º ) Não havendo razões capazes de infirmar a decisão agravada, impõe-se o desprovimento do agravo regimental. É o voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/11/2008 Página 4 de 5

5 CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2008/ Ag / RJ Números Origem: EM MESA JULGADO: 16/10/2008 Relatora Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA Presidenta da Sessão Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. AURÉLIO VIRGÍLIO VEIGA RIOS Secretária Bela. MARIA DO SOCORRO MELO AUTUAÇÃO ASSUNTO: Tributário - Imposto de Importação AGRAVO REGIMENTAL CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Luiz Fux e Teori Albino Zavascki votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília, 16 de outubro de 2008 MARIA DO SOCORRO MELO Secretária Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 05/11/2008 Página 5 de 5