DECISÃO. Recebidas as cópias do processo pela autuada em 26/08/2010 (fls. 39 e 40).

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1 DECISÃO JR Nº PROC. ADM.: / Nº PROC.: /11-1 Nº DATA AI/NI: 00869/2010 NOME DO INTERESSADO: TAM LINHAS AÉREAS S/A Nº DATA ISR/RO: - PASSAGEIRO: - RELATOR: Renata de Albuquerque de Azevedo Matrícula RELATÓRIO Trata-se de Recurso interposto pela empresa TAM LINHAS AÉREAS S/A., contra decisão proferida no Processo Administrativo nº / , originado do AI nº /2010/SIA/GFIS/RJ (fls. 01), tendo em vista a mesma não ter disponibilizado veículos equiparados com elevadores ou outros dispositivos apropriados para efetuar, com segurança, o embarque e desembarque de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, infração capitulada no inciso I do art. 289 e 1º do art. 36 do CBA, no 1º do art. 20 da Resolução ANAC 09/07 e Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008, Anexo III, Tabela IV (Facilitação do Transporte Aéreo Empresa Aérea), COD DCI, item 4. A fiscalização constatou que, por meio de ofício de resposta ao Ministério Público Federal MPF, datado em 08/06/2009 (fls. 10 e 11), a empresa informou que não disponibiliza veículos equiparados com elevadores ou outros dispositivos apropriados para efetuar, com segurança, o embarque e desembarque de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, no Aeroporto Internacional de Campo Grande/MS, infringindo, assim, a Resolução nº. 09, de 05/07/2007. Regularmente notificada da lavratura do AI em 28/04/2010 (fls. 30), a Empresa autuada apresentou defesa (fls. 32), oportunidade na qual alega que preocupada em oferecer serviços de qualidade aos passageiros, vem envidando esforços para a total adequação às normas da Resolução nº 09. Acrescenta, ainda, que desde o ano 2000, já está se adaptando às exigências legais, tanto na parte de treinamento/capacitação de seus colaboradores, como na parte de infraestrutura, visando um atendimento adequado e prioritário aos passageiros com necessidades de assistência especial. Ao final, informa que a base de Campo Grande se encontra provida de cadeira de rodas motorizada desde o dia 29/09/2009. Em decisão de primeira instância (fls. 35), após apontar a presença de defesa, foi confirmado o ato infracional, aplicando a multa no valor de R$ ,00 (dezessete mil e quinhentos reais). Recebidas as cópias do processo pela autuada em 26/08/2010 (fls. 39 e 40). Notificada a empresa da decisão de primeira instância em 23/08/2010 (fls. 44). Em grau recursal (fls. 45 e 46), a Empresa reitera as informações e documentos comprobatórios apresentados em sua defesa (fls. 32). Ressalta que o Aeroporto não possui fingers, sendo que a implementação dos mesmos é de total Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 1 de 7

2 RELATÓRIO responsabilidade da administração aeroportuária local. Menciona, ainda, que estavam ocorrendo reuniões para definir critérios de responsabilidades entre as empresas aéreas e a Infraero sobre acessibilidades e por isso os equipamentos não haviam sido adquiridos. Solicita verificar a possibilidade de equivoco na posterior aplicação do auto de infração, pois segundo a empresa, já possuía os equipamentos no aeroporto, sendo os mesmos adquiridos em 29/09/2009. Conforme Despacho, de 05/10/2010 (fls. 47), foi certificado que o recurso interposto pelo interessado é tempestivo e seguiu para julgamento pela Junta Recursal. Em decisão de segunda instância (fls. 48 a 53), em 28/10/2010, foram anulados todos os efeitos da decisão prolatada, retornando o presente processo ao setor de decisão de primeira instância para exarar nova decisão. Notificada a empresa da decisão de segunda instância em 08/11/2010 (fls. 55). Em nova decisão de primeira instância (fls. 57), foi confirmado o ato infracional, enquadrando a infração no inciso I do art. 289 e 1º do art. 36 do CBA, no 1º do art. 20 da Resolução ANAC 09/07 e Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008, Anexo III, Tabela IV (Facilitação do Transporte Aéreo Empresa Aérea), COD DCI, item 4, e aplicando, sem atenuante e/ou agravante, a multa no valor de R$ ,00 (dezessete mil e quinhentos reais). Notificada a empresa da nova decisão de primeira instância em 21/02/2011 (fls. 66). Em grau recursal (fls. 67 e 68), a Empresa ratifica o que havia exposto no primeiro recurso (fls. 45 e 46). Requer que os argumentos sejam acolhidos, anulando-se o presente auto, conforme requerido, e que caso não sejam acolhidos, vem requerer a revisão do valor da multa. Conforme Despacho, de 30/03/2011 (fls. 69), foi certificado que o recurso interposto pelo interessado é tempestivo e seguiu para julgamento pela Junta Recursal. Outros Atos Processuais: O Exmo. Sr. Procurador da República, oficiou às empresas aéreas que operam no aeroporto internacional de Campo Grande/MS, indagando-lhes sobre os meios de acessibilidade disponibilizados às pessoas com deficiência (fls. 04 e 05). As respostas das referidas empresas encontram-se em anexo (fls. 05 a 13). Consta do processamento o Ofício nº. 1849/2009-SIE, de 01/09/2009 (fls. 17), no qual esta ANAC notifica a empresa recorrente quanto à necessidade de providenciar o atendimento aos requisitos estabelecidos pela Resolução nº. 09/07. Consta do presente o Ofício nº. 2425/2009-SIA, de 09/12/2009 (fls. 28), no qual esta ANAC comunica ao MPF que realizará a autuação da empresa recorrente, tendo em vista não ter obtido manifestação anterior da empresa. É o Relatório. Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 2 de 7

3 VOTO DO RELATOR ASSUNTO: Ausência de equipamento de embarque e desembarque de deficientes inciso I do art. 289 e 1º do art. 36 do CBA, no 1º do art. 20 da Resolução ANAC 09/07 e Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008, Anexo III, Tabela IV (Facilitação do Transporte Aéreo Empresa Aérea), COD DCI, item 4. Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fls. 69. No mérito, a autuação teve fundamento no inciso I do art. 289 e 1º do art. 36 do Código Brasileiro de Aeronáutica - CBA, conforme redação que segue: CBA Art. 36. Os aeródromos públicos serão construídos, mantidos e explorados: I - diretamente, pela União; II - por empresas especializadas da Administração Federal Indireta ou suas subsidiárias, vinculadas ao Ministério da Aeronáutica; III - mediante convênio com os Estados ou Municípios; IV - por concessão ou autorização. 1 A fim de assegurar uniformidade de tratamento em todo o Território Nacional, a construção, administração e exploração, sujeitam-se às normas, instruções, coordenação e controle da autoridade aeronáutica. Art Na infração aos preceitos deste Código ou da legislação complementar, a autoridade aeronáutica poderá tomar as seguintes providências administrativas: I - multa; Adicionalmente, a fiscalização aponta infração à norma complementar, esta materializada no ANEXO à Resolução nº. 09, de 05/06/2007, a qual aprova a Norma Operacional de Aviação Civil NOAC que dispõe sobre o acesso ao transporte aéreo de passageiros que necessitam de assistência especial, de onde poderemos identificar o 1º do artigo 20, que assim dispõe: Resolução nº. 09/07 CAPÍTULO III Das Responsabilidades da Empresa Aérea ou Operador de Aeronaves Art. 20. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves deverão assegurar o movimento de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida entre as aeronaves e o terminal. 1º As empresas aéreas ou operadores de aeronaves deverão oferecer veículos equipados com elevadores ou outros dispositivos apropriados para efetuar, com segurança, o embarque e desembarque de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, nos aeroportos que não disponham de pontes de embarque, ou quando a aeronave estacionar em posição remota. Dessa forma, a norma é clara quanto à necessidade das empresas aéreas assegurarem a movimentação de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e disponibilizarem veículos equipados com elevadores ou outros dispositivos apropriados para o atendimento dessas pessoas no seu embarque ou desembarque da aeronave. Cabe, ainda, mencionar a Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008, que estabelece a tabela de infrações no Anexo III, Tabela IV (Facilitação do Transporte Aéreo Empresa Aérea), COD DCI, item 4, conforme disposto in verbis : Resolução nº. 25/08 ANEXO III IV FACILITAÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO Empresa Aérea 4. Não disponibilizar veículos equipados com elevadores ou outros dispositivos Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 3 de 7

4 VOTO DO RELATOR apropriados para efetuar, com segurança, o embarque e desembarque de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Destaca-se que, com base na tabela desta Resolução, o valor da multa referente a este item poderá ser imputado em R$ (grau mínimo), R$ (grau médio) ou R$ (grau máximo). Por fim, cabe ressaltar que o Código Brasileiro de Aeronáutica dispõe, em seu art. 295 que a multa será imposta de acordo com a gravidade da infração. Nesse sentido, a Resolução nº 25/2008, que dispõe sobre o processo administrativo para a apuração de infrações e aplicação de penalidades no âmbito da competência da Agência Nacional de Aviação Civil determina em seu art. 22 que sejam consideradas as circunstâncias agravantes e atenuantes na imposição da penalidade pecuniária. Quanto às questões de fato Quanto ao presente fato, a empresa aérea foi autuada por não ter disponibilizado veículos equiparados com elevadores ou outros dispositivos apropriados para efetuar, com segurança, o embarque e desembarque de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, no Aeroporto Internacional de Campo Grande/MS. Fato este constatado pela fiscalização desta ANAC, por meio de ofício de resposta da empresa autuada ao Ministério Público Federal MPF, datado em 08/06/2009 (fls. 10 e 11). Dessa forma, de fato, houve a comprovação do ato infracional, infringindo a legislação vigente, ficando, assim, a empresa sujeita a aplicação de sanção administrativa. Quanto às alegações da Empresa Em defesa, a empresa alega que tem envidado esforços para adequação às normas da Resolução nº 09 e informa que a base de Campo Grande se encontra provida de cadeira de rodas motorizada desde o dia 29/09/2009. Cabe, ainda, mencionar que a Resolução nº 09, de 05/06/2007, entrou em vigor no ato de sua publicação no DOU, em 14/06/2007. Assim, a empresa aérea deveria disponibilizar equipamentos adequados para mobilidade de pessoas com necessidades de assistência especial, fato este que não foi atendido pela autuada, conforme sua resposta da autuada ao Ministério Público da União (fls. 10 e 11). A Empresa, em grau recursal, reitera as informações apresentadas em defesa e ressalta que o Aeroporto não possui fingers, alegando que a implementação dos mesmos de é total responsabilidade da administração aeroportuária local. Menciona a ocorrência de reuniões para definição dos critérios de responsabilidades entre as empresas aéreas e a Infraero sobre acessibilidades, e informa que por esta razão os equipamentos não haviam sido adquiridos. Reafirma que os equipamentos foram adquiridos em 29/09/2009, não trazendo aos autos qualquer comprovação. Por fim, solicita a anulação do auto de infração ou revisão do valor da multa. Contudo, a Empresa não trouxe aos autos qualquer comprovação que possa excluir sua responsabilidade quanto ao ato infracional praticado, não trazendo aos autos qualquer comprovação quanto ao cumprimento da legislação em vigor. Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 4 de 7

5 VOTO DO RELATOR Ademais, a Lei n 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, em seu art. 36, dispõe a redação que segue: Art. 36 Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Por fim, as alegações da Empresa não podem servir para afastar a aplicação da sanção administrativa nem tão mesmo para atenuação da pena quanto ao ato infracional praticado. Quanto ao enquadramento da infração e valor da multa aplicada Pelo exposto, houve, de fato, violação à legislação, com a prática de infração cuja autuação está fundamentada no inciso I do art. 289 e 1º do art. 36 do CBA, no 1º do art. 20 da Resolução ANAC 09/07 e Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008, Anexo III, Tabela IV (Facilitação do Transporte Aéreo Empresa Aérea), COD DCI, item 4. Nesse contexto, é válido observar que o valor da multa imposta pela autoridade competente R$ ,00 (dezessete mil e quinhentos reais), foi fixada dentro dos limites previstos na Resolução nº 25/2008 e conforme o disposto no artigo 57 da Instrução Normativa ANAC n 08/2008, indicando que a penalidade de multa será calculada a partir do valor intermediário. Assim, nos casos em que não há agravantes, nem atenuantes, ou quando estas se compensam, deve ser aplicado o valor médio da tabela em anexo à Resolução nº 25/2008. Dessa forma, considerando nos autos a inexistência de circunstâncias agravantes e/ou atenuantes, a multa deve ser mantida em seu grau médio, no valor de R$ ,00 (dezessete mil e quinhentos reais). Voto Dessa forma, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, mantendo, assim, o valor da multa aplicada pela decisão de primeira instância administrativa no valor de R$ ,00 (dezessete mil e quinhentos reais). É como voto. Rio de Janeiro, 14 de julho de RENATA DE ALBUQUERQUE DE AZEVEDO Especialista em Regulação de Aviação Civil SIAPE Membro da Junta Recursal da ANAC Portaria ANAC nº 626/10 Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 5 de 7

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO JR AUTUAÇÃO Nº PROC. ADM: / Nº PROC.: /11-1 Nº DATA AI/NI: 00869/2010 NOME DO INTERESSADO: TAM LINHAS AÉREAS S/A Nº DATA ISR/RO: - PASSAGEIRO: - RELATOR: Renata de Albuquerque de Azevedo Matrícula PRESIDENTE DA SESSÃO: Sérgio Luís Pereira Santos Matrícula ASSUNTO: Ausência de equipamento de embarque e desembarque de deficientes inciso I do art. 289 e 1º do art. 36 do CBA, no 1º do art. 20 da Resolução ANAC 09/07 e Resolução ANAC nº 25, de 25/04/2008, Anexo III, Tabela IV (Facilitação do Transporte Aéreo Empresa Aérea), COD DCI, item 4 CERTIDÃO Certifico que a Junta Recursal da AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Junta, por unanimidade, negou provimento ao recurso, mantendo a multa aplicada pela decisão de primeira instância administrativa, nos termos do voto do Relator. O Membro Julgador, Sr. Carlo André Araripe Ramalho Leite, e o Presidente Interino da Junta Recursal, Sr. Sérgio Luís Pereira Santos, votaram com o Relator. Rio de Janeiro, 14 de julho de SÉRGIO LUÍS PEREIRA SANTOS PRESIDENTE INTERINO DA JUNTA RECURSAL Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 6 de 7

7 DESPACHO JR Nº PROC. ADM.: / Nº PROC.: /11-1 Nº DATA AI/NI: 00869/2010 NOME DO INTERESSADO: TAM LINHAS AÉREAS S/A Nº DATA ISR/RO: - PASSAGEIRO: - Encaminhe-se à Secretaria da Junta Recursal para as providências de praxe. Rio de Janeiro, 14 de julho de SÉRGIO LUÍS PEREIRA SANTOS PRESIDENTE INTERINO DA JUNTA RECURSAL Proc. Adm. nº / Proc. nº /11-1 RAA 131ª SJ 04 Página 7 de 7