PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** QUINTA TURMA ***

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1 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** QUINTA TURMA *** ACR-SP APRES. EM MESA JULGADO: 29/01/2007 RELATOR: JUIZ CONV. HIGINO CINACCHI PRESIDENTE DO ÓRGÃO JULGADOR: DES.FED. ANDRE NABARRETE PRESIDENTE DA SESSÃO: DES.FED. SUZANA CAMARGO PROCURADOR(A) DA REPÚBLICA: Dr(a). GEISA DE ASSIS RODRIGUES AUTUAÇÃO ADVOGADO(S) SUSTENTAÇÃO ORAL CERTIDÃO Certifico que a Egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, à unanimidade, não conheceu dos embargos de declaração, nos termos do voto do(a) relator(a). Votaram os(as) DES.FED. SUZANA CAMARGO e JUIZ CONV. FERREIRA DA ROCHA. MARGARETH CAVALCANTE DA SILVA Secretário(a) Página 1 de 5

2 PROC. : ACR ORIG. : P Vr SAO PAULO/SP RELATOR : JUIZ FED. CONV. HIGINO CINACCHI / QUINTA TURMA R E L A T Ó R I O Trata-se de embargos de declaração opostos por Rivaneide Alves de Miranda (fls /1.113) contra o acórdão de fl , pelo qual esta Turma, à unanimidade, negou provimento aos embargos de declaração anteriormente interpostos pela ré, nos termos do voto do Relator. A ementa está assim redigida: PROCESSUAL PENAL.. TRÁFICO DE MULHERES. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. MATERIALIDADE. PROVA TESTEMUNHAL. 1. Os antecedentes penais da ré foram expressamente reconhecidos na sentença, de modo que o acórdão não inovou ao considerá-los como circunstância judicial apta a majorar a pena-base. 2. A circunstância judicial da personalidade da ré foi apreciada pelo Juízo a quo em razão das provas dos autos, não constituindo elemento do tipo penal do tráfico de mulheres. 3. Os embargos de declaração não são recurso predestinado à rediscussão da causa. Servem para integrar o julgado, escoimando-o de vícios que dificultam sua compreensão ou que privam a parte de obter o provimento jurisdicional em sua inteireza, congruentemente ao que fora postulado na pretensão inicial. 4. Inexistência de obscuridade. 5. Embargos de declaração rejeitados. (fl ) Rivaneide Alves opõe embargos de declaração, no qual alega que o acórdão incorreu em omissão pelos seguintes argumentos: a) o acórdão embargado contrariou a doutrina e a jurisprudência ao considerar como antecedentes os registros criminais desprezados pelo MM. Juiz, em face de não constar condenação da ré; b) o Juízo a quo não apreciou nem de modo genérico as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal para a exacerbação da pena e não reconheceu os antecedentes criminais da embargante à fl. 846 da sentença; c) as declarações da testemunha Ricetti não devem ser consideradas em razão de seu interesse em incriminar Rivaneide; d) a prova testemunhal coligida na fase policial e não confirmada em Juízo embasou a condenação da embargante, o que contraria o art. 297 do Código de Processo Penal; e) requer a concessão de efeito infringente aos presentes embargos para que Rivaneide seja absolvida (fls /1.113). É o relatório. Página 2 de 5

3 V O T O Do caso dos autos. Pelo acórdão de fl , esta Turma, à unanimidade, negou provimento aos embargos de declaração opostos por Rivaneide Alves de Miranda, mantendo integralmente o acórdão de fls /1.061, pelo qual a Turma, à unanimidade, deu provimento à apelação de José Edilson Divino Lima e julgou extinta sua punibilidade, rejeitou a preliminar de nulidade da sentença suscitada por Rivaneide Alves Miranda e deu parcial provimento à apelação de Rivaneide e de Elma da Rocha Santana, para reduzir as suas penas pela prática do delito do art 231, caput, do Código Penal. Rivaneide sustenta, em síntese, que o acórdão encerra omissão em virtude de ter considerado como antecedentes os registros criminais em que não havia condenação. Aduz que o Juízo a quo não apreciou nem de modo genérico as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal para a exacerbação da pena. Alega que as declarações da testemunha Ricetti não devem ser consideradas em razão de seu interesse em incriminar Rivaneide e, por fim, sustenta que a prova testemunhal coligida na fase policial e não confirmada em Juízo embasou a condenação da embargante, contrariando o art. 297 do Código de Processo Penal. Os embargos de declaração não comportam conhecimento. Não conheço das alegações de obscuridade referentes ao reconhecimento dos antecedentes criminais da ré para a majoração da penabase e quanto à apreciação da autoria delitiva e dos elementos de prova dos autos, dado que tais questionamentos foram suscitados e apreciados em sede de anterior embargos (fls /1.098). Não há inovação nas teses recursais em relação a essas matérias a revelar o interesse da parte na sua reapreciação, de modo que falece à Miriam interesse recursal. De igual modo, também não é caso de se reapreciar a alegação de que o Juízo a quo não analisou nem de modo genérico as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal para a exacerbação da pena de Rivaneide. Ademais, a circunstância de que a reprovabilidade da conduta da ré tenha preponderado para a majoração da pena-base, fixada pela prática do crime do art. 231 do Código Penal, não desautoriza a inferência de ter o Juiz considerado seus registros criminais nos termos do art. 59 do Código Penal, malgrado não tenha o Juízo explicitado, na sentença, o critério trifásico de aplicação de pena (CP, art. 68). Registre-se que a reiteração de embargos de declaração para a rediscussão de questões ventiladas e apreciadas em sede de anterior embargos evidencia a falta de interesse quanto ao presente recurso. Ante o exposto, NÃO CONHEÇO dos embargos de declaração. É o voto. Higino Cinacchi Juiz Federal Convocado Relator Página 3 de 5

4 PROC. : ACR ORIG. : P Vr SAO PAULO/SP RELATOR : JUIZ FED. CONV. HIGINO CINACCHI / QUINTA TURMA E M E N T A PROCESSUAL PENAL.. TRÁFICO DE MULHERES. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. AUTORIA DELITIVA. REITERAÇÃO DE EMBARGOS. INTERESSE RECURSAL. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO. 1. Não se conhece da alegação de obscuridade quanto a questões já suscitadas e discutidas em sede de anterior embargos, sem que haja inovação das teses recursais a esse respeito. Falta de interesse recursal. 2. A circunstância de que a reprovabilidade da conduta da ré tenha preponderado para a majoração da pena-base, fixada pela prática do crime do art. 231 do Código Penal, não desautoriza a inferência de ter o Juiz considerado seus registros criminais nos termos do art. 59 do Código Penal, malgrado não tenha o Juízo explicitado, na sentença, o critério trifásico de aplicação de pena (CP, art. 68). 3. A reiteração de embargos de declaração para a rediscussão de questões ventiladas e apreciadas em sede de anterior embargos evidencia a falta de interesse recursal quanto ao presente recurso. 4. Embargos de declaração não conhecidos. A C Ó R D Ã O Vistos e relatados os autos em que são partes as acima indicadas, DECIDE a Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da Terceira Região, à Página 4 de 5

5 unanimidade, não conhecer dos embargos, nos termos do relatório e voto do Sr. Juiz Federal Convocado Higino Cinacchi. São Paulo, 29 de janeiro de (data do julgamento) Higino Cinacchi Juiz Federal Convocado Relator Página 5 de 5