RELAÇÕES DE GÊNERO E VIOLÊNCIA
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- Mônica Esther Gil Salvado
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1 RELAÇÕES DE GÊNERO E VIOLÊNCIA
2 Caro (a) Chesfiano (a), Você está recebendo uma série de publicações intitulada Para Viver Melhor, com informações atualizadas sobre temas diversos no campo da saúde física e mental de mulheres e homens. São quatro exemplares nos quais você conhecerá um pouco mais sobre qualidade de vida, sexualidade, planejamento familiar, feminização da Aids, uso do preservativo, cuidados na gestação, amamentação, puerpério e menopausa, terceira idade, dentre outros temas. O principal objetivo desta série de publicações é contribuir para a reflexão sobre comportamentos e práticas que favoreçam a saúde, a qualidade de vida e que fortaleçam as relações dentro da Empresa, com respeito às diferenças e à diversidade. Você encontrará informações básicas sobre saúde sexual e reprodutiva, buscando desvendar preconceitos. Alguns desses temas são difíceis de lidar e de dialogar de forma franca, honesta e aberta. Mas, mesmo difíceis de serem tratados, é importante que sejam apresentados. Esta publicação é uma ação de responsabilidade social da Chesf. Você pode compartilhá-la com colegas de trabalho, com a sua família e com amigos. Desejamos que esta publicação contribua para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Todas as cartilhas da série Para Viver Melhor estarão disponibilizadas também em meio eletrônico, no Portal de Gênero. Conteúdo: Suely Oliveira - Psicóloga Participação: DABT Revisão:Rosângela Menezes (APA) / Cíntia Sousa (ASV)
3 RELAÇÕES DE GÊNERO E VIOLÊNCIA Vamos iniciar com algumas informações sobre as diferenças entre sexo e gênero. Isto para entendermos que essas diferenças na prática funcionam como desigualdades e servem para oprimir, diminuir e desvalorizar as mulheres. Também em decorrência das relações de gênero, homens e mulheres adoecem e morrem de causas distintas. Vamos lá... O sexo é determinado biologicamente e se expressa nas diferenças físicas e biológicas do homem e da mulher. Assim, por exemplo, homens têm hormônio masculino, barba, bigode, pênis, testículos. Já as mulheres têm hormônios femininos, desenvolvem mamas, têm útero, ovários e vagina; menstruam na puberdade; têm a capacidade de gestar um bebê e de amamentar. Gênero refere-se ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que definem o que é ser homem e ser mulher. O gênero é construído socialmente e é produto das relações sociais desenvolvidas ao longo do tempo. As relações de gênero são relações de poder e, na maioria das sociedades, são relações de desigualdade. Portanto, a biologia determina as diferenças sexuais e a sociedade define os papéis de gênero, normatizando padrões de conduta. Você sabia? A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a violência como uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. 3
4 Estudos mostram, por exemplo, que os padrões de masculinidade predominantes valorizam a agressividade, a competitividade e a negação das emoções. Levam os homens, desde a infância, a adotarem comportamentos de maior risco do que as mulheres. Os homens dirigem com mais velocidade e ousadia do que as mulheres, o que os leva a sofrerem mais acidentes de trânsito. Você sabia? A maior parte dos homicídios acontece entre os homens. Eles usam formas mais agressivas e violentas para matar e para cometerem suicídio. Essas práticas de violência estão relacionadas às questões de gênero e à forma como meninos e meninas vão sendo educados e vão aprendendo comportamentos de agressividade e passividade. 4
5 Mas... Não é da natureza do homem ser agressivo ou violento. No entanto, comportamentos como o de companheiros, namorados, maridos, etc, que matam mulheres são muito frequentes. São comportamentos violentos, passionais, que têm como justificativa a defesa da honra e do orgulho ferido. Acontecem em decorrência de padrões machistas presentes nas relações pessoais e no cotidiano de homens e mulheres. As instituições como a família, a escola, as igrejas, os serviços de saúde, o poder público de uma forma geral e os meios de comunicação devem priorizar a eliminação da violência entre mulheres e homens, promovendo mudanças culturais em nossa sociedade. O comportamento agressivo dos homens acaba se refletindo nas estatísticas de saúde, uma vez que é exatamente na população masculina onde se encontra o maior número de homicídios, mortes por acidentes de trânsito e uso de drogas. Também são os homens quem mais se envolvem em crimes de exploração sexual. 5
6 O que podemos fazer? É preciso que uma cultura de paz esteja em cada um e cada uma de nós! É fundamental educar homens e mulheres numa nova perspectiva, com um novo conceito sobre masculinidade, de forma a questionar essa cultura de violência de gênero. A violência é um fenômeno complexo e não há um fator único que explique a sua existência, mas um conjunto de fatores biológicos, sociais, culturais, econômicos e políticos. A violência é um problema social, de saúde pública e de violação de direitos humanos, que diminui a qualidade de vida das pessoas e das comunidades. Para pensar As causas mais frequentes dos acidentes de trânsito no Brasil estão relacionadas a problemas como: consumo de álcool, sonolência, falta de respeito a sinais, brigas de trânsito e excesso de velocidade. A população jovem é a mais afetada em relação a acidentes de trânsito. Você pode contribuir para mudar esta realidade. Comece dialogando com a sua família sobre a eliminação de comportamentos de risco. Pense em outras formas de contribuir para amenizar a problemática da violência no país, no seu estado, no seu município, na Chesf e na sua família. 6
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