Benefícios por incapacidade no RGPS
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- Sandra Brunelli
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1 Benefícios por incapacidade no RGPS Continuação... AUXÍLIO-ACIDENTE BENEFICIÁRIOS: Não é devido a todos os segurados. É devido ao empregado, empregado doméstico (entra no rol com a LC 150/2015), trabalhador avulso e segurado especial (art. 18, 1º, da Lei 8.213/91). O facultativo não tem direito ao recebimento desse benefício. Já com relação ao contribuinte individual existe discussão (Tema 201 da TNU). Para sua concessão é requisito ter sofrido acidente de qualquer natureza que tenha ocasionado uma redução da capacidade laborativa (tendo em vista a atividade que ele exercia à época da lesão). A redução da capacidade laborativa pode ser tipificada de suas formas: ou ele exerce a função com maior dificuldade ou ele não consegue mais exercer a função que exercia à época, mas consegue exercer outra atividade. Doenças profissionais se equiparam a acidente de trabalho (art. 19 e seguintes da Lei 8.213/91) A doutrina majoritária entende que a doença não relacionada ao trabalho não gera direito ao auxílio-acidente.
2 Se o acidente não decorrer do trabalho, é concedido um B-36 (auxílio-acidente comum). Já se decorrer do trabalho (acidente de trabalho típico, assim como doença profissional e do trabalho) será concedido um B-94 (auxílio-acidente acidentário) NÃO PASSA PELA PENTE FINO! Concedido, ele só deve ser cessado na aposentadoria. Se o INSS convocar, devemos fazer Mandado de Segurança. OBS.: No mandado de segurança a competência será sempre da justiça federal! Será sempre na vara federal comum, JEF não julga MS. PERDA AUDITIVA: Somente gera direito ao benefício se houver nexo causal ou concausal com o trabalho. Lembrando que sempre é necessário provar a redução da capacidade laborativa. Mesmo que a perda seja mínima, pode gerar direito ao benefício. Aqui em São Paulo, o TJ usa como parâmetro para medir a redução auditiva a tabela de FOWLER. Essa tabela diz que a perda auditiva de até 9% é mínima. O TJSP diz que se a perda é mínima não geraria direito ao benefício. Mas isso vai de encontro a posição firmada pelo STJ no repetitivo /SC. Discussão sobre o valor mínimo do auxílio-acidente: No RE o STF decidiu que o auxílio-acidente não poderia ser menor que o salário mínimo. Essa decisão se aplicou apenas naquele caso. Hoje os processos não tem mais subido ao STF para discutir a questão, ele para no STJ (alegam que se trata de matéria infraconstitucional). O STJ entende que pode ser abaixo do mínimo, essa é a tese que prevalece hoje. Professor defende que quando o segurado não está recebendo nenhuma outra remuneração, o auxílio-acidente estaria substituindo o salário. Dessa forma, nesse caso o valor do auxílio-acidente não poderia ser inferior ao salário mínimo, aplicando-se aqui o art. 201, p.2 da CF/ º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
3 O auxílio-acidente conta para fins de carência? Art. 29 5º da Lei 8.213/91. Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. Perceba que a lei diz que o benefício por incapacidade será contato e não restringe para que fim. Onde a lei não restringe, não cabe o interprete restringir! Logo, deve ser contato para todos os fins, inclusive para carência. O REsp /PR do STJ defende esse entendimento. Dessa forma, podemos brigar pela contagem do auxílio-acidente para fins de carência. Auxílio-Acidente não pode ser cumulado com outro auxílio-acidente. Mas nada impede que ocorrendo uma lesão posterior que também enseje o direito ao benefício, que o segurado troque o antigo pelo atual, se mais vantajoso. Art. 124 da Lei n 8.213/91 Auxílio-doença pode ser cumulado com auxílio-acidente desde que a origem da lesão seja diferente. DIB Quando o segurado recebeu o auxílio-doença, a DIB do auxílio-acidente é o dia seguinte da cessação do auxílio-doença. Se o auxílio-acidente não foi precedido de auxílio-doença, a sua DIB será a data da DER. Não há prazo para requerimento de nenhum benefício previdenciário. O fundo de direito não prescreve. Súmula 85 do STJ
4 Tema 313 do STF: I Inexiste prazo decadencial para a concessão inicial do benefício previdenciário; II Aplica-se o prazo decadencial de dez anos para a revisão de benefícios concedidos, inclusive os anteriores ao advento da Medida Provisória 1.523/1997, hipótese em que a contagem do prazo deve iniciar-se em 1º de agosto de 1997 A MP 871/19 altera a redação do art. 103 da LB. Esse artigo passou a prever prazo decadencial de 10 anos em caso de indeferimento de benefício. LIDE PRESUMIDA: Se o INSS devendo conceder o benefício após o fim do auxílio-doença não o fez, o professor defende que não é preciso fazer um requerimento administrativo para entrar no judicial. Entende que se trata de lide presumida. Tema 350 do STF: I - A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas; II A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado; III Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo salvo se depender da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão; IV Nas ações ajuizadas antes da conclusão do julgamento do RE /MG (03/09/2014) que não tenham sido instruídas por prova do prévio requerimento administrativo, nas hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (a) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (b) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse em agir pela resistência à pretensão; e (c) as demais ações que não se enquadrem nos itens (a) e (b) serão sobrestadas e baixadas ao juiz de primeiro grau, que deverá intimar o autor a dar entrada no pedido administrativo em até 30 dias, sob pena de extinção do processo por falta de interesse em agir. Comprovada a postulação administrativa, o juiz intimará o INSS para se manifestar acerca do pedido em até 90 dias. Se o pedido for acolhido
5 administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir; V Em todos os casos acima itens (a), (b) e (c), tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais. [-] Indicação de Bibliografia sobre risco social: * Ulrich Beck La sociedad del riesgo
6 Pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-maternidade e salário-família PENSÃO POR MORTE Fundamentação Art. 201, inciso V, da CF; Arts. 74 a 79 da Lei 8.213/91; Arts. 105 a 115, do Decreto 3.048/99; Arts. 367 a 380, da IN INSS/PRES 77/2015 Em regra, a qualidade de segurado é necessária para concessão de pensão por morte. Pago aos dependentes. Pode ser pago ao dependente cônjuge ou companheiro mulher ou homem. Pode ser pago em caso de morte presumida. É substitutivo da remuneração, logo não pode ser inferior ao salário mínimo.
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