Aula 11. Continuação do Final da Aula Passada (Noções Finais de Direito Previdenciário)
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- Letícia Palhares
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1 Turma e Ano: Direito Previdenciário Matéria / Aula: Normas Finais do Regime Geral. Professor: Marcelo Leonardo Tavares Monitora: Sarah Lopes Aula 11 Continuação do Final da Aula Passada (Noções Finais de Direito Previdenciário) 4.Manutençao da Qualidade de Segurado: Art. 102 Lei 8.213/91. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade. 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. O 1º supra trata do direito adquirido à aposentadoria, quando tiver havido a implementação dos requisitos, ainda que ausente requerimento do interessado. Se o segurado adquiriu o direito a aposentadoria, não a requereu e falece, ele deixará pensão, pois esta é decorrência do direito à aposentadoria. 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda desta qualidade, nos termos do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria na forma do parágrafo anterior. Se a pessoa falece e for provado que no curso do auxilio doença ainda faria direito a pensão, então o benefício não será excluído. 5.Pagamento de Benefício (arts. 112 a 115 Lei 8.213/91): em regra, feito através de deposito bancário. Caso o segurado não tenha conta corrente, será aberta uma conta previdenciária, especifica para recebimento do beneficio (é como uma conta salário). É possível o recebimento por procuração com poderes específicos, porém esta tem prazo máximo de validade de 12 meses. O INSS tem diversos mecanismos para controle do recebimento dos benefícios: i.procurador cuja procuração tem validade de 12 meses
2 ii.prova de vida- comprovação de vida do beneficiário para comparar a agencia do INSS ou agencia bancária (havendo atestado de que a pessoa não tem como se deslocar, o INSS tem que mandar alguém para fazer prova de vida) iii.os cartórios de registro de pessoas naturais devem informar mensalmente o INSS os registros de óbitos (visa ao controle do recebimento de pensão) O art. 112 traz uma regra geral de sucessão processual. Considerando que o CPC/73 prevê que devem se habilitar a sucessão processual os herdeiros, o art. 112 traz uma regra sobre a sucessão previdenciária: Art O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus dependentes habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, independentemente de inventário ou arrolamento. 6.Requerimento Administrativo: para que haja lide, ação judicial, tem que haver lide, caracteriza pela pretensão resistida. Não há necessidade de esgotamento da via administrativa, o que significa que se o INSS pratica um ato administrativo indeferitório, não há necessidade de recorrer ao Conselho de Recursos da Previdência, antes de ir ao Judiciário. Logo, não há necessidade de esgotamento da via administrativa, mas não significa que deve estar o conceito de lide ausente. Ilustração: Homem implementa 65 anos, não requereu a aposentadoria administrativamente. Vai ao Judiciário. Há lide?. Não, pois não há pretensão resistida, havendo sentença sem resolução do mérito. Ilustração 2: Uma pessoa vinha recebendo o benefício da aposentadoria. O INSS suspende o recebimento do benefício por suspeita de fraude. A pessoa poderá ingressar em juízo?. Sim, pois há resistência ao deferimento da pretensão. 6.1.Situações Especiais: a)se não houve lide processual, mas houve lide superveniente/resistência superveniente, então a causa estará pronta para julgamento, pois já manifestada a contestação da parte contrária. Em suma, se uma pessoa ingressa no Judiciário, ausente resistência prévia sobre o tema, mas no curso da demanda há manifestação do INSS, então fica configurada a lide superveniente.
3 No RE , o STF ressalta as regras supramencionadas, e o relator Min. Luís Roberto Barroso ressalta situações pontuais: i.não há necessidade de pedido de administrativo, quando o indeferimento pelo INSS é notório ii.se a ação foi proposta em um juizado itinerante, mesmo não tendo havido prévio requerimento administrativo, o curso do processo deve ser retomado e prosseguir normalmente (não será extinto sem resolução do mérito). Isso porque os juizados itinerantes ocorrem, basicamente, em lugares onde não há agência do INSS, de forma que não seria razoável exigir do autor prévio requerimento administrativo. Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR. 1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 2. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas. 3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado. 4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo salvo se depender da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão. 5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos. 6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento ( ), sem que tenha havido prévio requerimento administrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir. 8. Em todos os casos acima itens (i), (ii) e (iii), tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da
4 ação como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais. 9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento, reformando-se o acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual deverá intimar a autora que alega ser trabalhadora rural informal a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas necessárias e profira decisão administrativa, considerando como data de entrada do requerimento a data do início da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz, que apreciará a subsistência ou não do interesse em agir. 7.Acumulação de Benefícios: não é possível o segurado acumular de mais de uma aposentadoria, salvo uma de regime geral e outra de regime próprio, e os casos excepcionados pela CRFB/88 de acumulação de cargos. Art. 124 Lei 8.213/91. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social: I - aposentadoria e auxílio-doença; II - mais de uma aposentadoria; III - aposentadoria e abono de permanência em serviço; IV - salário-maternidade e auxílio-doença; V - mais de um auxílio-acidente; VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa. É possível acumula mais de uma pensão no RGPS, por exemplo, deixada por cônjuge e filho. 8.Desaposentação: a desaposentação consiste no ato do segurado de renunciar a aposentadoria que recebe a fim de que possa requerer uma nova aposentadoria (reaposentação), desta vez mais vantajosa, no mesmo regime previdenciário ou em outro. A lei não prevê expressamente o direito da aposentação, sendo esta uma tese. A presidente da republica ao sancionar a lei /2015 (publicada em 05/11/2015) vetou a desaposentação. Art.18 2º Lei 8.213/91. O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado. O decreto 3.048/99 possibilita também o salário maternidade.
5 De um lado os aposentados, sustentam que nada é colocado substancialmente em relação a essa contribuição. Do outro lado, o INSS sustenta que o aposentado que voltou a trabalhar tomou o lugar de alguém, que poderia estar havendo contribuição da ativa. Existe um problema que ocorre, que é a relação da desaponsentação com o fator previdenciário. A desaposentação acaba por anular o fator previdenciário. O Min. Luís Roberto Barroso permite que a pessoa leve para a nova atividade apenas o que ela havia contribuído na primeira atividade. Com isso, veda-se o efeito daninho da desaposentação. O Min. Marco Aurélio sustenta a desaposentação sem a relação feita pelo Min. Barroso, com base no princípio da solidariedade. Nota de aula- Inovações da Lei /2015: i.na aposentadoria por tempo de contribuição, o salário de beneficio leva em consideração o fato previdenciário, então a lei /2012 aprovou que desde que o homem tenha 35 anos de contribuição e a mulher 30 anos de contribuição, se somando com a idade para o homem der 95 e para a mulher der 85, o fator previdenciário não será aplicado. Vai passar a ser 96 e 86 em 2018, haverá acréscimo de 1 ano para o total a cada transcurso do prazo de 2 anos. ii.outra modificação legislativa é o prazo de 90 dias (antes era 30 dias) para demora no requerimento administrativo de pensão, esta será a partir da data do requerimento, valendo também para auxilio reclusão. iii.sobre o regime próprio, os servidores novos que já tomarem posse, já criado o fundo de pensão, automaticamente estarão nele inscritos, devendo, se quiserem, pedir para sair (é facultativo).
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