Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes

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1 Multidisciplinar Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Antonio Ferriani Branco

2 Multidisciplinar Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Antonio Ferriani Branco Florianópolis/SC Instituto de Estudos Pecuários 2011

3 2010. Instituto de Estudos Pecuários - IEPEC Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para a venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos conteúdos técnicos dos textos e imagens desta obra é dos autores. Esta apostila foi desenvolvida em parceria entre o Instituto de Estudos Pecuários (IEPEC) e o professor autor INSIRA O NOME DO PROFESSOR Coordenação do projeto João Gabriel D. F. Branco/IEPEC Projeto Gráfico/Diagramação João Gabriel D. Assunção/IEPEC Revisão de Português Paula Bergamasco Professor Autor Antonio Ferriani Branco

4 Lista de Figuras Figura Molécula da vitamina B Figura Molécula de um quelato metal aminoácido. 131 Figura Modelo proposto para atuação do cromo na célula. 135 Figura Período de transição em vacas leiteiras. 138

5 Lista de Tabelas Tabela Minerais essenciais e principais funções no organismo animal. 11 Tabela Funções específicas no organismo animal dos macroelementos minerais. 14 Tabela Principais funções no organismo animal dos microelementos minerais. 19 Tabela Principais sistemas enzimáticos com envolvimento de microelementos. 20 Tabela Características de um bom suplemento mineral para bovinos de corte criados em condições de pastagem. 32 Tabela Relação P: F em diferentes matérias primas fornecedoras de fósforo. 33 Tabela Concentração mineral média de macroelementos em forrageiras da América Latina. 34 Tabela Concentração mineral média de microelementos em forrageiras da América Latina. 35 Tabela Concentração dos minerais nos tecidos, as vias de excreção e níveis tóxicos de microelementos minerais em ruminantes. 38 Tabela Variações bioquímicas séricas de referência em bovinos, ovinos e caprinos. 39 Tabela Níveis críticos de macrominerais nos tecidos do organismo animal utilizados para avaliar carências. 40 Tabela Níveis críticos de microminerais nos tecidos do organismo animal utilizados para avaliar carências. 41 Tabela Composição mineral média de algumas gramíneas consumidas por bovinos na sub-região da Nhecolândia. 48 Tabela Composição em macrominerais de plantas coletadas em diferentes fitofisionomias das sub-regiões de Aquidauana e Paiaguás. 48

6 Tabela Concentração média estacional (% da MS) de P em forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum analisadas na Embrapa Gado de Corte. 49 Tabela Estimativa das exigências para cálcio segundo NRC (2000). 57 Tabela Estimativa das exigências para fósforo segundo NRC (2000). 57 Tabela Energia retida no ganho em Mcal/dia. 58 Tabela Proteína retida no ganho em gramas/dia. 58 Tabela Exigências de macroelementos segundo NRC (2000). 60 Tabela Exigências de microelementos segundo NRC (2000). 60 Tabela Concentração de cálcio em alguns alimentos e exigências do elemento por bovinos de corte em diferentes taxas de ganho. 61 Tabela Concentração de fósforo em alguns alimentos e exigências do elemento por bovinos de corte em diferentes taxas de ganho. 63 Tabela Concentração de magnésio e de enxofre em alguns alimentos e exigências dos elementos por bovinos em diferentes taxas de ganho. 64 Tabela Composição das dietas do confinamento. 65 Tabela Características dos animais e das dietas e análise do fornecimento de minerais aos animais confinados. 66 Tabela Análise do fornecimento de minerais para dois grupos de bovinos em condições de pastagem, na seca e nas águas. 69 Tabela Análise do fornecimento de minerais para dois grupos de bovinos em pastagens com diferente composição mineral. 71 Tabela Exigências de cobre como concentração na dieta (mg/kg de MS) de fêmeas em diferentes estágios fisiológicos. 82 Tabela Exigências de manganês como concentração na dieta (mg/kg de MS) de fêmeas em diferentes estágios fisiológicos. 82 Tabela Exigências de zinco como concentração na dieta (mg/kg de MS) de fêmeas em diferentes estágios fisiológicos. 83

7 Tabela Concentração de minerais exigidos em dietas de vacas leiteiras. 84 Tabela Exigências de minerais em dietas de bovinos leiteiros. 86 Tabela Concentrações de minerais e vitaminas recomendadas para bezerros jovens comparado ao leite fresco integral (base na MS). 87 Tabela Composição de macroelementos em alimentos para bovinos leiteiros. 89 Tabela Composição de microelementos em alimentos para bovinos leiteiros. 90 Tabela Coeficientes de absorção (%) de minerais em diferentes alimentos. 91 Tabela Composição da dieta de vacas leiteiras de alto mérito genético. 92 Tabela Balanço de macroelementos conforme NRC (2001) em dietas de vacas de alto mérito genético. 93 Tabela Balanço de microelementos conforme NRC (2001) em dietas de vacas de alto mérito genético. 94 Tabela Núcleo mineral para vacas do caso em estudo. 95 Tabela Concentração de cromo em diferentes alimentos. 138 Tabela Elementos minerais utilizados no cálculo do balanço cátion-ânion da dieta. 142 Tabela Balanço cátion-ânion dos principais sais usados em sais aniônicos para vacas leiteiras (na matéria natural). 143 Tabela Cálculo do BCAD em função da concentração de Na, K, Cl e S na dieta. 143

8 Capítulos 1. Introdução Macroelementos Microelementos Consumo de minerais Estimativa de consumo de suplementos minerais Avaliação de carências Minerais 37 Material Complementar Suplementação mineral de bovinos de corte Principais aspectos da nutrição mineral de bovinos de corte nos diferentes sistemas de produção Exigências minerais em bovinos de corte Estudos de casos em nutrição mineral de bovinos de corte Suplementação mineral de bovinos leiteiros Aspectos importantes da nutrição mineral de bovinos leiteiros Exigências de minerais em bovinos leiteiros Composição e coeficiente de absorção mineral em alimentos usados para bovinos leiteiros Estudo de caso 92 Material Complementar 96

9 4. Suplementação mineral de ovinos e caprinos Principais aspectos da nutrição mineral de ovinos e de caprinos Exigências minerais em ovinos Exigências minerais em caprinos Estudos de casos em nutrição mineral de ovinos e caprinos 119 Material Complementar Tópicos especiais em nutrição mineral de ruminantes Minerais orgânicos O Cromo na nutrição de ruminantes Balanço cátion ânion em dietas de vacas leiteiras 138 Material Complementar 145 Bibliografia Consultada 145 Currículo do Professor-autor 151

10 Capítulo 1 Introdução

11 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 1. Introdução Os elementos minerais são essenciais aos animais e, como são inorgânicos, não podem ser sintetizados. Um determinado elemento só é considerado como essencial a partir do momento em que a pesquisa identifica que quando retirado da dieta, há redução na taxa de crescimento ou alterações no metabolismo do organismo animal. Pelo fato das exigências de minerais serem muito inferiores a de outros nutrientes, como proteína e energia, esses são considerados erroneamente menos importantes. O que podemos admitir, é que as deficiências de proteína ou de energia na dieta são mais comuns e observadas mais rapidamente que a de minerais, em decorrência das quantidades diárias necessárias para manutenção e produção. Para animais criados em condições de pastagem, como no caso de bovinos ou de outros ruminantes, essas deficiências podem ser estudadas com mais facilidade e de forma mais evidente em regiões que apresentam deficiência severa de alguns elementos no solo e que apresentarão o pasto ou as forrageiras também com grande deficiência. Na tabela 1.1 são apresentados os macro e micro elementos minerais essenciais e as funções orgânicas mais importantes relacionadas a cada um deles. 1.1 Macroelementos Os macroelementos são exigidos em quantidades maiores e quando sua concentração na dieta é considerada, os técnicos adotam a porcentagem como unidade de referência. Alguns dos macroelementos são catiônicos, ou seja, deficientes 10 IEPEC

12 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes em elétrons, e aqui se incluem o cálcio (Ca), o fósforo (P), o sódio (Na), o potássio (K) e o magnésio (Mg). Outros são aniônicos, ou seja, ricos em elétrons, e são eles, o cloro (Cl) e o enxofre (S). As principais funções dos macroelementos minerais considerados essenciais para ruminantes são mostradas na tabela 1.2. Tabela Minerais essenciais e principais funções no organismo animal. Macro Cálcio Enxofre Fósforo Magnésio Potássio Micro Função Formação de ossos e dentes, além das atividades muscular e nervosa. Funções metabólicas e formação de aminoácidos no rúmen. Reprodução e formação de ossos e dentes. Crescimento, reprodução e funções metabólicas. Funções metabólicas. Função Cobalto Componente da vitamina B12. Cobre Cromo Iodo Manganês Selênio Zinco Formação da hemoglobina e metabolismo nos tecidos. Resposta imune e fator de tolerância a glicose. Produção de hormônios da tireóide e metabolismo energético. Formação de enzimas envolvidas no processo reprodutivo. Antioxidante, presente na enzima glutationa peroxidase. Atividade enzimática. O portal do agroconhecimento 11

13 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Cálcio e fósforo O cálcio e o fósforo representam aproximadamente 70% de toda a matéria mineral presente no organismo dos ruminantes e estão presentes principalmente nos ossos, onde encontramos 99% do Ca orgânico e 80% do P orgânico. No osso, a relação entre cálcio e fósforo é próxima de 2:1, mudando apenas nas situações em que ocorre deficiência na dieta. Em bovinos, as concentrações consideradas normais para estes dois elementos são de 9-11 mg/100 ml (2,1 2,8 mmol/l) de soro para o cálcio e 4-9 mg/100 ml (1,4 1,5 mmol/l) de soro para o fósforo. O organismo dos bovinos contém aproximadamente 12 g de Ca/kg de peso vivo, enquanto ovinos apresentam um pouco mais, ou seja, 15 g/kg. O controle hormonal do metabolismo de cálcio e de fósforo ocorre pela ação do hormônio da paratireóide (PTH, paratormônio) e da calcitonina. O PTH é secretado na glândula paratireóide e aumenta a síntese biológica de 1,25 dihidroxicolecalciferol, que mobiliza cálcio do osso e aumenta a absorção de cálcio no intestino delgado, além de aumentar a concentração sanguínea de cálcio. A calcitonina é secretada pelas células ultimobraquiais da glândula tireóide e inibe a reabsorção de cálcio dos ossos, diminuindo a concentração de cálcio do sangue. A vitamina D (1,25 dihidroxicolecalciferol ou calcitriol) é indispensável para que o processo ocorra, e esse é o motivo pelo qual as deficiências de Ca, P e de vitamina D produzem sinais clínicos semelhantes, ou seja, raquitismo em animais jovens e osteomalácea em animais adultos. A disponibilidade aparente de cálcio nas forrageiras é baixa e muitos dados mostram que fica entre 10 e 40%, mas a verdadeira é mais alta e varia entre 30 e 45%, sendo que em animais jovens é mais alta que em adultos. Em relação ao fósforo, encontramos disponibilidade mais alta, sendo que a verdadeira normalmente é superior a 60%, mas é importante destacar que aumentando as concentrações de fósforo da dieta, ocorre redução na absorção aparente deste elemento. A proteína ligadora de Ca auxilia na absorção deste elemento e a síntese desta proteína é controlada pela vitamina D. A absorção de Ca não é dependente da 12 IEPEC

14 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes vitamina D da dieta, mas é regulada por esta vitamina, em relação às exigências do elemento. Dietas com altas concentrações de Ca resultam em menor absorção de Ca. Em bovinos, a absorção de cálcio decresce com a idade. O cálcio tem baixa solubilidade no rúmen e a absorção ruminal é insignificante. A absorção de P não é regulada com a mesma intensidade que a de Ca. O P é absorvido na forma de ortofosfato. As formas meta e piro fosfatos têm disponibilidade biológica bem menor e há evidência de que o fosfato é transportado através da parede intestinal por transporte ativo e passivo. Nos grãos e concentrados, a forma orgânica mais abundante de fósforo está na forma de ácido fítico. Em forrageiras, ocorre aumento na concentração de fósforo fítico com o avanço da idade. Em ruminantes, os microorganismos do rúmen hidrolisam a molécula de ácido fítico e liberam o P. Dessa forma, para ruminantes, trabalhase com fósforo total como sendo todo disponível. Em dietas de pré-ruminantes, quanto ao fósforo fítico, deve-se tomar os mesmos cuidados que se toma para não ruminantes. As deficiências gerais destes dois elementos se traduzem em má formação dos ossos, produzindo raquitismo em animais jovens (ossos fracos e quebradiços) e osteomalácea em adultos (queda na mineralização do osso). A deficiência de Ca após o parto leva a uma baixa concentração de cálcio no plasma, com quadro de febre do leite (tetania, coma e morte). Em função de um desequilíbrio na ação hormonal, logo após o parto, a vaca tem menor capacidade de mobilização de cálcio. Na maior parte das situações, a deficiência de fósforo produz um quadro de apetite depravado, que em casos extremos pode levar indiretamente ao aparecimento do botulismo, uma doença causada pelo consumo de carcaça contaminada com Clostridium botulinicum. O apetite depravado pode levar também a um aumento nos casos de intoxicação pelo consumo de plantas tóxicas. A deficiência de fósforo também produz redução nos índices relacionados ao desempenho reprodutivo dos animais. O portal do agroconhecimento 13

15 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Funções específicas no organismo animal dos macroelementos minerais. Mineral Cálcio Fósforo Magnésio Sódio, Potássio e Cloro Enxofre Função Controle da excitabilidade de nervos e músculos, além da contração muscular. Importante na coagulação do sangue. Estimula a síntese de proteína muscular. Regula o metabolismo celular através da ativação da calmodulina. Componente dos fosfolipídeos da membrana celular, do ATP, da fosfocreatina, do DNA, do RNA e de importantes coenzimas. Ativação de enzimas envolvidas com as transformações do ATP. Importante para o metabolismo de carboidratos e participa na fosforilação oxidativa. Constituinte de ossos e dentes. Manutenção da pressão osmótica e do balanço ácido-base do organismo. Participam da bomba Na/K ATPase. Metabolismo hídrico. Transmissão impulso nervoso. Transporte ativo de glicose e aminoácidos (Na). Produção de HCl no estômago e regulação do ph sanguíneo (Cl). Componente de aminoácidos (metionina e cistina), das cartilagens como sulfato de condroitina, da biotina, da tiamina, da insulina e da coenzima A. Importante para as pontes de S nas ligações das cadeias peptídicas. O aumento da concentração de fósforo na dieta produz aumento dos níveis séricos de fósforo e deprime o nível de cálcio, principalmente em dietas com baixo cálcio, isso é provável de ocorrer em dietas de confinamentos para altos ganhos e com vacas de alta produção, situações nas quais ocorre alto consumo de concentrados. A concentração de cálcio em forrageiras tropicais varia de 0,10% a 0,80%, com valor médio de 0,40%. O cálcio é encontrado em maior concentração nas folhas e menor no colmo das plantas forrageiras. No caso do fósforo, em condições tropicais, 75% das forrageiras apresentam concentração de fósforo inferior a 0,3% 14 IEPEC

16 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes na matéria seca. A distribuição de fósforo na planta é praticamente a mesma quando consideramos folha e colmo Magnésio O magnésio está distribuído no organismo com 70% nos ossos e dentes e 30% nos tecidos moles. A concentração no soro sanguíneo varia de 2-5 mg/100 ml. A absorção de magnésio diminui com a idade e ocorre no rúmen, retículo, omaso, intestino delgado e cólon. Essa absorção pode ocorrer por transporte ativo (baixo Mg dieta) e passivo (alto Mg dieta). Em ruminantes, a reciclagem de Mg via saliva é baixa, contrapondo à exigência das bactérias, que é alta. O coeficiente de absorção aparente de magnésio em forrageiras é baixo e situa-se entre 15 e 20%. A deficiência mais comum de magnésio é a tetânia das pastagens, que ocorre com muita frequência em vacas em lactação (2-3 semanas após parto). O nível sanguíneo de magnésio nestas condições é menor que 0,5 mg/100 ml. O quadro se traduz em tremor muscular, ataxia, fraqueza muscular, convulsões, taquicardia, fibrilação, coma e morte Sódio, potássio e cloro O sódio, o potássio e o cloro ocorrem nos fluidos e tecidos moles do organismo, não havendo tecidos que depositam os mesmos em quantidades significativas. O sódio é o principal cátion extracelular, representando 90% das bases do sangue, e 0,15-0,20 do organismo animal. O potássio é o principal cátion intracelular, e o organismo contém aproximadamente 0,35% de K. O potássio tem o transporte acoplado ao transporte de Na. A proteína Na/K ATPase, que faz o transporte de Na e K, é a principal consumidora de energia do organismo (30% da mantença). O portal do agroconhecimento 15

17 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão O cloro está distribuído tanto dentro como fora da célula, representando 2/3 dos ânions do sangue. O sódio, o potássio e o cloro são absorvidos principalmente por transporte ativo no intestino delgado superior e pouco por transporte passivo em outras áreas do trato, inclusive rúmen, sendo que o Na é o mais absorvido. O hormônio que regula os níveis desses minerais no sangue é a aldosterona, que é secretada pelo córtex da adrenal e aumenta a reabsorção de Na, ou excreção de K pelos túbulos renais. A secreção de aldosterona está sob influência da adrenocorticotropina secretada pela pituitária anterior. O hormônio antidiurético responde basicamente a modificações na pressão osmótica, no entanto, a concentração de eletrólitos é usada para regular a pressão osmótica. Os sintomas gerais de deficiência de Na, K e Cl são apetite reduzido ou depravado, menor taxa de crescimento, perda de peso e queda nos índices reprodutivos em adultos, e desidratação. A deficiência de sódio produz perda de apetite, redução na taxa de crescimento e apetite depravado. A deficiência de potássio produz fraqueza muscular, convulsões e paralisia. Aparecem também lesões no músculo cardíaco e respiratório, degeneração dos túbulos renais e redução da tonicidade do trato digestório, tornando-o distendido Enxofre O enxofre se encontra presente no organismo em moléculas orgânicas como em aminoácidos, em vitaminas, na insulina e na coenzima A. O enxofre é absorvido principalmente como componente de moléculas orgânicas e também, em formas inorgânicas como sulfatos, os quais são absorvidos com menor eficiência. Em ruminantes, o S inorgânico pode ser utilizado na síntese de compostos orgânicos, ou seja, aminoácidos sulfurados, pelos microorganismos do rúmen. Esse fato se deve à redução do sulfato a sulfito no meio ruminal. A relação N: S na célula microbiana é de 14:1. A formação de sulfito no rúmen pode prejudicar a disponibilidade de Cu pela formação de sulfito de cobre, e assim 16 IEPEC

18 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes níveis elevados de enxofre prejudicam a absorção de cobre. Níveis elevados de S podem afetar a absorção de Se pelos microrganismos. Apesar de S e Se apresentarem estruturas análogas, o S não substitui o Se em sua atividade biológica. A deficiência deste elemento está associada aos compostos orgânicos dos quais faz parte produzindo emaciação da pele, queda do apetite, queda na utilização de NÑP pelos microrganismos do rúmen, acumulação de lactato no rúmen e redução na digestão da fibra. A intoxicação por enxofre ocorre quando a porcentagem na dieta de ruminantes é superior a 0,4% na MS, o que está muito próximo das exigências. A intoxicação por enxofre produz anorexia, perda de peso e necrose hepática. 1.2 Microelementos Os microelementos são exigidos em concentrações abaixo de 100 ppm (100 mg/kg de matéria seca) na dieta. Os já definitivamente aceitos como essenciais são ferro (Fe), cobre (Cu), iodo (I), zinco (Zn), cobalto (Co, ruminantes), manganês (Mn), selênio (Se), flúor (F) e cromo (Cr). Nas tabelas 1.3 e 1.4 são mostradas, respectivamente, as principais funções, e os principais complexos enzimáticos com envolvimento dos microelementos. Apesar das dificuldades de trabalhar com microelementos, as exigências desses minerais são mais compreendidas atualmente. Uma discussão mais recente e que envolve microelementos refere-se aos radicais livres, que são extremamente prejudiciais aos sistemas biológicos. É importante destacar que durante a atividade fagocítica dos granulócitos ocorre produção de radicais de oxigênio para destruir os patógenos intracelulares. Contudo, estes produtos oxidativos, se não forem eliminados podem prejudicar a saúde das células. Os antioxidantes servem para estabilizar estes radicais livres altamente reativos. Portanto, os antioxidantes são muito importantes para a resposta imune e a saúde dos animais. Os mecanismos de defesa contra os radicais livres geralmente incluem diversas metaloenzimas, das quais podemos destacar a glu- O portal do agroconhecimento 17

19 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão tationa peroxidase (Se), a catalase (Fe) e a superóxido dismutase (Cu, Zn e Mn). A função antioxidante contribui com parte da resposta imune, pois ajuda a manter a integridade estrutural e funcional de importantes células imunes. O comprometimento da resposta imune resultará em prejuízo à produção animal pela maior susceptibilidade a doenças, com aumento da morbidade e da mortalidade Iodo De todo o iodo presente no organismo, 70-80% está presente na glândula tireóide por ação do seu hormônio estimulante (TSH), o qual é secretado pela glândula pituitária anterior. O iodo está armazenado nesta glândula na forma de uma proteína chamada tireoglobulina. Sua única função é participar da síntese dos hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), que afetam o metabolismo de lipídeos, carboidratos e proteínas. São poucos os trabalhos que mostram a concentração de iodo em forrageiras, mas os disponíveis na literatura apresentam concentrações variando de 0,05 a 1,90 mg/kg de matéria seca, com uma média de 0,26 mg/kg, portanto bem abaixo das exigências que consideraremos em capítulos posteriores. Além disso, é importante destacar que a concentração de iodo na planta forrageira cai abruptamente com o amadurecimento. O iodo é absorvido no trato digestório na forma inorgânica. A deficiência de iodo produz redução da taxa metabólica basal e extrema fraqueza. O bócio é o principal sinal clínico da deficiência de iodo, ocorrendo aumento da glândula tireóide resultante da alta atividade da glândula no sentido de sintetizar quantidade suficiente de hormônios com quantidade insuficiente de iodo. Algumas plantas apresentam características goitrogênicas, ou seja, desenvolvem o bócio, pois tem moléculas que se ligam ao grupo hidroxila do hormônio e evitam a ligação com o iodo. 18 IEPEC

20 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Tabela Principais funções no organismo animal dos microelementos minerais. Mineral Iodo Ferro Cobre Função Constituinte do hormônio tiroxina e outros compostos ativos da tireóide (mono, di e triiodotironina). Atua no controle da taxa metabólica. Componente da hemoglobina, da mioglobina, do citocromo, da actina e da miosina. Presente em várias metaloenzimas. Participa do metabolismo do ferro (ceruloplasmina), da formação da elastina e do colágeno, além de manter a integridade do sistema cardiovascular. Importante para a formação do osso, para a integridade do sistema nervoso central (formação da mielina que reveste as fibras nervosas), para a hematopoiese e para a pigmentação dos pelos. Cobalto Constituinte da vitamina B12. Manganês Zinco Selênio Molibdênio Cromo Ativação de enzimas na síntese de polissacarídeos e glicoproteínas. Importante para o metabolismo do piruvato e para a síntese de ácidos graxos, de colesterol e de sulfato de condroitina. Constituinte de diversas enzimas, componente da insulina, e de parte da configuração do DNA e RNA. Componente da enzima glutationa peroxidase. Faz parte da enzima xantina oxidase (reações de óxido redução). Participa do metabolismo de carboidratos e lipídeos Fator de tolerância à glicose. O portal do agroconhecimento 19

21 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Principais sistemas enzimáticos com envolvimento de microelementos. Mineral Enzima Função Fe Succinato Desidrogenase Citocromos a, b, c Oxidação aeróbica de carboidratos. Transferência de elétrons. Catalase Proteção contra H 2 O 2. Cu Citocromo oxidase Lisil oxidase Ceruloplasmina Oxidase terminal. Oxidação de lisina. Utilização de Fe e transporte de Cu. Superóxido dismutase Dismutação do radical superóxido O 2-. Anidrase carbônica Formação de CO 2. Zn Álcool desidrogenase Carboxipeptidase A Polimerase nuclear poli (A) Fosfatase Alcalina Colagenase Piruvato carboxilase Metabolismo de Álcool. Digestão de proteínas. Hidrólise de ésteres de fosfato. Replicação celular. Cicatrização de injúrias. Metabolismo do piruvato. Mn Superóxido dismutase Antioxidante na remoção de O 2-. Mo Se Glicosilaminotransferases Xantina desidrogenase Sulfito oxidase Aldeído oxidase Glutationa peroxidase Deiodinases tipo I e II Síntese de proteoglicanas. Metabolismo de purinas. Oxidação de sulfitos. Metabolismo de purinas. Remoção de H 2 O 2 e hidroperóxidos. Conversão da tiroxina p/ forma ativa. 20 IEPEC

22 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Ferro O ferro ocorre em duas formas: ferroso (Fe 2+ ) e férrico (Fe 3+ ). É absorvido na forma Fe 2+ (somente 5-10% de eficiência) e, na mucosa do duodeno, o Fe 2+ é oxidado a Fe 3+ e transportado ligado à proteína transferrina. A enzima xantina oxidase da mucosa intestinal é que catalisa esta ação. A concentração de ferro nas células da mucosa é que regula a extensão da absorção deste elemento. Este elemento é altamente conservado e reciclado no organismo e como resultado, pouco ferro é exigido, exceto sob certas circunstâncias como perda de sangue (hemorragias). O ferro é armazenado no fígado, no baço e no osso marrom em duas formas: como ferritina (proteína complexa e solúvel) e como hemosiderina (hidróxido de ferro e insolúvel). Em situações de excesso, o mineral é armazenado como hemosiderina. O ferro da transferrina (Fe 3+ ) deve ser reduzido à forma Fe 2+ antes de ser incorporado na ferritina. A deficiência de ferro produz anemia microcítica e hipocrômica, com quantidade insuficiente de hemoglobina para suprir oxigênio às células e tecidos. Essa deficiência ocorre principalmente em animais lactentes Cobre As mais altas concentrações de cobre ocorrem no fígado, cérebro, rins, coração, partes pigmentadas dos olhos, pelos e lã. Encontramos concentrações intermediárias no pâncreas, baço, músculos, pele e osso. O cobre sanguíneo está associado com a α 2 -globulina e com a ceruloplasmina (90%). Também é encontrado na eritrocupreína das células vermelhas do sangue (10%) e no osso marrom, onde é usado na síntese de hemácias. O local e a taxa de absorção de cobre variam com a espécie e ocorre predominantemente no intestino delgado. Para que ocorra a absorção do cobre, é fundamental a presença da proteína ligadora de cobre. Os sais são mais amplamente O portal do agroconhecimento 21

23 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão absorvíveis do que íons metálicos. O cobre é transportado no plasma fracamente ligado à albumina até os tecidos alvos. A absorção de cobre em ruminantes é baixa (1 a 10%) em relação aos valores reportados para não ruminantes. A baixa absorção em ruminantes é devido a complexas interações que ocorrem no rúmen. Antes do completo desenvolvimento do rúmen, a absorção de cobre é alta (70-85%) em ovinos alimentados com leite, mas se reduz a até no máximo 10% após o desmame. O cobre tem uma importante inter-relação com molibdênio e enxofre e altos teores destes elementos na dieta aumentam as exigências desse mineral. É bem documentado que as exigências de cobre têm grande variação em ruminantes, dependendo da concentração de outros nutrientes na dieta, especialmente molibdênio e enxofre. Há 3 possibilidades de interação entre Mo, S e Cu. Essas interações podem ocorrer com as concentrações normalmente encontradas de Mo e S nos alimentos e estão centradas na formação de tiomolibdatos no rúmen (mono, di, tri e tetratiomolibdatos). Os tiomolibdatos são formados pela reação de molibdatos com sulfitos, que são produzidos pelos microrganismos quando reduzem sulfatos e também quando degradam aminoácidos. Os tiomolibdatos, quando associados com a fase sólida da digesta do rúmen (bactérias, protozoários e partículas alimentares não digeridas), formam complexos insolúveis com cobre, os quais não o liberam sob condições de baixo ph. Di e tritiomolibdatos podem ser absorvidos. Efeitos sistêmicos sobre o metabolismo do cobre são atribuídos a absorção de tiomolibdatos e estes são: 1) Aumento da excreção biliar de cobre dos estoques hepáticos; 2) Forte ligação do cobre à albumina plasmática, reduzindo o transporte do cobre disponível para processos bioquímicos; 3) Remoção de cobre de metaloenzimas. Quando a concentração ruminal de sulfito é baixa, o Mo tem pouco efeito sobre a dispo- 22 IEPEC

24 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes nibilidade de cobre. Quanto ao enxofre, independente do papel na interação Mo Cu, aumentos na concentração reduzem a disponibilidade de Cu. O enxofre na forma de sulfito reduz a disponibilidade de Cu pela formação de sulfito de cobre, insolúvel no trato digestório. Os ruminantes são expostos a consumo excessivo de ferro com muita frequencia, seja através da ingestão de água, de solo ou de alimentos ricos em ferro. Dietas com alto ferro não reduzem o status de cobre em ruminantes jovens, lactentes, o que sugere que a plena funcionalidade do rúmen contribui para a interferência do Fe no metabolismo do Cu. Não está claro se os efeitos antagônicos do ferro e do molibdênio sobre o cobre são aditivos. O principal sinal clínico da deficiência de cobre é a despigmentação dos pelos, lã e pele. A despigmentação dos cílios é bem característica. A deficiência de cobre produz anemia macrocítica e hipocrômica. Ocorre também ruptura da aorta em virtude dos efeitos deste elemento na formação da elastina. Os animais apresentam também sinais clínicos ligados ao sistema nervoso em função da deficiência de formação de mielina. Os ossos são mais frágeis e ocorre deficiência na formação e pigmentação de pelos. A deficiência de cobre reduz o número de células T, células B e neutrófilos na circulação, portanto, ocorre queda da resposta resposta, além de reduzir os índices relacionados à fertilidade do rebanho Cobalto O cobalto se encontra em altas concentrações no fígado, nos rins, na adrenal e no tecido ósseo. O Co inorgânico é muito pouco absorvido e o excesso dele é excretado pelos rins. A única função do cobalto estabelecida de forma evidente é a participação na estrutura da molécula de vitamina B12, que é sintetizada pelos microrganismos do rúmen (figura 1.1). O portal do agroconhecimento 23

25 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão A deficiência de cobalto, que na realidade é uma deficiência de vitamina B12, produz perda de apetite, fraqueza, anemia, e redução no crescimento e desenvolvimento dos animais, sendo os jovens mais sensíveis que os adultos. Recomenda-se maior inclusão do cobalto em dietas ricas em grãos, como é caso de confinamentos e rebanhos leiteiros de alta produtividade, quer sejam vacas, ovelhas ou cabras. O NH 2 R O NH 2 H 2 N N O O N Co N N NH 2 O HO P i O O N H O O O O OH N N O NH2 NH 2 Figura Molécula da vitamina B Manganês O manganês se encontra em altas concentrações nos ossos, rins, fígado, pâncreas e glândula pituitária, todos tecidos ricos em mitocôndrias. O Mn é um co-fator essencial para muitas enzimas. Possui uma ampla gama de atividades, incluindo a síntese de mucopolissacarídeos, necessários para a formação da matriz orgânica dos ossos e dentes. É importante para a síntese de hormônios esteróides e para a gliconeogênese e utilização da glicose. 24 IEPEC

26 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes O manganês tem uma taxa de absorção baixa (menor que 10%), é absorvido na forma Mn 2+ e oxidado à Mn 3+ para ser transportado em uma fraca ligação com a β 1 -globulina. Os excessos de Ca e P aumentam a absorção de Mn. Os fatores da dieta envolvidos na disponibilidade de manganês têm recebido pouca atenção em ruminantes, provavelmente porque a deficiência de manganês não é problema importante na nutrição desses animais. Existem algumas evidências de que as altas porcentagens de cálcio e fósforo na dieta reduzem a disponibilidade de manganês. A deficiência de manganês produz má formação óssea, atraso na ovulação, reabsorção de fetos e redução na produção de leite Zinco O zinco ocorre amplamente distribuído no organismo em altas concentrações ( mg/kg) e é encontrado principalmente na pele, pelos, lã, fígado, ossos, rins, músculo e pâncreas. Geralmente está associado com tecidos onde ocorre alta atividade enzimática. É constituinte de muitas metaloenzimas que estão envolvidas no metabolismo do ácido araquidônico e das prostaglandinas, balanço de cátions e peroxidação das membranas. O desenvolvimento testicular e a espermatogênese são dependentes do zinco da dieta. O zinco é absorvido principalmente no intestino delgado, sendo que de 5 a 40% do ingerido pode ser absorvido. Nas células intestinais o Zn está parcialmente ligado à sua proteína ligadora, chamada de metalotioneina, cuja síntese é regulada pela absorção de Zn. Um excesso na absorção do Zn pode levar à secreção do mesmo de volta à luz do intestino. No plasma ele é transportado fracamente associado à albumina. Alguns fatores, como alta concentração de Ca e de fitatos, podem se complexar com o Zn limitam a absorção deste elemento. A absorção de zinco diminui quando a relação ferro: zinco na dieta é superior a 2: 1. Zinco e cobre são competitivos no processo de absorção e recomenda-se que a relação O portal do agroconhecimento 25

27 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Zn: Cu da dieta seja próxima de 3: 1. Em ruminantes, a absorção de zinco diminui quando a concentração de zinco na dieta aumenta. Em forrageiras, uma porção relativamente alta do zinco está associada à parede celular, mas não está claro se a associação do zinco com a parede celular reduz a digestão da fibra. Os tecidos tendem a redistribuir o Zn de áreas de alta concentração para áreas de menor concentração. No fígado, o Zn em excesso será ligado à metalotioneina. A deficiência de zinco produz problemas de pele (paraqueratose), pelos e lã. Ocorrem dermatites e prejuízos à formação do osso. Ocorre também hipogonadismo, ou seja, supressão das características sexuais secundárias, gerando problemas reprodutivos. Em função da relação do zinco com a insulina, ocorre também menor tolerância à glicose. Deficiência de zinco está associada com aumento da morbidade e da mortalidade. A deficiência de zinco está associada com redução da fagocitose e morte pela ação dos macrófagos, além da redução dos linfócitos no sangue Selênio As maiores concentrações de selênio ocorrem no fígado, rins e músculo. Esse elemento é absorvido no duodeno em formas orgânicas e inorgânicas. Sua absorção é muito menor em ruminantes do que em não ruminantes. A baixa absorção de selênio em ruminantes pode estar ligada à redução do selênio da dieta no rúmen, formando estruturas insolúveis. O selênio e o enxofre têm propriedades físicas e químicas semelhantes, e vários estudos indicam que o aumento da concentração de enxofre na dieta diminui a absorção de selênio. No plasma, é transportado associado com a albumina e armazenado nos tecidos principalmente como selenometionina e selenocistina. A deficiência de selênio produz uma distrofia muscular nutricional conhecida como doença do músculo branco em bezerros, diminui o peso ao nascer, au- 26 IEPEC

28 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes menta os casos de mastite e retenção de placenta em vacas leiteiras e aumenta os casos de doenças ligadas ao aparelho reprodutor. O selênio como parte da enzima glutationa peroxidase protege o citosol contra os peróxidos produzidos no processo metabólico Cromo O cromo é importante para a atividade de enzimas, a estabilidade de proteínas, e o metabolismo de carboidratos. No entanto, o principal papel do cromo é potencializar a interação entre a insulina e receptores celulares, através da formação do fator de tolerância à glicose. O fator de tolerância à glicose estimula a ação da insulina e potencializa a entrada de glicose para dentro da célula. A forma ativa do cromo é o Cr 3+ e não Cr 2+. A absorção de cromo ocorre principalmente no intestino delgado, e as formas inorgânicas (cloreto e óxido) têm baixa absorção (0,4 3%). As formas orgânicas de cromo têm maior absorção, e atualmente há 6 formas orgânicas utilizadas na alimentação animal. São elas: cromo-aminoácido, cromo-picolinato, cromo-nicotinato, cromo-quelato, cromoproteína e cromo-levedura Flúor O flúor está presente principalmente nos ossos e é essencial para o crescimento. A parte inorgânica do osso é hidróxi-apatita (3 Ca 3 (PO 4 ) 2 Ca(OH) 2 ) e em condições de excesso de flúor, o radical OH pode ser substituído pelo F. As espécies de animais domésticos apresentam diferenças quanto à tolerância em relação à concentração de F na dieta e para vacas leiteiras, a ingestão máxima segura é de 0,01 ppm. O portal do agroconhecimento 27

29 1.3 Consumo de minerais Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão O entendimento de quais fatores afetam o consumo de minerais é fundamental para a avaliação dos programas de suplementação, bem como detectar problemas relacionados a esta prática. Essa informação parece uma coisa óbvia, mas é um ponto crítico e deve ser enfatizado. Os problemas relacionados a programas de suplementação mineral em diversas regiões do planeta têm sido sumarizados por (McDowell, 1999) e incluem: 1) Análises químicas insuficientes e falta de dados biológicos para determinar quais minerais são necessários e em quais quantidades; 2) Falta de dados sobre consumo de minerais para formulação dos suplementos; 3) Informações irreais e inexatas dos rótulos; 4) Suplementos que contêm quantidades inadequadas e são desbalanceados; 5) Misturas minerais padronizadas que são inflexíveis para diversas regiões; 6) Pecuaristas que não seguem as recomendações dos fabricantes nas diluições de produtos concentrados; 7) Falta de administração contínua de suplemento; 8) Dificuldades envolvendo principalmente o transporte e a armazenagem dos suplementos. O consumo de minerais por animais criados a campo, como o caso de bovinos, é muito variável e depende de diversos fatores que serão abordados a seguir. 28 IEPEC

30 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Condição fisiológica do animal A categoria animal, bem como a condição fisiológica, determina diferenças em relação às exigências dos diferentes dos minerais essenciais. Quando consideramos o consumo de suplementos minerais em base relativa, ou seja, proporcional ao peso vivo, constata-se que vacas normalmente consomem mais. Bezerros ao pé da vaca consomem muito pouco, mas à medida que crescem, esse consumo aumenta consideravelmente Fertilidade do solo Uma característica importante e que afeta grandemente a composição mineral da planta forrageira é o ph do solo. Apenas como exemplo dessa importância, observa-se que solos corrigidos ou com ph mais elevado, por exemplo, possibilitam maior absorção de molibdênio que prejudica a absorção de cobre. Por outro lado, em ph mais baixo aumentam a absorção de cobre, zinco e manganês. Outra prática importante é a adubação, principalmente com fósforo, que produz melhorias não somente de produção, mas também na composição da forrageira. Segundo a pesquisa, adubações com kg de P 2 O 5 /ha podem elevar as concentrações de fósforo na forragem de 0,02-0,12% para 0,07-0,21%. A adubação pode ser uma prática importante para melhorar os níveis de zinco e enxofre nos solos, e consequentemente, na forrageira. É importante destacar que toda prática de calagem e adubação deve ser realizada apenas após correta amostragem e análise do solo e com a orientação de um técnico competente. Mas, é fundamental não exaurir todos os recursos nutricionais do solo para pensar em realizar estas práticas, que devem ser periódicas. O portal do agroconhecimento 29

31 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Qualidade da forragem A maturidade da planta forrageira traz modificações no teor de minerais, e desses, o elemento que tem a maior queda é o fósforo. As concentrações de outros minerais como magnésio, zinco, cobre, manganês, cobalto e ferro também caem, mas não com a mesma intensidade do fósforo. Essas modificações são reflexo da relação entre folha e colmo e da relação entre folhas novas e folhas velhas. Com o avanço da idade da planta forrageira, ocorre acúmulo de colmos e folhas velhas que apresentam menor concentração de minerais Espécie forrageira É indiscutível as diferenças existentes entre distintas forrageiras quanto ao teor de minerais em sua composição. Tal fato é decorrente de diversos fatores, entre eles a capacidade de extração de minerais do solo (sistema radicular), hábito vegetativo, relação colmo/folha da espécie, entre outros Ingestão de solo A contribuição da ingestão de solo para a ingestão total de minerais é mais importante onde observamos superpastejo. A ingestão de solo pode ser considerada benéfica para alguns minerais (cobalto, iodo e selênio) que apresentam maiores concentrações no solo do que na planta. Por outro lado, a ingestão de solo pode ser considerada prejudicial se considerarmos a ingestão de antagonistas do cobre como zinco, molibdênio e ferro Disponibilidade da forragem Para uma mesma forrageira, com a mesma qualidade, de forma geral, à medida que temos maior disponibilidade de forragem, observamos maior consumo de forragem e maior ingestão de suplementos minerais. 30 IEPEC

32 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Conteúdo mineral da água O consumo de minerais através da água disponibilizada aos animais pode ter uma contribuição importante no consumo total de minerais, e esse fator é muito importante principalmente para os elementos sódio e enxofre Aceitabilidade da mistura mineral O uso de flavorizantes pode aumentar o consumo de suplementos minerais. Bons suplementos, formulados com matéria prima de qualidade, apresentam consumo adequado por parte dos animais e dispensam o uso destes flavorizantes Localização de saleiros e fontes de água Saleiros devem ser monitorados pelo menos duas vezes por semana e devem ser conservados limpos e secos. Eles devem ser mantidos em local de alta disponibilidade de forragem, próximos de sombras ou aguadas, ser cobertos, ter dimensão que possibilite que todos os animais possam consumir o suplemento, e de preferência cada saleiro deve atender aproximadamente 50 animais. Os suplementos minerais completos para bovinos de corte devem apresentar algumas características mínimas para serem considerados adequados à boa suplementação, as quais podem ser observadas na tabela 1.5. O portal do agroconhecimento 31

33 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Características de um bom suplemento mineral para bovinos de corte criados em condições de pastagem. 1 Conter % de P que seja compatível com as exigências dos animais e a fertilidade do solo e composição forrageira. 2 Ter uma relação entre Ca e P não muito superior a 2: Suprir pelo menos 50% das exigências de micro elementos (Co, Cu, I, Zn e Se). Em áreas de deficiência conhecida, deve suprir 100% das exigências de elementos específicos. Incluir sais minerais de alta qualidade que sejam das formas de mais alta biodisponibilidade de cada elemento. Evitar a inclusão de fontes que contenham contaminantes tóxicos. Dar atenção às fontes de fósforo. Ser suficientemente palatável no sentido de produzir o consumo desejado. Ser misturado por empresas idôneas, com controle de qualidade e confiabilidade dos níveis de garantia divulgados nos rótulos. Ter um tamanho de partícula médio que permita uma mistura homogênea sem estratificação das partículas menores. Ter uma relação entre o fósforo e o flúor de no mínimo 100: 1. Apesar do Ministério da Agricultura permitir registros com relação inferior. 9 A solubilidade do fósforo deve ser de no mínimo 90%. 10 Seja formulado no sentido de atender necessidades da área de exploração, categoria animal, nível de produtividade, e dessa forma, seja o mais econômico possível. Fonte: Adaptado de McDowell, (2002). Um aspecto importantíssimo refere-se à qualidade da fonte de fósforo presente nos suplementos minerais. Além de aspectos ligados à absorção aparente do fósforo, deve-se considerar o consumo de metais pesados e de flúor. Na tabela 1.6, podemos observar grandes diferenças na relação entre o fósforo e o flúor para as matérias-primas fornecedoras de fósforo. 32 IEPEC

34 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Tabela Relação P: F em diferentes matérias primas fornecedoras de fósforo. Matéria Prima % de Flúor % de Fósforo Relação P:F Fosfatos Processados Quimicamente de H 3 PO 4 Desfluorado - Via Úmida Fosfato Desfluorado 0,16 18,0 113 Monoamônio Fosfato 0,18 24,0 133 Diamônio Fosfato 0,16 20,0 125 Ácido Fósforico Via Úmida Desfluorado 0,18 23,7 132 Fosfatos Processados de H 3 PO 4 - Via Seca Fosfato Monocálcico 0,03 23,0 767 Fosfato Bicálcico 0,05 18,5 370 Ácido Fósforico Via Seca 0,03 23,7 790 Fosfatos Altos em Flúor Superfosfato Triplo 2,00 21,0 10,5 Ácido Fosfórico Via Úmida não Desfluorado 2,50 23,7 9,5 Fosfato de Patos 1,85 10,5 5,7 Fosfato de Catalão 2,52 14,6 5,8 Fosfato de Araxá 2,40 14,1 5,9 Fonte: Adaptado de Ammerman, (1982). O portal do agroconhecimento 33

35 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Concentração mineral média de macroelementos em forrageiras da América Latina. Elemento Exigências Na forragem (% na MS) 2 (% na MS) Frequência (%) < 0,20 16 Cálcio (1.128) 1 0,22 0,86 0,21 0, ,31 0,49 27 Fósforo (1.129) Magnésio (290) 0,14 0,44 0,10 0,20 > 0,50 42 < 0, ,11 0, ,21 0,30 27 > 0,30 25 < 0,04 1 0,05 0, ,21 0,40 44 > 0,40 21 < 0,05 18 Sódio (146) 0,06 0,10 0,06 0, ,11 0,20 18 Potássio (198) 0,60 0,70 > 0,20 22 < 0, ,61 0,80 3 0,81 2,00 53 > 2, Valores entre parênteses = número de amostras. 2 NRC (2000). Fonte: Adaptado de McDowell et al. (1977). 34 IEPEC

36 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Tabela Concentração mineral média de microelementos em forrageiras da América Latina. Elemento Exigências (mg/kg na MS) 2 Na forragem (mg/kg na MS) Frequência (%) < 0,05 18 Cobalto (140) 0,10 0,06 0, ,11 0,20 24 > 0,20 33 < 4 23 Cobre (236) > 50 5 < 30 4 Ferro (256) > < 20 5 Manganês (293) > < Zinco (177) > Valores entre parênteses = número de amostras. 2 NRC (2000). Fonte: Adaptado de McDowell et al. (1977). O portal do agroconhecimento 35

37 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão As pesquisas têm demonstrado que alguns minerais assumem importância maior em condições tropicais devido às características dos solos e das forrageiras predominantes nessas regiões. Quanto aos macrominerais, os de maior importância são o fósforo e o sódio, pois de forma geral, as nossas forrageiras apresentam teores inadequados. Quanto aos microminerais, destacam-se zinco, cobre, cobalto, iodo e selênio. Cálcio, magnésio, enxofre, potássio, manganês e ferro assumem menor importância em relação à suplementação, pois em grande parte de nossas forrageiras seus teores são adequados. As tabelas 1.7 e 1.8 apresentam uma compilação de análises realizadas em forrageiras tropicais da América Latina, onde podemos observar essas afirmações. 1.4 Estimativa de consumo de suplementos minerais Considerando os fatores que afetam o consumo de suplementos minerais, já abordados no item 3, concluímos facilmente que podem ser observados consumos bem diferentes para uma mesma categoria animal se variações referentes à esses fatores ocorrerem. Apesar das dificuldades de estimarmos esse consumo, alguns parâmetros podem ser utilizados com o objetivo de obtermos esses dados. Considerando as diferentes situações de pastagem que podem ocorrer em nosso país, é constatado pela pesquisa que a ingestão de matéria seca na maior parte das vezes se situa entre 1,5% e 2,3% do peso vivo do animal. Considerando que as exigências mínimas de sódio é próxima de 0,1% da ingestão de matéria seca (NRC, 2000), podemos, com alguma segurança, estimar o provável consumo de um determinado suplemento conforme os passos dados a seguir. 36 IEPEC

38 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes O consumo de matéria seca se situará entre: Consumo de Matéria Seca (g/dia) = [peso vivo x 1,5] x e Consumo de Matéria Seca (g/dia) = [peso vivo x 2,3] x Em seguida, para obtermos o consumo de sódio, fazemos o seguinte cálculo: Consumo de Sódio (g/dia) = [consumo de matéria seca x 0,1] 100 E finalmente obtemos a estimativa de consumo do suplemento: Suplemento (g/dia) = consumo de Sódio x 100 %Na no suplemento 1.5 Avaliação de carências minerais A tabela 1.9 mostra as concentrações de minerais nos principais tecidos do organismo animal, suas vias de excreção e os níveis de ingestão considerados tóxicos. Esses valores podem ser tomados como referenciais. Na tabela 1.10 e na tabela 1.11 são mostrados os níveis considerados críticos para configurar um quadro de carência e quais os tecidos a serem amostrados para realizar as análises pertinentes. O portal do agroconhecimento 37

39 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Concentração dos minerais nos tecidos, as vias de excreção e níveis tóxicos de microelementos minerais em ruminantes. Elemento Concentração (ppm) Soro Músculo Fígado Leite Via Primária de Excreção Nível Tóxico PPM Gado Leiteiro Gado de Corte Cobalto 0,005 0,20 0,25 0,005 Fezes > Cobre ,1-0,2 Fezes Iodo Variável 0,5-1 Urina Ferro 1,5 3,3 9 0,3-0,6 Fezes Manganês 0,02-0,1 0,1-0,3 2,5 0,03 Fezes Molibdênio 0,06-0, ,2 Fezes 5 5 Níquel 0-0, ,1 0,03 Fezes Selênio 0,06-1,1 0,05 2,5 0,03 Urina 5 2 Zinco 0, ,3 Fezes Flúor Fonte: Hansard (1983) e McDowell (1986). 38 IEPEC

40 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Tabela Variações bioquímicas séricas de referência em bovinos, ovinos e caprinos. Mineral Bovino Ovino Caprino Ca (mg/dl) 8,4 11,0 9,3 11,7 9,0 11,6 Ca (mmol/l) 2,1 2,8 2,3 2,9 2,3 2,9 Mg (mg/dl) 1,7 3,0 2,0 2,7 2,1 2,9 Mg (mmol/l) 0,7 1,2 0,8 1,1 0,9 1,2 P (mg/dl) 4,3 7,8 4,0 7,3 3,7 9,7 P (mmol/l) 1,4 2,5 1,3 2,4 1,2 3,1 K (meq./l) 4,0 5,8 4,3 6,3 3,8 5,7 K (mmol/l) 4,0 5,8 4,3 6,3 3,8 5,7 Na (meq./l) 134,5 148,1 141,6 159,6 136,5 151,5 Na (mmol/l) 134,5 148,1 141,6 159,6 136,5 151,5 Fonte: Adaptado de Manual Merck de Veterinária (2001). O portal do agroconhecimento 39

41 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Níveis críticos de macrominerais nos tecidos do organismo animal utilizados para avaliar carências. a, b, c Elemento Tecido Níveis Críticos Osso (s/ gordura) 24,5 % Cálcio Osso (cinza) 37,6 % Magnésio Plasma Soro Urina 8 mg/100 ml 2 mg/100 ml 2-10 mg/100 ml Osso (s/ gordura) 11,5 % Fósforo Osso (cinza) 17,6 % Plasma 4,5 mg/100 ml Sódio Saliva mg/ml a Valores baseados na matéria seca. b As concentrações no solo que sugerem deficiências são: cálcio (0,35 meq/100 g), potássio (0,16 meq/100g), magnésio (0,07 meq/100 g), fósforo (10 ppm). 40 IEPEC

42 Capítulo 1 Os minerais na nutrição de ruminantes Tabela Níveis críticos de microminerais nos tecidos do organismo animal utilizados para avaliar carências. a, b, c Elemento Tecido Níveis Críticos Cobalto Fígado 0,07 ppm Cobre Fígado Soro 75 ppm 0,65 µg/ml Iodo Leite 0,02 µg/ml Ferro Hemoglobina Fígado Transferrina 10 g/100 ml 80 ppm 15% Saturação Manganês Fígado 8 ppm Selênio Zinco Fígado Soro Pelo ou lã Soro Fígado 0,25 ppm 0,03 µg/ml 0,25 ppm 0,80 µg/ml 80 ppm a Valores baseados na matéria seca. b Técnicas de análises não rotineiras para os seguintes elementos são diagnósticos bastante sensíveis: cobalto (vitamina B12), iodo (tiroxina livre), cobre (ceruloplasmina) e selênio (glutationa peroxidase). c As concentrações no solo que sugerem deficiências são: cobre (0,6 ppm), manganês (19 ppm) e zinco (2 ppm). O portal do agroconhecimento 41

43 Material Complementar.pdf Copper Antagonists in Cattle Nutrition capitulo-1-arquivo-1.pdf Recent Advances in Minerals and Vitamins on Nutrition of Lactating Cows capitulo-1-arquivo-2.pdf Nutritional Composition of Latin American Forages capitulo-1-arquivo-3.pdf Major Advances in Applied Dairy Cattle Nutrition capitulo-1-arquivo-4.pdf Update on Trace Mineral Requirements for Dairy Cattle capitulo-1-arquivo-5.pdf

44 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte

45 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 2. Suplementação mineral de bovinos de corte 2.1 Principais aspectos da nutrição mineral de bovinos de corte nos diferentes sistemas de produção Consumo O consumo do suplemento mineral administrado aos animais em condições de pastagem é uma informação absolutamente imprescindível, mas apenas o consumo de uma determinada mistura mineral não quer dizer que nossas dúvidas estão esclarecidas. É indispensável saber o consumo e a concentração de cada elemento na mistura. Bovinos adultos em condições de pastagem normalmente não consomem mais do que 30 a 35 gramas de sal comum. Portanto, a concentração de sal comum (cloreto de sódio) presente na formulação do suplemento mineral será decisiva para definir o consumo. Como já abordado no capítulo anterior, é possível fazermos estimativas de consumo a partir da concentração de sódio do suplemento. Ainda com relação ao uso da suplementação, é importante destacar que quando os animais passam por períodos de escassez de forragem, como nas secas, em que ocorrem restrições quantitativas (baixa disponibilidade de massa de forragem e baixa oferta) e qualitativas (baixa relação folha: colmo; baixo teor de proteína e alto teor de parede celular), a suplementação mineral terá praticamente nenhuma contribuição para melhorar a produção, pois a falta de proteína e/ou energia é mais limitante, e somente com a correção destas deficiências é que haverá resposta à suplementação. 44 IEPEC

46 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Atendimento das exigências O fato de um elemento mineral ser essencial não significa que deva ser suplementado através de misturas minerais, pois a essencialidade apenas estabelece que o elemento seja indispensável na dieta. O que precisamos saber é se a dieta, por si só, já fornece as quantidades necessárias. Por isso, é fundamental a avaliação constante das condições do rebanho e da pastagem. É importante destacar que programas alimentares que incluem o uso de suplementos proteinados, ou outros tipos de suplementos, normalmente já fornecem todos os minerais necessários Deficiências mais comuns e a importância do diagnóstico Apenas o conhecimento das concentrações dos diferentes minerais na forragem e no solo não é suficiente para estabelecermos pareceres conclusivos sobre o fornecimento de minerais aos bovinos de corte criados a campo. O procedimento mais seguro no diagnóstico de deficiências e desequilíbrios em relação à nutrição mineral é o exame do rebanho, complementado por análises químicas de tecido animal (fígado, fluidos) ou ensaios experimentais. A interpretação dos resultados das análises de forragem é importante para auxiliar no diagnóstico. Vejamos os problemas relacionados a estas análises: 1) Interferência na assimilação de um determinado mineral por outro que seja antagonista; 2) Na maior parte das vezes, a amostra da forragem não é representativa daquilo que os animais consomem; 3) Variação nas concentrações dos minerais ao longo do ano; 4) Contaminação da amostra por solo. O portal do agroconhecimento 45

47 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão A interpretação de análises de solo também é importante para auxiliar no diagnóstico. Vejamos os problemas relacionados às análises de solo: 1) Nem todo o mineral encontrado no solo está disponível e será aproveitado pela forragem; 2) A assimilação depende de ph e forma química do elemento no solo. Os trabalhos mais relevantes realizados em condições de pastagem no Brasil, no sentido de determinar carências minerais nos diferentes estados e regiões, constataram que: 1) A deficiência de minerais é mais comum do que se pensa, mas não é mais comum que as deficiências de proteína e energia; 2) Nem todos os problemas são decorrentes de deficiências de minerais; 3) A deficiência de sódio ocorre praticamente em todo o país, com exceção de regiões que apresentam águas salobras; 4) Na grande maioria dos estudos foram observadas elevadas concentrações hepáticas de ferro nos bovinos a campo, e em boa parte dos casos estavam associadas a baixas concentrações de cobre; 5) Valores elevados de ferro hepático são encontrados em bovinos afetados por uma doença denominada de ronca e também em casos da doença do peito inchado ; 6) As deficiências de cobre e cobalto são as mais frequentes entre os microelementos; 7) A deficiência sub-clínica de zinco ocorre com alta frequencia. Animais em pastagem com deficiência marginal de zinco têm cres- 46 IEPEC

48 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte cimento reduzido, queda na fertilidade, baixos valores de zinco sérico, e reduzida resistência a doenças e infecções; 8) Entre os macroelementos destaca-se a deficiência de fósforo como a mais importante; 9) Em relação ao selênio, os dados da literatura brasileira, para animais criados em regime de pasto ainda, são muito escassos e insuficientes para se estabelecer qual a magnitude da deficiência deste elemento Interações importantes entre minerais em condições de pastagem A ocorrência de molibdênio em altas concentrações na forragem, junto com a presença de sulfato, reduz a deposição de cobre nos órgãos e aumenta a excreção de cobre na urina. Altos níveis de zinco e ferro na dieta reduzem a absorção de cobre e tendem a aumentar as exigências deste último. Concentração de zinco superior a 100 ppm reduz a deposição de cobre no fígado. A relação ferro: zinco também é muito importante, e na dieta ela não deve ser superior a 2: 1, pois sendo maior pode-se ter prejuízo na absorção de zinco. As altas concentrações de ferro encontradas em nossas pastagens trazem problemas em relação à nutrição mineral em decorrência de sua ação antagônica em relação à absorção de inúmeros minerais. Nas tabelas 2.1, 2.2 e 2.3 mostramos resultados de composição mineral de pastagens de áreas onde há predominância de pecuária e podemos observar parte das considerações já feitas neste capítulo e no capítulo anterior. O portal do agroconhecimento 47

49 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Composição mineral média de algumas gramíneas consumidas por bovinos na sub-região da Nhecolândia. Mineral Concentração Exigência NRC (2000) Cálcio, % 0,25 0,45 - Fósforo, % 0,09 0,41 - Relação Ca: P 0,9 3,2: 1 - Magnésio, % 0,07 0,20 0,10 0,20 Potássio, % 0,54 3,20 0,60 0,70 Sódio, % 0,038 0,092 0,10 Manganês, ppm Ferro, ppm Zinco, ppm 7,10 32,90 30 Cobre, ppm 2,80 8,10 10 Fonte: (adaptado de Santos et al., 2002) Tabela Composição em macrominerais de plantas coletadas em diferentes fitofisionomias das sub-regiões de Aquidauana e Paiaguás. Mineral Aquidauana Paiaguás NRC (2000) Cálcio, % 0,16 0,28 0,20 0,24 Equações Fósforo, % 0,09 0,41 0,10 0,19 Equações Magnésio, % 0,12 0,25 0,16 0,24 0,10 0,20 Potássio, % 0,65 1,49 1,34 1,90 0,60 0,70 Fonte: Adaptado de Pott et al. (1989a,b) 48 IEPEC

50 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Tabela Concentração média estacional (% da MS) de P em forrageiras dos gêneros Brachiaria e Panicum analisadas na Embrapa Gado de Corte. Forrageira Chuvas Época do Ano Secas B. brizantha 0,13 0,11 B. decumbens 0,13 0,09 B. humidícola 0,14 0,11 P. maximum cv. Colonião 0,17 0,12 P. maximum cv. Tobiatã 0,14 0,10 P. maximum cv. Tanzânia 0,15 0,11 Fonte: Moraes (1998) Sintomas de deficiências mais comuns em pastagem I) Cálcio: considerando-se a composição média das pastagens brasileiras, inclusive com dados já mostrados nas tabelas vistas anteriormente, pode-se constatar que na maior parte das vezes, para os ganhos permitidos por estas mesmas pastagens, decorrentes da %NDT e %PB das mesmas, normalmente não ocorrerá deficiência de cálcio. Outro detalhe importante, é que em condições de oferta de massa de forragem adequada para um bom desempenho animal, com boa oferta de folhas. Esse fato será ainda mais certo, pois as forrageiras apresentam concentrações de cálcio duas vezes maior nas folhas quando comparadas ao colmo. Mas, independente destas altas % de cálcio em forrageiras, pouco se conhece da variação da disponibilidade de cálcio, principalmente porque nestas plantas, este elemento se encontra principalmente O portal do agroconhecimento 49

51 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão na forma de oxalatos e fitatos. No caso de ocorrer, o sintoma mais evidente de deficiência de cálcio em animais jovens é o raquitismo e baixo desenvolvimento esquelético, decorrente da calcificação deficiente da matriz orgânica do osso, resultando em ossos moles e quebradiços. Nos adultos, o sintoma é a osteomalácea, resultado da desmineralização do osso, decorrente das altas taxas de mobilização de cálcio do osso, principalmente em vacas lactantes e em final de gestação. II) Fósforo: a deficiência de fósforo em condições de pastagem é muito comum, e os sintomas da falta deste elemento são uma redução na taxa de crescimento, menor eficiência alimentar, queda nos índices reprodutivos, menor produção de leite e menor taxa de ganho do bezerro, fraqueza e osso frágeis. III) Magnésio: a consideração mais importante em relação ao magnésio deve ser relativa à situação das vacas que parem em épocas de alta taxa de crescimento das pastagens, principalmente no início do período das águas. Outra situação importante a se destacar é quando ocorre fertilização das pastagens com nitrogênio e potássio. Nestas duas condições, é importante observar a incidência de tetania das pastagens, ou hipomagnesemia, o sintoma mais comum da falta de magnésio para o animal. IV) Sódio e Enxofre: a deficiência de sódio é a mais comum, juntamente com a de fósforo. Os sintomas de deficiência de sódio são inespecíficos e incluem redução no consumo de alimento, na taxa de crescimento e na produção de leite, além de ser muito comum a ocorrência de apetite depravado (pica). Deficiência de enxofre em condição de pastagem é incomum e inclui anorexia, perda de peso, emaciação, excessiva salivação e, em casos extremos, morte. 50 IEPEC

52 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte V) Cobalto: a aparência de bovinos de corte com deficiência de cobalto é semelhante aquela de animais que passam por severa restrição alimentar. O sintoma inicial é a perda de apetite, que será rapidamente resolvida se ocorrer a suplementação com cobalto, desde que não tenha ocorrido comprometimento de algum órgão. O baixo consumo acarreta emaciação e fraqueza muscular. A palidez da pele e mucosas resulta da anemia que se desenvolve progressivamente. Embora a infertilidade possa ocorrer como consequencia de pobre condição corporal, algumas pesquisas mais recentes sugerem que a deficiência de cobalto pode provocar infertilidade mesmo quando as vacas apresentam boa condição corporal. VI) Selênio: vacas em pastagens com deficiência de selênio tendem a produzir bezerros com uma distrofia muscular nutricional, denominada doença do músculo branco, que é uma doença degenerativa. VII) Cobre: a deficiência de cobre leva à redução na taxa de crescimento ou mesmo perda de peso, diarréia, despigmentação e alterações na coloração do pelo, fraqueza óssea e fraturas, prejuízo na reprodução, morte súbita, menor resposta imune. A exigência de cobre é de 10 mg/kg (ppm) quando as pastagens contêm baixos níveis de sulfato e molibdênio. Em regiões onde as forragens apresentam Mo e S altos, a exigência de cobre pode aumentar 3 vezes ou mais. Normalmente, em bovinos de corte, a deficiência aparece quando a forragem apresenta menos de 5ppm de cobre e mais de 3ppm de molibdênio. A desidratação da forragem para produção de feno pode alterar a forma química do cobre e aumentar a disponibilidade quando comparado com forragens frescas. VIII) Zinco: deficiência severa de zinco em bezerros produz paraqueratose. O focinho e a boca dos animais ficam inflamados com hemorragias na submucosa. Deficiência leve em animais em fase de terminação reduz o ganho em peso, mesmo quando animais O portal do agroconhecimento 51

53 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão não apresentam quaisquer sinais clínicos da deficiência. Salivação excessiva é um sinal inicial em bovinos, mas é um sinal que confunde com outros problemas. Tourinhos em crescimento podem desenvolver hipogonadismo. Em bovinos, o zinco tem um papel fundamental nos sistemas de enzimas proteolíticas associadas com o turnover protéico muscular, e a falta de zinco diminui a deposição de proteína. As exigências de zinco podem duplicar em períodos de estresse. Alguns autores recomendam até 80 ppm de zinco para bovinos confinados sob condição de estresse e problemas de saúde, devido à queda na ingestão de matéria seca e aumento na excreção dos depósitos orgânicos. IX) Iodo: o bócio em animais recém-nascidos é o sinal definitivo de deficiência de iodo, mesmo que as vacas não apresentem sinais clínicos. Em vacas deficientes de iodo, podemos ter o nascimento de bezerros cegos, sem pelos, fracos ou mortos, dependendo da severidade da deficiência. Deficiência prolongada de iodo reduz a fertilidade de vacas e touros Programas de suplementação mineral Um programa de suplementação para animais em pastagem deve observar: 1) Se o suplemento usado contém concentração adequada de cada mineral para o consumo previsto; 2) Qual a concentração de sódio do suplemento ou da mistura final. Muitas vezes os pecuaristas compram produtos concentrados com a recomendação de diluir 2: 1 e são feitas diluições muito maiores. Maior quantidade de sal comum na mistura significa menor consumo 52 IEPEC

54 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte 3) Se o consumo do suplemento está dentro do estimado e, portanto, monitorar o consumo é fundamental; 4) Todos os animais têm acesso? A dominância social e diferentes categorias podem excluir 20% dos animais de consumir o suplemento; 5) O espaço de saleiro deve ser de 4 8 cm lineares por cabeça. Exemplo: saleiro para 100 animais, com acesso pelos dois lados, deve ter pelo menos 2 metros, que corresponde a 4 cm/cabeça; 6) O suplemento é mantido no saleiro permanentemente? 7) A localização dos saleiros é fundamental para um bom consumo de suplemento e estes devem ficar em áreas de sombras e próximos de fontes de água; 8) Os saleiros devem ser cobertos. Saleiros descobertos produzem empedramento dos suplementos, redução no consumo e desperdício; 9) A altura do saleiro em relação ao solo também é importante. Saleiros colocados no chão refletem menor consumo, pois os animais urinam e defecam no saleiro. A altura deve ser de cm para vacas com cria ao pé, cm para animais de recria e 100 cm para animais em engorda. Um programa de suplementação para animais confinamentos deve observar: 1) Dependendo do porte do confinamento deve-se monitorar a composição mineral dos volumosos e co-produtos utilizados. Para os farelos e grãos tradicionalmente usados, pode-se adotar valores de tabelas de composição de alimentos, pois estes alimentos mantêm maior padronização na composição química, O portal do agroconhecimento 53

55 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 2) Qual o nível de inclusão de concentrados na dieta; 3) Qual o nível de inclusão de grãos no concentrado utilizado; 4) Todos os minerais essenciais devem ser incluídos na formulação do concentrado e devem atender apenas às quantidades faltantes nos alimentos; 5) Observar a % de cálcio da dieta, pois quanto maior a inclusão de grãos menor a % de cálcio na dieta, já que estes alimentos são pobres neste mineral. É comum dieta de confinamento apresentar deficiência de cálcio, ocorrendo o contrário com o fósforo, que frequentemente ocorre acima das exigências; 6) Observar a % de potássio da dieta. Dietas com alta inclusão de grãos podem apresentar potássio abaixo de 0,6%, que é a recomendação mínima (NRC, 2000). 2.2 Exigências minerais em bovinos de corte O potencial genético para desempenho e produtividade dos bovinos de corte tem aumentado e isso aumenta as exigências. Alguns trabalhos mostram diferenças entre raças e grupos genéticos para exigência de cobre. Pesquisas recentes têm demonstrado que as exigências de cobre dos taurinos continentais podem ser de 1,5 vezes às exigências de taurinos britânicos. Estas diferenças parecem estar associadas a maior excreção de cobre através da bile dos primeiros. As exigências de macro e microelementos minerais incluem as exigências de mantença e de produção. Nas exigências de mantença, são consideradas as perdas endógenas. Nas exigências de produção, estão os minerais depositados no 54 IEPEC

56 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte tecido (ganho ou feto) e no leite. A base para o estabelecimento das exigências será o NRC (2000). Para cálcio e fósforo, vamos adotar o método fatorial adotado pelo NRC (2000) que considera as exigências separadamente e depois as soma. Para zebuínos, vamos adotar os dados publicados nas Exigências Nutricionais de Zebuínos e Tabelas de Composição de Alimentos (2006). No método fatorial, determina-se a exigência líquida de cada elemento e em seguida divide-se pelo coeficiente de absorção do mesmo para determinar as exigências dietéticas. EL T = E M + E G + E L + E F, onde: EL T = exigência líquida total E M = exigência de mantença E G = exigência de ganho E L = exigência de lactação E F = exigência para crescimento fetal Fatores que afetam a retenção de minerais nos tecidos: 1) Composição do ganho; 2) Sexo; 3) Grupo genético; 4) Idade; 5) Peso vivo. Fatores dos alimentos que afetam a absorção aparente dos minerais: 1) Forma química: orgânica ou inorgânica; O portal do agroconhecimento 55

57 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 2) Presença de antagonistas em concentrações limitantes; 3) Presença de agonistas em concentrações favoráveis; 4) Taxa de passagem da digesta pelo trato digestório. O NRC (2000) estima as exigências de mantença para cálcio e fósforo considerando que as perdas endógenas de cálcio são de 15,4 mg/kg de PCJe (Peso Corporal em Jejum) e de fósforo são de 16 mg/kg de PCJe. O NRC (2000) considera ainda que os coeficientes de absorção verdadeira do cálcio e do fósforo são, respectivamente, 50 e 68%. Assim, as exigências dietéticas de mantença para cálcio e fósforo podem ser determinadas. Para o cálcio temos: (15,4/50) x 100 = 30,8 mg/kg de PV e para o fósforo temos: (16/68) x 100 = 23,5 mg/kg de PV. É importante destacar que estas exigências para mantença são constantes e independem da idade ou qualquer outra característica dos animais. Assim, uma novilha com 250 kg de peso tem exigências para cálcio de 30,8 x PCJe = 30,8 x (250 x 0,96) = mg/dia, ou 7,392 g/dia; e para fósforo de 23,5 x PCJe = 23,5 x (250 x 0,96) = mg/dia, ou 5,64g/dia. As exigências de cálcio e de fósforo para ganho levam em conta a proteína retida (PR) no ganho; para lactação a concentração média destes elementos no leite e para crescimento fetal, a retenção nos tecidos anexos e no feto (tabelas 2.4 e 2.5). Para o cálcio, as exigências líquidas para ganho são de 7,1 g/100 g de PR, para lactação são de 1,23 g de Ca/kg de leite produzido e para crescimento fetal são de 13,7 g de Ca/kg de peso fetal. Para o fósforo, as exigências líquidas para ganho são de 3,9 g/100 g de PR, para lactação são de 0,95 g de P/kg de leite produzido e para crescimento fetal são de 7,6 g de P/kg de peso fetal. 56 IEPEC

58 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Tabela Estimativa das exigências para cálcio segundo NRC (2000). Função Mantença Crescimento Ganho Lactação Gestação (+ de 180 dias) Exigências (g/dia) 0,0308 x PCJe 0,142 x PR 2,46 x kg de leite 0,304 x PBeN PCJe = peso corporal em jejum em kg (PCJe = PV x 0,96) PR = proteína retida no ganho em gramas Kg de leite = produção de leite da vaca em kg PBeN = peso médio dos bezerros ao nascer em kg Tabela Estimativa das exigências para fósforo segundo NRC (2000). Função Mantença Crescimento Ganho Lactação Gestação (+ de 180 dias) Exigências (g/dia) 0,02353 x PCJe 0,0662 x PR 1,397 x kg de leite 0,124 x PBeN PCJe = peso corporal em jejum em kg (PCJe = PV x 0,96) PR = proteína retida no ganho em gramas Kg de leite = produção de leite da vaca em kg PBeN = peso médio dos bezerros ao nascer em kg Conforme visto nas tabelas 2.4 e 2.5, necessitamos dos valores de proteína retida no ganho (PR), que pode ser estimada através da seguinte formula: PR (g/dia) = GPCJe x {268 [ 29,4 x (ER/GPCJe)]}, onde: GPCJe = ganho de peso corporal em jejum que deve ser dado em kg. GPCJe = GPV x 0,96 ER = energia retida em Mcal/dia. O portal do agroconhecimento 57

59 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão A energia retida por kg de ganho pode ser obtida multiplicando-se o peso vivo por 0,012. Assim, na tabela 2.4 acima, para um animal de 400 kg teremos 400 x 0,012 = 4,80 Mcal/dia. Na tabela 2.6 encontramos 4,60 Mcal/dia, valor obtido pontualmente. Este coeficiente estimará valores maiores para animais mais pesados e valores menores para animais mais leves. Nas tabelas 2.6 e 2.7 são apresentados valores de PR e ER para animais de diferentes pesos em quatro taxas de ganho, ou seja, 0,50; 0,75; 1,00 e 1,25 kg/dia. Tabela Energia retida no ganho em Mcal/dia. Ganho de peso vivo (kg/dia) Peso vivo (kg) ,50 1,50 1,55 1,75 2,00 2,20 2,40 0,75 2,00 2,40 2,70 3,10 3,40 3,70 1,00 2,80 3,30 3,80 4,20 4,60 5,10 1,25 3,50 4,20 4,80 5,40 6,00 6,50 1 Animais zebuínos, machos castrados (NRC, 2000). Tabela Proteína retida no ganho em gramas/dia. Ganho de peso vivo (kg/dia) Peso vivo (kg) , , , , Animais zebuínos, machos castrados (NRC, 2000). 58 IEPEC

60 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte As exigências líquidas obtidas em experimentos com zebuínos mostram 9,25 g de Ca/100 g de PR e 4,89 g de P/100 g de PR. A partir dos dados experimentais, as exigências de cálcio e fósforo para zebuínos, para ganho, podem ser calculadas a partir das equações (Adaptado de Exigências Nutricionais de Zebuínos e Tabelas de Composição de Alimentos, 2006): Cálcio (g/dia), Y = (0,7777 x 10-1,2155 x X -0,2223 ) x 933 x GPV Fósforo (g/dia), Y = (0,7601 x 10-1,4388 x X -0,2399 ) x 933 x GPV Onde: Y = exigência do elemento X = PCVZ (kg), que é obtido assim: PCVZ = PV x 0,896 Com base na MS consumida, as Exigências Nutricionais de Zebuínos e Tabelas de Composição de Alimentos (2006) estimam que animais em crescimento tenham exigências de 0,50 a 0,54% para o potássio, valores muito próximos ao NRC, (2000) que estima 0,6%; 0,05 a 0,06% para o sódio, também próximos ao NRC, (2000) que estima 0,06%; e 0,11 a 0,12% para o magnésio, também próximo ao NRC (2000), que estima 0,10%. Assim, ficaremos com os valores adotados pelo NRC (2000), pois são provenientes de uma base de dados maior. As exigências para os demais macroelementos segundo o NRC (2000), podem ser obtidas pela tabela 2.8 e para os microelementos pela tabela 2.9. O portal do agroconhecimento 59

61 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Exigências de macroelementos segundo NRC (2000). Exigências (% na MS) Mineral Crescimento e terminação Gestação Vacas Início da lactação Magnésio 0,10 0,12 0,20 Potássio 0,60 0,60 0,70 Sódio 0,06 0,08 0,06 0,08 0,10 Enxofre 0,15 0,15 0,15 Tabela Exigências de microelementos segundo NRC (2000). Exigências (mg/kg de MS) Mineral Crescimento e terminação Gestação Vacas Início da lactação Cobalto 0,10 0,10 0,10 Cobre 10,00 10,00 10,00 Iodo 0,50 0,50 0,50 Ferro 50,00 50,00 50,00 Manganês 20,00 40,00 40,00 Selênio 0,10 0,10 0,10 Zinco 30,00 30,00 30,00 60 IEPEC

62 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte 2.3 Estudos de casos em nutrição mineral de bovinos de corte Nas próximas três tabelas serão mostrados dados de composição mineral (Ca, P, Mg e S) de alimentos que comumente participam da dieta de bovinos de corte. Além disso, são mostradas as exigências destes elementos para animais de diferentes idades (pesos) e taxas de ganho diário. Tabela Concentração de cálcio em alguns alimentos e exigências do elemento por bovinos de corte em diferentes taxas de ganho. Alimento % de cálcio Exigência (%MSI) 0,4 0,9 kg GPV/dia Exigência (%MSI) 1,3 kg GPV/dia Milho 0,04 Sorgo 0,05 Aveia 0,06 Farelo de arroz 0,10 Farelo de algodão 0,16 Cana-de-açúcar 0,21 Braquiária 0,29 Farelo de soja 0,30 0,31 0,51 (200 kg PV) 0,25 0,36 (300 kg PV) 0,70 (200 kg PV) 0,48 (300 kg PV) Silagem de milho 0,31 0,22 0,29 (400 kg PV) 0,37 (400 kg PV) Silagem de sorgo 0,46 Coastcross 0,46 Tanzânia 0,48 Casca de soja 0,53 Polpa de citrus 1,85 O portal do agroconhecimento 61

63 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Na tabela 2.10 pode-se observar a % de cálcio de vários alimentos, bem como as exigências de cálcio para animais de 200, 300 e 400 kg de peso vivo, em três diferentes taxas de ganho, 0,4; 0,9 e 1,3 kg/dia. Os dados mostram que os grãos são muito pobres em cálcio e as forrageiras tem % bem mais elevadas. Além disso, observa-se que para uma mesma taxa de ganho, a exigência de cálcio decresce com o peso vivo do animal e aumenta com o aumento da taxa de ganho. Enquanto a exigência para animais de 200 kg para ganho de 0,4 kg/ dia é de 0,31% na MS, para ganho de 1,3 kg/dia é mais que o dobro, ou seja, 0,7%. Considerando animais de diferentes pesos, observa-se que para ganho de 0,4 kg/dia, as exigências são de 0,31%, 0,25% e 0,22% com base na IMS para animais com 200, 300 e 400 kg de peso vivo, respectivamente. Na tabela 2.11 pode-se observar a % de fósforo de vários alimentos, bem como as exigências de fósforo para animais de 200, 300 e 400 kg de peso vivo, em três diferentes taxas de ganho, 0,4; 0,9 e 1,3 kg/dia. Ao contrário do cálcio, os dados mostram que os grãos são ricos em fósforo e as forrageiras têm % bem menores. Além disso, observa-se que para uma mesma taxa de ganho, a exigência de fósforo decresce com o peso vivo do animal e aumenta com o aumento da taxa de ganho. Enquanto a exigência para animais de 200 kg, para ganho de 0,4 kg/ dia é de 0,18% na MS, para ganho de 1,3 kg/dia é o dobro, ou seja, 0,36%. Considerando animais de diferentes pesos, observa-se que para ganho de 0,4 kg/ dia, as exigências são de 0,18%, 0,15% e 0,14% com base na MS para animais com 200, 300 e 400 kg de peso vivo, respectivamente. Esses dados mostram que em muitas situações, para animais de 300 a 400 kg, podemos atender as exigências de fósforo sem necessidade de suplementação deste elemento, pois não é incomum concentrações de fósforo de 0,14 e 0,15% na matéria seca. Os dados das tabelas 2.10 e 2.11 também são importantes para compreender porque, em condições de pastagem, a deficiência de fósforo é mais comum, e em confinamentos a deficiência de cálcio é mais comum. 62 IEPEC

64 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Tabela Concentração de fósforo em alguns alimentos e exigências do elemento por bovinos de corte em diferentes taxas de ganho. Alimento % de fósforo Exigência (%MSI) 0,4 0,9 kg GPV/dia Exigência (%MSI) 1,3 kg GPV/dia Cana-deaçúcar 0,06 Braquiária 0,10 Polpa de citrus 0,13 Coastcross 0,16 Casca de soja 0,18 Tanzânia 0,18 Silagem de sorgo Silagem de milho 0,22 0,24 Milho 0,31 Sorgo 0,34 Aveia 0,35 Farelo de soja 0,70 0,18 0,27 (200 kg PV) 0,15 0,21 (300 kg PV) 0,14 0,17 (400 kg PV) 0,36 (200 kg PV) 0,26 (300 kg PV) 0,21 (400 kg PV) Farelo de algodão Farelo de arroz 0,10 1,73 Na tabela 2.12 são mostradas as porcentagens médias de magnésio e enxofre dos mesmos alimentos das tabelas 2.10 e 2.11, bem como, as exigências de Mg e S. Observa-se que na maior parte dos casos as exigências destes dois elementos são atendidas, e que raramente vamos encontrar deficiência de Mg em bovinos de corte, mesmo em condições de pastagem. Já para o S podemos ter deficiência, mas se considerarmos que para os alimentos que mostram menores % do elemento dificilmente O portal do agroconhecimento 63

65 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão seriam fornecidos exclusivamente, pode-se concluir o mesmo, dificilmente vamos encontrar deficiência. É importante destacar que em sistemas de alimentação que usam a técnica da mistura cana + uréia, é importante a correção da % de uréia na dieta. Tabela Concentração de magnésio e de enxofre em alguns alimentos e exigências dos elementos por bovinos em diferentes taxas de ganho. Alimento % de Mg Exigência (%MSI) Alimento % de S Exigência (%MSI) Milho 0,11 Cana 0,07 Coastcross 0,15 Polpa de citrus 0,08 Sorgo 0,15 Casca de soja 0,11 Aveia 0,16 Braquiária 0,11 Polpa de citrus 0,17 Silagem de milho 0,12 Braquiária 0,20 Silagem de sorgo 0,12 Silagem de milho 0,22 Tanzânia 0,13 Casca de soja 0,22 0,10 0,20 Milho 0,14 0,15 Cana-deaçúcar 0,25 Sorgo 0,14 Tanzânia 0,25 Coastcross 0,17 Silagem de sorgo 0,28 Farelo de arroz 0,20 Farelo de soja 0,32 Aveia 0,21 Farelo de algodão 0,35 Farelo de algodão 0,26 Farelo de arroz 0,97 Farelo de soja 0,48 64 IEPEC

66 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Estudo de caso 1 - Confinamento No primeiro caso a ser analisado temos duas situações diferentes para animais confinados. Foram utilizados os mesmos alimentos para compor as duas dietas, e a composição percentual e química das mesmas é mostrada na tabela A dieta 1 foi formulada para ganho mais moderado, da ordem de 1,05 kg/dia e a dieta 2 para ganho de 1,40 kg/dia. Os animais confinados eram cruzados, castrados, com peso vivo inicial de 380 kg, e o consumo estimado das duas dietas são mostrados na tabela Propositalmente, as dietas foram formuladas sem inclusão de suplementos ou pré-misturas minerais, justamente para avaliar o que ocorre com o suprimento de minerais. Obviamente que numa atividade com orientação técnica isto não ocorreria. Tabela Composição das dietas do confinamento. Alimentos Dieta 1 (%MS) Dieta 2 (%MS) Farelo de algodão 38% 10,90 9,30 Cana-de-açúcar 65,70 34,30 Milho 22,40 55,40 Uréia 1,00 1,00 Nutrientes PB, % 11,00 12,50 NDT, % 65,00 75,00 O portal do agroconhecimento 65

67 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Características dos animais e das dietas e análise do fornecimento de minerais aos animais confinados. Dieta Sexo Castrado Castrado Peso vivo NDT dieta 380 kg 380 kg 65% 75% IMS 9,10 kg/dia 8,80 kg/dia GPV 1,05 kg/dia 1,40 kg/dia Mineral Exigência 2 Fornecido Déficit Exigência Fornecido Déficit Ca 0,33 0,16 0,17 0,42 0,11 0,31 P 0,19 0,20 0,23 0,25 Mg 0,10 0,16 0,10 0,16 Na 0,08 0,03 0,05 0,08 0,02 0,06 K 0,60 0,72 0,60 0,55 0,05 Cu 10,00 4,50 5,50 10,00 4,00 6,00 Fe 50,00 303,00 50,00 180,00 Mn 20,00 35,00 20,00 24,00 Zn 30,00 40,00 30,00 33,00 1 Dietas na tabela Exigências de Ca, P, Mg, Na e K em %, e de Cu, Fe, Mn e Zn em mg/kg. Com o aumento do ganho, usando uma dieta com mais concentrado e, portanto, com mais energia, dado aqui pela dieta 2 (tabela 2.13), observamos o seguinte: 1) Apesar da deficiência de cálcio ter ocorrido nas duas dietas, ela foi maior com maior quantidade de grãos na dieta, o que mostra que em confinamentos a deficiência de cálcio é muito comum e deve ser avaliada com mais cuidado que a de fósforo; 66 IEPEC

68 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte 2) Não é observada deficiência de fósforo para as duas dietas, fato que mostra que realmente, de forma geral, misturas minerais para balanceamento de dietas para confinamento podem dispensar a inclusão de fontes de fósforo; 3) O sódio é deficiente nas duas dietas, mostrando que independente do regime alimentar de bovinos de corte, esse elemento sempre mostra deficiência; 4) O potássio não foi deficiente na dieta 1 (alto volumoso), mas foi deficiente na dieta 2 (alto grão), confirmando a preocupação com os níveis de potássio em dietas alto grão, para ganhos elevados. Os grãos normalmente apresentam porcentagem de potássio abaixo de 0,5% na MS, o que está abaixo do mínimo recomendado pelo NRC (2000); 5) O cobre foi deficiente nas duas dietas; 6) Independente da dieta, constata-se excesso de ferro muito acima das exigências, demonstrando que não devemos incluir fontes de ferro em dietas para bovinos adultos; 7) As concentrações de zinco e manganês foram adequadas; 8) Quanto ao cobalto, iodo e selênio, recomendamos a inclusão de fontes destes elementos na formulação do concentrado, pois são de difícil análise laboratorial e normalmente se apresentam abaixo das recomendações. No caso do cobalto e do iodo, dificilmente serão atingidos níveis tóxicos, independente de quanto houver nos alimentos da dieta, mas para o selênio é importante considerar esta possibilidade. O portal do agroconhecimento 67

69 2.3.2 Estudo de caso 2 - Pastagem Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão O caso de estudo 2 considera dois grupos semelhantes de animais, caracterizado por garrotes em recria, com peso vivo de 300 kg. Na tabela 2.15 observamos as características gerais do caso, as exigências de minerais e o fornecido pela pastagem na época da seca e nas águas. Nas duas épocas do ano foi utilizado o mesmo suplemento que continha 100 g de Ca, 45 g de P e 130 g de Na por kg de mistura. Na seca ocorrerá uma ingestão de aproximadamente gramas/dia, e nas águas ocorrerá uma ingestão de gramas/dia. Na seca não haverá qualquer ganho em peso, e nas águas 0,65 kg/dia. Neste caso 2 verifica-se que em ambas as situações foram atendidas as exigências de Ca, Mg, K, Fe e Mn. Foram desconsideradas as exigências de Co, I e Se pela dificuldade de monitorar a composição das pastagens para estes minerais e para assegurar o atendimento das exigências, devemos fornecer 100% das exigências através do suplemento mineral. Observamos que proporcionalmente houve aumento do déficit apenas para o fósforo, mas em valores absolutos houve aumento do déficit para P, Na, Cu e Zn, conforme mostrado a seguir. Os déficits diários em gramas para os macroelementos são calculados assim: Déficit = (IMS (em gramas) x %)/100 No caso do P: Déficit = (5700 x 0,03)/100 = 1,71 g/dia Os déficits diários em miligramas para os microelementos são calculados assim: Déficit = (IMS (em kg) x mg) No caso do cobre: Déficit = 5,7 x 7 = 39,90 ou 40 mg/dia 68 IEPEC

70 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Então teremos: Déficit na Seca: 1,7 g de P; 2,85 g de Na; 40 mg de Cu e 57 mg de Zn. Déficit nas Águas: 3,6 g de P; 3,6 g de Na; 50 mg de Cu e 72 mg de Zn. Tabela Análise do fornecimento de minerais para dois grupos de bovinos em condições de pastagem, na seca e nas águas. Época Seca 1 Águas 2 Sexo Castrado Castrado Peso vivo 300 kg 300 kg NDT pasto 50% 61% IMS 5,70 kg/dia 7,20 kg/dia GPV 0,00 kg/dia 0,68 kg/dia Mineral Exigência 3 Fornecido Déficit Exigência Fornecido Déficit Ca 0,17 0,30 0,33 0,38 P 0,13 0,10 0,03 0,19 0,14 0,05 Mg 0,10 0,10 0,10 0,14 Na 0,08 0,03 0,05 0,08 0,03 0,05 K 0,60 1,20 0,60 1,40 Cu 10,00 3,00 7,00 10,00 3,00 7,00 Fe 50,00 200,00 50,00 220,00 Mn 20,00 80,00 20,00 100,00 Zn 30,00 20,00 10,00 30,00 20,00 10,00 1 Composição da pastagem: 0,30% de Ca; 0,10% de P; 0,10% de Mg; 0,03% de Na; 1,20% de K, 3 ppm de Cu; 200 ppm de Fe; 80 ppm de Mn e 20 ppm de Zn. 2 Composição da pastagem: 0,38% de Ca; 0,14% de P; 0,14% de Mg; 0,03% de Na; 1,40% de K, 3 ppm de Cu; 220 ppm de Fe; 100 ppm de Mn e 20 ppm de Zn. 3 Exigências de Ca, P, Mg, Na e K em %, e de Cu, Fe, Mn e Zn em mg/kg. O portal do agroconhecimento 69

71 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Para a seca, a ingestão será de 45 gramas de suplemento por dia, assim haverá um consumo de 2 g de P e 5,8 g de Na, atendendo o déficit. Nas águas, ocorrerá uma ingestão de 55 gramas de suplemento por dia, assim haverá um consumo de 2,48 g de P e 7,15 g de Na. Neste caso, o suplemento mineral não atende o déficit de P que é de 3,6 g/dia, e o correto seria usar um produto com 65 g de P/kg, ou 6,5% de P. A análise do caso acima nos mostra claramente que o uso corrente do mesmo suplemento para uma determinada categoria animal não é uma prática tecnicamente viável, pois poderá corrigir plenamente a deficiência da pastagem em uma determinada época do ano, e deixar a desejar na época mais importante, que é a época das águas, período de maiores ganhos Estudo de caso 3 - Pastagem O caso de estudo 3 considera um grupo de novilhos castrados, com 350 kg de peso vivo, em duas pastagens com composição mineral diferente. O NDT das pastagens (60%) permite ganhos de 0,65 kg/dia, e será feita a avaliação da nutrição mineral nas duas situações. Na tabela 2.16 são mostradas as características do caso. Na segunda coluna são mostradas as exigências em minerais, na terceira coluna o que o pasto 1 oferece, na quarta coluna o déficit neste pasto, na quinta coluna o que o pasto 2 oferece, na sexta coluna o déficit neste pasto, na sétima coluna a composição do suplemento mineral e na última coluna o fornecido pelo suplemento. 70 IEPEC

72 Capítulo 2 Suplementação mineral de bovinos de corte Tabela Análise do fornecimento de minerais para dois grupos de bovinos em pastagens com diferente composição mineral. Sexo Castrado Peso vivo 350 kg NDT pasto 60% IMS 7,70 kg/dia GPV 0,65 kg/dia Mineral Exigência Pastagem 1 Déficit Pastagem 2 Déficit SM Fornecido Ca 0,33 0,30 0,03 0, ,110 P 0,19 0,11 0,08 0,16 0,03 6 0,055 Mg 0,10 0,11 0,13 0,5 Na 0,08 0,03 0,05 0,04 0, ,100 K 0,60 1,10 1,30 Cu Fe Mn Zn Pastagem 1: 0,30%Ca, 0,11%P, 0,11%Mg, 0,03%Na, 1,10%K, 4ppm Cu, 180ppm Fe, 76 ppm Mn e 18 ppm Zn. Pastagem 2: 0,40%Ca, 0,16%P, 0,13%Mg, 0,04%Na, 1,30%K, 5ppm Cu, 240ppm Fe, 110 ppm Mn e 22 ppm Zn. Neste caso observamos que ocorreram deficiências nas duas pastagens, mas esta deficiência é mais acentuada na pastagem 1. O fornecido de minerais pelo suplemento mineral foi contabilizado considerando um consumo de 70 gramas por dia do produto. A forma de calcular o fornecido pelo suplemento de cada mineral é mostrada a seguir: O portal do agroconhecimento 71

73 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Para macroelementos como, por exemplo, o fósforo: Fornecimento de fósforo (% na MS) = {[(70 x 6)/100] / 7700} x 100. O fornecimento de fósforo do suplemento em relação à MS ingerida é de 0,055%. Para microelementos como, por exemplo, o cobre: Fornecimento de cobre (ppm) = [(70 x 1500) / 1000] / 7,7. O fornecimento de cobre do suplemento em relação à MS ingerida é de 13,6 ppm. Nos dois casos devemos subtrair o valor da coluna do déficit de cada pastagem do valor obtido para fornecido (suplemento). Se o valor for positivo, o suplemento atendeu às exigências, mas se o valor for negativo, não atendeu. No caso, o suplemento atendeu plenamente as deficiências minerais da pastagem 2, mas no caso da pastagem 1 faltou fósforo. Neste caso, a deficiência foi de 0,025% (0,055 0,08), que traduzido em gramas de fósforo dá 1,93 gramas por dia. O cálculo é feito assim: (7700 x 0,025)/100. Dessa forma, constatamos que apesar do suplemento ser muito bom, com uma concentração de fósforo de 6% (60 g/kg), ainda não foi suficiente para atender o caso da pastagem 1. Podemos inclusive determinar qual deveria ter sido a concentração de fósforo neste caso. O cálculo é feito assim: (1,93 / 70) x 1000 = 27,6 gramas de fósforo por kg de produto. Neste caso, para atender a deficiência da pastagem 1, deve-se usar um produto com 87,6 g de P/kg ou 88 g/kg (8,8%). 72 IEPEC

74 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros

75 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 3. Suplementação mineral de bovinos leiteiros 3.1 Aspectos importantes da nutrição mineral de bovinos leiteiros Os minerais são importantes para o funcionamento de basicamente todos os processos bioquímicos que ocorrem no organismo animal. Há vários macro e micro elementos que têm sido identificados como essenciais para os animais domésticos. O fornecimento de quantidades adequadas dos minerais essenciais no sentido de atender às exigências é um ponto crítico para maximizar a produtividade e a saúde de bovinos leiteiros. As mais recentes pesquisas com minerais para bovinos leiteiros têm focado nas exigências para as diferentes fases do ciclo produtivo, para a disponibilidade dos minerais nos diferentes alimentos e fontes destes elementos e na interação entre diferentes minerais. O fósforo tem recebido um renovado interesse em decorrência de seu potencial efeito sobre o ambiente. Dietas com concentração de fósforo entre 0,38 e 0,42% são adequadas, mesmo para vacas de alta produção (> kg de leite/lactação). Dietas com maiores concentrações de fósforo não beneficiam os animais e aumentam a excreção de fósforo. Entre os microminerais, o selênio e o cobre são os mais estudados, sendo que o selênio tem recebido maior atenção. Um melhor entendimento da transferência maternal de selênio, a disponibilidade deste elemento em diferentes fontes, e as concentrações plasmáticas ideais de selênio são alvos das recentes pesquisas. A exigência de minerais na dieta é uma função do requerido pelo metabolismo, das perdas endógenas ou inevitáveis e da eficiência em que o mineral é absor- 74 IEPEC

76 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros vido da dieta. As exigências de muitos minerais não são constantes, mas são afetadas por vários fatores ligados à dieta e aos processos fisiológicos, as quais afetam tanto a absorção como a demanda metabólica. Fatores fisiológicos que afetam as exigências incluem genética, idade, sexo, estado fisiológico (manutenção, crescimento, reprodução e lactação) e o nível de produção. O principal fator ligado à dieta é a taxa de absorção pelo trato digestório de cada mineral, em cada fonte ou alimento incluído na mesma. As exigências definidas no NRC (2001) e em outras publicações são sempre estimativas. A exigência real para um dado mineral, sob uma determinada condição, pode ser maior ou menor que o estabelecido pelas estimativas. No NRC (2001), as exigências para a maioria dos minerais foram estimadas usando um modelo fatorial. As estimativas são dadas em função da absorção do elemento e das exigências para manutenção e para as diferentes funções (crescimento, lactação e gestação). A exigência total é obtida dividindo-se a exigência líquida pelo coeficiente de absorção. As exigências de manutenção no modelo são obtidas em função da perda endógena fecal e urinária e através da transpiração. As exigências para lactação são determinadas da concentração do mineral no leite multiplicada pela produção de leite corrigida para 4% de gordura, e as exigências para crescimento foram derivadas da quantidade retida do material por kg de ganho de peso corporal. As exigências para gestação foram definidas como a quantidade do mineral retida dentro do trato reprodutivo (feto, conteúdo uterino e útero) para cada dia de gestação. As exigências de minerais para fêmeas gestantes com menos de 190 dias de gestação são consideradas pequenas e não entram no modelo do NRC (2001). A principal vantagem do sistema fatorial de cálculo de exigências é que estas podem ser estimadas para uma ampla variedade de situações e níveis de produção. A exatidão na determinação das exigências derivadas do procedimento fatorial é dependente dos dados utilizados no modelo. A determinação da quantidade do mineral presente no leite e no ganho de peso corporal pode ser obtida com uma razoável precisão. Já para exigências de manutenção e para os coeficientes de absorção, as dificuldades são muito grandes, e consequentemente, O portal do agroconhecimento 75

77 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão são as principais fontes de erro do modelo. A perda endógena fecal compreende o principal componente das exigências de manutenção para a maioria dos minerais. Essa perda é composta por minerais que são secretados para a luz do trato digestório e não são reabsorvidos. Tais perdas são provenientes da saliva, da bile, do suco pancreático, do suco entérico e das células da descamação epitelial do trato digestório. A medida da perda endógena fecal geralmente requer o uso de radioisótopos e os valores obtidos podem ser afetados pela concentração na dieta e nos estoques do organismo animal. A determinação do coeficiente de absorção aparente, especialmente para minerais traços, é difícil e os dados de pesquisa são escassos. O coeficiente de absorção aparente pode ser afetado por fatores dietéticos (antagonistas, nível do mineral, etc), tanto quanto por fatores ligados ao animal (idade, estágio fisiológico, etc). A importância de suprirmos através da dieta todas as demandas orgânicas de minerais em vacas leiteiras é inquestionável e, apesar das dificuldades de estabelecimento preciso das exigências, a pesquisa deve continuar explorando esse assunto. Uma dificuldade comum encontrada por técnicos refere-se à obtenção da concentração de microelementos minerais nos diferentes alimentos, já que as tabelas de composição de alimentos são deficientes nestas informações. Assim, deve-se adotar um programa de suplementação destes nutrientes na elaboração da dieta de forma a suprir adequadamente a demanda. 3.2 Exigências de minerais em bovinos leiteiros Macroelementos I) Cálcio: as exigências de cálcio para as diferentes funções são dadas como cálcio absorvido. O NRC (2001) considera um coeficiente de absorção de 30% para forrageiras e de 60% para os concentrados. 76 IEPEC

78 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Para manutenção, a exigência é de: Animais não lactantes = 0,0154 x kg PV (g/dia). Animais em lactação = 0,031 x kg PV(g/dia). Para crescimento, a exigência é calculada pela fórmula: Ca (g/dia) = [9,83 x (PVM 0,22 ) x (PV -0,22 )] x GPV, onde: PVM = peso vivo à maturidade (kg); PV = peso vivo (kg) e GPV = ganho de peso vivo (kg). Para gestação, considera-se a exigência apenas quando a vaca está com mais de 190 dias em gestação, e utiliza-se a formula abaixo: Ca (g/dia) = 0,02456 x e (0, ,00007t)t - 0,02456 x e [0, ,00007(t-1)](t-1), onde: t = dias de gestação. Para a função lactação, leva-se em conta o grupo genético para definir a exigência, sendo para vacas Holandesas = 1,22 g por kg leite produzido, para vacas Jersey = 1,45 g por kg leite produzido e para outras raças = 1,37 g por kg leite produzido. II) Fósforo: as exigências de fósforo para as diferentes funções são dadas como fósforo absorvido. O NRC (2001) considera um coeficiente de absorção de 64% para forrageiras e de 70% para concentrados. Para manutenção, a exigência é de: 1 g por kg de MSI mais 0,002 g por kg PV para repor as perdas endógenas. O portal do agroconhecimento 77

79 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Para o crescimento, a exigência é calculada pela formula abaixo: P (g/dia) = [1,2 + (4,635 x (PVM 0,22 ) x (PV -0,22 )] x GPV, onde: PVM = peso vivo à maturidade (kg), PV = peso vivo (kg) e GPV = ganho de peso vivo (kg). Para gestação, considera-se a exigência apenas quando a vaca está com mais de 190 dias em gestação, e utiliza-se a formula abaixo: P (g/dia) = 0,02743 x e (0, ,000075t)t - 0,02743 x e [0, ,000075(t-1)](t-1), onde: t = dias de gestação. A exigência de fósforo para lactação é obtida pelo valor de 0,90 g/kg de leite produzido pela vaca. III) Magnésio: a exigência de magnésio para manutenção para animais com mais de 100 kg de PV é de 0,3 g/100 kg PV. Para animais em crescimento é de 0,45 g/kg de GPV. Vacas gestantes com mais de 190 dias de gestação devem receber um adicional de 0,33 g de Mg/dia, além da manutenção. A exigência de Mg para lactação é de 0,12-0,15 g de Mg/kg de leite produzido. O coeficiente de absorção aparente do magnésio, para a maioria dos alimentos, varia de 11 a 37%, com a maioria dos valores na faixa de 20 a 30%. O NRC (2001) considera que a absorção aparente de magnésio dos alimentos utilizados por vacas leiteiras é de 16%. 78 IEPEC

80 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros IV) Sódio: as exigências de sódio para as diferentes funções também são dadas como sódio absorvido. O NRC (2001) considera que o coeficiente médio de absorção do sódio independente da dieta ou alimento é de 90%. Em relação à manutenção, tanto de vacas não lactantes como de animais em crescimento, a exigência é de 1,5 g de Na/100 kg de PV. Para vacas lactantes, a exigência é muito maior, sendo de 3,8 g de Na/100 kg de PV. Além disso, deve-se considerar um adicional devido à temperatura ambiente: Temperaturas de o C, adicionar 0,10 g/100 kg PV. Temperaturas acima de 30 o C, adicionar 0,50 g/100 kg PV. Para animais em crescimento pesando entre kg, adicionar 1,40 g/kg de GPV. Para a gestação, considerar a exigência apenas após 190 dias de gestação e acrescentar 1,39 g de Na/dia. Para lactação, deve-se fornecer 0,63 g de Na/kg de leite produzido. V) Cloro: a exigência de cloro para manutenção é de 2,25 g de Cl/100 kg de PV e o NRC (2001) considera para todos os alimentos uma absorção média de 90%. Para animais em crescimento pesando entre kg, devem ser fornecidos 1 g de Cl/kg de GPV. Para gestação, considerar a exigência apenas após 190 dias de gestação acrescentando 1 g de Cl/dia. E para a lactação, a exigência é de 1,15 g de Cl/kg de leite produzido. O portal do agroconhecimento 79

81 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão VI) Potássio: a exigência de potássio para manutenção varia em função do estado fisiológico, e o modelo do NRC (2001) considera uma absorção média de 60% para o potássio, independente do alimento. Para animais em crescimento e vacas não lactantes, a exigência é obtida considerando-se 3,8 g de K/100 kg PV mais 2,6 g/kg MSI. Para vacas em lactação, a exigência é obtida considerando-se 3,8 g de K/100 kg PV mais 6,1 g/kg MSI. A temperatura afeta a exigência de potássio e deve-se considerar: Temperaturas entre 25 e 30 o C, adicionar 0,04 g de K/100 kg PV. Temperaturas acima de 30 o C, adicionar 0,4 g de K/100 kg PV. Para animais em crescimento pesando entre 150 e 600 kg de PV, fornecer 1,6 g de K/kg de GPV. Para gestação, deve-se fornecer 1,027 g/dia após 190 dias. A exigência de potássio para lactação é de 1,5 g/kg de leite produzido. VII) Enxofre: independente da categoria, a exigência de enxofre é de 0,2% da MS da dieta. Um aspecto importante ligado ao enxofre é a relação N:S, que para melhor utilização do nitrogênio não protéico da dieta deve ser de no máximo 10 12N para cada S Microelementos I) Iodo: a exigência de iodo é considerada apenas para manutenção e lactação. Para manutenção, deve-se fornecer 0,33 mg de I/kg de MS, e para lactação, 0,45 mg de I/kg de MS. 80 IEPEC

82 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros II) Ferro: a exigência de ferro leva em conta apenas a idade dos animais. Para bezerros, é de mg de Fe/kg de MS e para adultos, mg de Fe/kg de MS. III) Cobre: as exigências de cobre (tabela 3.1) dependem da função produtiva e como o cobre é absorvido. Para manutenção, a exigência é de 7,1 mg/kg de peso vivo. Para crescimento, é de 1,15 mg de Cu/kg de GPV. Para gestação, a exigência de cobre depende do período de gestação: com menos de 100 dias é de 0,5 mg/dia, entre 100 e 225 dias é de 1,5 mg/dia e com mais de 225 dias é de 2 mg/dia. Para vacas em lactação, a exigência é de 0,15 mg/kg de leite produzido. A eficiência de absorção de cobre em diferentes dietas pode ser calculada utilizando a equação mostrada abaixo e desenvolvida por McLauchlan (1976). log (cobre absorvível) = -1,153-0,076 (S) - 0,013 (S x Mo) Onde S = g de S/kg MS da dieta e Mo = mg de Mo/kg MS da dieta. A absorção de cobre em bezerros de 3 a 14 semanas de idade varia de 50 a 60%. Com o desenvolvimento do rúmen, o coeficiente de absorção do cobre cai significativamente para valores que variam de 1 a 5%. O portal do agroconhecimento 81

83 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Exigências de cobre como concentração na dieta (mg/kg de MS) de fêmeas em diferentes estágios fisiológicos. Categoria Animal IMS (kg/dia) ARC (1980) NRC (1989) NRC (2001) Novilhas (300 kg), GMD 1 = 0,7 kg 6 11,8 10,0 12,0 Novilhas (500 kg), GMD = 0,5 kg Gestação = 250 dias Vacas (650 kg), Produção = 40 kg/ dia 10 15,4 10,0 15, ,7 10,0 15,7 Vacas (650 kg), Gestação = 270 dias 12 13,9 10,0 13,7 1 GMD = ganho médio diário IV) Cobalto: a exigência de cobalto é de 0,11 mg/kg de MS da dieta ou 0,11 ppm. V) Manganês: a exigência de manganês é fixa para todas as categorias e varia de 30 a 40 mg de Mn/kg de MS. Na tabela 3.2 verificamos a exigência de manganês de diferentes animais segundo 2 sistemas de nutrição, o ARC (1980) e o NRC (1996, 2001). Tabela Exigências de manganês como concentração na dieta (mg/kg de MS) de fêmeas em diferentes estágios fisiológicos. Categoria Animal IMS (kg/dia) ARC (1980) NRC (1989) NRC (2001) Novilhas (300 kg), GMD 1 = 0,7 kg 6 10,0 40,0 24,2 Novilhas (500 kg), GMD = 0,5 kg Gestação = 250 dias Vacas (650 kg), produção = 40 kg/ dia Vacas (650 kg), gestação = 270 dias ,0 40,0 22, ,0 40,0 16, ,0 40,0 17,8 1 GMD = ganho médio diário 82 IEPEC

84 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros VI) Zinco: a exigência de zinco fica entre 30 e 60 mg de Zn/kg de MS. Na tabela 3.3 verificamos a exigência de zinco de diferentes animais segundo 2 sistemas de nutrição, o ARC (1980) e o NRC (1989, 2001). Tabela Exigências de zinco como concentração na dieta (mg/ kg de MS) de fêmeas em diferentes estágios fisiológicos. Categoria Animal IMS (kg/dia) ARC (1980) NRC (1989) NRC (2001) Novilhas (300 kg), GMD 1 = 0,7 kg 6 25,0 40,0 33,0 Novilhas (500 kg), GMD = 0,5 kg Gestação = 250 dias 10 20,4 40,0 31,0 Vacas (650 kg), produção = 40 kg/dia 20 47,3 40,0 63,0 Vacas (650 kg), gestação = 270 dias 12 14,8 40,0 22,8 1 GMD = ganho médio diário VII) Selênio: a exigência de selênio é de 0,3 mg de Se/kg de MS independente de categoria e nível de produção. VIII) Flúor: o flúor está presente principalmente nos ossos e é essencial para o crescimento. A parte inorgânica do osso é hidróxi-apatita (3 Ca 3 (PO 4 ) 2 Ca(OH) 2 ) e, em condições de excesso de flúor, o radical OH pode ser substituído pelo F. As espécies de animais domésticos apresentam diferenças quanto à tolerância em relação à concentração de F na dieta, e para vacas leiteiras a ingestão máxima segura é de 0,01 ppm Estimativas em duas versões do NRC Ainda com relação às exigências, que são ponto de partida para formulação de dietas, pode se observar, nas tabelas 3.4, 3.5 e 3.6, exemplos e comparações das últimas publicações sobre padrões de nutrição. O portal do agroconhecimento 83

85 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão A tabela 3.4 traz as exigências de minerais estimadas pelo NRC (2001) para vacas gestantes e vacas em lactação. Observa-se na tabela 3.4 que o método fatorial permite uma estimativa das exigências considerando a função produtiva no momento em que os cálculos são feitos, facilitando a diferenciação entre grupos de animais em diferentes fases da produção, bem como, de diferente mérito genético. Tabela Concentração de minerais exigidos em dietas de vacas leiteiras. Mineral Dias em gestação (dias) Produção de Leite (kg/dia) Cálcio, % 0,44 0,45 0,48 0,62 0,60 Fósforo, % 0,22 0,23 0,26 0,32 0,38 Magnésio, % 0,11 0,12 0,16 0,18 0,21 Cloro, % 0,13 0,15 0,20 0,24 0,29 Potássio, % 0,51 0,52 0,62 1,00 1,07 Sódio, % 0,10 0,10 0,14 0,22 0,22 Enxofre, % 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 Cobalto, mg/kg 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 Cobre, mg/kg Iodo, mg/kg 0,4 0,4 0,5 0,6 0,4 Ferro, mg/kg Manganês, mg/kg Selênio, mg/kg 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 Zinco, mg/kg Vacas com 680 kg de peso vivo. Fonte: NRC (2001) 1 84 IEPEC

86 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Ainda com relação às estimativas de exigências de minerais, verifica-se na tabela 3.5 uma comparação entre os dados gerados a partir do NRC (1989) e do NRC (2001). Para vacas em lactação, observa-se uma redução das exigências de P, Mg, I, Fe e Mn, sendo que os demais minerais tiveram suas exigências aumentadas, com exceção do S e do Se que permaneceram iguais. Para vacas em gestação, houve redução das exigências de P, Mg, Cl, K, Fe, Mn e Zn. Os outros minerais tiveram suas exigências aumentadas, com exceção do Na e do Se. Para novilhas em crescimento, houve redução nas estimativas de exigências para os macroelementos, com exceção do Ca que permaneceu igual e do S, o qual teve a exigência aumentada. Ainda para esta categoria animal, houve redução nas exigências de Fe, Mn, e Zn, aumento para Co e I, e a mesma estimativa para Cu e Se. Na tabela 3.6 encontram-se os valores recomendados de minerais e vitaminas para substitutos do leite, ração inicial e ração de crescimento para bovinos leiteiros jovens. Esses valores recomendados pelo NRC (2001) são decorrentes da composição destes nutrientes no leite integral fornecido para o bezerro, bem como nas alterações que gradativamente vão ocorrendo no trato digestório desses animais, as quais devem ser acompanhadas de ajustes na dieta. Estes valores podem ser adotados como referência no desenvolvimento de suplementos ou rações para bezerras (os) leiteiros. O portal do agroconhecimento 85

87 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Exigências de minerais em dietas de bovinos leiteiros. Nutriente Vacas em Lactação 1 Vacas Gestantes 2 Novilhas Cálcio, % 0,64 0,67 0,39 0,44 0,41 0,41 Fósforo, % 0,41 0,36 0,24 0,22 0,30 0,28 Magnésio, % 0,25 0,20 0,16 0,11 0,16 0,11 Cloro, % 0,25 0,28 0,20 0,13 0,20 0,11 Potássio, % 1,00 1,06 0,65 0,51 0,65 0,47 Sódio, % 0,18 0,22 0,10 0,10 0,10 0,08 Enxofre, % 0,20 0,20 0,16 0,20 0,16 0,20 Cobalto, mg/kg Cobre, mg/kg Iodo, mg/kg Ferro, mg/kg Manganês, mg/kg Selênio, mg/kg Zinco, mg/kg 0,10 0,11 0,10 0,11 0,10 0, ,60 0,44 0,25 0,40 0,25 0, ,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0, Vaca com 680 kg produzindo de kg de leite/dia. 2 Vaca com 240 dias de gestação. 3 Novilha com 6 meses de idade. Fonte: NRC (1989) e NRC (2001). 86 IEPEC

88 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Tabela Concentrações de minerais e vitaminas recomendadas para bezerros jovens comparado ao leite fresco integral (base na MS). Nutriente a Substituto do leite Ração inicial Ração de crescimento Leite integral Minerais Ca (%) 1,00 0,70 0,60 0,95 P (%) 0,70 0,45 0,40 0,76 Mg (%) 0,07 0,10 0,10 0,10 Na (%) 0,40 0,15 0,14 0,38 K (%) 0,65 0,65 0,65 1,12 Cl (%) 0,25 0,20 0,20 0,92 S (%) 0,29 0,20 0,20 0,32 Fe (Mg/Kg) 100 c ,0 Mn (Mg/Kg) ,2-0,4 Zn (Mg/Kg) Cu (Mg/Kg) ,1-1,1 I (Mg/Kg) 0,50 0,25 0,25 0,1-0,2 Co (Mg/Kg) 0,11 0,10 0,10 0,004-0,008 Se (Mg/Kg) 0,30 0,30 0,30 0,02-0,15 Vitaminas A (UI/Kg de MS) D (UI/Kg de MS) E (UI/Kg de MS) a Vitaminas do complexo B são necessárias apenas para dietas com substituto do leite. Concentrações exigidas (mg/kg de MS): tiamina = 6,5; riboflavina = 6,5; piridoxina = 6,5; ácido pantotênico = 13,0; niacina = 10,0; biotina = 0,1; ácido fólico = 0,5; B12 = 0,07; colina = O portal do agroconhecimento 87

89 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 3.3 Composição e coeficiente de absorção mineral em alimentos usados para bovinos leiteiros Na tabela 3.7 é mostrada a composição em macroelementos dos principais alimentos usados para alimentar gado leiteiro. Observa-se que os grãos e farelos são mais ricos em fósforo do que em cálcio e que, no caso dos grãos, a concentração de cálcio é muito baixa. O conhecimento desta composição nos auxilia a entender que quanto maior for o mérito genético das vacas, maior será a utilização de concentrado na alimentação das mesmas, e isto levará a uma provável deficiência de cálcio e improvável deficiência de fósforo. O contrário pode ser dito para vacas que produzem leite a pasto, ou seja, provavelmente essas vacas terão maiores problemas para obter todo o fósforo que necessitam, sendo o cálcio um problema menor. Na tabela 3.8 são apresentados os mesmos alimentos, com a composição em microelementos, e pode-se constatar que os micros mais abundantes são o ferro, o manganês e o zinco. Normalmente as concentrações de ferro em dietas de vacas leiteiras excedem as exigências, e deve-se dispensar atenção apenas para animais lactentes, pois o leite é pobre nesse elemento. As concentrações de microelementos nos concentrados são bem maiores e contribuem para a redução no uso de fontes externas de minerais na dieta de gado leiteiro. Na tabela 3.9 são mostrados os coeficientes médios de absorção dos minerais nos diferentes alimentos usados na alimentação de gado leiteiro, e o conhecimento destes dados é importante para a definição dos planos de suplementação, do balanceamento da dieta e para o desenvolvimento de produtos destinados a gado leiteiro. Os coeficientes de macroelementos normalmente são maiores em concentrados. É importante destacar que, apesar do NRC (2001) adotar esta abordagem, ainda é incipiente o número de trabalhos de pesquisa determinando absorção aparente de minerais em alimentos, o que destaca a relevância dessa linha de pesquisa, gerando assim, dados fundamentais para uma nutrição mineral de precisão. 88 IEPEC

90 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Tabela Composição de macroelementos em alimentos para bovinos leiteiros. Alimento % com base na Matéria Seca Ca P Mg K Na Cl S Aveia, grão 0,11 0,40 0,16 0,52 0,03 0,19 Caroço de Algodão com Linter 0,17 0,60 0,37 1,13 0,02 0,06 0,23 Casca de Soja 0,63 0,17 0,25 1,51 0,01 0,05 0,12 Cevada, grão 0,06 0,39 0,14 0,56 0,02 0,13 0,12 Farelo de Alfafa, 17% PB Farelo de Algodão, 40% PB 1,47 0,28 0,29 2,37 0,10 0,65 0,26 0,20 1,15 0,61 1,64 0,07 0,07 0,40 Farelo de Arroz 0,07 1,78 0,81 1,57 0,03 0,09 0,19 Farelo de Girassol 0,48 1,00 0,63 1,50 0,04 0,12 0,39 Farelo de Linhaça 0,40 0,83 0,55 1,22 0,09 0,37 Farelo de Soja, 44% PB 0,40 0,71 0,31 2,22 0,04 0,13 0,46 Farelo de Trigo 0,13 1,18 0,53 1,32 0,04 0,16 0,21 Farinha de Peixe(Anchova) 4,06 2,69 0,27 0,79 0,96 0,80 0,78 Milho, grão 0,04 0,30 0,12 0,42 0,02 0,08 0,10 Polpa de Citrus 1,92 0,12 0,12 1,10 0,06 0,08 0,10 Semente de Soja 0,32 0,60 0,25 1,99 0,01 0,04 0,31 Silagem de Milho 0,28 0,26 0,17 1,20 0,01 0,29 0,14 Sorgo, grão 0,07 0,35 0,17 0,47 0,01 0,06 0,11 Tifton 85, 1 mês rebrota 0,39 0,22 0,15 1,40 0,14 0,54 0,38 Fonte: NRC (2001). O portal do agroconhecimento 89

91 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Tabela Composição de microelementos em alimentos para bovinos leiteiros. Alimento mg/kg com base na Matéria Seca Co Cu Fe Mn Se Zn Mo Aveia, grão 0, , ,70 Caroço de Algodão com Línter , ,30 Casca de Soja 0, , ,60 Cevada, grão 0, , ,10 Farelo de Alfafa, 17% PB Farelo de Algodão, 40% PB 0, , , , ,00 Farelo de Arroz , ,80 Farelo de Girassol , ,70 Farelo de Linhaça , ,00 Farelo de Soja, 44% PB , ,10 Farelo de Trigo , ,50 Farinha de Peixe (Anchova) , ,20 Milho, grão , ,80 Polpa de Citrus ,90 Semente de Soja , ,80 Silagem de Milho , Sorgo, grão , ,00 Tifton 85, 1 mês rebrota Fonte: NRC (2001). 90 IEPEC

92 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Tabela Coeficientes de absorção (%) de minerais em diferentes alimentos. Mineral Forrageiras Concentrados Fontes de Minerais Macroelementos Cálcio Fósforo Magnésio Cloro Potássio Sódio Enxofre ND ND - Microelementos Cobalto ND ND ND Cobre Iodo Ferro Manganês 0,75 0, Selênio ND ND ND Zinco O portal do agroconhecimento 91

93 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 3.4 Estudo de caso Vacas de alto mérito genético em lactação Considere um grupo de vacas com 570 kg de peso vivo, produzindo 40 kg de leite/dia, recebendo a dieta mostrada na tabela 3.10 e consumindo 23,4 kg de MS/dia. O balanço de nutrientes, ou seja, a comparação entre fornecimento de macro e microelementos pela dieta com as exigências das vacas é mostrada nas tabelas 3.11 e Tabela Composição da dieta de vacas leiteiras de alto mérito genético. Alimento % na MS Silagem de milho 44,80 Milho 18,70 Caroço de Algodão 14,60 Farelo de Soja 12,50 Polpa de Citrus 2,00 Casca de Soja 6,10 Carbonato de Cálcio 0,75 Sal Comum 0,55 Nutrientes - PB, % 16,30 PDR, % da PB 64,60 EL lactação Mcal/kg MS 1,59 Fonte: NRC (2001). 92 IEPEC

94 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Tabela Balanço de macroelementos conforme NRC (2001) em dietas de vacas de alto mérito genético. Mineral ETA (g/dia) TSD (g/dia) TSA (g/dia) D (g/dia) % na dieta CA (%) Cálcio 66,3 107,9 70,5 4,2 0,44 67,6 Fósforo 61,5 88,2 61,7 0,2 0,36 70,0 Magnésio 7,7 51,0 7,7 0,5 0,21 15,1 Cloro 58,4 120,8 58,4 50,4 0,50 48,3 Potássio 230,0 285,9 229,6 27,7 1,17 80,3 Sódio 46,1 55,3 46,1 3,7 0,23 83,4 Enxofre 48,9 44,3 44,3-4,6 0,18 100,0 ETA= exigência total absorvível; TSD = total suprido pela dieta; TSA = total suprido absorvido; D = diferença; CA = coeficiente de absorção da dieta Os dados mostram que não houve déficit de fósforo e de magnésio, mesmo não incluindo fontes minerais destes elementos na formulação da dieta, fato que corrobora para o que já foi dito anteriormente: dietas para vacas de alto mérito genético podem suprir toda a demanda dos mesmos. Houve inclusão de sal comum e de carbonato de cálcio, mostrando que é realmente importante suplementar esses dois elementos. Ainda com relação ao cálcio, é importante destacar que a porcentagem de cálcio da dieta não foi alta (0,44%) porque 90% do cálcio vem do carbonato de cálcio, que tem 90% de coeficiente de absorção, compensando os baixos coeficientes dos alimentos. Além disso, falta enxofre, que pode ser suplementado na forma de flor de enxofre. Tal fato demonstra que em muitas situações ocorre uso excessivo de minerais na dieta, trazendo prejuízos econômicos e ambientais para o sistema, pois o fósforo, por exemplo, é um importante contaminante ambiental, já que contribui para a eutrofização dos recursos hídricos. O portal do agroconhecimento 93

95 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Com relação aos microelementos, contata-se deficiência de cobalto, cobre, iodo, selênio e zinco. Como normalmente não encontramos as concentrações de cobalto, selênio e iodo nos alimentos, é fundamental que o nutricionista conheça os alimentos que tenham concentração mais alta, principalmente de selênio, pois este elemento pode ser tóxico aos animais. Normalmente, para estes três elementos, a deficiência é suprida através de núcleos minerais adicionados ao concentrado. Tabela Balanço de microelementos conforme NRC (2001) em dietas de vacas de alto mérito genético. Mineral ETA (mg/dia) TSD (mg/dia) TSA (mg/dia) D (mg/ dia) ppm dieta CA (%) Cobalto 2,68 0,18 0,18-2,50 0,01 100,00 Cobre 10,41 186,49 7,46-2,95 7,65 4,00 Iodo 8, , Ferro 40, ,89 330,59 290,59 135,63 10,00 Manganês 2,30 712,04 5,34 3,04 29,21 0,75 Selênio 7,31 1,99 1,99-5,32 0,08 100,00 Zinco 184,75 747,40 112,11-72,64 30,66 15,00 ETA= exigência total absorvível; TSD = total suprido pela dieta; TSA = total suprido absorvido; D = diferença; CA = coeficiente de absorção da dieta. 94 IEPEC

96 Capítulo 3 Suplementação mineral de bovinos leiteiros Tabela Núcleo mineral para vacas do caso em estudo. Mineral D (mg/dia) CA (%) DT (mg/dia) Fonte 1 (mg/dia) Cobalto -2,50 100,00 0,18 12,5 Cobre -2,95 4,00 7,46 295,0 Iodo -8,25-8,25 14,6 Selênio -5,32 100,00 1,99 11,8 Zinco -72,64 15,00 112, ,0 Total 1717,9 1 Co = sulfato de Co, Cu = sulfato de Cu, I = iodato de cálcio, Se = selenito de sódio, Zn = sulfato de zinco. O núcleo mineral (tabela 3.13) fornecerá todos os microelementos deficientes se fornecido na quantidade de 1,72 g/dia (1717,9 mg). Considerando 1,72 g/ dia no consumo total de g de MS/dia (23,4 kg), a % de inclusão será de 0,0071% ([1,72/24300] x 100). Como o núcleo é misturado no concentrado e o concentrado representa 55,2% da dieta total, tendo 90% de matéria seca em média, tem-se uma inclusão de 0,0126% ([0,0071/0,552] x 0,9), ou seja, 116 gramas por tonelada. Como adicionar essa quantidade é inviável, deve-se preparar o núcleo, juntamente com parte do carbonato de cálcio, que será incluído na mistura concentrada. Por exemplo, 116 g de núcleo g de carbonato. Neste caso, incluí-se 1 kg/tonelada. O portal do agroconhecimento 95

97 Material Complementar.pdf Overview of Mineral Nutrition in Cattle: The Dairy and Beef NRC - capitulo-3-arquivo-1.pdf Effect of Selenium Source on Production, Reproduction, and Immunity of Lactating Dairy Cows capitulo-3-arquivo-2.pdf Trace Mineral Nutrition and Immune Competence in Cattle capitulo-3-arquivo-3.pdf Bioavailability and Antagonists of Trace Minerals in Ruminant Metabolism capitulo-3-arquivo-4.pdf Changes in the Concentration of Minerals in Blood of Peripartum Cows capitulo-3-arquivo-5.pdf Links < < < < Proceedings/03%20Kincaid.pdf>

98 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos

99 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão 4. Suplementação mineral de ovinos e caprinos 4.1 Principais aspectos da nutrição mineral de ovinos e de caprinos Macroelementos em ovinos e caprinos I) Cálcio: a regulação da concentração de cálcio nos diferentes tecidos do organismo ocorre por variações na absorção, excreção renal, deposição e mobilização óssea desse elemento. As perdas de cálcio do organismo ocorrem principalmente pelas fezes (85-98%) e pouco pela urina (2-5%). A deficiência de cálcio produz raquitismo em animais jovens, osteomalácea em animais adultos e febre do leite em ovelhas e cabras no início da lactação. Outro detalhe importante de ser considerado em relação ao cálcio, é que o uso de dietas ricas em concentrados ou grãos, os quais são muito deficientes em cálcio, pois apresentam uma relação cálcio: fósforo menor que 1:1, pode provocar urolitíase com muita frequencia em ovinos e caprinos. II) Fósforo: a regulação da concentração de fósforo nos diferentes tecidos do organismo ocorre por variações na secreção salivar, na absorção, na excreção renal e na deposição e mobilização óssea. A principal via de excreção endógena de fósforo são as fezes. A excreção endógena de fósforo representa 85% do total do fósforo fecal, sendo este, principalmente de origem salivar. A deficiência de fósforo produz redução no consumo de alimentos e apetite 98 IEPEC

100 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos depravado (pica). Além disso, reduz o ganho de peso, reduz a mineralização dos ossos levando à deformação óssea, supressão do estro, baixa taxa de concepção e redução na produção de leite. III) Magnésio: a deficiência de magnésio causa uma doença denominada tetania das pastagens e é mais comum em ovelhas recémparidas no início da estação das águas. A incidência é maior em ovelhas mais velhas durante as primeiras quatro semanas após o parto, quando a exigência de magnésio atinge o ponto mais alto. IV) Sódio: em condições de pastagem, a deficiência de sódio é a mais comum, juntamente com a de fósforo. Os sintomas de deficiência de sódio são inespecíficos e incluem redução no consumo de alimento, na taxa de crescimento e na produção de leite, além de ser muito comum a ocorrência de apetite depravado (pica). Deficiências leves de sódio normalmente não são detectadas no plasma. A recomendação é medir a relação sódio: potássio na saliva, e quando esta relação for inferior a 4:1, pode-se afirmar que a deficiência de sódio já existe. V) Potássio: a deficiência de potássio pode ocorrer em dietas contendo alta % de concentrado, ricas em grãos de cereais. Forragens maduras em solos de baixa fertilidade com muito potássio também podem levar a deficiência. Os sinais clínicos da deficiência de potássio são redução na ingestão de alimento e na taxa de crescimento, emaciação e paralisia muscular. VI) Enxofre: a deficiência de enxofre em condição de pastagem é incomum e inclui anorexia, perda de peso, emaciação, excessiva salivação, queda da lã e, em casos extremos, morte. O enxofre é fundamental para o crescimento microbiano no rúmen e sua deficiência produz queda na digestibilidade, queda na utilização de lactato no rúmen e maior concentração de uréia no plasma. O portal do agroconhecimento 99

101 4.1.2 Microelementos em ovinos e caprinos Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão I) Cobalto: a deficiência de cobalto produz o marasmo enzoótico ou condição de severa inanição, afetando ovinos e caprinos de todas as idades, além de produzir alta mortalidade. A literatura mostra que o ganho de peso pode aumentar até 100 gramas/dia em ovinos deficientes quando suplementados com cobalto. Ovinos são mais sensíveis à deficiência de cobalto que os caprinos. O fígado armazena cobalto e assim, os animais podem estar sob condição de deficiência que mostrará sinais apenas após alguns meses. No entanto, a flora e a fauna ruminal são afetadas rapidamente em animais deficientes, ocorrendo acúmulo de succinato no rúmen. II) Cobre: o fígado normalmente contém uma concentração de mg de Cu/kg de MS, e concentração inferior a 20 mg de Cu/ kg de MS no fígado, juntamente com concentração menor que 0,5 mg de Cu/L no plasma, indica deficiência. A deficiência de cobre é manifestada como uma anemia hipocrômica microcítica se a deficiência for severa e prolongada. Também ocorrem problemas de desenvolvimento ósseo que podem inclusive gerar osteoporose e problemas nas cartilagens articulares como resultado de menor produção de colágeno e elastina. Doenças cardiovasculares, despigmentação da pele, pelo e lã e menor queratinização da lã, originando produto de baixa qualidade, também ocorrem. Queda na fertilidade do rebanho e aumento da susceptibilidade a doenças também são sintomas de deficiência de cobre. Crias de ovelhas e cabras deficientes em cobre durante a gestação, comumente nascem com ataxia enzoótica congênita ou neonatal, resultado da deficiente síntese de mielina no tecido cerebral. III) Iodo: a absorção de iodo do trato gastrointestinal é alta, entre 80 e 90%, permitindo a reabsorção de praticamente todo o iodo secretado no abomaso, e o conteúdo de iodo no organismo é altamente 100 IEPEC

102 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos correlacionado com a concentração de iodo dos alimentos. Mais de 80% do iodo fica armazenado na glândula tireóide, mas algum iodo é armazenado nos músculos e no fígado, e pouco iodo está livre no plasma. O excesso de iodo é excretado através da urina e/ ou secretado no leite. O principal sintoma de deficiência de iodo é o bócio, ou papeira, que pode aparecer também como decorrência do consumo de plantas (crucíferas) ricas em substâncias goitrogênicas pelos animais. As substâncias goitrogênicas são glicosídeos alcalóides que liberam tiocianato, isotiocianato, ou goitrina no rúmen. Ao serem absorvidas, essas substâncias aumentam a síntese de TSH (hormônio estimulante da teróide) pela pituitária, de forma a compensar a concentração reduzida de tiroxina e consequentemente aumentar a da glândula tireóide, fato que pode ser revertido com suplementação com iodo. A deficiência de iodo afeta o desenvolvimento do cérebro em recém-nascidos e os animais nascem sem pelos. Ocorre ainda queda na fertilidade ou esterilidade, aumento dos casos de desordens ligados ao pelo e lã e queda na produção de leite. A deficiência de iodo nas matrizes produz alta mortalidade de crias. IV) Ferro: a deficiência de ferro é incomum em animais desmamados e em animais adultos. Na deficiência de ferro, ocorre anorexia, redução na taxa de crescimento, letargia, aumento da taxa respiratória, alta mortalidade, além de mucosas descoloridas decorrente da anemia hipocrômica e microcítica. Diferentemente da anemia produzida por deficiência de cobre ou cobalto, a anemia produzida por deficiência de ferro ocorre muito mais rapidamente. A deficiência de ferro produz prejuízos aos processos de termorregulação do animal. Em condições de pastagem, é mais prudente considerarmos que ocorre excessiva quantidade de ferro, podendo inclusive prejudicar a absorção de cobre com aparecimento de deficiência desse elemento. O portal do agroconhecimento 101

103 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão V) Manganês: a concentração de manganês no organismo é muito baixa, 0,5 mg/kg de MS de carcaça em ovinos, e regulada pela absorção. A absorção de manganês normalmente é inferior a 5%, e a principal via de excreção endógena é a bile. Quando a concentração de manganês na dieta aumenta, ocorre maior excreção fecal. O acúmulo de manganês no fígado e em outros tecidos é proporcional ao manganês da dieta. Os sintomas de deficiência de manganês dependem do grau e da duração desta deficiência. Em animais jovens, ocorrem distúrbios do desenvolvimento ósseo. Em caprinos, ocorrem alterações nas juntas tarsais, deformidades nas pernas e ataxia. A supressão do estro e baixa taxa de concepção também ocorrem. VI) Selênio: o selênio é um componente estrutural de proteínas específicas denominadas selenoproteínas. Elas são agrupadas em cinco grupos, cinco glutationa peroxidases, três desiodases, três tioredoxina redutases, selenofosfato sintetase, selenoproteína P, selenoproteína W, 15kDa-selenoproteína e 18kDa-selenoproteína. As peroxidases protegem as células do dano oxidativo, assegurando a integridade da membrana celular. As desiodases controlam a disponibilidade de T3. As redutases funcionam como antioxidantes, fatores de crescimento celular, inibidores de apoptosis, reciclagem de ácido ascórbico, síntese de DNA e transcrição genética. Para que o Se seja incorporado especificamente em selenoproteínas funcionais, como a glutationa peroxidase, é necessário que as formas orgânicas e inorgânicas sejam reduzidas a seleneto, e este, por sua vez, metabolizado a SeCis (selenocistina). Para tal, o seleneto reage com ATP, formando selenofosfato, numa reação catalisada pela selenofosfato sintetase. A seguir, junto com um resíduo de serina, o selenofosfato forma uma SeCis, que é inserida nas selenoproteínas funcionais. A ampla gama de funções conhecidas hoje para as selenoproteínas nas vias metabólicas explicam a magnitude de alguns dos efeitos do status orgânico de selênio 102 IEPEC

104 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos sobre o crescimento, reprodução, imunidade e mortalidade dos animais. A principal manifestação da deficiência de selênio é uma doença chamada de doença do músculo branco. Ovinos são mais susceptíveis que bovinos à deficiência deste elemento e a mortalidade de cordeiros pode atingir porcentagem superior a 50% sob condições extremas. Mas, em relação à doença do músculo branco, caprinos são mais susceptíveis que bezerros e cordeiros. Forragens com alta concentração de enxofre e de glicosídeos cianogênicos agravam a deficiência de selênio. O trevo branco pode conter alta concentração de glicosídeos cianogênicos, aumentando a incidência de doença do músculo branco em cordeiros. Dietas com baixa concentração de vitamina E aumentam as exigências de selênio para prevenir a doença do músculo branco. VII) Zinco: a concentração plasmática de zinco varia de 0,8 1,2 mg de Zn/L em ovinos, e de 1,1 2,6 em caprinos. Em geral, a absorção de zinco, que se dá principalmente no intestino delgado, é da ordem de 60 70%. Como em outros animais ruminantes, a absorção pode ser limitada pela ligação à metalotioneína e influenciada pela concentração de cálcio, selênio e cobre na dieta. O zinco é transportado no plasma pela albumina e metalotioneína e removido do fígado como Zn-metalotioneína. Esse processo pode ser melhorado pela ação dos glicocorticóides e citoquinas para reduzir a concentração plasmática de zinco. É importante destacar que a metalotioneína tem alta afinidade com cobre, fato que esclarece a interação entre estes dois elementos. A lã é rica em zinco e o local onde encontramos as maiores concentrações deste elemento é na corrente sanguínea, 80% do zinco está nos eritrócitos, principalmente na anidrase carbônica. A principal via de excreção do zinco são as fezes, pois este elemento é secretado no suco pancreático, e pequena excreção ocorre pela urina. O armazenamento de zinco no organismo animal é pequeno, e no caso de deficiência, ocorre redistribuição dos músculos e dos ossos, retardando os sintomas O portal do agroconhecimento 103

105 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão de deficiência. Os sintomas de deficiência incluem anorexia, desordens ósseas e reprodutivas, queda na resposta imune e anormalidades na pele e na lã Tópicos especiais da nutrição mineral em ovinos e caprinos 1) Urolitíase: a urolitíase é uma deposição exacerbada de precipitados de origem mineral ou orgânica no aparelho urinário dos ovinos e caprinos, podendo evoluir para um grave quadro clínico. Nesse caso, haverá a obstrução das vias urinárias, que consequentemente levam ao óbito. A urolitíase pode ter várias causas, mas a mais comum está ligada ao fornecimento de dietas com elevada porcentagem de concentrados aos animais. Tal fato é decorrente do excesso de fósforo e deficiência de cálcio nos grãos de cereais que compõem estes concentrados, levando a um desequilíbrio entre esses elementos, ocorrendo uma razão Ca: P menor que 1. O estresse também contribui para o surgimento do quadro, principalmente quando os animais são transportados, passam por distúrbios alimentares, têm baixo consumo de água, passam por calor excessivo e são levados a exposições agropecuárias. A urolitíase atinge animais de ambos os sexos, porém o quadro clínico se desenvolve mais intensamente nos machos, em função da anatomia do aparelho urinário. A maioria dos casos de urolitíase ocorre em reprodutores jovens, pois estes animais recebem grande quantidade de concentrado de forma indiscriminada, e na maior parte das vezes não há uma avaliação das condições alimentares que predispõe ao quadro. As obstruções parciais têm prognóstico favorável, mas a obstrução total da uretra produz uremia e ruptura da bexiga, evoluindo para uma peritonite e consequente morte do animal. 104 IEPEC

106 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Os sintomas mais comuns de urolitíse são anorexia e meteorismo, dor, urina com sangue, obstrução total da uretra com anúria, ruptura da uretra e ruptura da bexiga. As lesões incluem presença de cálculos na uretra e bexiga, uretrite hemorrágica difusa severa, uretrite purulenta, presença de urina no tecido subcutâneo, cistite hemorrágica necrosante, nefrite necrosante difusa, abscesso renal e hemorragia renal.»» Recomendações: na produção de ovinos e caprinos deve-se tratar esta questão do ponto de vista da nutrição de precisão, ou seja, deve-se fornecer aos animais dietas equilibradas. Abaixo são apresentadas algumas recomendações que, se seguidas, podem reduzir a praticamente zero o número de animais com o problema: A quantidade de grãos na dieta não deve exceder 1,5% do peso vivo com base na matéria seca; Formular dietas que apresentem uma relação Ca:P maior que 2:1; Utilizar volumosos de boa qualidade na dieta dos animais; Fornecer o concentrado distribuído várias vezes ao dia; Adicionar 1% de cloreto de amônio na dieta total (base MS). O cloreto é um sal aniônico e produzirá queda do ph urinário auxiliando no controle da urolitíase. Por exemplo, se a dieta contém 50% de volumoso e 50% de concentrado, adicionar 2% de cloreto de amônio no preparo do concentrado. 2) Intoxicação por cobre: os ovinos são únicos em relação ao uso do cobre da dieta. Como já abordado várias vezes anteriormente, o cobre é um microelemento essencial aos animais domésticos, mas se ingerido em quantidades elevadas também pode ser tóxico. De todos os animais domésticos, os ovinos são os mais susceptíveis à intoxicação por cobre. A nutrição do cobre para ovinos é complicada, pois ele é essencial e também altamente tóxico. O status de cobre de O portal do agroconhecimento 105

107 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão ovinos é influenciado pela raça, idade do animal, concentração de outros minerais na dieta e mesmo de alguns aditivos. Geralmente as raças do tipo down, de média lã, de origem continental (Europa) ou britânica, são as mais susceptíveis a intoxicação pelo cobre, sendo que os da raça Texel possuem maior facilidade de adquirir essa intoxicação. As raças merinas são menos sensíveis ao problema. Os ovinos têm uma faixa estreita de concentração de cobre na dieta, entre as exigências e os níveis tóxicos. Geralmente os ovinos necessitam de 4 a 8 ppm de cobre na dieta, dependendo da raça, e das concentrações de enxofre e molibdênio. É comum uma dieta contendo 80% de forragem e 20% de concentrado apresentar uma concentração de 15 ppm de cobre sem adição de qualquer fonte adicional do elemento, atingindo concentrações limites. Geralmente, em dietas com 3 ppm de molibdênio, os animais podem tolerar 20 a 25 ppm de cobre na dieta, mas ovinos que consomem dietas com menos molibdênio terão problemas. A intoxicação por cobre pode ser aguda ou crônica. A forma aguda ocorre rapidamente após alta ingestão de cobrecobre, já a forma crônica ocorre quando os animais são alimentados por um determinado período com dietas contendo concentrações de cobre marginalmente mais altas que o recomendado. Neste caso, os sintomas surgem após um tempo mais prolongado de consumo, que pode ser de algumas semanas ou mesmo meses, e vai depender da quantidade adicional consumida. Isto acontece porque os ovinos retêm no fígado, fortemente ligado, o cobre absorvido. Estes animais não excretam cobre do organismo tão eficientemente como outras espécies. Quando o fígado se torna saturado com cobre, ocorre dano ao tecido hepático, e grandes quantidades de cobre são liberadas para a corrente sanguínea, causando massiva hemólise caracterizada por hemoglobinúria, icterícia e hemorragias generalizadas, seguido de bloqueio dos túbulos renais, aumentando o tamanho dos rins e em muitos casos causando a morte. 106 IEPEC

108 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Os caprinos, especialmente os animais jovens, são menos sensitivos a intoxicação por cobre do que os ovinos. Os caprinos retêm menos cobre no fígado, normalmente dez vezes menos que outros ruminantes, fato que inclusive pode provocar ataxia em caprinos recém-nascidos,, principalmente de partos múltiplos, um sintoma de deficiência.»» Recomedações: a prevenção, tanto da deficiência como da intoxicação por cobre, é a maneira mais prática de lidar com esta dificuldade. Há várias estratégias que podem ser usadas e podemos destacar algumas: Não use ração de suínos, frangos ou de galinhas poedeiras na alimentação de ovinos, pois estas rações contêm concentrações elevadas de cobre; Sempre que for utilizar produtos desenvolvidos para nutrição de bovinos na alimentação de ovinos deve-se verificar a concentração de cobre, pois alguns têm alta concentração enquanto outros não; Avalie os alimentos e forragens para os níveis de cobre, molibdênio e enxofre; Evite que ovinos tenham acesso a pastagens que receberam aplicação de esterco de granjas de aves e de suínos; Considere a possibilidade de adicionar Mo na dieta na concentração de 3 ppm; Faça necropsia nos animais mortos Fontes de minerais e consumo As principais fontes de minerais são os alimentos. Entretanto, sob certas condições, a água pode contribuir com significantes quantidades de alguns minerais como iodo, manganês, ferro, enxofre, sódio, cloro e magnésio. Práticas de ma- O portal do agroconhecimento 107

109 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão nejo (pressão de pastejo) ou tempo (alta precipitação) podem causar consumo de quantidades substanciais de solo e quantidades significativas de cobalto, iodo, ferro, manganês ou selênio. Para a maioria dos sistemas de produção de ovinos e caprinos, as forrageiras são as principais fontes de minerais. Nos programas de suplementação, o criador deve ficar atento à altura e ao espaçamento do saleiro para que todos os animais do rebanho tenham acesso diariamente. O espaçamento deve ser de 2 cm de área por animal. Se o lote for de 40 animais, o comprimento do saleiro deve ser de 80 cm se o acesso for por apenas um lado, mas se for pelos dois lados, deve ser de 40 cm. O saleiro deve ser coberto, evitando que o suplemento mineral fique molhado com as chuvas, fique empedrado e gere desperdício. A localização do cocho deve ser estratégica para que todo rebanho tenha fácil acesso e também para facilitar o trabalho do tratador. Os saleiros podem ser construídos de pneu e devem ficar suspensos do solo em forma de balanço, no sentido de favorecer o acesso ao consumo de minerais e dificultar a contaminação e o desperdiço do suplemento mineral. Eles podem também ser construídos de madeira ou de cimento podendo ser fixos ou móveis. No caso do saleiro de cimento, deve ser bem liso para facilitar a limpeza. As dimensões recomendadas para os saleiros são: 30 a 40 cm de altura acima do piso; 20 cm de profundidade por 30 cm de largura e o comprimento não deve ultrapassar os dois metros. A Embrapa desenvolveu um excelente modelo de saleiro que pode ser confeccionado na propriedade acesse: < 4.2 Exigências minerais em ovinos As exigências de todos os minerais essenciais serão estimadas utilizando o sistema NRC (2007), que considera o cálculo das exigências através do método fatorial já considerado anteriormente para bovinos. 108 IEPEC

110 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos As estimativas serão feitas considerando o atendimento da mantença, do ganho, da lactação, da gestação e da produção de lã, conforme mostrado abaixo para o cálcio. Todas as abreviações são explicadas abaixo. Ca M = cálcio para mantença; Ca GA = cálcio para ganho; Ca L = cálcio para lactação; Ca GE = cálcio para gestação; IMS = ingestão de matéria seca em kg/dia; GMD = ganho médio em kg/dia; PM = peso a maturidade em kg; PV = peso vivo em kg; PN = peso da ninhada em kg; CA = coeficiente de absorção Cálcio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Ca M (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) 0,40 Ca GA (g/dia) = (GMD x 6,75 x PM 0,28 x PV -0,28 ) 0,68 Ca L (g/dia) = (1,6 x PL) 0,50 Ca GE (g/dia) = (0,214 x PN) 0,50; para dias de gestação Ca GE (g/dia) = (0,329 x PN) 0,50; para dias de gestação O portal do agroconhecimento 109

111 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Fósforo As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: P M (g/dia) = (1,6 x (0,693 x IMS 0,06)) 0,60 P GA (g/dia) = (GMD x (1,2 + 3,188 x PM 0,28 x PV -0,28 ) 0,72 P L (g/dia) = (1,3 x PL) 0,60 P GE (g/dia) = (0,111 x PN) 0,60; para dias de gestação P GE (g/dia) = (0,138 x PN) 0,60; para dias de gestação Sódio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Na M (g/dia) = (0,018 x PV) 0,91 Na GA (g/dia) = (1,1 x GMD) 0,91 Na L (g/dia) = (0,4 x PL) 0,91 Na GE (g/dia) = (0,013 x PN) 0,91; para dias de gestação Na GE (g/dia) = (0,021 x PN) 0,91; para dias de gestação Potássio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: K M (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,038 x PV) 0,90 K GA (g/dia) = (1,8 x GMD) 0,90 K L (g/dia) = (1,4 x PL) 0,90 K GE (g/dia) = (0,023 x PN) 0,90; para dias de gestação K GE (g/dia) = (0,029 x PN) 0,90; para dias de gestação 110 IEPEC

112 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Magnésio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Mg M (g/dia) = (0,003 x PV) 0,17 Mg GA (g/dia) = (0,41 x GMD) 0,17 Mg L (g/dia) = (0,17 x PL) 0,17 Mg GE (g/dia) = (0,009 x PN) 0,17; para dias de gestação Mg GE (g/dia) = (0,013 x PN) 0,17; para dias de gestação Enxofre A exigência de enxofre estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,18% na matéria seca da dieta Cobalto A exigência de cobalto estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,10 0,20 mg/kg de matéria seca da dieta Cobre As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Cu M (mg/dia) = (0,004 x PV) CA Cu GA (mg/dia) = (0,00106 x GMD) CA Cu L (mg/dia) = (0,2 x PL) 0,045 Cu GE (mg/dia) = (0,05 x PN) 0,06 O portal do agroconhecimento 111

113 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Os coeficientes de absorção (CA) a serem adotados são os seguintes: Cordeiro pré-desmame até 5 kg, CA = 0,90; Cordeiro pré-desmame de 5 10 kg, CA = 0,53; Cordeiro pré-desmame de kg, CA = 0,20; Cordeiro pós-desmame em pastagem, CA = 0,045; Cordeiro pós-desmame em confinamento, CA = 0,06; Ovelha em gestação, CA = 0,06; Ovelha em lactação, CA = 0,045; No caso do cobre, o GMD deve ser em gramas/dia Iodo O NRC (2007) considera as exigências de ovelhas em lactação como sendo 0,8 mg/kg de MS, e para todas as outras categorias de ovinos como sendo 0,5 mg/ kg de MS Ferro As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Fe M (mg/dia) = (0,014 x PV) 0,10 Fe GA (mg/dia) = (55 x GMD) CA Fe L (mg/dia) = (0,9 x PL) 0,10 Fe GE (mg/dia) = (0,5 x PN) 0,10; para terço final da gestação Onde: CA = 0,50 para cordeiros mamando e CA = 0,19 para cordeiros desmamados. 112 IEPEC

114 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Manganês As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Mn M (mg/dia) = (0,002 x PV) 0,0075 Mn GA (mg/dia) = (0,47 x GMD) 0,0075 Mn L (mg/dia) = (0,055 x PL) 0,0075 Mn GE (mg/dia) = (0,02 x PN) 0,0075; terço final da gestação Selênio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Se M (mg/dia) = (0,00025 x PV) CA Se GA (mg/dia) = (0,50 x GMD) CA Se L (mg/dia) = (0,14 x PL) CA Se GE (mg/dia) = (0,0025 x PN) CA; terço final da gestação Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes: Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0, Zinco As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Zn M (mg/dia) = (0,076 x PV) CA Zn GA (mg/dia) = (0,024 x GMD) CA Zn L (mg/dia) = (7,4 x PL) CA Zn GE (mg/dia) = (0,375 x PN) CA; terço final da gestação O portal do agroconhecimento 113

115 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Os coeficientes de absorção (CA) a serem adotados são os seguintes: Até 10 kg de PV, CA = 0,55; De kg de PV, CA = 0,40; De kg de PV, CA = 0,30; Acima de 40 kg de PV, CA = 0,20; Ovinos adultos, CA = 0, Exigências para produção de lã As exigências de minerais relacionadas à produção de lã foram consideradas à parte e as equações são mostradas abaixo: Cobre (mg/dia) = (0,0137 x PL A ) CA Ferro (mg/dia) = (30 x PL A ) (365 x 0,10) Manganês (mg/dia) = (2,5 x PL A ) (365 x 0,0075) Selênio (mg/dia) = (0,38 x PL A ) (365 x CA) Zinco (mg/dia) = (115 x PL A ) (365 x CA) Onde: PL A = produção de lã em kg/ano CA para cada mineral, conforme já adotado anteriormente 4.3 Exigências minerais em caprinos A referência para cálculo das exigências de minerais será o sistema NRC (2007), que considera o cálculo das exigências de minerais através do método fatorial, já considerado anteriormente para ovinos Cálcio As exigências são estimadas pelas equações mostradas a seguir: 114 IEPEC

116 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Ca M (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) 0,40 Ca GA (g/dia) = (11 x GMD) 0,45 Ca L (g/dia) = (1,4 x PL) 0,45 Ca GE (g/dia) = (0,23 x PN) 0,45; para os últimos 50 dias de gestação Fósforo As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: P M (g/dia) = (0, ,88 x IMS) 0,65 P GA (g/dia) = (6,5 x GMD) 0,65 P L (g/dia) = (1,0 x PL) 0,65 P GE (g/dia) = (0,132 x PN) 0,65; para os últimos 50 dias de gestação Sódio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Na M (g/dia) = (0,015 x PV) 0,91 Na GA (g/dia) = (1,6 x GMD) 0,91 Na L (g/dia) = (0,4 x PL) 0,91 Na GE (g/dia) = (0,034 x PN) 0,91; para os últimos 50 dias de gestação. O portal do agroconhecimento 115

117 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Potássio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: K M (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,05 x PV) 0,90 K GA (g/dia) = (2,4 x GMD) 0,90 K L (g/dia) = (2,0 x PL) 0,90 K GE (g/dia) = (0,042 x PN) 0,90; para os últimos 50 dias de gestação Magnésio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Mg M (g/dia) = (0,0035 x PV) 0,20 Mg GA (g/dia) = (0,40 x GMD) 0,20 Mg L (g/dia) = (0,14 x PL) 0,20 Mg GE (g/dia) = (0,006 x PN) 0,20; para os últimos 50 dias de gestação Enxofre A exigência de enxofre estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,22% na matéria seca da dieta total para animais em mantença, crescimento e cabras gestantes, e de 0,26% para cabras em lactação Cobalto A exigência de cobalto estabelecida pelo NRC (2007) é de 0,11 mg/kg de matéria seca da dieta total. 116 IEPEC

118 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Cobre As exigências são mostradas abaixo: Cabras em lactação = 15 mg/kg de MS; Animais adultos e reprodutores = 20 mg/kg de MS; Animais em crescimento = 25 mg/kg de MS Iodo O NRC (2007) considera as exigências de cabras em lactação como sendo 0,8 mg/kg de MS, e para todas as outras categorias de caprinos como sendo 0,5 mg/kg de MS Ferro As exigências são mostradas abaixo: Manutenção = 35 mg/kg de MS; Animais em crescimento = 95 mg/kg de MS; Cabras em lactação ou gestação = 35 mg/kg de MS; Caprinos Mohair (Angora), adicionar 5 mg/kg de MS. O portal do agroconhecimento 117

119 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Manganês As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Mn M (mg/dia) = (0,002 x PV) 0,0075 Mn GA (mg/dia) = (0,70 x GMD) 0,0075 Mn L (mg/dia) = (0,03 x PL) 0,0075 Mn GE (mg/dia) = (0,025 x PN) 0,0075; terço final da gestação Caprinos Mohair (Angora), adicionar: Mn (mg/dia) = (2,5 mg x PL a ) (365 x 0,0075) Selênio As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Se M (mg/dia) = (0,015 x IMS + 0,083) CA Se GA (mg/dia) = (0,50 x GMD) CA Se L (mg/dia) = (0,10 x PL) CA Se GE (mg/dia) = (0,0021 x PN) CA; terço final da gestação Caprinos Mohair (Angora), adicionar: Se (mg/dia) = (0,38 mg x PL a ) (365 x CA) Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes: Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0, IEPEC

120 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos Zinco As exigências são estimadas pelas equações mostradas abaixo: Zn M (mg/dia) = (0,045 x PV) CA Zn GA (mg/dia) = (0,025 x GMD) CA. O GMD deve ser em g/dia. Zn L (mg/dia) = (5,5 x PL) CA Zn GE (mg/dia) = (0,50 x PN) CA; terço final da gestação Caprinos Mohair (Angora) adicionar: Zn (mg/dia) = (115 mg x PL a ) (365 x AC) Os coeficientes de absorção (CA) a serem adotados são os seguintes: Cabritos mamando, CA = 0,50; Caprinos adultos, CA = 0, Estudos de casos em nutrição mineral de ovinos e caprinos Estudo de caso 1 Ovelhas em lactação Calcule as exigências de macro e microelementos minerais de ovelhas em lactação, com peso vivo de 60 kg, produzindo 2 kg de leite/dia e consumindo 3,6% do peso vivo em matéria seca. A ingestão diária de matéria seca será igual a 2,16 kg/dia. O portal do agroconhecimento 119

121 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão»» Exigências de cálcio: Ca M (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) 0,40 Ca L (g/dia) = (1,6 x PL) 0,50 Ca total (g/dia) = [(0,623 x IMS + 0,228) 0,40] + [(1,6 x PL) 0,50] Ca total (g/dia) = [(0,623 x 2,16 + 0,228) 0,40] + [(1,6 x 2) 0,50] Ca total (g/dia) = 3, ,40 = 10,334 = 10,3»» Exigências de fósforo: P M (g/dia) = (1,6 x (0,693 x IMS 0,06)) 0,60 P L (g/dia) = (1,3 x PL) 0,60 P total (g/dia) = [(1,6 x (0,693 x IMS 0,06)) 0,60] + [(1,3 x PL) 0,60] P total (g/dia) = [(1,6 x (0,693 x 2,16 0,06)) 0,60] + [(1,3 x 2) 0,60] P total (g/dia) = 3, ,33 = 8,162 = 8,2»» Exigências de sódio: Na M (g/dia) = (0,018 x PV) 0,91 Na L (g/dia) = (0,4 x PL) 0,91 Na total (g/dia) = [(0,018 x PV) 0,91] + [(0,4 x PL) 0,91] Na total (g/dia) = 1, ,879 = 2,066 = 2,1»» Exigências de potássio: K M (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,038 x PV) 0,90 K L (g/dia) = (1,4 x PL) 0,90 K total (g/dia) = [(2,6 x IMS + 0,038 x PV) 0,90] + [(1,4 x PL) 0,90] K total (g/dia) = [(2,6 x 2,16 + 0,038 x 60) 0,90] + [(1,4 x 2) 0,90] K total (g/dia) = 7, ,111 = 11,007 = IEPEC

122 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos»» Exigências de magnésio: Mg M (g/dia) = (0,003 x PV) 0,17 Mg L (g/dia) = (0,17 x PL) 0,17 Mg total (g/dia) = [(0,003 x PV) 0,17] + [(0,17 x PL) 0,17] Mg total (g/dia) = [(0,003 x 60) 0,17] + [(0,17 x 2) 0,17] Mg total (g/dia) = 1, = 3,059 = 3,1»» Exigências de enxofre: S total (g/dia) = (IMS x 0,18)/100. A IMS neste caso deve ser em gramas/dia. S total (g/dia) = (2160 x 0,18)/100 = 3,888 = 3,9»» Exigências de cobalto: Co (mg/dia) = IMS x 0,2 = 2,16 x 0,2 = 0,432»» Exigências de cobre: Cu M (mg/dia) = (0,004 x PV) CA Cu L (mg/dia) = (0,2 x PL) 0,045 Ovelha em lactação, CA = 0,045 Cu total (mg/dia) = [(0,004 x PV) 0,045] + [0,2 x PL) 0,045] Cu total (mg/dia) = [(0,004 x 60) 0,045] + [0,2 x 2) 0,045] Cu total (mg/dia) = 5, ,888 = 14,221 = 14,2»» Exigências de iodo: I (mg/dia) = IMS x 0,8 = 2,16 x 0,8 = 1,728 = 1,73 O portal do agroconhecimento 121

123 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão»» Exigências de manganês: Mn M (mg/dia) = (0,002 x PV) 0,0075 Mn L (mg/dia) = (0,055 x PL) 0,0075 Mn total (mg/dia) = [(0,002 x PV) 0,0075] + [(0,055 x PL) 0,0075] Mn total (mg/dia) = [(0,002 x 60) 0,0075] + [(0,055 x 2) 0,0075] Mn total (mg/dia) = ,667 = 30,667 = 30,7»» Exigências de selênio: Se M (mg/dia) = (0,00025 x PV) CA Se L (mg/dia) = (0,14 x PL) CA Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes: Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0,60. Vamos supor que a dieta consiste de 60% de pastagem (forrageiras) e 40% (concentrado). Assim, o CA ficaria: [(60 x 0,31)/100] + [(40 x 0,60)/100] = 0,426. Se total (mg/dia) = [(0,00025 x PV) 0,426] + [(0,14 x PL) 0,426] Se total (mg/dia) = [(0,00025 x 60) 0,426] + [(0,14 x 2) 0,426] Se total (mg/dia) = 0, ,657 = 0,692 = 0,7 122 IEPEC

124 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos»» Exigências de zinco: Zn M (mg/dia) = (0,076 x PV) CA Zn L (mg/dia) = (7,4 x PL) CA Ovinos adultos, CA = 0,15. Zn total (mg/dia) = [(0,076 x PV) 0,15] + [(7,4 x PL) 0,15] Zn total (mg/dia) = [(0,076 x 60) 0,15] + [(7,4 x 2) 0,15] Zn total (mg/dia) = 30, ,667 = 129,067 = 129»» Exigências totais: Ca total (g/dia) = 10,3. Em % da matéria seca da dieta = 0,477; P total (g/dia) = 8,2. Em % da matéria seca da dieta = 0,38; Na total (g/dia) = 2,1. Em % da matéria seca da dieta = 0,083; K total (g/dia) = 11. Em % da matéria seca da dieta = 0,51; Mg total (g/dia) = 3,1. Em % da matéria seca da dieta = 0,123; S total (g/dia) = 3,9. Em % da matéria seca da dieta = 0,18; Co (mg/dia) = 0,432. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 0,2; Cu total (mg/dia) = 14,2. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 5,635; I (mg/dia) = 1,73. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 0,8; Mn total (mg/dia) = 30,7. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 12,18; Se total (mg/dia) = 0,7. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 0,278; Zn total (mg/dia) = 129. Em mg/kg de matéria seca da dieta = 51,20. O portal do agroconhecimento 123

125 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão Estudo de caso 2 Caprinos em crescimento Estime as exigências de caprinos em crescimento, com 20 kg de peso vivo, consumindo 3,4% do peso vivo em matéria seca e ganhando 0,20 kg de peso vivo/ dia. Assim, a ingestão de MS será de 0,68 kg/dia.»» Exigências de cálcio: Ca M (g/dia) = (0,623 x IMS + 0,228) 0,40 Ca GA (g/dia) = (11 x GMD) 0,45 Ca total (g/dia) = [(0,623 x IMS + 0,228) 0,40] + [(11 x GMD) 0,45] Ca total (g/dia) = [(0,623 x 0,68 + 0,228) 0,40] + [(11 x 0,2) 0,45] Ca total (g/dia) = 1, ,889 = 6,518 = 6,52»» Exigências de fósforo: P M (g/dia) = (0, ,88 x IMS) 0,65 P GA (g/dia) = (6,5 x GMD) 0,65 P total (g/dia) = [(0, ,88 x IMS) 0,65] + [(6,5 x GMD) 0,65] P total (g/dia) = [(0, ,88 x 0,68) 0,65] + [(6,5 x 0,2) 0,65] P total (g/dia) = 1, ,908 = 2,953»» Exigências de sódio: Na M (g/dia) = (0,015 x PV) 0,91 Na GA (g/dia) = (1,6 x GMD) 0,91 Na total (g/dia) = [(0,015 x PV) 0,91] + [(1,6 x GMD) 0,91] Na total (g/dia) = [(0,015 x 20) 0,91] + [(1,6 x 0,2) 0,91] Na total (g/dia) = 0,33 + 0,352 = 0,682 = 0, IEPEC

126 Capítulo 4 Suplementação mineral de ovinos e caprinos»» Exigências de potássio: K M (g/dia) = (2,6 x IMS + 0,05 x PV) 0,90 K GA (g/dia) = (2,4 x GMD) 0,90 K total (g/dia) = [(2,6 x IMS + 0,05 x PV) 0,90] + [(2,4 x GMD) 0,90] K total (g/dia) = [(2,6 x 0,68 + 0,05 x 20) 0,90] + [(2,4 x 0,2) 0,90] K total (g/dia) = 3, ,533 = 3,609 = 3,61»» Exigências de magnésio: Mg M (g/dia) = (0,0035 x PV) 0,20 Mg GA (g/dia) = (0,40 x GMD) 0,20 Mg total (g/dia) = [(0,0035 x PV) 0,20] + [(0,40 x GMD) 0,20] Mg total (g/dia) = [(0,0035 x 20) 0,20] + [(0,40 x 0,2) 0,20] Mg total (g/dia) = 0,35 + 0,40 = 0,75»» Exigências de enxofre: S total (g/dia) = (IMS x 0,22)/100. A IMS neste caso deve ser em gramas/dia. S total (g/dia) = (680 x 0,22)/100 = 1,496»» Exigências de cobalto: Co total (mg/dia) = 0,68 x 0,11 = 0,0748 = 0,075»» Exigências de cobre: Cu total (mg/dia) = 0,68 x 25 = 17 O portal do agroconhecimento 125

127 Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes Suplementando com precisão»» Exigências de iodo: I total (mg/dia) = 0,68 x 0,5 = 0,34»» Exigências de manganês: Mn M (mg/dia) = (0,002 x PV) 0,0075 Mn GA (mg/dia) = (0,70 x GMD) 0,0075 Mn total (mg/dia) = [(0,002 x PV) 0,0075] + [(0,70 x GMD) 0,0075] Mn total (mg/dia) = [(0,002 x 20) 0,0075] + [(0,70 x 0,2) 0,0075] Mn total (mg/dia) = 5, ,667 = 24»» Exigências de selênio: Se M (mg/dia) = (0,015 x IMS + 0,083) CA Se GA (mg/dia) = (0,50 x GMD) CA Os coeficientes de absorção a serem adotados são os seguintes: Em forrageiras, CA = 0,31; Em concentrados, CA = 0,60. Vamos considerar uma dieta com 70% de concentrado e 30% de volumoso. CA = [(0,31 x 30)/100] + [(0,60 x 70)/100] = 0,513 Se total (mg/dia) = [(0,015 x IMS + 0,083) 0,513] + [(0,50 x GMD) 0,513 Se total (mg/dia) = [(0,015 x 0,68 + 0,083) 0,513] + [(0,50 x 0,2) 0,513 Se total (mg/dia) = 0, ,195 = 0, IEPEC

128 »» Exigências de zinco: Zn M (mg/dia) = (0,045 x PV) CA Zn GA (mg/dia) = (0,025 x GMD) CA Caprinos adultos, CA = 0,15 Zn total (mg/dia) = [(0,045 x PV) CA] + [(0,025 x GMD) CA] Zn total (mg/dia) = [(0,045 x 20) 0,15] + [(0,025 x 200) 0,15] Zn total (mg/dia) = ,333 = 39,333 = 39,5»» Exigências totais: Ca total (g/dia) = 6,52. Em % da matéria seca da dieta = 0,96; P total (g/dia) = 2,953. Em % da matéria seca da dieta = 0,44; Na total (g/dia) = 0,68. Em % da matéria seca da dieta = 0,10; K total (g/dia) = 3,61. Em % da matéria seca da dieta = 0,53; Mg total (g/dia) = 0,75. Em % da matéria seca da dieta = 0,11; S total (g/dia) = 1,496. Em % da matéria seca da dieta = 0,22; Co total (mg/dia) = 0,075. Em mg/kg de MS da dieta = 0,11; Cu total (mg/dia) = 17. Em mg/kg de MS da dieta = 25; I total (mg/dia) = 0,34. Em mg/kg de MS da dieta = 0,5; Mn total (mg/dia) = 24. Em mg/kg de MS da dieta = 35,5; Se total (mg/dia) = 0,377. Em mg/kg de MS da dieta = 0,55; Zn total (mg/dia) = 39,5. Em mg/kg de MS da dieta = 58.

129 Material Complementar.pdf Saleiro: Cocho para Suplementação de Caprinos e Ovinos capitulo-4-arquivo-1.pdf Links < < < Anim_2002_15_4_03.pdf>

130 Capítulo 5 Tópicos especiais em nutrição mineral de ruminantes

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