Ciências Sociais e Humanas

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1 UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciêncis Sciis e Humns A Critividde n Âmbit d Perfrmnce em Futebl: Um estud bsed n litertur e n percepçã de treindres e jgdres de Futebl de Rendiment Superir. Alfred Mnuel Oliveir d Lp Dissertçã pr btençã d Gru de Mestre n especilidde de Ciêncis d Desprt (2º cicl de estuds) Orientdr: Prf. Dutr Dniel Mrinh Cvilhã, Outubr de 2010

2 UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciêncis Sciis e Humns A Critividde n Âmbit d Perfrmnce em Futebl: Um estud bsed n litertur e n percepçã de treindres e jgdres de Futebl de Rendiment Superir. Alfred Mnuel Oliveir d Lp Dissertçã pr btençã d Gru de Mestre n especilidde de Ciêncis d Desprt (2º cicl de estuds) Orientdr: Prfessr Dutr Dniel Mrinh

3 "Dirims que trein de jgdres e, sbretud cnstruçã de equips, reclmm um cnjunt de cmpetêncis, de entre s quis se slientm s que se encntrm directmente relcinds cm: ) s cpciddes de leitur e interpretçã d jg, e cm b) prduçã e vivênci de situções de exercitçã que permitm um elevd efeit de trnsferênci, sscid c) cnsideráveis níveis de utnmi e critividde." (Grgnt, 2005, pg. 181)

4 AGRADECIMENTOS A Fred e Miguel pr me fzerem sentir significd rel d plvr pi, pel legri e pel frç que me dã pr cntinur sempre em frente nest vid; A meu pi e à minh mãe, pr sempre presentes n minh memóri; À minh mdrst pr gstr de mim e pr cuidr de mim cm tnt crinh; As meus irmãs, em prticulr à minh querid "mninh" dr-te; A meu cunhd Leç, pr ser, n verdde, muit mis que um mig que muit estim cntinu cuidr bem d minh "mninh". As meus migs; A meu mig Dni prque é, n vid, simplesmente um exempl ser seguid; À Pul (pveirinh) pel precis jud, pel pciênci e pr tlerr tnts vezes meu mu "feiti"; As treindres e jgdres pel tençã, pel dispnibilidde e pel cntribut fundmentl pr relizçã deste trblh A tds eu grdeç pr tud. V

5 ÍNDICE GERAL AGRADECIMENTOS...V ÍNDICE GERAL... VI ÍNDICE DE FIGURAS... VIII ÍNDICE DE QUADROS... IX RESUMO...X ABSTRACT.... XI 1. INTRODUÇÃO Pertinênci e Âmbit d Estud Objectivs Geris e Específic Estrutur d Estud REVISÃO DA LITERATURA Cnceit e definiçã de Persnlidde O Estud d Persnlidde A (s) Inteligênci (s): Abrdgem Cgnitivist e Emcinl d Inteligênci e su Relçã cm Desprt A Inteligênci de Jg O Cnheciment Táctic-Técnic Mdel Pendulr d Cmprtment e d Acçã Táctic Cnceit e Definiçã de Critividde As Teris Explictivs d Critividde: ds Teris Unidimensinis té às Teris Multidimensinis integrdrs e su relçã cm desprt A Critividde n Futebl O Tlent Desprtiv O Tlent Int e Adquirid pr Prátic Trein Ajustd Cpz de Prmver e Estimulr Inteligênci de Jg e Critividde Autnmi d Decisã cm Cndiçã d Critividde d Jgdr e d Jg PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Metdlgi de Pesquis Crcterizçã d Amstr...45 VI

6 3.3. Reclh de Dds Prcediments de Análise de Dds ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A Imprtânci n Futebl d Inteligênci de Jg A Imprtânci d Critividde n Futebl A Critividde inteligente u inteligênci critiv cm um Fenómen Multidimensinl Análise Cmprtiv entre Cnceit de Critividde e Inteligênci O Tlent n Futebl: Critividde cm mei de firmçã de um Tlent As Crcterístics Persnlógics d Jgdr Critiv Cncepçã d Trein e Treinbilidde d Critividde Inteligente CONCLUSÕES SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS A (questinári plicd s jgdres) ANEXOS B (questinári plicd s treindres). 82 VII

7 ÍNDICE DE FIGURAS Figur 1 Trçs qulifictivs psts. 6 Figur 2 Relçã entre Teri d Inteligênci, Inteligênci Emcinl e Inteligênci Triádic.18 Figur 3 Dimensã Estrtégic-Táctic 20 Figur 4 Mdel Pendulr de Cmprtment e d Acçã Táctic. 24 Figur 5 Relizçã Critiv.30 Figur 6 Assciçã de imprtânci ds plvrs s cnceits critividde e inteligênci 57 Figur 7 Crcterístics de persnlidde percepcinds pels treindres de futebl.60 Figur 8 Crcterístics de persnlidde percepcinds pels jgdres de futebl.61 Figur 9 Crcterístics de persnlidde percepcinds pels treindres e jgdres de futebl 61 VIII

8 ÍNDICE DE QUADROS Qudr 1 Cmprçã de brdgens de persnlidde.10 Qudr 2 Relçã entre s 3 dimensões d inteligênci pessl e s 12 cmpetêncis emcinis 15 Qudr 3 Relçã entre s 3 dimensões d inteligênci scil e s 13 cmpetêncis emcinis 16 Qudr 4 Cm se desenvlve um jgdr critiv.55 IX

9 RESUMO A critividde ssume um imprtânci cnsensul em prticmente tds s dmínis d vid humn, prtnt, é fundmentl trnsferir cnsciênci de tl imprtânci pr cntext de tud quil que pertence mund d Futebl. Neste sentid, trn-se necessári cmpreender de que md se relcinm s cnceits de critividde e inteligênci, n su frm de mnifestçã critiv inteligente. Cnsiderd hje, jg de Futebl, cd vez mens flexível e mis mecnizd, imprt perceber quis s crcterístics persnlógics d jgdr critiv necessáris pr prmver e ptencir jg critiv, cm utnmi e liberdde, dentr d necessári rdem estbelecid. N presente estud pretende-se cngregr e substncir rguments que evidenciem imprtânci tribuíd à critividde, n âmbit d perfrmnce n Futebl, nmedmente md cm est pderá ser estimuld e desenvlvid n trein e perceber quis s principis crcterístics persnlógics d jgdr critiv. A prpósit, pretende-se ind preender entendiment de treindres e jgdres de Futebl de rendiment superir. Pr este efeit recrreu-se um pesquis bibligráfic e dcumentl, pr lém de questináris plicds treindres e jgdres de Futebl de rendiment superir, que prticiprm n Cmpent Prtuguês d Primeir Lig, n épc de 2009/2010. O cruzment d infrmçã decrrente d revisã bibligráfic cm cnteúd ds questináris plicds, permitiu retirr s seguintes cnclusões: ) dmite-se que lt critividde exige elevd inteligênci, sem cntud terem mbs que estr crrelcinds; b) nã há um únic tip de inteligênci, ms ntes um plurlidde de inteligêncis que gind cmbinds definem pr cd jgdr um perfil cm crcterístics e quliddes distints; c) inteligênci de jg é cpcidde que permite jgdr perceber s múltipls cnfigurções d jg ptnd pel melhr sluçã; d) critividde é cpcidde de incrprr nv e inesperd, sbrepujnd s prâmetrs nrmis de resluçã de prblems n jg, e cumprind-se n respeit pels princípis de jg dptds em relçã mdel de jg crid pel treindr; e) desenvlviment d ptencil critiv depende d cnfluênci de diferentes fctres, ssumind-se critividde cm um Cnceit Multidimensinl; f) mnifestçã d relizçã critiv é cnsiderd inteligente qund clcd serviç d equip; g) cnceit de critividde está mis sscid à crrente cgnitiv, cm demnstr elevd gru de imprtânci tribuíd à resluçã de prblems; h) persnlidde d jgdr critiv está mis sscid à inteligênci; crgem; cnfinç e ut-estim; genilidde; espntneidde; i) excelênci desprtiv decrre d cnfluênci de hbiliddes, ptidões (ints) e cmpetêncis que emergem e se desenvlvem qund sã dequdmente estimulds n prcess de trein; j) s cntexts que se crcterizm pr um lt vribilidde, ssumem-se cm fundmentis pr desenvlviment de tds s cmpetêncis táctic-técnics e estrtégics. PALAVRAS-CHAVE: INTELIGÊNCIA, CRIATIVIDADE, PERSONALIDADE, FUTEBOL, TREINO. X

10 ABSTRACT Cretivity hs very imprtnt rle in lmst every spects f humn life, s it s very imprtnt tht we trnsfer this wreness t the ftbll wrld. Hving this in mind, it is necessry t try t understnd the reltin between cretivity nd intelligence, minly in its frm f intelligence cretivity mnifesttin. Nwdys ftbll mtch is less flexible nd mre mechnized, in this wy it s very imprtnt t knw which re the necessry persnlgicl chrcteristics tht cretive ftbll plyer hs t hve, in rder t prmte cretive ftbll mtch with the necessry freedm nd utnmy. In the present study we try t gther nd substntite rguments tht prve the imprtnce f cretivity in the ftbll perfrmnce. We intend t shw the wy tht cretivity is being stimulted nd develped in the ftbll trining nd understnd which re the cretive ftbll plyer s min persnlgicl chrcteristics. In this regrd, the intentin is t grsp the understnding between ftbll cches nd plyers f Superir Perfrmnce. Fr this purpse, we mde bibligrphic nd dcumentl reserch nd ls pplied questinnires t cch nd ftbll plyers f Superir Perfrmnce tht plyed in the Prtuguese Premier Legue, in sesn 2009/2010. The intersectin between the infrmtin frm the literture review nd ls frm the pplied questinnires, llwed the fllwing cnclusins: ) high cretivity demnds high intelligence, lthugh they dn t hve t be crrelted; b) there isn t nly ne type f intelligence, but plurlity f intelligences tht cting tgether define fr ech ftbll plyer prfile with different chrcteristics nd qulities; c) the gme intelligence is the bility tht llws the plyer t understnd the multiple cnfigurtins f the gme by chsing the best slutin; d) cretivity is the bility t embdy the new nd the unexpected, surmunting the regulr prmeters f the prblem slving in the gme, nd ls serving n the respect fr the principles f the gme dpted in reltin t the type f gme creted by the cch; e) the develpment f cretive ptentil depends n the cnfluence f different fctrs, ssuming cretivity s Multidimensinl Cncept; f) the mnifesttin f the cretive chievement is cnsidered intelligent when plced t the tem service; g) the cretive cncept is sscited t the cgnitive prcess; s it is shwed by the high level f imprtnce ssigned t the prblem slving; h) the cretive plyer s persnlity is mre sscited with intelligence, curge, cnfidence nd self-esteem, genius, spntneity ; i) the sprting excellence rises frm the cnfluence f skills, bilities (innte) nd skills tht emerge nd develp when they re prperly stimulted in the trining prcess; j) the cntexts tht re chrcterized by high vribility re ssumed s crucil fr the develpment f ll tcticl technicl skills nd strtegies. KEY WORDS: INTELLIGENCE, CREATIVITY, PERSONALITY, FOOTBALL, TRAINING. XI

11 1. INTRODUÇÃO 1

12 1. INTRODUÇÃO 1.1. Pertinênci e Âmbit d Estud " pr históri ficrã s triunfs ds equips critivs ( ) de tds queles que electrizm pel su genilidde fic grntid sbrevivênci sem esqueciment pssível. A critividde tem iss, perdur." (Cc, 1985, p. 331) Send critividde em váris áres um cmp de investigçã bstnte explrd lng ds últims ns, n desprt e muit especilmente n Futebl é ind um tem puc estudd. Refrçnd est idei, Hmsen e Smulski (1999, cit. Smulski, Nce & Cst, 2006) referem que critividde desprtiv é n cnjuntur ctul d desprt um fenómen puc explrd, slientnd que hje trblh ns Centrs de Excelênci Desprtiv, de cptçã e frmçã de tlents, ns diferentes píses, prcur revelr ns váris mdliddes, tlets critivs que sejm cpzes de desequilibrr um jg fvr d su equip. Cm fenómen ligd ser humn, desde su rigem critividde esteve durnte séculs u té mesm há lguns ns trás, reservd s rtists e pets u às mentes brilhntes ds ciêncis, sempre lids um cert dse de excentricidde. Hje em di, td gente é recnhecid um cert ptencil critiv e é mesm exigid que pnh em prátic, em mir u menr escl, de crd cm seu interesse u prfissã. A su influênci reflecte-se em muits spects d nss existênci, quer nível individul, quer nível scil, firmnd Sternberg & Lubrt (1999, p. 3) que ( ) A nível individul, critividde é relevnte, pr exempl, qund se reslvem prblems n trblh u n vid qutidin. A nível scil, critividde pde cnduzir desenvlviment de nvs descbriments científics, nvs mviments de rte, nvs invenções e nvs prgrms sciis.. O cérebr humn é um instrument critiv cm enrmes ptenciliddes. A nss hbilidde pr prduzir nvs ideis e prduts, pr ultrpssr nvs desfis encntrnd nvs sluções, é um ds nsss mis relevntes crcterístics. Sej um cientist, um escritr, um rtist plástic, um músic, um engenheir, um dvgd, um mecânic, um electricist, um jgdr de futebl, ser humn, independentemente ds sus mtivções, está cnstntemente mdificr, invr, cnstruir nvs representções mentis relevntes pr tingir um bjectiv pr eles determind. Num Futebl, cnsiderd hje, repetitiv e mecnizd, prece-ns imprtnte crir s cndições necessáris pr que se prmv e estimule prticipçã critiv ds jgdres, pr que sejm cpzes de slucinr prblems n decrrer d jg, pis é í que reside essênci d critividde. A ctividde d jgdr nã se restringe, prtnt, cmprtments, entendids n cepçã cnductivist d term (Grgnt, 1997), n medid em que, cm refere utr, é 2

13 1. INTRODUÇÃO referencid mdels e princípis, implicnd cmpreensã e cnheciment. A cmpreensã envlve cts cgnitivs, u sej, cmprtments inteligentes, que implic existênci de cnheciment. Assim, inteligênci envlve cpcidde de pensr e reslver de frm lógic e stisftóri s prblems que decrrem d jg. Cntud, sã s jgdres de Futebl critivs, queles que slucinm s prblems trvés de respsts riginis, eficzes e imprevisíveis, pis s cções rtineirs sã fcilmente cntrrids pels dversáris (Cc, 1985). Jgdres critivs sã, sem dúvid, diferencil entre um resultd psitiv e um derrt. Qul clube de Futebl que nã gstri de cntr cm um Rnldinh Gúch? (Smulski, Nce & Cst, 2001, p.57). Sã ests persnliddes, cm s sus peculiriddes, que cpzes de tmr decisões eficzes e invdrs se distinguem de tds s utrs. Pderems bservr similiriddes, cntud cd um de nós pssui prprieddes especiis que ns diferencim uns ds utrs. Sã muits s fctres que influencim sucess ds jgdres de Futebl de Rendiment Superir. A estes sscims muits crcterístics e quliddes: cndições genétics fvráveis, educçã, crgem, persistênci, utnmi, cnfinç, mtivçã, tlent, cnheciment, inteligênci e critividde, que se sustentm em mbientes rics e psitivs, prmtres d seu desenvlviment. Tdvi sem trblh árdu nã é pssível tingir excelênci, send necessáris muits hrs de prátic. Hje, mis d que nunc, ser excelente implic prendizgem, trein sistemátic, frmçã dequd, de md crirem-se cndições pr que tlent pss despntr. (Grgnt, 2006, p. 313). O presente estud pretende cngregr e substncir rguments que evidenciem imprtânci d critividde, sbretud n que diz respeit à percepçã que treindres e jgdres de Futebl de Rendiment Superir têm reltivmente fenómen, prcurnd-se identificr s principis crcterístics persnlógics d jgdr de Futebl critiv Objectivs Geris e Específics Objectiv Gerl: Ilustrr, trvés de um revisã d litertur e d piniã de treindres e jgdres de rendiment superir, imprtânci tribuíd à critividde, n âmbit d perfrmnce n Futebl. Objectivs Específics: _ Cngregr e substncir rguments que evidenciem imprtânci d critividde n Futebl. A este prpósit, preender entendiment de treindres e jgdres de Futebl de rendiment superir. _ Perceber n visã ds treindres e jgdres de Futebl de rendiment superir quis s principis crcterístics persnlógics d jgdr de Futebl critiv. 3

14 1. INTRODUÇÃO 1.3. Estrutur d Estud Pr cnsecuçã deste estud efectums um pesquis bibligráfic e dcumentl, seleccinnd infrmçã tid cm mis relevnte, n sentid de serem esclrecids s spects relcinds cm prblem e prblemátic em questã. Psterirmente, plicms um questinári treindres e jgdres de Futebl de 9 ds 16 equips que prticiprm n Cmpent Prtuguês d Primeir Lig, denmind Lig Sgres. O presente estud será estruturd ns seguintes pnts: n pnt um cnstrá um intrduçã que vis justificr pertinênci d estud, delimitr prblem e definir s bjectivs; n pnt dis prceder-se-á um revisã d litertur reltivmente s tems em estud; n terceir pnt descrever-se-á s prcediments metdlógics dptds; n pnt qutr nlisr-se-á e discutir-se-á resultd ds questináris, cruznd infrmçã dí decrrente cm revisã d litertur; n quint pnt presentr-se-á s principis cnclusões; n sext pnt irã figurr lgums prpsts pr futurs estuds; n sétim pnt serã indexds s referêncis bibligráfics mencinds ns pnts nterires; n itv pnt encntrr-se-ã nexds s inquérits A e B, plicd s treindres e jgdres. 4

15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

16 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Cnceit e Definiçã de Persnlidde Segund Dicinári de Ciêncis Cgnitivs (2007) cnceit persnlidde é "sscid dispsições pr cnduts cgnitivs e prátics, intercções sciis, recções fectivs, que permnecem estáveis durnte vid e se mnifestm desde infânci." (Tiberghien, 2007, p. 292). O mesm utr refere que utilizçã ds terms vri, tendend-se, n entnt, flr: 1) de crácter, pr indicr um rgnizçã muit genéric de trçs dispsicinis cnsiderds cm nrmis; 2) de temperment, pr definir espécies nestes géners, ms tmbém pr trtr mis prticulrmente ds dispsições pr ter emções; 3) de persnlidde, pr designr vrintes que pdem ser individuis, ms tmbém pr insistir ns dispsições cgnitivs u ptlógics. Existem n litertur inúmers definições de persnlidde prpnd s grndes investigdres d persnlidde su, cnstituind-se s sus definições num relçã direct cm esclh ds seus métds e pnts de vist. Segund Allprt (1937, cit. Hnsenne, 2004), persnlidde é rgnizçã dinâmic, n sei d indivídu, de sistems psicfísics que determinm seu cmprtment crcterístic e s seus pensments. "Prtind dest definiçã, persnlidde é um únic que trduz frm cm um pess pens, reflecte, ge e se cmprt em diferentes situções." (Hnsenne, 2004, p. 23). Eysenck (1953, cit. Hnsenne, 2004) refere persnlidde é rgnizçã mis u mens firme e durável d crácter, d temperment, d inteligênci e d dimensã físic de um sujeit, determin su dptçã mei. A definiçã de persnlidde, pr Cttel (1950, cit. Hnsenne, 2004), está sscid àquil que permite um prediçã d que um pess vi fzer num determind situçã. Pr Clninger (2003), persnlidde pde ser definid cm um cnjunt de cuss subjcentes d cmprtment e d experiênci individul que existem dentr d pess. Birne (1966, cit. Hnsenne, 2004) define persnlidde cm um cmbinçã de tds s dimensões reltivmente duráveis de diferençs individuis que pdem ser medids. Ests dimensões, cnstituem-se cm trçs de persnlidde (ver Figur 1) que representm "um crcterístic durável, dispsiçã d indivídu pr se cmprtr de um determind mneir em situções diverss." (Hnsenne, 2004, p. 27). IMPULSIVO RESERVADO Figur 1 Trçs qulifictivs psts (Adp. Hnsenne, 2004) Segund mesm utr, s trçs sã dispsições individuis que rientm cndut, em diferentes cntexts, de um frm prticulr. Hbitulmente sã cnsiderds sbre um cntinuum, que vi de um extrem utr. Ns extremiddes d rect encntrm-se s qulifictivs psts, sitund-se s indivídus num determind pnt dess mesm rect. 6

17 2. REVISÃO DE LITERATURA O Estud d Persnlidde Alguém inclind tingir grndez rtístic precis de nutrir um mtivçã intensificd pr superr-se, pr distinguir-se. Pssuíd pr um visã pders, deve sentir-se cmpelid expressr ess visã, de nv e de nv, trvés d mei simbólic d su esclh. Deve estr dispst viver cm incertez, rriscr frcss e vergnh, vltr de nv e de nv seu prject té stisfzer s seus própris pdrões exigentes, flnd pdersmente pr utrs. (Grdner, 1999) N Futebl tl cm cmpnente físic, táctic, técnic, s cpciddes psiclógics sã igulmente treináveis. Cpciddes cm inteligênci, critividde, mtivçã, cnfinç, cncentrçã, regulçã d ctivçã psiclógic, regulçã d gressividde, regulçã d stress, dinâmic e cesã de grup, lidernç e cmunicçã sã pssíveis de desenvlver e estimulr n trein, ssumind nós, cntud, defes de um trblh glbliznte que nã sepre s cmpnentes e cpciddes n trein. É cert, hje em di, que generlidde ds treindres e tlets cnsiderm cmpnente psiclógic cm mis um fctr de trein, que nã é nem mis, nem mens, imprtnte que s utrs. Os jgdres e mesm s treindres já nã sã vlids pens em terms físics, táctics u técnics, é tmbém vlid seu perfil psiclógic. Prtnt, cmpreensã e determinçã ds cmpnentes psiclógics gerdrs de diferençs de rendiment ns mments de cmpetiçã, revelm-se fundmentis pr desenvlviment de intervenções dequds nível d trein. Tds têm um persnlidde, um peculir cmbinçã bi-psic-scil que ns trn um ser únic e individul, distint de tds s utrs, que ns jud determinr s níveis d nss sucess, d nss felicidde, d nss relizçã pessl. Cntud, nem tds s psicólgs d persnlidde cncrdm sbre quis s cuss, que lhe estã subjcentes, cm sugerem s váris teris, que segund Duque (2009) precnizm que é persnlidde, send genericmente designds de Teris d Persnlidde. A mesm utr firm que s teris d persnlidde (ver Qudr 1) estudm crcterístics cmuns e diferentes, que trnm cd indivídu únic e que persnlidde é cnjunt de pensments, mtivs, emções, interesses, titudes e cpciddes de um indivídu. Identific váris crrentes teórics que precnizm que é persnlidde, sber: Teris Psicdinâmics Enftizm imprtânci de mtivs, emções e frçs interns. A persnlidde desenvlve-se cm resluçã de cnflits psiclógics, que crrem gerlmente n infânci. Sã utres de referênci: Sigmund Freud cm Teri Psicnlític, Crl Jung, Alfred Adler e Kren Hrney. 7

18 2. REVISÃO DE LITERATURA Teris Fenmenlógics Pretendem entender pess e s perspectivs subjectivs, sscind, s pesss significds às infrmções que dquirem e pssuind ests reliddes diferentes. Abrdgem Humnist Pr Crl Rgers e Abrhm Mslw, teórics d brdgem humnist, finlidde últim d persnlidde é relizçã pessl. Est brdgem sublinh bndde básic ds pesss e su tendênci pr crescer em direcçã níveis mis elevds de funcinment, send est cpcidde ut-mtivd pr mudr e melhrr, pr ds impulss critivs específics, que cnstitui núcle d persnlidde. Teri ds Trçs de Persnlidde Pr s investigdres dest brdgem s indivídus pssuem trçs de persnlidde, vrind entre els qunt gru em que estã presentes. Neste mdel teóric prcur-se identificr s trçs básics necessáris à descriçã d persnlidde, pdend estes ser definids cm crcterístics permnentes d persnlidde que diferem de pess pr pess. Cm utres que defendem est perspectiv destcms: Grdn Allprt, Rymnd Ctell e Hns Heysenck. Muits ds ctuis teórics prpõem cinc trçs que crrespndem à estrutur d persnlidde, que se chmu s "Big Five", send eles: extrversã, cncrdânci, cnsciênci, neurticism (estbilidde emcinl) e bertur à experiênci. Abrdgem Bilógic e Evlucinári Est teri prpõe que s cmpnentes imprtntes d persnlidde sã herdds, determinds pr um cmbinçã de genes prticulr, à semelhnç d que sucede, pr exempl, cm ltur d indivídu, que result em lrg medid ds cntribuições genétics ds nsss ntepssds. Est perspectiv defende que s crinçs nscem cm um temperment prticulr, cm um dispsiçã básic e int (que emerge preccemente n vid), integrnd temperment diverss dimensões, incluind gru de ctividde gerl e dispsiçã. Teris Behvirists Est teri pressupõe que td rgnism está cpcitd pr perr sbre mbiente, que signific em terms de sens cmum que está sempre irrmper n e pr exterir. Segund B. F. Skinner td sistem se bsei n cndicinment pernte, qul estbelece que td cmprtment é influencid pels seus resultds, hvend um estímul refrçdr, pdend este ser psitiv qund frtlece tip de cmprtment (recmpens) u negtiv qund tende inibir cert cmprtment (puniçã). 8

19 2. REVISÃO DE LITERATURA N cmeç deste sécul Jhn B. Wtsn (1994, cit. Clninger, 2003) prpunh que persnlidde seri determind pel mbiente. Num ds sus firmções mis frequentemente citds refere "Dêem-me um dúzi de crinçs sudáveis, cm b frmçã, e meu própri mund plnejd pr criá-ls e grnt que pss tmr qulquer um letrimente e treiná-l pr trnr-se tip de especilist que eu esclher médic, dvgd, rtist, cmercinte e té mendig e ldrã, independentemente ds seus tlents, tendêncis, preferêncis, hábits, vcções e d rç ds seus ncestris." (Wtsn (1994, cit. Clninger, 2003, p. 293). 9

20 2. REVISÃO DE LITERATURA Cmprçã de Abrdgens d Persnlidde INATO ABORDAGEM TEÓRICA DETERMINANTES CONSCIENTES E INSCONSCIENTES DA PERSONALIDADE (DETERMINANTES GENÉTICAS) VERSUS ADQUIRIDO (DETERMINANTES LIBERDADE VERSUS DETERMINISMO ESTABILIDADE VERSUS MUDANÇA AMBIENTAIS) Determinist: vê cmprtment A estbilidde é vist cm PSICANALÍTICA Dá relev cnsciente Sublinh int estrutur herdde d persnlidde cm cusd pr fctres exterires cntrl pessl crcterístic centrl lng d vid Determinist: vê cmprtment A estbilidde é vist cm TRAÇOS DE Secundriz cnsciente e Diverss perspectivs sbre cm cusd pr fctres crcterístic centrl lng PERSONALIDADE incnsciente ssunt exterires cntrl pessl d vid Determinist: vê cmprtment Vê persnlidde cm APRENDIZAGEM Secundriz cnsciente e incnsciente Centr-se n mbiente cm cusd pr fctres exterires cntrl pessl dptável e prgressiv durnte vid Determinist: vê cmprtment A estbilidde é vist cm BIOLÓGICA E Secundriz cnsciente e Sublinh estrutur int e cm cusd pr fctres crcterístic centrl lng EVOLUTIVA incnsciente herdd d persnlidde exterires cntrl pessl d vid Sublinh intercçã entre HUMANÍSTICA Sublinh cnsciente nturez e cultur Qudr 1 Cmprçã de Abrdgens d Persnlidde (Adp. Feldmn, 2001 cit. Duque, 2009) Sublinh imprtânci ds livres esclhs individuis Vê persnlidde cm dptável e prgressiv durnte vid 10

21 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.2. A (s) Inteligênci (s) : Abrdgem cgnitivist e emcinl e su relçã cm Desprt Um cmpetênci intelectul humn deve presentr um cnjunt de hbiliddes de resluçã de prblems cpcitnd indivídu reslver prblems u dificulddes genuíns que ele encntr e, qund dequd, crir um prdut eficz e deve tmbém presentr ptencil pr encntrr u crir prblems pr mei diss prpicind lstr pr quisiçã de cnheciment nv. (Grdner, 1994, p.46) De enrme relevânci scil, cm tribut, inteligênci cntinu ser um ds tems mis imprtntes e mis cntrverss d Psiclgi. Dizer que um pess é inteligente é situá-l num escl de vlres. A dificuldde cmeç qund se pergunt em que cnsiste ess inteligênci, cm pdems recnhecer, se existe sb diferentes frms, ( ) se el é um cmprtment u um fculdde independente d sber, se crrespnde qulquer cis de int. (Aurux & Weil, 1993, p. 219). As rigens d estud d inteligênci remetem-ns pr um cnjunt de frmulções teórics, n su grnde miri, resultntes d cnsttçã ds evidentes diferençs de desempenh ds indivídus. Segund Lems (2007), sã váris s teris e brdgens: (I) psicmétric, diferencil, fctrlist; (II) desenvlvimentlist e (III) neurbilógic, que representm um visã unitári d cnceit de inteligênci, cnsidernd- cm um cpcidde gerl, que quntittivmente se mnifest de frm diferencid em tds s indivídus, presentndse (IV) brdgem cgnitivist cm um leitur mis dinâmic d inteligênci e um nálise mis cmplet ds respectivs cmpnentes cgnitivs, prpsts pel teri d prcessment de infrmçã. N linh d psiclgi cgnitiv destc dis cnceituds investigdres, Hwrd Grdner (1988, 1993, 1994, 1995) e Rbert Sternberg (1988, 2005). O primeir, defende nçã de um inteligênci sectril, que denmin de Teri ds Inteligêncis Múltipls, cnstituind-se est cm um cnjunt de hbiliddes e dmínis específics que intergem entre si n sluçã de prblems, sem nenhum relçã de superiridde hierárquic de uns sbre s utrs e cm inúmers pssibiliddes de cmbinçã. O segund, present um cnceit de inteligênci funcinl, que denmin de Inteligênci Triádic, ssente em três frms de inteligênci: nlític, critiv e prátic. Demnstr necessidde de tds s sujeits utilizrem s três diferentemente, em circunstâncis e mments diversificds, cnsidernd que inteligênci se revel mis eficz qund s seus três spects sã utilizds de frm equilibrd. Segund Grdner (1993), inteligênci nã é um cnstruct singulr e unitári, ms ntes um cnjunt de inteligêncis, cnstituind-se cd um cm um sistem de 11

22 2. REVISÃO DE LITERATURA funcinment seprd, embr s sistems pssm intergir entre si fim de prduzirem quil que se cnsider ser um desempenh inteligente. Dest frm, Grdner (1994), sugere que é necessári prjectr cmp d cgniçã humn, incluind um cnjunt mis mpl e mis universl de cmpetêncis. A prtir de um visã plurlist d mente, Grdner (1995), estbelece tips diferentes de mnifestções de inteligênci. Sã els: 1 Inteligênci linguístic mnifestd trvés d fl, leitur, escrit e escut. O dm d lingugem é universl e seu desenvlviment é cnstnte em tds s culturs. Pdems referencir s pets, escritres, dvgds; 2 Inteligênci lógic-mtemátic mnifestd n sluçã de prblems e n desenvlviment de rcicínis dedutivs. É fcilidde em lidr cm númers e cm cálcul mtemátic. Cm exempl, pdems citr engenheirs, físics, mtemátics; 3 Inteligênci espcil mnifestd n percepçã e dministrçã d mund visul/espcil, necessári n nvegçã e n sistem ntcinl de mps. As evidêncis d pesquis d cérebr pntm pr hemisféri direit ns pesss destrs cm lcl de prcessment. Arquitects, geógrfs, mrinheirs, em gerl, pssuem ess mnifestçã evidencid; 4 Inteligênci crprl-cinestésic mnifestd n sluçã de prblems relcinds crp. Ns destrs, dminânci é encntrd n hemisféri esquerd d cérebr. Cnstituise tmbém períci de trblhr cm bjects envlvend crp. Pdems bservr em bilrins, tlets, cirurgiões; 5 Inteligênci musicl mnifestd ns diferentes frms de expressr sns nturis, musicis, n fcilidde em utilizr instruments musicis, n distinçã de meldis, tns, ritms e frequêncis snrs. Sã percebids principlmente em mestrs, músics em gerl; 6 Inteligênci interpessl mnifestd n relcinment cm s utrs, n percepçã e cmpreensã pel distinçã ds sensções lheis (humr, mtivçã). 7 Inteligênci intrpessl mnifestd n utcntrle, n cnheciment ds própris limites, em estr bem cnsig mesm, n dministrçã ds sus própris sensções. Pr Grdner um ds mis mrvilhss invenções humns é sens d eu, um crcterístic bservd em psicólgs, ssistentes sciis, e utrs. A inteligênci é ssim entendid cm um cnfluênci de requisits e cpciddes, trtnd-se de um cnstruct, de um cnjugçã de cpciddes de cmpreensã, tençã, velcidde e memrizçã que relcinds permitem sujeit desempenhr determinds trefs cm mir precisã e cuidde (Cst, Grgnt, Fnsec e Btelh, 2002). N desprt, inteligênci que mis se destc é crprl-cinestésic. Grdner (1995) refere que s desempenhs n desprt sã muit imprtntes num sciedde e que s invções ness áre sã elgids, cnsider ind que é senst flr d us d crp e d seu cntrle inteligente n desempenh de mviments ltmente subtis e técnics. N entnt, Grdner (1994; 1995), sugere que cd dmíni requer mis d que um inteligênci. Send ssim, pesr d inteligênci crprl-cinestésic se revelr fundmentl 12

23 2. REVISÃO DE LITERATURA pr tlet, pis permite resluçã de prblems, cpcidde de cntrlr s mviments d própri crp e de mnipulr bjects cm hbilidde (cm se bserv qund um futeblist tem um perfeit cntrl d bl em mviment), pr que btenh níveis de perfrmnce elevds é necessári que tenh bem desenvlvids diferentes tips de cpciddes, envlvend um cmbinçã de inteligêncis. O tlet terá que revelr, pr lém d inteligênci crprl, utrs pnts intelectulmente frtes. Há cpcidde lógic de plner um b estrtégic, cpcidde de recnhecer pdrões espciis fmilires e de explrá-ls imeditmente e sens interpessl d persnlidde e de mtivçã ds utrs jgdres n jg (Grdner, 1994). Segund Sternberg (2005), nenhum pess mnifest um desempenh excepcinl em tud que fz, pssuind cd indivídu um perfil e quliddes distints, identificnd-se nest idei um cnvergênci de pensment reltivmente cnceit multidimensinl de inteligênci prpst pr Grdner. O própri Grdner (1995, p. 41) firm que existem muits pnts de cntct entre su teri e teri triádic rticuld pr Sternberg que distingue três frms de cgniçã nlític, critiv e prátic que pdem ser bservds em distints inteligêncis. Pr Sternberg & Grigrenk (2003), pensment nlític é usd qund pess nlis, vli, cmpr u cntrst, centr-se n resluçã de prblems e n tmd de decisã. O pensment critiv é utilizd qund pess cri, invent, u descbre, send cpcidde de gerr ideis nvs e interessntes. O pensment prátic relcin-se cm us d bm sens e result n cpcidde de trduzir teri em prátic e s ideis bstrcts em relizções prátics. A inteligênci é, em primeir lugr, um questã nã de quntidde ms sim de equilíbri, de sber qund e cm utilizr s ptidões nlítics, critivs e prátics (Sternberg, 2005), ist é, pesss cm inteligênci de sucess nã se limitm ter ptidões, pnderm nde e qund s devem usr eficzmente (Lems, 2007). Citnd B. Lwe, um bservdr de desprt, Grdner (1994, p. 179) refere que determinds feições crcterizm lnçdr de beisebl tlents. Há cntrle cpcidde de jgr bl exctmente nde se quer. Há stúci cnheciment que vem cm experiênci, pder nlític, bservçã hábil e desenvltur. Há equilíbri cpcidde de plicr stúci sb grnde pressã e prduzir qund necessidde é mis prnuncid. (Grdner, 1994, p. 179). Est mnifestçã de inteligênci n tlet retrt um sistem de funcinment nde se bserv clrmente um cpcidde de nálise d situçã, um cpcidde de clcr em prátic s meis pr resluçã d prblem e cnsequentemente plicçã trvés d stúci de um sluçã que sej mis inteligente e critiv pr ultrpssr bstácul u dificuldde. Embr ns descrições que fz ds inteligêncis pessis hj mpl espç pr um visã prfundd d jg ds emções e d mneir de s gerir, Grdner nã trt em 13

24 2. REVISÃO DE LITERATURA grnde prmenr d ppel ds sensções nesss inteligêncis, cncentrnd-se mis n cgniçã ds sentiments (Glemn, 1996). O psicólg Dniel Glemn estud ppel ds emções, prximnd s emções d vid rcinl. Percebe que ests se revestem de um imprtânci fundmentl, pr btençã de êxit, qulquer que sej dmíni d ctividde humn e send ssim tmbém n desprt, nde tlet vivenci s mis vrids tips de emções. Elbr um nv teri que design de Inteligênci Emcinl, e prfund s estuds respeit ds inteligêncis pessis, ns dmínis interpessl e intrpessl, enqunt cpcidde pr mnitrizr s sus própris emções e s ds utrs e cnsequentemente cm cpcidde pr usr s infrmções sbre s diferentes emções cm bjectiv de cntrlr e rientr seu própri pensment e s sus cções. N su br O Err de Descrtes, Antóni Dmási (2001), sugere mesm que nss estd emcinl cndicin nss ctividde neurl, que s nsss emções e sentiments nã sã estrnhs à rzã, u sej, que s nsss julgments intelectuis e mris resultm de um intercçã entre rzã e emçã. Segund Glemn (1999) tds s cmpetêncis emcinis cmbinm pensment e sentiment, ist é, envlvem lgum dse de períci n áre d sentiment, pr ds elements cgnitivs em cçã. As Cmpetêncis Emcinis dividem-se em dis grups (ver Qudr 2 e 3): Cmpetênci Pessl e Cmpetênci Scil, revelnd-se s cpciddes de Inteligênci Emcinl subjcentes, essenciis pr quem quiser ter êxit n prendizgem ds cmpetêncis necessáris pr ter sucess n trblh (Glemn 1999). Quem tiver puc utcnsciênci nã se perceberá ds sus própris frquezs e fltr-lhe-á utcnfinç que deriv d certez ns sus própris frçs (Glemn 1999, p. 36). A nss inteligênci determin, segund Glemn (1999), nss ptencil pr prender s ptidões prátics cnsidernd que nss Cmpetênci Emcinl se trduz ns cpciddes prfissinis, e pr cnsequênci tmbém ns cpciddes de um qulquer dmíni desprtiv. A utcnfinç, utdmíni e vntde de triunfr sã pens exempls de cpciddes que estã presentes ns tlets de rendiment superir. Nã send inteligênci emcinl genétic, send ests hbiliddes mis preendids que inserids, resultnd, prtnt, ds circunstâncis e d cntext que ns envlve, pdems firmr que, de cert frm pssuíms dus mentes e pr cnsequênci dis tips de inteligênci: rcinl e emcinl. Qund mbs, rzã e emçã, intergem bem, inteligênci emcinl ument, e pr cnsequênci, melhrms tmbém perfrmnce d nss cpcidde intelectul. Derrub-se ssim mit de que devems sbrepr rzã à emçã. Pel cntrári devems prcurr um equilíbri entre mbs. 14

25 2. REVISÃO DE LITERATURA QUADRO 2 QUADRO DA COMPETÊNCIA EMOCIONAL Cmpetênci Pessl (Ests Cmpetêncis determinm frm cm ns gerims nós própris) Autcnsciênci (Cnhecer s nsss estds interns, preferêncis, recurss e intuições) Autcnsciênci emcinl: Recnhecer s própris emções e s seus efeits Aut-vliçã precis: Cnhecer s própris frçs e limitções Autcnfinç: Cnfinç ns cpciddes e n vlr própris Aut-regulçã (Gerir s própris estds interns, impulss e recurss) Autdmíni: Gerir emções e impulss negtivs Inspirr cnfinç: Cnservr pdrões de hnestidde e integridde Ser cnscencis: Assumir respnsbilidde pel desempenh Adptbilidde: Flexibilidde em lidr cm mudnç Invçã: Sentir-se à vntde e bert nvs ideis, brdgens e infrmçã Mtivçã (Tendêncis emcinis que rientm u fcilitm cumpriment de bjectivs) Vntde de triunfr: Lutr pr se perfeiçr u tingir um pdrã de excelênci Empenh: Alinhr cm s bjectivs d grup u rgnizçã Inicitiv: Estr preprd pr prveitr prtuniddes Optimism: Persistênci n prssecuçã ds bjectivs pesr ds bstáculs e reveses Qudr 2 Relçã entre s 3 dimensões d inteligênci emcinl pessl e s 12 cmpetêncis emcinis (dp. Glemn, 1999). 15

26 2. REVISÃO DE LITERATURA QUADRO 3 QUADRO DA COMPETÊNCIA EMOCIONAL Cmpetênci Scil (Ests Cmpetêncis determinm frm cm lidms cm s relções) Empti (Cnsciênci ds sentiments, necessiddes e precupções ds utrs) Cmpreender s utrs: ter percepçã ds sentiments e ds perspectivs ds utrs e mnifestr um interesse ctiv ns sus precupções Desenvlver s utrs: Ter percepçã ds necessiddes de desenvlviment ds utrs e frtlecer s sus cpciddes Orientçã pr serviç: Antecipr, recnhecer e ir encntr ds necessiddes ds clientes Ptencir s diversiddes: Cultivr prtuniddes cm diferentes tips de pesss Cnsciênci plític: Ler s crrentes emcinis e s relções de pder de um grup Cmpetêncis Sciis (cpcidde de induzir respsts fvráveis ns utrs) Influênci: Exercer táctics eficzes de persusã Cmunicçã: Ouvir cm bertur e envir mensgens cnvincentes Gestã de cnflits: Negcir e reslver descrds Lidernç: Inspirr e liderr grups e pesss Ctlizdr d mudnç: Inicir e gerir mudnç Crir lçs: Alimentr relções instrumentis Clbrçã e cperçã: Trblhr cm utrs pr bjectivs cmuns Cpciddes de equip: Crir sinergis de grup n prssecuçã de bjectivs clectivs Qudr 3 - Relçã entre s 2 dimensões d inteligênci emcinl scil e s 13 cmpetêncis emcinis (dp. Glemn, 1999). 16

27 2. REVISÃO DE LITERATURA N que se refere às principis emções presentes n cntext desprtiv, Lzrus (2000, cit. C. Dis, 2005) cnsider nsiedde, irritçã/riv, vergnh, culp, espernç, lívi, felicidde e rgulh. Ests emções dminntes n cntext desprtiv influencim rendiment ds tlets, quer ns treins, quer ns cmpetições, prtnt revel-se de fundmentl imprtânci seu estud, n sentid de melhr se preprr e educr emcinlmente s tlets, pr que em tds s mments, n cmpetiçã e fr del, pssm regir inteligentemente, tmnd bs decisões, cncretiznd cmprtments válids e dequds. Os Jgs Desprtivs Clectivs, pel su dinâmic própri, pssuem um sistem bert, ric em situções-prblem, pis tud cntece de frm imprevisível. As equips de Futebl perm cm sistems dinâmics que se cnfrntm simultnemente cm previsível e cm imprevisível, cm estbelecid e cm invçã. O jg dá-se n intercçã, e trvés d intercçã, ds regrs cnstitutivs d jg, cs e cntingênci de cnteciments específics cm s esclhs específics e s estrtégis ds jgdres, virds pr utilizçã ds regrs e d cs pr crirem nvs cenáris e nvs pssibiliddes. (Grgnt & Cunh e Silv, 2000). As regulriddes u s mviments pdrnizds, u sej, s cnheciments dquirids n cçã, sã imprtntes, cnstituind bse sbre qul nvs cnteciments, que esperáms ns pssm beneficir individul e clectivmente, emergem. De crd cm Grgnt (2009, p.12) inteligênci pde emergir e desenvlver-se cm dequds estímuls, nesse sentid, qunt mis mbiente fr ric, mis numerss e significtivs sã s infrmções que estimulm jgdr e mis ele será induzid «trnrse inteligente».. Os treindres nã deverã esquecer-se nunc que s tlets sã dtds de diferentes dmínis e diferentes inteligêncis e que em cd dmíni/inteligênci, cm sugere Sternberg (2005) cm su Teri Triádic d inteligênci, existem diferentes cpciddes (nlític, prátic e critiv), pr utr ld, tmbém pderã existir grus distints de mnifestçã desss inteligêncis. Prtnt, pr que s tlets pssm mnifestr pdrões elevds de perfrmnce desprtiv, pr ptencilizr seu rendiment, terã necessrimente n trein que prmver cntexts (pr exempl: n Futebl cm exercícis cntextulizds e específics d seu mdel de jg) cpzes de desenvlver s inteligêncis que mis se mnifestm n su ctividde desprtiv. Imprtnte será, cntud, mesm temp que desenvlvem s sus cpciddes cgnitivs desenvlvm, igulmente, eficientes cmpetêncis emcinis. O desenvlviment ds nsss cpciddes intelectuis deverá ser um prcess cntínu, vitlíci. O cnheciment nã é estnque, renv-se cnstntemente, prtnt, lcnç sucess n vid quem tem um mente bert, quem está dispst prender e preende cm s sus experiêncis, quem percebe que é fundmentl sber cm e sber fzer. 17

28 2. REVISÃO DE LITERATURA Os utres trás referencids defendem um visã plurlist d inteligênci (ver Figur 1). Pr Hwrd Grdner (1994, 1995), inteligênci humn ssent em dmínis ns quis s tlents u hbiliddes se mnifestm. Pr su vez, Sternberg & Grigrenk (2003) e Sternberg (2005), cntemplm funcinment d rcicíni em si, trvés d pensment nlític, prátic e critiv, bservnd que s pesss bem sucedids utilizm s três cpciddes pr lcnçrem sucess. O equilíbri emcinl é, pr psicólg Dniel Glemn (1996), essencil em qulquer dmíni de ctividde humn. A utcnsciênci, u sej, cpcidde pr recnhecer s seus própris sentiments, cntrl ds seus impulss e um óptim relcinment scil sã de fct spects fundmentis n btençã de êxit em qulquer ctividde humn e de enrme relevânci n desprt de lt cmpetiçã. O cnheciment permite-ns dpçã de cmprtments inteligentes e critivs, send bse que ns sustent e ns impulsin pr nvs e invdres níveis de cnheciment. Figur 2 Relçã entre Teri d Inteligênci Múltipl, Inteligênci Emcinl e Teri d Inteligênci Triádic de Sternberg. 18

29 2. REVISÃO DE LITERATURA A Inteligênci de Jg O Futebl é sbretud inteligênci. (Frde, 2005) O jg de Futebl é um cnstruçã ctiv, n medid em que seu desenvlviment decrre d firmçã e ctulizçã ds esclhs e decisões ds jgdres, relizds num mbiente de diverss cnstrngiments e pssibiliddes (Grgnt, 2005, p. 192).. A nturez própri d jg exige, segund Grgnt (1994), cções e respsts que se crcterizm pel pel à inteligênci, enqunt cpcidde de dptçã um mbiente em permnente mudnç. O ct táctic em Futebl desenvlve-se e reliz-se trvés dum cmplex mecnism que englb percepçã, nálise d situçã, decisã tmr e execuçã, resultnd este n plicçã cridr d sber, ds diferentes cpciddes e de um sber fzer (Grgnt, 2002). Fce s cnstrngiments própris d jg de Futebl, jgdr tem que cnstntemente tmr decisões e slucinr prblems, exigind-se dele titudes táctics cnstntes, s quis sã cnstrngids pels regrs, pel temp, pel períci ds prticntes, pel seu estd emcinl e de fdig (Arúj, 2005, p. 24), ms tmbém, segund Grgnt (1997), pel cpcidde mentl de ntecipçã d cmprtment ds dversáris e d cçã que s cmpnheirs prevêem relizr-se num determind cntext de jg. Estes cntexts crcterizds pel vribilidde implicm brigtrimente que tlet sej ctiv, que cmpnhe dinâmic d que se pss à su vlt, que sej cpz de detectr infrmçã que está n cmpetiçã e que está sempre evluir (Arúj, 2005). O jg de Futebl precis de inteligênci pr pder ptencilizr tds s sus virtudes. Existe dentr d cmp um inteligênci que se mnifest trvés ds grndes jgdres. Os jgdres cm inteligênci de jg, nã sã melhres pens prque pssuem melhr qulidde técnic, que s lev desequilibrr s sistems cmplexs de jg d dversári, crind neles cs e desrdem, retirnd dí benefícis pr su equip. Sã melhres prque cnseguem pensr mis rápid e melhr, prque cnseguem tmr decisões dequds às circunstâncis d jg; sã melhres prque cnseguem psicinr-se rcinlmente n espç de jg; sã melhres prque cnseguem respnder bem s cnstrngiments emcinis que jg present; sã melhres prque cnseguem ser equilibrds em tds s mments de jg (rgnizçã fensiv, trnsiçã tque defes, rgnizçã defensiv e trnsiçã defes tque). Os jgdres inteligentes pssuem um frte crácter e um elevd cnsciênci táctic-técnic cm elements fundmentis cpzes de fzer td diferenç n jg. Cm firmm Arúj & Vlssvitch (2005, p. 76), s jgdres perits têm cpcidde de depress percepcinr ( ler ) s mudnçs 19

30 2. REVISÃO DE LITERATURA relevntes que cntecem n jg, mesm qund esss mudnçs sã subtis u estã prestes cntecer.. Os jgdres devem sber relcinr e rgnizr s infrmções inerentes às situções de jg, que incluem decisões d tip: que fzer, qund fzer e cm fzer (Figur 2), pssibilitnd dequçã de cmprtments inteligentes. A mnifestçã de jg de elevd qulidde result, tmbém, d necessidde de perceber que essênci d Futebl está n integrçã que se venh verificr entre s sus váris cmpnentes: físic, psiclógic e táctic-técnic. É n cmbinçã equilibrd dests qutr cmpnentes que, necessrimente, se cncretiz inteligênci de jg. N su Tese de Dutrment Grgnt (1997), reprt-se mdel prpst pr Brth (1995), pr ilustrr s relções entre s prcesss cndicinis de regulçã de energi, s spects técnics d regulçã d execuçã, s spects psic-cgnitivs de regulçã d cmprtment estrtégic táctic e s spects emtivs, mtivcinis e cgnitivs que regulm impuls d cçã. A tref essencil d trein n Futebl é de que tds s sus dimensões sejm frmds e perfeiçds em cnjunt, que cntemple intercçã de tds s dimensões (Giteir, 2006). O td nã é nd sem s prtes, cm s prtes nã sã nd fr d td (Mrin, 1991). Este entendiment que se reflecte n qulidde d jg reclm, segund Grgnt (1997), d prte d sujeit cmprtments inteligentes, que de crd cm Andreewsky (1991, cit. Grgnt, 1997), depende d cpcidde pr ssegurr três tips de funções: funções de resluçã (elbrr e seleccinr sluções pertinentes pr tingir s bjectivs e reslver prblems), funções de cmpreensã (respnder de md cerente e prprid às questões e crir frms significntes cmpreensíveis) e funções de efectuçã (rgnicmente ligds às tmds de decisã). Figur 3 A dimensã estrtégic-táctic enqunt pól de trcçã, cmp de cnfigurçã e territóri de sentid ds trefs ds jgdres n decurs d jg (Adpt. Grgnt, 1997). 20

31 2. REVISÃO DE LITERATURA Se únic órgã d pensment é cérebr, prque jg reclm um ctividde cerebrl ( ) e se ntes de ser um precupçã físic é um inexrbilidde táctic, cnsciente u nã, su trnsfrmçã deve ser um precupçã diári e permnente d treindr (Giteir, 2006). Crrbrnd est idei, prece ser pertinente um cnstnte necessidde de desenvlver um prcess de trein, n sentid de frmr jgdres tcticmente inteligentes, que evidenciem tmds de decisã justds reltivmente s cnstrngiments cntextuis que jg present. Frmr futeblists tcticmente cults e inteligentes é um tref que cmeç bem ced. Prtind d jg, d su rgnizçã estruturl e dinâmic, prcess ensin/prendizgem deve permitir que est frmçã nã resulte num defrmçã, ms que sej um descbert guid que se mnifest num liberdde e critividde individul cpz de ctur em benefíci d clectiv. O Futebl é sbretud inteligênci (Frde, 2005). Cntud, prque estms flr futeblists imprt flr de um inteligênci específic, um inteligênci subjcente jgr Futebl, um sber sbre um sber fzer que se cncretiz n cçã Cnheciment Táctic-Técnic Específic A cmpreensã envlve cts de cgniçã, ist é, cmprtments inteligentes, que implic existênci de cnheciment que, sb frm de «princípis d jg», funcin cm ingrediente indispensável pr cmpreensã. (Kirk, 1983, cit. Grgnt, 1997) A cnsciênci táctic, um sber sbre um sber fzer, tem cm principl vli num mdlidde clectiv cm Futebl, permitir sincrni de pensments entre s elements de um equip. (Mciel, 2008, p. 433). Send um equip de Futebl um sistem dinâmic cmplex, em que intergem diverss vriáveis critics de md nã liner, que se cnstituem cm um sistem bert, sujeit nturlmente s cnstrngiments mbientis envlventes, é fundmentl que s jgdres entendm Especificidde d jg, de frm que identifiquem s regulriddes d mdel de jg idelizd e que sejm, mesm temp, cpzes de cptr infrmçã que s envlve, gind em cnfrmidde. Cm refere Crvlhl (2001), intercçã ds jgdres em cndições lnge d equilíbri prende-se cm fenómen de ut-rgnizçã, um prcess em que, segund Stcey (1995) s cmpnentes cmunicm espntnemente entre si e cperm subitmente num cmprtment cmum, crdend, cncertd. A prpósit refere Grgnt (1997) que num jg de Futebl, cmprtment ds jgdres, situ-se num tensã permnente 21

32 2. REVISÃO DE LITERATURA entre cnheciment e cçã, slientnd que pr um jgdr, sber táctic e perfrmnce estã frtemente ligds. O cnheciment táctic-técnic específic é pr Oliveir (2004) quele que permite jgdr esclher pçã mis dequd pernte um determind situçã, decrrend de um justd leitur de jg (Grgnt, 1997). Aind de crd cm Oliveir (2004), s esclhs táctic-técnics que jgdr present n jg, dependem d cnheciment declrtiv e prcessul que este pssui, ist é, ds imgens mentis, ds respectivs memóris, d intercçã entre s dis, ds estds emcinis que resultrm ds mments de prendizgem desses cnheciments ns mments ds decisões e cções. Pr Grgnt (2002), especificidde desprtiv implic um cnheciment declrtiv, relcind cm cnheciment ds cções e um cnheciment prcessul, relcind cm cnhecer cm utilizr esss cções. Mlglive (1990) e Gréhigne & Gdbut (1995) citds pr Grgnt (1997 p. 90), sustentm que sistem de cnheciment, ns jgs desprtivs clectivs, decrre de três ctegris: (1) regrs de cçã, ist é, regrs básics d cnheciment táctic d jg, que definem s cndições respeitr e s elements ter em cnt (Gréhigne & Guilln, 1988 cit. pr Grgnt, 1997, p. 90); (2) regrs de rgnizçã d jg, relcinds cm lógic d ctividde, nmedmente cm dimensã d áre de jg, cm reprtiçã ds jgdres n terren, cm distribuiçã ds ppéis e lguns preceits simples de rgnizçã que pdem permitir elbrçã de estrtégis; (3) cpciddes mtrs, que englbm ctividde perceptiv e decisinl d jgdr, bem cm s spects d execuçã mtr prprimente dit. Os cnstrngiments e cntext situcinl que se presentm jgdr em cd mment de jg levm-n ter brigtrimente que relizr cções de nturez táctictécnic, que sejm dequds à situçã específic e que resultem em benefíci pr equip. Os jgdres têm que sber que fzer, pr depis seleccinr cm fzer, utiliznd cçã mtr mis dequd prblem. Assim, sem cnhecer essênci d jg e ds seus princípis táctics, nã se pde prveitr n plenitude s recurss técnics. Est idei reflecte pensment de Grgnt (1997, p. 91) qund firm que desenvlviment d cpcidde pr jgr implic um desenvlviment de sberes. Sber que fzer está, prtnt, n dmíni d cnheciment declrtiv. Cm refere Oliveir (2004), este tip de cnheciment pde ser explicd u trnsmitid pr plvrs, tend sbretud ver cm cnheciment d regulment e ds regrs de gestã estrtégic d cmpetiçã (Thms et l., 1986; Brth, 1995 cit. Grgnt, 1997). Afirm prpósit Oliveir (2004, p. 91), que este cnheciment se ssume cm determinnte pr jgdr de Futebl, quer n interpretçã d situçã pr psterir esclh d decisã, cm n interpretçã d resultd d decisã, cnstituind-se cm um mei de cnslidçã, evluçã e/u refrmulçã ds seus cnheciments. 22

33 2. REVISÃO DE LITERATURA Pr utr suprcitd, qunt mis brngente fr cmpreensã d jg e mis elevd nível de cnheciment declrtiv, mis ligções, relções e intercções pdem ser feits pdend ssim resultr mis critivs s sluções encntrds. O cm fzer está n dmíni d cnheciment prcessul, directmente relcind cm cmprtment mtr, cm execuçã de um cçã de táctic, individul u clectiv, num situçã cncret. Cm refere Grgnt (1997) ns mdliddes de incidênci táctic, cm é cs d Futebl, cnheciment prcessul relcin-se, intimmente e simultnemente, cm selecçã d respst mtr e cm execuçã d cçã. Váris utres, nmedmente, Myers & Dvids (1993) e Willims & Dvids (1995) citds pr Grgnt (1997), sugerem que n prátic desprtiv, trnsiçã d cnheciment declrtiv pr cnheciment prcessul, é fcilitd trvés d trein e d exercitçã. Pr su vez, cnheciment prcessul prmve quisiçã e retençã dum cnheciment declrtiv específic (Grgnt, 1997). O cnheciment fctul que é necessári pr rcicíni e pr tmd de decisões cheg à mente sb frm de imgens perceptivs, evcds prtir d pssd rel, e evcds prtir de plns pr futur (Dmási, 2001). É ssim imprtnte, cm refere (Giteir, 2006), levr equip vivencir que se pretende que el fç, permitind um visulizr d pisgem d jgr, pssibilitnd cnstruçã de pdrões neuris ns jgdres Mdel Pendulr d Cmprtment e d Acçã Táctic Grnde prte d prcess de ensin-prendizgem-treinment e hbiliddes mtrs e cgnitivs cnsiste em trnsfrmr cnheciment declrtiv em cnheciment prcessul pr entã ptimizr este trvés ds prcesss de plicçã d cnheciment. (Grec, 2006) Cm seu Mdel Pendulr de Cmprtment e d Acçã Táctic (ver Figur 4) Pbl Grec (2006) present-ns um ensi teóric sbre relçã entre cnheciment e s diferentes prcesss cgnitivs que definem um cmprtment táctic. Grec (2006) firm que prtir ds infrmções e decisões que crrem de frm prlel e simultâne se frm um rede de cnexões prlels, cm trcs de infrmções que pssibilitm indivídu, rgnizr s sinis e cdificá-ls, relcinnd nv (situçã) cm velh, cnsidernd s semelhnçs e s diferençs, send estrutur de cnheciment táctic-técnic declrtiv e prcessul el ds cnexões. Cntinund, mesm utr, refere que s dus estruturs perceptiv e de prcessment d infrmçã se relcinm e intergem cm funçã primári de cdificr 23