MÉTODO E PERCEPÇÃO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM

Transcrição

1 UNIVERSIDADE DO PORTO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR MÉTODO E PERCEPÇÃO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM JOSÉ DOS SANTOS COSTA Mestrd em Ciêncis de Enfermgem PORTO, 1999

2 UNIVERSIDADE DO PORTO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR MÉTODO E PERCEPÇÃO DE CUIDAR EM ENFERMAGEM JOSE DOS SANTOS COSTA Dissertçã presentd pr btençã d Gru de Mestre em Ciêncis de Enfermgem, sb rientçã d Prf. Dutr Mrt Lim Bst PORTO, 1999

3 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr RESUMO As nsss vivêncis, n sei d prátic e d frmçã em enfermgem, relcinds cm metdlgi de trblh ds enfermeirs e cuidr em enfermgem, sempre ns precuprm. Deste md, prpõese cmpreender de que frm métd de prestçã de cuidds se relcin cm percepçã d cuidr em enfermgem. Este trblh diz respeit um investigçã, relizd lng d n de 1999, num hspitl d distrit de Viseu, em dis serviçs de internment em medicin. Pretendeu-se cmpreender té que pnt métd de prestçã de cuidds crrespnde à percepçã de cuidr, em enfermgem. Tmu-se, pr um ld, estrutur d prcess de cuidr de Swnsn e perspectiv de váris mdels teórics sbre cnceptulizçã de enfermgem cm disciplin, pr utr, s pressupsts ligds à rgnizçã sistemátic ds cuidds de Munsn e Clintn. A pçã metdlógic tem pr bse pressupsts qulittivs, trtnd-se de um estud essencilmente descritiv, de crácter explrtóri. Discutem-se s métds de prestçã de cuidds e s cncepções dminntes à prátic ds cuidds de enfermgem. Frm utilizds cm técnics de reclh de infrmçã bservçã e entrevists seis enfermeirs, bservçã prticipnte, incidentes crítics e nálise dcumentl. A nálise de cnteúd ds trnscrições ds entrevists e ds regists d bservçã prticipnte permitirm identificr s elements predminntes d qulidde d métd de prestçã de cuidds 2

4 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem (ttlidde, imputbilidde, crdençã e cntinuidde) ssim cm s fctres de influênci ligds s métds de prestçã de cuidds. Os resultds sugerem que s cntexts diferencids, em terms de rgnizçã sistemátic d trblh, respeitm de frm diferente s elements d qulidde ligds métd de prestçã de cuidds, em prte devid s fctres de influênci negtiv que s enfermeirs identificm cm pi rgnizcinl, recurss de enfermgem, númer de dentes, rtins e excess de trblh. A percepçã d cuidr em enfermgem fi clssificd de crd cm s prcesss de cuidr de Swnsn. Os dds evidencim que ns serviçs há dis métds de trblh e frms de percepcinr cuidr em enfermgem distints. Cnclui-se que existe um relçã entre métd de prestçã de cuidds e percepçã d cuidr em enfermgem, ns cntexts estudds, que implic cntinuçã d estud. 3

5 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr ABSTRACT Our experience, in the fields f nursing prctice nd eductin, relted t wrk distributin cring in nursing hve lwys cncerned us. In this perspective, we prpse t understnd in wht wy the methd f tking cre is relted t the percepti f nursing cre. This reprt cncerns n investigtin dne during the yer f 1999, in district hspitl in Viseu, in tw medicl units. It imed t understnding the pssible cnnectin between the methd f giving cre nd the perceptin f cring is nursing. On ne hnd, we cnsidered Swnsn's prcesses f cre nd the perspective f severl thereticl mdels, cncerning the nursing cnceptulistin, s discipline. On the ther, the ssumptins relted t the systemtic rgnistin f cre (Munsn nd Clintn). Our methdlgicl ptin ws bsed n qulittive ssumptins. This is descriptive study f n explntry chrcter. The methds f cre tking nd the mjr cnceptins f nursing cre prctice re discussed. Dt cllectin ws dne by bserving nd interviewing six nurses, by prticipnt bservtin, criticl incident technique nd dcument nlylisis. Cntent nlysis f interview nd prticipnt bservtin field ntes trnscripts llwed t identify the predminnt qulity elements f wrk distributin (ttlity, imputbilty, crdintin nd cntinuity) s well s the influentil fctrs relted t nursing cre distributin. 4

6 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem The results suggest tht the different cntexts, in terms f wrk systemtic rgnistin, respect, in different wy, the qulity elements relted t the tking cre methd, in prt, due t the negtive influence fctrs tht the nurses identify s rgnistinl supprt, nursing resurces, number f ptients, rutines nd ver wrk. After ll this, the nurses f the internship units give mre imprtnce t the percepcin ctegries f different cring perspectives. 5

7 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr A Isbel, à Ptríci e Antóni Jsé pel jud que sempre me derm 6

8 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem AGRADECIMENTO Dificilmente presente trblh teri sid cncretizd sem slidriedde e estímul intelectul que, de diferentes frms, ns fi prprcind pr clegs, prfessres, migs e fmilires. A tds mis sincer grdeciment. Nã pderems deixr de prticulrizr este recnheciment s que mis implicds estiverm neste percurs. À Prfessr Dutr Mrt Lim Bst pel su rientçã intelectulmente empenhd e, nã mens decisiv, pel nim trnsmitid ns mment mis difíceis. A Prfessr Dutr Mnuel Rdrigues pel seu pi n nálise ds dds, dispnibilidde e ensinments. As enfermeirs ds serviçs em que decrreu trblh de cmp e à dministrçã hspitlr, pel su clbrçã e dispnibilidde pr vibilizrem cmpnente empíric deste prject. A tds s prfessres d III Curs de Mestrd em Ciêncis de Enfermgem, pel cntribut dd à nss frmçã As clegs d III Curs de Mestrd em Ciêncis de Enfermgem, pel frm de cuidr Fmíli d ICBAS. A Pedr Engenheir pel dispnibilidde. 7

9 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr SIGLAS A.V.C. Acidente Vsculr Cerebrl b.p.c.o. Denç Pulmnr Crónic Obstrutiv E.S.E. Escl Superir de Enfermgem E.U.A. Estds Unids d Améric U.C. Uniddes de Cuidds U.C.I. Unidde de Cuidds Intensivs N.H.B. Necessiddes humns Básics 8

10 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem ÍNDICE DE FIGURAS Póg. Figur- 1 Crnlgi ds cncepções d disciplin de enfermgem segund grupment em escls 54 Figur - 2 Estrutur d cuidr 67 Figur - 3 Esquem ds ctegris: "métds de prestçã de cuidds" e "percepçã de cuidr", n Serviç M 127 Figur- 4 Esquem ds ctegris: "métds de prestçã de cuidds" e "percepçã de cuidr", n Serviç J 129 9

11 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr ÍNDICE DE FIGURAS Póg. Qudr 1 As mudnçs ns métds de prestçã de cuidds 21 Qudr 2 Cnjunt de fctres ligds métd de prestçã de cuidds 32 Qudr 3 Influênci ds métds de prestçã de trblh segund s critéris de Munsn e Clintn 33 Qudr 4 Resum ds principis cncepções d disciplin de enfermgem 56 Qudr 5 Prcess de cuidr em enfermgem 66 Qudr 6 Distribuiçã ds dimensões, ctegris e sub-ctegris emergentes d bservçã prticipnte e entrevists 106 Qudr 7 Distribuiçã ds uniddes de regist reltivs s elements predminntes d qulidde 108 Qudr 8 Distribuiçã ds uniddes de regist reltivs s fctres de influênci ligds métd de prestçã de cuidds 116 Qudr 9 Distribuiçã ds uniddes de regist reltivs à percepçã de cuidr

12 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem ÍNDICE DE FIGURAS Póg. Gráfic 1 Elements d qulidde ligds métd de prestçã de cuidds 108 Gráfic 2 Fctres de influênci ligds métd de prestçã de cuidds 118 Gráfic 3 Ctegris d percepçã de cuidr em enfermgem 121 li

13 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr ÍNDICE DE FIGURAS Póg. 0- INTRODUÇÃO MÉTODOS DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS Cuidds de enfermgem funcinis Cuidds de enfermgem individuis Cuidds de enfermgem pr equip Cuidds de enfermgem pr enfermeir respnsável Cnsequêncis, resultds, efeits ds cuidds de enfermgem CENTROS DE INTERESSE DOMINANTES DA DISCIPLINA DE ENFERMAGEM Centr de interesse dminnte pr trtr: um mdel bimédic Centr de interesse dminnte pr cuidr: um mdel hlístic cuidr cm essênci d enfermgem METODOLOGIA Crcterizçã d estud Entrd n cmp de investigçã Cntexts e ctres Prcediments de reclh de infrmçã Prcediments de nálise ds dds APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

14 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem 5- CONCLUSÕES 136 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS 5- Anex 1-Explicitções em relçã à bservçã prticipnte Anex 2-Gui de bservçã prticipnte durnte prcess de cuidr * 5 5- Anex 3-Gui d entrevist fclizd

15 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr 0-INTRODUÇAO A cmplexidde rgnizcinl ds instituições de súde, decrrente d especificidde d bject de intervençã e d elevd númer de ctres que prticipm n cnsecuçã ds seus bjectivs, exige um metdlgi de trblh ds enfermeirs que, tl cm refere líne f, n rtig 8, d Decret-Lei n 437/91 de 11 de Nvembr, fvreç melhri d nível de desempenh d pessl de enfermgem e su respnsbilizçã pel grnti d qulidde ds cuidds prestds. N entnt, verificms pel nss própri experiênci n rientçã e cmpnhment ds luns, d Curs de Bchrelt em Enfermgem, em uniddes de cuidds, que este fct nã tem merecid tençã que s implicções d metdlgi de trblh dptd, quer n qulidde d cuidr, quer n qulidde d desempenh prfissinl ds enfermeirs, justificri. A prfissã de enfermgem centrd cd vez mis n cliente, defensr de um visã hlístic, cntinu utilizr métds de distribuiçã de trblh (lei-se métd de prestçã de cuidds) que rtinizm s trefs e frgmentm s cuidds, nã permitind criçã ds cndições básics pr "cuidr" cm centr de interesse dminnte d disciplin de enfermgem. É frequente, uvirms, pr prte ds enfermeirs, durnte prestçã de cuidds, piniões e cmentáris cm s que se seguem: " exigem-ns qulidde sem ns drem cndições de trblh, nem temp nem enfermeirs, pr que tl cnteç," 14

16 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem ' chegms finl d turn e ml cnhecems s dentes" " nem temp tems pr flr cm s dentes, é sempre despchr" " fl-se tnt em cuidr, cm quê?" " fi trblhr sem prr, precíms ums máquins" " prestçã de cuidds nã crrespnde à filsfi d metdlgi de trblh, nã se cnsegue mudr nd" Pr utr ld, e pr prte ds dentes, em relçã s enfermeirs, uvese dizer: " ndm sempre crrer de um ld pr utr" " nem cnheç, enfermeir que í nd" "citds frtm-se de trblhr" "s enfermeirs nã pdem fzer mis, sã tã pucs pr tnts dentes e pesds". Ou sej, é ntóri, n prátic qutidin, um desfsment entre que é exigid s enfermeirs e que lhes é vibilizd, entre que se precniz cm desejável e que se pde tingir. A cnquist d utnmi e prcur de níveis cd vez mis elevds d qulidde d desempenh prfissinl e ds cuidds prestds, lids s prblems qutidins decrrentes d escssez de recurss humns e finnceirs, têm mtivd s enfermeirs pr nvs cncepções de cuidds de enfermgem ssim cm nvs mdels de prestçã de cuidds. Assim, precupçã d enfermeir em dptr, lng ds ns, um intervençã centrd ns necessiddes d cliente, deu rigem um evluçã cntínu, prtir d segund metde d séc. XIX, n métd de prestçã de cuidds. Ns ns itent frm feits grndes esfrçs n 15

17 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr sentid de mudr métd de distribuiçã de trblh e centrr s cuidds ns dentes. Apesr d mencind evluçã, prátic de enfermgem, s cndições específics de trblh e percepçã que s pesss têm d seu trblh, vrim muit entre uniddes de internment. N cntext hspitlr, pdem cnsiderr-se três tips de situções, qunt à frm cm s enfermeirs encrm seu trblh (Bst,1991): Enfermeirs pr quem s cuidds de enfermgem sã um série de trefs, determinds pel prescriçã e trblh médic. Enfermeirs que se sentem descntentes cm s cuidds que prestm e se esfrçm pr intrduzir mudnçs. A su referênci é mdel bimédic, ms desejm encntrr frms de mstrr imprtânci d ppel d enfermeir. Enfermeirs que distinguem clrmente s sus ctividdes prfissinis independentes e s cnsiderm critivs e científics. Fcm s cuidds n indivídu resultds d intercçã enfermeir/dente e recnhecem s e d prcess de decisã. Entã, prque é que melhri ns cndições geris de trblh e frmçã nã estã prentemente prduzir melhris equivlentes n prátic ds cuidds de enfermgem? Pdems brir prt váris questões. Os cnheciments e s cpciddes dquirids durnte frmçã inicil e permnente estrã ser utilizds pels enfermeirs? A melhri ds cndições geris de trblh estrã ser prveitds pels enfermeirs pr melhrr qulidde ds cuidds? Estrá rgnizçã sistemátic d trblh ds enfermeirs fectr qulidde ds cuidds prestds? Quis s fctres que dificultm melhri d desempenh prfissinl?. É premente necessidde de estuds que judem 16

18 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem cmpreender influênci ds fctres pessis, situcinis, rgnizcinis e sciis n melhri d desempenh prfissinl ds enfermeirs prtuguess. O estud que efectuáms pretende ser um cntribut pr um melhr cmpreensã d relçã entre métd de prestçã de cuidds e percepçã ds enfermeirs cerc d que é cuidr em enfermgem. Pr pder decidir que tip de investigçã interessv relizr, fi feit um nálise de estuds, pr gr reduzids, sbre investigçã empíric ds métds de rgnizçã d trblh e su relçã cm cuidr, evidencind-se s reflexs dest relçã n stisfçã ds clientes, n stisfçã n trblh, n eficáci e custs ds cuidds, bem cm, n flt de utnmi ds enfermeirs (Bekhldt, 1979). A minh pçã pr estudr métd de trblh e percepçã d enfermeir n que é cuidr em enfermgem, em dus uniddes de internment hspitlr, centrd nível intrpessl e interpessl, figur-se prtun sublinhr, fi cncebid e desenvlvid tend presente váris rzões: - s estuds que relcinm s métds de trblh e influênci n cuidr têm sid estudds isldmente nã em cntexts de trblh; - s estuds que mstrm influênci ds métds de trblh n cuidr nã têm sid suficientes pr cmpreender prque é que sã tã lents s mudnçs de cmprtment prfissinis e rgnizcinis. - um estud que prt d relidde pderi trzer lg de nv sbre s fctres intrpessis, interpessis e rgnizcinis, nível d grup, tend em tençã que s cuidds nã sã prestds isldmente pr cd enfermeir, ms pr equips; 17

19 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr - utilizr s resultds btids n frmçã ds luns e prfissinis de enfermgem; - dr subsídis à instituiçã, nde se desenvlverá estud. Assim, prpm-ns cm este trblh: - cmpreender té que pnt métd de rgnizr trblh ns uniddes de internment crrespnde à percepçã ds enfermeirs d que é cuidr em enfermgem; Cncretmente, descrever: - métd de rgnizr trblh - percepçã ds enfermeirs cerc d cuidr em enfermgem. - fctres que impedem s enfermeirs de prestr s cuidds de crd cm que pensm. A expsiçã seguinte present-se rgnizd em dus prtes. N primeir, fzems cntextulizçã d litertur técnic d nss prblemátic pr estimulr sensibilidde teóric, cm fnte secundári de dds, pr estimulr pergunts, dirigir desenh qulittiv e cm vlidçã suplementr ds dds (Struss e Crbin, 1990), cnscientes de que um estud nã se deve limitr à btençã de um cnjunt de dds sbre determind situçã, ms cnter cncepções e pressupsts teóric -prátics que cnstitum um bse de pi pr trblh empíric. Assim, num primeir pnt brdms s spects inerentes s métds de distribuiçã de trblh e s sus cnsequêncis, resultds e efeits ds cuidds de enfermgem, e num segund, s centrs de interesse dminntes n disciplin de enfermgem, mdel bimédic e mdel hlístic, bem cm essênci d disciplin de enfermgem. N segund 18

20 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem prte, é presentd infrmçã empíric e desenvlvid su interpretçã prtir de prcediments teóric-nlítics dptds, encntrnd-se dividid n crcterizçã d estud, cntexts e ctres, prcediments de reclh de infrmçã, presentçã, trtment, nálise ds dds e discussã ds resultds btids. Finlmente presentms s cnclusões, s quis nã tend pretensã de serem definitivs nem generlizáveis, pderã servir de gui e mtivçã pr nvs estuds. Desejável seri que este estud pudesse cntribuir pr melhri d qulidde ds cuidds prestds s dentes. 19

21 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr 1-MÉTODOS DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS A prestçã de cuidds insere-se n sei de um cnstelçã de fenómens e cnteciments. As crcterístics d miri ds instituições de súde, s estruturs de rgnizçã, s múltipls fntes de pder, s vlres quntittivs centrds n prdutividde trnrm-se, cm mrch d temp, indptds cresciment e desenvlviment d rgnizçã ds cuidds de súde. Numerss sinis se fizerm sentir. Os recurss finnceirs insuficientes, pessl desmtivd e instisfeit, s txs de bsentism e de mbilidde crescentes e esgtment d pessl que cuid crcterizrm s nsss serviçs de súde custss, ms desumnizds, centrds n técnic e n denç. Esqueceu-se pess, cliente, fmíli e enfermeir que cuid. Entã, quis sã s mbientes que pdem prmver respeit e dignidde ds pesss, ssim cm cmprmiss e presenç ds enfermeirs ld ds pesss que vivem experiêncis de súde? Quis sã s cuidds que fvrecem s prcesss interctivs e terpêutics dirigids mnter, recuperr e prmver súde? Quis sã s métds de prestçã de cuidds que, mesm temp, pdem ssegurr melhri d qulidde d cuidd e vitlidde d rgnizçã? A cnquist d utnmi e prcur de níveis cd vez mis elevds d qulidde d desempenh prfissinl e ds cuidds prestds, lids s prblems qutidins decrrentes d escssez de recurss humns e finnceirs, fectm s enfermeirs de td mund e têm-ns mtivd pr explrçã de vis lterntivs, nde surgem nvs 20

22 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem cncepções de cuidds de enfermgem e de nvs mdels de rgnizçã d prestçã ds mesms cuidds. Est precupçã tem-se mnifestd lng ds ns, dnd rigem um evluçã cntínu, prtir d segund metde d séc. XIX, cm se pde verificr resumidmente n qudr seguinte (Qudr 1). Os mdels trdicinis de rgnizçã de cuidds de enfermgem frm-se enriquecend cm nvs cncepções rientds pr pess. Qudr 1 - As mudnçs ns métds de prestçã de cuidds 1860 => cuidds = trblh => cuidds funcinis ( sem frmçã ) 1865/1930 => cuidd = fíci => cuidds individulizds 1930/1960 => cuidds = fíci recnhecid (frmçã brigtóri ) 1960/1990 => cuidds = prfissã (desenvlviment d prfissã ) 1990/2000 => cuidds = Prfissã utónm (nv cncepçã ds cuidds ) => cuidds centrds sbre dente ( sistem de qurts ) => cuidds em equipe ( sistem mist ) => cuidds cm enfermeir de referênci ( respnsbilidde cmplet ) Fnte: Muggier, Elisbeth. " Primry Nursing ". Sins Infirmiers, Krnkenplege 2 / 92,11. E que, b prestçã de cuidds implic um cmpnente de humnizçã - nã é pur stisfçã de um direit frml; à cmpetênci técnic deve ssàr-se cuidd humn (cmpnente mrl) e cuidd scil (Jrge e Simões,1995). Estrems, ssim, segund s mesms utres, enveredr, bjectivmente, pr um qulidde glbl " cnjunt de ctividdes em prátic, pr fvrecer e mnter um elevd nível de excelênci, resultnte d intercçã entre humnizçã (qulidde humn 21

23 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr n relcinment e tendiment) e excelênci técnic (qulidde e segurnç n prestçã de cuidds)"(p.291). Os prâmetrs quntittivs cnhecids cm crg de trblh, determinçã ds efectivs, ráci cust - eficáci trnrm-se insuficientes pr cnseguir estes bjectivs, em lguns mdels de prestçã de cuidds de enfermgem. Destes, cm sejm, métd funcinl, individul, em equip respnsável, crcterizá-ls-ems seguidmente. e pr enfermeir 1.1- Cuidds de enfermgem funcinis Cnsistem num md de rgnizçã em que prcess glbl de trblh é prcelrizd em trefs, e em que cd trblhdr é respnsbilizd pel cncretizçã de prte desss trefs, que estã previmente definids e pdrnizds qunt à su sequênci e execuçã (Lpes, 1995). É um estrutur de trefs que requer execuçã repetid de ctividdes simples cm váris clientes e um desempenh rápid e eficiente de cções de enfermgem (purs técnics) (Bekhldt, 1979). O princípi tylrist d prcelizçã ds diferentes ctividdes cmprtds pel trblh de enfermgem é, ssim, vlr centrl de estruturçã deste mdel. As "missões" sã dividids entre s membrs d equip de crd cm descriçã d tref e quntidde de trblh relizr durnte turn (Krn e Gry, 1989). Lg, divisã d trblh rigin que cd membr d equip estej mis fect trefs d que dentes que trn vulgr frgmentçã ds cuidds (Pinheir, 1994). O ênfse é "fzer cm que sej feit", levnd enfermgem funcinl ser descrit cm métd de tendiment tip "linh de mntgem" (Krn e Gry, 1989) n qul, enfermeir nã é directmente respnsável pel cncretizçã de um prcess de trblh, ms tã smente pel 22

24 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem cncretizçã de trefs tmizds, que lhe requerem, n essencil, cmpetêncis de nturez executiv (Lpes,1995). Est tmizçã é visível n própri gíri prfissinl utilizd pels enfermeirs qund descrevem s seus cis de trblh: «fzer s higienes», «preprr medicçã», «fzer mudnç ds srs», «fzer s mudnçs de terpêutic», «fzer s penss», etc. Tem cm cnsequênci reduzir e cultr s espçs de indeterminçã d trblh de enfermgem. E que, pesr desses espçs estrem presentes, ist é, pesr d trblh ds enfermeirs requerer, níveis de interpretçã e decisã ds enfermeirs que vã lém d execuçã ds trefs que lhe frm distribuíds, ess dimensã nã é bjectivmente vlrizd cm trblh (Lpes, 1995). O enfermeir "prestdr de cuidds" smente prest infrmçã sbre prticulridde de um trtment, ist é, cmplexidde d trblh restringe-se, neste métd, às cmpetêncis gestuis de execuçã, de mir u menr tecniclidde. A tecniclidde é muit mis imprtnte d que intercçã cm cliente (Bekhldt, 1979). Nã é ptencid, prtnt, trblh de nturez nlític e interprettiv. E neste sentid, que este mdel de rgnizçã de trblh nã é gerdr de cndições que trnem pertinentes nvs cmpetêncis. A distribuiçã d tref pde nã envlver situçã clínic d cliente nem experiênci u cpcidde d enfermeir que reliz tendiment, ind de encntr que Chuvenet (1972) design de "cnfusã de trefs", já que su frm de prcelizçã nã crrespnde nenhum especilizçã. Trnnd-se, prtnt, impssível tribuiçã de respnsbiliddes (cm, pr exempl, errs e missã de cuidds), um vez que nível de imputbilidde é extremmente bix (Munsn e Clintn, 1979 ). 23

25 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr Trt-se de um mdel n qul cncretizçã ds trefs ssume finlidde primrdil d trblh de cd enfermeir. Prte-se ds trefs pr pdrnizr s necessiddes ds dentes e nã ds dentes pr definiçã ds trefs. O dente, esse, trn-se tã smente «lugr» em que sã relizds s trefs (Lpes,1995). Deslc-se dente d centr, d tençã, pr periferi. O dente é evcd cm centr d seu trblh, pels enfermeirs, ms bjectivmente, cd enfermeir n finl d turn nã tem percepçã de ter cuidd um dd númer de dentes, ms sim de ter feit, «váris picds», «váris lterções de medicçã», etc.. As prescrições médics e s prcediments necessáris à execuçã desss prescrições, juntmente cm dministrçã de cuidds físics de rtin, recebem priridde (Krn e Gry, 1989). Pr iss, s clientes sentem muits vezes um diminuiçã de interesse humn durnte su estd n hspitl (Bekhldt, 1979). Os cuidds resultm ecnómics e pdem ser plicds em uniddes de cuidds muit diferentes, tnt em cntext, cm qunt às crcterístics ds clientes e grvidde d su situçã. Tem sid, n entnt, um métd muits vezes rejeitd pr prvcr frgmentçã ds cuidds (Pinheir, 1994). E enfermeir chefe que detém utridde, é ele que "pux tds s crdelinhs" (Bekhldt, 1979). Assim, este mdel está sscid um tip específic de utridde, que se insere n ctegri designd pr Cser (1991) cm "estrutur fechd", e que se crcteriz pel centrlidde cnferid à chefi de trblh e n tmd de decisões. enfermgem n crdençã d 24

26 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem Cuidds de enfermgem individuis Bseim-se n cnceit de cuidd glbl e implicm fectçã de um enfermeir um únic cliente u mis d que um, se "crg de trblh" permitir (Pinheir, 1994).0 tendiment nã é frgmentd durnte temp em que enfermeir está de serviç. A ttlidde ds cuidds é prestd pel enfermeir fect dente, embr nã pss ser crdend de um turn pr utr, u de um di pr utr, pr crrerem lterções ns designções ds trefs e prque númer de dentes tendids pr um enfermeir pde vrir (Krn e Gry, 1989). A rgnizçã glbl ds cuidds em fce ds necessiddes de um dente depende d prpensã d enfermeir em privilegir dente u tref e vliçã ds resultds ssent principlmente ns bjectivs visds e n temp dispnível (Pinheir, 1994). A respnsbilidde de tds s cuidds é de um enfermeir em prticulr, que vli e crden s cuidds (Krn e Gry, 1989), embr hj quem precise que respnsbilidde últim é d enfermeir respnsável pel unidde (Mrriner e Tmey, 1988). Segund Pinheir (1994), enfermeir chefe é respnsável, principlmente, pel supervisã e vliçã ds cuidds, e mntém um cert pder decisóri em tds s etps d prcess Cuidds de enfermgem em equip Fi crid cm bjectiv de reunir pequens prcels de cnheciments e infrmções num td (Krn e Gry, 1989), nde ssistênci é minucismente guid e supervisind pr um enfermeir que é líder (Humphris, 1988). Pyne (1982) firmu que se cnseguirms pesss pr trblhrem junts, els crirã mis d que lgum vez 25

27 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr cnseguirim se trblhssem sós. Cm escreveu Dingwll (1980), equip pde ser definid cm um mei pr cçã cncertd. Ou sej, refere Kerner, Chen e Armstrng (1986), trblhr em clbrçã é respeit mútu pels dificulddes e um sentid de respnsbilidde cmprtilhd pr cmpletr trblh que s juntu; desenvlver um cminh de cperçã que dê s enfermeirs um tref mis cmplet, cm mis respnsbiliddes n seu trblh; é trná-ls mis pts pr intergir cm s clientes. A ssistênci é centrd n cliente e implementd pr reuniões diáris de equip, ns quis tds discutem s necessiddes de cd cliente e imginm mneirs de tendê-ls (Krn e Gry, 1989). Os cuidds pssm, sem cessr, d frgmentçã à cntinuidde. Assent ns pressupsts de que td cliente tem direit de receber melhr tendiment pssível cm equip; é fundmentl plnement de cuidds; td pessl de enfermgem tem direit de receber jud pr fzer seu trblh; um grup de respnsáveis pels cuidds, sb lidernç de um enfermeir, pde prprcinr melhr tendiment s clientes d que trblhnd individulmente (Krn e Gry, 1989). O líder de equip, respnsável intern, nrmlmente é designd de entre s enfermeirs cm mir ctegri, mir ntiguidde n serviç, e que embr nã crrespnd nenhum ctegri ficilmente estbelecid, é um distinçã internmente recnhecid e vlrizd, que se trduz num reltiv créscim de utridde técnic e scil n gestã ds situções de trblh (Lpes, 1994). Cbe-lhe, pr exempl, plnificr distribuiçã ds cuidds, fectnd s clientes s diverss membrs d equip, segund s sus cmpetêncis, send s cuidds cncebids pr ptimizr s cmpetêncis d pessl em tds s níveis hierárquics e ssegurr su rentbilidde (Pinheir, 1994); tmr decisões fce 26

28 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem discrdâncis de rdem técnic u rgnizcinl que crrm entre s enfermeirs d su equip pernte um situçã cncret; u fzer fce à crdençã d trblh de enfermgem ns situções de emergênci. O líder d equip tem respnsbilidde ds cuidds, ssumind primrdil imprtânci desenvlviment ds sus cpciddes de lidernç, cntrl e técnics de supervisã, pr frm judr equip cnhecer s sus brigções e executá-ls cm melhr d su cpcidde. Pr iss, deve mnter-se pln de cuidds ctulizd, prprcinnd um mei de cmunicçã necessári à cntinuidde d ssistênci bem cm frnecer elements líder d equip, que lhe permitm supervisinr e seleccinr s cnteúds ensinr s membrs d equip (Krn e Gry, 1989).Os enfermeirs que sã cnfrntds cm s prblems ds clientes pdem trzê-ls pr s utrs membrs d equip, pr serem discutids e slucinds (Bekhldt, 1979). O enfermeir chefe deleg funções, de md criteris, mntend lgum sb su respnsbilidde e que fectm muit funcinment d enfermgem, tis cm: determinr s pdrões de desempenh esperds n pessl de enfermgem; judr s membrs d equip cncretizr s bjectivs d unidde de cuidds; dr líder d equip prtunidde e uxíli pr desenvlviment d su cpcidde de lidernç / cntrl; integrr nvs enfermeirs n funcinment d enfermgem em equip; mtivr s enfermeirs pr melhri ds cuidds; mnter berts s cnis de cmunicçã cm tds s membrs d equip (Krn e Gry, 1989). O pder decisóri está descentrlizd. Revel-se sb este mdel um estrutur de utridde crrespndente à clssificçã utilizd pr Cser (1991) de "utridde flexível". De fct, nã bstnte mnter-se um hierrqui de utridde, est é sucessivmente delegd esclões 27

29 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr intermédis e de bse, descentrliznd- su cncentrçã d figur d chefi de enfermgem, que cnfigur um reltiv utnmi de cd enfermeir Cuidds de enfermgem pr enfermeir respnsável Designds n frm riginl pr "Primry Nursing" (Mnthey, 1968 citd pr Cstledine) respeitm cnceit de cuidds individulizds. Cd cliente está sscid cm um enfermeir primári que pssui respnsbilidde e é respnsável pels cuidds ttis, vinte e qutr hrs pr di, durnte td internment. Assim, enfermgem primári grnte pr si própri vliçã d perfrmnce individul, mensurçã d desempenh, vliçã individul ds efeits ds cuidds e respnsbilidde que é fix (Persn, 1988). O principl bjectiv é humnizçã ds cuidds e principl crcterístic distintiv fce tds s utrs, é descentrlizçã ds tmds de decisã, que implic recnheciment, pr prte d dministrçã, d direit ds enfermeirs que prestm cuidds, de tmrem s decisões necessáris pr ssegurrem qulidde (Dinne; Mussette; Serrlheir; Struelens-Glnt, 1987). A "nv enfermgem" (Slvge, 1990) demnstr vlr, essencilmente d prátic de enfermgem, em terms ds seus efeits ns resultds ds clientes. A decisã está descentrlizd, ms respnsbilidde só pde ser ssumid pel enfermeir verddeirmente preprd pr tmd de decisã (Pinheir, 1994), devend enfermeir chefe desenvlver um pdrã de cuidds que permit s enfermeirs ssumir um respnsbilidde mis persnlizd, cuidnd mens clientes, dispensnd- Ihes cuidds mis crdends (Cstledine, 1988). 28

30 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem O fc de enfermgem é cliente pretendend-se que receb cuidds individulizds de lt qulidde, ns quis prticipem tã ctivmente, qunt pssível (Pinheir, 1994). Pr iss, fic crg de um únic enfermeir qulificd e sb su respnsbilidde permnente, idelmente desde dmissã té à lt, vinte e qutr hrs pr di e sete dis pr semn. Ms cm este enfermeir, designd pr «enfermeir de referênci», nã pde evidentemente estr sempre de serviç, trblh em ssciçã cm utrs que substituem ns sus usêncis, «s enfermeirs sscids», que deverã ser s mesms de cd vez. Nrmlmente, cd enfermeir de referênci sã entregues três u qutr clientes, cbend-lhes respnsbilidde de efectur clheit de dds, dignóstic e plnificçã ds cuidds; ssegurr su cntinuidde trvés d elbrçã de plns escrits; plner lt (ensin cliente e à fmíli e encminhment prprid) desde mment de dmissã; prestr cuidds durnte seu turn de trblh; trnsmitir s seus enfermeirs sscids td infrmçã pertinente, pel leitur ns «nts de enfermgem» respeitntes cd cliente, n finl d turn, e vlir tds s intervenções de enfermgem relizds. Pr lém de crdenr trblh ds seus sscids, deve crdenr tmbém s diverss ctividdes de utrs intervenientes d equip de súde, nã só pr evitr duplicções e excessiv slicitçã d cliente, ms tmbém pr ssegurr cntinuidde d pln glbl de cuidds de súde Cnsequêncis, resultds, efeits ds cuidds de enfermgem Os mdels de prestçã de cuidds de enfermgem individuis, funcinis, em equipe e pr enfermeir respnsável (de referênci, 29

31 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr enfermgem primári) - frm nlisds pr lguns utres (Sndu, Duquette, Keruc, 1991), prtir dum explrçã mnul e infrmtizd de dcuments teórics e empírics publicds, n su miri, durnte décd de itent, prtir d qudr cnceptul de Munsn e Clintn (1979), qul ssent em dis pressupsts: - um cnjunt específic de cndições tis cm: s tips de dentes, s recurss em enfermgem e s mdliddes de pi rgnizcinl, tem cnsequêncis sbre métd de prestçã de cuidds, num dd unidde; - um dd métd de prestçã de cuidds influenci mneir de prestr s cuidds n que respeit à qulidde, que fectrá cnsidervelmente s resultds. Estes utres nlisrm nã só s fctres de influênci ligds s métds de prestçã de cuidds própris de cd métd (s crcterístics ds dentes, recurss em pessl de enfermgem e pi rgnizcinl) ms tmbém s qutr elements predminntes d qulidde ligds à rgnizçã sistemátic ds cuidds- ttlidde, imputbilidde, cntinuidde e crdençã - definids pr Munsn <& Clintn (1979) e esquemtizds n Qudr 2. A "ttlidde" implic que sej incluíd tnt preciçã ds necessiddes d cliente, cm plnificçã, execuçã e cntrle ds cuidds. A "cntinuidde" pressupõe prestçã de cuidds de mneir ininterrupt. A "imputbilidde" signific que s cuidds prestds sã d respnsbilidde de um enfermeir em prticulr. A "crdençã" é ctividde que permite, em clbrçã cm utrs prfissinis de súde, integrr s cuidds de enfermgem prestds, n cnjunt d pln glbl de cuidds de súde. Pdems cnsttr, entã, que existe um diferenç 30

32 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr cm Enfermgem frtemente visível, express em qulidde, ns diferentes métds de prestçã de cuidds(qudr 3). Cm é evidente est qulidde ds cuidds tem reflexs n stisfçã ds clientes, n stisfçã d trblh, n eficáci e custs ds cuidds send, muits ds vezes, reflex d flt de utnmi ds enfermeirs bem cm d seu fstment ds estruturs rgniztivs. A stisfçã ds clientes, em funçã d métd de prestçã de cuidds, é indiscutivelmente resultd clculd mis frequentemente, em prticulr n litertur ds E.U.A. Defller (1975) cncluiu que s clientes trtds segund métd de enfermgem primári mstrvm um mir stisfçã cm trtment e ntvm mens flhs n mesm. Mrrm et i (1976) encntru mis spects psitivs expresss pr dentes trtds em enfermris de enfermgem primári. Num utr estud feit pr Amendeir (1994) cm dcentes de um escl superir de enfermgem, estes tribuem clrmente métd de prestçã de cuidds pr enfermeir respnsável, que reúne s crcterístics que lhes permite fzer d ensin clínic um lcl nde s luns prendem enfermgem, pr excelênci. Ist pr permitir cntinuidde de cuidds cliente, tnt n presenç de luns, cm n su usênci, e prcess de cuidr ter cm centr cliente. Cntud, miri ds estuds nã encntru diferençs significtivs n stisfçã entre s clientes trtds em enfermris de enfermgem primári e queles trtds segund diferentes regimes rgnizcinis, nrmlmente em enfermgem em equip (Blir et i 1982; Chvigny e Lewis, 1984; Jnes, 1975; Rberts, 1980; Shukl e Turner, 1984; Ventur et l, 1982; Firbnks, 1981). 31

33 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr V) 3 V) "O «+ c V) 8 "O H c + 6) c (31 3 E ft) V) O tu s. Ê M "O +; 3 V) ft) O -u d TJ O TJ i > ivt M M "O VI O + </> "O». O 4 Ū "O i Cd 2 ft) "O h "O T M ft) "O E O u V) O n V) Tl t 3 VI O + 1 0) s_ 6). O!<3 O* c w!_ O O (31 w M C ft) O "ã w V) ft>. SP 5 T3 V) ft) t CJ I CJ CJ.n 1. w V) û) ÙL CI c V) c S ft) CL ft) c i V) v> 3 Z CD C ft) V) V) w "O V) O O "O 3 O F V) V) w i F!_ 3 t.. M O M M Oí e c u N 'c i g c C O + O + c <3 6) C O VI c 3 C u_ 32

34 Dissertçã de Mestrd - Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem c ft) c V) c 3 ft) "O V) O í_ ft) H _ U W) O O "O C 3 CD ft) Vi _Q - 4- Û) "O O!d U> + V) Û) s_. CJ v> - + -) V) u c <ft) M I CO í ft) V) + O 1 3 "O O S_ O ft) 4 M ft) ft) C ft) ft) 4 E ft) O ft) 4 E ft) O H 'E U V) û V) E O O 4 N 6) u. V).. ft) 4 ft) c ft> ft) ft> CF> Í. % > >. V) V) C E u c 1 s O E. O. S V) V). O ft) L. 2 ft) 5 2 s ft) g _ ^V) L. ui ë i í L. s "O E 4 ft) i > ft) u tr. M L. M M c V) ft) + E V) L. ft) E ft) ft) 3 ft) < 8 < < LU ft) ft) ft) L. 0 2! 2. V) 6) ft) L. O M 4 M "O C ft) <3 î C ft) ft> >+ ^: ft) 4 3 O C E 8 4 ft) ft) O 3 E Î L. O 3 s. V). V) 3. ft) C n ft). ft). ft) de en pdpm VJ u 8» - li li 3 il.> 8» 8 ft) V) 3 ft) '3 ' I c LU cr E LU JZ "O S V) 1 O. E 4 8 ft) L. x: ft) ft) V) 3 4 u 4 E E S í- E ft) ft) E L.. t~ ft) 3 ft) O s_ V,. I_ 1 vi 1 O V) O 3 v) jo V) E ft) E ^ g O > E *S O XI. V) _ L '3 "2 ft) ft) 3 3 VJ.E L. O 4 LU < 1 2 V) 2 LU T3 4 ft) ft> x 8.! X) s ft) ft) «4 I V ft) E LU ft) ds ini D *fe "O ft) O E E O U X ft) VI xt ê 8> E ft) ft) V) " E ft) 1 S N E P *3 1 ft) E T3 t <J M ft) ft) ^ c 3 E T3 ft) ï: ft) «3 < + CL. O LU ft) - I W, J : 8 J ^ 3 J4 5 Û T J, : - x: ft) ft) ft) "O V) CJ lã E 9 "O 3 «c E 5 E ft) ft) V) P + 4= t? "5 S. P O c u 5 u M 1 p ft> u i i "* CM l r >* d" CM X* U L. ft> V) VI E S ft). 4- E ft) Cl v> V» < 3 Z en E á Os CJ 3 ft) +. < E O 33

35 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr Reltivmente à litertur d Rein Unid, frm feits três estuds que utilizrm stisfçã ds clientes cm um medid de decisã pr vliçã d enfermgem primári. Em primeir lugr, Persn et i. (1988) medirm stisfçã ds clientes utiliznd um " list de verificçã de serviç s clientes". As dimensões cnceptuis, nã frm presentds. Cntud, utiliznd este instrument Persn e utrs, descbrirm um menr vriçã entre s resultds ds clientes trtds segund mdlidde de enfermgem primári, bem cm um significtiv ument d resultd médi pr enfermgem primári. A stisfçã ds clientes, sb um sistem de enfermgem primári, cmprd cm ds clientes de um enfermri que pretende pôr em prátic um enfermgem de equip, fi bservd num estud feit pr Bnd e utrs (1990). Os resultds mstrrm um preferênci pels enfermris de enfermgem primári, cm s clientes mis dispsts expressr spects psitivs sbre s seus cuidds e sbre s enfermeirs e mens dispsts d que s clientes trtds pr enfermgem de equip expressrem sentiments negtivs. Shukl e Turner (1984) nã encntrrm diferençs significtivs entre s uniddes de enfermgem primári e s enfermris cm metdlgi de enfermgem em equip tend em cnt s negligêncis n cuidd, bservds pels clientes. Ist está em cntrste cm resultd de Deff 1er (1995) que express mires flhs n trtment ds clientes trvés d enfermgem em equip. Num unidde de trtment Wilsn e Dwsn (1989) utilizrm instruments pr medir bem-estr, num cmprçã entre enfermgem primári e de equip. Nã frm encntrds diferençs significtivs n vitlidde (Reid e Zeigler, 1980 ) u n cntrl pessl (Reid e Zeigler, 1979), ms fi encntrd um reduçã d gitçã cm mstr Escl de Trnquilidde-Agitçã (Mrris e Sherwd, 1975) n 34

36 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem seguiment d intrduçã de enfermgem primári num unidde. Hegedus (1987), usnd s escls de pntuçã de stress d Hspitl de Vlicer (Vlicer, 1973), encntru um diferenç significtiv ns resultds de stress médi entre clientes de grups de enfermgem primári e grups de cmprçã, e tmbém ns resultds d primeir grup de clientes trtds n enfermri, ntes e depis d implementçã d enfermgem primári. Blir e utrs (1982), pr utr ld, utilizrm nsiedde ds clientes cm um medid de resultd, qund investigrm efeit d enfermgem primári ns clientes de cidentes e de emergênci usnd Inventári d Ansiedde Estd- Crcterístic (Spielberger e Dig- Guerrer, 1976). Verificu-se um descid significtiv d nível de nsiedde n grup de enfermgem primári. A durçã d estdi fi utilizd, tmbém, cm medid de resultds. Num mstr de clientes de trnsplntes renis, Jnes ( 1975) descbriu que s clientes trtds segund métd de enfermgem primári, tiverm um estdi mis pequen qund cmprd cm ds clientes trtds de crd cm métd de enfermgem funcinl. Semelhntemente, McCusIud e utrs (1988) cnsttrm um descid significtiv n durçã d estdi de clientes d psiquitri, n seguiment d implementçã d enfermgem primári. N entnt, segund Persn et i, (1988), temp ttl de estdi ds clientes n hspitl nã é significtivmente diferente entre s diverss métds de prestçã de cuidds, embr númer de mrtes fsse menr ns enfermris cm enfermgem primári. Alguns estuds utilizrm númer de cmplicções ds clientes cm um frm de mediçã d efectividde d enfermgem primári. Chvigny e Lewis (1984) nã encntrrm diferençs n númer quer de infecções nscmiis quer de episódis ncivs (ex. cidentes u queixs) 35

37 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr em clientes trtds segund um sistem de enfermgem primári, em psiçã s trtds pel enfermgem em equip. Cntud, Jnes (1975), descbriu que cirurgi de trnsplntes beneficiv cm enfermgem primári, em detriment d enfermgem em equip. Tend em cnt dependênci, Persn et i (1988) cncluírm que s clientes d grup d enfermgem primári estvm mis pts desempenhr s ctividdes d di di, d que s clientes n enfermgem funcinl e de equip que tiverm lt, ms s txs de stisfçã de vid nã presentvm diferençs ns váris métds de trblh. O resultd utilizd mis frequentemente pr vlir efeit ds váris métds de prestçã de cuidds n pessl é stisfçã n trblh. Givnnetti (1980 ) e Betz(1981) verificrm que stisfçã n trblh er mir n enfermgem em equip d que n enfermgem primári. Cntrrimente, Blir et i (1982), Blenkrn et i (1988), Sellick et i (1983) e Rberts (1980) cncluírm que stisfçã n trblh er mir ns enfermris de enfermgem primári. Já Brck e O'Sullivn (1988) descbrirm que stisfçã ds enfermeirs er mir ns enfermris de enfermgem primári e em equip, e er menr ns uniddes de enfermgem funcinl, cntrstnd cm Chvigny e Lewis (1984), Wilsn e Dwsn (1989) e Alexnder et i (1981) que nã descbrirm diferençs significtivs n stisfçã de trblh ds enfermeirs ns diverss métds de prestçã de cuidds. Prsurmn et i ( 1982) nã encntrrm diferençs significtivs n stisfçã n trblh u utrs titudes de trblh, cm excepçã d sentir stress, que er mir ns uniddes de enfermgem primári. Mnley ( 1989) utilizu questinári de stisfçã n trblh ( Munfrd, 1986) pr cmprr stisfçã de um grup num enfermri cm enfermgem individul e utr cm enfermgem primári. Nã frm encntrds diferençs 36

38 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem significtivs, cm excepçã n "inicitiv" que er mir n enfermgem primári. Mnley defende que flt de cnclusões significtivs e substnciis, pde dever-se à semelhnç entre cuidd d enfermgem individul e enfermgem primári. Alexnder et i (1981) cncluírm, cm seu estud, que stisfçã d trblhdr é determind pr um vriedde de crcterístics individuis ssim cm rgnizcinis e de trblh. Crvlh (1996) n seu estud sbre "A Enfermgem e Humnism" pnt váris fctres que cndicinm gru de stisfçã ds enfermeirs n prestçã de cuidds de súde, cm sejm, fctres humns, institucinis e mteriis. O métd de rgnizçã de cuidds de enfermgem, prentemente, segund mesm utr, nã é suficiente pr ter um influênci direct n su stisfçã. Mncini (1990) encntru mis stisfçã n trblh em enfermeirs que desempenhm su prfissã em hspitis cm um sistem gverntiv prtilhd d que, num lugr, em que sistem de gvernçã prtilhd nã existe, recmendnd Knter (1993), lrgment d utridde frml trvés de mecnisms cm gvernçã prtilhd, descentrlizçã e uniddes de trblh utónms, um vez que, cncessã de pderes e um cntrl sbre prátic em cnjunt cntribuem tnt pr stisfçã n trblh cm pr eficáci. Segund Bnd et i (1990) s enfermeirs ds uniddes de enfermgem primári cnseguem um mir stisfçã n seu trblh d que s seus clegs d enfermgem em equip, e tribuiu ist, pr exempl, um mir delegçã de respnsbilidde, um mir utnmi, um definiçã mis clr e cnsistente d su funçã e relcinments mis próxims cm s clientes e sus fmílis. Knter (1993) defende que s pesss só lcnçm s bjectivs rgnizcinis se s mbientes de trblh estiverem estruturds de frm 37

39 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr prvidencirem cess à cncessã d pder, à infrmçã, suprte (uxíli) e s recurss (meis) necessáris pr relizr um trblh, ssim cm cess à prtunidde pr crescer e prender. N entnt, frm descberts, psterirmente, n litertur ds E.U.A., utrs medids de resultds pr pessl de enfermgem. Em primeir lugr Bbingtn (1986) utilizu cnceit de cmplicçã d trblh, definid cm gru que s pesss identificm psiclgicmente cm s seus empregs e cm imprtânci d desempenh n trblh pr utestim d pess, pr cmprr pessl de enfermgem em uniddes de enfermgem primári e de equip. Nã frm encntrds diferençs significtivs. Wilsn <& Dwsn (1989) tmbém nã encntrrm diferençs ns pedids de trnsferênci de pessl, de crd cm métd rgnizcinl que estv em funcinment, enqunt que Betz (1981) descbriu mires txs de mudnç n enfermgem primári. Alexnder et i (1981) descbrirm que s txs de demissã erm mis bixs n enfermgem primári d que ns uniddes de equip u funcinis. O terceir resultd inclui bsentism e denç, e é utilizd pr Wilsn e Dwsn ( 1989); Chvigny e Lewis (1984); Alexnder étl (1981). Segund este utr, s txs de bsentism erm mis bixs n enfermgem primári, em cmprçã cm s uniddes de equip u funcinis. Wilsn e Dwsn (1989), nã encntrrm diferenç em terms de bsentism. Tdvi, Chvigny e Lewis (1984), descbrirm um subid significtiv d denç n grup ds enfermeirs d enfermgem primári. O mesm nã cnteceu cm Bekhldt (1979) que encntru mens denç e bsentism n enfermgem em equip d que n enfermgem funcinl. N mesm estud relizd pr Bekhldt (1979) em que fi implntd enfermgem em equip em detriment d enfermgem funcinl, s enfermeirs estvm mis stisfeits cm seu mbiente de trblh 38

40 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem prque sentim que tinhm mis respnsbilidde e que erm mis imprtntes, tinhm mis delegçã de cmpetêncis e utnmi, um divisã de influêncis mis unifrme, um mir cntct cm s clegs e s dentes estvm mis stisfeits cm cntct prprcind pels enfermeirs. Tl cm refere Clgrve (1992), utnmi n trblh tem um efeit direct n frm cm s clientes experiencim s cuidds que lhes sã prestds pel pessl de enfermgem. Os enfermeirs sentem que cncessã de pderes decisóris n trblh lhes cnfere mis hipótese de efectur um cuidd mis eficiente e eficz (Lschinger e Hvens, 1996). Nã send de estrnhr que s c-relções frtes entre cncessã de pderes n trblh e cntrle sbre prátic de enfermgem sugirm que, cntrári d que muits utres pensm, utnmi n trblh é um fctr imprtnte n trblh de enfermgem. A flt de utnmi é identificd frequentemente cm um rzã preminente prque s enfermeirs bndnm prfissã (Lschinger e Hvens, 1996). Pr iss, cncessã de pderes n trblh fi distinguid frtemente, estnd relcind de um frm psitiv às percepções de cntrle sbre prátic de enfermgem mesm cntecend sbre stisfçã e eficáci n trblh (Lschinger e Hvens, 1996). White (1995) encntru um relçã frte e psitiv entre cncessã de pderes (utnmi) distinguids n trblh e stisfçã n mesm. A flt de utridde pr ctur sbre um julgment e cnheciment própri é ferecid frequentemente cm um explicçã pr reltr instisfçã n sei ds enfermeirs (Bnd e Thms, 1991) O cust fi tmbém estudd cm medid de resultd. Wilsn e Dwsn (1989) e Chvigny e Lewis (1984), nã encntrrm diferençs ns custs ds hrs de enfermgem entre s uniddes de enfermgem primári e de equip. Ist nã é de estrnhr dd que s custs de pessl, que 39

41 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr explicm miri de despess, sã muits vezes fixs e limitds n dinheir, independentemente ds pedids ds clientes u ds mds de rgnizçã (Bnd ethms, 1991). Mis d que s custs, cnsum de recurss bsed ns clientes fi utilizd cm medid de resultds. Pr Jnes (1975) cust diári pr cliente é mis bix, n enfermgem primári, em virtude de um menr temp de internment. Mrrm et i (1976), d mesm md, descbrirm que s uniddes de enfermgem primári funcinvm cm um cust mis bix pr cm d que unidde de enfermgem em equip, qund erm cmbinds s custs d "perçã" e ds sláris. O mesm cnclui Wlf et i ( 1986), qund gruprm s clientes de crd cm grup relcind de dignóstic. A reflexã sbre s diferentes métds de prestçã de cuidds permite-ns cncluir que: qunt à qulidde, prestçã de cuidds de enfermgem ttis, cntínus, crdends e imputáveis, depende d métd de prestçã esclhid. Pss-se mesm cm centrlizçã u descentrlizçã d pder de decisã, que é ind influencid pel filsfi d rgnizçã, pels recurss dispníveis e pel estil de lidernç ds gestres de enfermgem; qunt à rgnizçã prprimente dit, qulquer ds métds tem vntgens e incnvenientes, fct que ns deve levr reflectir sbre s efeits d utilizçã ds diverss métds, fim de se equcinr qulidde ds cuidds, s custs, stisfçã d clientes, stisfçã n trblh e s vntgens de rdem interccinl e scil, que dí derivm. Imprt, essencilmente, nã tmr cm dquirid que um md prticulr de cuidr u de rgnizr prestçã ds cuidds de 40

42 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem enfermgem, tem um relçã inevitável cm qulidde ds mesms u cm nível de desempenh prfissinl.

43 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr 2- CENTROS DE INTERESSE DOMINANTES DA DISCIPLINA DE ENFERMAGEM As disciplins que estã mis relcinds cm disciplin de enfermgem sã s d súde ( medicin, frmáci, bilgi, etc....) e s que ferecem um serviç n cntext d súde, cm serviç scil e psiclgi. Ms, pensr em súde e denç, vem-ns à memóri, sempre, dus prfissões diverss: enfermgem e medicin. Pr este fct, n mment de cmprtilhr respnsbiliddes, s seus prfissinis pdem presentr divergêncis. Enfermeir e médic estã de crd ns bjectivs cmuns, súde e denç, ms pdem nã entender- se n sentid que tribuem s cnceits "súde e denç". Ests divergêncis pdem trduzir-se ns meis utilizr pr cnseguir s bjectivs, prque s sus rdens de pririddes diferem e, mesm temp, s métds e distints hábits de trblh pdem riginr-se em visões diferentes pr uns e pr utrs. Segund Pridhm e Hnsen (1985), enfermeir e médic tend em cnt s sus respnsbiliddes prfissinis respectivs, pdem, em lguns mments, interpretr e explicr relidde de md diferente. Silln (1986) mencin que s bjectivs mris d enfermeir e d médic sã s mesms, ms bservds de ânguls diferentes. Kéruc (1996) refere que, pr enfermeir, su rientçã está dirigid pr pess e integridde d su vid, enqunt que pr médic su rientçã é mis técnic, relcind cm impct e mplitude d intervençã n dignóstic e trtment d denç. Apesr de tud, sã cmplementres e, pr vezes, interdependentes (Ribeir, 1995). N entnt, rientm-se pr 42

44 Dissertçã de Mestrd- Métd e percepçã de cuidr em Enfermgem brdgens distints, chmnd-se à primeir cuidr e à segund trtr. Trdicinlmente, cuidr tem sid d dmíni d enfermgem e trtr d dmíni médic (Linn citd pr Ribeir, 1995), nã significnd ist que s enfermeirs nã clbrem n dignóstic e trtment d denç (spects instrumentis e técnics), e que s médics nã dirijm su ctividde pr pess (ctividdes de suprte). Cntud, cuidr, é um spect básic em tds s prfissões de jud (Clliére, 1989; Tnner, 1990 ). Pel mesm rzã cuidr é essênci d prátic de enfermgem (Benner e Wrubel, 1989; Wtsn, 1988; Gut e Leininger, 1991; Lynught e Fgin, 1988). Assim, cliente é cnsiderd um pess cm um pssd, um presente e um futur, que tnt pde estr dente cm sudável, e é lguém que pssui recurss intrínsecs, prpicids pel su própri existênci, que deverá utilizr pr enfrentr u ultrpssr dificulddes. Est rientçã d ctuçã d enfermeir pr pess crcteriz-se pr um recnheciment de um disciplin de enfermgem distint d disciplin médic. E que prátic de enfermgem é muit mis d que um mer cumpriment de trefs. Requer um gudez intelectul cnsiderável que, vist d exterir, prece indicr um intuiçã, já que se trt de esclher um cçã pensd e reflectid que respnd às necessiddes prticulres ds pesss (Diers, 1986). N entnt, diverss cndicinlisms histórics, sciis, ecnómics e tecnlógics terã levd, lng ds ns, um cntminçã d rientçã ds enfermeirs pr frms de ctuçã mis crcterístics d ctividde médic (Hll, 1980; Linn, 1974). Assim, nã é difícil de encntrr centrs de interesse diferentes n prátic ds enfermeirs: um privilegind cliente n su glblidde, cuj cuidd se centr n pess (indivídu, fmíli, grup, cmunidde) que, em cntinu intercçã cm mei mbiente vive, 43

45 Universidde d Prt - Institut de Ciêncis Bimédics de Abel Slzr experiêncis de súde, e utr cuj centr de interesse dminnte é cur d cliente (Kéruc, 1996) Centr de interesse dminnte pr trtr: um mdel bimédic A lng ds temps huve diverss frms de "cuidr" send enftizds num u utr épc spects relcinds cm cntext scil, plític, religis, culturl, pessl (vlres) etc.. Encntrms referêncis cuidr ns mensgens deixds pels nsss ncestris nde, prvvelmente, s primeirs cuidds que um Hm Spiens prestu utr Hm Spiens estvm n dmíni ds cuidds rgânics, d crp (Mriz, 1995). Cm evluçã ds scieddes, nmedmente n cidente, direit à súde dquiriu esttut de direit cnstitucinl. A mesm temp, vnç científic tecnlógic, férteis descberts e ideis nvs, sbretud prtir d sécul XvTII, períd d cnslidçã d medicin, tem influencid prestçã de cuidds de súde, em especil trs/és d cçã médic (Ngueir, 1990). O bjectiv d medicin é, em gerl, cur u cntrl d denç, recuperçã e, qund nã é pssível, lívi ds sintms e retrdment d mrte (Persn e Vughn, 1992). E estudr cus d denç, frmulr um dignóstic precis e prpr um trtment específic pr dignóstic estbelecid, bsed n ssciçã de sintms bservds prtir de dds bilógics (Alln e Hll, 1988). A denç reduz-se um únic cus (Kéruc, 1996) e fctr cusl rient trtment, deixnd-se de ld s demis fctres pessis e mbientis. As dençs físics sã cnsiderds cm um relidde independente d mbiente, d 44