RESUMO. Palavras-chave: Estresse; Ações práticas na vida dos clérigos; Igreja Metodista Wesleyana. ABSTRACT

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1 ESTRESSE: UMA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS E PROPOSTAS DE AÇÕES PRÁTICAS PARA MINIMIZAR OS DANOS NA VIDA DOS CLÉRIGOS DA IGREJA METODISTA WESLEYANA DA QUARTA REGIÃO Antonio Marcos Araújo da Silva* RESUMO Quais os principais fatos estressores que estão acometendo os pastores da atualidade? Como agir diante dos momentos de estresse? Que ações podem ajudar a aliviar os problemas causados pelo estresse? Neste trabalho são abordados os impactos do estresse entre os clérigos da Igreja Metodista Wesleyana da Quarta Região Eclesiástica (IMW4), e, com base em pesquisa bibliográfica e de campo, são apresentadas propostas que poderão aliviar os danos na vida dos clérigos. O estresse tem sido responsabilizado pelo afastamento de diversos clérigos de suas funções. Isso porque, o estresse prolongado conduz a outros transtornos da mente, como depressão e a síndrome de Burnout, este último tem sido diagnosticado em diversos pastores. Os pastores da IMW4 estão sentindo sintomas como insônia, falta de concentração, irritabilidade, impaciência, desejo de isolamento, taquicardia entre outros. Estes problemas são causados devido a problemas financeiros, problemas com a liderança da igreja local, acúmulo de funções, ativismo, problemas familiares e outros. Percebe-se que ações simples tais como observar os sintomas, procurar ajuda médica ao perceber sintomas, reduzir as preocupações, entre outras, ajudam os pastores. Como este é um trabalho sucinto percebe-se a necessidade novas pesquisas que possibilitem maior aprofundamento, inclusive estendendo a pesquisa às esposas e filhos dos pastores. Palavras-chave: Estresse; Ações práticas na vida dos clérigos; Igreja Metodista Wesleyana. ABSTRACT What are the main stressors that are affecting pastors today? How to act in the face of stress? What actions can help alleviate the problems caused by stress? In this work, the impact of stress among the clergy of the Wesleyan Methodist Church of the Fourth Ecclesiastical Region (IMW4) is discussed, and, based on bibliographical and field research, proposals are presented that can alleviate the damages in the lives of the clergy. Stress has been blamed for the removal of several clerics from their roles. This is because, prolonged stress leads to other disorders of the mind, such as depression and Burnout syndrome, the latter has been diagnosed in several pastors. IMW4 herders are feeling symptoms such as insomnia, lack of concentration, irritability, impatience, desire for isolation, tachycardia among others. These problems are caused due to financial problems, problems with local church leadership, accumulation of functions, activism, family problems and others. It can be seen that simple actions such as observing symptoms, seeking medical help when perceiving symptoms, reducing concerns, among others, help the shepherds. As this is a succinct work it is perceived the need for new researches that will allow further deepening, including extending the research to the wives and children of the shepherds. Keywords: Stress; Practical actions in the life of clerics; Wesleyan Methodist Church. * Pastor consagrado desde 2008, já atuou como pastor ajudante nas cidades de Rio Branco/AC, São Paulo/SP e Manaus/AM, onde hoje é pastor titular na Igreja Metodista Wesleyana em Ouro Verde. Atualmente concluindo o curso Livre de Teologia pelo CEFORTE/AM, e cursando Teologia Interconfessional pela UNINTER.

2 2 INTRODUÇÃO Muitos homens e mulheres de Deus têm se esquecido de sua condição falível, finita, temporal e frágil, como seres humanos criado por Deus. O homem tem um tempo definido por Deus para viver nesta terra. Lembrar que homens e mulheres são feitos de carne e osso nos leva a constatar, portanto, uma obviedade, a de que o ser humano é humano. Mas, vê-se em muitos ministérios o esquecimento desta tão simples, porém, importante informação. Então, que se viva com intensidade, mas, com leveza e dependente única e exclusivamente de Deus. O pastor lida com os problemas das pessoas, ou seja, com casos diversos de violência doméstica, incesto, medo, confusões, ameaças de suicídio, homossexualismo, alcoolismo, uso de drogas, depressão, ansiedade, culpa, crises familiares, distúrbios alimentares, estresse crônico e um monte de outros problemas. Nos seminários e cursos teológicos não fica claro o cenário a ser encontrado (COLLINS, 2004). O pastor é apenas um homem a serviço de Deus, o papel do pastor não é resolver os problemas, solucionar os conflitos, promover as respostas, esse é o papel de Deus. Deus é quem dá as repostas a toda e qualquer situação; como disse o SENHOR Jesus:... porque sem mim nada podeis fazer. (JOÃO 15:5b). Notícias cada vez mais frequentes de pastores e líderes que, por sofrerem dos males da mente, entraram em depressão ou por motivo da depressão, cometeram suicídio ou entraram em um estágio de vida não produtiva, são as principais razões para o desenvolvimento deste artigo. Já é de conhecimento dos clérigos da Metodista Wesleyana da Quarta Região o fato de muitos pastores sofrerem destes males, porém, como o estresse tem atingido os clérigos da Metodista Wesleyana na Quarta Região Eclesiástica? Como os clérigos podem buscar uma vida mais saudável? Este trabalho tem como objetivo geral avaliar como o estresse tem impactado a vida dos clérigos, e, como estes impactos têm afetado o ministério destes. Como objetivos específicos estes são: (a) levantar os principais fatores que geram o estresse na vida dos clérigos, bem como o que estes estão fazendo para suportar os problemas decorrentes; (b) propor ações práticas, de ordem coletiva e individual, que possibilitem uma melhoria na qualidade de vida dos clérigos na IMW4.

3 3 1. BREVE COMPREENSÃO DO ESTRESSE Sabe-se que as doenças da mente em todos os setores da sociedade. Médicos, advogados, engenheiros, professores, motoristas, e muitas outras profissões, inclusive sacerdotes, têm ou terão problemas com o estresse durante sua vida. Estresse, ansiedade, medo, fobia - tecnicamente, essas palavras têm significados diferentes, mas, muitas vezes, podem ser usadas como sinônimos para descrever um dos problemas mais comuns deste século (COLLINS, 2004). Apesar de muitas vezes apresentarem sintomas parecidos, estas doenças são diferentes em vários aspectos, e também precisam de tratamentos diferentes. Como o foco deste trabalho é o estresse na IMW4, não se dará detalhamento dos demais transtornos, apesar de se fazer necessário o alerta de que existe a possibilidade de algum leitor, neste momento, estar está sofrendo destas doenças. De acordo com o Dorsch, Hacker e Stapf (2010), editores do Dicionário de Psicologia Dorsch, o estresse é uma pressão, força, em geral qualquer carga no nível orgânico e psíquico, qualquer carga vivenciada sob pressão. Os editores ainda dizem que: O conceito de estresse se usa cada vez mais para caracterizar pressões extremas a que o homem de hoje está exposto: nervosismo, exaustão, tendências para neurose como consequência de pressão mental, irritação, correria, angústia por acúmulo de acontecimentos trágicos (DORSCH, HACKER e STAPF, 2010, p. 343). Para Stratton e Hates (2009) O estresse é desagradável e frequentemente prejudicial, mas, também reconhecido que ele pode ser ativamente buscado, como nos esportes radicais. Segundo Fonseca (2015) uma pessoa emocionalmente saudável tem mais resiliência, enquanto que uma pessoa estressada está propensa ao desequilíbrio, ficando presa num estado de alerta constante. Os principais sintomas do estresse emocional são: insatisfação com a vida; isolamento social; cansaço; ganho ou perda de peso; dor de cabeça; agitação; tristeza; irritabilidade, mau humor; falhas de concentração e memória; insônia ou sono agitado; angústia, baixa produtividade. Os sintomas físicos são: má digestão, prisão de ventre ou diarreia, gastrites, úlceras, infecções, gripes, herpes, pressão arterial alta, derrame, infarto, dores de cabeça e musculares (FONSECA, 2015).

4 4 2. OS PRINCIPAIS FATORES DE ESTRESSE ENTRE OS WESLEYANOS DA QUARTA REGIÃO ECLESIÁSTICA Segundo Croucher (2013) o estresse contribui com 90% de todas as doenças. Metade das visitas aos médicos tem a ver com o estresse. A redução da ansiedade pode virar o maior negócio do mundo Ocidental. Uma pesquisa feita há 25 anos mostrou que os sacerdotes lidam com estresse melhor que a maioria dos profissionais. Desde 1980, estudos nos Estados Unidos descrevem uma expansão alarmante da síndrome de Burnout na profissão (CROUCHER, 2013) De acordo com Malafaia (2017), 10% a 15% dos homens terão depressão em algum momento em suas vidas; 15% das pessoas que sofrem de depressão tentam ou cometem suicídio; e, 80% daqueles que cometem suicídio por problemas da depressão ou mentais (estresse e outros) poderiam ter evitado o suicídio se tivessem procurado tratamento. Cordeiro (2011) nos dá mais uma estatística preocupante relacionada ao estresse e o ministério pastoral, como mostra o quadro 1. Como é possível observar nos dados que o quadro 1 apresenta, os números requerem atenção. Os pastores e suas famílias estão sofrendo com a pressão do estresse e se faz necessário uma análise mais profunda e detalhada para que ações práticas sejam propostas e os pastores fujam da situação de risco ministerial. Percentual Declarações 80% O ministério afeta suas famílias negativamente. 33% O ministério é claramente um risco para suas famílias. 75% Já tiveram crise importante relacionada a estresse. 50% Sentem-se incapazes de satisfazer as necessidades da função. 90% Se sentem despreparados para lidar com as exigências ministeriais. 80% Não passam tempo suficiente com a esposa. 56% Das esposas de pastores não têm amigas próximas. 45% Das esposas temem o burnout emocional, mental e espiritual. 52% O ministério representa risco para o bem-estar e saúde familiar. 45,5% Tiveram que tirar licenças por causa do burnout. 70% Não têm alguém que consideram um amigo próximo. Quadro 1 - O Estresse no ministério pastoral. Fonte: Cordeiro (2011, p. 32 e 33). Adaptado.

5 5 No meio dos clérigos da IMW4, como neste trabalho foi denominada a Igreja Metodista Wesleyana da 4.ª Região, foi feita uma pesquisa para verificar, inicialmente, como o estresse tem afetado os pastores. A IMW4 possui 115 clérigos em seu rol, estes clérigos receberam em seus dispositivos móveis, um link que dava acesso à pesquisa sobre o estresse. Por se tratar uma pesquisa de participação voluntária, ao final do período de pesquisa, que duraram 22 dias, observou-se a participação de 74 clérigos do sexo masculino e seis (6) clérigos do sexo feminino. Como o volume de participação dos clérigos do sexo feminino foi baixo, então foram analisados apenas os resultados das respostas dos clérigos do sexo masculino. Para levantamento de dados para esta pesquisa, foi feito levantamento em fontes bibliográficas e sites que se relacionam aos impactos do estresse na vida de clérigos em geral; e também, uma pesquisa de campo quantitativa, feita por meio de um questionário de livre participação, aplicado por meio eletrônico, utilizando-se a ferramenta do Google forms, enviado aos clérigos da IMW na 4.ª Região eclesiástica via WhatsApp. Os resultados da pesquisa que são analisados agora, são demonstrados em forma de tabelas para melhor compreensão, tal como se vê a seguir. Como era de se esperar a maior participação ocorreu no estado de Rondônia, pois é o Estado onde está localizado o maior contingente de clérigos wesleyanos da IMW4 (tabela 1). Os resultados não foram analisados por Estado, pois a finalidade deste trabalho foi verificar o panorama geral de toda a região. Tabela 1 Quanto à localização dos participantes da pesquisa. Estado Qtde Perc. Rondônia 51 69% Amazonas 10 14% Acre 10 14% Roraima 3 4% Quanto à idade dos participantes, observou-se que 33,78% dos clérigos participantes estão com a idade entre 41 a 50 anos; a segunda maior participação foi de clérigos com a idade entre 51 a 60 anos, com 28,38%; a terceira maior participação foi de clérigos com a idade entre 31 a 40 anos, com 22,97% (tabela 2).

6 6 Tabela 2 - Quanto à idade dos participantes. Idade Qtde Perc % % % % % Quanto ao tempo de ministério, observou-se que 25% dos clérigos participantes estão no ministério entre 6 a 10 anos; a segunda maior participação foi de clérigos que estão no ministério entre 1 a 5 anos, com, 23%; a terceira maior participação foi de clérigos que estão no ministério entre 11 a 15 anos, com 18% (tabela 3). Tabela 3 - Quanto ao tempo de ministério Tempo de ministério Qtde Perc % % % % % % A pergunta relacionada aos fatores estressores permitia múltiplas respostas, ou seja, cada participante poderia marcar tantas opções quantas considerasse necessárias para representar sua resposta. Aos principais fatores que geram o estresse no ministério, observou-se que 45% dos clérigos participantes (33 respostas) sentem os problemas financeiros; 45% dos clérigos participantes (33 respostas) também sentem os problemas relacionados à liderança da igreja local; 20% dos clérigos participantes (15 respostas) sentem os problemas relacionados ao acúmulo de função (tabela 4).

7 7 Tabela 4 - Quanto aos fatores estressores Fatores que geram estresse Qtde Perc. Problemas financeiros 33 45% Problemas com a liderança da igreja local 33 45% Acúmulo de função 15 20% Ativismo 14 19% Problemas familiares 10 14% Problemas profissionais 7 9% Obras na igreja 5 7% Nomeação para outra igreja 5 7% Outras 7 7% Como é possível observar na tabela 5, 28% dos clérigos participantes dizem que já foram ao médico por razões relacionadas ao estresse, ansiedade ou outras doenças; já 72% dos participantes, dizem que nunca foram ao médico ou psicólogos por causa do estresse, ansiedade ou outros transtornos mentais. Tabela 5 - Você já foi ao médico/psicólogo. Foram ao médico Qtde Perc. Sim 21 28% Não 59 72% A tabela 6 demonstra o resultado de uma pergunta que permitia múltiplas respostas, ou seja, cada participante poderia marcar tantas opções quantas considerasse necessárias para representar sua resposta e leva em consideração aqueles participantes que disseram ter ido ao médico em função de algum transtorno mental. Destes, 76% dos participantes (21) afirmaram que o diagnóstico médico foi de sofrerem de estresse; 43% o diagnóstico foi de crise de ansiedade; 19% tiveram o diagnóstico de depressão leve; em 14% dos casos o médico disse que o problema era depressão moderara; e 10% foram diagnosticados com a síndrome de Burnout.

8 8 Tabela 6 - Quanto ao diagnóstico médico. Diagnóstico médico Qtde Perc. Estresse 16 76% Crise de Ansiedade 9 43% Depressão leve 4 19% Depressão Moderada 3 14% Síndrome de Burnout 2 10% Outras 4 20% O gráfico 1, adiante, apresenta os sintomas frequentes nos clérigos da IMW4. Gráfico 1 - Quanto aos sintomas. Insônia/dificuldade para dormir Dificuldade de concentração Irritabilidade / Impaciência Desejo de isolamento (não quer falar com Problemas intestinais Vontade inexplicável de chorar Taquicardia Explosões de raiva Boca Seca Transtorno alimentar Tristeza duradoura Hipersensibilidade formigamento. 1% 4% 23% 20% 19% 15% 12% 11% 11% 9% 36% 41% 46% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% O gráfico 1 demonstra o resultado de uma pergunta que permitia múltiplas respostas, ou seja, cada participante poderia marcar tantas opções quantas considerasse necessárias para representar sua resposta. Dos 74 participantes da pesquisa, 46% sofrem de insônia ou têm dificuldade para dormir; 41% sofrem com a dificuldade de concentração; 36% passam por momento de irritabilidade ou impaciência; 23% têm desejo de isolamento (não querem falar com ninguém); 20% possuem problemas intestinais; 19% têm vontade inexplicável de chorar; 15% sofrem de taquicardia; 12% têm explosão de raiva; e outros 36% sofrem com boca seca,

9 9 transtorno de alimentação, tristeza duradoura, hipersensibilidade e tiveram ou têm formigamentos nos membros. Como é possível ver os sintomas estão apontando para os problemas de transtornos da mente entre os clérigos da IMW4. Mas, ao se analisar aqueles (59 participantes) que não foram ao médico/psicólogo (tabela 5), pôde-se observar que 89% destes estão tendo sintomas que sugerem risco de sofrerem de algum transtorno da mente, ou seja, não procuraram ajuda de um profissional, mas estão desenvolvendo os mesmos sintomas daqueles que ao procurar ajuda foram diagnosticados com estresse, ansiedade, depressão leve ou moderada, ou até síndrome de Burnout. Isto é preocupante, pois, de acordo com Assumpção (2006), não se deve esperar que os sintomas se agravem para procurar ajuda, haja vista que podem piorar em segunda fase. Segundo Malafaia (2017) a automedicação é um risco, pois mascara o sintoma e cria uma falsa ideia de solução. É possível observar que 23% dos que tomam medicamento para dormir não foram ao médico, ou seja, se automedicam. 3. PROPOSTAS PARA UMA VIDA MAIS EQUILIBRADA Este capítulo busca apresentar ações práticas que os pastores e a denominação podem adotar no combate ao estresse e suas consequências. São propostas ações em duas frentes para melhores resultados. É claro que não há neste trabalho a pretensão de apresentar ações obrigatórias, mas são sugestões possíveis de serem feitas em ambas as frentes de atuação. 3.1 O QUE OS CLÉRIGOS PODEM FAZER PARA EVITAR AS CONSEQUENCIAS DO ESTRESSE Antes de serem apresentadas as propostas de ações, se faz necessário um alerta que serve a todos, e não somente a quem já sofreu com algum problema de transtorno. Tal alerta é: Evite a todo custo o julgamento precoce dos sintomas tanto em si, como em outros. O julgamento não é bíblico para o crente (MATEUS, 7, 1; 1 CORÍNTIOS, 4, 5), antes deve-se sempre ser apresentado diante de Deus, em oração, as nossas petições. O melhor caminho é sempre orarmos uns pelos outros, conforme ensina Tiago (TIAGO 5, 16).

10 10 Quanto aos clérigos, apresentam-se, a seguir, as ações que podem ser praticadas para evitar as crises de estresse e ações ao serem sentidos os sintomas: Observe os sintomas. Como todas as doenças, elas não surgem repentinamente sem causa, e elas, sempre apresentam os sinais de que estão presentes, pois o corpo reclama! Procure ajuda médica. Em muitos casos os clérigos se automedicam, o que é um erro de acordo com Malafaia (2017). Ao perceber qualquer dos sintomas por mais de 30 dias, vá ao psicólogo e exponha o caso, o psicólogo é o profissional mais indicado para iniciar o tratamento; Preocupe-se menos e aceite o que não pode ser resolvido. Muitos pastores acabam por se envolver demasiadamente nos problemas dos irmãos da igreja. Trazem problemas para sua vida e pensam demais nas possíveis soluções. Quanto a isso, lembre-se que somente Deus tem as repostas para todas as coisas; Identifique os fatores que mais geram estresse. Aceite que na vida haverá coisas que você não poderá controlar, e, portanto, não deverá preocupar-se demasiadamente com elas. Reconheça sua humanidade! Faça coisas que você gosta. Muitas vezes, as tarefas do dia a dia consomem todo o tempo, eliminando as chances de se fazer atividades que trazem satisfação pessoal e reabastecem a energia, como viajar, praticar atividades físicas, estar em contato com a natureza e brincar com seu filho ou pet. Faça uma lista das coisas que o fazem feliz e que mais gosta de fazer e faça-as (FONSECA, 2015); Cobre-se menos e comemore mais. Existem pessoas que se cobram demais, são perfeccionistas, e o excesso de cobrança pessoal, causa uma pressão tão grande que nada será satisfatório. O perfeccionista não consegue enxergar e comemorar suas conquistas e vitórias, acreditando que sempre pode fazer melhor. O perfeccionista tem problemas para lidar com imprevistos, e a pessoa passa a ver somente o lado negativo das coisas. Comemore mais as vitórias, tantos as suas como as das outras pessoas (FONSECA, 2015); Utilize-se das lideranças da Igreja. A IMW no seu Regimento Interno prevê que tantos os presbíteros como os diáconos das igrejas precisam fazer visitas e atender as necessidades dos irmãos da igreja (IMW, 2015, p. 105, 111). Quebre a cultura de que somente os pastores podem visitar, orar ou atender os irmãos.

11 3.2 O QUE A DENOMINAÇÃO PODE FAZER PARA AUXILIAR NO COMBATE AO ESTRESSE 11 Quanto à denominação na Quarta Região Eclesiástica sugere-se: Mais pesquisa sobre ao assunto. Faz-se necessário maior aprofundamento do assunto por meio de novas pesquisas que revelem a extensão e alcance dos problemas relacionados ao estresse e outros transtornos, por exemplo, como isso tem afetado as famílias dos clérigos da IMW4? Aplicação de estudos, palestras, cursos. Faz-se necessária uma orientação aos clérigos a respeito do assunto. Os clérigos precisam aprender a lidar melhor com as frustrações, imprevistos, perdas etc., e estas atividades podem ser ministradas pelo CEFORTE-SREC; No âmbito acadêmico. Faz-se necessário que a aplicação da disciplina de Psicologia Pastoral, na sala do CEFORTE, tenha um cunho de orientação quanto ao cenário que os clérigos encontrarão em campo. Ou seja, que a disciplina de Psicologia Pastoral tenha maior carga horária e dê maior ênfase ao tema. Temos profissionais suficientes na IMW4 para atender a demandas desta ação; Maior aproximação da Instituição com os clérigos. Faz-se necessário que a IMW4 crie um canal de comunicação que possibilite mais agilidade na ajuda aos clérigos que apresentarem queixas que sejam reconhecidamente fatores estressores; Levantamento de uma equipe técnica. Faz-se necessária uma equipe técnica nomeada pela IMW4, para que conduza os estudos e ações que forem requeridas; Cartilha contra as doenças da mente. Com base nos resultados, um estudo mais profundo faz necessária a criação de uma cartilha de orientação aos clérigos e suas famílias acerca de como lidar com os transtornos da mente; Proporcionar atividades de lazer aos clérigos. Faz-se necessária a diminuição de pressão sobre os clérigos, mediante atividades de lazer que envolva o clérigo e sua família. Como a ideia desta proposta é aliviar a pressão, as atividades seriam regionalizadas, para não acarretar peso financeiro.

12 12 CONCLUSÃO Aponta-se que os objetivos deste trabalho foram atingidos, pois foi feita uma avaliação dos impactos do estresse na vida dos clérigos da IMW4. Foram levantados os principais fatores estressores e o que os clérigos estão fazendo para resistir ao estresse. Também foram feitas propostas de ações práticas que, se aplicadas, ajudarão os clérigos na luta contra o estresse. Conclui-se que o estresse tem afetado aos pastores da IMW4 de maneira negativa, mesmo que muitos não estejam atentos aos sintomas que estão sendo manifestados. Os clérigos precisam de orientações e, em alguns casos, de acompanhamento, pois os sintomas já estão avançados. Considera-se importante a implantação do GCPE (Grupo de Comunhão de Pastores e Esposas) na região e que esse trabalho trará bons resultados a médio e longo prazo. Sabe-se que levará tempo para que os pastores e esposas participantes do GCPE desenvolvam o relacionamento de confiança necessário para o pleno aproveitamento do mesmo. Pensa-se que seja de importância singular que as ações propostas sejam avaliadas com apreço e que, diante de uma conclusão positiva, sejam colocadas em práticas, haja vista que, se nada for feito em algum tempo futuro, a IMW4 passará por graves problemas relacionados aos pastores, que sofrerem de estresse prolongado, Burnout e até depressão. Lembra-se que muitos personagens da Bíblia sofreram de depressão e transtorno da mente. Homens de Deus, ungidos para obras extraordinárias, homens como Davi e Elias, por exemplo. Por fim esclarece-se que este trabalho foi voluntário, de iniciativa particular e, que pretende levantar e expor a necessidade de pensar de maneira séria a função pastoral.

13 REFERÊNCIAS ASSUMPÇÃO, E. P. M. O STRESS NO MINISTÉRIO PASTORAL, Disponivel em: < Acesso em: 18 nov COLLINS, G. R. Aconselhamento cristão. São Paulo: Vida Nova, CORDEIRO, W. Andando com o tanque vazio?: encha o tanque e renove a paixão. Tradução de Emirson Justino. São Paulo: Vida, CROUCHER, R. redemaosdadas.org. Rede Mãos Dadas, Disponivel em: < Acesso em: 30 nov DOMINGO Espetacular - Portal Youtube. Mal do século, depressão ainda é cercada de desconhecimento e preconceito, Disponivel em: < Acesso em: 15 nov DORSCH, D. F.; HACKER, D. H.; STAPF, D. K.-H. Dicionário de Psicologia Dorsch. 4ª. ed. Petrópolis: Editora Vozes, FONSECA, R. Quais os sintomas e como acabar com estresse emocional. SBIE, Disponivel em: < Acesso em: 29 nov IMW. Estatuto e Regimento Interno. Petrópolis: CPIMW, LONDON, H. B.; NEIL B. WISEMAN. Pastors at Risk. Ventura, CA: Real Books, MALAFAIA, S. Silas Malafaia Oficial - Portal do Youtube. Pastor Silas Malafaia- Depressão, Disponivel em: < Acesso em: 28 nov STRATTON, P.; HATES, N. Dicionário de Psicologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.